Sem Crise- Inverno 2015

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ANO X | Volume 26 | Inverno 2015 | ISSN 1808-7949

+EVENTOS

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CAF 2015

II ENCONTRO DE NEUROCIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA - 360°


A

edição de inverno da Sem Crise, na estação mais fria do ano, traz a sensação de vivermos um tempo atemporal refletido no emblemático poema de Carlos Vogt, “Casa Editora”, que ilustra o passado, o futuro e o presente que não se narra, que acontece e se esquece.

CORPO EDITORIAL Alessandro vem de uma “minirrevisão” bibliográfica que atualiza as novidades científicas sobre a Epilepsia neste primeiro semestre do ano.

O artigo de Nayene Eid, participante do I Concurso de Fotografia e Imagem que teve a sua foto como a mais votada pelo público, traz uma O início de 2015 foi marcado pelas narrativa de como foi participar do ações da ASPE em colaboração Concurso mostrando o “olhar sobre com o CEPID BRAINN, no evento a epilepsia” por trás da lente de sua da PRP-Unicamp, “Ciência e Arte câmera. Também é da nossa quenas Férias”, com a oficina “Como o rida Nayene o texto de depoimento, cérebro funciona” e a conscientiza- visto ser uma profissional da área ção sobre a epilepsia. Acompanhe da saúde (odontologia), que apoia também na seção RADAR o que as nossas campanhas de divulgaaconteceu no dia 26 de março, data ção e conscientização sobre a epiem comemoração mundial do lepsia. “Purple Day”, que neste ano contou Também aproveitamos este nosso com a participação de muitos colaeditorial para antecipar que na próboradores e apoiadores da causa xima Edição de Primavera da Re“Vista o Roxo”. vista Sem Crise serão conhecidas A partir desta edição contamos com as fotos que participaram e os gamais um novo colaborador da revis- nhadores (categoria votação públita Sem Crise. Trata-se de Marcos ca e categoria comissão avaliadoAlessandro Silva, Doutorando em ra) do II Concurso sobre Fotografia Medicina – Neurologia – HC/USP. e Imagem “Olhares sobre a EpilepEle escreve uma resenha sobre o II sia, edição 2015. Encontro sobre Neurociências na Por fim, desejamos que apreciem a Educação Inclusiva-360º e faz uma SEM CRISE, aproveitando para análise do trabalho de Gabriela nos despedir do inverno, já deixanSpagnol, que recebeu Menção do marcado um reencontro na PriHonrosa pelo seu trabalho (pôster) mavera. Até logo mais! intitulado de “Epilepsia fora das sombras: ASPE apoia o workshop Muito obrigada e boa leitura! realizado na disciplina de primeiros socorros para alunos PROFIS na Unicamp”. Um trabalho dignificante que mostra mais uma ação de trabalho efetivo da ASPE. Parabéns à nossa querida secretária-executiva, Gabriela!

DIRETOR DE REDAÇÃO Li Li Min

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E ARTE Alline Camargo e Sueli Adestro

REVISÃO Sueli Adestro e Carolina Toneloto

REPORTAGENS Gabriela Spagnol

COLABORADORES DA EDIÇÃO Carlos Vogt Gabriela Spagnol Marcos Alessandro Silva Nayene Leocádia Manzutti Eid

CONTATOS www.aspebrasil.org semcrise@aspebrasil.org ___________________

Sem Crise

A revista é o veículo de informação da ASPE e da EpiBrasil. Sua periodicidade é sazonal e objetiva a divulgação do tema “Epilepsia” para as comunidades leiga e acadêmica. Visa também o debate entre os vários agentes do assunto: pacientes e seus familiares, profissionais que atuam diretamente no tratamento, pesquisadores das diversas áreas do conhecimento além dos gestores públicos e políticos da saúde.

QUEM PODE PUBLICAR? Qualquer pessoa pode enviar o seu texto, anonimamente se desejar. O texto será analisado pelos editores e, se julgado pertinente, entrará nas futuras edições ou suplementos da revista.

Isilda Assumpção

A outra colaboração de Marcos

Presidente da ASPE 2


Casa Editora Carlos Vogt

O passado tem a propriedade de não poder ser editado

O futuro não se replica Composições, Improvisações e Impressões Série de quadros realizados entre 1910 e 1914 Wassily Kandinsky (1866-1944)

não se conta não se publica

O presente não se narra acontece ao acontecer se esquece 3


Ciência e Arte nas Férias: Oficina “Como o Cérebro Funciona?” e a conscientização sobre a Epilepsia

A

Oficina "Como o Cérebro Funciona" foi apresentada no "Ciência e Arte nas Férias" (CAF), um evento organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP-Unicamp), contando com palestras e dinâmicas interacionistas com a participação de alunos do Ensino Médio, que puderam conhecer muitas curiosidades sobre o cérebro, como noções sobre o cérebro, o que há dentro dele e o que acontece quando o cérebro não funciona direito e podem ocorrer algumas doenças como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a Epilepsia. A oficina contou com as colaboradoras e palestrantes: Luciana Ramalho, Jéssica Vicentini, Gabriela Spagnol, Alice Sarantopoulos e Alline Camargo. A ASPE foi muito bem representada com uma palestra de conscientização sobre a epilepsia. Ensinando sobre a epilepsia, quebramos o preconceito e o estigma que a pessoa sofre. Assista o episódio especial do ABCérebro TV- Brainn Reporter no registro da aplicação da Oficina “Como o Cérebro Funciona”, com acesso em: https://youtu.be/E7z6JWhFYYc.

Palestras e desafios realizados pelos alunos do Ensino Médio na Oficina “Como o Cérebro Funciona”, com destaque para o Neuro-Quiz interativo e a exposição anatômica de modelos sintéticos do cérebro.

À esquerda, gravação do episódio especial para o ABCérebro TV - BRAINN Reporter. À direita, palestra de boasvindas para a Oficina “Como o Cérebro Funciona”.

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ASPE no dia 26 de Março:

Purple Day 2015 Junte-se a nós no Purple Day!

A

epilepsia é a doença neurológica crônica grave mais comum em todo o mundo e afeta todas as idades, raças e classes sociais. Impõe um peso grande nas áreas psicológica, física, social e econômica, revelando dificuldades não só individuais, mas também familiares, escolares e sociais, especialmente devido ao desconhecimento, crenças, medo e estigma.

diante de uma convulsão, nas Unidades Básicas de Saúde de Campinas em parceria com o Centro de Educação ao Trabalhador da Saúde e Secretária de Saúde (CETS). Luzes roxas foram acesas em locais de grande visibilidade como a Unicamp, em frene ao Paço Municipal da Prefeitura de Campinas e no ponto turístico “Castelo também em Campinas-SP.

