Notícias - Ano 14
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n0 65
DRONE / RPAS - a evolução das normas de um setor em expansão
Notícias - Ano 14
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n 0 65
Reportagem Especial
04
R-AFIS Noronha - um serviço inédito na América do Sul O desafio de estruturar a operação remota do AFIS de Noronha em Recife validou um conceito operacional com potencial estratégico
07 Reportagem
04
Sistema de Monitoramento de Redes de Dados Um método rápido, intuitivo e eficiente de detectar falhas e dar sinais de alerta identifica eventos incomuns ocorridos dentro da infraestrutura de telecomunicações no CINDACTA III
Reportagem
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14
07
Esporte como instrumento de transformação PROFESP desenvolvido no CINDACTA II atende 200 crianças e adolescentes da rede pública de ensino
Reportagem Modernização da aplicação AGDLIC Trabalho em equipe impacta positiva e significativamente no orçamento do Comando da Aeronáutica
Entrevista
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14
Histórias de Reconhecimento Uma homenagem a dois militares que neste ano se despedem do DECEA: Coronel Almeida e Major Cleber
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Reportagem
RPAS - a evolução das normas de um setor em expansão Portal Drone/RPAS está centralizando legislações, orientando e esclarecendo dúvidas dos operadores de RPAS
28 Reportagem
Novas tecnologias, grandes possibilidades O ICA – em constante evolução tecnológica - realiza estudos e desenvolve soluções para melhor acolher e atender as demandas dos usuários
Artigo
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28
2017 – um ano para chamar de seu Com motivação, entramos num novo ano que nos inspira uma lista de desejos e sonhos com novos projetos
Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel Aviador Reformado Adjunto da ASCOM 1º Tenente Jornalista Glória Galembeck Coordenação de pauta e edição: Daisy Meireles Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Denise Fontes (RJ 25254 JP) Telma Penteado (RJ 22794JP) Gisele Bastos (MTB3833PR) Glória Galembeck (DRT/PR 05549)
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Projeto Gráfico/Diagramação: Aline da Silva Prete Fotos: Luiz E. Perez (RJ 201930 RF) e Fábio Maciel (RJ 33110 RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 - Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6942 Editada em Março - 2017
Nossa capa A operação de RPAs já faz parte das atividades do controle do espaço aéreo, que tem suas regras expostas no portal DRONE/RPAS
Editorial Projetos inovadores apresentam soluções econômicas Estamos cada vez mais orgulhosos dos resultados que estão apresentados nesta edição da Aeroespaço com a implementação de ideias e projetos inovadores do efetivo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Nesta edição estamos divulgando não só as propostas, mas também as mudanças e as melhorias dos processos – com suas soluções econômicas e de sustentabilidade – que o efetivo vem apresentando. O portal Drone é uma dessas ações. A operação das aeronaves remotamente pilotadas (RPAs) já faz parte das atividades do controle do espaço aéreo. Temos procurado conciliar as demandas dos operadores de RPAs com a segurança das operações aéreas e devemos atender as propostas dos operadores, construindo um caminho de confiança e responsabilidade. Acreditamos que a missão do DECEA é cumprida por pessoas e, por isso mesmo, estamos investindo no nosso efetivo, em contínuo esforço para a manutenção da capacitação profissional. O fato de trabalharmos com alta tecnologia e em constante evolução, mostra a necessidade de nos manter sempre atualizados. O bom disso tudo é o reconhecimento das lideranças, que apoiam e investem nessas inovações. Temos, nesta edição, um retrato do comprometimento e da motivação dos nossos militares e civis com a missão, revelando que construções coletivas resultam em desenvolvimento da cultura organizacional. Sabemos que vale a pena o investimento em formação, pois quando os profissionais passam por um processo de treinamento, eles propõem inovações e/ou soluções de problemas que geravam desperdícios de recursos ou agressões ao meio ambiente. Ao ler essas reportagens, percebemos o quanto nosso efetivo está comprometido e diretamente ligado ao processo, pois consegue detectar facilmente as falhas operacionais e propor soluções.
Como um dos integrantes do SISCEAB fico orgulhoso do trabalho competente e dedicado de todos os envolvidos nesses projetos de sucesso. Por outro lado, a satisfação de cumprir a missão nos leva a fazer uma avaliação sobre tudo aquilo que foi feito para atingirmos este sucesso, e isto nos aponta que precisamos continuar focados no desenvolvimento de todas as áreas que sustentam o DECEA. E, não poderíamos deixar de reconhecer o trabalho dedicado de dois militares que se despedem do nosso convívio profissional: Coronel Almeida e Major Cleber, que muito contribuíram para o SISCEAB. A homenagem é merecida, pois são altamente capacitados e podem olhar para trás e contemplar seus feitos, bem como constatar que suas realizações são foco da atenção e da admiração de muitas pessoas, igualmente capacitadas e atuantes em seus meios. Outro grande projeto que cada vez mais agrega a sociedade às Forças Armadas, o Programa Forças no Esporte – implementado no CINDACTA II – é destaque nas nossas páginas. Um novo desafio operacional, dessa vez no CINDACTA III, foi a estruturação da operação remota do AFIS de Fernando de Noronha a partir de Recife – validando um conceito operacional com potencial estratégico, o que muito nos orgulha. Por isso tudo, vale a leitura do artigo “2017 – um ano para chamar de seu” – que nos traz uma reflexão sobre planejamento, trabalho e gerenciamento, sugerindo passos para nos auxiliar neste processo, trazendo maior consciência situacional e poder de escolha. Então, fiquem atentos, pois novas propostas estarão publicadas na próxima edição. Por enquanto, sigam motivados e inspirados com novos sonhos e projetos que nos fazem crescer.
Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino Diretor - Geral do DECEA 3
Reportagem Especial
R-AFIS Noronha
Um serviço inédito na América do Sul Por Daisy Meireles Fotos de Marcelo Alves e Fábio Maciel
O desafio de adaptar a estrutura existente no CINDACTA III para a operação remota do Serviço de Informação de Voo do Aeródromo de Fernando de Noronha tornou-se a grande oportunidade de validar um conceito operacional de grande potencial estratégico.
O movimento aéreo Em decorrência da demanda provocada pelo fluxo de turistas em Fernando de Noronha e, devido às necessidades da população local, recentemente foram colocados à disposição dos usuários mais voos extras aos finais de semana para a Ilha, aumentando o movimento de voos regulares de quatro para seis. Hoje, a média já ultrapassou os 280 movimentos mensais, incluindo as aeronaves da aviação geral. O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fernando de Noronha (DTCEA-FN) é subordinado ao CINDACTA III e tem como missão básica a operação do espaço aéreo sob sua responsabilidade, provendo o Serviço de Informação de Voo de Aeródromo, o Serviço
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de Alerta e a manutenção dos auxílios à navegação
para a operação remota do AFIS-FN – o Serviço de
e dos sistemas de telecomunicações.
Informação de Voo do aeródromo de Fernando de
Uma análise histórica revelou que o encargo de apoio logístico e administrativo do CINDACTA
Noronha. Dessa forma, tanto seria atendida uma demanda
III ao Destacamento era considerável. Assim,
do CINDACTA III por otimização dos recursos
foram procuradas alternativas mais eficientes de
empregados, quanto haveria a possibilidade de
alocação de recursos.
se validar um conceito operacional de grande
A constante renovação do efetivo gera periodicamente custos para a formação inicial e
potencial estratégico. A operação remota começou no dia 13 de dezem-
para os procedimentos de concessão de certificado
bro do ano passado. A estruturação e a implantação
de habilitação técnica (CHT) como Operador
desse serviço melhoram algumas questões próprias
de Estação Aeronáutica (OEA). Isso porque os
da atividade aérea na ilha, uma região em que o
militares só podem permanecer apenas dois anos
acesso regular ocorre apenas por transporte aéreo.
na localidade.
Solução A busca por soluções inovadoras convergiu com
Implementação Com base nos estudos anteriores, envolvendo o R-AFIS, buscou-se um aproveitamento dos
a existência prévia de estudos e projetos, tanto
recursos existentes no DTCEA-FN e na sede do
no DECEA quanto em órgãos externos, como a
CINDACTA III.
Secretaria de Aviação Civil da Presidência da
Houve uma simplificação dos requisitos
República (SAC-PR). Uma delas foi a prestação de
levantados para a operação remota, já que
Serviços de Tráfego Aéreo (ATS) remoto.
não se trata da prestação do serviço a partir
Assim, surgiram o desafio e a oportunidade de adaptar a estrutura existente no CINDACTA III
de um aeródromo desprovido de qualquer infraestrutura.
A estruturação e a implantação do R-AFIS FN servem de gênese para outros projetos similares de interesse do DECEA, com possibilidades de adoção em âmbito nacional e o consequente ganho de conhecimentos técnico e operacional
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Cabe frisar que não estão incluídas no escopo inicial deste projeto quaisquer alterações nos
experiência, pois eles estarão convivendo com
serviços de Meteorologia e de Informações
operadores de outras especialidades de nove
Aeronáuticas prestados atualmente pelo DTCEA-
órgãos que compõem o COI-3, num ambiente
FN, embora o alcance das metas propostas possa
enriquecedor. “Aqui eles terão mais experiência
ensejar eventuais desdobramentos e expansões
e suporte de instrução e padronização para
no escopo inicial.
maior segurança da operação”- destacou o
O cenário atual da operação do AFIS-FN, a partir das instalações do CINDACTA III, tem
Tenente-Coronel Spencer.
condições de segurança operacional igual ou
Serviço inédito na América do Sul
melhores das que são atualmente praticadas
O Japão tem experiência em operação remota
no DTCEA-FN, ou seja, tem a mesma qualidade
do AFIS há mais de 20 anos e, recentemente foi
da atividade presencial, sem necessidade de
constatada em outros países, como EUA, Canadá
alteração na estrutura do espaço aéreo.
e Suécia. Em todos os casos podem-se observar
No aspecto operacional, a prestação do
vários benefícios, como a redução significativa
serviço AFIS está sendo realizada no mesmo
do custo operacional sem perda da qualidade e da
salão operacional do Centro de Controle de
segurança nas operações.
Área Recife, o ACC-RE – resultando num
"Além dos ganhos operacionais, teremos um
incremento no nível de coordenação e
rendimento administrativo muito grande, em
segurança.
virtude de não haver mais necessidade de reali-
Outros benefícios indiretos incluem a
zar as trocas frequentes de operadores", explica
presença da equipe de supervisão do Centro de
o comandante do CINDACTA III, Coronel Aviador
Operações Integradas (COI-3) e a possibilidade
Eduardo Miguel Soares.
de intercâmbio, assim como a absorção de boas práticas de gerenciamento de tráfego aéreo. Segundo o Tenente-Coronel Spencer, chefe
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de Comunicações (BCO), além do acúmulo de
A operação plena a partir do CINDACTA III é um marco na prestação do AFIS em nosso País, premiando o talento e o abnegado comprometi-
da Divisão de Operações do CINDACTA III,
mento dos profissionais que integram o controle
há muitas vantagens operacionais com o
do espaço aéreo brasileiro e que desenvolveram e
R-AFIS FN a partir de Recife. Como exemplo,
adequaram um projeto com a finalidade de per-
citamos maior especialização do profissional
petuar a excelência do serviço prestado.
