Revista colegio beit yacoov

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editorial

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no novo, currículo novo. 2007 está chegando para trazer um novo desafio para a Escola Beit Yaacov, talvez um dos maiores já enfrentados por sua equipe pedagógica até hoje. No ano que vem a escola terá um novo grau, o G5. Esta nova série do Fundamental II será marcada tanto pelo amadurecimento da Escola Beit Yaacov como instituição de ensino quanto pela entrada das crianças em um novo mundo: a pré-adolescência. Esperamos o ano de 2007 com muita satisfação, principalmente pelos resultados obtidos em 2006. Foi um ano de muito trabalho e dedicação, coroado pela indicação oficial da Beit Yaacov à Escola Candidata do Program Years Program (PYP). A concessão do selo de qualidade PYP pelo International Baccalaureate Organization (IBO) em um futuro próximo levará a Escola Beit Yaacov a integrar a exclusívissima lista de escolas brasileiras aprovadas pelo instituto suíço. Em 2006, recebemos a visita das equipes internacionais da instituição, que checaram os últimos detalhes sobre o currículo pedagógico e as instalações e confirmaram que a escola está se preparando bem para a avaliação oficial. O ano de 2006 também confirmou a vocação internacional da Escola Beit Yaacov, com a contratação de mais uma professora norte-americana e do novo Diretor de Judaísmo, o Rabino israelense Joseph Zilbershatz. Ele chegou ao Brasil com sua esposa Ora Zilbershatz, também pedagoga, após passar por uma extensa carreira internacional com passagens por Israel, Estados Unidos e Inglaterra. Joseph chega para orientar os professores de hebraico, aprimorar o nosso currículo, e nos brindar com sua incrível experiência pessoal, uma vida dedicada à educação, às tradições e aos valores judaicos que tanto precisamos no mundo de hoje. O ano de 2008 também trará novidades na área estrutural da Escola Beit Yaacov. Será inaugurado um novo prédio no terreno anexo à escola, o que ampliará a área infantil e ajudará a preparar a escola para crescer ainda mais em 2008. Esta edição da Revista Beit Yaacov mostra um pouco do que foi feito em 2006 e o que nossa equipe está planejando para 2007. Agradecemos a toda a dedicação da equipe pedagógica da Escola Beit Yaacov e aos pais de nossos alunos, pela confiança novamente depositada em nosso trabalho. Aguardamos a chegada do ano com muita vontade de trabalhar e fazer da Escola Beit Yaacov a melhor instituição judaica do Brasil.

Carlos M. Dayan Presidente da Escola Beit Yaacov


Índice 2006

EDITORIAL......................................................1

CIDADANIA A união faz a força.......................................28

EDUCAÇÃO

Obrigado.....................................................29

Uma escola cada vez mais internacional......4 Entrevista – Michelle Schultz.......................6

After School

PYP.............................................................7

Lehakat Beit Yaacov: .

Coordenadoras Pedagógicas........................8

a identidade através da dança.....................30 Psicomotricidade - desde quando existe .

FUNDAMENTAL II

e por que é tão importante..........................32

Mais um grande desafio para a Escola Beit Yaacov....................................10

BEIT YAACOV EM NÚMEROS.........................34

Acampamento.............................................12 O começo de um novo ciclo.........................13 PSICOLOGIA

YEAR BOOK 2006........................................36 homenagem...............................................54

Auto-estima.................................................14 O novo “point” da escola.............................17 Infantil Uma brinquedoteca bem diferente das outras...................................................18 Phonics - aprendendo a falar e pensar . em Inglês....................................................20” HEBRAICO/JUDAíSMO O novo diretor da escola..............................21 Tefilá – concentração e alegria.....................25 Sucót – uma comemoração bem criativa.....26

PATROCÍNIO.................................................55


educação

adaptados

Michelle Schultz , Dan Buck, Joseph e Ora Zilbershatz na Escola Beit Yaacov.

Uma escola cada vez mais internacional Contratação de novos profissionais, vindos tanto dos EUA como de Israel, reforça a equipe estrangeira da Escola Beit Yaacov

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presença dos professores estrangeiros não é apenas importante para o currículo pedagógico, mas também pelo impacto que causa no cotidiano da escola e na convivência com os outros professores. De uma maneira geral, os professores americanos tem uma maneira de ser diferente e uma didática muito especial. Além de ensinar as crianças a falar Inglês sem qualquer sotaque, há técnicas diferenciadas e consistentes para o controle da classe e da disciplina. No Brasil, tem-se a idéia de que a educação americana tem um lado mais liberal, mas na realidade há uma questão ética muito forte que contribui para o desenvolvimento da criança como indíviduo responsável e consciente. Outro fator importante é que esses professores estrangeiros são escolhidos de maneira extremamente profissional, em feiras de educação altamente conceituadas, e já chegam com uma experiência internacional. Mr. Dan Buck, que já dá aulas na Escola Beit Yaacov desde 2005, fez Mestrado na Universidade de Phoenix, Arizona, e é Professor Internacional pela Universidade George

- ESCOLA Beit yaacov

Mason, da Virgínia, uma das únicas escolas norte-americanas a conceder este tipo de certificado. Tem vasta experiência, atuou na Alemanha e no Sri Lanka, além dos EUA. Mas como será que foi este primeiro ano no Brasil para Mr. Buck? “Foi um ano bastante corrido, mas uma experiência incrível. Nunca vou esquecer minha primeira turma de alunos da Escola Beit Yaacov. Acho que construimos um grande currículo e eles fizeram um ‘great job’, o melhor possível. Estou ansioso para que 2007 chegue logo”, afirmou Mr. Buck. O professor americano também ressaltou a importância para as crianças de estudar em uma escola cada vez mais internacional. “Aos poucos o planeta está ficando menor. Está mais fácil viajar, encontrar empregos e atividades em outros países. É fundamental portanto que os alunos tenham uma base consistente de Inglês, já que estão crescendo, amadurecendo, e daqui a pouco tempo serão adultos. Conhecer culturas e idiomas diferentes é uma parte importante da vida deles, e será mais ainda quando chegar a hora de ocu-

par posições profissionais de liderança no futuro”, completou Mr. Buck. A ‘novata’ Michelle Schultz, que começou a dar aulas na escola este ano, também apresenta uma carreira internacional de peso: Ms. Schultz vem de uma experiência não só nos Estados Unidos, mas na América Central. Ela deu aula em Honduras durante três anos, o que lhe deu uma boa referência da cultura latina antes de desembarcar no Brasil. Atualmente a Escola Beit Yaacov também conta com os serviços profissionais do Diretor de Hebraico e Cultura Judaica Joseph Zilbershatz, que veio para fortalecer a parte de Hebraico e Cultura Judaica. Josef e sua mulher, Morá Ora Zilbershatz passaram por experiências profissionais em inúmeras instituições de ensino na Inglaterra, Estados Unidos e Israel. Esta soma da personalidade com o currículo desses pedagogos estrangeiros, assim como de toda a equipe da escola provocam um impacto bastante positivo no resto do grupo. Não podemos esquecer que não são apenas os nossos professores que estão ficando mais internacionais: nossos alunos tam-

bém. Alguns deles, em consequência de transferências profissionais de seus pais, se mudaram para outros países. Graças à formação sólida pedagógica e, principalmente, na língua inglesa, a adaptação desses alunos foi perfeita. Até porque essas escolas de alto nível também adotam os conceitos elaborados pelo programa do Primary Years Program (PYP), o mesmo adotado pela Escola Beit Yaacov. E a nossa equipe não pára por aí: a diretora do Ensino Fundamental, Vera Nicol Giusti, já afirmou que pretende comparecer em janeiro à Feira Internacional de Cambridge, nos EUA, e Toronto, no Canadá, para estabelecer contatos com novos profissionais. Mas será que os nossos professores brasileiros devem ficar receosos de que a escola quer ter em seu grupo apenas profissionais estrangeiros? “Não há esta preocupação”, garante a diretora Vera Giusti. “Professores internacionais são importantes porque a escola está crescendo, mas nossa equipe brasileira é de excelente nível.” Os alunos assinam embaixo.

