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Revista de variedades Edição nº 1 – Novembro/2010
Perfil Céu e inferno traduzem a obra de Zé Ramalho Direito Animal Saiba como você pode adotar um bicho de estimação e ajudar a proteger os animais
Cinema Centenário de Chico Xavier inspira superprodução nacional E mais: O futuro da literatura na era digital Viaje pela Bahia de todos os santos
O doador deve... - trazer documento oficial com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou CNH); - estar bem de saúde; - ter entre 18 e 65 anos; - pesar mais de 50Kg; - não estar em jejum; evitar apenas alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação. Impedimentos temporários - Febre - Gripe ou resfriado - Gravidez - Puerpério: parto normal, 90 dias; cesariana, 180 dias - Uso de alguns medicamentos - Pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis Cirurgias e prazos de impedimentos - Extração dentária: 72 horas - Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses - Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses - Ingestão de bebida alcoólica no dia da doação - Transfusão de sangue: 1 ano - Tatuagem: 1 ano - Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina Impedimentos definitivos - Hepatite após os 10 anos de idade - Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II - Doença de Chagas - Uso de drogas ilícitas injetáveis - Malária Intervalos para doação - Homens: 60 dias (até 4 doações por ano) - Mulheres: 90 dias (até 3 doações por ano) Cuidados pós-doação - Evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas - Aumentar a ingestão de líquidos - Não fumar por cerca de 2 horas - Evitar bebidas alcoólicas por 12 horas - Manter o curativo no local da punção por pelo menos de 4 horas - Não dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes, praticar paraquedismo ou mergulho
Unicult Reportagem Especial Direiro Animal--------------02 *A fronteira entre habitação e habitat *Posse responsável *Adote essa idéia *Eu, o melhor amigo
Arte e Cultura O Futuro da Leitura-------05 *A Folha pela Tela?
Cinema-----------------------08 *A Vida Depois da Vida na Dimensão da Tecnologia
Sabemos que muitos vão dizer, “Novas publicações nascem todos os dias.” Pois Unicult acaba de vir à luz, berrando a plenos pulmões que o futuro é nosso e no que depender de nossa criatividade, viemos para ficar! Liberdade de escrita e um ambiente universitário fecundo é que alimentam nossas idéias. Deixemos as grandes coberturas para as bam bam bans semanais, ao menos por hora! As páginas de Unicult trazem informações interessantes com textos fáceis e agradáveis. Não queremos influenciar o seu voto, mas se você ler a reportagem especial feita por Adriana Brumer sobre os diretos dos animais, ficará antenado nos candidatos que defendem esta idéia. Arte e cultura também permeiam nossas páginas, mas não vamos tentar te vender uma bolsa Louis Viton no anúncio ao lado. A repórter Francisca Soares traz um perfil do cantor Zé Ramalho, o profeta nordestino do apocalipse, numa reportagem sensível que traduz a trajetória deste ídolo. Você acha que a forma de leitura esta mudando? Se pertencer à geração “y” certamente vai dizer que sim. No papel ou em uma tela, as novas publicações seguem as novas tendências da tecnologia e do mercado. Entenda melhor este assunto com o artigo: A folha pela tela? Cinema também está entre nossos assuntos. Grandes produções com temática espírita invadem as telonas, e como não podia deixar de ser, Unicult foi conferir. O resultado é um belo artigo de Adriana Brumer que fala sobre o filme Nosso Lar, um grande sucesso do cinema nacional. E como viajar é preciso e maravilhoso, esta repórter que vos fala conta como foi a sua passagem pela terra de Caymmi. Salvador é beleza, história e alegria. Terra de gente que canta quando fala e batalha muito, mas não estressa a toa não! Estes são bons motivos para abrir Unicult e correr para a rede, sofá ou a sombra da árvore mais próxima, relaxar e ter uma ótima leitura.
Viagem Sandra Ribeiro
Salve a Bahia----------------06 *Salve, Salvador!
Perfil
Expediente UNICULT Reportagens: Adriana Brumer Lourencini n° 2 Francisca Soares n° 11 Sandra Ribeiro n° 27 Fotos:
Zé Ramalho-----------------07 *O Céu e o Inferno Traduzem a sua História
Adriana Brumer Sandra Ribeiro
Diagramação: Sandra Ribeiro Unicult foi um projeto idealizado por estudantes do 2° semestre de Jornalismo do Ceunsp-Salto - Dezembro/2010.
