N ot í c ias
Ano
15
•
n0 69
|
J unho
PROJETO DE GERAÇÃO DE ENERGIA do cindacta iv em TIRIÓS (PA)
2018
|
ww w . de c e a . g ov. br
Notícias - Ano 15
01110100 0110111 00100000 01110100 0110111 00100000 01001110 01000100 01000101 01001110 01000100 01000101 01010000 01110010 0110111 01010000 01110010 0110111 01110100 0110111 00100000 01110100 0110111 00100000 01001110 01000100 01000101 01001110 01000100 01000101
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n 0 69
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Reportagem Tecnologia a serviço da sustentabilidade Painéis solares garantem o funcionamento dos equipamentos de navegação aérea na Amazônia
09
Artigo Cotejamento, o contrato da instrução Um aspecto pouco debatido, mas que possui uma importância relevante e crucial à segurança de voo
PROJETO
LANDELL 11
Artigo Resultados do Sistema de Previsão Numérica do Tempo de Alta Resolução CNMA implementa sistema de alta resolução realocável para defesa militar baseado no WRF
17
Reportagem CPDLC será aplicada no espaço aéreo continental brasileiro Como signatário da OACI, o Brasil tem acompanhado a evolução mundial a partir da aplicação de ferramentas para a melhoria do serviço de navegação aérea no País
21
seção: Quem é? Major Lopes “Eu quero sempre que o tempo não passe”
27
Reportagem Curso Básico de Gestão de Documentos Padronização e otimização dos processos técnicos referentes às documentações do DECEA suprem as necessidades específicas do SISCEAB
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Artigo Sistema de Gerenciamento de Pessoal Operacional – SGPO Economia e eficiência na emissão de habilitação técnica dos controladores de tráfego aéreo
30
•
Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel Aviador Reformado (MTB 38412 RJ) Coordenação de pauta e edição: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Denise Fontes (RJ 25254 JP) Gisele Bastos (MTB 3833 PR) Projeto Gráfico/Diagramação: Aline da Silva Prete (MTB 38334 RJ)
2
Fotos: Fábio Maciel (RJ 33110 RF) Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6031 Editada em junho - 2018
Nossa capa Na foto de Fábio Maciel, os painéis solares de Tiriós, PA - projeto de geração de energia sustentável implementada pelo CINDACTA IV.
Editorial Engajamento do efetivo nos leva à vanguarda em capacitação e tecnologia
J
á quase no início do segundo semestre de 2018, o
que seu trabalho impacte no resultado final, num
Departamento de Controle do Espaço Aéreo, por
ambiente de diálogo e confiança. É dessa forma que
meio da revista Aeroespaço, avança na transmissão
retratamos a história do Major Lopes, que está há
de preciosas lições de gestão ao nosso efetivo,
quase dois anos no CINDACTA IV e é o entrevistado
permitindo colocar à mostra a confiança mútua.
desta edição da Seção Quem é?
Sabemos que as mudanças não acontecem sem a
Na área de meteorologia, publicamos o artigo
participação e o engajamento de nossos componentes,
do Major Pereira, do CINDACTA I, que dá ênfase ao
que constroem a imagem do DECEA como uma
Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA)
organização de vanguarda em capacitação e
e a implementação do sistema de alta resolução
tecnologia.
realocável para defesa militar baseado no Weather
Estamos falando de valorosos profissionais que têm atitudes proativas e conseguem ver as
and Research Forecasting. Nesta edição, falamos também de economia e
necessidades, sugerindo melhorias, algumas até
eficiência na implementação do SGPO, sistema que
excedem a nossa expectativa, como foi o caso da
emite a habilitação técnica dos controladores de
criação do Curso ADM0001, que vem suprindo as
tráfego aéreo sem necessidade de impressão dos
necessidades específicas do SISCEAB relacionadas à
certificados. E, mais uma vez, uma ação que insere
gestão documental e à preservação de documentos.
o DECEA como pioneiro na permissão de acesso à
A reportagem traz informações dos resultados da
informação em tempo real.
aplicação do curso que mantém o DECEA sempre
A responsabilidade do controlador de tráfego
na vanguarda, com transparência e totalmente
aéreo na comunicação com o piloto é outro assunto
integrado na área de gestão documental.
destacado no artigo do suboficial da reserva Rezende.