Alunos bilíngües, melhor desempenho escolar Segundo um relatório publicado em novembro pelo jornal britânico The Independent, as crianças de 11 anos que falam mais de um idioma apresentam notas mais altas na escola. A avaliação realizada com estudantes do ensino médio de origem portuguesa que estudam em Londres mostra que os alunos que continuam estudando sua língua materna têm cinco vezes mais chances de obter melhor pontuação nos exames. O relatório cita também um estudo da York University do Canadá, que diz que indivíduos bilíngües também superam os que falam apenas um idioma no momento de fazer várias tarefas ao mesmo tempo. Isso se deve, segundo a pesquisa, ao fato de os bilíngües exercitarem regularmente a parte do cérebro conhecida como córtex pré-frontal, que reforça a capacidade de prestar atenção.


educação

educação

“It’s good for the kids to think internationally”

A riqueza do PYP Programa de Integração de disciplinas escolhido pela escola beit yaacov auxilia no desenvolvimento dos alunos

Nova professora de inglês do fundamental, michelle schultz veio de oregon especialmente para ensinar na escola beit yaacov formação acadêmica

Ms. Schultz estudou na Western Oregon University, onde obteve sua conclusão de grau (Bachelor of Arts Degree) em Educação Infantil no ano de 1996. Desde então, realizou diversos cursos na Portland University, sempre voltados para a Educação Internacional e com ênfase em técnicas para ensinar crianças que não têm o Inglês como primeiro idioma. Depois de formada, deu aulas nos Estados Unidos para classes 3rd e 5th grade (G3 e G5) durante três anos e lecionou para classes de 4th grade (G4) em Honduras, por mais três anos.

How were you hired to come to Brazil?

For the last three years, I had been working in Honduras, Central America, in a bilingual elementary school. I wanted to keep teaching internationally so I went to an international job fair in the United States. Just before that, I had travelled to Brazil to visit my cousin who was living here. I just fell in love with Brazil and I began to think about teaching here. So what do you think of living in Brazil so far?

I have always lived in very small cities. It’s such a huge change for me that sometimes it is almost overwhelming. But I really like it a lot, I’m glad that the weather is finally getting warmer... How’s your Portuguese?

Well, I started to take Portuguese lessons, twice a week. I knew Spanish, and much of the words are the same. It is just the pronunciation for me that is different, but even so it is hard. What subjects are you teaching at Beit Yaacov School?

Right now I’m teaching Second, Third and Fourth Grade Science because Paola, the Science teacher, just had a baby. The school needed a Science teacher from August through December, so here I am. In January I will start to teach Fifth Grade English, reading and writing. I have a two years contract, but it is renewable if we decide it together. In terms of personal life, are you enjoying the life in São Paulo?

Yes, I’ve been out a few times and is so much quieter that I thought... in the - ESCOLA Beit yaacov

huge cities in the United States there are always horns honking, alarms going off... everything is always so loud. I live in Pinheiros, it’s nice and the district is not too far from the school. It feels safe, a good neighboorhood, everybody has been really nice to me. How would you compare Beit Yaacov to other schools in the United States?

I think some things are different, like a teacher for each subject. In the Elementary School in the United States, we would teach all the subjects to the kids, until they go to Middle and High School. But the concept of PYP (Primary Years Program) is a lot like in the United States. That means the school has to meet certain standards, take specific tests. When I was teaching at this international school in Honduras we did the same type of thing: every unit is based on a theme and then all the subjects tie into it. So for me this is pretty normal. Why do you think is important for the kids to study in an international school?

With technology and communications the world seems like a smaller place, just because we know so much more about every other place around us. And I feel there are very few countries in the world that live in isolation. The world is an international place, so it’s good for the kids to think internationally. For me, I just love to experience new cultures, new languages, to be constantly learning new things. So you feel that you are also learning when you teach?

Oh, yes. Definitely.

Determinada a escolher um projeto pedagógico em sintonia com as melhores escolas do mundo, a Escola Beit Yaacov adotou o Primary Years Program (PYP), um programa elaborado pelo International Baccalaureate Organization (IBO), com sede na Suíça. O PYP prevê a integração de todas as disciplinas, permitindo que a criança assimile o conteúdo de maneira mais lógica e criando um ambiente pleno para o seu desenvolvimento intelectual e social. O PYP é aplicado hoje em centenas de escolas em todo o mundo, mas ainda é um programa bastante restrito e exclusivo no Brasil: o número de escolas que adota este método ainda não chega a cinco em todo o País. A Escola Beit Yaacov, graças a muito trabalho e dedicação da equipe, foi aprovada como Escola Candidata e está a caminho de obter o selo de aprovação PYP concedido pelo próprio International Baccalaureate Organization. Em 2006, a escola recebeu a visita das equipes internacionais da instituição que checaram os últimos detalhes sobre o currículo pedagógico e as instalações e confirmaram que a escola está pronta para a avaliação oficial.

Por que o PYP é tão importante? Porque é um selo de qualidade internacional, que garante a inserção da Escola Beit Yaacov em uma lista que inclui as melhores escolas do mundo. Mas não é apenas a escola como instituição de ensino que ganha com este reconhecimento: os grandes beneficiados são os alunos, que terão todos os instrumentos para se tornarem cidadãos preparados e seres humanos acostumados a vencer desafios com naturalidade e competência, tornando-se líderes conscientes de seu trabalho em equipe para o bem da comunidade.

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Alunas do G2 em momento descontraído.


educação

Coordenadoras Pedagógicas: qual a sua função?

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uando alguém menciona a equipe pedagógica de uma escola, logo se imagina uma turma de profissionais reunidos na Sala dos Professores conversando sobre o comportamento dos alunos e preparando suas próximas aulas. Vem também à mente a imagem das diretoras da escola, figuras essenciais para o sucesso de uma instituição de ensino tão prestigiada quanto a Escola Beit Yaacov. Uma parte da equipe, tão essencial quanto as demais e intimamente ligada ao bom funcionamento da escola no dia-a-dia, é a equipe das coordenadoras da Escola Beit Yaacov. Mas afinal, quem são elas? Vamos conhecer um pouco mais dessas pedagogas que têm um papel fundamental no aprendizado de seus filhos.

“A proposta pedagógica da Escola Beit Yaacov é altamente instigante e desafiadora para os alunos que nela estudam, e, também para os profissionais que nela trabalham. O investimento para garantir o nível de qualidade no trabalho pedagógico torna o processo de aprendizagem mais consistente e muito mais rico. A Escola é única e incomparável e, com certeza, estará entre as melhores do nosso país.” Sonia de Gouveia Jorge - Coordenadora de Português do Fundamental

Elizabeth Conte Coordenadora da Área de Educação ensino Fundamental Trabalha há 4 anos como braço direito da diretora Vera Giusti na elaboração do programa de Inglês para o curso de Educação Fundamental. Acumula 26 anos de experiência pelos trabalhos prestados à Graded School, onde tornou-se uma professora certificada pelo Meca-Seton Montessori Education Centers Associated (Chicago, USA). Trabalhou com crianças em situação especial (dislexia e dificuldades de aprendizado) na Shelton School em Dallas, Texas (USA). Participa atualmente da equipe que implementa o Primary Years Program (PYP) na Escola Beit Yaacov.

Joyce Mitnik Szlak Coordenadora de Hebraico Nascida no Uruguai, fez Aliá (mudou-se para Israel) aos 6 anos. Ingressou na Israeli Defence Force (Tzahal) como tenente e foi instrutora de recrutas no Exército de Israel de 1977 a 1979. Cursou o Instituto Levinsky, de Israel, e atualmente cursa Ciência Judaica no The Open University of Israel (ensino a distância). Joyce fez especialização em Syllabus (currículo escrito) para coordenadores de escolas judaicas pelo Ministerio da Educação de Israel. Foi professora e assistente de Direção da Escola Israelense Guilboa, do Ministério da Educação de Israel, instituição voltada para filhos de diplomatas. Trabalhou como Coordenadora do Olami (Ensino Judaico não formal) e do curso de Bat Mitzvá de ‘A Hebraica’ de São Paulo.

Sonia de Gouveia Jorge Coordenadora da área de Português Ensino Fundamental Especialista em Gestão Educacional. Participa da elaboração e da implantação de Programas de Formação Continuada, voltados para o ensino da leitura e da escrita nas séries iniciais, na Rede Estadual de Ensino. Participou da implantação de Programas de Formação de Professores nos Estados de Pernambuco, Maranhão e Piauí. Tem participado da organização e da elaboração de currículo, tanto em âmbito Nacional como em âmbito Estadual. Coordenou o processo de elaboração de descritores de avaliação externa das escolas do Estado de São Paulo – SARESP. Também participou, na Universidade Federal da Bahia, da elaboração de descritores para avaliação do sistema de ensino do Estado da Bahia. Participou em Cabo Verde, como assessora do Banco Mundial, de um processo de avaliação, com o intuito de redimensionar o sistema público do País.