No Brasil, é estimado que existam três milhões de pessoas com epilepsia, sendo que a este número somam-se 300 novos casos por dia. Aproximadamente 50% dos casos de epilepsia tem início na infância e adolescência. Provavelmente, a maioria destas pessoas carrega o estigma de “epiléptico”, mas muitos ainda não sabem que o tratamento existe e é eficaz, podendo controlar 80% dos casos.

Em parceria com o Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) do Brazilian Research Institute for Neuroscience and Neurotechnology (BRAINN) e com o canal do Youtube ABCérebro TV, a ASPE lançou o II Concurso de fotografias "Olhares sobre a Epilepsia" – 2015.

Buscando ampliar as ações de divulgação para o ano de 2015, a ASPE, em parceria com a Fundação Internacional Anita Kaufmann, promoveu o Purple Day (Dia Roxo), celebrado no dia 26 de março, no Brasil.

Também foi divulgado um vídeo de conscientização sobre a epilepsia que teve o roteiro e a produção da nossa colaboradoravoluntária Alline Camargo e seu grupo de jovens colegas em parceria com o ABCérebro TV. O vídeo contou com a participação de mais de 20 alunos dos cursos de Fisioterapia, Psicologia, Nutrição e Biotecnologia da Universidade de Sorocaba (UNISO). Acompanhe este comovente vídeo de conscientização sobre a epilepsia. Acesso disponível em: https://youtu.be/Vi1NibAfVKc.

O dia roxo foi fundado por Cassidy Megan da Nova Scotia, Canadá em 2008. Aos 9 anos, motivada pelas dificuldades que ela passou, decidiu se levantar para tirar a epilepsia das sombras. Hoje, o Purple Day é um dia internacional voltado para quebrar mitos e difundir informações para mostrar que as pessoas com epilepsia não estão sozinhas. Convidamos você para fazer parte dessa campanha! Nesse dia foram distribuídos folhetos explicativos sobre a data, com orientações sobre o que fazer

Confira as fotos na página seguinte.

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Veja também no programa Registro Geral – RTV Unicamp, a síntese das atividades do Purple Day – ASPE – Brainn – UNICAMP (2015). Acesso disponível em: https:// youtu.be/Bgtj0iDdaGw. Informe-se. Divulgue. Vista o roxo também! A sua participação é muito importante para transformar essa data em um marco nacional da campanha para a conscientização sobre a Epilepsia! Juntos podemos fazer a diferença! Atenciosamente,

Dr. Li Li Min - Embaixador da Epilepsia no Brasil

Diretoria da ASPE.

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II Encontro de Neurociências na Educação Inclusiva - 360° Por Marcos A lessandro Silva Membro da Comissão Cientifica do II Encontro de Neurociências na Educação Inclusiva 360º 2015; Doutorando em Medicina – Neurologia - HC/USP; Especialista em Medicina do Sono – Afip/Instituto do Sono-SP; MBA Administração Hospitalar e Gestão em Saúde; Esp. Qualidade de Vida no Trabalho.Fea/Usp; Gestor de Projetos em Saúde e Educação - Associação Missionárias do Coração de Maria - AMCM.

E

m sua segunda edição, o evento NEUROCIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 360º aconteceu no dia 10 abril de 2015, na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM/ UNICAMP), promovido pelo CEPID BRAINN. O evento discutiu a questão da criatividade e o

processo de aprendizagem. Rico em informações, o evento premiou os trabalhos científicos que despontaram pela originalidade e relevância social e educacional. Minha participação foi como membro da comissão científica e na condição de coordenador e avaliador da seção pôster. Escolher entre um deles foi um trabalho de criteriosa e detalhada análise, dada a qualidade dos trabalhos submetidos. Na categoria de Pôster foi premiada MARIANA DE SOUZA

Prof. Dr. Fernando Cendes (FCM-Cepid BRAINN) e Profª Drª Gabriela Castellano (IFGrupo de Neurofísica - Cepid BRAINN), na abertura do evento.

PAVAN e COLABORADOR, com o trabalho “UTILIZAÇÃO DO

NEUROFEEDBACK

NO

TRATAMENTO

DOS

TRANATORNOS DE APRENDIZAGEM”. Já na categoria de Comunicação

oral

foi

premiada

VIVIANE

LOURO

e

COLABORADORES, com o trabalho “APRENDIZAGEM MUSICAL

CRIATIVA

E

O

DESENVOLVIMETO

CONITIVO EM ALUNOS COM TEA (TRANSTORNO DO ESPECTRO DE AUTISTA)”. As fotos referentes às premiações

seguem na próxima página.

Dr. Li Li Min diretamente de Boston-USA (via internet - online) na abertura do II Encontro sobre Neurociências na Educação Inclusiva – 360º

É de suma importância a aproximação da educação com a saúde, e essa ponte quem faz muito bem é a Neurociência, sendo a ciência responsável por estudar o cérebro humano, assim como desvendar o funcionamento cerebral, suas funções, sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, alterações, e sua relação com o ambiente em que estamos inseridos. Quando nos referimos à educação e à aprendizagem, estamos falando em processos neurais, redes que se estabelecem por meio dos neurônios que se ligam e fazem novas conexões. E o que

Marcos Alessandro entregando outros títulos de menção honrosa.

entendemos por aprendizagem? Aprendizagem, nada mais é do 7


que esse maravilhoso e complexo processo através do qual o cérebro reage a estímulos do ambiente que

ativam as ligações entre os neurônios estabelecendo uma nova rede neuronal. Isso significa que a cada estímulo novo, a cada repetição de um comportamento a ser consolidado entra em ação circuitos que processam as informações a serem consolidadas. O cérebro, esse órgão complexo e misterioso, é fundamental no processo da aprendizagem. Se direcionarmos a nossa compreensão nesse sentido, o uso de estratégias didáticas adequadas para um ensino dinâmico e prazeroso provocará alterações na quantidade e qualidade de conexões neuronais, ativando o funcionamento cerebral de forma positiva e resultados satisfatórios. Certamente, a segunda edição do Encontro de Neurociências na Educação Inclusiva 360º trouxe trabalhos que contribuíram para uma reflexão de como a escolas e os profissionais da educação, bem como os da saúde, podem se aproximar cada vez mais de seus alunos, experimentando e avaliando novas estratégias pedagógicas que sejam possíveis de serem usadas na prática da sala de aula. É possível assistir no Programa Registro Geral, RTV Unicamp, a síntese do evento que deu início ao Pré-Congresso BRAINN 2015, com acesso disponível em: https://youtu.be/cfeZcIRp1jk.

Profª Drª Gabriela Castellano, Sueli Adestro, Carolina Toneloto (organização) e Mariana de Souza Pavan, premiada na categoria pôster.

Premiação de Viviane Louro e autores colaboradores, na categoria comunicação oral.