Tenente Rodolpho é o chefe do R-AFIS FN. Ao lado, os operadores atuando remotamente na console
Reportagem
Sistema de Monitoramento de Redes de Dados Por 1º Tenente Engenheiro VOLNEI Starck Junior Edição: Daisy Meireles Fotos de Fábio Maciel
O Sistema de Monitoramento de Redes de Dados identifica eventos incomuns ocorridos dentro da infraestrutura de telecomunicações no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III).
H
á um vasto ambiente a ser contro-
monitoramento contínuo de todos os
lado e com equipamentos variados.
equipamentos de radar, auxílios à nave-
Nesse contexto, o monitoramento predi-
gação, meteorologia, telecomunicações
tivo passa a ser fator determinante para
e tecnologia da informação operacional
que se consiga alta disponibilidade de
relativas ao espaço aéreo brasileiro -
recursos, atuando de forma pró-ativa.
ainda estava em processo de implemen-
Hoje, no CINDACTA III, desde radares até
tação, o que motivou o CINDACTA III a
controle de acesso, tudo é incorporado à
buscar alternativas, visto que sempre se
uma Rede de Dados.
tinha uma ação reativa e não preditiva. Foram efetuados vários POC (proof
A implantação
of concept – provas de conceito), com
A concepção de um NOC (Network
diversas ferramentas que apresentaram
Operations Center – Centro de Opera-
algum ganho. Porém, na dificuldade
ções de Rede) de pequena dimensão
de implantação ou na falta de bons re-
já datava de meados de 2012, quan-
cursos, os POC falharam. Tudo mudou,
do houve a incorporação da Seção
porém, no final de 2015, quando se pôde
de Infraestrutura de Redes (TTIR) à
fazer um POC definitivo, que se mostrou
Subdivisão de Telecomunicações (TEL)
poderoso, fácil e eficiente, colaborando
– somado à chegada de nova chefia e
decisivamente para a melhor gerência
novos colaboradores.
da Rede de Dados.
À época, o Centro de Gerenciamento Técnico (CGTEC) – unidade que faz o
Foram meses de trabalho que resultaram em ganho substancial,
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principalmente no tempo de reação da equipe, onde também surgiram vários benefícios, que citamos abaixo: • diminuição substancial dos
acionamentos de técnicos fora do horário de expediente; • realocação de equipamentos
para posições mais apropriadas, otimizando recursos de memória e CPU de switches e roteadores; • geração de histórico de consu-
mo e utilização de banda, para o dimensionamento correto dos enlaces de dados e qualidade de serviço, na ocasião das contratações; • geração de relatórios infor-
mando, com dados concretos e de maneira contundente, quando da má prestação de serviço por parte das provedoras de acesso; • descoberta e tratamento de
diversos protocolos espúrios dentro da Rede, que causam perda significativa de desempenho; • gerenciamento de todos os
equipamentos do CINDACTA III e dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) subordinados, além dos equipamentos principais das unidades da Força Aérea Brasileira (FAB) em Recife, informando aos gestores, com brevidade impressionante, sobre os eventos ocorridos; • monitoramento de enlaces
ópticos para ação imediata, em caso de rompimento ou defeito; • monitoramento de dois enla-
ces-rádio e diversos enlaces satelitais;
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Monitoramento da saúde dos equipamentos do núcleo de Rede
• monitoramento da saúde dos equipamen-
tos do núcleo de Rede; • histórico de atividade e disponibilidade
Equipe de implementação do Sistema no CINDACTA III
dos equipamentos; • alertas automáticos de desastres, entre
outros. A Seção de Infraestrutura de Redes man-
• 1T QOENG Eln Volnei Starck Junior • Engenheiro DACTA Luiz Sérgio
Jatahy Nunes
tém estreito laço com o Núcleo do CGTEC
• SO BMT Carlos José Fernandes
(NuCGTEC) e demais Seções de Infraestrutu-
• 1S BET Claudionor
ra de Redes dos CINDACTAs I, II e IV. Há troca de informações, experiências e desenvolvimento de outras atividades colaborativas – o que antecipa as próximas implementações do NuCGTEC, prevendo uma integração
• 1S BCO Ricardo Barbosa • 2S SIN Priscila Marques da Silva • 2S SIN Ricardo Monteiro da Silva • CV BET André
total dos Sistemas.
"O monitoramento preditivo é fator determinante para conseguir alta disponibilidade de recursos"
Equipe da Seção de Infraestrutura de Redes do CINDACTA III
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Reportagem
O Esporte como instrumento de transformação
Programa Forças no Esporte desenvolvido no Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) atende 200 crianças e adolescentes da rede pública de ensino de Curitiba e Pinhais. Por Denise Fontes Fotos de Fábio Maciel
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V
er os filhos esbanjando saúde, alegria e educação é o sonho de toda família. Mas, em alguns
despertar valores morais, sociais e cívicos”. Nutricionista, assistente social, psicóloga, pedagoga,
casos, isso não é possível devido às dificuldades en-
educador e professor de educação física são os profis-
frentadas no dia a dia. Nas periferias das grandes
sionais envolvidos no programa. Ao todo, 20 volun-
cidades, a miséria, a falta de estrutura e a crescen-
tários – militares do efetivo – apoiam nas atividades
te violência comprometem o desenvolvimento das
administrativas, esportivas e socioeducativas, que
próximas gerações. O Programa Segundo Tempo
acontecem três vezes por semana, durante o contratur-
- Forças no Esporte (PROFESP), desenvolvido no
no escolar.
CINDACTA II, é fruto de uma parceria entre os mi-
A unidade oferece duas refeições diárias e práticas
nistérios da Defesa (MD), do Esporte, e do Desenvol-
esportivas, como futebol de salão, basquete, atletismo,
vimento Social e Combate à Fome.
corrida de orientação, artes marciais, xadrez, além de
Cerca de 200 crianças e adolescentes, na faixa etária de 7 a 17 anos, dos bairros do Cajuru, em Curitiba,
aulas de música. Algumas das contrapartidas do Programa Forças no
e de Vargem Grande, em Pinhais, têm a chance de
Esporte são as parcerias firmadas entre a unidade mili-
construir um futuro diferente. Murillo Souza Pereira,
tar e as instituições que integram a Rede de Proteção à
de apenas dez anos, com vários sonhos, é uma dessas
Criança e ao Adolescente no Estado do Paraná.
promessas. Driblando a violência e a falta de infraes-
O PROFESP conta também com a participação do
trutura, mazelas presentes no seu dia a dia, ele deseja
Núcleo do Grupo de Apoio de Curitiba (NuGAPCT) e a
no futuro ser um militar.
Prefeitura de Aeronáutica de Curitiba (PACT). “Essa iniciativa é muito importante para ajudar na
Como tudo começou
educação dos jovens, pois é nessa fase que os princípios
O comandante e coordenador-geral do PROFESP
e valores como respeito, trabalho em grupo e sentimen-
do CINDACTA II, Coronel Aviador Álvaro
to de amor à Pátria são incorporados”, ressalta
Wolnei Guimarães, explica que o programa
Luciana Gurgel de Siqueira, professora de
foi implantado em maio de 2015, com o
Artes da Escola Municipal Coronel Durival
objetivo de fornecer condições para esses
Britto e Silva.
estudantes superarem a exclusão social, utilizando como uma das ferramentas
O papel dos voluntários
o esporte: “Nós trabalhamos com jovens
O dia a dia das atividades conta com o
que vivem em locais de risco e que
importante apoio do efetivo do CINDACTA II.
possuem vulnerabilidade social. Nossa
O esforço e a dedicação dos voluntários são
grande preocupação é preencher o tempo
fundamentais para o sucesso do programa.
deles com atividades esportivas, além de
Programa Forças no Esporte Núcleo CINDACTA II
Sobre a potencialidade do esporte na forma-
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voluntários é louvável. “Eles doam
não se dividem. Para o professor de
um pouco do seu tempo para essas
Educação de Curitiba, Marcia Cristi-
Futsal, Sargento Rafael Renato da
atividades. É um bem para a vida
na Ortiz Frigato.
Silva Firmino, o principal aprendiza-
deles, sem nenhum ganho financeiro,
do de cidadania acontece durante as
simplesmente por prazer”, afirma o
las serviram para despertar na alu-
atividades esportivas. “De maneira
comandante do CINDACTA II.
na Milena Victoria Wieczrkowski,
natural, conseguimos passar a importância da disciplina, da convivência
Mudança de vida
em grupos e de aprender a ganhar e a
O PROFESP mostra na prática que
A disciplina, a convivência e as au-
de 17 anos, o interesse pela carreira militar. Ela viu nos instrutores um caminho a ser seguido. “Eu também
perder, que são requisitos básicos para
o esporte é um aliado na educação e
quero ser sargento da Aeronáutica.
a vida toda”, explica o militar.
pode ser usado como um instrumen-
Vou estudar para prestar concurso”, afirma a jovem.
Do mesmo sentimento comparti-
to de transformação. A Tenente Pa-
lha o professor de Educação Física, o
trícia Haendel de Oliveira Mota atua
Suboficial Ricardo Alves Mendes: “As
no apoio pedagógico e declara que os
Capitão da Reserva Áureo dos San-
atividades esportivas, além de promo-
reflexos do programa podem ser no-
tos Marcondes, o PROFESP abre no-
verem a socialização dos alunos, con-
tados no comportamento, no desem-
vas perspectivas de vida para esses
tribuem também para o rendimento
penho escolar e no dia a dia desses
jovens: “Apesar da principal finali-
escolar”. Ele defende que o esporte
estudantes. “O programa está sendo
dade do programa ser o combate à
abre portas e cria oportunidades para
muito importante para o desenvolvi-
exclusão social, a iniciativa também
os jovens, seja como atleta ou não.
mento, o crescimento e a formação
tem proporcionado a revelação de
desses jovens”, conta a militar.
atletas”.
O Sargento Marcelo Weirich Gomes, professor de xadrez, acredita
A melhora no rendimento escolar
Para o coordenador do programa,
Os jovens Gustavo da Silva Amaral
que essa atividade pode ser utilizada
também é comemorada pela direção
e Thays Pereira de Oliveira são algu-
como ferramenta de apoio pedagó-
de várias escolas participantes do
mas dessas promessas esportivas. Ele
gico e pode trazer muitos benefícios
programa. “Houve uma mudança
foi campeão na modalidade Sprint,
para o desenvolvimento intelectual
muito grande de comportamento
que tem o objetivo de permitir a par-
dos estudantes. “Com o jogo de xa-
dos alunos, não só na escola, mas
ticipação dos atletas em uma corrida
drez, é possível desenvolver o racio-
também na vida pessoal. Notamos
de orientação em ambiente urbano.
cínio, a concentração e a tomada de
alteração na postura, nas notas e
Já no feminino, Thays conquistou a
decisões", afirma o docente.
também na expectativa de almejar
terceira colocação.
