2 minute read

NOVA GERAÇÃO

Next Article
IDEIAS

IDEIAS

ocê realmente vai lá para " V se encontrar com seu pastor? Aquele lugar não é nada menos que um bar!” Perplexo, o segurança me encarou sem poder acreditar. Eu sorri e admiti. Sim, era difícil acreditar que alguém entraria no campus universitário afirmando que encontraria seu pastor no “A Junta”. Aquele bar, cujo nome na gíria significa cigarro de maconha, era uma área recreativa ao ar livre com mesas redondas. Idealizado para ser um restaurante, o local ficou conhe cido pela imoralidade e o uso livre de álcool e drogas. Enquanto dirigia por aquele campus em que estudam 70 mil alunos do Quênia e de outros países, orei para que Deus fosse glo rificado por nosso intermédio. Queríamos genuinamente testemunhar sobre o amor de Deus.

Nosso grupo de estudo da Bíblia era formado por dois pastores, um missionário expatriado, meu melhor amigo e eu. Havíamos concordado em nos reunirmos no “A Junta” para nosso estudo semanal. Estávamos estudando uma série sobre discipulado e decidimos que era hora de sair da nossa zona de conforto para responder ao chamado de Deus a fim de ir e discipular (Mt 28:19). Obedecer à Grande Comissão envolve se aventurar em territórios desconhecidos e ir aonde as pessoas estão, inclusive em Samaria e até os confins da Terra (At 1:8). Sabíamos

CRISTO MANTEVE CONTATO COM “MÁS” COMPANHIAS, AINDA QUE ISSO ESCANDALIZASSE OS LÍDERES RELIGIOSOS DE SUA ÉPOCA. SEU OBJETIVO ERA SALVAR TODOS TESTEMUNHO NO BAR

A EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA DE JOVENS DO QUÊNIA QUE DECIDIRAM DEMONSTRAR O AMOR DE DEUS NUM LUGAR IMPROVÁVEL

FREDERICK KIMANI

exatamente onde era nossa Samaria. Assentamo-nos em torno de uma mesa e observamos os universitários se socializando. Havia música ambiente, o chão estava coberto de garrafas quebradas de cerveja e eu sentia cheiro de maconha. Que lugar! Oramos pedindo que Deus abrisse portas para testemunho naquela comunidade que não O conhecia. Então Chad e Brian sentaram-se conosco e começamos a falar sobre a vida universitária. Chad era um jovem bem arrumado, eloquente, franco, e logo se envolveu em nossa conversa. Brian, coberto por tatuagens e com trancinhas rastafáris penduradas sobre seus olhos injetados de sangue, parecia não estar interessado e pouco depois foi embora.

Logo começamos a falar sobre assuntos espirituais com Chad. Para nossa surpresa, ele disse que vinha de um lar adventista. No entanto, deixou de frequentar a igreja havia muitos anos. Seus olhos brilhavam enquanto falávamos do amor de Deus. Ele absorvia cada palavra. Ao fim de nossa conversa, prometeu compartilhar com seus amigos aquilo que havia aprendido conosco e voltar com eles na semana seguinte para mais um estudo. Deus estava agindo no meio daquela comunidade universitária secular.

Naquele dia, ao voltar para casa, sentindo a alegria de ter ministrado para alguém no lugar mais improvável, reconheci que a Grande Comissão era bem aquilo: um chamado a me aventurar fora da minha zona de conforto “eclesiástica” e ir aonde as pessoas estão.

O próprio Jesus fez amizade com coletores de impostos, prostitutas e marginalizados, com o único propósito de salvá-los. Por que Ele manteria essas “más” companhias, escandalizando os líderes religiosos de Seu tempo? Ele amava transformar em Seus discípulos aqueles que eram vistos como perdidos. Foi exatamente por isso que Ele deixou Sua zona de conforto celestial para encarnar e viver entre nós. É para essa tarefa que Ele nos chama também. ]

FREDERICK KIMANI é médico, nascido em Nairóbi, no Quênia

This article is from: