Contato edição de março de 2020: Deus: seu companheiro de trabalho

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MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.

MINHA ALMA TEM SEDE

Encontrando a água viva

A escadaria dourada

Um ponto na direção certa

O poder de uma pessoa Você é singular e valiosa


Volume 21, Número 3

Contato pessoal Um CEO atípico

Muitos que querem divulgar a mensagem de Cristo e realizar Sua obra no seu dia a dia tendem a vê-lO como um patrão —um chefe paternal amigável, mas ainda assim, um chefe. Deixa instruções para Seus liderados, zela por eles, oferece incentivos e apoio, mas tem um escritório no andar de cima e não “pega no pesado” quando se trata do emaranhado da vida diária. Mas isso não coincide com a descrição que nos traz a Palavra de Deus. Paulo diz que cooperamos com Deus1. Como disse George MacDonald, “quando nossa vontade anda de mãos dadas com Deus, somos Seus companheiros de trabalho nos assuntos do universo - não meros descobridores de Seus caminhos, observadores à margem do que Ele faz, mas parceiros na realização de Sua obra.” Deus não apenas nos salva e preenche nossas vidas com significado para, então, sentar-Se em Seu trono para de lá observar tudo o que acontece. Em vez de apenas comparecermos ao Seu gabinete para recebermos instruções e voltarmos depois para apresentar os resultados em um relatório, passamos o dia trabalhando lado a lado com Ele, em parceria constante e contínua. Deus escolheu trabalhar conosco porque quer que participemos do que Ele faz e sejamos agentes das mudanças que Ele deseja efetuar. Por isso, precisamos nos familiarizarmos com Sua natureza, com o que Ele quer fazer, com Seu jeito de ser e trabalhar. Fazemos isso estudando a Bíblia e passando tempo com Ele em oração e reflexão. Aprender a trabalhar cooperativamente com Deus é uma experiência que se dá ao longo da vida, mas não temos de esperar para começar.

Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos. Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos distribuidores abaixo.

www.activated.org/pt revistacontato.mail@gmail.com Editor   Ronan Keane Design   Gentian Suçi © 2020 Activated. Todos os direitos

Mário Sant’Ana Editor

reservados. Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant’Ana e Hebe Rondon A menos que esteja indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia Sagrada” - Tradução de João Ferreira de Almeida Edição Contemporânea, Copyright © 1990,

1. Ver 2 Coríntios 6:1 CRF 2

por Editora Vida


Espera no Senhor; sê forte, anima-te, e espera no Senhor! — Salmo 27:14

Por Paul Valour

Entre Ventos Outro dia, minha esposa e eu caminhávamos à beira de um lago, desfrutando a beleza daquela

água cercada por montanhas escarpadas. Observávamos o rio que ali despeja água fresca; os pássaros sobrevoando as marolas; as diferentes nuances de cores sobre as águas e o reflexo do sol sobre a superfície que cintilava como diamante. O imenso corpo hídrico protegido pelas montanhas oferece uma temperatura amena e agradável. Sempre gostei de velejar e quando percebi já estava explicando que os barcos ali no lago estavam deslizando vagarosamente devido a um fenômeno típico daquela região. Normalmente, pela manhã, uma leve brisa sopra do Norte; à tarde é a vez do vento que vem do Sul. Estávamos ali ao meio-dia, “entre ventos”, pelo que os barcos permaneciam parados, esperando a mudança de direção do vento. Naquele momento me ocorreu que na vida, às vezes, nos vemos “entre ventos”.

Tenho certeza que Deus Se agrada quando Lhe perguntamos: “O que quer que eu faça, Senhor?” e oramos que nos mostre Seu plano. Sem dúvida, gosta quando desejamos seguir Seus passos, mas, às vezes, ocorre o que encontrei muito bem expresso em um poema: “Eu queria servir o Mestre, mas fui deixada de lado…”1 São momentos em que devemos apenas esperar que o vento ganhe forças para encher nossas pequenas velas e colocar o barco novamente em movimento. Podemos continuar mirando alto, sonhando grande e fazendo o melhor ao nosso alcance para realizar as tarefas que Ele nos confia. Contudo, quando nos virmos “entre ventos”, não adianta tentarmos soprar nossas próprias velas. Cabe a Deus enviar o vento em Seu tempo e na direção que Ele sabe ser a melhor. Podemos confiar que Ele sabe o que é melhor para nós. Paul Valour é dinamarquês. Trabalhou como voluntário a maior parte de sua vida. Vive atualmente na Itália. ■

