Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ab r i l 2013
A Criaç ã o na
Tela
Pacote de maravilhas
14
Enfrentando o Leão
22
O
Sorriso
da Suazilândia
27
Atravessando Períodos Difíceis da Vida
Ab r il 2 013
A R T I G O
16
D E
C A P A
A Criação na Tela
Por que o relato bíblico das origens é importante para a nossa visão de mundo (cosmovisão).
14 Enfrentando o Leão C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
Por Stefan Höschele
Crescer em Cristo não é opção; é necessidade.
21 As Perguntas da História A
H I S T Ó R I A
A D V E N T I S T A
Por Bill Knott
Há muito para agradecer a Deus.
22 O Sorriso da Suazilândia V I D A
A D V E N T I S T A
8 MIA: Missão em Ação
Por Ted N. C. Wilson
A reputação é avaliada pelo que fazemos.
Desenvolvendo o ministério do voluntariado odontológico.
V I S Ã O
M U N D I A L
12 Saulo, Saulo
D E V O C I O N A L
Por Doyle Nick
24 Bênçãos na Europa
desco b rindo o E s p írito de Profecia
Por Mary-Alice White
Ele passou de perseguidor a defensor da igreja.
Por Gerhard Pfandl
Nutrindo a igreja recém-nascida.
SEÇÕES 3 N O T Í C I A S
DO
MUNDO
3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Histórias do GLOW
11 S A Ú D E N O M U N D O Derrames Transitórios 26 R E S P O S T A S
PERGUNTAS
A BÍBLICAS
Símbolos Proféticos e Poderes
www.adventistworld.org Online: disponível em 13 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 9, Nº 4, Abril de 2013.
2
Adventist World | Abril 2013
27 E studo Bí b lico Atravessando Períodos Difíceis da Vida 28
TROCA
DE
IDEIAS
Testemunhas da Criação
H
N ot í cias do M u ndo
Evangelismo Especial
D a b r o w s k i / C R SB
á uma razão para eu começar cada série de estudos bíblicos com a doutrina da criação”, disse o pastor aposentado, com um sorriso sincero estampado no rosto. “Se alguém não crê na verdade ensinada em Gênesis, não chegará nem à metade do caminho até o Apocalipse. Se em seu coração não existe o desejo de reconhecer a autoridade de Jesus como Criador, não terá o desejo de que sua vida seja moldada por Ele como Senhor. Nossa doutrina da Salvação, do Sábado, da Segunda Vinda, todas vêm da verdade revelada um dia no Éden. Aceitar o ensino bíblico sobre a criação é um dos melhores indicadores de que um homem ou uma mulher avançarão em conhecimento e amor para compreender a verdade de Deus.” A sabedoria daquele pastor experiente ainda ecoa na minha vida e ministério. Ela é repetida milhares de vezes, todas as semanas, por professores, pastores, obreiros bíblicos e líderes congregacionais que creem fielmente na ligação vital entre nossa crença sobre as origens e a doutrina do final dos tempos. A verdade de Deus nunca é oferecida como um menu, de onde podemos escolher as saladas e os pratos principais em um restaurante. Ou participamos da refeição completa oferecida por Jesus, ou teremos de abandonar Sua grande mesa de banquete. Nesta edição da Adventist World destacamos testemunhos originais e convincentes de adventistas sobre o relato encontrado no livro de Gênesis. Eles compartilham uma missão comum, embora trabalhando na Coreia, Estados Unidos ou Panamá. O objetivo de todos é atrair a atenção de homens e mulheres apressados e ansiosos, com a boa-nova de um Senhor que um dia fez boas todas as coisas e que ainda as sustenta muito bem. Ao ler a edição deste mês, ore pelo testemunho que esses ministérios dão sobre a verdade vital do poder e da obra criativa de Deus.
R a j m u n d
“
CANTANDO LOUVORES: Coral de cegos canta no congresso do Ministério das Necessidades Especiais, em São Paulo, Brasil.
■■ Mais de duzentos voluntários, preocupados em evangelizar pessoas com necessidades especiais, reuniram-se nos dias 25 a 27 de janeiro, em São Paulo, Brasil, a fim de elaborar métodos para alcançar pessoas com deficiências físicas e emocionais. Jonathan Kuntaraf, diretor do departamento de Escola Sabatina e Ministério Pessoal da Associação Geral, disse: “A IASD decidiu intencionalmente treinar, desafiar e incentivar todas as Divisões, Uniões, Associações e igrejas nesse ministério, pois chegou a hora.” O evento foi realizado no UNASP, campus São Paulo. Durante a programação, o sábado foi dedicado à ênfase nas necessidades especiais. Houve apresentações da Christian Record, do Ministério Adventista para Surdos e do coral de cegos, além das participações musicais de várias pessoas e grupos de surdos. O título da palestra apresentada por Kuntaraf foi “O Ministério da Compaixão”. Na mensagem ele mencionou que Ellen G. White, pioneira da Igreja Adventista, já sentia em sua época a necessidade de tal ministério. No livro Testemunho para a Igreja, volume 3, página 511, ela escreveu: “...pessoas atribuladas de diferentes modos foram postos em íntima relação cristã com Sua igreja; é para provar Seu povo e desenvolver seu verdadeiro caráter. Os anjos de Deus estão observando para ver como tratamos essas pessoas necessitadas de nossa simpatia, amor e desinteressada generosidade.”
Abril 2013 | Adventist World
3
N ot í cias do M u ndo especiais, que fazem parte de nossa comunidade religiosa. A Christian Record está ansiosa para compartilhar a experiência adquirida durante os 113 anos que tem ajudado pessoas cegas. O Ministério de Necessidades Especiais tem, agora, uma abordagem bem aceita e reconhecida pela Igreja, disse Dabrowski. – reportagem de Gary Swanson e Mark A. Kellner
Embora historicamente a Igreja tenha dado certa atenção a algumas necessidades especiais por meio de ministérios específicos, tais como, para os cegos e surdos, até agora, no entanto, não houve inclusão abrangente das necessidades mais amplas nesse campo. “Esse novo ministério procura abordar as necessidades em sete categorias de deficiências: cognitiva, auditiva, motora, psicológica, da fala, visual e escondida (esconde deficiências não facilmente observadas).” “O ministério da compaixão não pode estar separado da missão. Os que têm necessidades especiais, embora mereçam compaixão, veem a si mesmos como embaixadores de Deus para levar a mensagem de esperança a outros, em situação semelhante à sua. Eles podem desempenhar um papel vital na missão da igreja”, disse Larry Evans, diretor associado de Mordomia da Associação Geral. Enquanto participava de uma reunião internacional do recém-criado Departamento do Ministério de Necessidades Especiais da IASD, Rajmund Dabrowski, diretor de marketing da Christian Record, encontrou-se com aproximadamente 25 membros da Real Vision, uma organização de membros leigos que são deficientes visuais. Eles compartilharam suas experiências e expressaram o interesse de cooperar futuramente com a Christian Record, oferecendo materiais em português para cegos e deficientes. “Esta é uma entidade muito oportuna, uma mescla de serviços que atende a indivíduos e grupos com necessidades
Adventista Canadense Recebe Medalha
F o t o :
IASD
C a n a d á
■■ Barry W. Bussey recebeu uma das mais altas honrarias no Canadá pela contribuição à área de liberdade religiosa. Ele foi premiado com a prestigiada medalha do jubileu de diamante da
4
Adventist World | Abril 2013
PREMIADO: Barry Bussey, adventista do sétimo dia ativo em questões de liberdade religiosa, recebeu a medalha do jubileu de diamante da rainha Elizabeth II, em cerimônia realizada no Parlamento Canadense, em Ottawa, Ontário.
rainha Elizabeth II em reconhecimento ao trabalho realizado no Canadá e internacionalmente. Barry recebeu a comenda em cerimônia realizada no dia 30 de janeiro, no prédio do parlamento, em Ottawa, capital do país. MP Vellacott entregou a medalha. Presentes à cerimônia também estavam membros da família de Barry, amigos e colegas de trabalho. Segundo Maurice Vellacott, membro do parlamento canadense e representante da região eleitoral de SaskatoonWanuskewin, Barry “desempenhou papel importante na luta para a preservação da liberdade religiosa no Canadá e internacionalmente. A eficiência de sua voz em favor da Igreja Adventista ajudou a ampliar a representação de canadenses que defendem a liberdade religiosa aqui e no exterior”. Barry serviu por mais de 15 anos a denominação como: pastor, advogado e defensor da liberdade religiosa. Também atuou como diretor de relações internacionais da Associação Geral para as Nações Unidas. Atualmente, é vice-presidente do Concílio Cristão Canadense de Caridade, em Elmira, Ontário. A medalha do jubileu de diamante foi criada para marcar as comemorações do sexagésimo aniversário da coroação da Rainha Elizabeth II, em 2012. A medalha serve para homenagear canadenses por contribuições e realizações importantes. “É pela causa. Essa medalha é graças à liberdade religiosa. Somos muito abençoados no Canadá, mas sei que em vários lugares do mundo há irmãos e irmãs que sofrem por sua fé, e é por isso que estou envolvido”, disse Barry. – reportagem de Alexandra Yeboah, Canadá
S P D d a c o r t e s i a f o t o s :
Pr. Wilson Desafia por Liderança Espiritual ■■ “A autenticidade espiritual está no cerne da mensagem adventista”, disse Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, durante visita oficial ao líder da Polinésia Francesa, no dia 8 de fevereiro. O pastor Wilson se encontrou com o presidente Oscar Temaru e outras autoridades governamentais da Polinésia Francesa no escritório do presidente, em Papeete, Taiti, enquanto visitava as ilhas do Sul do Pacífico. O Presidente Temaru disse estar agradecido pelo impacto positivo que a Igreja Adventista tem na Polinésia Francesa, acrescentando que os adven-
tistas são “bons cidadãos”. O Pr. Wilson, falando em francês, manifestou seu apreço pela liberdade religiosa concedida pelo governo aos adventistas. Como país colônia, distante da França, o grupo de ilhas goza de considerável autonomia, permitindo maior liberdade religiosa do que a concedida pelas leis da França. Mais tarde, em conversa, o Pr. Wilson ilustrou a crença de vida plena da Igreja Adventista. Gesticulando em direção à mesa do escritório do presidente, ele disse: “Quando falta uma perna, a mesa não fica em pé. Semelhantemente, as pessoas precisam ser supridas em suas necessidades espirituais, físicas, mentais e sociais. Cremos que Deus deseja que desenvolvamos harmonicamente todos esses atributos.” Ele também visitou Gaston Tong Sang, prefeito de Bora Bora e
R e c o r d . n e t. a u
Acima: REUNIÃO NA ILHA: Jovens lotam estrutura temporária em Papenoo, Taiti, construída para receber o presidente Ted Wilson. O evento foi transmitido ao vivo, on-line, e pelas estações da rádio adventista da Polinésia Francesa. Destaque: ENCONTRO DE PRESIDENTES: Ted Wilson (direita), presidente da IASD, e Oscar Temaru, presidente da Polinésia Francesa, em Papeete, Taiti. O pastor Wilson ofereceu aconselhamento espiritual e orou com o líder nacional durante visita no mês de fevereiro.