Debates e apresentações de pôsteres marcaram o II Encontro sobre Neurociências na Educação Inclusiva - 360°

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Menção honrosa para o pôster de Gabriela Spagnol

O trabalho “Epilepsia fora das sombras: ASPE apoia o workshop realizado na disciplina de primeiro socorros para alunos PROFIS na Unicamp”, apresentado na categoria pôster, recebeu do Comitê Científico o título de menção honrosa. A ASPE esteve representada pela mestranda Gabriela Spagnol e autores. O trabalho apresentou a Epilepsia como sendo a doença neurológica crônica mais comum em todo o mundo, cujo objetivo foi relatar a experiência de um workshop patrocinado pela ASPE (Saúde para Pacientes com Epilepsia), no âmbito do Curso de Primeiros Socorros para os estudantes de PROFIS - Unicamp, como parte das atividades do Programa de Estágio Docente. Além de conceitos de Primeiros Socorros, este workshop também visa promover a conscientização sobre a epilepsia, a partir do questionamento sobre a percepção do aluno. Os autores apresentaram os aspectos positivos deste workshop, que se revelou eficaz no processo de ensino-aprendizagem dentro do grupo de estratégias educativas aplicadas pela ASPE, em 2014. Parabéns, Gabriela Spagnol!

À esquerda, Gabriela Spagnol e Prof. Dr.ª Ariane Porto (IA-Unicamp) na seção de pôsteres do II Encontro sobre Neurociências na Educação Inclusiva - 360°. À direita, entrega do título de menção honrosa para Gabriela Spagnol, pelas mãos de Carolina Toneloto.

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“Epilepsia Fora das Sombras”: ASPE apoia o workshop realizado na disciplina de Primeiros Socorros para os alunos PROFIS na Unicamp GS Spagnol1,3, ARM Beck2, LM Li1. ¹ Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia (ASPE). ²Faculdade de Enfermagem (FEnf), UNICAMP. ³Faculdade de Ciências Médicas, UNICAMP.

Introdução: A epilepsia é a doença neur ológica

ProFIS, o aluno pode ingressar, sem vestibular, em

crônica mais comum em todo o mundo. Além de

um curso de graduação da UNICAMP.

seus desafios psicológicos, físicos e econômicos, ela também revela barreiras relacionadas com a

Objetivo:

Este

wor kshop

família, escola e sociedade, especialmente devido

atividades do Programa de Estágio Docente do

ao estigma e à falta de conhecimento. Desde 2002,

autor deste estudo. Junto aos conceitos de

a organização não-governamental chamada ASPE

Primeiros Socorros, este workshop também visa

(Saúde para Pacientes com Epilepsia) é a executora

promover a conscientização sobre a epilepsia, a

oficial da Campanha Global 'Epilepsia fora das

partir do questionamento sobre a percepção do

sombras’ da Organização Mundial de Saúde

aluno. Tal atividade lançou as bases para a

chamado, visando uma maior conscientização

construção do conhecimento dentro do grupo,

sobre a epilepsia no Brasil [1]. Este trabalho

capacitando-os

apresenta um workshop patrocinado pela ASPE,

multiplicadores.

também

foi

par te

para

das

serem

em setembro de 2014, no âmbito do Curso de Primeiros Socorros para os estudantes do Programa

Métodos: As atividades for am planejadas como

de Formação Interdisciplinar Superior (PROFIS –

três oficinas de uma hora cada, realizadas no

Unicamp). Este programa visa um curso piloto que

mesmo formato por três grupos de 20 alunos em

dá acesso ao ensino superior da Universidade,

dois dias diferentes, em parceria com o supervisor

voltado aos estudantes que cursaram o ensino

deste módulo, alunos de graduação e pós-

médio em escolas públicas de Campinas. O

graduação. Os workshops foram estruturados para

currículo do ProFIS inclui disciplinas das áreas de

incentivar a construção do conhecimento sobre a

ciências

e

epilepsia, ensinando sobre a doença, o tratamento e

tecnológicas, distribuídas por dois anos de curso. O

os procedimentos para atender uma crise de

objetivo é oferecer aos alunos uma visão integrada

epilepsia, desmistificando conceitos errôneos com

do mundo contemporâneo, capacitando-os para

o intuito de reduzir o preconceito. Em primeiro

exercer as mais distintas profissões. Concluído o

lugar, cada participante foi questionado sobre seu

humanas,

biológicas,

exatas

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conhecimento prévio. Com base nessa conversa,

ASPE, mostrando que o conhecimento tinha sido

definições sobre o tema foram introduzidas,

efetivamente

utilizando slides, vídeos e depoimentos de pessoas

iniciativas [2].

construído

por

meio

dessas

com epilepsia como recursos pedagógicos. Como conclusão, dois estudantes foram convidados a

Conclusão: Com o apoio da ASPE e em par cer ia

demonstrar como

assistir uma pessoa com

com a Faculdade de Enfermagem, essas oficinas

epilepsia durante uma convulsão, agindo de acordo

representaram um esforço em grupo para propagar

com os comandos verbais do resto da turma.

a conscientização sobre a epilepsia entre estudantes do

PROFIS.

A

discussão

e

os

recursos

Resultados: No total, os wor kshops contar am

educacionais permitiram o espaço para tirar

com a participação de 120 alunos. A percepção

dúvidas e desmistificar conceitos sobre a Epilepsia.

destes revelou que o conhecimento anterior sobre a

Os participantes demonstraram certeza ao replicar

epilepsia

informações

as informações sobre esta doença e seu tratamento,

incorretas. Os alunos descreveram corretamente os

assim como capacidade de explicar e ensinar

cuidados necessários

durante uma crise de

colegas. Além do resultado positivo dessas

epilepsia, pois relataram ter lido anteriormente em

oficinas, também se revelou eficaz o efeito ensino

cartazes afixados em ônibus da cidade de

aprendizagem

Campinas. Além disso, eles comentaram sobre

educativas aplicadas pela ASPE em 2014.

foi

intercalado

com

neste

grupo

de

estratégias

uma simulação de crise realizada durante o Dia Roxo (26 março de 2014) no restaurante universitário, durante a qual foi ensinado também sobre a epilepsia. Essas duas ações, os cartazes e a

Referências: [1] Li LM et al., Arq. Neuro-Psiquiatr. 65(1): 5 -13, 2007; [2] Spagnol GS, J Epilepsy Clin Neurophysiol 20 (3): 144-147, 2014.

simulação no bandejão, foram organizadas pela

A epilepsia não é contagiosa.

Contagioso é o preconceito! Acesse www.aspebrasil.org

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Epilepsia e distúrbios do sono: o que há de novo no primeiro semestre de 2015 Por Marcos A lessandro Silva Doutorando em Medicina – Neurologia - HC/USP; Especialista em Medicina do Sono – Afip/Instituto do Sono-SP; MBA Administração Hospitalar e Gestão em Saúde; Esp. Qualidade de Vida no Trabalho.Fea/Usp; Gestor de Projetos em Saúde e Educação Associação Missionárias do Coração de Maria - AMCM.