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Direito Animal A fronteira entre a habitação e o habitat Somos diferentes dos animais que povoam nosso planeta graças à capacidade de agir além de nossos instintos. Entender e distinguir o que é certo do que é errado, e tomar decisões baseadas em um raciocínio puramente abstrato, foi o diferencial que permitiu ao Homem dominar o planeta e subjugar as poderosas feras que ousaram cruzar seu caminho evolutivo. No entanto, o humano que pensa, cria, desenvolve projetos complexos e faz descobertas revolucionárias ainda tem muito que aprender sobre os seres menores (em evolução) que habitam a gleba terrestre. A falta de comprometimento e a indiferença ao direito animal ainda são muito grandes. Os casos de maus-tratos, abandono e violência praticados pela humanidade contra os bichos continuam nas pautas dos noticiários. Entre os muitos atos de crueldade, o comércio ilegal de animais silvestres é o pior deles – ocupa o terceiro lugar como a atividade que mais movimenta dinheiro sujo, perdendo apenas para os tráficos de drogas e de armas. O Brasil é o alvo preferido dos criminosos devido à diversidade de sua fauna. Todos os anos cerca de 38 milhões de animais selvagens são retirados de seu habitat no país e 40% são para exportação, de acordo com a Polícia Federal. O destino das espécies é variável – elas são encaminhadas para pet-shop, colecionadores particulares e para fins científicos (cobaias em testes laboratoriais). Aqui estão inclusos os terríveis métodos de retirada de peles e a vivisseção, processos extremamente brutais e desumanos, que são realizados com o animal ainda vivo. Para a vergonha da espécie denominada humana, há outras ações que também compõem
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Araras apreendidas em Recife-PE - Créditos - Agência de Notícias de Direitos dos Animais
o triste elenco: a farra do boi, as carrocinhas, os rituais, os rodeios, o abate indigno e descontrolado, as touradas e os trabalhos forçados (tração e circos). Os animais que vivem mais próximos de nós, os domesticáveis, por exemplo, também não escapam da truculência de gente que não tem coisa melhor a fazer. As rinhas, ou brigas de galos (e também de cachorros), apesar de proibidas por lei, continuam sendo realizadas em muitos locais, causando ferimentos graves e até a morte desses animais. Mais um exemplo da falta de fiscalização e de impunidade que grassam por aqui. O abandono e a negligência igualmente engrossam a lista de abusos. De acordo com a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA – World Society for the Protection of Animals), estima-se que 75% dos cães no mundo estejam nas ruas. O gerenciamento dessa população é um problema, e possui sérias implicações para a saúde pública e o bem-estar animal. Porém, há outro agravante: cães e gatos que sobrevivem a atropelamentos, linchamentos, doenças e fome, e que ainda são excluídos do convívio e afetos humanos, começam a se tornar cada
vez mais selvagens. Privados do contato com as pessoas começam a invadir matas e propriedades rurais para caçar, vivendo em uma situação denominada condição feral. Este tipo de comportamento desencadeia conseqüências graves no ecossistema, já que esses bichos se tornam predadores oportunistas, causando o desequilíbrio de a cadeia alimentar e transmitindo doenças. “O grau de civilização de uma sociedade pode ser medido pela forma como trata seus animais” (Mahatma Gandhi)
Posse responsável Há hoje um fenômeno mundial que não parece ser apenas um processo artificial articulado por interesses meramente comerciais – trata-se do “boom” dos animais de estimação. Talvez possamos pensar que esse interesse geral pelos animais seja providencial, facilitando no homem o desenvolvimento de sentimentos mais fraternos em relação ao seu próprio semelhante. É curioso notar que quando as pessoas tomam interesse pelos bichos, passando a cuidar deles, defendê-los, compreender sua razão de existir, esse amor se estende a praticamente todas as espécies.