1. Virginia Brandt Berg (1886–1968). Leia mais sobre sua vida e ministério em: https://virginiabrandtberg.com/ index.html. 3


O PODER DE UM Deus sabe tudo acerca de cada um de nós. Conhece nossa estrutura, capacidade, nossos dons, talentos, pontos fracos e fortes. E apesar de tudo que possamos pensar de nós mesmos e de nossas deficiências, Ele nos escolheu para a Sua equipe!1 Tem certeza de que, com Seu poder, somos capazes de desempenhar o papel que nos confiou. Quando nos vemos como Deus nos vê, passamos a ter um respeito saudável por nós mesmos. Por sermos Seus filhos, somos valiosos. Por sermos cristãos, somos Seus representantes, os que comunicam Sua verdade e Sua mensagem. Isso nos torna bem importantes! Pense nisso. Você foi feito à Sua imagem. Está salvo. Deus o ama tanto que

1. Ver João 15:16. 4

Por Peter Amsterdam

permitiu que Seu Filho morresse por você, o que indica que você é muito importante. Você é completa e perfeitamente amado por Deus. O Espírito Santo vive em você. Que coisa extraordinária! Temos em nós o poder dAquele que nos criou, nos redime e agora nos pede para glorificá-lO com nossas vidas. Cada um de nós é uma obra singular de Deus. Não há ninguém em todo o mundo exatamente igual a você, com as mesmas experiências, conhecimentos, interesses e habilidades. Ele quer que descubra os talentos e habilidades naturais que lhe concedeu para aprimorálos e usá-los para o seu benefício e felicidade pessoais, assim como para contribuir para o bem e para a felicidade dos outros.


Cada cristão é chamado por Deus para produzir frutos duradouros. Isso significa que cada um tem algo bom e positivo com que contribuir. Nossos dons e talentos naturais e a forma como Deus nos criou podem ser usados por Ele para, em primeiro lugar, produzir frutos na nossa própria vida e, em segundo, para produzir frutos no que diz respeito a conectar os outros a Ele. Cada um de nós pode contribuir para a mudança necessária em nosso mundo, refletindo Jesus em nossas vidas, deixando o Espírito Santo brilhar em nós e compartilhando o Evangelho com os outros. Cada um tem o poder para influenciar positivamente as vidas dos demais e, para isso, precisamos usar nossos dons e talentos, inclusive nossas personalidades, juntamente com nosso tempo e esforço, para a glória de Deus.

Quando alguém se entrega a Deus, torna-se uma nova criatura. Mas Ele quer que você continue sendo você —tal como o imaginou ao criá-lo. Não descarta nem muda os talentos originais que lhe concedeu. Como disse C.S. Lewis: “Quanto mais deixarmos Deus nos controlar, mais autênticos nos tornaremos, pois Ele nos criou.” Deus fez pessoas de todos os tipos e não existe um “tipo” de gente que seja mais efetivo no que diz respeito a fazer a diferença no mundo na maneira que Deus as chama. Buckminster Fuller certa vez disse: “Jamais esqueça que você é único. Jamais esqueça que se não houvesse necessidade de você e toda a sua singularidade na terra, você não estaria aqui. Jamais esqueça que por maiores que pareçam os desafios e problemas da vida, você pode fazer a diferença no mundo. Na verdade, toda mudança importante no mundo é causada

por alguém. Então, seja essa pessoa.” Deus precisa de cada um de nós para a construção do Seu reino na Terra. Se sentir que há poucas oportunidades na sua vida de serviço hoje, talvez esteja em um período de preparação. Está na oficina de Deus, por assim dizer, sendo preparado com a ferramenta da paciência, conforme realiza fielmente as tarefas simples e triviais do dia a dia. Se sentir que sua vida tem pouco ou nada em termos de serviços notáveis, permita-se encorajar-se por este pensamento de A. B. Simpson: “Deus está preparando Seus heróis. E quando a oportunidade vier, Ele os acionará. E o mundo se perguntará de onde vieram.” Peter Amsterdam e sua esposa, Maria Fontaine, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. Adaptado do artigo original. ■