ex-presidente da Polinésia Francesa. Sang voou por 45 minutos até o Taiti para participar do culto adventista e da campanha evangelística realizada entre os dias 7 a 9 de fevereiro. Durante o sermão no sábado, o pastor Wilson desafiou quase quatro mil pessoas presentes a priorizarem o desenvolvimento espiritual citando a história de Elias, que defendia o retorno à santidade. “Deus nos chama para sermos Elias em nosso mundo moderno”, disse. Os líderes adventistas locais creditaram a grande audiência aos membros que trouxeram seus amigos e vizinhos para as reuniões. Há cerca de 4.600 adventistas na Polinésia Francesa, espalhados em aproximadamente 130 ilhas. São 37 igrejas, um colégio e um centro de mídia. “Essa campanha foi profundamente abençoada”, disse Roger Tetuanui, presidente da Missão da Polinésia Francesa. “Ela reuniu nossa família da igreja. [...] Mas, o mais importante foi o impacto espiritual das mensagens. Sentimo-nos unidos e espiritualmente energizados.” – informado por James Standish, Divisão do Sul do Pacífico
Abril 2013 | Adventist World
5
N ot í cias do M u ndo Adventistas da Mongólia Ganham Ensino a Distância ■■ No início deste ano, a Missão do Campo da Mongólia (MCM), em parceria com a Divisão do Pacífico Norte-Asiático, inaugurou um centro de ensino a distância (CED) na Mongólia, dirigido pelo Instituto Adventista de Estudos Avançados (IAEA) de Silang, Cavite, Filipinas. O CED oferecerá aos pastores locais e líderes da igreja acesso ao aprimoramento de suas habilidades, aprendizado acadêmico e competências técnicas para o ministério. O programa oferecerá matérias uma vez por trimestre, durante cinco anos. O primeiro bloco já foi oferecido entre os dias 14 a 30 de janeiro, na sede
da Missão, por Youngsoo Chung, professor de Teologia Aplicada do IAEA, que apresentou os “Fundamentos Bíblicos da Liderança”. A disciplina ministrada aos 32 alunos participantes abordou as características essenciais, qualidades e requisitos de um líder cristão; analisou vários modelos de liderança na Bíblia e ajudou a coordenar líderes missionários trabalhando em nível nacional e global. O curso é fundamental para a promoção e execução de um planejamento ministerial forte, e para o treinamento e desenvolvimento dos pastores na Mongólia, disseram os líderes. – reportagem da Divisão do Pacífico Norte-Asiático
PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO: Alunos do curso de ensino a distância (Missão do Campo da Mongólia). f o t o : NSD
6
Adventist World | Abril 2013
O
que você faria para atrair os jovens para a igreja, especialmente em uma nação onde testemunhar é difícil? Que tal um jogo de beisebol? Essa é a recente experiência dos adventistas em Cuba, onde o beisebol é um esporte popular. A liga dos times de beisebol está trazendo, cada vez mais, interessados à igreja, dizem os líderes locais. O beisebol é um esporte largamente apreciado em Cuba. O país tem sua própria liga amadora. A seleção de Cuba foi finalista na Copa Mundial de Beisebol Clássico, em 2006, perdendo para o Japão em jogo disputado em San Diego, Califórnia, EUA. “O programa começou em 2009 como maneira de ajudar aos jovens adventistas a praticar esportes sem prejudicar seu testemunho como cristãos”, disse Dayami Rodriguez, diretora de Comunicação da União Cubana, no encontro realizado pela Divisão Interamericana, em Miami, Flórida (EUA), no mês de novembro de 2012. As camisetas e bonés podem nem sempre combinar, e há ainda outros desafios a serem vencidos, mas os adventistas cubanos descobriram que o beisebol é a ferramenta ideal para o evangelismo. Na verdade, a natureza pacífica dos jogos atraiu até autoridades governamentais. Os jogos são realizados respeitosamente de ambos os lados. Os jogadores oram antes da partida. A linguagem grosseira e provocativa, que às vezes é associada a outros times, está ausente dos treinos e competições dos adventistas, disse Rodriguez.
F o t o s :
U n i ã o
C u b a n a
Esquerda: HINO: Jogadores tiram o boné para a apresentação do hino nacional, uma tradição do beisebol. Acima: HASTEANDO A BANDEIRA: Jogadores de beisebol erguem a bandeira dos Desbravadores, representando o programa jovem da igreja. Direita: BATEDOR PARA CIMA: Aldo Perez, presidente da União Cubana, balança o batedor durante o jogo de beisebol, em Cuba.
reportagem de Mark A. Kellner, editor de notícias
Cuba: Adventistas
Beisebol
Usam
para
Evangelizar Jogadores oram antes dos jogos e despertam a atenção.
A atmosfera pacífica atraiu não adventistas que queriam participar. Os líderes da igreja concordaram, mas sob algumas condições: os jogadores devem demonstrar bom comportamento, sua linguagem e atitudes devem seguir os padrões adventistas e todos os jogadores devem participar diariamente dos estudos bíblicos matinais e seminários vespertinos. Segundo Rodriguez, funcionou! Espectadores – desde árbitros locais, jogadores profissionais de beisebol e o público em geral que vinha para ver o jogo – ficavam impressionados quando
viram homens orando uns pelos outros antes da partida, segurando as mãos, abraçando e se congratulando após o jogo. Alguns espectadores abordavam os jogadores pedindo mais informação. Os jovens se identificavam e convidavam os interessados para as reuniões da noite. Como resultado, 28 pessoas entregaram o coração ao Senhor no primeiro ano. Em agosto de 2012, após a realização dos jogos e do evangelismo em Palmarito, na região oriental de Cuba, 100 pessoas aceitaram a Cristo. Rodriguez disse: “A pequena
cidade parava todas as noites para ver o que estava acontecendo na igreja. Todos corriam para ouvir o pregador. Traziam suas cadeiras tentando encontrar um lugarzinho em meio a tantas pessoas que lotavam as janelas e portas do santuário. No fim da série evangelística ‘Jesus o Vencedor de Todos os Tempos’, a igreja recebeu alegremente as pessoas que decidiram se unir a Cristo para sempre.” As autoridades locais – a princípio, relutantes em permitir que um grupo religioso usasse suas instalações – finalmente, cederam, e voluntários limparam a área designada para o jogo. Na verdade, o primeiro-secretário do partido comunista local compareceu à abertura e deu as boas-vindas juntamente com o presidente da Igreja Adventista em Cuba e outros pastores. Nossa Igreja está ativa no país desde 1905. Segundo estatísticas de 2012, cerca de 33 mil membros adoram semanalmente em 302 congregações. n
Abril 2013 | Adventist World
7
V I S Ã O
M U N D I A L
O
homem tinha uma missão: aterrorizar, torturar e matar. Saulo, fariseu poderoso, estava determinado a se livrar de todo homem, mulher ou criança que afirmasse que Jesus de Nazaré era realmente o Filho de Deus. No julgamento de Estevão, Saulo convenceu com eloquência e lógica as pessoas de que o réu pregava mentiras
F o t o
p o r
H ESTE R
Mudança de Missão
Assim, com essa missão especial, planejou uma viagem a Damasco, cidade comercial, rica e poderosa do império romano. Com ordem e autoridade do sumo sacerdote em Jerusalém (veja At 26:12), ele saiu para capturar todos os que afirmavam que Cristo era o Messias. No entanto, sem que esse
G R I F F IN / ANN
discípulos. Agora que o próprio Jesus Se revelara a ele, Saulo estava convencido da veracidade das reivindicações feitas pelos discípulos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 115). Saulo também se lembrou do discurso de Estevão e das muitas profecias sobre o Messias. Sob a convicção do Espírito Santo, Saulo de Tarso, eminente estudioso das Escrituras, concluiu pela primeira vez que todas aquelas profecias se cumpriam em Jesus de Nazaré. Confessando seus pecados e reconhecendo a Cristo como seu Salvador, Saulo, o perseguidor, tornou-se Paulo, o grande missionário, autor e mártir. Verdade em Jesus
Assim tem sido com todos os verdadeiros seguidores de Cristo – quando se conscientizam de que “a verdade [como é] está em Jesus” (Ef 4:21) – em lugar de servirem a si mesmos, fazem da missão a sua vida, e procuram trazer a quantos for possível para Jesus Cristo e a promessa de vida eterna por meio dEle.
MIA: Missão emAção Para onde você está indo?
ilusórias e perigosas. Como recompensa, ele se tornou membro do Sinédrio, recebendo ainda mais poder para perseguir os seguidores de Cristo. As perseguições pressionavam os cristãos em Jerusalém, e eles fugiram para vários lugares, inclusive para a cidade de Damasco. Saulo observava encolerizado como “pregavam a palavra por onde quer que fossem” (At 8:4). Determinado a exterminar todos os conversos, Saulo planejou persegui-los onde quer que fosse.
8
Adventist World | Abril 2013
fariseu orgulhoso soubesse, sua missão estava prestes a mudar (veja At 26:9-18). Como resultado do encontro com Jesus, “Saulo, então, percebeu que ao perseguir os seguidores de Cristo, em realidade estava fazendo a obra de Satanás. Viu que suas convicções do direito e de seu próprio dever tinham estado grandemente baseadas em sua implícita confiança nos sacerdotes e príncipes. Tinha crido neles quando lhe afirmaram que a história da ressurreição de Cristo fora um artifício forjado pelos
Por Ted N. C. Wilson
Vemos a dedicação do apóstolo Paulo a Cristo e à verdade ao longo dos séculos, descrita tão cuidadosamente no maravilhoso livro O Grande Conflito, onde lemos sobre os muitos mártires que preferiram ser fiéis ao Senhor e à missão a renunciar e salvar a própria vida. A missão ardeu no coração dos primeiros adventistas com a mesma intensidade quando souberam da breve vinda de Cristo e da salvação por meio dEle, da Sua obra no santuário celestial, da verdade sobre o sábado
como dia de descanso, e de muitas outras verdades baseadas nas Escrituras. Estavam tão ansiosos para dizer a outros sobre o que haviam aprendido que sua vida era a missão, compartilhando as boas-novas com todos os que encontravam. Espalhando as Boas-Novas
Há uma história muito conhecida sobre José Bates, onde percebemos com que ardor os pioneiros adventistas compartilhavam a fé. No meio da década de 1840, Bates retornou para sua casa em Fairhaven, Massachusetts, após estudar sobre a guarda do sábado com amigos em New Hampshire. Quando atravessava a ponte entre New Bedford e Fairhaven encontrou outro amigo, James Hall, que perguntou quais eram as novidades. “A novidade é que o sétimo dia é o sábado, e devemos guardá-lo”, disse Bates. Não muito depois, James Hall e a família estavam guardando o sábado. Os pioneiros eram tão comprometidos em compartilhar as verdades bíblicas que logo perceberam que o pequeno grupo de adventistas cresceu de apenas uns poucos na região da Nova Inglaterra (EUA), em meados de 1840, para 3.500 membros, em 1863, reunidos em 125 igrejas espalhadas por uma grande área geográfica, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi oficialmente organizada. Ide ao Mundo
Como a consciência sobre a missão continuava crescendo, a Grande Comissão de Mateus 28 se tornou mais iminente, à medida que a igreja se conscientizava da necessidade de ir e fazer “discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que Eu lhes ordenei” (versos 19 e 20). Em 1864, Michael Czechowski, ex-padre católico, foi pregar a mensagem adventista por conta própria na
Europa. Dez anos mais tarde, J. N. Andrews, com o filho Charles, 16 anos, e a filha Mary, 12 anos, foi enviado à Suíça como primeiro missionário oficial. Muitos outros missionários logo o seguiriam, fundando escolas, igrejas, casas publicadoras, clínicas médicas e hospitais, suprindo a necessidade das pessoas e proclamando a mensagem de vital importância dos três anjos a todo o mundo. No final do século dezenove, o adventismo realmente havia se tornado mundial. A igreja continuou a crescer e, hoje, estamos presentes em 209 países, com mais de 17 milhões de membros que se reúnem em mais de 70 mil igrejas. A Missão é um Privilégio
Entretanto, a missão é muito mais do que fatos, figuras, prédios e instituições. A missão não é um protocolo da igreja – é um privilégio. Ela inicia em cada um de nós quando aceitamos a Cristo, Sua justiça e a incrível provisão que fez. Nossa resposta natural aos dons que nos oferece é estarmos ativos na missão e contar as maravilhosas novas a outros. Como podemos guardar uma mensagem tão preciosa somente para nós? A irmã White nos diz: “Um grande número de almas, preciosas almas, estão tateando nas trevas, ansiando, chorando e orando pela luz” (Manuscript Releases, v. 4, p. 135). Quando leio isso, penso sobre os mais de 7 bilhões de habitantes no mundo atual; nos 3,6 bilhões que vivem em áreas urbanas;* e, imagino quantos estão vivendo nas trevas, esperando pela luz que é nossa missão levar até eles. Evangelismo nas Cidades
Neste ano, ao lançarmos o projeto “Missão nas Grandes Cidades”, começando com a cidade de Nova York, esperamos alcançar o máximo possível dos 20 milhões de pessoas daquela enorme área metropolitana. Baseados nos princípios bíblicos e conselhos do
espírito de profecia, esse evangelismo envolve ampla variedade de atividades sob a direção do Espírito Santo, inclusive o uso de médicos missionários, literatura sobre saúde, centros de influência, pastores distritais, membros, equipes de jovens de todo o mundo, colportores, pequenos grupos, trabalho missionário de porta em porta, serviços comunitários e sociais que seguem os métodos de Cristo. Após o evangelismo em Nova York, os integrantes da equipe devem realizar o projeto nas cidades de seu país natal, onde estão sendo feitos planos para evangelizar, pela graça de Deus, os milhões que vivem nas áreas metropolitanas de: Kinshasa, Moscou, Kiev, Genebra, Hamburgo, Monique, Viena, Cidade do México, Bogotá, Tóquio, Buenos Aires, Luanda, Sydney, Chrischurch, Port Moresby, Suva, Manila, Bombaim, Londres e Lagos. Missão para Todos
Qual é a sua missão? Missão diz respeito a pessoas – onde quer que vivam – em metrópoles, cidades pequenas ou no campo. Onde quer que estejam as pessoas, lá estará nossa missão; missão de levar esperança, cura e assistência. E, enquanto suprimos suas necessidades temporais, não nos esqueçamos de oferecer também a “verdade [que está] em Jesus” – o pão e a água da vida que satisfaz não apenas aqui na Terra, mas para a eternidade. Pode ser que você não seja pastor ou evangelista, pode ser que não seja profissional de saúde; mas não importa quão velho ou jovem você é, não importa seu nível de escolaridade, você pode fazer a diferença para a eternidade na vida de alguém, simplesmente dando um sorriso simpático e entregando alguma literatura – um folheto sobre a Bíblia, uma revista, um livro como O Grande Conflito ou A Grande Esperança, testemunhando como essa mensagem foi importante em sua vida, e como
Abril 2013 | Adventist World
9
V I S Ã O
M U N D I A L
você espera que seja útil para a vida dele também. Somos advertidos de que ninguém deve ser ignorado na obra de salvar pessoas. No livro Atos dos Apóstolos, Ellen White escreveu: “Não somente sobre o ministro ordenado repousa a responsabilidade de sair e cumprir esta missão. Todo aquele que tem recebido a Cristo é chamado a trabalhar pela salvação de seus semelhantes [...] “É erro fatal supor que a obra de salvação de almas depende só do ministério. O humilde e consagrado crente sobre quem o Senhor da vinha colocou o encargo das almas, deve receber encorajamento daqueles a quem o Senhor deu maiores responsabilidades. Os que ocupam lugar de líderes na igreja de Deus devem sentir que a missão do Salvador é dada a todos os que crerem no Seu nome. Deus deseja enviar para Sua vinha a muitos que não foram consagrados ao ministério pela imposição das mãos [...] “Deus tem esperado longamente que o espírito de serviço se apodere de toda a igreja, de maneira que cada um trabalhe para Ele segundo sua habilidade. Quando os membros da igreja de Deus fizerem a obra que lhes é indicada nos necessitados campos nacionais e estrangeiros, em cumprimento da comissão evangélica, todo o mundo será logo advertido, e o Senhor Jesus retornará à Terra com poder e grande glória” (p. 110, 111). Ora vem, Senhor Jesus! n
Histórias da Levando Luz ao Nosso Mundo GLOW (inglês, BRILHO – Giving Light to Our World [Levando Luz ao Nosso Mundo]) – é um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos, e agora está se ramificando para outras Divisões do mundo. Tem o objetivo de motivar os membros a levar sempre consigo literatura – panfletos chamados GLOW – para serem distribuídos gratuitamente onde quer que forem, e em qualquer oportunidade. Atualmente, os panfletos estão sendo impressos em 29 idiomas. Aqui estão duas breves histórias da Europa que retratam vidas tocadas pelo GLOW:
História 1: Na Alemanha, após uma rápida
conversa sobre Deus, uma mulher deu um folheto do GLOW para a pessoa que estava no caixa do McDonald’s. Ela disse à moça: “Se você tiver qualquer pergunta ou quiser conversar com pessoas bondosas, ligue para o número de telefone que está atrás do folheto.” No dia seguinte a moça do caixa ligou e pediu ao coordenador do GLOW que orasse com ela e por alguns amigos próximos. Surpreendentemente, a moça ligou várias vezes pedindo oração, e disse que após cada ligação ela sentia o poder do Espírito Santo e confiava que Deus responderia. A moça do caixa e o coordenador do GLOW continuaram orando juntos regularmente. Deus enviou aquela irmã, uma fiel distribuidora de literatura, a uma pessoa que necessitava do poderoso Deus para solucionar seus problemas.