No entanto, ainda vê-se muita insensibilidade em tudo quanto se refira aos animais. Por diversas vezes, a brutalidade é tal que chegamos a nos questionar quem é superior a quem. Com alguns conhecimentos básicos e a compreensão dos princípios fundamentais de bem-estar animal, as pessoas poderão entender e vir a apreciar o papel que todos podemos exercer para melhorar a vida dos bichos em todo o mundo. Tanto é assim que vem aumentando o número daqueles que demonstram amar os animais, e que já despertaram a consciência constatando que eles também sentem dor, fome, frio, adoecem. Para quem pretende ter em casa um cão, gato ou alguma outra espécie, deve considerar: Estou preparado para ter um animal de estimação? Qual a raça que mais irá se adaptar ao meu ritmo de vida? É o momento certo? Quais os cuidados e os custos para mantê-lo? Para quem tem e cuida de um bichinho pode parecer absurdo, mas é cada vez maior o número de pessoas que compram
Adri Brumer
ou adotam uma mascote e depois a abandonam. O médico veterinário Alex Dirlei de Brum, da clínica Madame Pet, em Indaiatuba, diz que há pessoas que, ao enfrentarem o menor contratempo com o bicho, querem logo ‘devolvê-lo’. “Os motivos são os mais diversos: muita bagunça, maiores despesas por causa de rações e cuidados veterinários, doença, velhice ou mudança”, informa. “Para evitar a atitude extrema de abandono do animal, a dica é bastante simples: antes da aquisição conheça os hábitos dos animais, converse com um veterinário e com amigos que possuam cachorros e tenha em mente qual raça quer ter em casa”, afirma Alex. O Brasil possui cinco milhões de animais de estimação. Só na cidade de São Paulo, existem 1,3 milhões de cães, o equivalente a um por oito habitantes. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para controle do risco de doenças e ataques é a de um cão para cada dez habitantes. É difícil precisar quantos animais são abandonados todos os dias. Ainda de acordo com dados do IPAB, 50% dos animais abandonados são de raça, como poodle, co-
“Para evitar a atitude extrema de abandono do animal, a dica é bastante simples: antes da aquisição conheça os hábitos dos animais, converse com um veterinário e com amigos que possuam cachorros e tenha em mente qual raça quer ter em casa.” Dr. Alex Dirlei de Brum
cker spaniel, pastor alemão, rottweiler e fila, que estão entre as que têm maior índice de rejeição. Por isso, paciência é algo fundamental. Segundo Alex, um cão leva cerca de quinze dias para reconhecer que você é o dono dele e a responder aos seus comandos. Em três meses, ele já deve estar adaptado ao ambiente e obedecer às novas regras. Caso a situação fuja do controle, o ideal é procurar a ajuda do veterinário ou de um adestrador.
Adote essa idéia Depois de escolher a espécie e a raça do novo companheiro, há ainda outra questão: por que devo adotar (e não comprar) um animal? Uma boa resposta pode ser o próprio animal, diz Patrícia Bruscadim, vice-presidente da União Protetora dos Animais de Rua (UPAR) de Indaiatuba. “Um bom motivo para se adotar um “sem-teto” canino ou felino é realmente muito bom, não só para o próprio bicho em questão, mas também para outro irmão da espécie - e também para quem adota. Ao adquirir um cão de um abrigo, abrimos uma vaga no mesmo local para outro cão necessitado. Afinal, a expectativa de vida de um cão abandonado na rua - sujeito a intempéries, acidentes, maus-tratos e até sacrifício, caso recolhido por um centro de controle de zoonoses e não adotado após certo prazo (até três anos), é bem menor do que a de um cão que vive em companhia de um tutor”, afirma ela. “A companhia canina pode fazer bem mental e até físico para os humanos, tornando-os mais calmos e menos suscetíveis a doenças como a depressão, entre outras”, completa Patrícia. As crianças também se beneficiam da presença de um animal no lar. Os cães, além de grandes companheiros, se tornam “filhos” de nossos filhos, perfeitos para dar a estes as primeiras
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Eu, o melhor amigo Não é só participando de campanhas ou colaborando com associações que podemos ajudar os animais; existem muitas maneiras, e, ao contrário do que se imagina, são bastante simples. Atitudes comuns do cotidiano podem fazer a diferença. Quando for viajar, por exemplo, não compre lembranças feitas com produtos de animais (peles, marfim, cascos de tartaruga etc.); evite alimentos produzidos de forma cruel, como o foie gras (patê de fígado de ganso); se presenciar crueldade ou maus-tratos contra algum bicho denuncie. Há ainda muito que educar, que ver transformado no homem, em relação ao seu convívio com os animais. E essa
transformação requer o seu entendimento de que, como ser superior, deve cuidar do inferior. Fato positivo é a ampla participação de organizações não governamentais (ONGs) – voltadas para ações motivadoras do que consideram um dever: tratar com respeito e amor os animais, sensibilizando e conscientizando as pessoas. Tomar posição na defesa animal não é tarefa fácil, mas demonstra sinal de
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Adri Brumer
noções de responsabilidade, afinal, posse responsável não tem idade – e nem preconceito. “Vira-latas”, “genéricos” ou mestiços (SRD – sem raça definida) também têm todo o direto a casa, comida, água fresca e muito carinho, e acabam saindo mais em conta para quem possui mais amor para dar do que dinheiro para gastar. Os animais adquiridos em abrigo, na maioria dos casos, já vão para a nova morada vacinados, castrados e vermifugados, o que representa uma economia significativa. Acrescenta-se a isso o fato de os bichos que foram abandonados ou sofreram em mãos infelizes serem extremamente dóceis e afetivos – “é
Filhote disponível para doação na feirinha da UPAR
planejar ações para o final de ano. “As doações ainda são muito inferiores em comparação às despesas que temos. Hoje, por exemplo, não temos condição nenhuma de permitir a entrada de novos animais no abrigo. Apoiamos o voluntário que leva o animal para sua casa, através do fornecimento de ração e eventuais medicamentos”, desabafa ela.