Em outra reportagem, destacamos o Projeto
No texto, o autor, Mestre em Linguistica, enfatiza
LANDELL, inserido no Programa SIRIUS Brasil, que
a fraseologia, componente de reforço à segurança
contempla diversos empreendimentos, instituídos
operacional.
com base em orientações da Organização da
Na reportagem de capa, falamos de tecnologia a
Aviação Civil Internacional (OACI) para evolução
serviço da sustentabilidade. Retratamos os painéis
do gerenciamento de tráfego aéreo (ATM) global.
solares instalados em Tiriós, PA, garantindo o
Como signatário da ICAO, o Brasil tem acompanhado
funcionamento dos equipamentos de navegação
a evolução mundial a partir da aplicação de
aérea afetos ao CINDACTA IV com menor custo
ferramentas para a melhoria do serviço de navegação
operacional, esforço logístico e impacto ambiental.
aérea no Brasil, em atendimento às demandas
Estas reportagens são contribuições que inserem o DECEA na campanha Dimensão 22 da FAB, de
operacionais no SISCEAB. Outros militares, igualmente engajados, acreditam
controlar, defender e integrar o País.
Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas Diretor-Geral do DECEA
3
REPORTAGEM
Tecnologia a serviço da sustentabilidade Por Denise Fontes Fotos de Fábio Maciel
Painéis solares garantem o funcionamento dos equipamentos de navegação aérea na Amazônia
4
N
a fronteira com o Suriname, a 750 Km de distância de Manaus, está Tiriós, um povoado
no extremo norte do Pará. Cercado pela Floresta Amazônica e compartilhando espaço com aldeias indígenas. Considerada localidade estratégica, por ser rota de voos comerciais regulares para as américas Central e do Norte, onde está inserido o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tiriós (DTCEA-TS).
da região, e o único meio de acesso é o aéreo”. Para garantir o funcionamento dos equipamentos de navegação aérea, foi necessário prover sua própria energia, utilizando, primeiramente, uma matriz termelétrica baseada na queima de óleo diesel com três grupos geradores. “A poluição causada pelo consumo de combustível, o esforço humano, os custos com manutenção das máquinas e peças, além das dificuldades de transporte do óleo diesel a
Subordinado ao Quarto Centro Integrado de Defe-
bordo de cargueiros levaram à busca de uma solu-
sa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV),
ção alternativa de geração de energia elétrica”, jus-
o DTCEA-TS é responsável por manter equipamen-
tifica o chefe da Subdivisão de Engenharia Especia-
tos imprescindíveis à navegação e defesa aérea e ao
lizada do CINDACTA IV, engenheiro Boris Brandão.
controle meteorológico na região Amazônica.
De acordo com um estudo realizado pelos técni-
Com o objetivo de garantir a operacionalidade
cos da unidade, utilizando os recursos energéticos
dos equipamentos de navegação aérea com me-
disponíveis na localidade, o aproveitamento da
nor custo operacional, esforço logístico e impacto
energia solar seria a opção mais limpa, confiável e
ambiental, a Força Aérea Brasileira (FAB) apostou
econômica.
no projeto de geração de energia sustentável, considerado uma iniciativa pioneira no Brasil. “O uso de painéis fotovoltaicos, que convertem a luz do sol em energia elétrica, se tornou a melhor alternativa para Tiriós, assim como em Surucucu (RR), onde há uma Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA)” - explica o idealizador do projeto e chefe do Subdepartamento Técnico (SDTE) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Coronel Engenheiro Dalmo José Braga Paim.
Funcionamento Em atividade desde novembro de 2016, a estação híbrida integra painéis fotovoltaicos a grupos geradores a diesel. Eles produzem até 268 kilowatts de potência e são capazes de abastecer, de forma autônoma, o DTCEA Tiriós por até dez horas diárias. O sistema de absorção de energia solar é composto por 1.072 placas fotovoltaicas e cinco bancos de 24 baterias estacionárias ventiladas, que alimentam a
A usina solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras do novo milênio. Ela é inesgotável, renovável e estratégica para a preservação do meio ambiente, já que não gera poluentes. Todas essas vantagens se somam a redução do consumo do óleo diesel. Segundo o comandante do CINDACTA IV, Coronel Aviador Nilo Sérgio Machado de Azevedo, o maior desafio de Destacamentos como o de Tiriós é a logística: “A difícil localização geográfica e a ausência de energia elétrica comercial são algumas características
Monitoramento remoto realizado a partir do CINDACTA IV, em Manaus
5
Manutenção presencial do gerador no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tiriós (DTCEA-TS)
carga da estação com vida útil estimada em 20 anos. A logística para a implantação da estação envolveu cerca de 210 toneladas, dez meses de transporte de material e cinco meses de montagem, ocupando uma área aproximada de 2.400m². Desde o seu funcionamento, o projeto possibilitou a economia de 45% nos custos de geração de energia para a manutenção da unidade. “O investimento, de cerca de três milhões de Euros, entre a compra dos equipamentos e a logística de instalação, deve ser recuperado em até sete anos”, explica o engenheiro Boris.