Segundo o Coronel Wolnei, o envolvimento do efetivo, por meio dos
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Projetos da Secretaria Municipal de
ção de crianças e jovens, as opiniões
um futuro diferenciado”, analisa a coordenadora da Gerência de
Também na mesma trilha em busca do sucesso no esporte, Maria
Judô e futebol são algumas das modalidades esportivas praticadas pelos integrantes do PROFESP no CINDACTA II
Fanfarra da Escola Municipal Mathias Jacomel em harmonia com a Banda de Música do CINDACTA II
Clara Fregati Rezende, 11 anos, corre
“A maioria dos alunos é muito caren-
é dobrar o número de participan-
a passos largos para concretizar seu
te e possui problemas de estrutura
tes em 2017. “Todo o efetivo está
sonho. Ela é destaque em corrida de
familiar. Com o projeto, temos perce-
engajado com a causa. É enorme a
orientação, salto em altura e arre-
bido mudanças de valores e resgate
satisfação em saber que podemos
messo de peso.
de autoestima. Eles recebem atenção
ser a diferença na vida de cada um
que muitas vezes não têm em casa”,
desses alunos”.
Responsabilidade Social Para a vice-diretora da Escola Mu-
Desta forma, o Programa Forças
afirma Roseli. Segundo o Coronel Wolnei, a par-
no Esporte oferece a eles a oportuni-
nicipal Prefeito Omar Sabbag, Roseli
ticipação da Força Aérea é impor-
dade de vivenciarem práticas sadias
Percegona, apresentar oportunidades
tante pelo contato que os estudantes
de formação humana, forjando, des-
é o principal objetivo do programa.
têm com os militares: “A expectativa
de já, pilares de um futuro cidadão.
Alimentação balanceada faz parte do programa
Xadrez - ferramenta de apoio pedagógico
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Reportagem
Modernização da aplicação AGDLIC
Trabalho em equipe impacta positiva e significativamente no orçamento do Comando da Aeronáutica A aplicação Air to Ground Datalink Interface Controller - Controlador de Interface Datalink Ar-Terra (AGDLIC) foi desenvolvida inicialmente para permitir a troca bidirecional de dados entre as plataformas das aeronaves E/R-99 com os Subcentros de Operação e Controle, existentes no Projeto Sistema de Vigilância da Amazônia, o SIVAM, e, posteriormente, foi adequada para permitir a troca de informações entre plataformas mencionadas e a Defesa Aérea. Por Daisy Meireles Fotos de Luiz Eduardo Perez
Foto ilustrativa: FreeImages.com 14
A implantação do AGDLIC
para solução do problema de hardwa-
do SDTE e do PAME-RJ no fornecimento
O projeto SIVAM teve início dos
re da aplicação com representantes
e na configuração de um sistema DA/
anos 2000 e, assim, o AGDLIC estava
do Quarto Centro Integrado de Defesa
COM (bases de dados dos sistemas de
baseado em plataforma computacio-
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
visualização) dedicado ao desenvolvi-
nal obsoleta, carecia de emuladores
(CINDACTA IV), do 1° GCC e do Parque
mento da aplicação.
e apresentava erros em seu código
de Material de Eletrônica da Aero-
fonte - que não podiam ser clara-
náutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ).
diversas versões da aplicação AGDLIC,
mente identificados na época de sua
Desse grupo, apenas o Capitão Aze-
buscando aperfeiçoar o código fonte e a
implantação.
vedo participou desde o início para a
correção de diversos erros que geravam
solução dos problemas identificados
travamentos, criando uma versão que
no AGDLIC.
pode operar tanto no Windows 7 quan-
Um grupo de trabalho formado por três militares: Capitão Engenheiro
Em seguida, fez a compilação de
to no Windows 8 e, assim, não depen-
Fernando Antonio Paiva de Azevedo
As ações iniciais geraram a
(1º GCC), Suboficial Márcio Gonçalves
possibilidade de montar novos
Ramos (Destacamento de Controle
sistemas em hardwares com
do Espaço Aéreo de Curitiba – DTCEA-
características específicas, mas
envio de dados do radar da plataforma
CT) e 1º Sargento Eric Carvalho Leite
que ainda dependiam de interfaces
E-99 em protocolo UDP, o que permite
(Terceiro Esquadrão do Primeiro
seriais que não são mais fabricadas,
independência da interface DIGI Sync
Grupo de Comunicações e Controle –
algo não desejado em um sistema de
570, que não é mais fabricada.
3º/1º GCC), trabalhou com diversos
grande valor para a Defesa Aérea.
objetivos:
Com as ações iniciais mencionadas,
der de hardware obsoleto. Outra ação foi a implementação do
O desenvolvimento de driver customizado para permitir que a interface
o sistema do 1° GCC ganhou sobrevida
DIGI Sync 570 operasse em sistema
hardware da aplicação, que só
e, caso necessário, a solução poderia
operacional Windows 7 foi outra ativi-
podia ser instalada e utilizada em
ser implementada nos CINDACTAs
dade da equipe.
sistema operacional Microsoft
II e IV. No entanto, este ainda estava
Windows NT 4.0;
dependente de interfaces não dis-
emulador do enlace entre a aeronave
poníveis no mercado e de hardware
e a aplicação AGDLIC, o que permite
específico (que não é mais fabricado).
economia de tempo e de recursos finan-
<right> resolver a obsolescência de
<right> corrigir erros no código que geravam travamentos; <right> desenvolver ferramentas de emula-
Em seguida, foram elaborados
Depois eles desenvolveram um
ceiros por não depender de voo de uma
ção e monitoramento da aplicação.
projetos com fins de contratação para
aeronave real para testar o desenvol-
Nenhum dos três militares tem
solução dos problemas identificados,
vimento da aplicação e também novas
formação em tecnologia da informa-
mas o custo elevado da solução
versões do sistema DA/COM.
ção. O capitão Azevedo e o Sargento
acabou por ser um impedimento
Carvalho são da área de eletrônica e o
ao andamento destas ações. Em
de emulador para testar a operação em
Suboficial Ramos da área de comuni-
2014, a equipe começou a trocar
dados das estações terrenas (DLRS) e
cações aeronáuticas.
informações a distância. Reuniram-
seguiu o trabalho, criando um sistema
se pela primeira vez no 1° GCC em
de monitoramento para a aplicação
aplicação AGDLIC foram identifica-
2015, intensificando as ações para a
AGDLIC, que a recupera em caso de
dos pela primeira vez, no âmbito do
solução definitiva dos problemas de
falha ou travamento. Fez – ainda - o
1° GCC, em 2010, durante o Exercício
travamento da aplicação.
registro e a identificação de todos os
Os problemas com o hardware da
CRUZEX e, de forma mais grave, na preparação para o Exercício FAEX
As atividades
2012, no qual teve que ser utilizado o
A primeira atividade de grande
O grupo avançou no desenvolvimento
dados de entrada e saída do AGDLIC. De acordo com o Capitão Azevedo, este sistema é de grande importância
impacto do grupo de trabalho foi
na verificação em tempo real do funcio-
a montagem de um laboratório de
namento de todo enlace de dados entre
do Departamento de Controle do
desenvolvimento e testes na sede do
a aeronave e a aplicação.
Espaço Aéreo (DECEA) disparou ações
1º GCC. O grupo contou com o apoio
sistema do CINDACTA II. O Subdepartamento Técnico (SDTE)
Outra ação inovadora foi a canali-
15
Grandes experiências foram compartilhadas no projeto
zação da DLRS (via rede MPLS) do Segundo Esquadrão
5. possibilidade de desenvolver continuamente a aplica-
do Sexto Grupo de Aviação (2°/6° GAv) para o 1° GCC
ção em virtude de sua instalação em Sistema Opera-
- permitindo a realização de testes reais da aplicação
cional atual;
com as aeronaves E/R-99 (em sede e em solo) a um custo
aeronave e a aplicação, reduzindo drasticamente os
desenvolvimento da aplicação.
custos no desenvolvimento;
Por último, foi feita a caracterização da operação
7. monitoramento em tempo real dos dados de entrada
TCP/IP (conjunto de protocolos de comunicação entre
e de saída da aplicação, o que gera a identificação
computadores em rede) com o sistema DA/COM e dos
imediata de eventuais problemas no enlace e facilita
problemas de comunicação TCP/IP com o mesmo.
o monitoramento do sistema por parte das equipes de
A participação conjunta e sem custo para o Comando da Aeronáutica (COMAER) do desenvolvedor do sistema
Tecnologia da Informação Operacional; 8. desenvolvimento feito pelo próprio COMAER para
DA/COM tornou possível a implementação de solução
modernização e adequação de sistema de grande
para os problemas de envio de mensagens do Centro de
valor para a Defesa Aérea e assim, para a Soberania
Operações Militares (COpM) para a aeronave E-99. Em suma, os resultados obtidos foram:
Nacional; 9. grande economia de recursos por não ser necessária
1. independência de hardwares obsoletos;
contratação de empresa para elaborar e executar este
2. modernização dos sistemas dos CINDACTAs II e IV
projeto. O custo foi somente com diárias e desloca-
e 1° GCC; 3. maior disponibilidade do sistema de datalink com E/R-99 em virtude das correções de erros feitas na aplicação e do uso de hardwares modernos; 4. maior facilidade de uso da aplicação para os usuá-
16
6. possibilidade de emular o enlace de dados entre a
muito baixo e, por fim, reduziu ainda mais gasto com o
mento para os militares fora da área do Rio de Janeiro, o que até o momento é cerca de 250 vezes inferior ao custo estimado de uma contratação.
A história contada pela equipe
rios finais por ser possível utilizá-la em plataforma
Ramos gosta muito da área operacional e conseguiu a
computacional atual e, ainda, por tornar realizável
documentação técnica do Sistema, com detalhes do seu
a instalação de ferramentas gratuitas de monitora-
funcionamento. Daí fez um simulador - uma ferramen-
mento e gravação das conexões de entrada e saída do
ta de análise voltada para testes. Nas horas vagas em
sistema;
casa ele lia a documentação e começava a programar. E
foi na época da Copa do Mundo que surgiu a oportuni-
que a utilização real desses meios, além de ser algo
dade de entrar em contato com o Capitão Azevedo – que
caríssimo, seria inviável na prática. Assim, montaram
já estava bem inteirado da plataforma.
um laboratório dedicado aos testes necessários ao
Eles conversaram e acertaram que seria necessária a realização de testes. Após os primeiros contatos com o Suboficial Ramos, o então Tenente Azevedo recebeu
desenvolvimento da aplicação - com apoio irrestrito do SDTE e do PAME-RJ. No primeiro momento, o objetivo era resolver o
a indicação de um militar do 3°/1° GCC com grande
hardware e desenvolver as ferramentas para simular e
conhecimento na área de programação, o 1º Sargento
caracterizar melhor os problemas observados.
Carvalho. Assim, entrou em contato para explicar a ele
Os dois grandes gols iniciais foram o desenvolvimento
os problemas observados e sugerir algumas ideias para
das ferramentas de emulação e a compilação de uma
implementar melhorias no sistema. Foi assim que o
versão da aplicação que podia rodar na plataforma do
Carvalho se juntou a equipe.
Windows XP.