Heidi Margrit Giger Gonçalves Coordenadora de Inglês Educação Infantil Cursou a St. Paul’s School até o Ensino Médio. Obteve os diplomas CPE (University of Cambridge Certificate of Proficiency in English) pela Cultura Inglesa e o de Curso Técnico de Administração na HWV Schule, na Suíça. Heidi frequentou o Richmond College em Sheffield, na Inglaterra, onde fez um curso avançado de inglês durante 2 semestres. É formada em Letras (Inglês e Português) pela Unip e já trabalhou nas seguintes escolas no Brasil: St. George’s School – Pré Escola; Escola Graduada de São Paulo (8 anos), Conselho Britânico /British Council (4 anos) como Assistente do Adido Científico; Fundação Vitae, na Administração de projetos na área de Educação e Promoção Social (4 anos). Na Inglaterra, Heidi morou 4 anos e meio. Trabalhou numa Organização Internacional da ONU em Londres durante 6 meses e como tradutora em Sheffield. Atuou ainda como Relações Públicas na Suíça por um ano.

Bela Vaie Coordenadora Pedagógica de Português Educação Infantil Formada em Pedagogia pela Faculdade Oswaldo Cruz em 1995, trabalhou como Orientadora Pedagógica do curso de Educação Infantil da Escola Maternal e Infantil ‘A Hebraica’ de São Paulo. Atualmente ministra curso de formação de professores voltados à Educação Infantil. Tem no currículo diversos cursos de pós-graduação: Atendimento Familiar: Orientação e Psicoterapia Breve (Instituto Sedes Sapientiae (2002); Construtivismo e Educação (Universidade Autônoma de Madri (2004); Expansão Cultural: Clínica Psicanalítica com Crianças (Instituto Sedes Sapientiae (2005)

ESCOLA Beit yaacov -


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educação

Mais um grande desafio para a Escola Beit Yaacov Com as novas classes do G5, as primeiras do Fundamental II, um novo ciclo se inicia.

N fluência

Um dos programas mais completos de idiomas.

o ano 2007 a Escola Beit Yaacov continuará ampliando seu currículo pedagógico com a criação da nova série G5. Além da festa de encerramento e formatura do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II, os alunos que hoje estão no G4 vão ganhar no ano que vem um reforço adicional em determinadas áreas curriculares, principalmente em áreas como Ciências e no aprendizado de novos idiomas. As aulas de Ciências darão sequência ao currículo hoje aplicado pela equipe da Escola Beit Yaacov, mas com ênfase em um programa mais forte e complexo. O aprendizado de Ciências é muito importante nesta idade de desenvolvimento da criança, em que os conceitos e experiências formam a capacidade intelectual e de abstração do aluno. No que diz respeito aos idiomas, os alunos da Escola Beit Yaacov terão a oportunidade de participar de um dos programas mais completos entre todas as escolas internacionais brasileiras. Um acontecimento importante para a turma do G4 este ano é a realização do ‘Young Learners English Tests’, bateria de exames elaborados pela Universidade de Cambridge que serão adminis-

trados na Escola Beit Yaacov por meio de uma parceria com a Cultura Inglesa. Esses testes, que incentivam o aprendizado do inglês e não têm caráter de ‘reprovar’ ou ‘passar’ ninguém, são uma maneira de avaliar os alunos em diversas habilidades linguísticas: leitura, compreensão auditiva, expressão escrita e expressão oral. A Escola Beit Yaacov, no entanto, já é reconhecida em todos esses quesitos. O Young Learners English Tests pode ser administrado em três níveis: Starters (Iniciantes), Movers (Intermediário) e Flyers (Avançado). A equipe da Cultura Inglesa, a partir de análise do programa curricular da Escola Beit Yaacov, considerou que todos os alunos da escola deverão participar do exame Flyers (Avançado). Esta avaliação positiva é uma das maiores provas de que o programa de idiomas da Escola Beit Yaacov está em sintonia com as melhores escolas internacionais não apenas do Brasil, mas do mundo. Os testes serão realizados no final do ano letivo de 2006. A partir daí, as provas serão enviadas para a Inglaterra, onde serão corrigidas e enviadas de volta ao Brasil, acompanhadas por um certificado oficial da Universidade de Cambridge, que todos os alunos receberão. Este é o primeiro passo para a implantação de outras avaliações em parceria com Cambridge, como o KET – Key English Test (exame básico que avalia a habilidade de lidar com textos escritos e falados do cotidiano), PET – Preliminary English Test (exame intermediário) até chegar ao FCE – First Certificate in English (exame de nível intermediário superior). Para saber mais sobre o programa de avaliação internacional que será aplicado na Beit Yaacov, acesse www.cambridgeESOL.org.br .

Por que um certificado de Cambridge é importante para meu filho? - Porque são certificados independentes, reconhecidos por universidades no mundo todo - Porque um certificado oficial de Cambridge facilita o acesso a cursos no Brasil e no exterior - Porque enriquecem o currícu-

alegria 10 - ESCOLA Beit yaacov

Aluna do G4 no último ano do Fundamental I.


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Uma viagem inesquecível “Ficamos cansadas por subir o morro, mas achamos o acampamento muito divert ido. As brincadeiras com o Grec foram muito legais. Adoramos colocar nossos pertences na cápsula do tempo, para recordar de tudo no futuro. Também adoramos a construção da Sucá.” Jacqueline Adler e Stephanie Halaban

A Tirolesa foi uma das atividades preferidas.

A tradicional festa de Sucót foi celebrada de maneira diferente pela turma do G4 em 2006: longe da Escola Beit Yaacov e perto da natureza. De 9 a 11 de outubro, as classes do G4 se hospedaram no Acampamento Via Leões, na Serra da Cantareira. A viagem foi um grande sucesso. Com lotação máxima – todos os alunos do G4 se inscreveram e compareceram ao acampamento –, as crianças se divertiram construindo Sucót ao ar livre em meio a uma paisagem exuberante e bem diferente do cenário urbano a que estão acostumadas a ver no dia-a-dia. Foram três dias de cultura e diversão em um ambiente bastante rústico, um verdadeiro sonho para crianças que moram em uma cidade como São Paulo. Outro fator interessante é que esta não foi uma experiência apenas de diversão. Orientadas pelo rabino Dlin, as crianças aprenderam bastante sobre as tradições judaicas construindo e fazendo suas refeições dentro da Sucá. Uma das atividades pre-

12 - ESCOLA Beit yaacov

falta pouco

Alunas do G4 estão ansiosas para chegar ao Fundamental II.

feridas no acampamento, no entanto, foi a ‘Cápsula do Tempo’. As crianças escolheram objetos importantes que significam muito para elas atualmente e guardaram em compartimentos com nome e data, comprometende-se a abrir somente daqui a sete anos. A viagem para o acampamento foi uma importante experiência de integração social entre as crianças, assim como uma aproximação maior entre alunos e professores em um ambiente lúdico e informal.

Almoço na Sucá: uma viagem pela natureza..

O começo de um novo ciclo Após cerimônia de Formatura, alunos do G4 aguardam ansiosos a entrada no Fundamental II.

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este ano a Escola Beit Yaacov viverá um momento muito importante pela primeira vez: a formatura de uma turma do G4. Durante a cerimônia, que ocorrerá em dezembro, haverá uma homenagem a todos os professores da Escola Beit Yaacov e às equipes de Educação Infantil e Fundamental. Os alunos vão contar um pouco de suas experiências na escola e relembrar momentos inesquecíveis por meio de um vídeo. Este documento de uma época, em formato de DVD, vai relembrar a história dos alunos e da própria Escola Beit Yaacov, desde o início de seu funcionamento em uma casa na Rua Brasílio Machado, em Higienópolis. Será um momento emocionante também para os pais, que depositaram sua confiança, apostaram no projeto da Escola Beit Yaacov e agora poderão colher os frutos confirmando os bons resultados de seus filhos

e a evolução na excelência educacional que a escola vem apresentando desde então. Uma curiosidade que vai marcar a cerimônia de formatura e que já está mexendo com a imaginação dos alunos é a ‘cápsula do tempo’: um compartimento onde os alunos vão armazenar objetos e lembranças importantes para eles. Fotos, cartas, roupas, recortes sobre os aparelhos hoje considerados de última tecnologia, enfim, tudo o que lembra a nossa época estará representado nesta ‘cápsula do tempo’. Mas o melhor só virá daqui a sete anos, quando os alunos estiverem no último ano do Ensino Médio: os então adolescentes serão convidados a abrir suas ‘cápsulas do tempo’ e fazer ‘uma viagem ao passado’, lembrando como era a época em que eram apenas garotas e garotos emocionados com sua primeira formatura.