História 2: Certa senhora encontrou na caixa de correio um folheto do
Ted N. C. Wilson é
presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
GLOW intitulado: “A Silenciosa Verdade sobre a Morte.” A ocasião foi providencial, pois ela havia perdido um de seus queridos e estava necessitando de esperança. Após ler o folheto, sentiu-se tão confortada que ligou para o representante do GLOW na Europa e perguntou como podia conseguir mais folhetos para oferecer a amigos que também haviam sido afetados por perdas recentes de familiares. Além disso, desejava também distribuir os folhetos entre os membros de sua igreja. Histórias compiladas por Nelson Ernst, diretor do GLOW na Associação Central da Califórnia (EUA). Para saber mais sobre o ministério GLOW, visite a página: sdaglow.org.
10
Adventist World | Abril 2013
Derrames
S aúde no M undo
Transıtórıos Um problema mundial
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Minha mãe teve duas crises que os médicos diagnosticaram como ataques isquêmicos transitórios (temporários). Estamos preocupados que sofra um derrame grave. Há algo que possamos fazer para prevenir ou evitar?
O
derrame (AVC – Acidente Vascular Cerebral) é umas das principais causas de morte no mundo e a maior causa de incapacidade em suas vítimas. Quando o derrame e o ataque isquêmico transitório (TIA – transient ischemic attack) estão associados, podem exceder a taxa de efeitos vasculares nas coronárias. Um AVC isquêmico ocorre quando o suprimento de sangue para parte do cérebro sofre interrupção ou redução severa de oxigênio e alimento nos tecidos do cérebro. Em apenas alguns minutos as células do cérebro começam a morrer. Um AVC ou TIA (bloqueio temporário) tem 12,8% de chance de se repetir em uma semana. Alguns já estimaram que até 80% das recorrências poderiam ser evitadas se os pacientes fossem tratados adequadamente. Nem todos os derrames ocorrem no mesmo período. A causa mais frequente da interrupção do fluxo de sangue é a presença de coágulo ou placa de gordura. Entretanto, cerca de 15% dos derrames isquêmicos ocorrem como consequência da ruptura de algum vaso sanguíneo no cérebro, e cerca de 5% (1 em 20) estão relacionados a sangramento ao redor do cérebro. Para identificar a causa do TIA, ou derrame transitório, os médicos precisam determinar: 1. Está associado a problemas cardíacos, como a fibrilação arterial? 2. Está associado à doença de uma grande artéria, como a carótida? 3. Há problema com pequenas
artérias, como no diabetes? 4. Está associado a outros problemas – coagulação, medicamentos ou problemas mecânicos? Para obter essa informação a maior parte dos pacientes deve ser submetida à ressonância magnética, que é mais sensível para detectar derrames do que a tomografia computadorizada. Um exame de imagem permitirá visualizar possíveis danos nos vasos sanguíneos. Entretanto, mesmo com tais exames, às vezes os médicos não conseguem determinar a causa do derrame. Para sua mãe, e outros pacientes na mesma situação, é essencial o controle rigoroso dos fatores de risco e mudança do estilo de vida. É crucial que se faça exercícios regulares, abstinência do cigarro e controle de peso. Os dez fatores a seguir, foram identificados como sendo a causa de 90% dos fatores de risco do derrame: 1. Pressão sanguínea alta 2. Fumo 3. Sobrepeso 4. Hábitos alimentares errados 5. Falta de exercício 6. Diabetes 7. Consumo de álcool 8. Estresse e depressão 9. Irregularidades cardíacas 10. Níveis anormais de colesterol Além das mudanças no estilo de vida, sólidas evidências apoiam a redução da pressão sanguínea, do colesterol, e de medicamentos para diminuir a aderência nas plaquetas. Não há dados disponíveis que definam uma pressão arterial ideal, mas a redução absoluta da pressão sistólica tem mostrado melhores resultados. Verificou-se a redução de 28% no risco de derrame, em quatro anos, em pessoas que tomam inibidor da enzima angiotensina conversora para baixar a pressão sanguínea. Se, é o medi-
camento específico ou a redução da pressão o maior responsável pelo resultado é discutível, mas as maiores evidências apoiam a redução da pressão sanguínea. Reduzir o colesterol com estatina mostrou redução de 25% do risco de derrame e os melhores efeitos foram registrados em pessoas cujo colesterol foi reduzido significativamente. A aspirina, em doses muito baixas (80 miligramas ao dia), tomada regularmente, parece tão eficaz quanto a ingestão de altas doses; e embora outras drogas antiplaquetárias tenham apresentado resultados ligeiramente melhores, os efeitos colaterais não compensam os benefícios. O caso de sua mãe requer uma avaliação cuidadosa, seguida por mudança no estilo de vida. Se a pressão arterial for alta, deve ser normalizada. Os níveis de colesterol também precisam normalizar. O tratamento com antiplaquetários não é tão benéfico, mas pode ser recomendado. Exercícios físicos associados a uma dieta vegetariana com baixo teor gorduroso, que inclua alimentos integrais, não industrializados, grandes quantidades de frutas e vegetais frescos, oferecem a chance de uma vida mais longa. A adoção de tal estilo de vida também permite o reconhecimento da bondade de Deus em nos proporcionar vida e saúde. n
Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, médico cardiologista
nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.
Abril 2013 | Adventist World
11
D evocional
S “
aulo, Saulo, por que Me persegues”? (Atos 9:4). Lembro-me de quando eu era criança e minha mãe me dizia: “Por favor, atenda no momento em que eu chamar o seu nome, e não me faça chamar duas vezes.” Gostaria de dizer que ela jamais precisou chamar pelo meu nome duas vezes, mas quando chamou, foi bem melhor ter atendido na primeira vez! Encontramos nas Escrituras muitas ocasiões em que o Senhor chamou pessoas. Entretanto, há sete pessoas a quem Deus chamou pelo nome duas vezes. Creio que há lições a ser aplicadas a nós hoje. Vejamos a história de Saulo.
Zeloso para com Deus
Saulo aparece pela primeira vez em Atos 8:1, por ocasião do apedrejamento de Estevão, um dos diáconos da igreja primitiva. “As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.” (At 7:58) “E Saulo consentia em sua morte” (At 8:1). “O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos os que o presenciaram. A lembrança da aprovação de Deus em sua face; suas palavras que tocaram a própria alma dos que as ouviram, permaneceram na mente dos espectadores.”1 Saulo não foi a exceção. “A fé, a firmeza e a glorificação do mártir não podiam ser apagadas de sua memória.”2 Presenciar a morte daquele homem santo e ouvir seu testemunho antes da execução, provocou-lhe perguntas desconcertantes. Antes do apedrejamento de Estevão, o Sinédrio estava planejando matar alguns dos apóstolos, mas como resultado do discurso de Gamaliel, decidiram pelo contrário (cf. At 5:33-40).
12
Adventist World | Abril 2013
Saulo,
Por Mary-Alice White
Saulo
Ouça atentamente o chamado de Deus Provavelmente, Saulo estava ciente das palavras de Gamaliel, seu professor e conselheiro, a quem, sem dúvida, tinha em alta consideração. Sua mente ficou balançada com as palavras de Gamaliel e as últimas palavras de Estevão. Paulo não imaginava que o martírio de Estevão seria como água regando a semente da salvação tanto em sua vida como na vida de outros. Paulo ouvira o discurso de Estevão. Ouvira suas últimas palavras: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At 7:60). A dor agonizante daquele homem morrendo e suas palavras de graça e misericórdia impactaram Saulo. “Ele foi abalado em seu preconceito; mas as
opiniões e argumentos dos sacerdotes e príncipes finalmente o convenceram de que Estevão era um blasfemo; que Jesus Cristo, a quem ele pregava, fora um impostor, e que aqueles que ministravam nos sagrados serviços deviam estar com a razão.”3 Assim, com suas dúvidas silenciadas pelos líderes religiosos, Saulo tomou a decisão de ajudar a destruir a igreja cristã principiante. Nossas decisões afetam tanto a nossa vida como a vida de outros. Como uma pedra que jogada em águas calmas cria ondas que se estendem muito além do ponto inicial de contato, assim nossas decisões podem afetar a vida dos outros, tanto para o bem como para o mal. I l l u s t r a ç ã o
p o r
Br e t t
M e l i t i
Deus viu incrível potencial em Saulo, caso respondesse ao chamado. A decisão de Saulo afetou a vida de todos os cristãos em Jerusalém e das cidades e povoados vizinhos. Provavelmente, o nome de Saulo estava presente nos lares de todos os judeus. Ele estava comprometido a perseguir os discípulos, onde quer que os encontrasse. Com cartas de apresentação, Saulo estava preparado para partir para Damasco, a fim de prender os cristãos e os trazer de volta a Jerusalém para serem julgados (cf. At 9:1, 2). Chamado pelo Senhor
Saulo era muito zeloso na missão de reunir todos os cristãos em Damasco e levá-los perante as autoridades em Jerusalém. Ele cria que estava fazendo um favor a Deus. Decisões erradas levam nossa vida por caminhos errados. Figurativamente, Saulo estava no caminho errado. Entretanto, Deus usou esse caminho e o transformou no lugar certo para chamar Saulo e com ele confrontar-Se. Quando Saulo chegou ao fim de sua viagem de cerca de 260 km, de Jerusalém a Damasco, “uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9:3 e 4). Deus tinha uma mensagem importante para transmitir a Saulo devido às suas decisões equivocadas. Deus queria que ele mudasse de direção. Deus estava procurando alguém que lutasse contra a filosofia pagã e o formalismo judaico. Uma pessoa zelosa que estivesse pronta para fazer da missão de Deus o seu ministério. Procurava alguém que valorizasse o relacionamento com Seu Filho acima do zelo religioso. Deus viu um incrível potencial em Saulo, caso respondesse ao Seu chamado.