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A ESCADA DOURADA

Por Curtis Peter van Gorder

Tomar decisões raramente é fácil e um dos momentos em

que acertar é muito importante é na hora de decidir sobre uma oferta de emprego. Faz alguns anos, minha esposa e eu estávamos em uma encruzilhada. Eu tinha acabado de completar 50 anos e há algo indefinido que acontece em nossa psique na inauguração de cada década de nossa vida. Começamos a entender que não estamos ficando mais jovens nem mais fortes a cada ano. Minha esposa e eu queríamos novos desafios — mas o problema era decidir onde. Tivemos várias ofertas, mas duas se destacaram: na Califórnia e no Oriente Médio. Agrupamos vantagens e desvantagens em duas colunas e as comparamos. Deu empate. Lemos a Palavra de Deus e passamos o tempo diariamente tentando discernir Seu plano, mas tudo parecia um pouco nebuloso. Havia muitas variáveis a considerar para concluirmos aonde 1. Ver Lucas 18:1–8. 2. http://elixirmime.com 6

cada caminho nos levaria. Sentíamos a necessidade de algum tipo de orientação direta de Deus. Um versículo da Bíblia que sempre foi útil em tempos como este é Mateus 7:7: “Pedi e recebereis”. A passagem ensina que se pedirmos pão, nosso Pai Celestial não nos dará uma pedra. Sem saber para onde ir, durante semanas pedimos orientação a Deus. Éramos como a mulher importuna de uma parábola contada por Jesus, que continuou incomodando o juiz até que este finalmente concedeu o que ela queria. A resposta que precisávamos veio na forma de uma imagem clara em minha mente: uma escadaria dourada brilhante que ascendia para a direita. Interpretamos que aquilo indicava a direção na qual devíamos ir. Como vivíamos no Texas na época, o Oriente Médio estava à nossa direita quando olhamos para o planisfério e a Califórnia ficava à esquerda. Acreditamos que a visão era a indicação que pedíamos a Deus

e nos baseamos nisso para nossa decisão. Em retrospecto, reconheço que fizemos a escolha certa. Deus tem um plano para cada vida, como confirmam Suas palavras em Jeremias 29:11– 13: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. Então vocês clamarão a Mim, virão orar a Mim, e Eu os ouvirei. Vocês Me procurarão e Me acharão quando Me procurarem de todo o coração”. Curtis Peter van Gorder é roteirista e mímico 2 na Alemanha. ■


Por Elsa Sichrovsky

ESPERE no SENHOR Depois de me graduar, eu estava feliz por deixar meus livros e tarefas da faculdade para trás e ávida por vivenciar todas as novas experiências que me aguardavam no mercado. Fora uma boa aluna e tinha certeza de que minha proficiência em língua estrangeira e bons hábitos de trabalho abririam as portas para desafios de meu interesse. Entretanto, não receber ofertas concretas depois de enviar o primeiro lote de currículos me alertou para o fato de que o emprego dos meus sonhos não ia aparecer tão rapidamente quando eu imaginara. Passado um tempo, ofereceram-me uma vaga que me proporcionava horários convenientes e boas condições de trabalho. O deslocamento entre a casa e o trabalho seria demorado, caro e o salário não era muito bom, mas como eu não queria esperar mais, enviei um e-mail aceitando a proposta e prometendo me apresentar na segunda-feira seguinte, contra os conselhos de minha família. Quando cliquei em “enviar”, percebi que estava cometendo um grande erro. As palavras de meus pais ecoaram em meus pensamentos: “Há um trabalho melhor esperando por você em algum lugar. Trabalhar nestas circunstâncias será apenas um desperdício de tempo e a afastará de seus objetivos”. Depois de algumas conversas e muita reflexão, voltei atrás poucos dias antes de assumir o novo emprego. 1. Salmo 27:14 NVI

Pouco depois, surgiu outra oportunidade perto de minha casa, oferecendo um salário melhor e um horário de trabalho ainda mais atraente. Embora não fosse o emprego dos meus sonhos, era um bom lugar para começar a adquirir experiência profissional. Meus pais tinham razão e eu vi a verdade no velho ditado, “coisas boas vêm para aqueles que esperam”. Pensando mais profundamente nessa experiência, vi que o medo de esperar vinha de uma profunda falta de confiança no plano de Deus para a minha vida e do meu desejo de estar no controle da situação. Maior confiança no amor de Deus por mim e no Seu timing perfeito teria me ajudado a suportar melhor. Em vez de me apressar para evitar um período de espera, eu deveria ter esperado com alegria, sabendo que Deus tem insights especiais para me ensinar em todas as fases da vida. Memorizei um versículo bíblico para me lembrar desta lição: “Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor.”1 Elsa Sichrovsky é escritora freelance. Vive com sua família em Taiwan. ■ 7