ESCOLA Beit yaacov - 13


psicologia

psicologia

Auto-estima: por que ela é tão importante para a criança

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ocê sabe como anda a auto-estima do seu filho? Antes de responder é bom pensar se você realmete conhece o significado da palavra auto-estima. É a maneira como cada um se sente em relação a si próprio, a opinião que temos de nós mesmos. Ou melhor: é o sentimento que temos em relação ao nosso próprio valor diante da sociedade, família, amigos. A seguir, algumas dicas para que cada pai possa refletir e contribuir para aumentar a auto-estima do seu filho. Imponha limites O amor verdadeiro é aquele que se manifesta quando você vê seu filho como alguém especial – e não necessariamente quando você diz ‘sim’ para tudo que diz respeito à maneira como ele age. Limites são fundamentais para que a criança descubra a diferença entre o que é certo e o que é errado. Não reprima as emoções de seu filho É importante mostrar que a criança pode, sim, ser dona de seus sentimentos, sem que isso signifique que ela pode fazer o que quiser na hora em que quiser. Há uma grande diferença entre exigir uma ação e incentivar uma emoção. Se o seu filho quer bater no irmão, por exemplo, incentive-o a expressar sua raiva de outro modo, ao invés de exigir que ele a contenha. Ajude-o a expressar seus problemas em palavras, música, teatro, desenhos, brincadeiras. É a maneira mais construtiva de reduzir sentimentos negativos.

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Reconheça seus erros É preciso entender que o pai (ou mãe) perfeito não existe. Somos pessoas falíveis, cometemos erros, e as crianças percebem isso. Devemos reconhecer nossos erros também para nossos filhos, para que o respeito deles por nós cresça ainda mais. Não tenha medo de pedir desculpas ao seu filho quando você agiu de modo errado. Isso, claro, não quer dizer que temos que mostrar fraqueza diante das adversidades. Dizer a verdade e admitir que ninguém é perfeito ajudará a construir o caráter de seu filho, inclusive para que ele possa confiar em você: só assim ele aprenderá o valor da sinceridade. Não julgue Não importa o que aconteça, não rotule seu filho. Palavras como ‘preguiçoso’, “bagunceiro”, ou ‘atrasado’ provocam uma sensação de julgamento que não favorece a construção da sua personalidade. É muito mais interessante demonstrar que uma ação dele provoca uma reação em você, e que esta pode ser negativa ou positiva – só depende dele. Ou seja, dizer ‘tenho medo que você perca a aula esta manhã’ é muito mais estimulante do que dizer “você é muito devagar”. Isto também vale para o lado positivo. Dizer “Gostei muito do que você fez hoje” ao invés de “Você é muito bom” faz com que seu filho não seja julgado. Os julgamentos atrapalham a construção da auto-estima.

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psicologia

psicologia

O novo ‘point’ da escola

Bibliografia: ‘A Auto-Estima do Seu Filho’ (‘Your Child Self-Esteem’) Dorothy Corkille Briggs. Ed. Martins Fontes

“Cantinho da Leitura” ganha cada vez mais adeptos

Respeite Você já parou para pensar no modo como às vezes trata seu filho? Você trataria um amigo desta forma? Tenha respeito por seu filho, cada criança tem seu ritmo, seu jeito de ser, que nem sempre é o mesmo que o seu. Procure entender seu filho Nem sempre a lógica é a melhor maneira de agir em relação a determinado temor ou incerteza que uma criança venha a ter. Tente entrar em seu mundo e mostrar que, diante de uma adversidade, você está ali, bem ao seu lado. Uma mãe que diz ao seu filho para não ter medo do barulho dos trovões terá menos empatia com ele do que uma mãe que abriga a criança em seus braços e concorda que o barulho dos trovões é realmente terrível... mas que é apenas um sinal de chuva e logo passará. Empatia é ouvir com o coração, não com a cabeça.

Passe um momento a sós com ele durante o dia Ouça-o com atenção. Não pense ou faça outras coisas enquanto seu filho está lhe contando algo. Concentre-se apenas nele. Caso seu filho queira contra-lhe um problema numa hora em que você está saindo ou ocupado com outra coisa, seja sincero com ele e diga-lhe que vocês conversarão com calma mais tarde. Na hora de ouvir seu filho... ouça seu filho. Não compare É essencial entender que cada criança tem seu ritmo próprio de crescimento. Cada criança é diferente e não é bom que ele assista ao seu próprio pai comparando-a com outra pessoa ou com um irmão. Comparações servem apenas para prejudicar a auto-estima e criar sentimentos de inadequação. Ao invés disso, ensine ao seu filho que ele é único. O fato se seu filho sentir-se especial vai aumentar a auto-estima de toda a família.

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urante o horário do recreio, a maioria dos alunos gosta de se organizar em brincadeiras ou praticar esportes, principalmente o futebol. Outras crianças, no entanto, preferem se reunir para ler, desenhar ou praticar outras atividades variadas. A partir desta constatação nasceu o ‘Cantinho da Leitura’. Organizado no novo prédio da escola, este “cantinho”, como foi carinhosamente apelidado pelos professores, abriga uma coleção dos jogos de tabuleiro mais tradicionais, como xadrez, damas e gamão. Quem preferir, também pode passar o recreio jogando passatempos como palavras cruzadas e sudoku, a nova febre de crianças e adultos em todo o mundo que é uma espécie de ‘jogo lógico’ de matemática. O ‘cantinho da leitura’ é muito mais do que isso. Algumas professoras voluntárias se ofereceram para contar histórias para as crianças. As leituras são feitas em português, inglês e hebraico. O ‘cantinho’ já é

um sucesso de audiência entre as crianças: no início do ano, apenas 16 alunos passavam o recreio se divertindo com os jogos de tabuleiro e as histórias. Hoje este número já passa de 40!

xadrez

Sucesso entre meninos e meninas


cultura judaica

infantil

Mischakiá da Escola Beit Yaacov faz do hebraico uma brincadeira de criança

Ze Haochel Sheli (está é minha comida) Animais e suas respectivas comidas.

Galgal Ha Otiot (roleta das letras) As letras da roleta18giram e formam palavras - ESCOLA Beit yaacov

Luach Otiot - Ma Ba Kiss? (O que tem no bolso?) Nomear o objeto que se esconde no bolso.

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untar brincadeiras interessantes e os primeiros passos no aprendizado de hebraico em um mesmo ambiente. Este foi o conceito que motivou a criação da Mischakiá (brinquedoteca) com jogos ligados à área de hebraico e às festas judaicas. A Mischakiá está montada dentro da sala de Israel, o que reforça toda a simbologia representada pelos jogos. Idealizados por Sarita Kreimer e elaborados por Joyce Szlak, esses jogos incentivam as crianças a visualizar as letras hebraicas e os símbolos das principais festas, indicando os primeiros passos na direção da alfabetização em hebraico, que é complementada no ensino fundamental. Não é exagero dizer que a Mischakiá tornou- se um dos locais favoritos dos alunos do K4 e K5. Depois, nas classes, torna-se mais fácil o entendimento do idioma hebraico, o nome das letras e seus sons e a relação com seus próprios nomes. A iniciação no hebraico de maneira lúdica e criativa ajuda a desenvolver a paixão pela cultura letrada em hebraico. Tratando as letras como Mischak (brinquedo), as crianças desenvolvem um grande interesse e enriquecem o vocabulário se divertindo. A Mischakiá é uma espécie de ‘sala de aula diferente’, onde os alunos aprendem com entusiasmo, brincando. Não é a toa que a Mischakiá é um grande sucesso.

Jogos incentivam as crianças a visualizar as letras e os símbolos das principais festas, indicando os primeiros passos na direção da alfabetização em hebraico.

lúdico - Aluno do K5 envolvido no processo de

conhecimento das letras do hebraico.

