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Ciência e Tecnologia

Volt-e fornece mobilidade elétrica por medida

Foi para responder às necessidades de carregamento de baterias para veículos elétricos que Júnior Braga criou a Volt-e, em 2018, em Braga. O CEO garante que a inovação na empresa é contínua e conta em que novas soluções estão a apostar. Reduzir a pegada ecológica é um dever cívico, pelo que a mobilidade elétrica tem estar ao alcance de todos, defende.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

Com o objetivo de poupar custos e minimizar o impacto negativo no ambiente, Júnior Braga, decidiu substituir a frota da empresa têxtil do pai, José Braga, por veículos 100% elétricos. deparou-se com uma lacuna: o carregamento. “Era necessário criar soluções que permitissem uma autonomização face às escassas ofertas de carregamento, até então pouco preparadas para dar resposta às necessidades de empresas com frotas totalmente elétricas”, recorda o fundador e atua cEO da Volt-e, explicando que foi a consciência dessa necessidade que o fez apostar no negócio das soluções de carregamento de baterias de veículos elétricos.

O empresário percebeu que diferentes veículos exigiam diferentes soluções: “A missão passou acima de tudo por garantir que os veículos tivessem a melhor performance possível, revolucionando ao mesmo tempo o mundo automóvel, ao diminuir o número de carros movidos a combustíveis fósseis, minimizando o impacto ambiental. E foi assim que a Volt-e se assumiu, desde a sua génese, como uma empresa inteiramente especializada no fornecimento de qualquer tipo de carregadores destinados à mobilidade elétrica. A visão da Volt-e passa por adaptar a solução de carregamento às necessidades de cada utilizador, tendo em conta caraterísticas como a potência e o modelo de cada veículo, seja num carregamento doméstico, empresarial, na rede pública, integrando a rede MOBi.E, ou mesmo num carregamento portátil.” A empresa emprega mais de uma dezena de colaboradores, “em áreas que vão desde o desenvolvimento de software e produto, avaliação, manutenção, instalação e área comercial”, detalhar o gestor, acrescentando que “na Volt-e há sobretudo o aconselhamento, a formação e a proximidade em cada uma das diferentes etapas”. A principal essência da Volt-e é “ser uma janela aberta para o conhecimento nesta área, esclarecendo eventuais dúvidas e desmistificando conceitos”. As soluções integram “opções de carregamento mais rápido, para locais em que o tempo de permanência seja de curta duração, como um parque de um centro comercial, ou situações em que o carregamento possa acontecer de forma mais lenta, como por exemplo parques de escritórios, habitações, condomínios, entre outros”, informa o empresário, assinalando que fornecem “todo o tipo de carregadores para todo o tipo de clientes” e que o objetivo é “abarcar toda a gama de carregamento”. O que move a empresa é “perceber as necessidades de quem compra um veículo elétrico, seja ele para uso pessoal, ou profissional, e encontrar a reposta certa, num caminho continuo rumo à inovação”.

Júnior Braga criou a marca de carregadores Volt-e e lançou em simultâneo uma empresa tVdE com veículos 100% elétricos. “Está a correr conforme o que foi projetado”, comenta o gestor.

O fundador da Volt-e destaca a

criação de “uma solução inovadora que permite às empresas assumirem legalmente o pagamento dos carregamentos elétricos realizados no domicílio dos seus colaboradores”, bem como “uma solução que permite rentabilizar carregamento de veículos elétricos com recurso a energia fotovoltaica”. A empresa “já fez chegar ao mercado as mais diversas soluções de carregamento em carga dc de baixa e alta potência para empresas, frotas e rede pública”. O atual desafio é “a construção de estações de carregamento em aço inox, novo modelo de carregamento na via pública”.

A Volt-e “assume-se como um dos principais players do setor, destacando-se pela qualidade e diversidade de produtos, adaptados às caraterísticas de cada veículo e às necessidades do seu utilizador, chegando atualmente a países como Espanha, Suíça, irlanda, Alemanha, Kuwait e dubai, com vontade de seguir caminho e continuar”, sublinha Júnior Braga, acrescentando que “os mercados externos representam cerca de metade das vendas da empresa, que pretende reforçar a sua presença internacional com a entrada na América latina e em África. Fez, recentemente, as primeiras vendas para o Quénia”.