M s o t i s a ó i p ores o r P Por Alex Peterson

E

m O Cavalo e seu Menino, um dos sete

livros que compõem a obra de C. S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, um rapaz, Shasta, sonha em viajar para a desconhecida Região Norte, parte do mágico Reino de Nárnia. Certa noite, o rapaz ouve ao pescador - que achava ser seu pai negociar sua venda a um nobre de um reino vizinho. (O livro depois revela que Shasta, ainda bebê, sobrevivera a um naufrágio e fora encontrado por esse pescador.) Enquanto esperava seu novo mestre no estábulo, descobre, para sua surpresa, que Bri, o cavalo daquele nobre, fala e é narniano. Bri explica que fora raptado quando ainda potro, vendido para ser usado em batalha e sugere ao rapaz que fujam juntos. Foi o que fizeram, partindo para o Norte, em uma viagem longa, perigosa e marcada por vários encontros com leões. Durante o primeiro, Shasta e Bri encontram dois personagens tentando escapar para Nárnia — Aravis, uma jovem aristocrata pressionada a se casar com um pretendente desagradável, e sua égua falante, Hwin, que também fora sequestrada de Nárnia. Os quatro decidem viajar juntos. No caminho, Shasta se separa dos demais, é o primeiro a chegar ao local 8


de encontro combinado e tem de passar a noite sozinho entre túmulos antigos e assustadores. O menino desperta sobressaltado pelo farfalhar de um arbusto, mas descobre que era apenas um gato que veio e se aconchegou ao seu lado. Novamente é acordado, dessa vez pelo uivo dos chacais, seguido pelo tenebroso rugido de um leão. Que alívio sentiu ao abrir os olhos e ver somente o gato. Quando os companheiros de viagem se reencontram, revela-se o plano de malfeitores de conquistar Arquelândia, um pequeno reino vizinho de Nárnia. Os quatro companheiros se adiantam para advertir Luna, rei de Arquelândia. No caminho, outro leão os persegue, alcança e fere Aravis, apesar de seus cavalos terem corrido o mais rápido que podiam. Shasta afasta o leão. Porque os cavalos estão exaustos, Shasta deixa Aravis e os animais aos cuidados de um bondoso ermitão e corre a pé, sozinho, para avisar o rei do perigo. Ao se encontrar com o rei Luna e seus companheiros de caçada, adverte-o do perigo e segue com o grupo em um cavalo emprestado, mas se perde dos demais por causa da neblina. Perdido e abatido, Shasta sente uma presença que o acompanha na escuridão. Depois de um tempinho começam a conversar e Shasta conta o que ele considera seus muitos infortúnios, inclusive seus encontros com os leões. Descobre então que aquela presença era Aslam, o “Grande Leão”,

personagem de outros livros das Crônicas de Nárnia, e revela que ele foi o único leão que Shasta encontrou diversas vezes em sua jornada: Eu era o leão que forçou você a se unir a Aravis”, diz Aslam a Shasta. “Eu era o gato que o confortou entre os túmulos; o leão que afastou os chacais enquanto você dormia; que deu aos cavalos, pelo medo, a energia para percorrerem a última milha velozmente para que você chegasse a tempo ao rei Luna. Você não se lembra, mas eu era o leão que empurrou [o bote salva-vidas] no qual estava você, uma criança à beira da morte. Assim você chegou à praia e foi recebido por um homem que, sem sono, à meia-noite, estava acordado sentado na areia.” Uma luz dourada irrompe no nevoeiro e Shasta vê “andando ao seu lado, um leão, mais alto que um cavalo. Era dele que emanava a luz. Ninguém jamais viu algo mais assustador ou mais belo.” Aslam se desvanece. Shasta encontra o caminho para Arquelândia e o rei Luna então o reconhece. Era seu filho, Cor, que havia muito se