INTRODUÇÃO

MÉTODO

Como bem sabemos, o nosso cérebro funciona 24 horas por dia, mesmo enquanto estamos dormindo. E isso acontece, porque temos milhões e milhões de neurônios que fazem sinapse (comunicação) através de neurotransmissores e impulsos elétricos. Aliás, é nessa hora que nosso cérebro trabalha muito (quando estamos dormindo). Quando o cérebro não funciona adequadamente, pode desencadear condições neurológicas que comprometem o funcionamento do nosso corpo, além de doenças. Como, por exemplo, se houver um excesso muito forte desses impulsos elétricos ocorrem as Crises Epiléticas, podendo ser Parciais (quando manifestam-se em uma parte do corpo como em um braço, uma perna ou somente o rosto por exemplo, podendo vir acompanhada de perda de consciência), ou as crises Generalizadas, que são aquelas que manifestam-se através do envolvimento de todo o corpo. Outro aspecto de algumas complicações pelo mau funcionamento do cérebro pode ser a nossa má qualidade do sono. Elas podem ser advindas de questões internas, biológicas e hereditárias, bem como no ambiente em que estamos inseridos e nosso ritmo de vida. Sabemos também que a nossa qualidade de vida está ligada diretamente à qualidade de sono que temos, e que o sono é essencial à vida do ser humano, como respirar, alimentar-se, e beber água. O fato de dormir, além de promover o descanso físico e mental, também promove um bom equilíbrio em nosso organismo: a curto, médio e a longo prazo. E considerando que a pessoa com epilepsia necessita dormir como qualquer outra pessoa, faz-se necessário que façamos uma ponte entre a qualidade o sono e a qualidade de vida desta pessoa. Isto posto, este artigo vem apresentar o que há de novo, e o que está sendo comentado no Brasil e no Mundo a respeito do dueto: SONO e EPILEPSIA.

Fizemos uma minirrevisão da literatura, com o objetivo de atualizar as discussões sobre sono e epilepsia. E identificar quais são as discussões que mais estão em foco e entender a tendência de estudos nesse tema no ano de 2015. Para tanto, utilizamos as seguintes palavraschave : epilepsia, sono, sonhos e 2015. Utilizamos a base de dados US National Library of Medicine National od Health – PUBMED. Na primeira busca com os descritores de sono e epilepsia tivemos como resultado 196 estudos. Nessa segunda triagem encontramos no primeiro semestre de 2015, 16 estudos .Alem da base de dados PUBMED, recrutamos também alguns artigos de periódicos. Nesse caso encontramos 5 estudos que foram inseridos nessa “minirrevisão”. Os critérios de inclusão para o estudo foram estudos publicados no primeiro semestre de 2015. OS ACHADOS Com o intuito de verificar o que a comunidade científica está debatendo sobre “Sono e Epilepsia”, este estudo buscou nos primeiros seis meses do ano de 2015 evidenciar tais discussões acerca desse tema, com o objetivo de atualizar as tendências dessas discussão que chamamos aqui de “minirrevisão”. Na literatura cientifica existe um grau de influência entre o ciclo sono–vigília e a ocorrência de alguns tipos de crises convulsivas. As crises das epilepsias de lobo frontal, síndrome de Landau–Kleffner e epilepsia benigna ocorrem durante o sono ou ao despertar. Um fato reconhecido pela literatura é que a privação de sono é um fator precipitante de crises convulsivas. Na outra ponta das crises a epilepsia também pode trazer alterações da arquitetura do sono, principalmente as encefalopatias epilépticas progressivas, síndrome de West e Lennox-Gastaut, em que pode ocor12


rer até uma ruptura total dos padrões normais de organização dos estágios do sono. Os indivíduos que tem epilepsia apresentam sono fragmentado, alteração no sono NREM nos níveis I , II , diminuição do nível III e alterações do sono REM e podendo ser diminuído. O controle das crises com drogas antiepilépticas pode ser efetivo na melhoria destes aspectos. Existem pessoas que sofrem de epilepsia e desenvolvem crises epilépticas durante o sono. Essas crises ocorrem tanto durante o sono quanto ao despertar, sendo mais comuns na infância. Os estudos demonstram que as crises podem acontecer na vigília ou no Sono REM, porém sendo mais frequente no sono NREM. Outro tipo de crise, as da epilepsia mioclônica juvenil costuma ocorrer após o despertar, pela manhã. Estudo também apontam que recém-nascidos também podem ter crises epiléticas pois, existem diversos fatores que aumentam o risco, como por exemplo: quanto mais prematuro o bebê, maior o risco de evoluir com crises epilépticas no período neonatal; o uso de drogas ilícitas pela gestante; presença de malformações cerebral; baixo peso de nascimento: abaixo de 1.500 g; idade avançada da gestante e histórico de epilepsia na família dos pais, além de icterícia severa. Um dos achados dessa “minirrevisão” discute o impacto da duração do sono na frequência de crises em adultos com epilepsia: um estudo do diário do sono. O estudo discute a privação de sono prolongada ativa anormalidades epileptiformes no EEG e convulsões em pessoas com epilepsia. Poucos estudos têm abordado o efeito da privação parcial de sono crônica sobre a ocorrência de apreensão em populações com epilepsia. Este estudo testou a hipótese principal que a privação de sono parcial sobre 24 e 72 horas períodos aumenta ocorrência apreensão em adultos com epilepsia. Esse estudo acompanhou 1295 pessoas, que apresentaram 5,5 ± 7,0 (média ± SD) crises por mês. Em relação ao tempo total de sono foram observados que uma diminuição em 8 min mais curta do que durante os períodos livres de crises (p = 0,51), e esta diminuição no tempo total de sono não foi suficiente para estar associada a relação das crises, porem sugere uma observação para qualidade de vida. Cobabe MM e Cols (2015). Okanari e Colaboradores (2015) se preocuparam em avaliar se o estágio REM reduz as descargas epileptiformes interictais – (IEDs) generalizadas. O estudo demonstra a importância de avaliar o estagio REM em crianças com IEDs