Transformado pelo Senhor
O encontro de Saulo com o Salvador na estrada de Damasco foi o momento decisivo de sua vida. Cristo redirecionou seus pensamentos, e Saulo, por sua vez, reconheceu quem ele realmente era – um pecador que necessitava de um Salvador. O chamado de Saulo foi um encontro pessoal com Cristo. Foi um chamado para nascer de novo e servir o Messias prometido. Para mudar a direção e o propósito da vida e tomar decisões positivas. Saulo respondeu favoravelmente ao chamado de Deus. Aceitou a Jesus Cristo como Messias e Salvador pessoal. Qual é a Sua Estrada de Damasco?
E nós? Estamos no caminho errado? Estamos hoje em nossa estrada de Damasco? Deus está nos chamando para mudar de direção? Estão nossas decisões no rumo errado? Será que temos desempenhado uma missão egoísta para a construção de nosso próprio reino? Será que estamos tomando as decisões positivas e saudáveis que Deus quer que tomemos? Nossas decisões têm afetado a vida dos outros ao nosso redor? Ou nós, como Saulo, precisamos mudar de direção e colocar um endereço diferente em nosso GPS espiritual? Já passei pela estrada de Damasco; vivi a vida ao meu modo e fiz o que queria. Como Saulo, também encon trei a Cristo. Meu encontro não foi tão dramático quanto o dele, mas, foi um divisor de águas. Minha vida mudou e ficou centralizada na vontade e no caminho de Cristo. O cristão carnal se transformou em cristão espiritual comprometido.
Paulo fala de três grupos de pessoas em 1 Coríntios 2 e 3. Ele se refere ao homem natural, ao homem espiritual e aos crentes de Corinto como carnais ou mundanos. Ainda temos as mesmas três categorias. Há aqueles que vivem longe de Cristo ou de Deus. Há os que são cheios do Espírito e completamente comprometidos com Cristo. Há também os cristãos mundanos, os que estão sobre o muro, entre o mundo e a adoração a Deus. Eles querem desfrutar dos benefícios e bênçãos de serem membros da igreja, porém, sem compromisso com Cristo. Ele não reina no trono de sua vida. Como cristãos adventistas, podemos estar em uma dessas três categorias. Podemos acreditar piamente nas doutrinas da igreja, podemos ser zelosos em ministrar para a igreja, mas pode ser que não nos convertemos genuinamente ou perdemos nosso primeiro amor por Cristo. Saulo foi chamado pelo nome duas vezes para despertar-lhe a atenção. Saulo ouviu a voz de Jesus, respondeu e se tornou um filho de Deus, nascido de novo. Quantas vezes Deus tem que repetir nosso nome quando nos chama? n 1 Ellen
G. White, Atos dos Apóstolos, p. 101. G. White, Paulo, o Apóstolo da Fé e da Coragem (CERTEZA Editorial, Campinas, SP - 2004), p. 20. 3 Ibid., p. 25. 2 Ellen
Mary-Alice White é nutricionista aposentada e frequenta a Igreja de Mount Pisga, em Asheville, Carolina do Norte, EUA. Abril 2013 | Adventist World
13
C renças
F undamentais
Por Stefan Höschele
NÚMERO 11
Enfrentando o
C
açar leões é uma aventura que jamais me arriscaria! Mas, entre os masai da África Oriental, um grupo de pessoas que no passado era guerreiro, os rapazes muito se orgulham de perseguir o rei dos animais. Devido ao estilo de vida semelhante a nômades, seu gado sempre é ameaçado por esse arqui-inimigo. Certa vez, um amigo masai me explicou como funciona tal caçada: um grupo de jovens empunha as lanças e cerca o leão; o desafio é atacar no momento certo, pois o primeiro que fizer será considerado o mais valente. Se o guerreiro perder sua lança, o leão, mesmo que ferido, tentará se vingar! Se ninguém atacar, o leão irá procurar pelo rapaz mais medroso, e investir contra ele.
A Batalha Cristã
Como cristãos, muitas vezes, nossa vida se assemelha à de um masai caçando o leão. Decidimos seguir a Jesus, que nos diz: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11:28).1 Porém, ao viajarmos durante certa distância com Ele, lembramos que “o diabo, o inimigo..., anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1Pe 5:8). E se ainda não percebemos isso, agora começamos a compreender a que Jesus Se referia quando declarou: “Se alguém quiser acompanhar-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16:24). Há três opções para lidar com os leões que rugem em nossa vida. Primeiro, podemos ignorá-los. Podemos fingir que o problema não existe, que o pecado não pode nos atingir. Podemos até afirmar que o adversário de Deus não existe. Entretanto, tal abordagem covarde, não irá nos livrar do leão, como não irá a segunda opção: Fugir e deixar que o medo vença. Alguma vez você tentou escapar de um leão? Ele corre a uma velocidade aproximada de 50 km/h, portanto, não vai se salvar se correr. A terceira opção, porém, decidirá a luta. É baseada no bom e velho ditado: “Atacar é a melhor forma de defesa”, e é Deus quem inicia a ofensiva.
14
Adventist World | Abril 2013
Como crescer diariamente em Cristo O Exemplo de Jesus
A que se parece tal ataque divino? Uma boa ilustração é a “possessão” demoníaca. Quando fui missionário na África, presenciei várias situações onde pessoas possessas eram libertas dos espíritos maus. Podemos até deixar de lado o fenômeno, atribuindo-o a alguma outra doença, ou tremer diante do aparentemente poderoso chefe das trevas. No entanto, Jesus nos mostra outra maneira. Ele não descartou a existência de seres sobrenaturais do mal, mas de modo muito simples, ordenou-lhes que saíssem.2 E tinham que sair, pois já eram seres vencidos e que tremem à mera menção do nome de Jesus. Assim, a expulsão de demônios, em vez de ser um acontecimento espetacular e estranho, demonstra de forma simples, mas contundente, como Deus lida com o inimigo da salvação. Os que escolhem ficar do lado de Deus têm todas as armas necessárias para vencer o inimigo. É claro que isso não significa que a luta não seja dolorosa. Sim, o fardo de Jesus é leve (Mt 11:30), mas os ataques podem acontecer de várias maneiras – vindos de fora e até de dentro. Eu ainda não encontrei nenhuma pessoa que não enfrente tentação. Mas, se o nosso Senhor também as enfrentou, não é vergonhoso quando nos deparamos com esse problema. O que é realmente perigoso é pensar que podemos resolver por nós mesmos. A tentação confessada a Deus já está
parcialmente vencida. Contar a um irmão ou irmã não é tão vergonhoso quanto parece, e pode significar que a tentação está quase totalmente vencida. A Arma Secreta
Felizmente, a vida do cristão não é uma luta permanente. Até os melhores soldados necessitam de treinamento adequado e períodos de descanso para restaurar as energias. Não podem ficar o tempo todo envolvidos em combates. Precisam cuidar da saúde, aprender a apoiar uns aos outros, ser treinados para as responsabilidades particulares e desenvolver resistência aprendendo com a experiência de outros. Como seguidores de Jesus, também necessitamos de “tempo de crescimento” adequado. Não precisamos buscar confrontos com poderes oponentes a Deus até estarmos prontos para tal. Esse processo de crescimento pode parecer lento; ou pode ser que não percebamos nenhum sinal de crescimento. Todavia, em realidade, está acontecendo um desenvolvimento crucial. É por isso que, muitas vezes, a Bíblia usa várias imagens para discipulado que expressam um relacionamento muito próximo (“conhecer a Deus”, “imitar a Cristo”, “pertencer a Ele”) ou até, semelhante à gravidez, podemos “estar em Cristo”, “permanecer em Jesus”, “continuar em Sua Palavra”. Como um embrião ou criança em desenvolvimento, crescer em Cristo não depende tanto do que o pequeno faz, mas de quem o alimenta. É por isso que se alimentar da Palavra de Deus e respirar o Seu Espírito em oração é tão importante. Nunca vi um bebê recusar o leite da mãe por vários dias. Da mesma forma, precisamos de nutrição constante para crescer espiritualmente. Há tantas maneiras de orar e métodos de devoção, deixe-me desafiá-lo a escolher um que melhor o ajude. Para aqueles que têm lutado contra o que consideram vida espiritual insuficiente, talvez essa simples recomendação o ajude: comece devagar, mas seja consistente. Melhor poucos minutos regularmente do que planos estratosféricos e irreais. No momento certo, à medida que o “soldado de Cristo” for crescendo, terá o apetite desenvolvido naturalmente. Pessoalmente, já usei cerca de dez abordagens devocionais diferentes. Além da meditação e oração, já há algum tempo tenho parafraseado os Evangelhos, e nos finais de semana, gosto de escrever um diário. Mas, “espiritual” não é apenas orar, ler e cantar. É nossa vida toda. Sou muito grato porque um quarto de nossas crenças fundamentais é a respeito da vida cristã (confira – aqui estão os números: 11; 17 e 19 a 23). Seguir a Jesus é algo muito prático. Ser um discípulo de Cristo não é uma lista de “faça e não faça”, mas um processo
em
Cristo
Com Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Aquele que durante o Seu ministério terrestre subjugou os espíritos demoníacos, quebrou o poder do maligno e combateu as forças do mal que ainda procuram nos controlar ao andarmos com Ele em paz, alegria e com a certeza do Seu amor. Agora, o Espírito Santo habita em nós e nos reveste de poder. Estando continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos libertos dos atos cometidos no passado. Não mais vivemos nas trevas, com medo dos poderes do mal, na ignorância e na vida sem sentido de outrora. Nesta nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança do Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nela e na sua providência, cantando Seus louvores, reunindo-nos nos cultos e participando da missão da igreja. Ao entregar-nos para o amoroso serviço em prol dos que estão ao nosso redor e ao testemunharmos de Sua salvação, Sua constante presença conosco por meio do Espírito transforma cada momento e tarefa em uma experiência espiritual. (Sl 1:1, 2; 23:4; 77:11, 12; Cl 1:13, 14; 2:6, 14, 15; Lc 10:17-20; Ef 5:19, 20; 6:12-18; 1Ts 5:23; 2Pe 2:9; 3:18; 2Co 3:17, 18; Fl 3:7-14; 1Ts 5:16-18; Mt 20:25-28; Jo 20:21; Gl 5:22-25; Rm 8:38, 39; 1Jo 4:4; Hb 10:25.) –Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 11
no qual aprendemos a vencer os desafios tendo o melhor apoio que podemos imaginar. Nós podemos enfrentar um leão rugindo, se permanecermos com o Mestre e nos firmarmos em Sua Palavra. n 1Todos
os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. todos os casos, exceto um, que demonstra que o poder de Deus é forte o suficiente até mesmo para expulsar uma legião de demônios, Jesus nunca dialogou com espíritos malignos. 2 Em
Stefan Höschele, Ph.D., foi missionário na Argélia e Tanzânia, atualmente é professor de missiologia e teologia sistemática no Theologische Hochschule Friedensau, Alemanha. Abril 2013 | Adventist World
15
A rtigo de C apa
A
Cr i aç ã o
Tela
na Pacote de maravilhas
C
riação e evolução são questões polêmicas em todo o mundo, atingindo também as igrejas adventistas. Diariamente somos bombardeados por teorias, hipóteses, argumentos e contra-argumentos. A Criação na Tela é uma tentativa de expor as maravilhas da criação e contar a história de como instituições adventistas e pessoas ao redor do mundo compartilham a genialidade do Criador. Ao ler essas histórias, permita que o Criador fale ao seu coração.