Como o código fonte é composto de inúmeras bibliote-
O software original tinha alguns problemas, tais
cas, seria necessário um longo trabalho de estudo para
como alocação de memória, que por vezes gerava tra-
poder implementar melhorias e compilar novas versões.
vamentos e, consequentemente, indisponibilidade no
Este trabalho ficou com o Carvalho, enquanto o Ramos
enlace.
continuou a desenvolver novas versões do simulador,
Em virtude de limitações de processamento na época
incluindo novas mensagens, tornando a simulação mais
da implantação, a aplicação original levava cerca 15 mi-
fiel a um enlace real.
nutos para ser iniciada. No novo hardware a aplicação
Desta forma, houve um complemento de tarefas, que podemos definir assim: o Azevedo fez os testes,
se inicia em menos de cinco segundos. Foi desenvolvido um monitor externo ao AGDLIC,
identificou os problemas na aplicação e especifi-
capaz de reiniciar a aplicação em caso de falha, de
cou os produtos que o Ramos e o Carvalho teriam
monitorar todas as portas de entrada e saída e, ainda,
que produzir, ou seja, traçou o caminho a ser
registrar os dados para análise posterior.
seguido; o Carvalho fez a parte de compilação e cor-
Carvalho corrigiu muitos erros no código fonte e
reção na aplicação, além da criação da aplicação;
implementou diversas melhorias: “Eu mexia com a
Ramos fez toda a parte de simuladores.
parte de Web e código fonte não era bem a minha área,
Mais do que conjunto, diria que foi um trabalho com-
mas comecei a ler. Meu primeiro ano neste trabalho foi estudar o código, aprender a linguagem e catalogar os
plementar. No início de 2015, Ramos e Carvalho vieram para
problemas. A partir de então, começamos a desenvolver
o Rio de Janeiro e começaram a desenvolver as
as demais aplicações de monitoração. Estamos traba-
ferramentas para a simulação e a compilar uma versão
lhando juntos desde o final da Copa. E ficamos somente
para Windows XP. Porém, para testar adequadamente,
duas semanas dedicados a estes estudos”.
seria necessário emular a aeronave e um COpM, visto
Algo muito importante a ser ressaltado é que anteriormente havia muita especulação. Pois trata-se de um sistema muito grande que envolve aeronaves, estações
Suboficial Ramos, Capitão Azevedo e Sargento Carvalho
de solo, o AGDCLIC e o software DA/COM. São muitos agentes neste cenário e para cada problema que aparecia, surgiam muitas suposições e foi exatamente esta situação que motivou o trabalho desenvolvido por eles. “Temos mais de 600 horas de simulações gravadas e cerca de 30 horas de testes com o 2º/6º GAv - que está nos prestando todo apoio – a custo zero, com a aeronave no pátio. Os erros identificados eram catalogados, descritos e encaminhados para o Carvalho” – conta Azevedo. O COpM 2 utilizou esse sistema por conta dos
17
Jogos Olímpicos e Paralímpicos
softwares. Por enquanto o acesso
do bom. Então não é preciso
e com muito sucesso do ponto
é fechado, mas será aberto aos
elocubrar muito” – incentiva
de vista técnico e operacional,
CINDACTAs II e IV e às demais
Ramos.
quando a nova plataforma para a
unidades do COMAER julgadas
interface de controle do datalink
“Foi muito fácil e gratificante
equipe técnica as ferramentas
que comprometiam o sistema,
trabalhar com eles, nesta última
para poder trabalhar. A versão
garantiu maior confiabilidade e
fase fomos só nós três. A ideia ago-
modernizada da aplicação
segurança para as comunicações e
ra é entregar ao DECEA o produto
AGDLIC será utilizada nos
enlaces de dados operacionais.
deste trabalho que está muito bem
CINDACTAs II e IV e no 1° GCC em
Há tempos comentava-se que
documentado e comentado. Todo
exercícios e operações militares.
os travamentos eram do link en-
este material deve gerar manuais
ar-terra (AGDLIC), livre das falhas
“A gente ganhou uma
tre a aeronave e a estação de solo,
e futuros treinamentos de opera-
experiência imensa com esse
que tinham a capacidade limita-
ção para os CINDACTAs” – revela
trabalho!” - declara Azevedo.
da. Mas eles nunca acreditaram
Azevedo.
que fosse um problema de enlace e sim na aplicação. No 1º GCC, durante os testes,
O trabalho foi multidisciplinar e muita atividade realizada a dis-
Sobre investimentos O trabalho desta equipe trouxe
tância, pois todos tinham outros
impacto positivo e muito sig-
monitorou-se tudo, tentando
afazeres em suas Unidades, mas
nificativo nos orçamentos do
capturar erros. O técnico que
sempre houve comunicação e
COMAER, poupando, por exem-
opera o AGDLIC tem muitas
compartilhamento das ideias.
plo, gastos com a contratação de
ferramentas à disposição e é necessário ficar monitorando o sistema o tempo todo duran-
Um bom exemplo “A divulgação deste trabalho
outras empresas. “Não queríamos reinventar a roda ou fazer algo mirabolante.
te um voo, porque - se houver
é muito interessante, pois pode
A coisa é muito simples e de bai-
algum problema - o monitor vai
estimular ideias e gerar novos
xo custo. Temos que quebrar esta
identificar e reiniciar a aplica-
projetos a serem desenvolvidos
visão de que aquilo que custa
ção. A grande vantagem é que a
pelo COMAER. Temos em nosso
milhões é o que é realmente con-
disponibilidade do sistema para
efetivo militares altamente ca-
fiável e melhor. Em função da
a Força Aérea aumentou conside-
pacitados e comprometidos e, se
crise orçamentária, a solução é
ravelmente.
olharmos para os problemas com
pensar fora da caixinha e partir
outra ótica, é possível desenvol-
para o mais simples. É encontrar
mas gosta de falar. Então, muita
ver muitas aplicações interes-
alternativas que mantenham a
coisa que ele produz é publicada
santes, sejam elas desenvolvidas
performance com custos mais
no Youtube, onde tem um canal
exclusivamente pelo COMAER
baixos” – declara Ramos.
com seus diversos projetos.
ou por meio de parcerias com a
Não foram necessárias mui-
iniciativa privada” – estimula o
tas missões nem diárias para o
Capitão Azevedo.
projeto virar realidade. A solução
Ramos não gosta de escrever,
Já o Carvalho gosta de documentar e criou uma página na Intraer com todas
No 1º GCC - em virtude da
do problema foi relativamente
as informações e orientações,
natureza de sua missão - há bas-
complexa, mas foi possível, e
falando das versões do sistema
tante espaço para inovar e isso
gerou uma grande economia, na
e das suas correções. O que é,
permitiu que o projeto seguisse
ordem de alguns milhões, que
na realidade, toda memória e
com o apoio não só do coman-
contou com total apoio e con-
repositório do projeto. Chama-se
dante, mas também do DECEA e
fiança da Força Aérea Brasileira
GITLAB e é uma funcionalidade
do PAME-RJ.
no trabalho dessa equipe.
Web, com toda documentação, todas as versões, repositório de
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pertinentes.
A maior satisfação do grupo é, com certeza, poder entregar à
“Esperamos que outras pessoas se motivem. O ótimo é inimigo
Logo, sem essa confiança não dava nem para começar.
Entrevista
Histórias de reconhecimento
Por Telma Penteado Fotos de Fábio Maciel
Uma homenagem a dois militares – profissionais altamente capacitados e com larga experiência no SISCEAB – que, agora em 2017, vão se despedir da FAB: Coronel Almeida e Major Cleber. Amigos desde 1994, eles se conheceram na Divisão de Comunicação da extinta DEPV, hoje DECEA.
R
efletir sobre o que fizemos de
realizações se faz presente e necessá-
nossas vidas – tanto pessoal,
rio, como olhar para o que tornamos
quanto profissionalmente – é uma
possível, analisar como conseguimos
tarefa especialmente desafiadora. É
alcançar algumas metas e porque não
verificar que escolhas fizemos, que
conseguimos outras e, principalmen-
atitudes tomamos, que projetos le-
te, tirar os aprendizados.
vamos a cabo e quais abandonamos
Esta grande avalição é um convite
pelo caminho. É avaliar que par-
para o fechamento de uma etapa e
cerias negamos e quais acolhemos
uma excelente preparação para o
e foram mesmo um sucesso. Que
que está por vir. E celebrar. Sim! A
sonhos guardamos e quais torna-
celebração, como todo ritual, marca e
mos realidade? O que construímos e
evidencia a passagem de um momen-
deixamos para os demais – qual é o
to para outro. E é aqui, na celebração,
nosso legado?
que agradecemos por tudo que con-
Para que novas etapas se iniciem em nossas vidas é preciso que haja espaço para elas. Espaços temporal, fí-
quistamos e fazemos novos votos para novas metas. Neste ano, o DECEA se despede de
sico e emocional. Oportunidades che-
dois profissionais altamente capaci-
gam para olhos atentos e preparados.
tados. Ambos podem olhar para trás
E é justamente nestes momentos de
e contemplar seus feitos, bem como
transição que um balanço das nossas
podem constatar que suas realiza-
19
ções são foco de atenção e admiração de muitas pessoas
trumentos do Parque de Material de Eletrônica da
igualmente capacitadas e atuantes em seus meios.
Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ), onde ficaram
Coronel Francisco Almeida da Silva é um desses profis-
por cerca de 12 anos, desenvolvendo pesquisa sobre
sionais que, com sua dedicação e seu pioneirismo, foi o
defeitos em instrumentos na mesma bancada, por
primeiro militar do Quadro de Oficiais Especialistas em
vários anos. Almeida era um técnico de eletrônica de
Comunicações a chegar ao posto de Coronel, exercendo
muitos recursos, graças a sua excepcional inteligên-
seu último cargo como adjunto do Subdepartamento
cia, e isso propiciou alta produtividade.
Técnico (ASDTE) do Departamento de Controle do Espaço (DECEA).
Em 1993, ambos obtiveram aprovação no concurso para o Curso de Formação de Oficiais Especialistas em
O outro - que merece destaque igual - é o Major da Re-
Comunicações e, em maio de 1994, se formaram como
serva Remunerada Cleber Pereira Escobar, Especialista
oficiais QOECOM, sendo o Coronel Almeida o primeiro
em Comunicações, com mais de 51 anos de serviços inin-
colocado do curso.
terruptos - que se despede da última atuação da carreira
Mais uma vez, a carreira militar os uniu em 2012,
na Seção de Planejamento de Comunicações, Navegação,
quando fizeram o Curso de Comando e Estado-Maior
Vigilância e Inspeção em Voo (DPLN-2), do Subdeparta-
da Aeronáutica (ECEMAR). Desde então, trabalham no
mento de Operações (SDOP) do DECEA.