Kubiot Otiot (cubos de letras) ESCOLA Beit yaacov - 19


judaísmo

infantil

Aprendendo a falar e pensar em Inglês

O novo diretor de hebraico da Escola

Phonics: método utilizado na Escola Beit Yaacov, associa sons e fonemas ao siginficado das palavras

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a Escola Beit Yaacov, o ensino da Língua Inglesa tem como objetivo capacitar o aluno a falar, pensar e estudar em Inglês. Essa metodologia começa pela alfabetização em Inglês a partir do K5, fase na qual os alunos já estão avançados no domínio da leitura e da escrita da língua materna, o Português. A confiança conquistada com o progresso obtido gera uma resposta positiva nos alunos, que também passam a optar naturalmente pela leitura em Inglês. E para isso, contam com o rico e variado acervo literário das bibliotecas da Escola Beit Yaacov. O ensino e o aprendizado da leitura e da escrita pela aplicação de princípios fonéticos, o phonics, faz parte da cultura pedagógica da Língua Inglesa. A metodologia consiste, entre outros aspectos, em reconhecer os sons e relacioná-los com as letras do alfabeto. As crianças aprendem inicialmente os sons básicos das vogais e suas combinações com as consoantes, construindo um vocabulário que se expande de maneira completa, permitindo a compreensão do sistema fonêmico e de representação gráfica da fala em Inglês. Familiarizados com essas palavras, os alunos obtêm, progressivamente, a capacidade de aprofundar sua compreensão e, ao mesmo tempo, aprendem a distinguir e pronunciar destacadamente os sons que as compõem. Nas atividades iniciais de phonics da Escola Beit Yaacov, cada vogal é “tutelada por um mascote”. Uma simpática raposinha, por exemplo, tem sido a campeã de popularidade das crianças como ‘mascote’ da letra “O” (Fox). Outros jogos e atividades lúdicas incentivam a familiaridade com o vocabulário básico e com os sons e letras que o compõem. Como o objetivo de toda alfabetização é a fluência na leitura e na escrita, os alunos são incentivados a ler publicações com linguagem e conteúdo adequados ao seu nível de conheci-

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mento do Inglês. Segundo Heidi Margrit, coordenadora de Inglês da Educação Infantil, o trabalho dos alunos com a literatura é orientado para superar as fórmulas artificiais que podem afetar negativamente o domínio natural da língua. Betty Conti, coordenadora de Inglês no Ensino Fundamental, afirma que as crianças que vêm do K5 terão, no Fundamental, incentivo adequado à expansão de seu interesse na leitura. Assim, quando chegarem ao G5, terão desenvolvido uma fluência natural para falar, conversar e pensar em Inglês.

We learn to read and write in english. my favorite sound is /e/. dress is the word I like the most.

alfabetizando

Aluna do K5 e o projeto Phonics.

Conheça um pouco mais sobre Joseph Zilbershatz, diretor de estudos judaicos da Escola Beit Yaacov

O senhor foi convidado para vir ao Brasil e trabalhar na Escola Beit Yaacov em duas áreas distintas, porém ligadas intimamente: a atividade religiosa e a educacional. Como o senhor concilia estas duas funções?

Minha função aqui na escola é a de Diretor de Estudos Judaicos. Gosto de conversar com os pais e os professores. Eu não dou aulas diretamente para as crianças, mas oriento os professores na elaboração do currículo escolar. Tento também aprimorar os métodos de ensino, ajudar os professores nesta questão que é muito importante na vida escolar. Ministrar os ensinamentos judaicos é uma tarefa árdua, e eles às vezes podem sentir uma ou outra dificuldade porque têm que apresentar bons resultados e nem sempre têm o tempo ou as ferramentas para atingir esses objetivos. Eu os ajudo com técnicas para otimizar o tempo. Agora estamos concentrados em melhorar a qualidade do ensino em sala de aula, principalmente de olho no ano que vem. Nós temos sempre que olhar para o futuro da escola, ver o que a escola necessita. Fazemos na escola o que é bom para os alunos, aquilo que corresponde à política educacional da instituição

de ensino. É claro que uso o meu conhecimento para ensinar os professores, que frequentemente apresentam questões sobre Judaísmo, educação, até questões pessoais. Uso meu conhecimento, mas também tento manter uma relação profissional. Estudei para ser Rabino, mas também estudei pedagogia. Parte de mim é um Rabino, mas sou também uma pessoa voltada para a vida acadêmica e para o que aprendi na universidade. Tento utilizar da melhor maneira toda esta experiência e conhecimento que tenho para o bem das escolas onde trabalho. No passado trabalhei em outras escolas, em outros países, hoje estou na Escola Beit Yaacov no Brasil. É importante adaptar seu conhecimento e personalidade para utilizá-los de acordo com o seu trabalho. Não é fácil, mas quando se tem muita experiência é possível entender como fazer isso. Alguns profissionais não conseguem se adaptar de um lugar para o outro, mas isso é uma coisa muito importante para atingir bons resultados. Todos devem se adaptar ao local de trabalho e tentar fazer o que é melhor para este local em determinado momento da vida. E é isso que estou fazendo atualmente.

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judaísmo

judaísmo

O senhor falou sobre sua experiência internacional e mencionou que já trabalhou em diversos países. O senhor poderia falar um pouco sobre isso?

Claro, é verdade. Como nasci e cresci em Israel, trabalhei por muitos anos em educação ao lado de minha esposa Ora. Mais tarde deixamos o país e nos mudamos para Manchester, na Inglaterra. Trabalhei em uma escola semelhante a esta, porém um pouco maior, com ginásio e colegial. Ensinávamos cerca de 700 alunos, era um tipo de comunidade. Fui o Diretor de Estudos Judaicos durante quatro anos, até que Ora e eu decidimos voltar para Israel e trabalhar mais um pouco por lá. Pouco depois, fui convidado para trabalhar em Nova York, onde fui Diretor de Educação do Departamento da Agência Judaica. Trabalhávamos com muitas escolas em todo os Estados Unidos, nas áreas de relações com professores, programa, currículo, treinamento de professores, Programa Israelense, e muitas outras coisas. Voltamos então novamente para Israel, país que deixei três anos mais tarde para voltar para os Estados Unidos como Diretor de Estudos Judaicos de uma escola. Mais uma vez voltamos para Israel antes de vir para o Brasil, então esta é a quarta vez que deixamos Israel para trabalhar no exterior, sempre ensinando educação e Judaísmo.

Os valores que o Judaísmo representa nenhuma outra cultura pode oferecer.

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E como o senhor foi contratado para trabalhar na Escola Beit Yaacov?

Foi engraçado. Eu e Ora não tínhamos a intenção de deixar Israel novamente. Na última vez que fomos embora dos Estados Unidos, pensamos ‘agora vamos ficar em casa’. Queríamos ficar em Israel, mas hoje estamos aqui. Em junho eu nem imaginava que viria trabalhar no Brasil. Bem, um dia eu recebi o telefonema de um Rabino que era inspetor do Ministro da Educação (R. Meir Myara) e ele me falou pela primeira vez sobre a Escola Beit Yaacov. Ele já havia visitado o Brasil e procurava alguém para o cargo. Minha primeira reação foi dizer ‘não’, mas ele me convenceu da necessidade de ter uma pessoa como eu em uma instituição de ensino tão importante, que estava crescendo para se tornar a maior escola judaica do

Brasil. Ele me pediu para visitar a escola e depois tomar uma decisão. Meus alunos em Israel ficaram tristes, mas resolvemos aceitar. Estou convencido de que minha presença aqui é importante para a escola, acredito que posso contribuir para seu desenvolvimento. E também acho que a escola atingiu um estágio de excelência muito interessante, que precisa caminhar para uma maturidade na excelência. Não é mais uma escola jovem. Este é um ponto crucial de sua história, um desafio e é importante para mim estar aqui no momento em que a escola inicia o seu Fundamental II . Eu realmente espero contribuir para o sucesso deste desafio e é por isso que eu e minha esposa estamos aqui. Para ajudar a escola a desenvolver o currículo, as tradições, idéias, métodos para o futuro. Por que aprender os valores judaicos na infância é tão importante para as crianças?

Em primeiro lugar porque faz parte da cultura dessas crianças. Eles são judeus e têm que saber o que significa ser judeu. Várias pessoas sabem que são judeus, mas muitas vezes não sabem o que o Judaísmo representa de verdade. Nem todos os judeus se identificam completamente com o Judaísmo. E uma das razões para isso é a falta de conhecimento e educação. Quanto mais você estuda, mais entende, e quanto mais você vive o Judaísmo mais se sentirá um judeu. Você se aproxima e se apaixona. Esta é a função de uma escola judaica: educar crianças judias para serem orgulhosas de sua herança, de sua identidade como judeus, e para entenderem o que é o Judaísmo. Hoje vivemos em um mundo muito confuso, onde as crianças têm muitas opções. Eles olham para os lados e vêem culturas e idéias diferentes. Ao final do dia, eles têm que escolher. Não importa o que os pais e professores digam, é o indivíduo que tem que fazer a sua escolha ao final do dia. E para fazer a escolha certa, aos nossos olhos, temos que preparar essas crianças ao longo dos anos. Eles têm que saber que esta decisão é acompanhada de muita responsabilidade. Porque posso voltar duas ou três décadas atrás e dizer que as pessoas não entendiam que essas esco-

lhas tinham que ser escolhas responsáveis. Eles diziam apenas “faça isso, faça aquilo” e pronto. Mas hoje vivemos em um mundo com desafios muito diferentes, onde a assimilação da mensagem é muito dura. As crianças que vivem aqui terão que encarar muitos desafios quando se tornarem adultos. Então, como estamos preparando esses alunos para fazerem as escolhas corretas? Temos que oferecer uma sólida base de conhecimento e entendimento para que eles sintam-se orgulhosos e entendam que os valores que o Judaísmo representa nenhuma outra cultura pode oferecer. Não é fácil convencer alguém, mas acreditamos nisso. E quanto mais você estudar, mais verá que o Judaísmo representa todos os valores importantes para o mundo da ética. Então é preciso estudá-los muito. Algumas pessoas pensam que é suficiente fazer as crianças participarem das festas, dizer o que comer em Chanuka ou em Pessach. Mas não é esta munição que vai vencer a batalha neste mundo. É preciso estudar mais e para isso é preciso tempo, um bom currículo e a boa vontade e cooperação dos alunos. Eu acredito que todos os judeus merecem ter mais conhecimento do que apenas isso. Este é o desafio. Qual é o valor de uma escola internacional na educação de uma criança judia no mundo de hoje?