– Os Editores
Centro de Ciências Byeol-Sae-Kot-Tol
O
centro de Ciências Byeol-SaeKot-Tol, de propriedade da IASD e localizado em Shew Chung, área rural próxima a Seul, na Coreia do Sul, começou com o sonho de um garoto em estudar as estrelas. Kyoungsang Sohn, uma criança curiosa e inteligente, sempre foi bom aluno. Quando adulto, tornou-se um dentista de sucesso. Porém, nunca perdeu o interesse pela astronomia, ou se esqueceu do sonho da infância – observar e examinar as maravilhas do universo de Deus, o mais próximo possível. Como fiel adventista, crendo em Deus como Criador, Sohn desejava ensinar a outros – especialmente crianças e jovens – sobre as maravilhas da natureza e as muitas maneiras em que esta revela o amor do Pai Celestial. Em
Acima: OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS: Os milhares de estudantes que visitam Byeol-Sae-Kot-Tol todos os anos, podem observar os pássaros silvestres bem de perto através do telescópio. Direita: PLANETÁRIO: O Centro de Ciências Byeol-Sae-Kot-Tol, na Coreia, possui um planetário equipado com telescópio e cúpula corrediça.
Reportagem: Equipe da Adventist World e da Casa Publicadora Coreana.
1999, usando recursos pessoais, Sohn construiu e inaugurou um centro de ciências, inicialmente chamado Nomok. Seis anos mais tarde, a Igreja Adventista da região assumiu a administração dessa instituição de ensino mudando o nome para Centro de Ciências ByeolSae-Kot-Tol. Desde então, tornou-se um complexo altamente reconhecido e apreciado, que já ganhou vários prêmios do governo. Estudar a Natureza de Deus
O nome do centro, Byeol-Sae-KotTol, indica seu foco em quatro áreas de estudo: astronomia (estudo das estrelas e planetas), ornitologia (estudo dos pássaros), botânica (estudo das plantas e flores) e paleontologia (estudo dos fósseis). Ele possui um planetário, equipado com telescópios e uma cúpula corrediça; habitat e alimentadores para atrair pássaros selvagens, que podem ser observados de perto através dos binóculos do telescópio de observação de pássaros; um jardim botânico,
cheio de flores coloridas, arbustos e ervas, assim como um microscópio de alta potência para estudar a folhagem; e, uma área de exposição que abriga centenas de fósseis nos quais tanto jovens como adultos podem aprender a história da Terra sob o ponto de vista criacionista. Os professores e outros funcionários qualificados que trabalham na instituição, contam a história de Jesus e como os reis magos seguiram uma “estrela” especial até Belém, o lugar onde Jesus nasceu. Mais de 100 mil visitantes por ano, a maioria alunos do fundamental à faculdade, deparam-se com a obra de Deus no Centro de Ciências e aprendem do Criador que, pela palavra, trouxe nosso planeta e o universo à existência. Devido ao grande número de visitantes, é necessário fazer a inscrição. Planos estão sendo feitos para ampliar as instalações do centro. Para saber mais sobre o Centro de Ciência Byeol-Sae-Kot-Tol, visite a página www.ntam.org.
F o t o s : C o r t e s i a d a C a s a P u b l i c a d o r a C o r e a n a
Contando a história da criação na Coreia
Por Chantal J. Klingbeil e Gerald A. Klingbeil
Al i cerce na Areia Inaugurada exposição sobre nossas origens na Southern Adventist University.
A
ideologia é o melhor dispositivo móvel. Ligado 24 horas, sete dias por semana, filtra todas as coisas com as quais entramos em contato. Os professores do Departamento de Biologia da Southern Adventist University (SAU), no Tennessee, EUA, decidiram combater a ideia de que convicções religiosas são provadas “à porta” do laboratório de ciências. Desejavam tomar uma posição definitiva sobre o assunto, então, levaram a conversa para os corredores. No Princípio
Embora a ideia de realizar uma exposição sobre as origens tenha sido dos professores, os primeiros 50 dólares para financiá-la vieram de um aluno: “Eu sei o que vocês ensinam e sou grato por ensinarem sob esses aspectos. Sou apenas um estudante, mas aqui estão 50 dólares; façam alguma coisa com eles.”
A vida acadêmica continuou, mas com o inconveniente de que a exposição crescia nos corredores e paredes do Departamento de Biologia a cada ano. Os debates entre professores, a reação dos alunos e de outras pessoas, e o apoio financeiro de indivíduos interessados, ajudou a tornar a Exposição Sobre As Origens, uma experiência singular. Passo a Passo
A exposição está dividida em três partes principais que complementam uma à outra e devem ser vistas em sequência. Ao entrar no prédio, de imediato, você se vê explorando os meandros e a beleza da célula humana. Dali, a exposição se expande, abordando a coluna geológica. Nesse ponto, sua cabeça provavelmente vai estar zonza com as grandes perguntas sobre a ciência e as origens. A seção final do salão circular não contém argumentos e evidências muito contundentes, mas dá uma visão da beleza e da estética encontradas na natureza. O objetivo da exposição, aberta oficialmente no dia 15 de abril de 2012, F o t o s :
INTERATIVO: As exposições na Exposição das Origens visam despertar os sentidos dos visitantes em vários níveis.
C o r t e s i a
d e
não é se tornar a prova definitiva da criação. O projeto inteligente (intelligent design) é oferecido como uma teoria científica válida em contraste com a teoria evolucionista baseada na seleção aleatória que permeia a maior parte dos debates científicos. Parte da seção final introduz o conceito e a probabilidade dessa ideologia. Isso é mais do que uma boa argumentação ou um bom debate científico. Você descobre na exposição que aquilo em que se acredita afeta nossas decisões, e as decisões têm consequências eternas. Atraindo Mais do que Dinossauros
Além do público alvo, formado pelos estudantes de biologia, outros alunos da SAU estão agradecidos pela oportunidade de ter um rápido vislumbre do assunto assistindo as aulas de biologia. As escolas fundamentais locais e os estudantes que recebem educação em casa (escola no lar) também foram atraídos pela exposição. Durante uma aula de biologia fora do campus, um SAU / ISAA C
JAMES / G E R ALD
KLIN G BEIL
aluno testemunhou que a exposição foi decisiva em sua jornada para abandonar o ateísmo e se tornar um cristão adventista convicto. Durante a entrevista de formatura, os formandos em biologia destacaram muito entusiasmados o impacto positivo da exposição em sua concepção das origens. A exposição das origens não é uma exposição de ossos velhos, de formações rochosas e do debate dos longos períodos de tempo. A questão da ideologia está integrada a cada disciplina, e os professores universitários de diferentes cursos foram desafiados a pensar nas implicações filosóficas das origens relacionadas à sua área. Keith Snyder, diretor do Departamento de Biologia e coordenador da exposição, destaca um ponto importante: “Podemos coletar dados, podemos coletar fósseis, podemos examinar as camadas, podemos observar todas as coisas, mas isso ainda infere sobre o que aconteceu.” A abertura da exposição não marca o final da iniciativa. O corpo docente sonha com a criação de um Centro das Origens on-line, que possa ajudar a disseminar pesquisas criacionistas importantes numa linguagem acessível a alunos do ensino fundamental e médio. A exposição da SAU é apenas uma peça de um grande mosaico. Os colégios e universidades adventistas em todo o mundo estão usando métodos criativos de comunicar a perspectiva bíblica das origens. O fato de saber de onde viemos é essencial para a compreensão do futuro e para o encontro com Aquele que nos chamou à existência. n
Chantal e Gerald Klingbeil escrevem
de Silver Spring, Maryland, EUA. Gerald é editor associado da Adventist World e Chantal é diretora associada do Patrimônio Literário de Ellen G. White na Associação Geral.
FAMÍLIA E AMIGOS: (atrás, da esquerda para a direita) Elsa Martínez Cayaso, Gabriel Martínez, Eliezer Moran, Fredy Benitez, (frente) Wendel Martínez Jr., Anel Villareta e Eilyn Martínez.
F o t o :
C o r t e s i a
d e
E i ly n
M a r t i n e z
Por Kimberly Luste Maran
Nattur
PANAM á Empresa familiar mostra a natureza como uma história
W
ilberto Martínez tinha uma visão. O Panamá, sua terra natal, é cercado por plantas tropicais e riachos, e Wilberto queria que essas belezas fossem apreciadas por outras pessoas. Mas, queria fazer isso em parceria com a família. Wilberto e a esposa trabalhavam duro para manter os filhos na escola da igreja. Colocaram no coração deles o amor a Deus e à natureza. Com um sócio e espírito de pioneirismo, Wilberto começou a Nattur Panamá, uma empresa de proteção ao meio ambiente e ecoturismo. “Meu pai sempre se interessou em proteger a fauna e flora. Gostava de observar os pássaros”, diz Eilym Martínez Cayaso, que ajuda na empresa da família. “No passado, anos 1970 a 1980, não existia oficialmente o ecoturismo, porém, já era algo de que ele realmente gostava. Algo que já perseguia. Então, decidiu oferecer seus préstimos a agentes de turismo locais e operadores do exterior.” A princípio, a Nattur Panamá oferecia somente turnês de caminhadas e observação de pássaros.
Em 1993, o empreendedorismo dos projetos de Wilberto se tornou mais sólido quando ele e a esposa, Elsa, enviaram os filhos, Eilyn e Wendell, para o Columbia Union College (atual Washington Adventist University), em Maryland, Estados Unidos. Os dois irmãos estudaram e se preparam para voltar e desenvolver os negócios da Nattur Panamá. Em 1996, a família estava reunida e todos se esforçaram para que a pequena empresa tivesse sucesso. “Começamos fazendo excursões em meio à natureza com turistas que viajavam em cruzeiros”, diz Eilyn. “Depois ampliamos oferecendo caminhadas pela natureza, observação de pássaros, passeios a lagos e rios.” Expansão
Em 2000, a Nattur Panamá passou a ser uma empresa totalmente familiar. Eilyn explica: “O sócio do meu pai não entendia nossas crenças e nosso modo de pensar. Assim, meu pai, meu irmão e eu, começamos a administrar a empresa.” E não apenas a administraram, mas expandiram.
Abril 2013 | Adventist World
19
CAMINHADA TURÍSTICA: Grupo de estudantes participando de caminhada pela natureza na propriedade da Panamá Nattur, localizada próximo a Colõn, Panamá. “A Nattur Panamá ainda oferece caminhadas pela natureza, observação de pássaros e turismo. Após vários anos, deixamos de ser uma agência de turismo – planejando toda a viagem para o turista (reservando voos locais, hotéis, restaurantes, entretenimento) – porque isso se tornou muito competitivo. Passamos a trabalhar mais com as viagens de cruzeiros, o que nos manteve no mercado por provavelmente uns doze anos. Essa parte nos tomava seis meses do ano. Por isso, tínhamos que trabalhar muito na empresa.” A família descobriu algo sobre os viajantes. “Sendo guia você aprende um pouco sobre as pessoas que estão ao seu lado,” diz Eilyn. “Muitos de nossos clientes têm algum tipo de formação cristã. É raro encontrar alguém que realmente não acredita no criacionismo. Assim, mostramos a natureza como uma história. Contamos, por exemplo, como as abelhas usam as flores ou algumas orquídeas como se fossem aeroportos.” Eilyn, Wendell e Elsa ainda trabalham duro para manter sua empresa no mercado. “Meu pai ficou doente e finalmente faleceu em 2011. Minha mãe veio para nos ajudar em tempo integral. Tivemos ainda, uma tia e dois tios nos
20
Adventist World | Abril 2013
ajudando”, menciona Eilyn. Por vários anos eles mantiveram um local em meio à natureza que serviu para atividades da igreja, desbravadores, reuniões de jovens e programas de outras denominações cristãs. Também começaram uma pousada, tentando manter-se atualizado com as necessidades e tendências dos viajantes e turistas. “Os panamenhos geralmente não são muito ligados à natureza e não se interessam pela ecologia. Portanto, não temos muitos clientes locais. Tivemos que pensar em algo que realmente expressa nossas crenças referentes à natureza e à criação”, diz Eilyn. Prosseguindo
Todo esse envolvimento também objetiva ganhar a Bandeira Ecológica Panamenha, prêmio concedido anualmente pelo governo a entidades do país que alcançam 90% de desenvolvimento sustentável em praias e espaços naturais por meio de critérios rigorosos, que incluem a qualidade da água e a educação ambiental. “Recebemos nossa estrela em maio do ano passado”, informa Eilyn. O prêmio trouxe reconhecimento para a empresa numa área atrativa para turistas estrangeiros, que consideram as questões ambientais muito importantes.