Eliane Braga de Carvalho, particicivilidade e progresso moral. Com pante ativa e ex-presidente da UPAR as mudanças aceleradas que põem diz que as pessoas ainda não perceem risco a conservação da vida no beram a real situação dos bichos, as planeta, as discussões sobre a existêncondições em que vivem. “Tem gencia animal se intensificarão, delimitando te que larga ninhada ou atira animais territórios e mostrando que a nossa casa só pode ir até onde começa o habitat – por cima do muro do abrigo, como direito sagrado de todos os seres vivos. se fosse um saco de lixo”, revela. Em maio de 2001, algumas voluntárias que recolhiam e cuidavam de animais doentes e atropelados decidiram criar um abrigo em um terreno cedido por uma delas, na cidade de Indaiatuba. O objetivo foi arranjar um lar provisório onde esses animais pudessem ser tratados, recuperados e posteriormente doados. Nascia a União Protetora dos Animais de Rua (UPAR), associação sem fins lucrativos que presta auxílio a animais de rua atropelados, doentes, fêmeas prenhes e filhotes abandonados, e intervém em alguns casos de animais que sofrem abusos e maus tratos por parte de seus donos. Atualmente, a UPAR abriga cerca de 200 animais e conta com apoio financeiro de sócios que realizam doações mensais. Porém, o trabalho é árduo e as necessidades só aumentam. Os gastos vão desde ração, medicamentos, produtos de limpeza até a remuneração de serviços veterinários e colaboradores na manutenção e higiene do abrigo.
Em todos esses anos de atuação, a UPAR também possui muitos finais felizes registrados. A feirinha de adoção, realizada aos sábados das 9h30 às 13h na rua Vinte e Quatro de Maio, recebe muitas pessoas que desejam levar um bichinho para casa, e outras que vão doar seu animal por diversas razões. “Nós prestamos informações de como cuidar e manter um animal, e orientamos como proceder no caso de presenciar maus-tratos”, afirma Maria Aparecida Lindro, trabalhadora assídua da associação.
Há diversas formas de ajudar, complementa a vice-presidente Patrícia Bruscadim – “As pessoas podem fazer sua parte resgatando e encaminhando animais feridos ou acidentados para tratamento; doando artigos para nosso bazar, e itens de limpeza para serem utilizados no abrigo.” Entre os vários eventos promovidos para angariar fundos, as campanhas da pizza e as rifas de brindes doados por comerciantes locais fazem muito sucesso e dão fôlego para que os A atual presidente da UPAR, Ana ativistas continuem sua luta em favor Maria de Oliveira Mosela reuniu-se da vida animal. “Não queremos peno início de novembro com as de- dir para que o valor da contribuição mais integrantes da entidade para seja aumentado, e sim que convidem
Arte e Cultura Adri Brumer
A folha pela tela?
Cães do abrigo da UPAR
mais sócios, novos voluntários com outras disponibilidades”, enfatiza Hoje, a forma de ler mudou de roupagem: o futuro da impressão já chegou, Patrícia.
e é digital. Desde o início dos anos 90, quando se começou a falar do assunto, seu amplo conceito tem se modificado.