DECEA. Almeida foi o primeiro oficial do QOECOM, o mais antigo, e essa condição o investiu de uma res-
Coronel Almeida
ponsabilidade que ele soube brilhantemente adminis-
Quem muito tem a nos contar sobre o Coronel Almei-
trar, pois passou a fazer gestões, junto ao Alto Coman-
da é Wilson do Couto Filho, também Coronel, chefe
do da FAB para obter melhorias para os Quadros de
da Divisão de Normas Técnicas do SDTE. A amizade
Oficiais Especialistas.
começou ainda em 1981, quando eram sargentos e trabalhavam no Laboratório de Calibração de Ins-
Diploma de Honor Graduate - Força Aérea dos Estados Unidos (USAF)
Coronel Almeida, a esposa Amelia e a filha Silvia Medalha Mérito Santos Dumont (CINDACTA II)
20
CFOE Com – CIAAR
“Foram muitos os estudos que desenvolveu para es-
cer seu tempo, uma orientação e uma palavra. Passou
crever as Exposições de Motivos que ele endereçava às
por diversas Organizações Militares do Sistema de
autoridades, visando à diminuição dos interstícios dos
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) durante a
postos dos Quadros de Oficiais Especialistas."- conta o
sua carreira, e em todas as localidades ele granjeou o res-
amigo.
peito e a amizade de todos os seus integrantes. Que ele
Coronel Almeida é um excelente oficial CNS (Comuni-
possa dar continuidade a sua carreira em algum outro
cação, Navegação, Vigilância), com vasto conhecimento
órgão de controle da aviação pois, com certeza, com seu
em diversas áreas da aviação, especificamente aquelas
imenso potencial ele tem ainda muito a contribuir para
relacionadas aos Provedores de Serviços de Navegação
a sociedade” - deseja Couto.
Aérea. Construiu sua experiência por meio dos serviços
Outro amigo, desde 1993, o Major R1 Nilton de Faria,
prestados no aeroporto de Florianópolis, passando pelos
assessor de Planejamento Estratégico da Assessoria
serviços de Centro de Controle de Área (ACC) para a área
de Planejamento, Orçamento e Gestão (APLOG) do
de jurisdição de Curitiba, até suas funções gerenciais nas
DECEA, conheceu Almeida quando este ainda era
áreas operacional e técnica do DECEA.
Primeiro Sargento. Eram alunos da primeira turma
Atuou como representante brasileiro nos fóruns da
do Curso Preparatório de Oficiais Especialistas em
Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e
Comunicações, no Instituto de Proteção ao Voo (IPV),
desenvolveu projetos de grande importância. Até recen-
atual ICEA.
temente era o chefe da Delegação Brasileira no Grupo de
Conviveram na fase de treinamento até maio de
Implementação SAM, atuando como membro do Comitê
1994, quando foram nomeados Segundo Tenentes ESP
de Coordenação da REDDIG (Rede Digital da Região
COM, sendo Almeida o primeiro colocado da turma.
SAM), no Painel de Comunicações.
Em 1997, voltaram a trabalhar juntos na Divisão de
Complementando os pontos fortes de sua carreira, foi agraciado com a Ordem do Mérito Aeronáutico, que reflete todos os aspectos de sua personalidade e vida
Comunicações (D-COM) da Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV). “Almeida foi sempre um líder, uma das pessoas
profissional, ao longo de 40 anos de carreira dedicada à
que olhamos como referência e exemplo de militar,
FAB, sendo 38 especificamente no DECEA, onde traba-
de oficial especialista em Comunicações, engenheiro,
lhou em diversos projetos importantes do Programa
companheiro e amigo. Um sonhador otimista, que
Sirius Brasil, demonstrando sua capacidade de lidar com
busca sempre obter o melhor possível para a Força
tarefas complexas.
Aérea na sua área, mas com a compreensão e a preocu-
“Como amigo, está sempre disposto a ajudar, a ofere-
pação constante com o ser humano, aquele que realmen21
te tem a capacidade de fazer acontecer e criar um futuro
da mão de um atleta a outro que dá sequência à corrida.
melhor”, declara Nilton.
E é isso que o coronel Almeida espera: entregar o bastão
Para a nova fase de vida e de carreira do Coronel Almeida, o Major Nilton deixa uma mensagem: “Acredito
de maneira adequada, com ganho de terreno, de forma a facilitar os que seguem na carreira.
que a passagem para a reserva seja um momento impor-
“Agradeço pelas bênçãos recebidas nestes anos de
tante para o militar, porque estabelece o fim de um ciclo
serviço, pela educação que meus pais se esforçaram
que começa na juventude e quase coincide com nossa
em passar, o amor e a compreensão de minha família e
própria existência até este momento. Entretanto, no dia
pelo companheirismo de todos colegas, subordinados e
seguinte, outro ciclo começa e surgem novos desafios e
superiores” – declara o nosso homenageado, que finaliza
atividades. Sei que você contribuirá muito ainda para
citando o General Douglas McArthur: “Velhos soldados
nossa sociedade, onde quer que esteja e fazendo o que
nunca morrem, eles simplesmente desvanecem”.
escolher, mas nunca se esqueça de ser feliz e de que pode contar com este amigo sempre que precisar”. Agora, no momento de despedida, Coronel Almeida
Major Cleber Uma viagem no tempo... Major Cleber lembra do
agradece a Deus pela oportunidade de servir e represen-
início na FAB em 1o de outubro de 1965 e a formatura na
tar o Brasil dentro e fora de suas fronteiras, elevando o
EEAER, na especialidade de Manutenção Rádio (QAT RA
nome da FAB em todas as ocasiões possíveis.
MR/4), atual QSS BET, com especialização em manuten-
Em seu aprendizado, obtido nas realizações da Engenharia no campo das Comunicações Aeronáuticas, ele
ção de sistemas de RADAR. Trabalhou no Primeiro Grupo de Aviação Embarcada,
conta que conheceu pessoas fascinantes e teve opor-
na Base Aérea de Santa Cruz, e se orgulha das experiên-
tunidade de interagir, amar e respeitar o próximo. Por
cias inesquecíveis a bordo do Porta Aviões Minas Gerais.
isso o reconhecimento de seus amigos é atestado nessa
Entre 1978 e 1979 realizou o curso de oficial Especialis-
reportagem.
ta em Comunicações na Escola de Oficiais Especialistas
O apóstolo Paulo compara a vida cristã a uma corrida
da Aeronáutica (EOEAR), antiga EOEIG.
nos estádios, sendo que a própria vida se assemelha a
Em 1980 chegou à DEPV, servindo no (hoje extinto)
uma corrida de revezamento, onde o bastão é passado
Serviço Regional de Proteção ao Voo do Rio de Janeiro (SRPV-RJ) por oito anos, sendo pouco mais de sete anos no DPV-GL, hoje DTCEA-GL. O restante do tempo de serviço ativo, a partir de 1987, foi efetivamente na DEPV/DECEA, que define como sua grande escola: “O DECEA é uma Universidade. Aqui se aprende mais do que se ensina. Todos os dias aprendemos algo novo, é isso que nos motiva, não dá para sentir tédio, os acontecimentos nos atropelam a todo instante, mesmo na área de planejamento, que chamo de ´planejamento urgente´. Não é que falhamos ao planejar, o sistema que é muito dinâmico! É aí que está o desafio e a satisfação da vitória, quando atingimos os nossos objetivos”. Aqui no DECEA teve a oportunidade de exercer todas as funções na área de telecomunicações aeronáuticas: normas; coordenação e controle; planejamento. Participou de vários grupos de trabalho voltados para projetos importantes para as comunicações e a navegação aérea no âmbito do
Major Cleber é condecorado com a Medalha Mérito Santos Dumont
22
SISCEAB, tais como: a implantação do AMHS (Sistema de Gerenciamento de Mensagens ATS), elaboração
Major Cleber e a esposa Nilcéa Missão Porta Aviões Minas Gerais Quarteto da União de Alunos Evangélicos da EEAER
das Concepções Operacionais e documentos de
hoje a serviço da Presidência da República, e Marcos,
Necessidade Operacional (NOP) de todos os sistemas
cirurgião-dentista, especialista em Ortodontia” – conta.
de comunicações por enlaces de dados já em
A boa convivência no trabalho configura-se como um
operação (ADS-C e CPDLC no Atlântico, D-ATIS, DCL
dos pontos mais relevantes do ambiente profissional
e DVOLMET) e daqueles em fase de planejamento
do Major Cleber. Tudo tende a fluir melhor quando o
e implantação (AIDC, BR-AMDAR, ADS-B e CPDLC
ambiente é leve e as relações são equilibradas, felizes e
Continental).
saudáveis – principalmente em momentos de enfrenta-
“Sinto uma grande satisfação de ter participado desses projetos, muito importantes para a implantação dos conceitos CNS/ATM, preconizados pela OACI” - revela. O sentimento que tem agora, quando se prepara para
mento de crises. E quando a boa convivência se transforma em amizade, tudo melhora. Pois este é o caso do Major Cleber com o Major Nilton. Em 1993, o então Capitão Cleber foi um dos
o que chama de "segunda reserva" é muito parecido com
instrutores do Major Nilton no Curso Preparatório de
aquele quando deixou o serviço ativo em 1995. “Sinto
Oficiais Especialistas em Comunicações. Quando Nil-
que a emoção é um pouco mais forte, porque na saída
ton foi designado para trabalhar na D-COM, em 1997,
para a reserva eu sabia que continuaria colaborando
eles se reencontraram. Desde então, tiveram muitas
com o Sistema, seria uma nova etapa, mas sem me
oportunidades de trabalhar juntos.
separar dos amigos de tantos anos e da atividade que
Um dos trabalhos mais relevantes que participa-
eu tanto gosto, um vício que me permiti. Mas sinto que
ram juntos foi a implantação do sistema DATACOM
agora a retirada é definitiva” – declara Cleber.
(Comunicação de Dados), que proporcionava um
Deixa registrado o profundo agradecimento à esposa
serviço de comunicações de dados ar-terra, entre
Nilcéa, que sempre foi seu esteio. “Sem ela tudo seria
aeronaves, órgãos prestadores de Serviço de Tráfego
muito mais difícil. Ser esposa de militar não é fácil, mui-
Aéreo e empresas aéreas. Foi um serviço pioneiro no
tas vezes estamos longe em momentos críticos! Agrade-
Brasil e um grande desafio à época, considerando a
ço, também, aos meus dois filhos, que da mesma forma
necessidade de novas tecnologias de comunicações e
foram meus companheiros de lutas até aqui, dos quais
a capacitação de técnicos e operadores.
muito me orgulho: André, Capitão de Fragata, médico,
“O Major Cleber teve um papel importante em meu de-
23
senvolvimento profissional e pessoal, em particular como Oficial Especialista em Comunicações. Foi sempre uma
muitas respostas, algumas em detalhes, para proble-
espécie de referência, um eterno professor, conselheiro,
mas complexos que aparecem no dia a dia. Excelente
mentor, amigo e conciliador. Aquele que sempre tem uma
parceiro de trabalho, está sempre preocupado em
abordagem diferente do problema, uma palavra mais
ajudar da melhor forma possível. É dedicado em aju-
adequada, uma forma positiva e confortante de buscar
dar o próximo e preocupado com os mínimos detalhes.
superação“, destaca Nilton.
Costumo brincar, dizendo que é nosso ‘guru’, o que é
Quem guarda também elogios e reconhecimentos é o Brigadeiro Gustavo Adolfo Camargo de Oliveira, coman-
justíssimo". Quem tem boas histórias para contar sobre
dante do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e
o Major Cleber é Adriana Mattos. A amizade se
Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). Eles trabalharam
intensificou quando ela foi trabalhar na SITA, em
juntos pela primeira vez na segunda metade do ano de
setembro de 2000, passando a gerenciar o acordo
1995, quando o Brigadeiro Gustavo foi transferido para
de internetworking do antigo DATACOM junto ao
a D-COM, recebendo a chefia da seção de Serviço Móvel
DECEA, representados pelo Major Cleber e o então
Aeronáutico das mãos do Major Cleber.