É um papel fundamental porque o mundo se transformou em uma pequena aldeia. As pessoas sonham com cargos importantes em suas vidas profissionais. Para isso eles terão que se comunicar com outros países, outras nações, outras pessoas. Eles terão que viajar, conhecer literatura, ter muitas outras habilidades. Acredito na importância do que esta escola está fazendo. Também concordo com a adoção do Primary Years Program (PYP), o mesmo programa adotado pela escola onde eu trabalhei nos Estados Unidos. Acredito que a excelência na educação é muito importante. Não acredito em educar uma geração de judeus para ficarem restritos a uma pequena comunidade, um só lugar, um só país. Precisamos estar em contato com todos os países, idiomas e áreas de conhecimento. É isso o que faz a educa-

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judaísmo

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ção judaica tão importante. Mas como esta escola quer preparar crianças para viver em todo o planeta, temos que ensiná-los a ter uma boa base em Judaísmo. Queremos que sejam judeus orgulhosos onde quer que estejam. Por isso, eles devem estudar Inglês, Ciências, Português em um alto nível de excelência, assim como devem estudar Judaísmo no mesmo nível. O Judaísmo não deve ser estudado de uma maneira ‘light’, porque não é um assunto ‘light’. É preciso mostrar aos alunos que o Judaísmo é uma filosofia muito inteligente e profunda. Não é apenas uma religião, mas uma filosofia de vida. O significado da palavra ‘Torá’ é ‘modo de vida’. Como agir, como se comportar em suas relações, enfim, tudo.

Os alunos estudam Inglês, Ciências, Português em um alto nível de excelência. O Judaísmo deve estar no mesmo nível. O senhor está aqui há pouco tempo. Já deu para criar uma opinião sobre a vida em São Paulo?

Estou aqui há apenas seis semanas, então não estou em posição de responder esta questão. Sei muito pouco sobre São Paulo, conheço somente o caminho entre o meu apartamento e a escola (risos). Por enquanto estabeleci contato apenas com uma pequena parte da comunidade judaica, mas tenho percebido que todos são muito agradáveis. Eu e Ora gostamos muito das pessoas. O mundo inteiro sabe que o brasileiro é um povo maravilhoso.

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Envolvidos

Moré Ventura orienta os alunos do infantil na hora da Tefilá.

Concentração e alegria Alunos aprendem não só a rezar, mas também como devem agir e comportar-se durante a Tefilá

Nosso objetivo é fazer com que cada aluno consiga abrir um Sidur, entender e rezar perfeitamente em qualquer sinagoga. Moré Elias Cícero

A Tefilá matinal é uma das atividades mais importantes do dia. O trabalho dos Morim (professores), ao rezar junto com os alunos, é muito importante pois é assim que podem orientá-los quanto ao tom de voz adequado para uma tefilá, as melodias conforme os nossos costumes, passando por todos os Haguim (festas) do ano, as Halachót (leis) particulares da Tefilá, a leitura com a sua pronúncia e entonação adequada ao sentido de cada trecho, enfim, sua tradução e explicação constantes para que cada aluno assimile e entenda tudo aquilo que está lendo. Nas classes mais avançadas, pede-se que os alunos não apenas rezem juntos mas que, em determinados trechos, cada um deles fale em voz alta individualmente, possibilitando assim ao Moré que o corrija e saiba o que cada um pode melhorar em sua leitura. Outro objetivo dos Morim, tão importante quanto o ensino da Tefilá, é transmitir ao aluno o quanto esse momento deve ser leve e agradável. Passar o devido comportamento e conduta que cada um deve ter nessa hora tão elevada do dia. E, para cumprir esse objetivo, são enfatizados conceitos que até nós, adultos, precisamos lembrar de vez em quando:

• Olhar cada palavra recitada, um jeito de não se desconcentrar. • Tratar a Tefilá com seriedade, evitando brincadeiras. • Rezar com alegria e Kavaná e lembrar-se que D’ us está sempre presente ouvindo a nossa Tefilá. A missão da escola é fazer com que seus alunos tornem-se judeus não só cientes de suas obrigações, mas também atuantes e bem estruturados para o mundo que estão enfrentando desde já. E para que as crianças da Escola Beit Yaacov fazem estas Tefilót? Para agradecer, principalmente. O dia começa com o Mode Ani, onde os alunos agradecem pela vida, pela oportunidade de acordar e pelo fato de D’us ter ‘revigorado’ a nossa alma e renovado a força do nosso corpo para mais um novo dia. Mas as crianças também aproveitam as Tefilót matinais para pedir saúde para si e para os colegas, para pedir Berachá (bênção), Briút (saúde) e Hatslachá (sucesso) para suas famílias, assim como para reforçar sua ligação com D’us e com a sua Torá. A Tefilá é um momento sagrado para as crianças, que certamente elas levarão em suas vidas como algo agradável e indispensável para qualquer judeu.

É nesse trabalho diário que orientamos os alunos quanto a entonação adequada, melodias, Halachót da Tefilá, pronúncia, tradução e explicação, para que o aluno assimile e entenda tudo aquilo que está lendo. Moré Max Beniste

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religião

cultura judaica

Uma comemoração bem criativa Festa de Sucót na Escola Beit Yaacov tem até exposição de maquetes criadas pelos alunos.

A

Rosh Hashaná Os irmãos Gabriel e André Kabbani Attias construíram sua Sucá com lápis de cor.

David e Raphael Khafif e sua Sucá feita de palitos de sorvete.

mensagem principal da festa de Sucót é entender que todos nós, cada um do seu jeito, contribui para a identidade do povo judeu. Cada pessoa tem a sua característica única e sua personalidade, mas somente a união de todos constrói o retrato verdadeiro do povo judeu. Sucót, a festa das cabanas, celebra essas diferenças entre os seres humanos lembrando as dificuldades enfrentadas pelos judeus no caminho do Egito a Israel. A Escola Beit Yaacov acredita na importância de valorizar a identidade única de seus jovens alunos. Nos dias de Sucót, diversas atividades lúdicas e educacionais foram organizadas dentro das duas sucot, uma do infantil e outra do fundamental, montadas em uma área especial da escola. De maneira leve e divertida, as crianças fizeram refeições no interior da Sucá, leram trechos da Torá e assistiram a aulas temáticas. Uma das atividades que mais fascinaram as crianças e os pais foi a exposição de miniaturas de Sucá, criadas pelos próprios alunos. De modo artesanal e muito criativo, as crianças construíram Sucót de várias maneiras possíveis, procurando seguir as leis de construção descritas na Torá, e as decoraram com peças de grande simbolismo, como ‘as famílias de pequenos bonecos’ e as mesinhas cobertas pelos alimentos e símbolos da festa. A única característica comum a todas as Sucót presentes na exposição que tomou conta do hall de entrada da Escola Beit Yaacov foi o carinho com que as maquetes foram feitas. Parabéns a todos!

Alexandra, Michel e Daniela Nigri e Caio Szymonowicz: construção em família.

Regras de construção de uma Sucá

A Sucá precisa ter no mínimo três paredes • O teto tem que ser feito com folhas de plantas médias, não de árvores com grandes raízes presas na terra. Também não deve ser construída debaixo de árvores ou outras estruturas: deve estar em contato direto com o céu, de modo a poder enxergar as estrelas. • As paredes da Sucá têm que ter, no mínimo, 1 metro de altura. •

sentidos

aluna segura Etrog e Lulav na festa de Sucót.

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cidadania

cidadania

A união faz a força Alunos manifestam seu apoio a soldados israelenses através de mensagens durante o conflito em Israel

“Queridos soldados, Somos crianças de uma escola judaica. Queremos agradecer e dar o nosso apoio, amor e carinho por protegerem as fronteiras de Israel. Continuem sendo fortes e corajosos. Beijos e abraços.” solidariedade

Mensagem de alunos do K4 enviada pela internet aos soldados do front.

