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BOA PERGUNTA
Sua presença e poder, sustenta Sua criação. Por isso, a imortalidade não é algo inerente a nenhuma criaqueda moral de Adão e Eva. 3. Vida e morte. Ao chegar a
MORTE ANTES DA QUEDA essa conclusão, eu sugeriria que, antes da queda no Éden, a morte era conhecida apenas em nível conceitual, e não em nível experimental. A VIDA SÓ PASSOU A TER UM FIM DEPOIS DAQUELA ESCOLHA ERRADA NO ÉDEN? sugeri, a criação não for autoexistente. Creio que Deus deve ter oferecido algum tipo de conscientização ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ sobre a natureza das Suas criaturas. Isso pode soar especulação, E ssa pergunta parece ter uma resposta óbvia. Contudo, ela é um pouco mais complexa se pensarmos que não existe unanimidade para a definição de morte. Além disso, aparentemente mas não é. O conceito da morte foi introduzido por Deus antes da queda, quando Ele disse a Adão que ele morreria caso comesse a Bíblia não considera a vegetação como sendo formada por do fruto proibido (Gn 2:17). Além seres vivos. Portanto, ela não morre, mas simplesmente desaparece. Meu disso, quando mentiu para Eva, objetivo neste texto não é definir a morte, e sim investigar se a Bíblia indica a serpente (Satanás) não negou o que havia morte antes da queda moral da humanidade. conceito da morte, mas sim que 1. Pecado e morte. A Bíblia estabelece uma correlação direta entre pecado, a mulher efetivamente morreria. morte natural e eterna. Adão e Eva passaram pela morte como resultado Essa é umas das mentiras mais de sua rebelião contra o Criador (Gn 2:17). Por causa da escolha deles, o radicais já pronunciadas por uma pecado e a morte têm atingido toda a humanidade (Rm 5:12; 6:23). A princicriatura na tentativa de equiparar pal relação entre pecado e morte é a eterna separação de Deus, por ocasião um ser criado ao Seu Criador. A do juízo final (Ap 20:10, 14, 15). Para os pecadores arrependidos, porém, verdade é que a morte é o resultado a morte natural é reversível, pois é um “sono” até o dia da ressurreição do pecado, mas a vida é o resul(Jo 11:11; 1Ts 4:13-18), quando o corpo dos crentes será redimido do poder tado da morte de Cristo por todo da sepultura (Rm 8:23; 1Co 15:53-56). aquele que Nele crê (Rm 5:17). ] 2. Criação e morte. Deus, que é a própria vida, é a única e exclusiva ori gem de toda a existência. Ele não criou um Universo com vida própria, mas ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ, pastor, um espaço que teve início e, teoricamente, poderá ter um fim. O Universo professor e teólogo aposentado, foi diretor não emanou de Deus, não é uma extensão Dele. É Deus que, por meio da do Instituto de Pesquisa Bíblica tura, senão ao Criador (1Tm 6:16) que concede esse dom a quem Lhe convém. Contudo, a intenção de ANTES DA QUEDA NO ÉDEN, A MORTE ERA CONHECIDA Deus não foi criar seres que tivessem um fim, mas APENAS EM NÍVEL CONCEITUAL, E NÃO EM NÍVEL sim seres que fossem eternamente sustentados por Ele. Consequentemente, não havia morte antes da EXPERIMENTAL Faz sentido pensar assim se, como
HISTÓRIA Sua biografia importa
O CENTRO DA MEMÓRIA ADVENTISTA NA ARGENTINA SERVIRÁ PARA PRESERVAR A BIOGRAFIA DOS PIONEIROS E DOS QUE CONTINUAM A ESCREVER NOSSA HISTÓRIA SILVIA C. SCHOLTUS
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Asede da Igreja Adventista na Argentina inau gurou seu centro histórico na Universidad Adventista del Plata, em outubro do ano passado. Quem visita esse espaço pode aprender a respeito da história da denominação no país e na América do Sul por meio de relatos e fotos de biografias verdadeiras dos primeiros missionários que migraram para nosso subcontinente no fim do século 19.
A razão para contar a história deles, além de resgatar a memória da denominação em terras sul-americanas, é identificar como Deus atuou por meio deles, inspirando assim a geração atual e os futuros adventistas. Esta breve reflexão tem o objetivo de nos lembrar que resgatar a história de um movimento religioso e das pessoas que se sacrificaram por ele pode nos oferecer pelo menos quatro benefícios.
AS NARRATIVAS UNEM AS PESSOAS
As histórias criam comunidades. Georg Riffel, por exemplo, aceitou a mensagem adventista no Kansas (EUA). Sua convicção na missão adventista era tão forte que ele fez parte do primeiro grupo de missionários a viajar para a Argentina. Quando esses homens e mulheres chegaram ao nosso subcontinente e compartilharam seu testemunho a respeito de sua fé em Jesus e a esperança no breve retorno Dele à Terra, eles escreveram novas histórias. Eles procuraram pessoas com interesses em comum e fizeram amizade com elas. Esses missionários desejavam criar vínculos com aqueles que ansiavam conhecer toda a verdade bíblica e cujo coração ardeu quando ouviram o evangelho. Assim, em cada cidade e grupo étnico com o qual entraram em contato, histórias foram conectadas por aquilo que viveram e compartilharam.