Importância estratégica de Tiriós “São unidades como Tiriós, equipadas com radares, estações meteorológicas e sistemas de telecomunicações, que fornecem informações de defesa aérea e controle de tráfego aéreo ao CINDACTA IV”, afirma o Coronel Nilo. A complexidade da estrutura se justifica pela importância estratégica da região: além de ser rota de voos comerciais regulares para as Américas Central e do Norte, e monitorar um grande fluxo de aeronaves menores, como táxis aéreos, a região Amazônica apresenta uma significativa faixa de fronteira que a torna vulnerável ao tráfico ilícito.
A usina solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras do novo milênio. Ela é inesgotável, renovável e estratégica para a preservação do meio ambiente, já que não gera poluentes
Benefícios Com o objetivo de encurtar as distâncias e economizar os custos, foram instalados equipamentos de monitoramento remoto, que permitem supervisão e comando à distância e em tempo real, para que técnicos do CINDACTA IV realizem procedimentos de manutenções preventiva e corretiva sem a necessidade de estarem presencialmente no Destacamento. “Embora o custo de uma lâmpada seja insignificante, levá-la a Tiriós é extremamente caro, já que o acesso se dá somente por avião. Desta forma, com o objetivo de restringir demandas logísticas e ampliar ao máximo a vida útil dos equipamentos utilizados, foram adotadas alternativas autossustentáveis de longa duração, que minimizassem a necessidade da ida ao local”, pontua o Coronel Paim.
6
Funcionando com 100% de operacionalidade, o
“A qualidade e a confiabilidade do fornecimento de
sistema híbrido se mostrou seguro, confiável e eco-
energia gerada pelos painéis fotovoltaicos resultou
nômico, reduzindo significativamente o número de
em grandes benefícios econômicos e ambientais”,
falhas e panes operacionais. “Antes, com a utilização
comemora.
única de grupos geradores, eram necessários 22 mil litros de óleo por mês, o que exigia uma visita técnica mensal para manutenções corretivas e preventivas
Desafios
por conta do desgaste dos materiais envolvidos na
Para a desvinculação da necessidade de combustí-
queima do combustível. Com adoção da energia so-
vel, porém, ainda é preciso desenvolver uma solução
lar, passaram a ser utilizados 12 mil litros de óleo/
que supra energia à noite, pois os custos do armaze-
mês, sendo necessária apenas duas visitas preventi-
namento energético são muito altos.
vas por semestre, já que os equipamentos são monitorados remotamente” - contabiliza Boris.
O projeto está sendo conduzido por engenheiros do CINDACTA IV, visando à ampliação do sistema, elimi-
De acordo o chefe da Divisão Técnica do CINDACTA
nando o diesel como principal matriz energética da
IV, Coronel Aviador Arthur Carlos Guedes Naylor
unidade. “O investimento nessa área é fundamental,
Junior, comparada com outras fontes, a energia
pois com essa iniciativa haverá uma diminuição dos
solar se tornou a melhor alternativa, diminuindo o uso dos grupos geradores e fornecendo uma energia sustentável com baixo número de falhas.
custos operacionais, além de redução significativa das emissões de carbono (CO²)” - pontua o Coronel Paim.
Não há rio ou estrada para se chegar a Tiriós. Tudo o que existe lá foi levado por via aérea, em aviões da FAB, na década de 1970, quando ainda era um grande vazio demográfico e de difícil controle para a defesa
7
A importância da unidade também está ligada ao desenvolvimento e à integração da região. Tiriós se insere nesse contexto da campanha Dimensão 22 da FAB, de controlar, defender e integrar o País. Além de disponibilizar informações de meteorologia, de telecomunicações e de radar, a unidade presta apoio às comunidades indígenas
O radar secundário do DTCEA- TS é um dos primeiros da região a identificar aeronaves vindas do Norte e tem um alcance de 250 milhas, capaz de controlar o espaço aéreo das fronteiras com as Guianas e o Suriname
8
ARTIGO
Cotejamento, o contrato da instrução Por Suboficial R1 Francisco José Rezende Foto de Luiz Eduardo Perez
O
tema sempre passa despercebido pelos usuários do espaço aéreo, então, iremos fundamentar aqui neste artigo uma descrição desta sutileza em nossas vidas no tráfego aéreo. O cotejamento é uma instrução de ordem direta dos órgãos de Controle de Tráfego Aéreo, ou seja, um aspecto que é pouco debatido em nossas leituras, mas que possui uma importância relevante e crucial à segurança.