generalizadas, pois revela picos epileptogênicas lateralizado. O achados desse estudo foi que a taxa de ocorrência média de IED generalizadas durante o sono REM é de 37% , em relçao ao estodo fisiologico N-REM (67%, p <0,001) e de vigília (54%, p = 0,003). Esse estudo apresentou uma robustez significativa muito valiosa para a literatura científica. Estudos sobre a epilepsia vem avançando cada vez mais em relçao ao Sono, tanto dos aspectos clinicos e fisiologicos de comportamentos. Esses aAvanços foram alcançados em parte através do uso de métodos de gravação intracerebrais tais como, por exemplo, SEEG tem contribuído para clarificar a semiologia das crises relacionadas ao sono; além disso, as gravações de EEG intracerebrais derivadas de pacientes com epilepsia têm sido valiosas para estudar a fisiologia do sono e distúrbios específicos do sono. A co-ocorrência ocasional de parassonias relacionadas com NREM em pacientes com epilepsia, submetidos a investigação S-EEG, tem permitido as gravações de tais eventos, reforçando a presença de estados eletrofisiológicos, dissociando locais e clarificação da substrato fisiopatológico subjacentes de tais distúrbios do sono NREM. Gibbs SA e Colaboradores (julho, 2015). Outra relação bem aparente em pacientes de epilepsia são as insônias. Nesse sentido, um estudo que visa avaliar os efeitos positivos da acupuntura em pontos de acupuntura Feng-Chi sobre o tratamento da epilepsia e insônia têm sido bem documentado na literatura chinesa antiga. A falta de evidencia científica para elucidar os mecanismos que estão por trás desses efeitos, foi objeto do estudo, para YiPL e colaboradores (julho, 21015) . O estudo conclui que os resultados indicam que a baixa freqüência de estimulação de pontos de acupuntura Feng-chi é benéfica para melhorar a epilepsia e perturbações do sono induzida por epilepsia, e que os receptores de opióides no CeA mediar os efeitos terapêuticos da eletroacupuntura EA. Outro artigo com o objetivo de estudar como as oscilações de alta frequência (HFO) são suprimidos de forma diferente durante o sono REM entre córtices epileptogênicas e menos epileptogênicas, e afirma que o efeito supressor pode servir como um marcador específico de epileptogenicidade. Sakuraba R., e colaboradores em Maio de 2015, apresentou eletroencefalografia intracraniana (EEG) que foi registrado em 13 pacientes com epilepsia fármaco-resistente. HFOs entre 80 e 200Hz estavam semi-automaticamente 13


detectados a partir do total épocas de 15 min cada EEG para REM e sono de ondas lentas (SWS). ZScore de taxa de ocorrência HFO foi calculado a partir da taxa de referência derivado do córtex nãoepileptogênico. Eletrodos intracranianos foram rotulados como REM dominante HFO (RDH) se REM z-score foi superior a SWS z-score ou como SWS HFO dominante (SDH) se SWS z-score foi superior REM z-score. Relação de localização para a área do elétrodo de ressecção cirúrgica foi comparado entre aro e SDH elétrodos. As oscilações de altas frequencias- HFOs perto da zona epileptogênica são menos reprimidas durante o sono REM, e podem proporcionar um marcador específico de epileptogenicidade, conclui o estudo. No mês de julho, do corrente ano, um dos achados é o estudo de Adachi H. sobre parassonias, que analisa os vários comportamentos de idosos durante o sono ou o tempo que ele passa na cama. O distúrbio comportamental do sono REM tem maior parte prevalência em pessoas idosas. Nos ultimos anos, o disturbio do comportamento do sono REM, tem recebido muita atenção em psiquiatria geral ou de ligação para diagnóstico e tratamento para estes problemas.O estudo também demonstra que o reaparecimento de um distúrbio nãoREM é menos frequente nos idosos, no entanto, é importante compreender as características clínicas sobre parassonias para a diferenciação entre epilepsia e delírio. Ao falar em epilepsia não podemos deixar de falar das doenças neurologicas, e é claro, dos disturbios do sono. Os distúrbios do sono podem ser diagnosticados em aproximadamente 15% da população e têm demonstrado aumentar com a idade. A relação entre os distúrbios do sono e distúrbios neurológicos ainda são considerados insuficientemente na prática clínica. Os distúrbios do sono podem ser um sintoma precoce da doença, tais como a presença de movimento rápido dos olhos (REM) distúrbio comportamental do sono REM, como um indicador precoce de neurodegeneração. Os distúrbios do sono têm também demostrado ser um sintoma principal de várias síndromas neurológicas, tais como na síndrome de pernas inquietas, desordem de movimentos periódicos dos membros e narcolepsia ( o desejo incontrolável de dormir). O estudo faz uma analogia à classificação internacional de distúrbios do sono em sua 2ª edição (ICSD 2). Nela, são descritos os principais diagnósticos: insônia, distúrbios do sono relacionados ao ritmo circadiano, distúrbios respiratórios relacionados ao sono e

hipersonolência. Então, estesfatores podem ser confundido como sintomas de várias doenças neurológicas. Sendo assim, as parassonias são amplamente consideradas como um diagnóstico diferencial para epilepsia noturna. (Kotterba, junho 2015). Já o estudo de Gummadavelli A. e Colaboradores (junho, 2015), com o titulo ‘A neuroestimulação para melhorar o nível de consciência em pacientes com epilepsia trava uma discussão a respeito da quando epilepsia fármacoresistente está mal localizada ou a ressecção cirúrgica é contra-indicada, e as estratégias de neuroestimulação atuais, como a estimulação cerebral profunda e estimulação do nervo vago podem atenuar a frequência e severidade das convulsões. O estudo apresenta um questionamento: apesar da terapêutica médica e neuromodulador, uma proporção significativa de pacientes continuam a experimentar a desativação convulsões que prejudicam a consciência, causando deficiência e risco de ferimento ou morte súbita inexplicável. O estudo propõe ainda uma nova estratégia na qual neuromodulação é usado, não só para reduzir convulsões, mas também para melhorar a consciência diminuída quando o paciente está no ictal e estados pós-ictais. Melhorar aprevenção de acidentes, afogamentos, quedas, risco de morte, é qualidade de vida. Estudos recentes podem ter elucidado redes e mecanismos de consciência prejudicada subjacente e produzir novos alvos potenciais para neuromodulação. A viabilidade, benefícios e armadilhas de potenciais alvos de estimulação cerebral profunda são ilustrados em estudos humanos e animais envolvendo estados minimamente conscientes / vegetativo, distúrbios do movimento, profundidade da anestesia, regulação do sono-vigília, e epilepsia. Nós revisamos evidências de que alvos terapêuticos viáveis para a consciência prejudicada associadas a crises podem ser fornecidas por nós fundamentais do sistema de consciência no sistema reticular do tronco cerebral, hipotálamo, gânglios basais, tálamo e cérebro anterior basal de ativação. Menezes Cordeiro e colaboradores (Julho, 2015) vem apresentar uma discussão acerca do Sono e sua influência no padrão EEG intracerebral de displasia cortical focal. A Displasia cortical focal (FCD) é capaz de gerar uma atividade intrínseca de EEG patológico caracterizado por uma cravação contínua ou quase contínua. Foi examinada a distribuição quantitativa dos padrões da displasia cortical focal - FCD intracerebrais em relação ao sono, de modo a investigar se esta actividade é independente de influências tálamo. O estudo analisou o primeiro 14