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O ano de 2006 já entrou para a história de Israel. Foi um dos períodos mais difíceis para o país, que esteve envolvido em um grave conflito militar e tornou-se vítima de ataques covardes e injustificáveis. Em um momento delicado como este, é importante explicar aos alunos qual é a situação em Israel e como é fundamental apoiar os corajosos soldados que protegem as nossas fronteiras. Do ponto de vista prático esta explicação às crianças é inevitável, já que muitos alunos viajam para o Oriente Médio e têm contato direto com o drama e com o clima de conflito que assola a região. Por esta razão, a Escola Beit Yaacov preparou sua equipe de professores e educadores para tratar do tema com a maior sensibilidade e conhecimento possível, explicando de maneira didática e esclarecendo eventuais dúvidas das crianças e suas famílias. Entre as atividades relacionadas ao tema, os professores de hebraico indicaram sites na internet para as crianças darem seu apoio ao povo de Israel. Em um deles, era possível rezar e enviar mensagens de paz e fraternidade a crianças judias em todo o mundo. Em outro site, os alunos mandaram mensagens de apoio aos soldados que protegem o povo de Israel com tanta coragem. O resultado foi emocionante: uma carta dos alunos da Escola Beit Yaacov foi lida no ar pela equipe da emissora de rádio do Exército israelense. Professores e alunos ficaram bastante felizes em poder mandar sua mensagem de solidariedade e agradecimento aos soldados em um momento tão importante para todo o povo judeu.

Campanhas de Tsedaká da Escola Beit Yaacov batem recorde de arrecadações.

envolvida - Aluna mostra sua contribuição para a campanha

de doação de alimentos.

Em outubro, os alunos participaram de mais uma campanha educativa e de incentivo à cidadania. A Escola Beit Yaacov participou do Programa Ajuda Alimentando, vinculado ao Departamento de Assistência Social da Federação Israelita do Estado de São Paulo (DASS). Este programa tem como objetivo combater a fome e evitar o desperdício de comida. O Ajuda Alimentando é um programa que arrecada alimentos não-perecíveis em escolas de todo o Estado e os distribui para gente necessitada da comunidade judaica e não judaica. Entre

os alimentos que beneficiarão 27 instituições estão arroz, feijão, farinha, açúcar e óleo, que constituem a alimentação básica do ser humano. A campanha durou mais de um mês e a Escola Beit Yaacov arrecadou centenas de quilos de alimentos. O envolvimento foi tão grande que até as mães se ofereceram para trabalhar como voluntárias e organizar as arrecadações. Parabéns para todos, que deram um show de cidadania e ajudaram dezenas de pessoas necessitadas. Nada sensibiliza mais uma criança do que ver outras crianças em situação desfavorável. Além do Programa Ajuda Alimentando, a Escola Beit Yaacov escolheu também o Lar das Crianças como uma das instituições beneficiadas pelas campanhas de Tsedaká deste ano. A instituição, que abriga crianças judias e não-judias, foi beneficiada com a Campanha do Agasalho e recebeu roupas, sapatos, acessórios e jogos de mesa e banho, tudo arrecadado pelos alunos da escola. Os alunos sorteados para fazer a entrega das doações passaram o dia com as crianças do Lar, participando de oficinas mistas, com brincadeiras variadas e atividades educacionais. Além de ajudar quem tanto precisa, o objetivo das visitas de Tsedaká é demonstrar para os alunos a importância de se preocupar com o próximo. A classe escolhida para participar desta atividade em 2006 aprendeu como funciona uma instituição como o Lar das Crianças, por que eles precisam de ajuda e como chegaram àquela situação. Tendo uma visão completa da situação social das crianças carentes, envolvem-se muito mais e passam a entender a importância de divulgar esta mensagem aos colegas quando voltam às aulas.

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After School

After School

Lehakat Beit Yaacov: a identidade através da dança

Novidades na área de esportes

Dança Israeli diminui a distância entre os alunos e Israel

A A Escola teve a iniciativa de aproximar a dança e a parte pedagógica. Hoje é possível ver como a dança contribui para o desenvolvimento motor e a percepção de valores nos alunos em fase de crescimento. Moré Beto, professor de dança Israeli

Dança Israeli é a manifestação artística mais forte e intensa da cultura judaica. Para muitos judeus, é a própria manifestação do judaísmo, uma maneira de estar ligado a Israel a partir de qualquer parte do mundo. A Dança Israeli tem essa característica: é uma atividade que contribi para as pessoas que moram em lugares distantes manter essa ligação cultural tão importante com Israel. Segundo o professor Alberto Wakrat (moré Beto), coordenador da área de Dança Israeli da Escola Beit Yaacov, há uma preocupação muito grande com a forma como as coreografias são criadas e divulgadas para judeus de todo o mundo. “Há um movimento muito forte em Israel de coreógrafos que criam técnicas e todo o processo que dá à luz essas danças. A partir daí, elas são divulgadas e expandidas para o mundo inteiro de acordo com o desenvolvimento etário dos praticantes”, afirma Alberto. Segundo o professor, a dança é composta por quatro elementos: música, figurino, conteúdo (tema) e passos. Cada um deles reforça a aproximação entre a criança e sua tradição judaica. Há basicamente duas maneiras de trabalhar a dança com as crianças. Existe a linha de coreografia folclórica, onde é possível abordar as tradições e temas de Israel, e a linha educativa, com exercícios que têm como objetivo reforçar as noções de psicomotricidade dos alunos. Desde o primeiro ano da Escola Beit Yaacov, há a preocupação de inserir a atividade da dança dentro da grade curricular da escola. A dança sempre foi vista apenas como uma coisa lúdica, uma atividade extracurricular e à parte da área educacional. A Escola Beit Yaccov teve a iniciativa de aproximar

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a dança e a parte pedagógica e, hoje, junto com as aulas de educação física e música, é possível ver como a dança contribui para o desenvolvimento motor, o desenvolvimento cognitivo e a percepção de valores nos alunos em fase de crescimento. E tudo isso sem perder o lado lúdico, que também é muito importante para a educação das crianças. Por isso a Dança Israeli atualmente é curricular e semanal para os alunos do K5; na grade de G1 a G4 a atividade é opcional e extracurricular. A Dança Israeli está ligada ao departamento de hebraico e os professores utilizam suas técnicas como um instrumento complementar do seu próprio planejamento. Quando as crianças estão aprendendo o vocabulário hebraico, os professores utilizam músicas que podem fazer essa relação com o idioma. É mais uma oportunidade da criança rever, por meio de uma atividade lúdica, o que ela aprendeu em classe com a professora. Isso engrandece toda a área de hebraico e naturalmente reforça e concretiza o aprendizado da criança. A dança como atividade educacional é cada vez mais utilizada nas escolas em todo o mundo. É uma teoria universal desenvolvida para que a criança apresente evolução nos aspectos cultural e social, além de melhorar a socialização de uma criança tímida e provocar reflexos no aprendizado da criança em classe. A dança ajuda crianças com dificuldade de memorização porque exige concentração e estimula a parte motora, a psicomotricidade e a lateralidade. Além disso, reforça o conceito de integração e o contato entre as crianças: muitas amizades nascem nas aulas de Dança Israeli.

O

After School, período de atividades extra-curriculares que acontece depois das aulas, é um grande sucesso na Escola Beit Yaacov. Em 2006, 212 crianças se inscreveram para o After School (48% dos alunos), que é dividido em duas partes: as atividades físicas e a Dança Israeli, coordenada pelo Departamento de Cultura Judaica. Este ano, os alunos da Escola Beit Yaacov praticaram as seguintes atividades, que culminaram nas Olimpíadas, realizadas em novembro com a participação de outras escolas de São Paulo: Atletismo, Judô, Basquete, Futebol (masculino e feminino) e Ballet Clássico. O After School, no entanto, vai ganhar novas atividades a partir do ano que vem. Celso Divino Leme, Coordenador do After School, explica como será o After School em 2007:

Prédio novo Com várias quadras e salas recém-construídas, a Escola Beit Yaacov tem capacidade para atender novos alunos e mais modalidades de esporte no After School.

Ginástica Olímpica de Solo

“A ginástica olímpica é uma reinvidicação muito grande das crianças, tanto de meninos quanto de meninas. Nesta primeira fase, vamos nos concentrar apenas nos exercícios de solo, sem aparelhos.” Voleibol

“Em 2007 teremos o voleibol no After School porque no G5 as crianças terão idade adequada para começarem a desenvolver esta modalidade esportiva. Já começamos a desenvolver um trabalho com o voleibol nas aulas de educação física. As crianças sempre nos pedem para jogar, principalmente graças a esta divulgação maciça da mídia.”

Celso Divino Lemes, coordenador do After School

Jazz e Dança Contemporânea chai

Aluna do Fundamental durante os ensaios de dança Israeli.