Capitão Nilton.
O Brigadeiro Gustavo lembra do projeto que desenvol-
“Em nossas inúmeras reuniões de trabalho e
veram para estabelecer os sítios de telecomunicações e
interações, a polidez e a retidão de caráter do Major
detecção do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam),
Cleber permeavam todas as discussões e isso sempre
da emergência em preparar uma concepção “as-built” do
me impressionou muito", comenta Adriana.
TELESAT, da ajuda ao preparar a concepção do sistema
O trabalho que desenvolveram realmente impactou
de radiomonitoragem do Grupo Especial de Inspeção em
em sua carreira. “Hoje, vejo o alto nível de tecnologia
Voo (GEIV) as discussões doutrinárias sobre a REDDIG,
empregada e como esse serviço é essencial à operação
da implantação do DATACOM e sua posterior passagem
da aviação civil no Brasil. Acredito firmemente que
para a empresa exploradora, RTCAER (Rede Telefônica do
muito se deve às nossas diversas reuniões e discussões
Comando da Aeronáutica)/RACAER (Rede Alternativa do
acerca de como melhorar e atender a essa demanda
Comando da Aeronáutica).
que, sabíamos, iria crescer cada vez mais” – declara
“Creio que não há sistema de telecomunicações em uso na Aeronáutica que não tenha se beneficiado de
Adriana. Já o Suboficial Jomar Sales Lisboa, amigo e colega de
alguma forma com o conhecimento e as boas ideias
trabalho na DPLN-2, conhece Cleber há 13 anos: “Ele
proporcionados pelo Major Cleber ao longo desses
é referência nos trabalhos a serem desenvolvidos em
anos” – revela o Brigadeiro Gustavo.
nosso setor, um exemplo a ser seguido. Ele participou
O chefe do Subdepartamento de Operações do
do desenvolvimento de todos os sistemas de Comu-
DECEA, o Brigadeiro Luiz Ricardo de Souza Nascimen-
nicações e tem como característica a simplicidade na
to, trabalhou com Cleber na implantação do DATACOM
transmissão dos conhecimentos”, comenta Lisboa.
em todo Brasil e da rede de telecomunicações na Re-
O Tenente Marcelo Mello Fagundes, chefe adjunto da
gião SAM, da OACI, como suporte às áreas de Gerencia-
DPLN-2, trabalha com o Major Cleber desde 2012 e seu de-
mento de Tráfego Aéreo e Meteorologia.
poimento demonstra como o valoriza como profissional
“O Major Cleber é um profundo conhecedor e es-
e amigo: “Major Cleber é referência entre os profissionais
tudioso de sua área de atuação e não poupa esforços
de comunicações da FAB. É um planejador nato e profis-
para bem cumprir as tarefas que lhe são atribuídas” –
sional com larga experiência no SISCEAB, com mais de
define o Brigadeiro Luiz Ricardo.
50 anos de dedicação à FAB. É um grande amigo, uma
Chefe do Major Cleber na Seção de Planejamento
pessoa extremamente confiável, atenciosa e paciente. É
de Comunicações, Navegação, Vigilância e Inspeção
um grande privilégio poder trabalhar com ele, com quem
em Voo (DPLN-2) do SDOP, desde fevereiro de 2016, o
aprendi e continuo aprendendo muito, a cada dia”.
Major Deoclides Fernandes Barbosa Vieira destaca seu
24
permite que encontre ‘arquivos’ em sua memória com
Esses dois profissionais fizeram história no DECEA e
profundo conhecimento na área de Comunicações:
merecem novos voos, repletos de grandes aventuras e
"A dedicação aos assuntos em que esteve envolvido
sucesso nas fases que iniciam.
Reportagem
RPAS A evolução das normas de um setor em expansão Por Glória Galembeck Fotos de Luiz Eduardo Perez
Nos anos recentes, a aviação mundial ganhou um novo componente: as aeronaves não tripuladas, equipamentos operados à distância, comercialmente ou por lazer, por profissionais e pessoas que, em muitos casos, não possuem familiaridade alguma com as regras de acesso ao espaço aéreo.
E
sses equipamentos são chama-
ria para verificar se há impacto nas
dos pela Organização da Aviação
operações da aviação.
Civil Internacional (OACI) de UAS, do
A regulamentação que trata do assunto
inglês Unmanned Aircraft Systems.
(excluindo-se os voos de caráter exclu-
As aeronaves remotamente pilota-
sivamente recreativo, regulamentados
das (RPAS, do inglês remotely piloted
pela Portaria 207/DAC) é a Instrução do
aircraft system), que ficaram conhe-
Comando da Aeronáutica sobre Sistemas
cidos popularmente como drones,
de Aeronaves Remotamente Pilotadas e
são uma subcategoria das UAS.
o Acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro (ICA
Para que os drones possam voar
100-40), que teve a primeira edição em
com segurança uma série de nor-
novembro de 2015, sendo atualizada em
mas precisa ser observada pelos
fevereiro de 2017. No período de pouco
pilotos, mesmo aqueles que só
mais de um ano entre a primeira e a
querem usar as RPAS para diver-
segunda edição da ICA ocorreram muitos
são. Dependendo de determinadas
avanços.
características do voo pretendido
Umas das melhorias é o Sistema de
como, por exemplo, a proximida-
Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo por
de de aeródromos e a altura que o
RPAS (SARPAS), inserido no Portal Drone/
drone atingirá em relação ao solo,
RPAS, que reúne todas as informações
uma análise de gerenciamento de
acerca do controle do espaço aéreo afetas
tráfego aéreo (ATM) se faz necessá-
ao tema. Além disso, houve uma aproxi25
des de controle do espaço aéreo, que é um recurso finito, compartilhado por aviões e helicópteros. Procuramos conciliar as demandas dos operadores de drone com a segurança das operações aéreas. Não é possível atender 100% das propostas dos operadores, mas estamos construindo um caminho de confiança e responsabilidade”, afirmou.
Agilidade na tramitação Durante o Drone Consciente foi realizado o lançamento do Portal Drone/RPAS e do SARPAS. Esse sistema de solicitação de autorização para voo, desenvolvido pela Assessoria de Comunicação Social Portal Drone/RPAS: legislação, orientações e acesso ao SARPAS em um mesmo lugar
do DECEA, confere mais agilidade na tramitação dos pedidos, tanto para os operadores de RPAS quanto para os órgãos regionais do DECEA, que analisam
mação entre o Departamento de Controle do Espaço
os pedidos. Nos dois primeiros meses de funciona-
Aéreo (DECEA) e os operadores profissionais de
mento, 957 operadores se registraram no SARPAS e
RPAS, por meio da Associação Brasileira de Multir-
realizaram o cadastro de 240 drones. Nesse período,
rotores (ABM), o que possibilitou uma troca de in-
o SARPAS recebeu 451 solicitações de autorização
formações sobre as necessidades dos profissionais e
para voo, das quais 285 foram aprovadas, 150 nega-
os limites da legislação, por meio da qual os inte-
das e 16 estavam em análise (no dia em que os dados
resses de ambas as partes puderam se harmonizar,
foram levantados).
tendo como prioridade a segurança das operações. Um dos frutos dessa interação foi o evento Drone
26
O SARPAS funciona com 20 gerentes (distribuídos nos cinco órgãos regionais e no próprio DECEA) e
Consciente, realizado em dezembro de 2016, no
utiliza uma série de informações de bancos de dados
Rio de Janeiro, que reuniu um grupo de operadores
distintos para fazer as validações básicas das opera-
para uma tarde de orientações. Na abertura do en-
ções e auxiliar os regionais na análise. Essa estrutura
contro, o chefe do Subdepartamento de Operações
permite que, mesmo com efetivo reduzido, seja
do DECEA, Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza
possível atender a demanda. Passados dois meses
Nascimento, tratou da importância dessa intera-
de operação, o sistema deixou de operar na versão
ção: “A operação dos drones faz parte das ativida-
BETA, que foi importante para verificar se essas va-
Pilotos de RPA realizam demonstração de voo no Clube de Aeronáutica da Barra
Representantes do DECEA e da ABM trocam informações sobre os limites da legislação
lidações estavam corretas e analisar se seria possível
necessidades de operadores de aeronaves remo-
ou não avançar com os prazos estabelecidos. “A fase
tamente pilotadas, considerando que as RPAs
BETA também testou algumas funcionalidades do
constituem um crescente segmento de mercado.
sistema e verificou se o ambiente estaria adequa-
Além do uso do SARPAS, que diminuiu os pra-
do para atender a demanda”, observou o analista
zos para autorização de voo, existe a previsão de
de TI João Ximenes, desenvolvedor do SARPAS.
voo noturno e a dispensa de solicitação de autori-
Durante a fase Beta foram captadas as demandas
zação para voos realizados a menos de 30 metros
dos usuários não previstas, algumas das quais já
de edificações e obstáculos para realização de
foram implementadas, com a previsão de melho-
tarefas específicas, desde que haja a anuência do
rias em próximas versões.
proprietário e das pessoas que serão sobrevoadas
A missão do Portal Drone/RPAS é centralizar legislações, orientações e esclarecer dúvidas que
durante a operação. No que diz respeito à agilidade na tramitação
os operadores de RPAS possam ter. Por isso, os
do pedido, o SARPAS possibilita, por exemplo, que
principais aspectos da ICA 100-40 foram ilus-
operações visuais, com drones até 25 quilos, reali-
trados e uma lista com 27 perguntas e respostas
zadas a mais de cinco quilômetros de distância de
frequentes entre os proprietários de drones está
aeródromos e até 100 pés de altura em relação ao
disponível. Além disso, um arquivo de texto e
solo, sejam autorizadas em até 45 minutos.
uma série de vídeos ensinam o passo a passo da solicitação de autorização no SARPAS, dependendo das características do voo.
Acesse o Portal Drone / RPAS e o SARPAS: www.decea.gov.br/drone
Nova versão da ICA 100-40 A utilização do SARPAS está prevista na versão atualizada da ICA-100-40. No período entre a publicação da primeira e da segunda versões dessa regulamentação, foram analisadas e incorporadas mudanças, algumas das quais inspiradas em
Evento Drone Consciente reuniu operadores de RPAS para orientações sobre regras de voo
27
Reportagem
Novas tecnologias, grandes possibilidades
Carta disponibilizada pelo Instituto de Cartografia Aeronáutica potencializa navegação de unidade militar aérea Por Gisele Bastos
O Instituto de Cartografia Aeronáutica - em constante evolução tecnológica realiza estudos e desenvolve soluções para melhor acolher e atender as demandas dos usuários do SISCEAB.