A UPAR já conseguiu realizar: 1647 Doações de cães e gatos, 1539 Castrações, 2025 Consultas (p/ animais de ruas e alguns que A indústria gráfica define impressão ditambém possuem donos), 602 gital como “qualquer equipamento que Quimioterapias, 725 outras Cirur- registre sobre papel, ou outro suporte, gias (pino em patas quebradas, mandíbulas, amputações, hérnias, etc.). Os animais do abrigo consomem por mês 88 sacos (de 15 kg) de ração para adulto e oito sacos (de 25 kg) de ração para filhotes.
Em parceria com a prefeitura, a campanha para castração gratuita visa cães e gatos em situação de risco nas ruas e os que pertencem às pessoas de baixa renda. Para conhecer um pouco mais do trabalho da UPAR e ajudar, entre em contato: (19) 9227 9052 ou pelo e-mail: upar.indaiatuba@gmail.com Depósito: BANCO do BRASIL – Conta Poupança - Agência – 6663 X/conta – 20709-8. Devido ao fato de a UPAR não possuir sede própria, as doações poderão ser entregues na feirinha aos sábados ou na clínica Toca dos Bichos – rua José do Patrocínio, 230 – Cidade Nova – Indaiatuba SP.
as informações recebidas de um computador na forma de dados digitais sem que haja necessidade de gravar qualquer tipo de matriz para transferência dessas informações”. A digitalização do processo de pré-impressão criou a possibilidade única de produção dentro da rede, integrando todas as fases da cadeia gráfica. Todavia, para implantar a tecnologia digital em uma empresa é preciso mais do que investimento em tecnologia, sendo imprescindível a criação de novas formas de parceria com fornecedores e clientes. Mas, qual será o futuro dos livros, jornais e revistas impressos? Eles permanecerão, apesar do impacto que vem sofrendo com os meios colocados à disposição do público através da rede mundial de computadores. Os blogs, sites e redes sociais como um todo criaram efetivamente um novo hábito de leitura, que vem ganhando força no mundo inteiro, incluindo o Brasil, onde a busca pelos livros não é um bom costume, embora essa tendência tenha se modificado nos últimos anos.
Adri Brumer
Os jornais, por exemplo, resolveram se adiantar às previsões e lançaram seu conteúdo eletrônico, entretanto, mantiveram sabiamente o exemplar tradicional diariamente à porta do leitor. Esse não Adri Brumer Lourencini
foi o caso do Jornal do Brasil, que desde o dia 1º de setembro fornece apenas o conteúdo digital. Fundado em 1891, o JB foi um jornal vibrante, respeitado, e que sempre se notabilizou pelos seus projetos gráficos, além da qualidade de sua atuação jornalística, uma referência nos meios de comunicação impressos, com um estilo próprio, admirado e respeitado até pelos concorrentes. Ultimamente, uma situação administrativa insustentável por conta de uma dívida de aproximadamente R$ 100 milhões, além de uma circulação pequena, contrastando com o nome do veículo, provocaram a sua morte. Os tempos mudam e o mercado editorial também. Somente em nosso país, no mês passado, foram vendidos mais livros digitais do que de capa dura. Nos primeiros três meses de ano a venda de títulos foi três vezes maior, mostrando outro aspecto interessante: o hábito da leitura digital não é apenas para os jornais. Por conta disso, as editoras brasileiras fundaram a Distribuidora de Livros Digitais. Na Europa, jornais franceses anunciaram a criação de uma banca virtual, possivelmente ainda este ano, com o oferecimento de conteúdos a computadores e celulares. O projeto conta com a participação de periódicos tradicionais da França, como Le Fígaro. Les Échos, Le Monde, L’Equipe, Libération e Le Parisien. A despeito dos milhões de obras digitalizadas disponíveis na internet, a obra impressa em papel continua sendo a preferida tanto para o ensino, como para o lazer, bem como para os diversos tipos de embalagens e documentos não digitais. Certamente, o consumo do papel impresso terá uma demanda acima das expectativas. Menores tiragens, porém, com títulos e produtos diversificados, sem abrir mão de um mercado economicamente sustentável. Não deixa de ser uma releitura, só que do meio ambiente. Adri Brumer Lourencini
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Sandra Ribeiro
Salve, Salvador! Sempre tive uma paixão confessa pela Bahia. Meu primeiro contato com esta terra maravilhosa foi ainda criança, através das gravuras de Jean-Baptiste Debret. Nelas baianas carregando tabuleiros e escravos com toda sorte de carga nos lombos caminham pelo pelourinho.