ciclo de sono de cinco pacientes com diagnóstico de displasia cortical focal FCD do tipo tipo II, que se submeteram combinado couro cabeludointracraniana eletroencefalografia (EEG), e mostrou um padrão de EEG intracraniana típico para FCD. Três padrões de FCD atividade EEG intracraniana foram identificados em todos os 5 pacientes, e visualmente marcados para um máximo de 30 minutos de cada etapa (esteira, N1, N2, N3, REM): pico ou superior a 2 Hz poliponta (padrão 1), ponto ou poliponta interrompidas por períodos inferiores planas 2 Hz (padrão 2) e descargas de> 15 Hz atividade rítmica de baixa tensão com morfologia normal (padrão 3). Após a marcação, os percentuais dos três padrões nos diferentes estágios foram calculados. O estudo conclui que apesar da presença de uma descarga praticamente contínua, o sono é um importante modulador dos padrões de EEG patológicas encontradas em displasia cortical focal FCD do tipo II. Isto pode sugerir que o tecido displásico é influenciado pelos mecanismos de controle tálamocorticais envolvidas na geração de sono. Um estudo muito interessante é o estudo conduzido por Jain SV e Colaboradores (Maio, 2015) discute o uso da Melatonina melhorando o sono de crianças com epilepsia. Neste estudo a insônia, especialmente insônia de manutenção, é muito prevalente na epilepsia. Embora a melatonina seja comumente usada, os dados limitados abordam a sua eficácia. Foi realizado um duplo-cego, cruzado estudo randomizado e controlado por placebo, para identificar os efeitos da melatonina sobre o sono e apreensão controle em crianças com epilepsia. No estudo a melatonina diminui a latência do sono (diferença média, MD, de 11,4 min e p = 0,02) em comparação com placebo. Sem agravamento da densidade de pico ou frequência de crises foi visto. Outra considerável constatação foi a duração do sono de ondas lentas e movimento rápido dos olhos (REM) latência foram aumentadas com melatonina e duração do sono REM foi diminuída. Estas mudanças foram estatisticamente significativas. Pontualmente, um indivíduo participante do estudo apresentou agravamento da dor de cabeça com enxaqueca sobre a melatonina. O achado desse estudo, apesar de ter sido estatisticamente significativo na diminuição da redução na latência do sono, deixa como sugestão maiores estudos. Pigorini A e Colaboradores (Maio, 2015) traz para discutirmos que durante o estágio NREM no nível 3, quando a consciência se desvanece, interações córtico-corticais são prejudicadas, enquanto os neurônios ainda estão ativos e reativos. Observou-se que, durante a estimulação elétrica em vigília, desencadeiam-se ativações determinísticos de bloqueio de fase. Os autores sugerem e seu estudo que a tendência intrínseca

dos neurônios corticais impedem o surgimento de padrões estáveis de interações entre áreas corticais durante o sono NREM. Baets J, e colaboradores (2015) apresenta um estudo de grau muito alto de complexidade. Estuda os defeitos de DNMT1 mutante estão ligados a um espectro de distúrbios neurológicos. Esse estudo relata um espectro mais amplo do que clínico previamente apreciado por hereditária sensorial e autonômica tipo neuropatia (HSAN1E) e um potencial mecanismo patogênico para methyltransferase DNA (mutações) DNMT1. Investigado em 45 indivíduos, os pesquisadores fazem uma associação interessantíssima entre os genes: HSAN1E; DNMT1; p.C353F, p.T481P, p.P491L, p.Y524D e p.I531N, tudo dentro do domínio sequência-alvo, e duas mutações (p.T481P, p.P491L) e HSAN1E tem sido sugeridas como um distúrbio autossômico dominante alélico de ataxia cerebelar, surdez e narcolepsia. O impacto das sete mutações causais nesta coorte foi estudada através de experiências localização celular. Avaliou-se a eficiência de ligação das proteínas mutantes DNMT no foco de replicação e heterocromatina. Os resultados apontam uma estreita relação com distúrbio comportamentais do sono REM e narcolepsia. Algo muito interessante nesse estudo é que observou-se uma grande variabilidade do declínio da função cognitiva, muitas vezes começou com alterações de personalidade e manifestações psiquiátricas. Uma tríade de perda, neuropatia sensorial e declínio cognitivo e de audição permanece como apresentação estereotipado de HSAN1E. Os distúrbios do sono e ritmo circadiano em epilepsia revisitada: um estudo prospectivo controlado, este artigo teve como objetivo avaliar os distúrbios do sono e ritmo circadiano em pacientes com epilepsia. Os autores reuniram duzentos participantes, sendo que uma metade que apresentou epilepsia generalizada e a outra metade parcial. Obtiveram como resultados 41% dos participantes relataram os efeitos agudos de convulsões no ritmo de sono-vigília. Em sua conclusão, este estudo demonstrou que o distúrbio do sono crônica não é aumentado em doentes com epilepsia bem controlada sem comorbidade relevante. Unterberger I e colaboradores (Fev. 2015). Outro estudo focou a população idosa, com o objetivo de avaliar o rendimento de “spiking EEG interictal” em padrão e toda-noite EEG do sono em idosos com crises focais de início recente em comparação com os doentes mais jovens. Arbasino C e colaboradores (2015), demonstraram que os Idosos apresentaram uma menor taxa de IEAs sobre S-EEG (p <0,01), mas uma maior propensão 15


para spiking durante o sono NREM profundo, mostrando exclusivamente durante as etapas 3-4. Índice de pico significa mostrou um aumento significativo no IEAs entre o sono fases 1-2 e 3-4 nos indivíduos idosos (p <0,001). A associação significativa entre IEAs surgiu durante o sono profundo e idade (p <0,001). Por fim, o estudo apresentado por Schmitt B. (Jun, 2015) discute a síndrome da epilepsia e sono. Em seu artigo, Schimitt aponta que 20% dos pacientes sofrem convulsões apenas durante a noite; 40% durante o dia e cerca de 35% durante o dia e à noite. Espasmos infantis aparecem predominantemente ao despertar, e hipsarritmia às vezes é visível apenas durante o sono. Crianças com síndrome de Panayiotopoulos ou epilepsia benigna com pontas centrotemporais têm convulsões principalmente durante o sono, e em ambas as síndromes ondas pico interictais são marcadamente acentuadas no sono de ondas lentas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta “minirrevisão” bibliográfica aponta a tendência dos estudos no primeiro semestre de 2015, e através da tabela que se seguem os descritores que nortearam os estudos dessa revisão: DESCRITOR

VEZES QUE APARECEU 2/2

DESCRITOR

VEZES QUE APARECEU

Ressonância (RM)

2

4/3/4

Parassonias

2

Sono REM

4

Insônia

1

Sono NREM

2

Acupuntura

1

Cirurgia/Intracraniano

6

EEG

6

Nível de Consciência

2

Qualidade de vida/Stress

Latência do sono/insônia

1/1

Narcolepsia

Privação de Sono/duração do sono Criança/idoso/adulto

3

Os termos: Cirurgia Intracraniana, EEG, Criança, Adulto, Sono REM, Idosos e Narcolepsia foram os termos mais usados nos artigos, isso pode sugerir a tendência dos estudos para o próximo semestre de 2015. Ou seja, sugere que a comunidade científica quer discutir esses assuntos quando o tema for Epilepsia e Sono. REFERÊNCIAS

randomized, double-blind, crossover study. Sleep Med. 2015 May;16 (5):637-44.  Pigorini A. & Cols. Bistability breaks-off deterministic responses to intracortical stimulation during non-REM sleep. Neuroimage. 2015 May 15;112:105-13.  Baets J, & Cols. Defects of mutant DNMT1 are linked to a spectrum of neurological disorders.  Brain. 2015 Apr;138(Pt 4):845-61. .