perdera, o irmão gêmeo mais velho do Príncipe Corin e, portanto, herdeiro do trono. Tempos depois. Cor e Aravis se casam e, “depois da morte do rei Luna, tornaram-se rei e rainha de Arquelândia”. Essa ficção infantil contém algumas verdades eternas. As dificuldades da vida não são frutos do acaso. Deus permite cada uma por motivos específicos e, no final, todas concorrem para o nosso bem e jamais estão além do que, com a ajuda de Deus, podemos superar. Os “leões” que tememos são, na verdade, nossa salvação, porque se não fosse por eles, não chegaríamos ao nosso destino nem nos tornaríamos nas pessoas que Deus quer que sejamos. Raramente os problemas nos parecem benéficos, mas Deus sabe o que está fazendo. Sabe onde deveríamos estar em cada aspecto de nossas vidas e nos ajudará a chegar lá, se fizermos nossa parte. O primeiro passo é confiarmos nEle, sabendo que toda provação está sujeita ao Seu benevolente controle. Deus muitas vezes nos deixa chegar ao ponto em que nossos próprios recursos não são suficientes, mas jamais à condição em que só nos resta desistir. Sempre temos a opção de recorrer a Ele, valermo-nos dos Seus recursos para superar os obstáculos e de dependermos mais dEle. Quando assim escolhemos, Ele sempre, de alguma maneira, vem em nosso auxílio. ■ 9


Por Joyce Suttin

ENTENDENDO MILAGRES Hoje, vi uma folha suspensa no ar, dançando ao

vento e girando, sem cair. Parei para assisti-la por um momento, espantada e um pouco confusa, até que examinei mais de perto e vi um finíssimo, quase invisível fio de uma teia de aranha que conectava a folha ao ramo sobre ela. Então, tudo fez sentido e continuei a caminhada, percebendo que era uma façanha surpreendente da natureza que um fio tão fino pudesse suportar uma folha daquele tamanho agitada pelo vento. Muitas das coisas em nossas vidas têm explicações. Alguém é curado de uma doença grave e os médicos creditam o fenômeno a uma nova técnica ou medicamento. Uma pessoa sobrevive sem ferimentos a uma avalanche, porque estava preparada com o equipamento certo. Procuramos explicações para tentar entender, ou atribuímos à

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intervenção divina na forma de milagres. Francamente, como percebi hoje, faço os dois. Acredito e aprecio todas as explicações científicas dos fenômenos cotidianos. Estou especialmente interessada na Meteorologia e tento entender como o clima funciona. Mas também acredito em milagres. Creio em um Deus que atende à oração. Talvez não ore para nevar no Sul do Texas, mas se ao assistir à previsão do tempo for informada do risco de uma nevasca na Região Norte, peço a Deus pela proteção das pessoas que me são próximas que ali moram. Se ouvir um alerta de tornado em nossa área, orarei para que se afaste sem causar danos severos ou ceifar vidas. Considero uma maravilha da criação de Deus que meu jasmim floresceu depois de um inverno seco e severo. Suspeitava que o arbusto

não tivesse sobrevivido, mas, depois das primeiras chuvas da primavera e com a subida da temperatura, vejo pequenos botões brotando e tenho certeza que é parte do milagre da criação de Deus. Talvez um horticultor possa explicar sobre as espécies de plantas, seus períodos de crescimento e se satisfazer com uma explanação científica. Acredito que ambos estamos certos. Há uma explicação, mas isso não prejudica minha admiração pelo que vejo. Gosto de ouvir evidências sobre o mundo ao meu redor e isso só suporta minha fascinação pelas incontáveis demonstrações da ação de Deus que a natureza nos oferece todos os dias. Joyce Suttin é professora aposentada, escritora e vive em San Antonio, no Texas. Visite seu blog em https:// joy4dailydevotionals. blogspot.com/. ■


DEUS

e EU

Por Steve Hearts

Recentemente, eu estava refletindo sobre como minha perspectiva em relação aos milagres evoluiu ao longo da vida.

Desde criança, comparava-me com pessoas que tinham presenciado curas, ressurreições e outros milagres dramáticos, achando que eram experiências que me faltavam. Até que que encontrei uma definição de milagre que mudou esse entendimento: “Evento contrário às leis da natureza estabelecidas atribuído a uma causa sobrenatural.”1 Isso me levou a refletir mais extensamente no meu passado e nos vários acontecimentos que se encaixavam nessa definição, desde muito cedo na minha vida. Nasci dois meses antes da data prevista, com apenas um quilo e trezentos gramas, enquanto um furacão devastava minha cidade natal. Como o fornecimento de energia elétrica estava sofrendo interrupções frequentes, fui transferido para a unidade de tratamento intensivo – a única área do hospital em que a rede elétrica funcionava adequadamente. Quando foi informado de que eu provavelmente não sobreviveria à noite, meu pai buscou a Deus pela minha vida e, enquanto orava, lembrouse do ditado “O pouco com Deus é muito”. Apesar de eu ser muito “pouco” e ter ficado na incubadora por um mês, durante o qual recebi oxigênio em excesso– o 1. www.thefreedictionary.com/miracle 2. www.just1thing.com