Mas, manter o centro de treinamento em meio à natureza, o viveiro de plantas e a área agroflorestal sustentável também resultou em aumento de trabalho. “Normalmente temos duas estações”, ela diz. “Temos muitos turistas na estação seca/verão. Essa época é intensa e procuramos ter tudo pronto para os grupos. Durante o restante do tempo, quando não temos a visita de grupos grandes, fazemos a manutenção dos locais e do equipamento. Precisamos cortar a grama, manter os jardins, os chalés e a água. Precisamos alimentar os animais. . . é bastante trabalho.” Somando-se ao estresse do funcionamento diário de uma pequena empresa, Eilyn confessa que há muita competição de empresas maiores. “Competição é bom, pela variedade – e para que os produtos sejam melhores –, mas é frustrante ver como as pessoas se aproveitam de nosso trabalho e experiência e utilizam em outro local, com outra abordagem. Tivemos que nos adaptar a novos mercados e novos desafios.” Embora haja períodos, especialmente durante a baixa estação, em que a família tem que lutar para saldar os compromissos, eles não desistem. “Deus prometeu que estaria conosco. Ele tem respondido a tantas orações – e estamos aqui por causa dEle. Essa atividade tem sido um ministério porque podemos repartir nossas ideias, sentimentos e crenças com pessoas que não sabem por que fechamos aos sábados, ou por que não comemos carne… Deus tem sido muito bom para conosco. Em muitas ocasiões, oramos pedindo o básico – algum alimento para comer – e o Senhor proveu. Ele tem aberto portas para continuarmos funcionando e prosseguindo.” n
Kimberly Luste Maran é editora assistente da Adventist World
A
História Adventista
Q
Será que a história, a princípio, deve ser contada da perspectiva da América do Norte, onde começa a maior parte das histórias dos adventistas? Será que todos os outros territórios serão considerados como “estrangeiros” porque são “estrangeiros” para os norte-americanos? Será que a ênfase será colocada sobre homens e mulheres corajosos que cruzaram águas salgadas para levar adiante o evangelho, ou será colocada sobre pessoas ainda mais ousadas, que muitas vezes deixaram sua cultura e religião para crer e praticar a fé de Jesus? Essas são apenas algumas das perguntas que a equipe editorial da Adventist World receberá ao lançar, nos próximos catorze meses, uma nova série de artigos sobre a história de nossa fé. A série foi programada para Por Bill Knott coincidir com o 150º aniversário da organização da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em maio de 1863, mas que incluirá muito mais do que a comemoração. Dependendo de como essa história for contada, poderá atrelar as primeiras referências ao nome “Adventista do Sétimo Dia” poderá retroceder uns duzentos anos. à época da primeira casa publicadora (editora) da E de quem será essa história? Será, em sua Igreja, organizada em 1860, ou da organização maioria, um relatório de prédios, líderes e conde sua primeira associação local, em 1861. A quistas? Ou será a história relatada pela perspectidesignação foi mencionada pela primeira vez na va da família cujos membros fizeram parte de um revista Second Advent Review and Sabbath Herald período ou de toda ela? Será que ouviremos sobre (hoje, Adventist Review), em 1854. a sucessão de pastores que dirigiram sua congreCada uma das treze principais regiões da Igreja, gação e chamaremos a isso de história? Ou ela será chamada “Divisão”, será convidada para contar a história das missões, de como as três mensagens a sua história por intermédio de um autor local. angélicas chegaram à sua comunidade; quem as Em alguns casos, haverá certamente a descrição de trouxe e quão rápido ela se espalhou? Compreenderemos a história da igreja em relação como o trabalho missionário prosperou, resultando em grande número de congregações, instituições aos eventos principais do mundo, como guerras, fomes, furacões e inundações? Ou será a história do e na região próspera, da perspectiva evangelística, como é conhecida hoje. Em outros, a história falará adventismo como vivido em uma pequena congrede pessoas que responderam aos apelos do Espírito gação, onde a vida dos membros tem permanecido Santo, com fidelidade e coragem. sem mudanças por mais de um século? Na edição de maio, relataremos a história de Será o autor homem ou mulher? Certamente fará a diferença se o autor se preocupa em destacar algumas pessoas que iniciaram a organização formal desta denominação mundial há 150 anos, as contribuições das mulheres no crescimento no Michigan, Estados Unidos. Mas, nos meses da igreja, tanto na congregação local, como na seguintes, você conhecerá a riqueza e variedade denominação em todo o mundo. Atualmente, dos da história dos adventistas, por várias e diferentes 17 milhões de membros batizados na IASD, dois perspectivas, todas acuradas e todas importantes. n terços são mulheres. uem consegue escrever sobre a história da sua igreja? Parece uma pergunta simples, que pode ser respondida com um nome e uma breve descrição das habilidades do autor. Porém, é uma pergunta que desperta muitas outras. A qual grupo ou denominação você se refere quando usa a palavra “igreja”? Você se refere à história da sua congregação local – de 25, 250 ou 2.500 membros que se reúnem a cada sábado – ou está procurando alguém que escreva a história da Igreja Adventista do Sétimo Dia? Essa é uma história que, dependendo de onde você começar,
As
Perguntas
História
da
Abril 2013 | Adventist World
21
V ida
A dventista
N
o mês de junho de 2012, estivemos no pequeno Reino da Suazilândia. Fomos convidados para oferecer tratamento dentário gratuito a pessoas carentes. É fácil encontrar pacientes assim na Suazilândia. Com apenas 33 dentistas oficiais para uma população acima de 1,3 milhões de habitantes, há cerca de 40 mil pessoas para um dentista no país. Comparado aos Estados Unidos, onde há um dentista para menos de duas mil pessoas, a desproporção é gritante. Portanto, para nós não foi surpresa alguma estar atendendo pacientes no último dia ainda – um povo querido que esperava pelo atendimento, mas que teve de ir embora porque não conseguimos – concluímos que não importava quanto tempo ficássemos lá, a situação permaneceria a mesma. Havia simplesmente muita gente precisando de nossa ajuda. Melhorando o Sorriso
Viemos da Faculdade de Odontologia da Universidade de Loma Linda (FOULL). Nossa equipe era composta de dois dentistas, um psicólogo, cinco alunos de odontologia e dois alunos de higiene dental. Montamos cinco unidades móveis, uma unidade móvel de Raio-X e um centro de esterilização. Além disso, usamos os bancos e as cadeiras disponíveis como áreas de tratamento para limpeza dos dentes e extrações. Nossa viagem à Suazilândia foi realizada em resposta a um pedido de ajuda. Concentramos o tempo na cidade de Manzini, tratando as crianças do orfanato Emanuel e cuidando dos membros da comunidade ao redor da escola adventista Lagwane. Esperávamos atender pelo menos 50 pacientes por dia. Entretanto, na primeira manhã quando chegamos, já havia 150 pacientes esperando. Os pacientes entravam um após o outro, e sempre havia os ansiosos por ser atendidos mesmo antes de estarmos prontos. Eles eram jovens e velhos; fortes e fracos; felizes e estressados.
22
Adventist World | Abril 2013
O grupo em visita ao Parque Nacional Kruger.
Por Doyle Nick
Sorriso O
Suazilândia da
Por que os alunos de odontologia da Universidade de Loma Linda servem internacionalmente?
Os serviços dentários variavam desde uma limpeza leve, até aqueles cujas bocas tinham apenas o que sobrara dos dentes – doloridos, infectados e desagradáveis. Esses queridos filhos de Deus tocaram nosso coração. Trabalhamos muitas horas por dia, esforçando-nos para fazer o melhor contra a maré interminável de necessidades não atendidas. Embora as consultas fossem marcadas pelo número de pessoas que podíamos atender cada dia, os pacientes continuavam formando fila todas as manhãs – alguns, desde as três da madrugada – na esperança de podermos atendê-los também. Atendemos 400 pacientes, realizando uma quantidade significativa de restaurações dentárias, além de aliviar a dor e a infecção extraindo dentes que não apresentavam mais condições de F o t o s :
restauração. Nossa filosofia – de tratar uma comunidade e não um grande número de pacientes –, determinou o modo como cuidávamos de cada pessoa que chegava. Quando os dentistas fazem extrações generalizadas, não instruem os pacientes quanto a odontologia moderna quando esta é disponível. Cada indivíduo que saiu com molares restaurados, dentes frontais bonitos e saudáveis e a boca limpa (que resulta em gengivas saudáveis, sorrisos bonitos e bom hálito) transmitia uma mensagem da saúde bucal, contrastando com os olhares de perda e derrota representados por gengivas sangrando pelas cavidades onde estavam os dentes. “Foi designada uma paciente para mim”, disse o formando Robert Judd. “Todos os seis dentes frontais superiores
C o r t e s i a
d a
U n i v e r s i d a d e
d e
Lo m a
L i n d a
Acima: Tiffany Beale com um paciente. Abaixo: Ken Ricks trata um paciente em Manzini.
estavam cariados até quase a polpa. Enquanto eu lhe explicava por intermédio de um intérprete a possibilidade de ter que extraí-los, ela começou a chorar. Assegurei-lhe que faríamos o possível para salvá-los, mas se a cárie já houvesse atingido o nervo do dente, o prognóstico não seria bom. Felizmente, consegui restaurar os dentes com resina composta e, em vez de sair sem aqueles dentes, ela saiu com um sorriso de felicidade e me disse em seu inglês quebrado: ‘Thank you!’ Sei que mudei radicalmente sua vida e me custou pouco mais de uma hora. Esse é um momento que jamais esquecerei.” Os alunos que participaram conosco eram de várias denominações cristãs: adventistas, católicos, mórmons e sem denominação. Passamos juntos dois sábados maravilhosos, assistindo nas igrejas adventistas da Suazilândia, onde fizemos palestras sobre saúde dental, mental e geral. As palestras nos deram oportunidade para falar com mais profundidade sobre saúde. Apreciamos especialmente o carinho com que os africanos nos receberam, a música maravilhosa e os almoços comunitários. Além disso, o carinho da
Maravilha de A
Aprender a Servir
O lema da Faculdade de Odontologia da Universidade de Loma Linda (FOULL) é: “Servir é o Nosso Chamado.” Como prova desse compromisso, estão incluídas atividades de “aprendizado do serviço” no currículo, que são experiências de serviço abnegado para pessoas nas comunidades locais e mundiais. A expectativa é que por meio dessas experiências, as recompensas e responsabilidades de cuidar dos que não conseguem cuidar de si mesmos com facilidade, façam parte da vida profissional e pessoal de cada aluno. Isso é parte integrante e essencial na educação de um profissional cristão. Grande parte dos programas da FOULL envolve viagens internacionais, que permitem aos alunos o contato com diferentes culturas, costumes e situações econômicas, dando assim, uma visão mais ampla das responsabilidades profissionais que vão além das práticas individuais. Nos últimos cinco anos, foram feitas 50 viagens internacionais, a vinte países diferentes, para oferecer tratamento dentário a populações carentes. Mais de cem alunos da FOULL participam todos os anos. O objetivo é que esses alunos tenham a oportunidade de se beneficiar com pelo menos uma viagem para serviços comunitários durante o curso.
tradição africana após o culto, quando todos os presentes apertam as mãos uns dos outros, nas longas filas que serpenteiam um grande círculo formado lá fora, em frente à igreja, enquanto se deseja “feliz sábado” no frio do inverno africano. Foi Tão Importante
Os líderes da Associação, União e Divisão planejaram nossa agenda e nos deram todo o apoio adicional. A bondade e a gratidão dos pacientes significaram muito para nós. Havia uma necessidade na Suazilândia que tentamos suprir. E, a despeito de pequenas dificuldades na tentativa de servir a todos, nossa experiência foi positiva. A sincera gratidão que sentimos, somada ao privilégio de estar na África com sua maravilhosa herança cultural, foi uma bênção. De fato, na FOULL prevalece a cultura do serviço e esperamos que continue presente na vida de cada profissional que se forma. Nós, os participantes dessa viagem, agradecemos humildemente a Deus por Ele nos usar para ajudar Seus filhos, pela felicidade de visitar a África e sermos abençoados pelas pessoas maravilhosas que encontramos ao longo do caminho. “A viagem à Suazilândia foi uma das experiências mais preciosas de minha vida”, disse a formanda Tiffany Beale. “Sinto-me incrivelmente privilegiada em ter ido a um país tão bonito para ajudar a um povo tão amável. Cada viagem missionária que faço, fortalece ainda mais o desejo de que o trabalho missionário seja parte de minha carreira profissional para o resto da vida.” Esta foi uma experiência que nos mudou para melhor e nos agraciou com preciosas memórias que guardaremos no coração por toda a vida. n
Doyle Nick é diretor
associado da área odontológica do Departamento de Saúde da Associação Geral.