A mobilidade elétrica irá crescer e com ela as necessidades de soluções mais eficientes de carregamento. A Volt-e quer estar na linha da frente deste negócio, observa o cEO: “O carregamento aumenta à medida que existem mais carros elétricos. A nossa principal missão é criar soluções ao ritmo do mercado, cada vez mais adaptadas às necessidades de cada empresa e consumidor, mas também às tendências ditadas pela indústria. É nessa quota de mercado que queremos posicionar-nos, sentir que estamos efetivamente a suprir necessidades específicas, sejam elas de nicho ou não.” Enquanto “referência no setor do carregamento elétrico em Portugal e no mundo, a Volt-e continua a desenvolver soluções de software inteligentes a partir do seu laboratório de inovação em Braga”. com a nova linha de estações de carregamento de última geração, a empresa responde às necessidades das principais marcas petrolíferas nacionais, nota Júnior Braga: “ um novo design, maior robustez, autonomia e adaptabilidade, assim como a redução dos tempos de carregamento e a facilidade de manutenção, são algumas das principais vantagens destas novas estações de 40, 60 e 120 KWs. trata-se de um upgrade aos nossos produtos com uma base tecnológica de última geração que nos permitiu desenvolver um sistema de carregamento de alta performance. O facto de termos uma vasta gama de produtos no mercado e de operarmos diariamente com operadores de frota, empresas e clientes finais, permite-nos ter uma visão abrangente de um mercado em constante evolução, em consonância com aquilo que é hoje a realidade da indústria 4.0 e da digitalização. Esta é uma área de evolução contínua, parar significa ficar para trás.”. A Volt-e incorpora peças de plástico amigo do ambiente nas estações e “prepara-se para avançar para uma nova área de negócio centrada na sustentabilidade, com a missão de tornar as empresas portuguesas mais verdes e ecologicamente responsáveis”, sempre com a meta da neutralidade carbónica em perspetiva. Júnior Braga explica o projeto: “como uma empresa com forte missão ecológica, temos como ambição incentivar as empresas e os empresários a tomarem decisões conscientes. Foi assim que, dos carregadores elétricos, a Volt-e evoluiu para uma nova área de negócio, também ela amiga do ambiente. O laboratório de inovação começa agora a desenvolver tecnologia destinada máquinas de produção de plástico de enchimento para embalamento totalmente reciclável. Estamos num mercado altamente digitalizado onde o e-commerce assume uma enorme fatia nos negócios. Olhámos para o mercado e tentamos perceber de que forma poderiam as empresas embalar os seus produtos de forma mais rápida, com um custo menor, reduzindo a pegada ambiental. Acreditamos que esta é uma área com futuro e estamos já a criar uma empresa dentro do grupo dedicada ao desenvolvimento de soluções e produtos com impacto ecológico que apoiem as empresas nessa transição importante. um caminho que prova, acima de tudo, que desenvolvimento sustentável e desenvolvimento económico podem e devem estar do mesmo lado.” 

Revolução da conectividade: iremos interagir com dispositivos inteligentes a cada 18 segundos

A Vodafone estudou o impacto da conectividade nos cidadãos e apresenta o relatório Connected Consumer 2030 (CC2030), avançando cinco tendências-chave que vão permitir enfrentar os desafios atuais, tais como o impacto das alterações climáticas, a escassez dos recursos naturais e o envelhecimento das populações. O estudo adianta que em 2030 um cidadão comum poderá interagir com um dispositivo inteligente cerca de 4.800 vezes por dia.

Texto Actualidade actulidade@ccile.org Foto DR

Lançado pela Vodafone, em parceria com o The Future laboratory, o relatório connected consumer 2030 (cc2030) “prevê de que forma a inovação nos cuidados interligados, cidades inteligentes, transportes, conectividade ética, sustentabilidade e tecnologia futura ajudarão a resolver os desafios da presente geração e a melhorar a vida quotidiana”.