Vejamos itens deste acordo bilateral: ICA 100-37, SERVIÇOS DE TRÁFEGO AÉREO 2016
3.9.7.1 O piloto em comando deverá cotejar (repetir) para o controlador de tráfego aéreo as seguintes autorizações e instruções transmitidas de forma oral, relacionadas com a segurança. 3.9.7.3 O controlador deverá escutar o cotejamento para assegurar-se de que a autorização ou a instrução foi recebida corretamente pelo piloto em comando e adotar as ações imediatas para corrigir qualquer discrepância revelada no cotejamento. Definição de Instrução de Controle de Tráfego - Diretriz expedida pelo controle de tráfego aéreo com a finalidade de exigir que o piloto tome determinadas medidas. MCA 100-16, FRASEOLOGIA DE TRÁFEGO AÉREO 2016
As palavras CIENTE (em português) e ROGER (em inglês) não devem ser utilizadas quando for exigido ou se solicitar “COTEJAMENTO” ou em resposta Na relação entre órgão de controle e aeronave existe um contrato firmado que deve ser “assinado” via fonia.
Isto é um dever bilateral na instrução, que cabe responsabilidades às duas partes, tanto ao controlador como ao piloto. O item 3.9.7.3 expressa o hearback que, dependendo da quantidade de tráfego e da carga de trabalho, poderá passar despercebido e promover danos à segurança de voo. Controladores de Tráfego Aéreo (ATCO) devem escutar 100% do retorno da instrução dada, pois é neste momento de assinatura que o piloto firmará sua obrigação de fazer o que cotejou. Este retorno deve ser escutado e avaliado pelo ATCO, antes da emissão de que o cotejamento está ou foi correto. O cotejamento é um critério de avaliação da instrução dada e escutada por ambas as partes deste contrato, tanto pelo órgão de controle bem como da aeronave.
9
Comunicações no Controle de Tráfego Aéreo Há pouco tempo, um político brasileiro foi transportado para prisão por via aérea. Infelizmente, esse evento expôs de forma bem nítida as violações de nossas frequências. Ficou evidente como a nossa comunicação é susceptível de interferências indevidas. Por isso, o cotejamento ainda é o melhor dispositivo para isso. As faixas de VHF são abertas e acabam permitindo escutas e transmissões. Nas capitais de nosso País existem ruas de comércios eletrônicos, onde qualquer pessoa pode comprar um transceptor de VHF e começar a escutar as nossas transmissões. Com o passar do tempo, essas pessoas acabam se familiarizando com a nossa terminologia, podendo adentrar às frequências de tráfego aéreo e, consequentemente, emitir “falsas instruções” às aeronaves. Isso já aconteceu, mas durante o cotejamento do piloto no hearback foi identificada a transmissão clandestina. Com isso, danos maiores à operação foram evitados, porque o órgão de controle não havia emitido aquela instrução e o piloto iniciou o cotejamento. Livremente vendidos, os transceptores têm potência reduzida, por isso a transmissão ‘terra-ar’ acaba ficando fácil no momento em que a vítima esteja voando. Infelizmente, o órgão de controle é também uma vítima neste sentido.
Leis em Vigor No contato inicial, a origem da transmissão é identificada pela fraseologia e, através do cotejamento, pode-se oferecer segurança à instrução durante o hearback. No Código Penal Brasileiro, o Capítulo ll, que versa sobre Crimes Contra a Segurança dos Meios de Comunicação e Transporte e Outros Serviços Públicos, deixa bem claro a violação das nossas comunicações. CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: Pena - reclusão, de dois a cinco anos. Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo § 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação, queda ou destruição de aeronave: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 10
Prática do crime com o fim de lucro § 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem. Modalidade culposa § 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: Pena detenção, de seis meses a dois anos. Lei Antiterrorismo, Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 § 1º São atos de terrorismo: IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça à pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento. As duas leis são bem claras quando se referem às nossas comunicações, pois elas tipificam e identificam as penas para tais violações. Em outras instâncias, a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA 63-21), que trata do Programa para Prevenção de Ocorrências de Incursão em Pista no Órgão de Serviço de Tráfego Aéreo (ATS), dá suporte à fraseologia correta e atribui ao cotejamento o fator principal para o entendimento entre as partes, ou seja, ao controlador e ao piloto, a fim de se evitar incursões de pista. Devemos estar sempre cientes de que nossas instruções foram recebidas conforme o cotejamento do piloto e escutarmos com muita atenção o retorno da instrução dada, o que também faz parte da segurança.
Fique atento ao solicitar o cotejamento, pois a nossa fraseologia é um componente de reforço à segurança operacional. Afinal, cotejar não é só repetir e “papagaio de torre” nunca existiu.
ARTIGO
Resultados do Sistema de Previsão Numérica do Tempo de Alta Resolução Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica implementa sistema de alta resolução realocável para defesa militar baseado no Weather and Research Forecasting Por Major Antonio Vicente Pereira Neto
Introdução Tendo em vista a premente necessidade de informações meteorológicas em operações militares, para serem aplicadas no planejamento, execução e sustentação das ações militares, o Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA), principal órgão de meteorologia do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), implantou um sistema de Previsão Numérica do Tempo de Alta Resolução (PNTAR) baseado no Weather and Research Forecasting (WRF), e criou a seção de Meteorologia de Defesa (CNMD) para assessorar os tomadores de decisão no que tange ao impacto dos fenômenos meteorológicos nas operações militares.