 Okanari K, & Cols Rapid eye movement sleep reveals epileptogenic spikes for resective surgery in children with generalized interictal discharges. Epilepsia. 2015  Gibbs SA, & Cols Sleep-related epileptic behaviors and non-REMrelated parasomnias: Insights from stereo-EEG. Sleep Med Rev. 2015 May 19. pii: S1087-0792(15)  Yi PL, Lu CY, Jou SB, Chang FC. Low-frequency electroacupuncture suppresses focal epilepsy and improves epilepsyinducedsleep disruptions. J Biomed Sci. 2015 Jul 7;22(1):49  Suzuki K & Cols. Insulinoma Masquerading as Rapid Eye Movement Sleep Behavior Disorder: Case Series and Literature Review. Medicine (Baltimore). 2015 Jun;94(25):e1065.  Sakuraba R & Cols. High frequency oscillations are less frequent but more specific to epileptogenicity during rapid eye movement sleep. Clin Neurophysiol. 2015 May 30. pii: S1388-2457(15)00614-8.  Adachi H [Parasomnia]. Nihon Rinsho. 2015 Jun;73(6):949-53. Japanese.  Kotterba S.[Sleep disorders in neurological diseases]. Nervenarzt. 2015 Jun;86(6):759-71.  Neurostimulation to improve level of consciousness in patients with epilepsy.  Gummadavelli A. & Cols. Neurosurg Focus. 2015 Jun;38(6):E10.  Menezes Cordeiro I & Cols Sleep influences the intracerebral EEG pattern of focal cortical dysplasia. Epilepsy Res. 2015 Jul;113:132-9.  Jain SV & Cols Melatonin improves sleep in children with epilepsy: a

 Manni R, Terzaghi M. Sleep-disordered breathing in dementia with Lewy bodies. Curr Neurol Neurosci Rep. 2015 Mar;15(3):7

 Unterberger I & Cols. Sleep disorders and circadian rhythm in epilepsy revisited: a prospective controlled study. Sleep Med. 2015 Feb;16(2):237-42.  Marrie RA & Cols A systematic review of the incidence and prevalence of sleep disorders and seizure disorders in multiple sclerosis. Mult Scler. 2015 Mar;21(3):342-9. doi: 10.1177/1352458514564486. Epub 2014 Dec 22.  Arbasino C, & Cols Interictal spiking in adult newly-diagnosed focal epilepsy of unknown cause: The effect of age. Clin Neurophysiol. 2015 Aug;126(8):1498-504.  Cobabe MM & Cols Impact of sleep duration on seizure frequency in adults with epilepsy: a sleep diary study. Neur opediatr ics. 2015 Jun;46(3):171-80.  Liberalesso PBN. Perguntas frequentes sobre epilepsia no consultório. In: Liberalesso PBN Ed Manual de Diagnóstico e tratamento das Epilepsias na Infância, Curitiba.

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Um Olhar Atrás de Lentes Por Nayene Leocádia Manzutti Eid

S

empre fui apaixonada por uma boa fotografia. Fotografar é meu hobby desde a infância. Poderia até chamar de vício, se esta palavra fizesse analogia a algo bom que se pratica deliberadamente e por repetição...com frequência incontrolável. Me recordo que desde pequena uma câmera me acompanhava por onde quer que eu fosse: nos passeios em família, nas reuniões de fim de tarde na casa dos meus avós, na escola, e no mundo fantasioso onde minhas amigas eram estrelas de passarelas internacionais. Eu não, eu era a fotógrafa.

idêntica em uma segunda vez. Mas a testa franzida pela cara amarrada durava só até eu abrir um outro rolo de filmes, novinho em folha. Aí o sorriso ocupava lugar no meu rosto e minha mente já trabalhava uma nova ideia. E quando isso acontecia, eu me via de novo livre. Livre para clicar. O tempo passou, eu cresci e o amor pela fotografia também. Algumas coisas evoluíram comigo, outras, obsoletas, acompanharam o tic tac de um relógio sem pilhas. As câmeras de rolos foram substituídas pelas digitais. O aparelho que me desperta para um compromisso e que me conecta por voz com outras pessoas, também me permite fotografar o agora, conferir se a foto ficou bonitinha e vai render alguns likes no facebook, e compartilhar com o mundo em tempo real. Isto porque os filmes cederam lugar aos sensores. As imagens que existiam apenas em papel impresso hoje podem imediatamente ser vistas no monitor de um computador ou no visor de um aparelho celular. E elas podem nunca sair dali para o papel.

Na década de 80, a sensação do momento era a Kodak Hobby 35mm. Era uma dessas que eu tinha; foi um presente de meus pais. Sem ter noção de iluminação, enquadramento e até mesmo sem poder conferir de imediato se as imagens que eu capturava estavam ficando boas ou não, eu ousava, arriscava e clicava. Fotos e mais fotos! Disparos sequenciais. Usava um rolo de filme atrás do outro, e suas caixas se amontoavam na estante do meu quarto, ao lado da coleção de bonecas.

A tecnologia digital é bem interessante e, definitivamente, ganhou seu espaço no mercado mundial. Mas uma coisa é certa...com ela perdemos um pouco da capacidade de nos impressionar. Nós perdemos a chance de esperar ansiosos pelo resultado futuro de um click do agora...porque agora, o agora nos é dado agora. Independentemente do tipo de câmera, o fato é que nunca esperei motivos para fotografar. Quando não os tenho, improviso. Acredito que fotografar não é simplesmente registrar momentos, é também eternizá-los. Cada fotografia tem o poder de recriar emoções que se experimentou e de despertar sensações. A captura de um instante põe em evidência um momento vivido e o eterniza, de tal forma que uma fotografia passa a ser uma história contada sem palavras. Uma história que pode ser revista e revivida a qualquer tempo.

