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António Tedim A Tesoura de Tosquiar Ovelhas

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28ª Edição

28ª Edição

Portefólio A tesoura de tosquiar ovelhas

Artesão Mateus Miragaia

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Concelho Guarda

Grupo 06 - Artes e ofícios de trabalhar o metal

Atividade 06.04 - Arte de trabalhar o ferro

Registo fotográfico Início: 10/05/2019 Fim: 08/06/2019

António Tedim Prémio CEARTE

O interesse pela fotografia surgiu tarde na vida de António Tedim, mas rapidamente se transformou numa paixão. Fotógrafo amador, tem dedicado uma boa parte do seu tempo livre à arte fotográfica, quer fotografando quer no estudo da técnica. Confessa que “Fotografia é liberdade, testemunho e um modo de ler o mundo e ver a vida”.

Tem como temas preferidos a fotografia documental e o fotojornalismo, mas também gosta de se “perder” na urbe, fazendo fotografia de rua.

Já realizou 22 exposições individuais e participou em várias dezenas de exposições coletivas, em Portugal e em mais de 15 países estrangeiros.

Tem participado em múltiplos concursos fotográficos, em Portugal e no estrangeiro, porque encontra neles a melhor forma de aferir o seu trabalho. Já recebeu mais de 200 prémios, maioritariamente em Portugal, mas também em Espanha, Alemanha, Áustria, China, França, Argentina e Itália

A Tesoura de Tosquiar Ovelhas

Reza a história que a tesoura tem antepassados que remontam a 1500 anos a C, assumindo, cerca do ano 100, no Império Romano, o formato de lâminas assimétricas que hoje conhecemos. Mas é só com a sua manufatura, a partir de 1751, que as tesouras adquirem a atual popularidade.

A sua produção artesanal, hoje coisa rara, fazem do Senhor Mateus Miragaia, que se saiba, o único artesão do país a fabricar tesouras para tosquiar ovelhas.

O fabrico artesanal de uma tesoura, como explica o artífice, começa com o corte de duas tiras de chapa de aço laminado, com cerca de 20 cm de comprimento. Estas peças são levadas à forja até à incandescência, o que permitirá moldá-las, processo que, a par do esmerilar, maior mestria requer nesta arte.

O martelo, pequeno mas pesado, e as pancadas certeiras e ritmadas sucedem-se dando forma a cada uma das lâminas. Como diz o Sr. Miragaia “o segredo está nas pancadas”.

Uma vez moldadas, em cada uma das lâminas é feito um furo para receber o eixo que ligará as duas partes. Para isso, e com o metal novamente incandescente, é utilizado um pontão para executar o orifício. As lâminas passam agora à fase de amolação, que é executada pela passagem sucessiva nos quatro esmeris utilizados, do mais grosso até ao polidor.

Afiadas as lâminas, para terminar a tesoura, falta o fabrico e colocação do eixo que liga as duas partes da tesoura. “Um casamento para a vida” afirma, com humor, o Senhor Mateus Miragaia.

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