Para validar o sistema implantado, o foco foi a região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, que fica no Oeste da região Sul do Brasil (WSUB). Segundo Sampaio e Silva Dias (2014), esta região apresenta previsibilidade climática de confiabilidade média para precipitação. O objetivo deste artigo é verificar os resultados do sistema PNTAR. Para isso, serão comparadas as saídas de temperatura do ar a 2 m da superfície, umidade relativa do ar, vento à superfície e precipitação do PNTAR com os dados coletados in situ na cidade de Foz do Iguaçu.
1111
Material e Método 1 - Dados Observacionais Os dados observacionais foram medidos in situ por sensores de uma estação meteorológica automática instalada na cidade de Foz de Iguaçu - PR. 2 - Modelo WRF e sua configuração A versão 3.6.1 do WRF (Skamarock et al. 2005) foi utilizada para as simulações com três domínios aninhados (D1, D2 e D3), e as rodadas foram conduzidas com o Advanced Research WRF (ARW-WRF) para um período de integração de 36 horas, sendo que as 12 primeiras horas foram descartadas como spin-up resultando em uma previsão de 24 horas.
Previsibilidade climática sazonal para a América do Sul. Fonte: Adaptado de Sampaio e Dias (2014).
Grades aninhadas do modelo WRF a) D1 (linha pontilhada) b) D2 (linha cinza) c) D3 (linha contínua) com detalhe à direita mostrando a cidade de Foz do Iguaçu.
12
As parametrizações utilizadas para as simulações estão listadas na tabela a seguir: Parametrizações dos Processos Físicos
Processo físico
Parametrização
Referência
Microfísica
WSM3
Hong Dudhia e Chem (2014)
Radiação de onda longa
RRTM
Mlawer et al. (1997)
Radiação de onda curta
Dudhia
Dudhia (1989)
Camada de superfície
MM5 similaridade
Paulson et al. (1970)
Processos de superfície
Noah-LSM
Chem e Dudhia (2001)
Camada limite planetária
Yonsei University Scheme
Hong e Pan (1996)
Convecção
Grell e Freitas
Grell et al. (2013)
3 - Métodos de avaliação dos resultados Os resultados do PNTAR foram comparados com as observações da estação meteorológica de Foz do Iguaçu e analisados de maneira qualitativa e quantitativa para avaliar o desempenho do sistema PNTAR para as variáveis de temperatura do ar a 2m, umidade relativa do ar, velocidade do vento e precipitação. Os índices usados para avaliar os resultados foram: o Erro Médio (Viés), que indica a direção do erro (um viés positivo indica superestimação e um negativo subestimação dos valores observados), a Raiz do Erro Quadrático Médio (RMSE), que mede a amplitude do erro (o valor zero indica uma previsão ideal) e o Coeficiente de Correlação de Pearson (r), que mede o grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas entre -1 e 1, o sinal (positivo ou negativo) e o valor sugerem a direção e a força deste relacionamento, enquanto o zero indica a ausência de correlação. Os valores dos índices estatísticos viés (1), REQM (2) e r (3) são calculados pelas seguintes equações, onde pi e x representam as previsões, oi e y representam as observações, e N é o número de dados analisados.
Para a avaliação da habilidade preditiva das precipitações, além dos índices já mencionados (viés, REQM e r), foram gerados índices baseados na tabela de contingência (Oliveira e Oyama, 2007) como medidas de exatidão com a proporção de acertos (H), probabilidade de detecção (POD), falso alarme (FAR) e viés e medidas de desempenho como o Heidke Skill Score (HSS).