que provavelmente causou minha cegueira – sobrevivi e continuo vivo e bem até hoje. Ainda que isso nunca tenha aparecido nas notícias nem atraia tanta atenção como curas fantásticas ou ressurreições dramáticas, é, sem dúvida, uma manifestação do amor, desvelo e onipotência de um Deus verdadeiramente maravilhoso Ele certamente pode operar milagres impressionantes que nos deixam boquiabertos e espantados. A Bíblia e a história cristã estão cheias de relatos maravilhosos assim. Aprendi, contudo, que, quando reconhecemos e valorizamos as formas aparentemente pequenas — embora óbvias — pelas quais Deus Se manifesta para nós, Ele aumentará muitas vezes as expressões visíveis de Seu poder para ser ainda mais glorificado. Você tem dificuldade de identificar a mão de Deus em sua vida? Dê uma volta na estrada das lembranças e deixe Ele refrescar sua memória e lhe mostrar que nunca o deixou nem o abandonou. Isso encorajará sua fé de que Ele não o abandonará ou desamparará hoje nem no futuro. Steve Hearts é cego de nascença. É escritor, músico e membro da Família Internacional na América do Norte. Esse artigo foi adaptado de um podcast disponível em Just1Thing 2, um website dedicado à formação de caráter de jovens. ■ 11


Recuperando

A MINHA VIDA DE ORAÇÃO Por Michael Owens

Ao longo dos anos que dediquei ao serviço cristão, tive a bênção de aprender muito sobre a

importância de uma vida de oração vibrante. Infelizmente, não segui todos os conselhos que recebi nesse sentido. Na juventude, li Ribeiros que nunca Secam1, um livro que ainda hoje tem um efeito profundo na maneira como vejo a oração. Apesar de não me considerar muito talentoso, ainda cedo vi que era capaz de orar. É um tipo de serviço cristão que não requerer nenhum treinamento especializado! Duas frases inspiraram profundamente minha vida de oração: “Uma vida de oração nunca é uma vida desperdiçada” e “Oração é o começo de cada milagre.” Comecei a manter uma lista de nomes de pessoas e situações que precisavam de oração. Eu orava por tudo naquela relação cada dia e era a primeira coisa que fazia pela manhã. Contudo, à medida que minha lista crescia, logo vi que orar assim era muito mais trabalhoso do que eu imaginara. Depois de um tempo, comecei a negligenciar a prática, deixei de usar a lista e de tratar a oração como a maior prioridade do meu dia. Eu ainda orava, mas não com a mesma diligência ou intencionalidade anterior. Então, minha esposa e eu assistimos ao filme The War Room,2 sobre uma idosa que ajuda uma jovem a descobrir

o poder e a beleza de uma vida de oração ativa. Ambos fomos profundamente sensibilizados pela mensagem de a oração ser algo a ser feito com constância e concordamos: “Podemos fazer isso!” Pessoalmente, fiquei totalmente convencido de que deveria voltar a usar a lista de oração, como fizera em tempos passados e como fazia a idosa no filme. Pouco antes de eu assistir a esse filme, lera The Circle Maker, livro de Mark Batterson, dedicado inteiramente ao assunto da oração. A premissa da obra está relacionada à história de Honi, um profeta de Israel que viveu uns cem anos antes de Cristo, que se dispõe a orar a Deus pelo fim da estiagem devastadora que assolava a terra. Próximo dos portões da sua cidade, no lado de fora, Honi usou seu cajado para traçar um círculo no chão, no interior do qual se sentou e exigiu que Deus enviasse chuva. Declarou com audácia que não sairia dali até Deus fazer alguma coisa. A história tem mais detalhes, que Batterson conta neste relato verídico e histórico; contudo, a conclusão é que choveu e a seca terminou. The War Room me fez voltar a usar uma lista de oração e a me esforçar para orar pelas pessoas e pelas situações. The Circle Maker me inspirou a ser mais enfático e ter mais expectativa nas minhas orações. Como a evangelista Virginia Brandt Berg costumava dizer, “Deus ainda está no trono e a oração muda as coisas!”