Em março deste ano fui para Salvador, já conhecia o sul do estado, mas nunca tinha ido para a capital. A primeira visão que temos da cidade antes de aterrissar no aeroporto Luiz Eduardo Magalhães é de uma periferia feia, de casas de alvenaria amontoadas e sem reboco. La quase tudo leva o nome do clã, praças, avenidas, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco hospitais e a plebe se divide entre os ção destes elementos com a arquite- Volto para nosso século vazio de maque odeiam e os que idolatram painho. tura que remete a séculos atrás. gia e eu mesma repleta de idiossincra-
Sandra Ribeiro
Mas antes, uma parada na sorveteria do Lacerda para saborear um sorvete de cupuaçu e admirar a Baia de Todos os Santos. Uma visão simplesmente inesquecível, não só pelo sol, mar e céu, mas por uma perfeita combina-
Elevador Lacerda e vista da Baia de Todos os Santos
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Caminhar pelas ruas de Salvador é como fazer uma viagem no tempo. Devidamente alojada saio para explorar os arredores do Pelô. Vejo por todos os lados moleques ofertando fitinhas coloridas, baianas em trajes típicos, estrangeiros esbanjando vermelhidão e muitos gatos de todos os tamanhos e cores, se fartando com os camarões que caem dos acarajés. Gosto de passar horas no ossuário da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, olhar as inscrições centenárias das gavetas e imaginar o cotidiano daquelas pessoas. As sinhás passeando de sombrinhas abertas, metidas em rendas, frufrus e laçarotes e os mocinhos em mangas de camisas. Ruborizados, trocando olhares furtivos e com sol escaldante dizendo que aquela terra não pertencia a eles. Os escravos subindo e descendo as ladeiras, confortados com o clima, embora também estrangeiros. Braços fortes, lábios grossos e secos, a pele brilhante e os grilhões ferindo, marcando a carne e a sina desgraçada.
sias. Desço o Pelô com os pés doloridos pelas pedras, pois estão acostumados a pisar asfalto e na maioria das vezes, nuvens. Lá tudo é sentido, sempre tem
tambores tocando em algum lugar e o cheiro de dendê não sai do ar. Mas o melhor desta terra é o soteropolitano, estes têm algo que canta, requebra e convida. As meninas são frajolas da baixa do Sapateiro ao Bonfim e os homens tocam com o olhar. “Compre um colar de Iansã que te dou outro de Oxalá minha linda”, tenta me convencer um rapaz de sorriso maroto. Não comprei, Deus me livre da ira de Oxalá ao se ver reduzido a um brinde. Quero a benção de todos os orixás para voltar mil vezes a Salvador.
Sandra Ribeiro
Um longo caminho separa o aeroporto da orla da cidade. O trânsito é caótico, o calor escaldante e não da para imaginar que uma bela paisagem vai surgir após uma esquina. Mas é isto mesmo que acontece, de repente pode-se ver o mar cantado por Caymmi. Após percorrer as belas praias, passo pelo Farol da Barra, a Praça Castro Alves, o elevador Lacerda e enfim, o Pelourinho, meu destino final.
Sandra Ribeiro
Zé Ramalho O céu e o inferno traduzem sua história
“Ouvir Zé Ramalho é como fechar os olhos e sonhar.” Roseane Oliveira, 20 anos.
Crédito - pharophamusical.blogspot.com.br
“Gosto do Zé Ramalho porque suas letras tem metáforas marcantes.” Mário Moraes, 41 anos.