AS NARRATIVAS NOS DEFINEM
Os primeiros missionários se identificaram como cristãos adventistas do sétimo dia. A biografia deles indica que, de fato, para eles era importante acreditar na inquestionável esperança do retorno iminente de Jesus. Isso definiu como eles enfrentaram os desafios e o legado que deixaram.
Quando os primeiros missionários chegaram a Crespo, na província de Entre Ríos, Argentina, onde foi estabelecida a primeira igreja adventista da América do Sul, eles compartilharam seu testemunho com a comunidade. O ousado empreendimento de vir desbravar essas terras abaixo da linha do Equador fez com que portas fossem abertas e que mais missionários fossem solicitados na época para a sede mundial da igreja.
Das histórias desses pioneiros, hoje podemos aprender sobre seus acertos, sucessos, fracassos e erros. Ao analisar a biografia deles, é possível desmistificar a ideia de que foram santos ou superheróis. Podemos enxergá-los em sua humanidade, e ver que, ainda sim, se mantiveram fiéis ao seu chamado.
Com a inauguração do centro histórico em nossa universidade na Argentina, vamos procurar ouvir e documentar também outras histórias, oferecendo assim uma oportunidade para entender como os adventistas se enxergam e como são vistos.
AS NARRATIVAS DÃO SENTIDO
Quando a sede mundial da igreja soube dos desafios diversos que envolviam
Georg Riffel (à esq.) foi um dos primeiros missionários adventistas na Argentina. Albert Stauffer (dir.), por sua vez, foi um dos primeiros colportores a trabalhar na América do Sul. Ele chegou aqui em 1891
O centro da memória adventista foi inaugurado em 21 de outubro de 2018 na Universidad Adventista del Plata (Argentina). Ao lado, líderes da igreja e colportores por ocasião da inauguração do espaço
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alcançar diferentes grupos e países no vasto território da América do Sul, enviou mais missionários. Foram as histórias contadas e vivenciadas pelos primeiros que inspiraram os demais a vir também. Em 1891, os primeiros três colportores a chegar à América do Sul foram Clair Nowlen, Edwin Snyder e Albert Stauffer. Richard Craig teria chegado em 1893. Ele teria sido o responsável por manter uma livraria e liderar os colportores.
Craig e sua família se estabeleceram em Buenos Aires, capital argentina, e fundaram uma escola na sua casa. Foi a maneira que eles encontraram para que a vida deles abençoasse a dos alunos. E tal qual uma parede que é erguida tijolo a tijolo, assim foi o começo da igreja na América do Sul.
Lucy Post é outro exemplo. Ela foi a primeira mulher solteira a vir para a América do Sul como voluntária. Tinha quase 50 anos de idade quando decidiu ser missionária. Sua decisão foi inspirada pelas histórias que ela ouviu dos missionários. Post chegou em julho de 1895, no meio do inverno no hemisfério sul. Ela passou um tempo com a família do seu irmão, que morava em Nueva Palmira, Uruguai, e, cinco semanas mais tarde, no dia 31 de agosto, iniciou a primeira Escola Sabatina do país, com 20 pessoas que ela vinha visitando desde sua chegada.
CADA HISTÓRIA É IMPORTANTE E SINGULAR. SE NÃO FOR CONTADA, UM TESTEMUNHO SERÁ SILENCIADO E SUA MEMÓRIA FICARÁ NO ESQUECIMENTO
As histórias que ouvimos e lemos sobre outros nos ajudam a lembrar que não estamos sozinhos. Elas ampliam nossa visão de como Deus pode trabalhar com diferentes pessoas e de variadas maneiras. Aprender com a história alheia é sabedoria e conhecer outra biografia ajuda também a conhecer a nós mesmos.
AS NARRATIVAS NOS ENSINAM TEOLOGIA
As histórias nos contam como a Palavra Se tornou carne. Ensinam sobre a presença de Deus nas tragédias e nas celebrações da vida. Como adventistas, entendemos que nossas biografias individuais fazem parte da grande narrativa do conflito cósmico entre o bem e o mal: a história da redenção.
Apesar de o plano de Deus ter um alcance universal, nossa história não é insignificante nesse grande quadro. Todos nós desempenhamos uma parte nisso, assim como os missionários no passado. Isso traz mais sentido para nossa existência, esperança em meio à dor e coragem para avançar.
Nunca duas histórias são exatamente iguais. É por isso que cada história é tão importante e singular. Se você não contar, ninguém poderá fazer isso. Sua biografia permanecerá no esquecimento.
Uma história de vida é um tesouro sagrado, um presente que rejuvenesce todos que leem ou ouvem sobre ela. Nesse sentido, qualquer história, momento ou situação é transcendente.
Portanto, as histórias interessantes não ficaram apenas no passado. Certamente em sua igreja local e na região em que mora deve ter muita coisa para ser contada e registrada. A história não termina com o que aconteceu no passado; ela se estende até nosso presente e avança para o futuro. ]
SILVIA C. SCHOLTUS, PhD, é diretora do centro histórico da Universidad Adventista del Plata, na Argentina