Abril 2013 | Adventist World
23
desco b rindo
o
E s p írito
de
A
Europa foi o primeiro continente a receber a mensagem adventista após a América do Norte. Michael Belina Czechowski (1818-1876), ex-padre polonês, tinha o desejo sincero de se tornar missionário para a insurgente denominação na Europa. Quando a liderança recusou seu pedido, ele conseguiu apoio dos adventistas guardadores do domingo. Em 1864, chegou a Torre Pellice,
Profecia
missionário britânico The Present Truth [A Verdade Presente]. A obra foi estabelecida na Inglaterra em 1878 por William Ings, nativo de Hampshire, e desenvolvida por J. N. Loughborough e esposa, que moraram por cinco anos no país. Enquanto esteve na Inglaterra, Ellen White visitou Grimsby, onde funcionava a sede da obra de publicação desde 1884, e várias outras cidades, inclusive Londres e Southampton. Em 1874, foi-lhe mostrado em sonho, as cidades moribundas do mundo e dito: “Jamais percam de vista o fato de que a mensagem é mundial. Deve ela ser dada a todas as cidades, a todas as vilas; deve ser proclamada nos caminhos e valados. Não limitem a proclamação da mensagem.”2
Bênçãos Por Gerhard Pfandl
Cuidando da igreja Ellen G. White, segunda sentada da direita para esquerda, participando da Campal de 1887, em Moss, Noruega. uma vila valdense no norte da Itália, onde formou um grupo ao qual ensinou as doutrinas adventistas do sétimo dia. Ele também fundou outros grupos na Suíça e Romênia. A Europa recebeu o primeiro missionário oficial da denominação após o pedido urgente dos conversos da Suíça. A Associação Geral enviou John Nevins Andrews, que chegou a Neuchatel, Suíça, em 16 de outubro de 1874, acompanhado dos filhos, Charles e Mary (a esposa havia falecido em 1872). Após nove anos de trabalho dedicado, Andrews morreu, em 1883, aos 54 anos, e foi sepultado em Basileia. A Europa também foi o primeiro continente visitado por Ellen White.1 Na segunda sessão do Concílio Missionário Europeu, em 1884, em Basileia, Suíça, foi votado solicitar à Associação Geral para que E. G. White e seu filho W. C. White visitassem as missões europeias. Respondendo ao apelo, Ellen e o filho, chegaram a Liverpool, Inglaterra, em agosto de 1885, onde foram recebidos por W. C. Wilcox, editor do jornal
24
Adventist World | Abril 2013
Estabelecendo-se na Suíça
De Londres, ela e o filho tomaram um trem em Dove, cruzaram o canal para Calais, na França, e no dia 3 de setembro de 1885, chegaram a Basileia, onde estava a sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Europa. Permaneceram ali por dois meses. Quando Ellen visitou a casa publicadora, “o pastor Whitney (que substituíra J. N. Andrews) disse: ‘Olhe a nossa sala de reuniões antes de subir ao próximo andar.’ Era uma sala bonita, no primeiro piso, bem iluminada e bem mobiliada. A Sra. White olhou com atenção a todas as características do local e disse: ‘É uma boa sala de reuniões. Tenho a impressão de já ter visto esta sala.’ [...] Quando chegaram à sala da impressão, as máquinas estavam funcionando e a Sra. White disse: ‘Eu já vi esta sala de impressão antes. Este lugar me parece muito familiar.’ Logo, dois homens que trabalhavam na impressora se aproximaram e foram apresentados aos visitantes. A Sra. White os cumprimentou e perguntou: ‘Onde está o outro?’ ‘Que outro?’ perguntou o Pr. Whitney. ‘Há um senhor mais idoso aqui, e tenho uma mensagem para ele’, replicou. O Pr. Whitney explicou que o responsável pela
sala de impressão estava fora da cidade a negócios. “Faz pouco mais de dez anos que a Sra. White relatou diante de grande auditório, na igreja de Battle Creek, o que lhe foi mostrado em visão sobre máquinas de impressão funcionando em muitos países estrangeiros, imprimindo periódicos, folhetos e livros com a verdade presente para as pessoas desses países.”3 É desnecessário dizer que essa experiência foi um tremendo incentivo para os obreiros e membros na Europa. Foi a confirmação de suas convicções, de que estavam fazendo a obra do Senhor. Assim que chegou, ela participou do Terceiro Concílio Missionário Europeu da Igreja, em Basileia. Um dos votos
Europa
na
recém-nascida tomados foi o de convidar a Sra. White e seu filho W. C. White “para visitar a Escandinávia, Grã-Bretanha e outros campos”.4 Nos dois anos que permaneceu em seu lar temporário em Basileia, ela visitou igrejas e grupos na Alemanha, Itália, França, Dinamarca, Suécia e Noruega. Viagens pela Europa
Em sua primeira viagem, Ellen foi de trem da Alemanha à Escandinávia. Havia 18 igrejas e cerca de 800 guardadores do sábado naqueles países. Em Cristiana, Noruega, o presidente da Sociedade de Temperança a convidou para falar no ginásio dos soldados militares, o maior auditório da cidade. Ellen escolheu apresentar a temperança do ponto de vista religioso. Esperando algo diferente, o público “a princípio ficou espantado, depois interessado e, finalmente, profundamente comovido”.5 Entre as 1.600 pessoas presentes estavam muitos cidadãos eminentes, inclusive o bispo do estado e vários clérigos. Foi o seu maior público na Europa. Os adventistas da Europa enfrentavam problemas singulares como o serviço militar compulsório e a frequência à
escola aos sábados. Alguns pais que mantinham os filhos em casa durante o sábado, eram multados ou presos. Ao ser consultada sobre esses problemas, Ellen White aconselhou aos membros da igreja a fazer algum tipo de arranjo com as autoridades escolares. “Se isso falhar, seu dever é simples, devem obedecer aos requisitos de Deus não importa o custo.”6 Na Itália, ela visitou os vales valdenses. Subiu a montanha de Bobbio para visitar a caverna onde um grupo de refugiados valdenses morreu sufocado pela fumaça do fogo atiçado pelos perseguidores. Suas viagens pela Europa, por lugares relacionados com a Reforma, ajudou na revisão do livro O Grande Conflito. Seu filho W. C. White escreveu em 1934: “Durante os dois anos que residiu em Basileia, ela visitou muitos lugares onde ocorreram eventos sumamente importantes na época da Reforma. Isso serviu para reavivar a memória sobre o que lhe havia sido mostrado, resultando num acréscimo importante para a parte do livro que trata sobre o período da Reforma.”7 Retorno para a América
No dia 3 de agosto de 1887, ela embarcou no navio Cidade de Roma, em Liverpool, Inglaterra, para a viagem de retorno a Nova York, aonde chegou oito dias depois. Suas reflexões sobre o trabalho na Europa se encontram em um artigo da Review, escrito quatro meses depois de retornar da Suíça. “Após permanecer dois anos na Europa, não vejo que haja maiores motivos para desânimo sobre o andamento da obra por lá, do que aqueles que surgem nos diferentes campos na América.”8 O tempo que passou na Europa foi uma grande bênção para o crescimento da Igreja. Na virada do século, o número de membros naquele continente era de aproximadamente sete mil, menor apenas que o número de membros na América do Norte. n 1 As
informações sobre o período que Ellen G. White passou na Europa foram extraídas de D. A. Delafield, Ellen G. White in Europe (Grantham, Eng.: Stanborough Press, 1975) e Arthur L. White, The Lonely Years: 1876-1891 (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 1984). 2 Ellen G. White, Testimunhos para a Igreja, v. 7, p. 35, 36. 3 Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View, Calif.: Pacific Press Pub. Assn., 1915), p. 282-283. 4 Ellen G. White, Review and Herald, 3 de novembro de 1885. 5 Ellen G. White, Historical Sketches (Basel, Switz.: Imprimerie Polyglotte, 1886), p. 211. 7 Arthur L. White, The Ellen G. White Writings (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1973), p. 127. 8 Ellen G. White, Review and Herald, 6 de dezembro de1887.
Gerhard Pfandl é diretor associado do
Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, EUA.
Abril 2013 | Adventist World
25
R E S P O S T A S
A
P E R G U N T A S
B Í B L I C A S
Símbolos Qual é a interpretação para Daniel 11:40-45?
Proféticos e
Poderes
Essa é uma profecia apocalíptica difícil. Posso apenas apresentar uma maneira de interpretá-la e, ao fazer isso, darei apenas duas sugestões: Primeira, a maior parte da linguagem e imagens usadas nessa passagem é semelhante à narrativa do êxodo. Segunda, “o rei do norte” em Daniel, comporta-se de maneira semelhante ao que, em Apocalipse, é descrito como a Babilônia mística. 1. O Êxodo e o Rei do Norte: Vemos aqui alguns dos paralelos mais importantes entre a história do êxodo e o rei do norte. A frase “terra do Egito” (Dn 11:42) é usada em Êxodo mais do que em qualquer outro livro da Bíblia (veja Êx 5-12). A mão de Deus estava contra o Egito (Êx 3:20); agora, a mão do rei está contra o Egito (Dn 11:42). Durante o êxodo, Deus desceu para o Egito; agora o rei desce para o Egito (Êx 3:10-12; Dn 11:42). Edom, Moabe e Amon eram nações que não deveriam ser atacadas pelos israelitas durante o êxodo (Êx 15:15; Dt 2:1-9); o rei do norte não iria conquistá-las (Dn 11:41). Ambos, o Senhor e o rei, derrotaram o Egito (Êx 14:29-31). Do mesmo modo que os israelitas pegaram ouro e prata dos egípcios (Êx 12:35, 36), o rei faz isso agora (Dn 11:43). Os israelitas deixaram o Egito e foram para o monte santo para servir ao Senhor (Êx 3:12; 19:20-23). O rei também deixará o Egito e irá para o monte santo (Dn 11:45). Os israelitas foram para Canaã em uma guerra de extermínio (Dt 7:2); o rei do norte irá ao santo monte para exterminar muitos (Dn 11:44). Esses paralelos, e alguns outros, sugerem que o rei do norte está tentando tomar o lugar de Deus na história humana. Ele imita os atos de salvação de Deus e a obra do povo de Deus, mas, na realidade, luta contra ele. No final ninguém vem ajudá-lo, e ele é derrotado pelo Senhor. 2. O Apocalipse e o Rei do Norte: Os paralelos entre as atividades do rei e Babilônia são significativos. Mencionarei apenas alguns. Concluímos que o rei assume o papel de Deus. Em Apocalipse, a trindade profana (falsa) – composta pelo dragão, a besta (do mar e a da terra) e o falso profeta –,
26
Adventist World | Abril 2013
formam a Babilônia mística e tentam usurpar o governo de Deus na Terra (Ap 12-14). Babilônia, semelhante ao rei do norte, unifica os reis da Terra para tentar exterminar o povo de Deus (Ap 16:13, 14; 17:13, 17). Alguns não são “conquistados” pelo rei porque ouvem o chamado para sair de Babilônia (Ap 18:4), e podem ser representados em Apocalipse por Edom, Moabe e Amon. Na guerra de extermínio, o povo de Deus encontra refúgio no Monte Sião, o monte santo do Antigo Testamento (Ap 14:1). Babilônia segue contra eles (Ap 16:16). O ataque fracassa porque Deus liberta Seu povo. A coalizão de Babilônia é fragmentada (versos 18-21), e, como o rei do norte, ninguém a pode ajudar. 3. O Simbolismo do Rei do Sul: A linguagem geográfica de Daniel designa poderes espirituais universais agindo por meio de agências humanas. Daniel se refere ao rei do sul como Egito, um símbolo bíblico predominantemente negativo. É uma terra cujo rei não respeita a Deus e O desafia abertamente (Ex 5:2). Ele defende o orgulho humano. Enquanto o rei do norte está interessado em ocupar o lugar de Deus, usurpar Seu governo, o rei do sul simplesmente não se importa. Esse pode facilmente representar o povo para quem o Deus bíblico não é importante. Hoje, esse símbolo pode ser aplicado a sociedades não cristãs, aos lugares onde o secularismo e ateísmo prevalecem. O rei do norte os vencerá quando a ferida da besta que veio do mar for curada (Ap 13:3). Mas, o que parece ser bom vai se transformar no que realmente é: a tentativa de usurpar o poder de Deus na Terra. A profecia de Daniel 11:40-45 é desenvolvida em Apocalipse sob o símbolo de Babilônia. Ela deve nos animar, pois em ambos os casos, Deus e Seu povo são os vitoriosos. n
Ángel Manuel Rodríguez serviu a igreja como pastor, professor e teólogo. Hoje, aposentado, mora no Texas, EUA.