28
O
Esquadrão Pelicano (2° Esqua-
(DMM), que, entre outras funcionali-
drão do 10° Grupo de Aviação -
dades, exibe cartas aeronáuticas ge-
2º/10º GAv) é uma unidade da Força
orreferenciadas em formato digital,
Aérea Brasileira dedicada a realizar
sobrepostas a informações digitais
missões de Busca e Salvamento (SAR).
de relevo (Digital Terrain Elevation
Pilotos, mecânicos de voo, homens de
Data).
resgate, paraquedistas, observadores,
O Capitão Aviador Ivo Cheregati,
radioperadores, enfermeiros e ope-
atualmente lotado no recém-criado
radores de equipamentos especiais
Comando de Preparo (COMPREP),
permanecem em alerta em Campo
ex-chefe da Seção de Doutrina do
Grande (MS), sede da unidade, para
2º/10º GAv, explica que antes da uti-
decolagem em qualquer situação de
lização do DMM, o planejamento da
emergência, na terra ou no mar.
navegação visual era feito traçando a
Pela natureza da missão, precisão,
rota em uma carta de papel. Ao lado
rigidez e agilidade são palavras de
desta rota, eram escritos os pontos
ordem. Desde 2009, o Esquadrão
ou intervalos e o tempo necessá-
Pelicano opera a aeronave SC-105
rio. Desta forma, o piloto precisava
Amazonas, equipada com modernos
cronometrar a duração do voo com
recursos tecnológicos. O avião dispõe
o traçado no mapa e comparar as
de um sistema de auxílio à navega-
informações da carta com o que era
ção chamado Digital Moving Map
visualizado no terreno para obter a
referência sobre a localização.
diferente do formato PDF que é
requer, aproximadamente,
“Este método é amplamente
disponibilizado pelo Instituto de
seis meses de trabalho para
conhecido na aviação como
Cartografia Aeronáutica (ICA),
atualização.
relógio/mapa/terreno e tem a
através do site AISWEB (www.
desvantagem de tomar muito
aisweb.aer.mil.br), fonte oficial
publicada a reportagem “Carta
a atenção do piloto, desviando
de informações aeronáuticas em
Aeronáutica GeoPdf no Ta-
a sua concentração de outros
meio digital do Departamento
blet / SmartPhone”, no Blog do
aspectos essenciais ao voo”,
de Controle do Espaço Aéreo
Aisweb, descrevendo a inicia-
explica.
(DECEA).
tiva do ICA em disponibilizar
Na opinião de Cheregati esta
A extensão Geotiff é capaz
Em setembro de 2015, foi
cartas aeronáuticas no formato
dificuldade somada à necessi-
de embutir informações das
Geopdf. O capitão Cheregati to-
dade de treinamento, além da
coordenadas geográficas em um
mou conhecimento da matéria e
imprecisão do sistema antigo – e
arquivo TIFF, incluir projeções
fez contato com o autor do texto,
o consequente desvio de atenção
cartográficas, sistema de coorde-
José Otávio Biscaia, engenheiro
– podem ser apontados como os
nadas, elipsóides, datum e tudo
cartógrafo da Divisão dos Servi-
principais motivos para o desen-
mais necessário para estabelecer
ços de Informações Aeronáuti-
volvimento de sistemas como o
a referência espacial exata.
cas, sobre a possibilidade de dis-
No entanto, em função de
ponibilizar as cartas em formato
DMM, por exemplo. “Sua utilização substitui o método antigo,
limitações técnicas e de software,
proporcionando instantanea-
a conversão das cartas digitais
mente ao piloto a consciência
– WAC (Carta Aeronáutica
tornar exequível a necessidade
situacional em relação à navega-
Mundial), CAP (Carta Aeronáutica
do Esquadrão Pelicano. O Capi-
ção”- justifica Cheregati.
de Pilotagem) e ENR (Cartas de
tão Cheregati começou a trocar
Rota)– para o formato apropriado
mensagens e enviou exemplos de
Funcionalidades
Geotiff a partir do GeoPDF. Este foi o pontapé inicial para
O DMM se comunica com o Sistema de Gerenciamento de Voo (Flight Management System - FMS) da aeronave, criando ou modificando planos de voo e banco de pontos (waypoints). O plano de voo é inserido pelo piloto no FMS e o sistema troca estas informações com o DMM. Durante o voo, o piloto consegue acompanhar na tela o traçado de sua rota – plano de voo – sobreposto à carta de navegação e relevo, além de observar a posição instantânea da aeronave. Mas há um contratempo que impacta a atualização das cartas de navegação utilizadas pelos pilotos do Esquadrão Pelicano. O DMM da aeronave interpreta apenas dois formatos de carta digital, o CADRG e o Geotiff,
29
técnica, apresentando um trabalho final das cartas produzidas no formato Geotiff com qualidade e precisão muito acima do esperado. Seu comprometimento, portanto, vem, mais uma vez, abrilhantar os excelentes serviços prestados pelo ICA", destaca o Capitão Cheregati.
Esquadrões aéreos No Esquadrão Pelicano, 34 pilotos já estão usando as cartas em duas aeronaves SC-105 (FAB 2810 e 2811). Além destas, a Força Aérea Brasileira fará uso desta funcionalidade na estação de planejamento em solo MSC (do inglês Mission Support Center). Outros Esquadrões da FAB também poderão se beneficiar da utilização das cartas em formato Geotiff. O Esquadrão Arara (1°/9° GAv), com sede em Manaus (AM), e o Esquadrão Onça (1°/15° GAv),
DMM da aeronave SC-105 Amazonas mostrando carta WAC com modelo altimétrico SRTM (NASA)
localizado em Campo Grande (MS), operam o C-105 Amazonas, que tem o DMM idêntico. As oito aeronaves, que têm a mesma avi-
imagens e programas para teste
permitiram avaliar as imagens,
ônica, estão aptas a usufruir desta
de compatibilidade dos arquivos
como o TerraView e o Listgeo.
aplicabilidade.
em pesquisa para o engenheiro
Com persistência e determinação
Otávio, que por sua vez instalou
conseguiu chegar ao resulta-
situado em Belém (PA), e o Esqua-
um programa de reconhecimen-
do esperado. Otávio preparou
drão Puma (3º/8º GAv), do Rio de
to em sua máquina para testar
um único arquivo reunindo as
softwares que modificassem a
Janeiro (RJ), utilizam aeronaves
nove cartas em rota inferior que
H-36 com um sistema de DMM
extensão das cartas.
recobrem o Brasil (ENRC L), além
modelo Euronav-7, e o Esquadrão
de outro arquivo com as 46 WAC
Orungan (1°/7° GAv), baseado em
analisar a resolução da imagem
de voo visual (VFR), que também
Salvador (BA), que opera a aerona-
e as coordenadas, além de obter
agruparam o território nacional
ve P-3, também poderão se bene-
um Geotiff compatível com
e, por fim, as cartas de área (ARC)
ficiar.
o DMM embarcado da aerona-
de 18 localidades brasileiras.
Na fase de testes, teve que
ve. Em contato com a Divisão
30
“O engenheiro Otavio merece
O Esquadrão Falcão (1°/8°GAv),
O Capitão Aviador Marcus Costa, chefe da Subseção de Doutrina
de Processamento de Imagens
ser tomado como exemplo pela
do Esquadrão Falcão disse que é
(DPI), do Instituto Nacional de
perseverança e pelo empenho
requisito do contrato do HX-BR
Pesquisas Espaciais (INPE), teve
com que se dedicou à tarefa, por
(H-36) que o sistema DMAP (equi-
acesso aos vários programas que
superar dificuldades de ordem
valente ao DMM) tenha a capaci-
dade de ser carregado com mapas
Ele explicou, ainda, que as cartas
determina que o Instituto conti-
de interesse do usuário, além dos
de papel são difíceis de manuse-
nue acolhendo as demandas dos
mapas de fábrica já embutidos. A
ar na cabine, especialmente em
usuários.
ressalva é que estes mapas estejam
missões operacionais, onde a carga
Sobre a disponibilização em
em determinadas extensões, como
de trabalho da tripulação é grande
formato Geopdf no AISWEB, a
por exemplo, o Geotiff.
e o espaço é restrito. As cartas de
razão é a facilidade de uso e a
papel precisam ser separadas por
gratuidade, apoiados pelo Adobe
foi recebida pelo Esquadrão, no
região e muitas vezes são neces-
Reader XI, além das instruções de
final de setembro de 2015, foram
sárias as trocas de diversas cartas
uso extensamente divulgadas em
apresentados pelo consórcio de
durante o voo: “Com as cartas
mídia impressa e digital.
fabricantes Helibras/Airbus os
projetadas no sistema da aerona-
softwares para fazer a conversão e
ve, todo o território brasileiro ou
de uma mudança dos arquivos
o carregamento dos mapas. Nesta
regiões necessárias à missão já
em GeoPdf. “A ideia principal é
etapa, foi feito contato com o enge-
estarão carregadas, de forma que
disponibilizar esses dois tipos de
nheiro Otávio para envio de alguns
os pilotos não precisarão mais se
arquivos via AISWEB, como base
modelos de arquivos brutos de ma-
preocupar com a troca de cartas”.
para trabalhos de desenvolvedo-
Quando a última aeronave H-36
pas em configurações compatíveis. Para o Capitão Marcus, o maior ganho operacional é a capacidade de carregar mapas de interesse do Esquadrão como, por exemplo, as WAC no padrão brasileiro, as CNAV e CAP, as ENRC, cartas de rota para voo por instrumentos e quaisquer outras com escalas menores, que retratem um cenário tático: "Com a possibilidade de projetar essas
"O maior ganho operacional é a capacidade de carregar mapas de interesse dos Esquadrões e quaisquer outras cartas com escalas menores, que retrarem um cenário tático"
cartas nos MFD (Multi Function Display), com a aeronave plotada so-
A conversão para Geotiff vem
res de aplicativos ou quaisquer outros serviços de interesse aeronáutico dos nossos aeronavegantes”, explicou o oficial. O militar esclareceu que os arquivos Geotiff são customizados segundo o padrão de resolução dos equipamentos DMM, atendendo inicialmente aos interesses da FAB e de suas unidades aéreas. “Contudo, são de caráter ostensivo e a previsão é a dispo-
O Instituto de Cartografia
nibilização no AISWEB de todas
bre a carta durante o voo, aumenta
Aeronáutica mantém o com-
as cartas ENRC L (de baixa altitu-
muito a consciência situacional da
promisso de buscar a excelência
de) reunidas em arquivo único,
tripulação e diminui-se a carga de
na divulgação de informações
as cartas ARC separadamente, as
trabalho, de forma que a atenção
aeronáuticas, seja na produção
46 cartas WAC também em um só
pode ser voltada para demais tare-
de cartas ou na elaboração de
arquivo e as cartas de corredores
fas relacionadas à missão”.
procedimentos para a navegação
visuais de São Paulo”, descreveu.
Por enquanto, o Esquadrão
aérea. O Capitão Cheregati acre-
O Tenente-Coronel Ricardo
Falcão tem utilizado as cartas de
dita que a disponibilização das
acredita que os novos usos e apli-
rota para o voo IFR, ou voo por
cartas do ICA em formatos geor-
cações destes tipos de arquivos
instrumentos. “Com a carta pro-
referenciados facilita e aumenta
digitais georreferenciados serão
jetada e plotada, facilita-se muito
sua utilização pelo público civil
maiores e virão novos desafios e
a navegação. Antes desse recurso
e militar, inclusive desenvolve-
possibilidades. “E para isso, o ICA
fazíamos a navegação através das
dores de softwares e sistemas
vem realizando estudos e desen-
cartas físicas, acompanhando
aeroembarcados.
volvendo soluções com o objetivo
referências e auxílios à navega-
De acordo com o Tenente-Co-
de atender melhor os usuários do
ção na aeronave para nos manter
ronel Aviador Ricardo Miranda,
Sistema de Controle do Espaço
orientados na navegação”, contou
do ICA, a evolução tecnológica,
Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”,
o capitão.
em constante transformação,
finalizou.