As caixas amarelas dos filmes estampavam em tons diversos um conjunto de informações que passavam despercebidas pelos meus olhos de menina. De tudo, eu apenas precisava saber se aquelas caixas traziam consigo um filme e 36 possibilidades. Nada menos que isso! Imaginem se eu sabia o que significava a palavra ASA...e isso para mim, pouco importava. Por vezes eu me pegava invertendo alguns números e acreditando na feliz ideia da existência de um filme ASA 36 com 400 poses. Seria genial! No mais, eu até era curiosa para entender porque a luz velava um filme, caso a tampinha da máquina fosse aberta antes dele ser completamente rebobinado. Isso porque eu perdi as contas de quantas vezes eu queimei a história que já estava contada nos rolos por esse misterioso (para mim) motivo. Isso me custava alguns minutos de aborrecimento e inconformismo, porque eu já tinha consciência suficiente para entender que registro fotográfico que se perde, não se recupera de maneira

Quando soube, pelas redes sociais, do I Concurso de Fotografia e Imagem: Olhares Sobre a Epilepsia (www.facebook.com/olharesepilepsia) me vi diante de uma grande oportunidade e, ao mesmo 17


tempo, diante de um desafio pessoal. Imediatamente busquei em meus arquivos os registros de uma de minhas viagens aos EUA, quando visitei a cidade de Chicago, em Setembro de 2012. Poucas horas de passagem pelo Shedd Aquarium foram suficientes para que eu fizesse a fotografia que, particularmente, considero a mais bonita da minha coleção. Não porque usei alguma técnica diferente, ou porque a iluminação estava adequada, e nem porque o enquadramento estava perfeito; mas porque eu simplesmente estava no lugar certo, na hora certa e cliquei no momento exato. Diante de um aquário de cavalos marinhos, não foi preciso esforço algum para montar um cenário apropriado ou para se conseguir a pose ideal. Aliás, nenhum palco reproduziria com a mesma perfeição a delicadeza daquele momento. Dois cavalos marinhos se encarregaram de roubar a cena ao se unirem frente a frente, formando a imagem de um coração. E eu estava lá, expectadora atenta, e a lente da minha câmera estava focalizando aquele momento ímpar. Tudo aconteceu em frações de segundos e eu cliquei isto. E mesmo vendo aquele desenho divino estampado no monitor da minha câmera, eu não conseguia acreditar no presente que estava recebendo da natureza. Talvez, na era das câmeras analógicas, eu não conseguisse sobreviver à ansiedade de esperar esta imagem ser revelada.

no início deste texto. Estou aqui há linhas e linhas escrevendo sobre minha paixão pela fotografia, mas sinto em informá-los que não sou fotógrafa. Então, a minha motivação não foi concorrer e vencer este concurso. A minha motivação foi enxergar a nobreza da Epilepsia. Sendo profissional da área da saúde, cirurgiã dentista e professora universitária, tenho certo conhecimento sobre o tema e sempre admirei os trabalhos e as campanhas em prol dos pacientes portadores desta condição. Arrisquei, fiz minha inscrição, enviei a foto e fui premiada em primeiro lugar. O primeiro lugar eu estendo a todos os participantes deste concurso. Considero que cada um que se inscreveu e que dedicou seu tempo para idealizar, criar e clicar sua imagem, sentiu-se, antes de tudo, sensibilizado pela causa que está por trás da competição. Cada um de nós soube exatamente trabalhar e transmitir a proposta, de forma que cada pessoa que tiver acesso a estas fotografias poderá viver um pouco daquilo que está implícito em cada imagem. Assim sendo, somos todos vencedores! Costumo dizer que, à arte de fotografar, atribuemse 70% ao olhar, 20% à técnica e 10% ao equipamento. Atento para o fato de que grande parte da “boa foto” é feita com o olhar, ou seja, com a percepção do momento e da cena que está prestes a acontecer. Então, todos somos capazes de fazer uma boa imagem, sem que para isso precisemos de uma câmera profissional, ou uma super lente.

Fotografar é algo mágico onde se pode registrar emoção, sensibilidade e movimento em algo aparentemente estático. Assim, aconselho e encorajo-lhes, caros leitores, a fotografar muito e a planejar seus disparos, treinar a seleção de imagens e a sua capacidade de prever acontecimentos. Busque informações sobre o seu objetivo e curta os excelentes resultados que virão! Eu lhes desejo todos os cliques do mundo!

Título da imagem: Identidade às Claras Descrição: "Veja com amor, seja quem for!" Autora: Nayene Leocádia Manzutti Eid

Nunca havia publicado esta foto. A admiração por ela é tamanha, que, por um apego inexplicável, eu nunca senti necessidade de fazê-la. Na bem verdade nunca havia exposto minhas fotos anteriormente, ou até mesmo, participado de uma seleção. E, envolvida pela causa que motivou a realização deste evento, decidi participar. Abro parênteses aqui, pois não me identifiquei profissionalmente 18


Por Nayene Leocádia Manzutti Eid

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endo profissional da área da saúde, cirurgiã dentista e professora universitária, tenho certo conhecimento sobre o tema Epilepsia e sempre admirei os trabalhos e as campanhas em prol dos pacientes portadores desta condição. Arrisquei, fiz minha inscrição, enviei uma fotografia e fui premiada em primeiro lugar. Este primeiro lugar eu estendo a todos os participantes deste con-

curso, pois considero que cada um que se inscreveu e que dedicou seu tempo para idealizar, criar e clicar sua imagem, sentiu-se, antes de tudo, sensibilizado pela causa que está por trás da competição. Cada um de nós soube exatamente trabalhar e transmitir a proposta, de forma que cada pessoa que tiver acesso a estas fotografias poderá viver um pouco daquilo que está implícito em cada imagem. Assim sendo, somos todos vencedores! A premiação do I Concurso de Fotografia e Imagem: Olhares sobre a Epilepsia, que aconteceu durante o encerramento da Semana Internacional e Latino Americana de

Conscientização Sobre a Epilepsia, marcou um momento especial, de descontração, de partilha de conhecimento, experiências e de doação na conquista de novas amizades. Quero parabenizar essas mentes brilhantes que compõe as equipes da ASPE e do BRAINN, que têm iniciativas e desenvolvem ações com o coração. Não existe segredo. Este é o maior diferencial que resulta no sucesso dos trabalhos que vocês realizam.

Autores das fotografias premiadas no I Concurso de Fotografias “Olhares sobre a Epilepsia” – 2014. (Acervo fotográfico Aspe).

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Calendário 2015 – “Olhares sobre a Epilepsia” com todas as fotos do I Concurso.


Clique nas imagens para acessar as páginas!

E-book “Olhares sobre a Epilepsia” com todas as fotos do I Concurso.

Notícia publicada no site da Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp, sobre o II Concurso de Fotografia e Imagem “Olhares sobre a Epilepsia”, ASPE, 2015. Na próxima Edição de Primavera publicaremos todas as fotos dos participantes e os ganhadores do II Concurso de Fotografias e Imagem “Olhares sobre a Epilepsia” (edição 2015).

Aguardem a reportagem completa!

Arte de Alline Camargo - II Concurso de Fotografia e Imagem “Olhares sobre a Epilepsia” – 2015.

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Revista

Sem Crise: por uma epilepsia sem crise


Os livros apresentados nesta seção estão disponíveis no site da ASPE. Acesse www.aspebrasil.org para mais informações e consulta de preços.

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