M a r t i n o v i c
Bí b lico
B o s k o
E studo
Atravessando
Períodos
Dıfíceıs daVıda
A
voz tremeu. Lágrimas desceram pelo rosto e, em meio aos soluços, ela balbuciou: “Por quê?” “Por que Deus permitiu que isso acontecesse comigo?” Essa boa senhora havia passado, recentemente, por uma terrível experiência. Passou por aquilo que ninguém deveria passar. E fez a pergunta crucial. O problema é que eu não tinha a resposta. Na verdade, a resposta para a pergunta: “Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?”, permanece oculta no mistério do grande conflito entre o bem e o mal. Teremos que esperar até a eternidade para receber a resposta. Porém, há duas coisas que podemos ter certeza: Primeiro, Deus está conosco em meio à dor e ao sofrimento – animando, apoiando e sustentando. Segundo, por maneiras que nem sempre compreendemos, muitas vezes, Deus usa a dor causada pelo inimigo para realizar propósitos maiores. É claro que Deus não é responsável nem autor da tristeza e do sofrimento. Mas Ele pode usar até mesmo as piores situações para realizar algo maravilhoso em nossa vida. No estudo bíblico deste mês, investigaremos dois aspectos do sofrimento humano: a presença de Deus e o Seu propósito.
1 Leia Salmo 34:4; 40:17; 46:1; 61:1, 2. Qual foi o firme testemunho de Davi ao enfrentar os momentos mais difíceis da vida? A vida de Davi não foi isenta de provações. Ele experimentou sofrimento, trauma e angústia. Teve sua cota de lágrimas, mas em meio ao sofrimento, encontrou conforto e força na presença de Deus. Tinha absoluta certeza de que Deus não o havia esquecido nos momentos mais difíceis da vida.
2 Quando a nação de Israel passou por amargas decepções e angústias, que palavras de esperança o profeta Isaías proferiu no capítulo 41, verso 10, para assegurá-los da presença de Deus?
Por Mark A. Finley
3 Leia Mateus 28:20 e Hebreus 13:6. Que promessa da eterna presença do Senhor com Seu povo encontramos no Novo Testamento? 4
Leia Jó 13:15. Como Jó pondera sobre as provações da vida? Jó estava convicto e confiante de que Deus compreendia sua dor e, de algum modo, o libertaria de tudo aquilo. Concentrou a atenção no Senhor que estava com ele, não na dor que o afligia. Se confiarmos na promessa da presença de Deus conosco durante as provações e sofrimentos, receberemos nova força para avançar para além da dor.
5 Leia Gênesis 50:20. A que conclusão José chegou com relação ao propósito de ter sido abandonado e traído por seus irmãos invejosos? José tinha absoluta confiança de que Deus havia idealizado um propósito mais amplo do que o seu cativeiro. Ele não ficou irado ou ressentido com o que seus irmãos fizeram. Olhou para esse propósito mais amplo e foi usado por Deus para salvar Seu povo num período de fome.
6 Leia 2 Coríntios 1:3, 4. Que incentivo o apóstolo Paulo deixou para todos os que passam por sofrimentos e tribulações? O testemunho das Escrituras é universal e abundantemente claro: Deus não nos abandona quando estamos sofrendo. Ele está perto quando passamos por provações para nos fortalecer e sustentar. Oferece conforto em nossas tristezas para nos capacitar a compartilhar com outros que sofrem. Quando você experimentar a dor, olhe para Aquele que é a fonte de todo conforto. Ele nunca o desapontará. O conforto de Deus pode ser seu, hoje. n
A promessa tranquilizadora de Isaías soa como música aos ouvidos e anima o coração. A promessa é para nós também.
Abril 2013 | Adventist World
27
TROCA DE IDEIAS
Não me lembro de ter sido dado ao filho pródigo o prazo de um ano para voltar para casa.
Cartas Encontrá-los e Conservá-los
28
Adventist World | Abril 2013
O artigo “De Pessoas Para Pessoas”, por Chantal e Gerald Klingbeil (AWoutubro 2012), está muito interessante e bem escrito. Gostei especialmente de ler sobre o que Viriato e Marianne Ferreira estão fazendo em Portugal. Que equipe dinâmica! Foi muito inspirador sentir seu entusiasmo, conhecer sua abordagem inovadora no evangelismo
Alegria
A Adventist World me traz alegria. Ela glorifica a Deus e honra a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A última revista que tenho é o exemplar de maio de 2008, cujo artigo de capa é de Stephen Chavez, “Sonhando com um Mundo Melhor”. Gostei muito e, também, do artigo “Ordem e Adoração”, na coluna das Perguntas Bíblicas, por Ángel Manuel Rodríguez. Tenho uma pergunta para Rodríguez: Todos os instrumentos musicais podem ser usados na adoração? Mengue Louanges Mintom, Camarões
K l i n g b e i l
Fiquei triste ao ler os conselhos sobre auditoria de membros na entrevista que G. T. Ng concedeu a Bill Knott, “Revisão de Secretaria, Processo Redentor” (AW-dezembro 2012).
De Pessoas Para Pessoas
da saúde e ouvir sobre como Deus tem guiado o VitaSalus. As fotos estão encantadoras. Heather Krick Fresno, Califórnia, EUA
A .
Mais Mal do que Bem?
Seria prudente e aconselhável, mesmo após um ano de visitas, abordar membros ausentes da igreja para informá-los de que seu nome será removido dos livros? Há, realmente, a “necessidade” de retirar esses nomes dos registros de membros? A menos que o membro ausente solicite à igreja que seu nome seja removido, ele deve permanecer nos registros e, mais importante, no coração e nas orações de toda a igreja. Não me lembro de ter sido dado ao filho pródigo o prazo de um ano para voltar para casa. No esforço para manter os livros de nossa igreja em ordem, poderíamos fazer mais mal do que bem. Tina Bunker Devon, Inglaterra
– Tina Bunker, Devon, Inglaterra.
G e r a l d
O artigo de capa de Benjamin D. Schoun, “Buscando a Ovelha Perdida” (AW-dezembro 2012) chamou minha atenção. Penso que ele ajudará nossos líderes, até nossos membros a saberem o que deve ser feito para manter os recém-batizados. Pode ajudar, ainda, aos que contribuem com a evasão dos novos na fé a reconhecerem aquilo que precisamos mudar para que essas ovelhas do Senhor, ora distantes, voltem para a igreja. Oremos pelos nossos futuros membros e pelos que estão afastados, para que Deus os ajude a voltar e permanecer em seu redil. Thierry Ahonon Dassa, Benin
Que
Conte-os Outra Vez
Uma reportagem da Adventist World (dezembro 2012) declarou: “Jonathan Duffy na Direção da ADRA Internacional.” Afirma ainda que Duffy foi confirmado “como o quarto presidente dessa agência de 28 anos de idade.” Houve um erro na conta. Duffy é o quinto presidente. Segundo meus registros, segue a lista correta: 1. Robert R. Drachenberg 2. Ralph Watts 3. Charles Sandefur Jr. 4. Rudi Maier 5. Jonathan Duffy Robert R. Drachenberg Mount Dora, Florida, EUA
Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua em sua carta o nome do artigo e a data da publicação. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.
R i t ch i e
RESPOSTA: No encerramento de uma reunião evangelística, pessoas do Centro Médico Sahmyook (Hospital Adventista de Seul) posam após o batismo na Dalagan Beach, Mindoro Oriental, Filipinas
A Adventist World é produzida e distribuída pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela também pode ser acessada pela internet, na página www.adventistworld.org. Somos gratos porque a revista está suprindo tal necessidade. – Os Editores
Esse? F a m a r i n
é
Acesso à Adventist World
Meu amigo adventista me ofereceu dois exemplares da Adventist World. A revista me dá tantas ideias para servir ao Senhor que desejo recebê-la mensalmente. Embora seja pastor batista, somos um em Cristo. Ficaria muito feliz se pudesse receber regularmente um exemplar. V. Suikharliana Mizoram, Índia
Lugar
25
%
UMA EM CADA QUATRO pessoas no mundo, vive em regiões onde o
consumo da água do solo é mais rápido do que sua reposição.
Fonte: Nature
Uma
Maçãao Dia Comer dois ou três gramas de fibras a mais por dia (vegetais, frutas, grãos integrais) pode reduzir o risco de doenças cardíacas e derrame. Caso você não saiba, dois ou três gramas a mais de fibra podem ser encontrados em uma maçã. Fonte: Men’s Health f o t o :
D o r o ta
K a s z c z y s z y n
Abril 2013 | Adventist World
29
TROCA DE IDEIAS
Oraçãow
Há
70
GRATIDÃO
Anos
N
o dia 24 de abril de 1943, o presidente do México, Manuel Ávila Camacho, visitou a Escuela Agrícola Industrial Mexicana (EAIM). Sua visita possibilitou o ingresso de J. C. Jacobsen ao grupo de funcionários, como instrutor de agricultura e administrador da fazenda. As aulas haviam começado em novembro do ano anterior. Jacobsen se uniu a A. G. Parfitt, diretor; sua esposa; Antonio Alarcón; Carmen Rodríguez, preceptora das moças; Ivan Angell, administrador; e, Juan Gil, coordenador de construção. Naquele verão também receberam a visita de J. L. McElany, presidente da Associação Geral Hoje, a Universidade de Montemorelos é uma instituição educacional de alto nível acadêmico, e oferece mais de 20 cursos universitários (incluindo medicina); sete cursos de mestrado, dois dos quais são extensão da Andrews University; duas especializações, uma em restauração odontológica e uma em oftalmologia; e, um curso de doutorado. F OTO :
C O R TESIA
DA
UNIVE R SIDADE
DE
MONTE
MO R ELOS
Surfe
no
A NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) posta uma fotografia do espaço todos os dias. Visite a página apod.nasa.gov e se prepare para ficar impressionado com o poder criativo de Deus.
Mundial de Saúde e do Rotary Internacional. Nos próximos 40 anos, a erradicação da pólio deve evitar que dez milhões de crianças, menores de cinco anos, fiquem paralisadas pela doença. Fonte: The Rotarian
30
Adventist World | Abril 2013
99
Por favor, ore para que meus sonhos se tornem realidade em Jesus Cristo. Ele sabe quais são eles. Rute, Brasil Estou começando um negócio próprio e, também, vou me casar. Por favor, ore para que eu receba as bênçãos de Deus. Ivan, Inglaterra Por favor, ore para que meu irmão consiga tirar a carteira de motorista, pois a falta dela o está impedindo de conseguir emprego. Ore, também, para que minha família ame mais a Deus. Dana, Zimbábue Por favor, ore por nossos filhos na Austrália. Eles estão desempregados e têm quatro filhos. Johannes, África do Sul
Universo
por cento do mundo está livre da 99 pólio graças aos esforços da Organização
Por favor, ore pela mulher que eu amo. Desejo que ela ouça o chamado de Deus para sua vida, e gostaria que houvesse reconciliação entre nós. Malango, Zâmbia
% LIVRE DA PÓLIO
Tenho problemas constantes com meu pai, que sempre ameaça expulsar-me de casa. Preciso ter minha própria vida, mas as coisas ainda estão num estágio complicado entre terminar meus estudos e ter condições financeiras de me sustentar. Rachel, por e-mail Estou lutando financeiramente para custear meus estudos. Por favor, ore por mim. Tanya, Madagáscar Por favor, lembre-se do distrito da minha igreja em sua oração. Precisamos da ajuda do Senhor para progredir. Leonard, Bahamas Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A.
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
maıs
Editor Administrativo e Editor Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli
Os quatro países mais populosos do mundo (estatísticas 2012) e a expectativa de vida: Fonte: Hemispheres
ANOS
POPULAÇÃO
74,8 67,1 78,5 71,6 China
Índia
ESTADOS UNIDOS
IndonÉsia
1,343,239,923
1,205,073,612
313,847,465
248,645,008
Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal. Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Coordenador do Controle de Qualidade e Mídias Sociais Jean Boonstra Colaborador Mark A. Finley Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson
Isso é
Incrível!
Desajeitado em terra, os pinguinsimperadores são capazes de mergulhar a uma profundidade de cerca de 550 metros e, respirando apenas uma vez, são capazes de permanecer submersos por até vinte minutos.
Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti
Fonte: National Geographic
O endividamento atormenta, consome e destrói a alma.
–Valy Grant Henry, por e-mail
Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.
V. 9, Nº 4
Abril 2013 | Adventist World
31
Stella Libongani é inspetora-geral da polícia da República de Zâmbia. Juntamente com 15.400 policiais, ela garante a paz e segurança em todo o país.
Todo mês a Adventist World chega a essas mãos pacíficas.
Stella Libongani lê a Adventist World para se manter em contato com a família adventista ao redor do mundo. Você também pode ficar em sintonia com essa família. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída regularmente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação ou com a CPB.
Uma Família Mundial! Adventist World.