31
Artigo
2017
um ano para chamar de seu Por Telma Penteado Ilustrações: Liravega / Freepik
E lá vamos nós para mais um ano novo e, como em todos os anos, levamos conosco, inspirados, nossa lista de desejos. Lista esta que é, na maioria das vezes, ao longo dos meses, posta de lado na gaveta da esperança de que se realizem por magia ou por força da vontade do destino. 32
G
eralmente é em dezembro que
carnaval, março, abril, maio... e
nos pegamos felizes ao flertar
quando piscamos estamos no segun-
com a possibilidade de embarcar
do semestre com algumas conquis-
nas boas energias do ano que se
tas e muitas pendências...
inicia, buscando que esta renovação
E 2017 se parecerá com 2016, que
também nos alcance, transforman-
é a cara de 2015, que facilmente se
do nossas vidas para melhor.
confunde com 2014... e por aí vai. E,
Imbuídos desta força inspiradora,
com a velha sensação de desânimo,
sonhamos com novos projetos,
só nos resta rezar para que o ano
novas oportunidades e reavivamos
termine logo e que 2018 venha com
desejos antigos, emprestando a eles
força total, para, enfim, nos trazer
o poder da motivação. E adentramos
tudo aquilo que há tempos tanto
o ano com fé de que, desta vez,
queremos e julgamos merecer.
tudo será diferente. Que, desta vez,
Esta descrição te é familiar?
conseguiremos colocar tudo em
Em parte ou na totalidade?
prática. Que, desta vez, seremos
Tem gente que pode estar lendo e
bem-sucedidos. Sentimos que estamos mesmo protegidos por uma força maior do bem e que nada nos fará desistir. E passa janeiro, férias, fevereiro,
pensando: “comigo não! Eu sempre conquisto o que quero! Coloco a mão na massa e faço acontecer!”. Isto é ótimo! Inspirador! Porém, convenhamos, não é bem o que
ocorre com a maioria das pessoas... concorda? Então, você que de alguma maneira se identificou com estas sensações descritas acima, o que sente quando percebe o tempo passando e seus sonhos ficando para trás? Como seria se o seu desejo realmente se realizasse? Como seria trocar a frustração pela alegria de concretizar uma meta pessoal ou profissional? Creio não precisar dizer que não existem feitiços, mandingas, atalhos ou fórmulas mágicas
faladas, ou ainda por imagens) que podemos trazer as questões à consciência e, assim, poder efetivamente fazer escolhas e tomar decisões.
Dicas: Coloque num papel tudo aquilo que deseja.
Neste primeiro momento apenas flua. Em seguida, leia atentamente cada item e
separe três desejos cuja realização dependa apenas – ou em grande parte – de você. Por fim, elenque os três desejos em ordem de
que nos tragam o que queremos na hora em que
prioridade e/ou urgência. O seu primeiro dese-
queremos.
jo é o que trabalharemos a seguir.
Há, sim, proação, mãos à obra, motivação, foco, persistência. No entanto, há ainda mais em jogo! Há reflexão, planejamento, trabalho e gerenciamento. Passos firmes e bem pensados que nos levam da nossa situação atual para a situação na qual desejamos estar. Colocando de uma maneira mais direta, é sonhar com os pés no chão, trazendo para nós mesmos a responsabilidade por nossas escolhas e realizações. A seguir, cinco passos que certamente te auxiliarão neste processo, trazendo maior consciência situacional e poder de escolha. Vamos a eles?
2. O que vejo? Desde a década de 80, neurocientistas do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa vêm pesquisando e experimentando a relação entre imaginação e realização de tarefas, comparando o poder das operações mentais com a performance. Grande parte destes experimentos foi realizada em atletas com enfoque cognitivista – através de representações mentais – buscando levantar
1. O que desejo? Ao te propor esta reflexão, já posso imaginar que sua lista deva estar robusta. E espero que esteja!
como estes esportistas mentalizavam suas ações e quais seriam as possíveis influências destas mentalizações em seus respectivos desempenhos. Foi constatado que nossas imaginações são somatizadas, ou seja, trazidas do plano mental
Afinal, são os desejos, os sonhos, que nos fa-
para o plano físico (soma). Quando nos ima-
zem agir, que nos alimentam a motivação e que,
ginamos fazendo algo, estruturamos nossa
junto com outros valores ações, nos dão senti-
habilidade a partir do conhecimento intelectual
do à vida. Então, sonhe alto! Este é o primeiro
e criamos uma memória da habilidade. Assim,
momento. Sugiro que faça uma lista dos seus
quando partimos para a ação efetiva, nosso
desejos. Como esta lista é só sua, liberte-se das
corpo já compreende o que desejamos fazer
amarras e deixe fluir. Coloque tudo no papel.
justamente por conta desta memória edificada
Tendemos a achar que apenas pensar sobre
através do treinamento mental. Partindo do
algo nos basta. Contudo, é justamente quando
desejo que você escolheu para trabalhar, vamos
externalizamos (seja com palavras, escritas ou
montar sua visão.
33
Dicas: Este é um momento importante e muito
pessoal. Por isso, prepare-se para ele. Separe um momento do seu dia no qual você possa focar
Dicas: Leia a frase que você escreveu com seu desejo.
Vamos trabalhar com ela! O quão importante esta meta é para você?
em você. Vá para um lugar onde possa estar só e
Acredite: esta é uma pergunta de vital impor-
desligue-se do celular e do computador. Este é o
tância. Isto porque se a sua meta for muito
seu momento! Privilegie-o!
simples e fácil de se realizar, não representará
Comece este exercício imaginativo colocando-se
um sonho! Não te motivará a concretizar. Você
numa posição confortável (sentado ou deitado).
simplesmente vai e faz ou até mesmo acaba
Busque relaxar e se concentrar no seu desejo.
deixando para lá.
Comece a imaginar-se vivenciando sua meta. E
não poupe sua imaginação! Onde você está? O que vê a sua volta? O que está
O contrário também pode ser prejudicial. Se sua meta for muito grande ou de execução muito complicada, dependendo de muitas pessoas, as
fazendo? O que você está sentindo? Está confor-
chances de você se frustrar por não conseguir
tável? O que está ouvindo? O que está dizendo?
concluí-la serão enormes. Você se desmotivará
Há alguém falando contigo? Há uma música?
e ainda poderá achar que não é bom o suficiente
Como está se sentindo? Confiante? Feliz?
para realizar coisas em sua vida.
Busque o maior nível de detalhes para que esta
Assim, leve em consideração a relevância da
experiência seja a mais real possível. Acredite no
sua meta (o que ela representa para você; que
que está experimentando. Esta será a sua reali-
benefícios trará ao ser realizada) e a capacida-
dade. Ao final, perceba como se sente por ter realizado
de de efetivamente a tornar real. Quando falamos de metas, falamos de plane-
seu sonho. O que mudou em você? O que você
jamento e gerenciamento de tempo. Prazos se
ganhou por ter atingido seu objetivo? Volte para
tornam essenciais, uma vez que precisamos
a escrita terapêutica e registre em seu caderno
ver as coisas acontecerem para verificar o
esta vivência. Crie sua memória da realização.
sucesso do empreendimento. Defina o prazo final da sua meta (quando exatamente você deseja ter alcançado seu objetivo?) e, num passo adiante, quais são os prazos de cada marco do seu planejamento (prazos para execução de cada etapa que te levará ao fim do seu projeto). A resposta para estas perguntas irá impactar na sua motivação ao longo da jornada!
3 .Transformando sonhos em metas Sonhos são mesmo uma fonte de inspiração para nossas vidas. Mas não basta sonhar para tornar realidade. Há que se programar e se preparar para concretizar o desejo. E esta programação está atrelada a uma série de quesitos que a viabilizam, como veremos a seguir. Quando trabalhamos bem nossas metas nos conscientizamos daquilo que desejamos e esta-
Todo este detalhamento busca a obtenção de
belecemos os passos a serem dados rumo à sua
uma visão ampla e profunda da sua meta. Tudo
realização. Vamos ver alguns passos fundamen-
deve ser pensado para que você afirme se vale
tais para que você possa transformar seu desejo
mesmo a pena ou não ir adiante!
numa meta concretizável. 34
4. Identificando as pedras no caminho
Quando falamos em ir em busca de uma
meta, falamos de um empreendimento, no qual
confiança, domínio de um determinado
investimos tempo, recursos financeiros e nossas
idioma... – e externos – investimentos finan-
emoções (afinal, estamos falando de sonhos que
ceiros, disponibilidade de tempo, parcerias,
mudam nossas vidas, que impactam em nossa
networking, equipamentos, ferramentas,
felicidade!). E todo empreendimento envolve riscos. Uns
realização de cursos, viagens...) Olhando para esta lista, marque todos os
mais, outros menos, mas todos têm algum nível
recursos de que já dispõe. Depois faça uma
de risco. E a maioria das pessoas teme os riscos. É
lista separada com os recursos internos e
a nossa preservação natural querendo nos pro-
externos de que ainda não dispõe.
teger. E sim, é possível ter um risco calculado –
Reflita sobre quais são as suas prioridades e
ainda que até certo ponto, não em sua totalidade,
como você pode fazer para obter aquilo que
é claro. Para tanto, você pode – e deve! – fazer um
necessita para dar continuidade à busca de
levantamento de riscos.
Dicas:
sua meta. Planeje-se! Lembrando de listar prioridades, ações e prazos!
Faça uma lista de tudo aquilo que pode colocar
sua meta a perder. Riscos externos (parcerias
Existem outros passos e outras ferramen-
que se desfazem, situação econômica, condições
tas que podem em muito contribuir para a
climáticas, questões políticas, sociais, morais ou
realização das suas metas, como motivação,
religiosas...) e riscos internos (conflitos morais,
reprogramação e avaliação de desempenho.
desmotivação, condições de saúde...). Realmente
Falaremos sobre isso nas próximas edições!
pense em tudo que pode impedir a realização do
Fique ligado!
seu objetivo. Para cada item identificado, levante uma ou
Por fim, quando concluir sua meta, exerça sua gratidão! Reconheça seu valor e o valor de
mais opções de resolução. Desta maneira, você
todos que puderam contribuir com seu sonho.
reduzirá significativamente os riscos. Mas tenha
E como a vida é feita de sonhos, metas e de-
em mente que imprevistos podem acontecer.
safios, volte à sua lista de desejos e parta para
Assim, tenha planos B, C, D...
sua mais nova jornada! Boa sorte!
5. Buscando recursos Da mesma maneira que devemos levantar os riscos, é crucial realizar o levantamento dos recursos de que dispomos, sendo eles internos e externos. Desta forma, poderemos ter a noção do que iremos precisar para concretizar nosso sonho.
Dicas:
R R R
Pense em sua meta realizada. Liste tudo que foi
necessário ter ou fazer para o sucesso deste seu empreendimento. Tudo mesmo! (Recursos internos – coragem, determinação, assertividade, 35