Resultados e Discussão 1 - Precipitação Na figura a seguir, a precipitação diária prevista pelo modelo é comparada com os dados pluviométricos de Foz do Iguaçu e pode-se observar que o modelo conseguiu visualizar precipitação em todos os instantes onde a chuva realmente aconteceu, contudo, as magnitudes das chuvas ficam bem diferentes. Uma possível explicação para essa diferença pode estar relacionada à distância entre o ponto de grade de onde foi extraída a precipitação prevista e o posto pluviométrico de onde foram coletados os dados. 13
Ciclo mensal de precipitação (mm)
(a) junho
(b) dezembro
São apresentadas na tabela a seguir as medidas estatísticas de exatidão e desempenho para os limiares de 0,1 mm, 1 mm, 5 mm e 10 mm com previsão de 24h. H representa a fração de casos previstos corretamente em relação ao total de acerto do sistema e nota-se que este índice eleva com o aumento dos limiares maiores. No mês de junho H foi superior a 0,9 (indicando acerto superior a 90%) para todos os limiares. Para dezembro H ficou entre 0,52 e 0,81 (52 e 81% de acerto). O POD, que representa a probabilidade de previsão correta quando o evento ocorre, diminui à medida que o limiar aumenta, indicando uma probabilidade menor de previsão para eventos com maior intensidade. O FAR indica fração de alertas falsos em relação ao total de ocorrências previstas. Para um sistema de previsão perfeito deve ter o valor igual a 0. Para nenhum acerto valor 1 apresentou valores entre 0,5 e 0,8 para dezembro, indicando maior probabilidade de alertas falsos. Para junho, os valores ficaram próximos a 0,2, resultado coerente, tendo em vista a maior ocorrência de precipitação em dezembro. Índices estatísticos
14
D1_Dez 0.1
1
5
10
D2_Dez 0.1
1
H
0.55
0.52
0.68
0.77
H
0.61
POD
0.83
0.88
0.67
0.5
POD
FAR
0.55
0.67
0.67
0.71
Viés
1.83
2.62
2
D1_Dez 0.1
1
HSS
0.17
D1_Jun
5
10
D3_Dez
0.1
1
5
10
0.58 0.71
0.77
H
0.65
0.68
0.71
0.81
0.83
0.88 0.67
0.25
POD
0.33
0.12
0
0
FAR
0.5
0.63 0.64
0.8
FAR
0.43
0.75
1
1
1.75
Viés
1.67
2.38 1.83
1.25
Viés
0.58
0.5
0.5
0.5
5
10
D2_Dez 0.1
1
10
D3_Dez
0.1
1
5
10
0.17
0.25
0.24
HSS
0.27
0.24 0.29
0.09
HSS
0.19
-0.01
-0.15
-0.09
0.1
1
5
10
D2_Jun
0.1
1
10
D3_Jun
0.1
1
5
10
H
0.9
0.97
1
0.97
H
0.93
0.93 0.93
0.97
H
0.9
0.97
1
0.97
POD
0.6
0.75
1
0
POD
0.8
0.75
0
POD
0.6
0.75
1
0
FAR
0.25
0
0
NaN
FAR
0.2
0.25 0.5
NaN
FAR
0.25
0
0
NaN
Viés
0.8
0.75
1
0
Viés
1
1
0.75
0
Viés
0.8
0.75
1
0
D1_Jun
0.1
1
5
10
D2_Jun
0.1
1
5
10
D3_Jun
0.1
1
5
10
HSS
0.61
0.84
1
0
HSS
0.76
0.71
0.46
0
HSS
0.61
0.84
1
0
5
5 0.5
O HSS, que informa a capacidade preditiva do PNTAR, indica que o modelo proporcionou bons resultados em junho, com valores acima de zero, mostrando um desempenho melhor que uma previsão aleatória. Vale notar que o melhor desempenho ocorreu para limiares menores. A análise também evidenciou que o pior resultado foi indicado para dezembro e D3 com valores negativos, o que significa que os esquemas de parametrizações escolhidos podem ser inadequados para previsão nesta região, apesar de terem apresentado uma boa estatística. 2 - Temperatura a 2m, Umidade Relativa e Vento à superfície A estatística para temperatura do ar a 2m, umidade relativa do ar e vento à superfície é demonstrada na tabela a seguir. Para o mês de junho (dezembro), a análise estatística evidencia através do viés que o PNTAR subestima as previsões de umidade e vento para os três domínios com valores médios de 2,3 (5,5) e 0,8 (1) e superestima a temperatura a 2 m com valor médio de 1,6 (3,6). Outra característica observada é que o viés das três variáveis (temperatura, umidade e vento) ficaram muito próximos para os três domínios, não sendo possível afirmar que o domínio com maior ou menor resolução gerou melhor resultado para esta configuração.