O estudo, divulgado em março pela Vodafone Portugal, conclui que “a revolução da conectividade permitirá que um cidadão comum interaja com um dispositivo inteligente a cada 18 segundos - 4.800 vezes por dia”.

Entre os diferentes avanços, “os dispositivos inteligentes que detetam e previnem doenças vão apoiar a indústria de cuidados de saúde de uma forma sem precedentes” e que “nos próximos 10 anos, as casas terão equipamentos que monitorizam proactivamente a saúde dos indivíduos, podendo diagnosticar mais cedo eventuais doenças e possibilitando assim um modelo preventivo de cuidados de saúde que poderia poupar à indústria da saúde 39 mil milhões de euros por ano”. Por exemplo, os espelhos das casas de banho poderão “ser equipados com sensores que verifiquem o fluxo sanguíneo e as alterações anómalas da cor da pele, ou com microfones inteligentes que solicitem automaticamente uma prescrição através da deteção de sons de tosse e de espirros”.

Até 2030, os consumidores serão capazes de controlar os seus hábitos de consumo com os seus pensamentos, já que os wearable devices serão capazes de ir além do controlo de voz, passando a interagir diretamente com o pensamento do utilizador, sugere o estudo”. Será possível, os utilizadores darem ordens aos seus smart assistants sem ter de falar em voz alta.

A sustentabilidade também será favorecida, já que a “natureza conectada” pode conduzir a um terço das reduções globais de emissões necessárias para atingir os objetivos de 2030, assinala o comunicado da Vodafone: “No final da década, a conectividade será incorporada em árvores, campos e até mesmo nos oceanos, permitindo a monitorização do impacto dos esquemas de regeneração e a avaliação de potenciais ameaças. A recolha de dados permitirá também que as cidades inteligentes identifiquem e reponham o excesso de energia, permitindo que a energia e o calor não utilizados dos edifícios sejam redistribuídos pelas casas ou espaços públicos circundantes. A conectividade será fulcral para alcançar os objetivos de sustentabilidade, juntamente com ferramentas que ajudam os consumidores a tomar decisões mais conscientes, tais como a criação de “certidões de nascimento” digitais que mostram os movimentos e origens dos produtos para avaliar a sua pegada ambiental.”

No que se refere à mobilidade, “os veículos autónomos utilizarão hologramas e inteligência artificial para criar espaços de retalho automóvel”. Espera-se que “o impacto do PiB da conectividade nos transportes atinja os 241 mil milhões de euros até 2030”. Por exemplo, “utilizando hologramas imersivos, as marcas de e-commerce poderão mostrar as suas últimas coleções aos passageiros enquanto viajam, permitindo que os clientes passem pelos produtos e até sejam deixados num local de retalho para fazerem uma compra”.

Neste contexto, “os dados pessoais tornar-se-ão uma nova forma de moeda”, observa a Vodafone, explicando que “à medida que a consciência em torno do valor dos dados pessoais cresce, os futuros consumidores exigirão serviços e experiências personalizados em troca dos mesmos”. Acresce que “com 44% das pessoas a nível mundial a preferirem renunciar o conteúdo personalizado ao invés de partilhar informação, o relatório prevê que os dados pessoais se tornem uma moeda que as marcas terão de pagar ou oferecer em troca de uma experiência elevada”. lutfu Kitapci, diretor geral da Vodafone Smart tech, comenta que “as conclusões do The connected consumer 2030 Report destacam a forma como o ritmo de transformação está a crescer, e como estaremos no centro do mesmo com as nossas soluções de conectividade para ajudar governos, empresas e consumidores a enfrentarem os principais desafios da sociedade”.

Na mesma linha, chris Sanderson, co-fundador do The Future laboratory, considera que nos espera “uma década de mudanças exponenciais”, uma vez que “a conectividade é a chave para esta transformação, ajudando-nos a ser disruptivos e a redefinir aquilo de que a sociedade é capaz”. 

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