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Genética HUMANA: Enrolamento da língua em "U"

Afonso Galvão & Maria Silva

Introdução

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No âmbito da disciplina de Biologia, 12º ano da escola Frei Heitor Pinto, foi realizado um estudo no âmbito da genética e da hereditariedade, que estuda a estrutura e função dos mecanismos responsáveis pela transmissão de características, nomeadamente foi estudada a característica “ enrolar a língua em U” no sentido em que se procedeu a uma avaliação qualitativa e quantitativa que permitiu obter informação pertinente para dar resposta a questões relacionadas com esta característica, nomeadamente, responder às hipóteses de estudo elaborada.

Enquadramento teórico

A genética é a área que estuda a hereditariedade (Freitas, 2020)

Um dos principais fundadores das descobertas desta área foi Mendel, que as suas leis (1º e 2ºlei de Mendel) junto com a evolução tecnológica, conseguiu comprovar certos fenómenos que antes não se conseguiam compreender (Martins, et al, 2016).

Uma destas características é capacidade ou não de enrolar a língua em “U”

HiPÓTESES:

H1: O locus do gene capacidade de enrolar a língua em “U” encontra-se num autossomo do cariótipo humano

H2: O alelo cuja manifestação fenotípica corresponde à capacidade de enrolar a língua em “U” é o dominante.

Esta característica foi inicialmente estudada por Alfred Sturtevant, um dos pioneiros da genética Drosophila, em 1940 (Mcdonald, 2011) Este descreveu a língua como um simples carácter de dois alelos, em que o alelo dominante referia-se a dobrar e enrolar as bordas e as laterais da língua e o alelo recessivo à incapacidade de conseguir o mesmo (Mcdonald, 2011) Porém, existiam alguns fatores que indicavam o contrário, fazendo com que as opiniões divergissem como acontece com os cientistas Liu & Hsu em 1949 (Odokuma, et al, 2008)

Indíviduo que consegue enrolar a língua em "U"

Komai, em 1951, realizou um estudo semelhante com tamanhos de amostra muito maiores e encontrou resultados semelhantes ao Sturtevant (Mcdonald, 2011). Em ambos os estudos familiares, percebeu-se que um indivíduo é mais propenso a enrolar a língua quando seus pais têm essa capacidade e vice-versa (Mcdonald, 2011) Isto querendo dizer que existe uma grande influência genética, caso contrário não aconteceria o mesmo (Mcdonald, 2011) Além disso, percebe-se que existe uma proporção ligeiramente maior nas mulheres do que homens que enrolam a língua, havendo a possibilidade do gene estar contido no cromossoma X (Mcdonald, 2011)

Porém, este não poderia ser apenas de influência genética, visto que nessas pesquisas, percebe-se que existia famílias em que os pais não teriam a mesma característica do seu descendente, isto é, o seu filho teria capacidade de enrolar a língua em “U” (Figura 2) e os pais não ou vice-versa, o que se fosse totalmente da influência familiar não poderia acontecer (Mcdonald, 2011)

A dessemelhança, pode ser devido a uma genética mais complicada, envolvendo múltiplos alelos ou múltiplos genes, ou algum tipo de influência ambiental, já que existem algumas crianças que conseguem desenvolver essa capacidade posteriormente (Mcdonald, 2011)

Um dos estudos que mais amplificou essa teoria foi o estudo de Matlock (1952), Reedy e seus colegas (1971) e Martin (1975) fizeram estudos em gêmeos, onde perceberam que um destes teriam a capacidade de enrolar a lingua em "U" e outro não (Mcdonald, 2011) Com esta teoria, conseguiuse perceber que além de influências genéticas também existem outras influências, quando se trata dessa característica acabando por convencer Sturtevant (1965) (Mcdonald, 2011). Além disso, percebeu-se que irmãos dizigóticos eram duas vezes mais sujeitos a diferenciar-se na capacidade de enrolar a língua comparativamente a gémeos monozigóticos (Mcdonald,2011)

Metodologia do estudo empírico

Objetivos Participantes

Perceber a incidência da característica de enrolamento da língua em “U”, na população escolhida para verificar se a característica é dominante ou recessiva, respondendo as hipóteses mencionadas

Analisou 41 pessoas de turmas de 12ºano da escola Frei Heitor Pinto, sendo 31 mulheres(75,6%) e 10 homens(24,4%)

24,4%

Resultados

No total dos 41 alunos analisados, 33 conseguem enrolar a língua em “U” e 8 não conseguem enrolar Em percentagem isto equivale a 80,5 % que consegue e 19,5% que não consegue. Em relação aos pais destes, 70,7% conseguem enrolar a língua

Não 19,5%

Instrumentos Procedimento

Foi utilizado o google forms

Para realizar-se este estudo, como não haveria a possibilidade de observar a caracteristica estudada para todas as pessoas, foi utilizado um inquérito feito no google forms, aos alunos do 12ºano, onde se recolheu informação em relação aos mesmos e aos parentes mais próximos, pais e irmãos. Além disso foi feita uma pequena entrevista semiestruturada, a dois alunos, um com a capacidade de enrolar a língua e outro que não, dados utilizados para a construção de dois pedigrees.

Análise E Discussão

Percebe-se que existe maior número de participantes do sexo feminino que tem a capacidade de enrolar a língua em “U”, o que mostra que é provável que esta caracteristica esteja associada ao cromossoma x, como foi mostrrado no enquadramento teórico

Percebe-se que a capacidade de conseguir enrolar o mesmo existe em maior número, logo esta característica é dominante. Ao fazermos os pedigrees conclui-se os mesmos resultados.

Conclusão

Com este trabalho, conseguiu-se perceber mais acerca da evolução da genética e o que caracteriza a hereditariedade A Hereditariedade determina os traços morfológicos nos fenótipos, compreendendo os motivos pelo qual os indivíduos transferem esses traços para gerações posteriores

No início da pesquisa empírica foram propostas 2 hipóteses a serem comprovadas ou negadas ao longo do estudo, no qual se percebe que (H1) E (H2) ainda não são completamente confirmadas

Para se assegurar ou não estas hipóteses, foi feito um questionário no google forms, no qual não se obteve resultados incoerentes, além disso através dos estudos feitos em famílias ao longo de anos, mostra-se que o enrolamento da língua não é apenas uma característica genética, que com os estudo de Matlock (1952) feito a gêmeos percebeu-se que este também tem influências externas, não se devendo utilizar esta caracteristica para o estudo da transmissão genética, acreditando-se que por existir maior número de mulheres com essa caracteristica do que os homens é possível que esta característica esteja associada ao cromossoma X (H1), além disso, apesar das pesquisas indicarem que o enrolamento da língua é dominante (H2), existe estudos que indicam o contrário

Bibliografia

Freitas, A L (2020) Desafio do ensino da 1ª lei de Mendel: uma proposta de construção desse conhecimento view=detailV2&ccid=We4zy5gM&id=A7CE31C85E51C2897B57FDC63B18377C84C4B

Martins, L A C P , & Prestes, M E B (2016) Mendel e depois de Mendel Genética na Escola, 11(2), 244-249.

McDonald, J. H. (2011). Myths of human genetics. Baltimore: Sparky House. Odokuma, E I , Eghworo, O , Avwioro, G , & Agbedia, U (2008) Tongue rolling and tongue folding traits in an African population Int J Morphol, 26(3), 533-535 https://www bing com/images/search?

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