Paraibano de Brejo do Cruz, ele escreve e canta o nordestino simples. Faz metáforas e provoca mistérios. Quem procura conhecê-lo se encanta. O moço obediente perdeu seu pai, poeta, aos dois anos. Depois o avô, um coletor fiscal. Sob efeito do chá de cogumelo fez a canção Avôhai, uma homenagem ao avô José Alves Ramalho. Segundo o artista, a letra da música Avôhai foi soprada ao seu Foram lançados os CDs Cidades e ouvido quando estava sobre efeito Lendas, Eu sou todos nós, Nação Nordestina, O Gosto da Criação e da bebida. Estação Brasil. “O Gosto...” foi lanJosé Ramalho Neto nasceu dia 3 de çado em 2002 e surpreendeu os fãs, outubro de 1949. Ainda criança co- já que a temática aborda sensualidameça a se interessar pela literatura de de, amor e a força do sexo. cordel, a bíblia e mitologias gregas. Aos 15 anos vai a João Pessoa e par- Parcerias ticipa de grupos como “Os quatro loucos”, “Elis e os demônios”, “The Gêneros musicais importantes para a cultura brasileira cantaram com genthemen” e “Os Jets”. Zé Ramalho. Dos mais “familiares” A vontade de fazer história o levou , como Alceu Valença e Geraldo à cidade maravilhosa. Longe da terra Azevedo, até os “improváveis” Pitty natal, sofreu junto aos companheiros e a banda Sepultura. Com essa úl“sertanejos”. Dormiu em banco da tima, o paraibano se encontrou em praça, passou fome e até se prosti- 2003. O encontro inusitado foi para tuiu para sobreviver. A situação está a gravação da trilha sonora do filme explicada na canção de sua composi- nacional “Lisbela e o prisioneiro”, e Guel Arraes. A canção “A dança ção “Garoto de aluguel”. das borboletas” foi composta por Entre o final da década de 1980 e Zé Ramalho, em parceria com Alceu anos 1990 lança o disco “Décimas de Valença, porém ganhou fama no voum cantador”. Foi uma época muito cal de Derick, na guitarra de Andreas difícil, pois lutava contra as drogas. Kisser e na bateria de Igor Cavaleiro. Mas havia uma luz no fim do túnel. O cantor lança em 1992 a versão de O que pensam os fãs Aldir Blanc “Entre a Serpente e a Estrela” e começa ganhar o espaço Pode-se dizer que os fãs do cantor que tinha perdido com os problemas começa pela juventude, adulto e melhor idade. pessoais.
tam um eterno poeta”, comentou Gilson Barbosa, 28 anos . “Gosto do Zé Ramalho porque suas letras tem metáforas marcantes”, disse Mário Moraes, 41 anos. Acervo Zé Ramalho vida e obra O fotógrafo – e fã – Aurilio Santos é ganhador de prêmios no Brasil e no exterior e junta tudo a respeito de Zé. O material deu origem ao Acervo Zé Ramalho vida e obra, que reúne revista, vinis, letras, documentários. São mais de quinhentas peças sobre o cantor e compositor. Tudo em Brejo da Cruz. O fotógrafo mostra preocupação quando o assunto é um lugar apropriado para conservar as obras do cantor: “Esse material ainda não foi descoberto pelo poder público do município e isso dificulta a disponibilização de um espaço amplo, onde a população possa visitar e conhecer melhor o artista de sua terra”, explica Aurilio.
Portanto, o artista é aquele que faz história, se torna inesquecível na vida de alguém e principalmente, faz tudo com muito amor e devoção. Com o cantor e compositor Zé Ramalho é “Ouvir Zé Ramalho é como fechar assim. Herói para muitos fãs, inexO tempo passou e veio o frevo e as novas perspectivas. Zé Ramalho vai os olhos e sonhar”, disse Roseane plicável para outros e eterno para a ganhando espaço no Sudeste e trans- Oliveira, 20 anos. humanidade. formando o preconceito contra o “Suas músicas apocalípticas aponFrancisca Soares nordestino em admiração.
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Obras como o livro ’Zé Ramalho - o ancestral da palavra’, do poeta Manoel Monteiro estão à venda naquele acervo. Outras informações, escreva para: auriliosantos@gmail. com ou ligue (83) 9958-8875.
Curiosidades * Avôhai é uma palavra inventada pelo próprio Zé Ramalho. Quer dizer “avô Raimundo”. * A canção eternas ondas foi composta para o cantor Roberto Carlos, mas ganhou fama na voz do também nordestino Fágner. * Elba Ramalho (sua prima) fez sucesso com letras do Zé ramalho. Exemplo “Chão de giz”.
Agenda Dia 28 de novembro de 2010 Zé Ramalho e banda Z estará se apresentando, na Pousada dos pescadores, São Bernardo do Campo-SP. Outras informações acesse o site do cantor:www.zeramalho.com.br.
Cinema
A vida depois da vida na dimensão da tecnologia
Baseado no livro homônimo psicografado pelo médium Chico Xavier, o primeiro da série André Luiz, o filme Nosso Lar chegou às telas de cinema no início de setembro.
Seguindo no embalo da comemoração do centenário de Chico Xavier, o filme “Nosso Lar” chegou às telas de cinema no início de setembro. O longa narra a trajetória do médico André Luiz (Renato Prieto, de “Bezerra de Menezes: O diário de um espírito”), que depois de morto aprende sobre a vida em outra dimensão. Primeiramente, ele se vê em uma região sombria e assustadora, que mais tarde descobre ser o Umbral. Esta
é a parte mais pesada do filme – o protagonista permanece um período de oito anos nessa região inferior, cercado de lama, trajado em farrapos e perseguido por criaturas horripilantes até suplicar pela misericórdia divina e ser resgatado por entidades luminosas. Levado para uma cidade espiritual, a colônia Nosso Lar, ele passa a entender um pouco mais os mecanismos da Vida, e que a morte, ou desencarne para os espíritas, não é o fim. Atuando como um repórter, ele narra toda sua experiência na comunidade sideral, assim como suas angústias, dúvidas e o constante desejo de rever a família na Terra. Ao mesmo tempo, em rápidos flashes, assistimos momentos de sua vida terrena desde a infância e ao lado da mulher e dos filhos pequenos. Logo após seu resgate, André conhece Lísias (Fernando Alves Pinto, de “Os inquilinos”), que será sua constante companhia e o levará para conhecer a cidade de Nosso Lar numa espécie de tour. Ele se maravilha com a organização e administração do local, onde há ministérios, transportes, vilas e um sofisticado hospital com equipamentos e tratamentos que revelam conhecimentos da Medicina muito avançados e ainda desconhecidos. Um dos destaques vai para a concepção visual da colônia, que lembra a de filmes futuristas, com arquitetura repleta de linhas retas, uma espécie de cidade espacial. Dirigido e roteirizado por Wagner de Assis (“A cartomante”), “Nosso Lar” não tem o objetivo de recrutar novos adeptos; também não é necessário conhecer o Espiritismo ou seguir sua doutrina, pois o filme se preocupa em verbalizar tudo aquilo que é importante. Para o médium e escritor espírita Richard Simonetti, o sucesso do filme está na satisfação dos espíritas em ver a descrição da morada dos mortos feita pelo Espírito André Luiz. Em relação ao públi-
co em geral, Simonetti acredita que haja uma curiosidade sobre a ampla e objetiva visão do Além, conforme a proposta da doutrina espírita. Orçado em R$ 20 milhões - um dos mais caros da História do cinema brasileiro - a produção usou como base um livro de 66 anos de existência e com mais de 60 edições. Assis afirma que conseguiu juntar esse dinheiro todo exatamente porque tinha uma obra original muito conhecida, com um potencial grande de se vender sozinho. Além, é claro, do nome Chico Xavier. Com a verba em mãos e o compromisso assumido com a Federação Espírita Brasileira (FEB) de fazer o melhor filme possível, Wagner de Assis, um autodenominado espírita-cristão-ecumênico, foi em busca de profissionais no Brasil e fora daqui. Para a fotografia e os efeitos especiais foram convocados o diretor de fotografia Ueli Steiger (de “10.000 A.C”, e “O dia depois de amanhã”) e o supervisor de efeitos especiais Lev Kolobov, da empresa canadense Intelligent Creatures (“A caçada”, “Babel” e “Watchmen”), a diretora de arte brasileira Lia Renha (“A muralha”, “Hoje é dia de Maria”, “Auto da Compadecida”), e o músico Philip Glass (“As horas”, “O ilusionista”, “O sonho de Cassandra”), que teve sua composição tocada pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Possui no elenco: Othon Bastos (governador Anacleto), Ana Rosa (Laura), Werner Schunemann (Emmanuel), Lu Grimaldi (Veneranda), Paulo Goulart (Genésio) e Chica Xavier. Nosso Lar levou 541.853 pessoas às salas de cinema em seu primeiro final de semana e atingiu a marca de um milhão de espectadores em apenas cinco dias de exibição. É a terceira maior abertura da retomada do cinema nacional – o melhor desempenho de um filme brasileiro no período. Adri Brumer Lourencini
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