Índices estatísticos
r
Temperatura
Umidade
Vento
Viés
REQM
D1
D2
D3
D1
D2
D3
D1
D2
D3
J
0,79
0,79
0,80
1,61
1,72
1,53
3,73
3,64
3,58
D
0,57
0,55
0,56
3,69
3,62
3,62
4,90
4,84
4,89
J
0,54
0,53
0,54
-2,27
-2,50
-2,58
16,02 16,12
16,23
D
0,60
0,59
0,59
-5,41
-5,28
-6,67
15,95
16,18 16,89
J
0,56
0,58
0,57
-0,98
-0,71
-0,63
2,14
2,03
2,00
D
0,42
0,40
0,40
-1,32
-1,07
-0,94
2,98
2,92
2,87
O REQM, que mede a amplitude do erro, é também destacado indicando para a temperatura a 2m o valor médio de 3,7 (4,9), para umidade de 16,1 (16,3) e velocidade do vento de 3,0 (2,92) no mês de junho (dezembro). Da mesma forma os valores não apresentaram uma diferença significativa entre os domínios. O coeficiente de correlação de Person, que mede o grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas com variação entre -1 e 1, sendo zero ausência de correlação, demonstra que a umidade relativa simulada acompanhou bem as observações e indicaram que as variáveis estudadas acompanharam bem o padrão observado e apresentaram valores acima de 0,5 para todos com exceção do vento à superfície para dezembro, sendo classificados como Forte. A figura na próxima página mostra as evoluções das variáveis no tempo. No mês de junho observa-se um viés frio durante a noite e quente durante o dia, com temperatura máxima sendo superestimada em 90 C. Em dezembro o viés é sempre quente com superestimava de máxima atingindo 120 C. A umidade relativa acompanhou bem o ciclo diário de variação e o vento simulado não foi capaz de acompanhar os picos observados, podendo ser explicado pela existência de algum fenômeno local.
15
(a)
(d)
(b)
(e)
(c)
(f)
Série temporal da precipitação (a) e (d), umidade (b) e (e) e vento (c) e (f) observado e previsto em Foz do Iguaçu em junho e dezembro.
Conclusão Com base nos resultados, conclui-se que o sistema PNTAR apresenta uma tendência em superestimar a temperatura máxima na região de Foz de Iguaçu para os três domínios e não representa os picos de velocidade do vento. As parametrizações para os processos de superfície e de convecção parecem ter influência nos processos físicos, bem como os fenômenos locais. Outra conclusão do trabalho foi que não houve diferença significativa para domínios com resoluções diferentes. No geral, o sistema PNTAR mostra-se eficiente em detectar a ocorrência ou não de chuva diária e prever que as demais variáveis meteorológicas básicas (temperatura, umidade e vento) acompanham bem o ciclo diurno.
16
0100000 01110100 0110111 00100000 01000101 01001110 01000100 01000101 10 0110111 01010000 01110010 0110111 00100000 01110100 0110111 00100000 0 01000101 01001110 01000100 01000101
Reportagem
CPDLC será aplicada no espaço aéreo continental brasileiro Como signatário da OACI, o Brasil tem acompanhado a evolução mundial a partir da aplicação de ferramentas para a melhoria do serviço de navegação aérea no País, em atendimento às demandas operacionais no SISCEAB Por Gisele Bastos Fotos: Seção de Comunicação do ICEA/ ASCOM DECEA Ilustração: Aline Prete / © Freepik 17
C
omunicar é sinônimo de transmitir, informar, divulgar. Aprofundando o conceito latino "communicare", encontramos, ainda, a definição de partilhar, participar algo, tornar comum. O princípio básico da comunicação leva em consideração a existência de um emissor, que define o canal que será utilizado para a transmissão da mensagem através de códigos e signos pré-definidos para um receptor. A boa comunicação pressupõe que o emissor consiga passar a informação de forma eficaz ao destinatário da mensagem, o que, muitas vezes, pode ser um desafio, especialmente quando se trata de comunicações aeronáuticas baseadas em VHF (Very High Frequence), com modulação analógica. Ruído, interferências e a baixa intensidade do sinal podem dificultar a compreensão da mensagem. A assertividade e a eficácia no trânsito de informações são propostas pela comunicação por enlace de dados entre controladores e Tela CPDLC no SAGITARIO
Comunicação por enlace de dados no ACC Atlântico
pilotos, a CPDLC (do inglês Controller Pilot Data Link Communications), tecnologia que permite o envio de mensagens de texto pré-formatadas e é uma alternativa às comunicações de voz, atualmente existentes, para operações de controle do espaço aéreo. Desde 2009 esta aplicação é utilizada no Brasil, mais especificamente no Centro de Controle de Área Atlântico (ACC-AO), juntamente com o Sistema de Vigilância Dependente Automática por Contrato (ADS-C), no qual o equipamento de bordo das aeronaves transmite informações de posicionamento do sistema de navegação. Esta e outras informações relevantes para o controle de tráfego aéreo provenientes dos sistemas embarcados são encaminhadas para o conjunto instalado em terra por meio de enlace de dados (data link). No espaço aéreo oceânico, o uso
18
da CPDLC, conjugado com o ADS-C, foi a solução para a melhoria das comunicações, quando comparado ao sistema de alta frequência até então utilizado de forma exclusiva. Houve aumento da consciência situacional dos controladores naquela região remota, em que a instalação de outros sistemas de comunicações e vigilância, como radar, por exemplo, não são possíveis devido a inviabilidade de custos ou aspectos técnicos.
