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Gabi Pontes Olaria do Mestre João da Rita
Portefólio Olaria Mestre João da Rita
Gabi Pontes Grande Prémio FNA
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Artesão Mestre João da Rita
Concelho Vila Franca, S. Miguel, Açores
Grupo 02 – Artes e ofícios da cerâmica
Atividade 02.02 Olaria
Registo fotográfico Início: 17/06/2016 Fim: 04/07/2016
Desde cedo se interessou pela fotografia, mas só em 2014 se dedicou a explorar esse prazer, tendo feito algumas formações nas áreas da fotografia digital e da edição.
A fotografia tem sido uma constante viagem de aprendizagem e descoberta de si própria e de tudo o que a rodeia.
Assume-se como uma amante de fotografia, estando desde 2017 na Direção da AFAA – Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores.
Nos últimos tempos, tem-se dedicado à fotografia de viagem e ao desenvolvimento de alguns projetos pessoais, nomeadamente:
2019 | “Nordeste e os seus 9 Encantos” – coautora do livro fotográfico das 9 freguesias do Concelho de Nordeste.
2018 | “Ponta Delgada e os seus 24 Encantos” – coautora do livro fotográfico das 24 freguesias do Concelho de Ponta Delgada.
2017 e 2018 | Exposição coletiva “Serralves em Festa”.
2016 | Exposição Individual: “O Sal da Vida”, que versa sobre as vivências cabo-verdianas (Ilhas do Sal e Boavista) e as suas ligações a Portugal. Apresentada no Coliseu Micaelense, em S. Miguel, Açores.
Olaria do Mestre João da Rita
“Deus fez o homem perfeito, do barro que modelou, E agora modela o barro O homem que Deus formou”
Armando Cortes-Rodrigues
O fabrico artesanal de produtos em barro em Vila Franca do Campo, a conhecida “Loiça da Vila”, é, desde sempre, uma referência não só do município mas também de toda a ilha de S. Miguel.
O portefólio apresentado ao concurso Fotografia FNA retrata um desses artesãos, o Sr. João Rodrigues, mais conhecido por Mestre João da Rita, o último dos oleiros tradicionais de Vila Franca do Campo.
Nascido em 1956, desde cedo seguiu os passos do pai, Mestre Jaime Rodrigues, ajudando-o na árdua tarefa da limpeza e pisada do barro vindo da vizinha ilha de Santa Maria.
Há mais de meio século a trabalhar o barro, o Mestre João da Rita mantém a sua olaria tradicional em funcionamento, aberta ao público, onde ainda trabalha ajudado por Rui Rodrigues, um dos seus filhos.
Aqui fabricam-se de forma tradicional potes, tigelas, alguidares, assadeiras mantendo-se a maravilhosa tradição das “loicinhas da Vila”, o encanto de muitas infâncias, como a minha. Utensílios de cozinha para brincar, assobios de água, mealheiros e outras peças em miniatura, vendidas durante as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Brinquedos que mantêm alguma procura no mercado da saudade e que podem ser encontrados na Olaria do Mestre João da Rita, na rua da Cancela, nº 54, S. Pedro, Via Franca do Campo.
A olaria, outrora, importante atividade artesanal e fonte de riqueza de Vila Franca do Campo, é hoje uma atividade e uma arte em vias de extinção. Mantendo-se salvaguardada a tradição, o património cultural e a memória coletiva pela intervenção da Câmara Municipal que, em boa hora, criou a Rota da Olaria. Recuperando, para além da Olaria do Mestre João da Rita, a Olaria Museu Mestre António Batata e a Olaria do Mestre José Batata. E, ainda, o Forno Museu Manuel Jacinto Carvalho, forno coletivo construído no século XIX.
Percorrer a Rota da Olaria de Vila Franca do Campo é viver, em três dimensões, um trecho da história deste concelho, da ilha de S. Miguel e dos Açores. A possibilidade de ouvir histórias do barro, contadas por quem as viveu, admirar peças de outrora e dos mestres oleiros da região. Meter as mãos na massa ou, melhor dizendo, no barro, aprender algumas noções e técnicas de olaria e, porque não, lançar-se na roda de oleiro e fazer uma peça de autor.
Gabi Pontes