“Esta é outra solicitação das meninas. Além de adorarem o ballet clássico, elas pedem novidades, querem uma coisa mais moderna. ESCOLA Beit yaacov - 31


psicomotricidade

Psicomotricidade: desde quando existe e por que é tão importante? avaliação do desempenho das crianças contribui para o seu desenvolvimento fisico e social

A

criança começa a estabelecer sua relação com o mundo desde o nascimento. Quando chegam à escola, é importante analisar seu desenvolvimento psicomotor para avaliar se ela está dentro de um padrão médio natural e aceitável. Algumas crianças estarão além deste padrão, assim como outras poderão estar aquém dele. O fundamental é avaliar o desempenho desses alunos desde cedo e acompanhá-los durante todo seu período escolar. As crianças que necessitarem de uma estimulação diferenciada ou apresentarem qualquer distúrbio de ordem motora serão identificadas pela equipe pedagógica da Escola Beit Yaacov, que poderá orientar a família e fazer o encaminhamento e as recomendações necessárias. Antigamente, as dificuldades eram tratadas de outras maneiras, com outro tipo de diagnóstico. Distúrbios de hiperatividade ou transtornos de déficit de atenção eram consideradas características de um aluno “indisciplinado” ou “sem capacidade para o aprendizado”. Hoje, graças à tecnologia e o avanço das técnicas pedagógicas, é possível detectar esses problemas no início de sua manifestação, controlando-os de maneira eficaz e objetiva. A aplicação das técnicas de psicomotricidade também é importante porque a vida nos dias de hoje é diferente da vida de nossos pais e avós. As crianças no passado criavam seus próprios brinquedos e tinham acesso a atividades em ambientes mais lúdicos. Era possível desenvolver as habilidades finas em atividades do dia-a-dia, jogando bolinha de gude ou construindo bonecas. Hoje não há a mesma quantidade de espaços abertos, por isso atividades semelhantes a essas devem ser estimuladas na escola e em casa Por isso

o trabalho de ponta realizado pela Escola Beit Yaacov é um motivo de orgulho. Outra questão importante é a questão da profilaxia, principalmente em relação aos distúrbios de aprendizagem. Problemas com a escrita, que está ligada à coordenação motora fina, movimentos sofisticados, coordenação motora global, enfim, todo um padrão de avaliação da coordenação é desenvolvido pela equipe de psicomotricidade da escola. É uma tarefa importantíssima para que no futuro a criança possa ter sucesso nas atividades mais refinadas, como leitura, escrita e desenho. Uma outra área da psicomotricidade que é fundamental para a escola é a análise da ‘Imagem e Esquema Corporal’. Como a criança usa o corpo como seu maior ponto de referência para aprender as coisas na relação com o mundo, ela deve ter este esquema-corporal (e a imagem deste esquema-corporal) bem estruturado. A atenção se volta para dois temas: a dominância lateral, um dado neurológico, biológico, genético que determina a preferência por uma das mãos sobre a outra, um dos pés sobre o outro, um dos olhos sobre o outro, uma das orelhas sobre a outra; e a lateralidade, a evolução desta dominância, momento em que se reconhece o que é direita e esquerda, frente e trás, acima e abaixo. O segredo do sucesso da Beit Yaacov na implementação deste projeto de psicomotricidade é que a escola não apenas avalia os alunos, mas dá recursos ao professor para que ele desenvolva um trabalho diferenciado. Com mais informação, os professores ampliam sua visão analítica dos alunos. Assim, esta capacidade de avaliação passa a ser uma ferramenta ainda mais eficaz para conhecer os alunos.

O que é psicomotricidade? Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação com seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo usado para definir um movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. É aplicada geralmente em crianças em fase de desenvolvimento ou com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global, assim como em pessoas portadoras de necessidades especiais. Fonte: Sociedade Brasileira de Psicomotricidade

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Escola Beit Yaacov em números

496 78 alunos

professores

5

instalações esportivas

2

centrais pedagógicas

11

profissionais de nacionalidade estrangeira (2 britânicas, 3 israelenses, 4 americanos, 1 uruguaia e 1 argentino)

34.655

2

laboratórios informatica laboratórios de ciência bibliotecas

212

165 computadores

crianças inscritas em atividades esportivas (After School)

1 Food Court

6

m2 de área total

4

coordenadoras pedagógicas

psicólogas

32 classes

3 9.200 (aprox.) lápis grafite usados em 2006 34 - ESCOLA Beit yaacov

quadras esportivas playgrounds campos de futebol

120 chalót assadas a cada sexta-feira

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beit y aacov year book

2006

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k1C

k1A

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entrevista

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cartas

Ensinar uma criança é um dos atos de amor mais simples e belos que se pode conceder à humanidade. Construir uma escola para centenas de alunos, então, é um presente ainda maior para o futuro: é o reconhecimento de que a vida é um aprendizado constante, necessário, vital. Há seis anos, nosso generoso idealizador Joseph Safra

Banco Daycoval S/A

inaugurou a Escola Beit Yaacov, um marco de excelência na história da educação brasileira. Ao criar uma instituição de ensino judaica de qualidade internacional, algo inédito

Banco J. Safra

no país, Safra presenteia as famílias e a comunidade com algo que não tem preço: a preservação de nossas tradições e a certeza de um futuro mais brilhante.

Banque Safdié

Temos que trabalhar juntos para semear nossos valores e ajudá-los a florescer nos homens e mulheres que construirão

Banco Safra

um mundo melhor, com justiça, paz e conhecimento. Assim, quando crescerem, nossos fi lhos terão a sabedoria para compreender que a vida se divide em duas metades: a vida que

Union National S.A

se aprende e a vida que se ensina.

Obrigado, Sr. Joseph Safra, pela Escola Beit Yaacov.

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Banco Bradesco S.A

André e Paola Tawil

Brazil Realty / Cyrela

BRR Factoring – RJ

IPL Incorporadora Paulista Ltda.

Construtora Moisés Nigri Ltda.

Família Feffer

Jaky e Lina Diwan

56 - ESCOLA Beit yaacov

ESCOLA Beit yaacov - 57


Altaplast Ind. e Com. de Plásticos Ltda. Camesa Indústria Têxtil Ltda. Clínica de Estética Moving Hands Construtora Elias Victor Nigri Ltda. Etilux Ind. e Com. Ltda. Família Alouan Família Kignel Grand Motors - Concessionária Toyota Grupo Icatel Master Blindagens Silvia e Isaac Mauro Rosset Suape Têxtil S.A Vera Bobrow 58 - ESCOLA Beit yaacov

Adely e Rony Hamoui e Família

Kalimo Têxtil Ltda.

Claudia e Ezra Safra

Karen e Henry Ourfali e Família

Claudia e Fábio Eizemberg e Família

Karina e Pedro Eduardo Weinberger

Confecções New Max

Lego Participações e Empreendimentos Ltda.

Daiwa Ind. e Com. Imp. Exp. Ltda. Livraria Cultura Editora Ltda. Doron Central de Compras Gráficas Moas Ind. e Com. Imp. Exp. Ltda. Esser Empreendimentos . e Participações

Pacific Imp. Exp. e Comércio Ltda.

Família Charak

Patricia e Jojo Hamoui

Família Kulikovsky

RJZ Engenharia Ltda. – RJ

Família Pasmanik

Sony A. Douer e Família

Fitas Elásticas Estrela

Zaraplast S.A

Hope Fomento Mercantil Ltda.

Família Haberer

Isaac Sutton e Família

Anônimos

Joëlle e Isaac Cohen e Família

ESCOLA Beit yaacov - 59


Escola Beit Yaacov Diretora do Curso Infantil

Profa. Sarita Kreimer Diretora do Ensino Fundamental

Profa. Vera Nicol Giusti diretor de hebraico

Josef Zilbershatz Coordenadoras do Ensino Infantil Profa. Bela Vaie - Português Profa. Heidi Gonçalves - Inglês Profa. Joyce Szak - hebraico

Gilberto Ventura - Orientador de Cultura Judaica Coordenadoras do Ensino Fundamental Profa. Elizabeth Conte - Inglês Profa. Joyce Szlak - Hebraico Profa. Sonia Jorge - Português Miki David - Computação Psicopedagogas Adri Dayan - Ensino Fundamental Bela Pikman Schraiber - Educação Infantil Leina Sato Makishi - Ensino Fundamental Lilian Feldman Singal - Educação Infantil

revista Beit yaacov 6 anos Edição Lycia Kattan Jornalista Responsável Felipe Machado Revisão de texto Helô Machado Fotografia Cauê Ito FOTOS DE CLASSE mujano.com.br direção de arte Daniel Kondo Projeto gráfico Studio K

Rua Nigéria 68 Tels. 8111-7755 / 3368-3008

60 - ESCOLA Beit yaacov


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