1. Nota do editor: Disponível gratuitamente em inglês em: https://virginiabrandtberg.com/the-promises-of-god-arestreams-that-never-run-dry/index.html. 2. Alex e Stephen Kendrick, 2015 12

Michael Owens e sua esposa, Maria, são missionários na região em que nasceram, o Sul da Flórida. ■


Remédio para Dias Chuvosos Por Victoria Olivetta

Desde que me entendo por gente, nunca gostei dos dias

nublados, principalmente no inverno. Sempre me pareceram não ter fim nem solução, capazes de gelar tanto o corpo quanto a alma. No entanto, como fazem parte da vida, decidi aprender a gostar

do café e das delícias que preparei, e isso cria uma sensação calorosa e agradável. Também aprendi que posso ajudar a animar o dia escolhendo bem o que vou vestir, como um suéter colorido do qual gosto muito, ou alguns acessórios a mais.

deles e, nos últimos anos, passei a desfrutar mais de dias assim. Agora já não parecem tão ruins. Qual o meu segredo? Na verdade tenho vários. Às vezes, aproveito esses dias para assar um bolo, biscoitos ou outra coisa especial para saborear com café. A casa toda fica com o aroma

Mais do que tudo, aprendi a agradecer a Deus por esses dias. Ainda não são os meus prediletos, mas tenho saúde, uma casa sem goteiras, uma cama quentinha, comida na mesa e alguém com quem dividir minhas bênçãos. Há pouco tempo, tive de sair num dia assim. Apesar do tempo

estar nublado, eu não esperava que chegasse a chover, mas, no meio da manhã, quando eu ainda estava a uns 25 quarteirões de casa, fui pega por uma pancada de chuva. Quando cheguei, sentia que havia mais água na minha roupa e no meu cabelo do que nas nuvens. Mas um banho quente e um bom almoço me fizeram esquecer tudo isso. Em pouco tempo, sentia-me ótima. Lá fora, no frio e na chuva, eu havia orado por todas as vítimas de desastres. Não me refiro a queimar o frango ou o cabelo não ficar da cor que queria - falo de desastres reais: ter sua casa destruída por um furacão e ficar sem água quente para um banho, roupas secas ou uma comida quentinha para poder se sentir melhor. Um desastre muito real também é quando alguém tem tudo que achava que o deixaria feliz, mas ainda se sente vazio, solitário e frágil. Quando se sentir abatido pelo mau tempo ou por alguma outra circunstância, orar por alguém que esteja sofrendo, solitário ou incapaz de mudar sua situação não apenas envia ajuda divina para essa pessoa, mas também eleva o espírito e faz bem à alma. Victoria Olivetta é membro da Família Internacional na Argentina. ■ 13


Por Chris Mizrany

Jesus e minha mochila Ao longo dos anos, minha

mochila sofreu muito. Já esteve comigo sob o sol inclemente e quando chovia aos borbotões; circulou vezes sem conta pelo meu bairro e viajou comigo para terras distantes, do outro lado do oceano. Participou comigo de projetos humanitários e me acompanhou em viagens de férias. Na verdade, esteve comigo em quase todos os lugares aonde fui. Ainda assim, fui pego de surpresa quando ela começou a apresentar problemas para fechar — o zíper não funcionava direito — e fiquei chateado que não pude usar a bolsa normalmente. Mesmo assim, insisti, levando-a por aí meio fechada e meio aberta, ou até carregando-a nos braços, apertando uma metade contra a outra para impedir que seu conteúdo caísse. Como o restante do mochila estava em boas condições, eu

1. Mateus 11:28; João 15:5 2. Ver Filipenses 4:13; Lamentações 3:22–23. 14

não via por que aquele problema me impediria de usá-la. Um dia, porém, a situação passou do limite e reagi com raiva quando, ao tentar pegar minha mochila, vi tudo que estava nela se derramar pelo chão. “Por que você não manda consertar essa coisa?” — sugeriu minha esposa. Levei apenas alguns segundos para perceber que ela estava certa e foi o que fiz. O reparo foi rápido e minha companheira ficou como nova! Ainda a uso e tudo nela funciona perfeitamente. Foi bobeira minha ter esperado tanto para um conserto tão simples. Essa experiência me fez refletir sobre minha vida e as situações boas, más, fáceis e terríveis pelas quais passo. Não é raro minha própria força chegar ao limite. E minhas idas e vindas entre provações e alegrias acabam afetando minha capacidade de funcionar corretamente. No entanto, muitas vezes me recuso a reconhecer a necessidade de ajuda, um problema que

tento ignorar e que sufoca meu espírito. Sigo em frente lidando com metades: meio produtivo, meio alegre, meio realizado, quando minha alma poderia ser inteiramente renovada. Jesus ofereceu reparação completa quando disse: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto.”1 Hoje, não esqueço que, onde quer que eu vá e em qualquer situação em que me encontre, Jesus está comigo. Sua força dá conta de qualquer fardo e Suas misericórdias se renovam a cada manhã.2 Se eu O mantiver no centro da minha existência, pouco importa o que acontece, Ele nunca vai me abandonar. Chris Mizrany é missionário, web designer e fotógrafo na organização Helping Hand na Cidade do Cabo, África do Sul. ■


Por Marie Alvero

Minha alma tem sede “Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim

suspira a minha alma por Ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?”1 Amo essa oração porque expressa a necessidade de Deus no nível mais primitivo, como a de um animal à procura de água. A sede é uma reação involuntária e uma necessidade que exige ser atendida. Levou-me muito tempo para compreender que a necessidade de uma relação estreita com Deus é intrínseca à alma. Não é algo que eu precise criar, apenas reconhecer. Durante anos me preocupei sobre meu relacionamento com Deus, tentando definir o que significava um relacionamento “estreito”. Queria uma fórmula, porque na verdade não entendia o sentido desse relacionamento. Será que 15 minutos de oração mais meia hora de estudo bíblico produzem uma relação estreita? Que tal um bônus de 20 minutos compartilhando insights 1. Salmo 42:1–2 2. Provérbios 3:6 3. Jeremias 29:13

espirituais em um grupo? Será que conta se eu só tentar ouvir a voz de Deus em meu coração? Mas como sei se a voz que ouço é dEle? Como posso ter certeza que temos uma “relação”? A palavra hebraica “yada” significa “saber”, mas não se refere ao conhecimento de fatos memorizados, fórmulas e definições. Fala de intimidade, descoberta e entendimento. Aparece muitas vezes nas Escrituras, como, por exemplo no versículo: “Yada o Senhor em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas”.2 Penso que equivale a dizer que quanto mais profundamente conhecermos Deus, mais facilmente reconheceremos Seu caminho, Sua verdade e Suas maravilhas; mais O perceberemos em um belo nascer do sol, em uma conversa descontraída com amigos, no prazer de uma refeição deliciosa, em um abraço, em uma bela música, em uma boa xícara de café, em um debate intenso e respeitoso, em um treino desafiador, em um humilde pedido de desculpas, em um problema resolvido, em boas notícias e até mesmo em notícias ruins, no início de uma vida e no fim dos dias de alguém.

Meu coração e o seu têm a liberdade de buscar Deus. Sua palavra nos diz: “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.”3 Sua palavra é verdadeira e viva, confiável e inabalável. Deus simplesmente quer que O busquemos, que o yada, para que possa direcionar nossos caminhos para o melhor que a vida tem. Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, vive com o marido e os filhos na região central do Texas, nos EUA. ■

Você conhece Jesus? Se não, pode conhecê-lO hoje, convidando-O para fazer parte de sua vida:

Querido Jesus, acredito que você é o filho de Deus e que morreu por mim. Por favor, perdoe-me pelos erros que cometi e entre em meu coração para que eu possa viver eternamente com Você. Encha-me com o Espírito Santo. Ajude-me a conhecê-lO melhor pela leitura de Sua palavra. Amém. 15


O TAPETE

DE SUA VIDA Com Amor, Jesus

Cada acontecimento na vida, cada pensamento e decisão, cada pequena dose de amor e cada contato com outra pessoa são como fios de um tapete. Dia após dia, fios escuros e brilhantes ganham parte nessa obra e, apesar de muitas vezes parecer faltar lógica e harmonia na trama, no fim dão forma a uma imagem. Quando olho para o tapete de sua vida, vejo uma bela obra! Todas as coisas boas — a felicidade, o senso de realização, o amor que você deu e recebeu, e as vidas que melhoraram por sua causa — são os fios brilhantes. Os escuros representam as dificuldades, as decepções, as provações e as lágrimas. São necessários para realçar os demais e colaboram para dar ao tapete um tom vibrante e rico. Há um plano e propósito, por Mim concebidos, para criar algo glorioso com sua vida: um tapete com cores profundas, detalhes intrincados e muita beleza.


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