Como funciona no ACC Atlântico O controlador de tráfego aéreo (ATCO) acompanha e monitora o percurso das aeronaves a partir de uma console, que utiliza o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO) e emite as orientações por meio da funcionalidade CPDLC. Nos aviões, dentro da cabine, as informações são recebidas pelo piloto em telas de comando, o que possibilita uma interpretação inequívoca, com possibilidade, inclusive, de revisão das mensagens anteriores e, se necessário, impressão, a partir de ações rápidas e simples.
Além do emprego de mensagens pré-definidas, que refletem a fraseologia padrão empregada, é possível a inserção de textos livres, de acordo com a necessidade operacional. Por sua característica digital, a comunicação é livre de ruído e interferências, o que diminui a probabilidade de erro ou falha de entendimento do comando passado e todo o histórico de comunicação fica registrado.
A CPDLC surge como um meio adicional para as comunicações entre pilotos e controladores
Faz-se necessário que as companhias aéreas estejam capacitadas com equipamentos de bordo que utilizem o FANS1/A (do inglês, Future Air Navigation System), para
a equipe foi dividida em nove subgrupos: Doutrina de Emprego, Interface Homem/Máquina (IHM), Capacidade Pesquisa, SGSO,
do
Espaço
Legislação,
Capacitação,
Aéreo, Análise
Técnico
e
Equipamentos Aeroembarcados.
Projeto LANDELL O projeto para a operacionalização da CPDLC no espaço aéreo continental brasileiro foi batizado de LANDELL, em homenagem ao padre brasileiro, pesquisador no ramo das telecomunicações e primeiro homem a conseguir a transmissão de sinais por meio de ondas eletromagnéticas, o que revolucionou as comunicações no mundo. Como uma das iniciativas do Projeto LANDELL, o DECEA instituiu, em 2017, um grupo de trabalho (GT) com o objetivo de estudar a aplicabilidade e a operação da CPDLC, desenvolvendo as ações necessárias à sua implementação. Sua composição se baseou, principalmente, na expertise de profissionais que já tinham trabalhado com a CPDLC no Centro de Controle de Área Atlântico (ACC-AO), sob a responsabilidade do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), localizado em Recife. Em maio deste ano, mais uma vez o GT se reuniu no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos. Considerando as entregas na estrutura analítica de projeto,
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) reconhece que a comunidade aeronáutica deva parti-
efetiva utilização do sistema e alcance dos benefícios esperados. Segundo o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar Ary Rodrigues Bertolino, a implantação da CPDLC Continental tem potencial para trazer benefícios para os usuários do espaço aéreo. “Com a melhoria do entendimento das comunicações e a inexistência de interferências
cipar ativamente do processo, desde
e ruídos, não haverá necessidade
o início, por meio de um trabalho
do controlador repetir uma auto-
colaborativo, para que essa iniciati-
rização ou instrução. Isso poderá
va de evolução do gerenciamento do
reduzir a carga de trabalho tanto
tráfego aéreo no Brasil e incremento
de controladores como de pilotos,
da segurança operacional nas comu-
o que se traduzirá em maior segu-
nicações se torne uma realidade.
rança nas operações aéreas”, expli-
A capacitação da frota, a regula-
cou o Brigadeiro Bertolino.
mentação e aprovação de aeronaves
O DECEA definiu um cronogra-
para operações data link e suas res-
ma de ações para que a operação da
pectivas tripulações são exemplos
CPDLC se estenda ao espaço aéreo
desta participação.
continental.
O gerente do grupo, o 1º Tenente Marcelo Mello Fagundes, explica os próximos passos do Projeto
19
Os estudos para a implantação
simulação de comunicações por
para a operacionalização da CPDLC
do CPDLC Continental vem sendo
enlace de dados que, até então, não
Continental será realizado sem que
realizados desde 2016. A proposta
existia no Sistema de Controle do
haja um ambiente para simulações
é que sua aplicação aconteça em
Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB),
exaustivas das propostas e vali-
fases pré-definidas, de forma gra-
denominado MSCS (Simulador de
dação do cenário projetado”, es-
dual, considerando aspectos como
Pilotagem e Controle de Tráfego
clareceu o gerente do projeto, o 1º
complexidade do espaço aéreo, con-
Aéreo
Tenente Marcelo Mello Fagundes,
junto de mensagens, dentre outros.
por Enlace de Dados).
utilizando
Comunicações
delas,
que
está
Essa plataforma foi implementa-
para
dezembro
da no Laboratório de Simulação do
de 2020, prevê a operação com
ICEA e no CINDACTA III. Assim, des-
um
A
primeira
programada
Programa SIRIUS Brasil
e
mais
de 2016, acontece o treinamento dos
O projeto LANDELL faz parte do
mensagens,
que
ATCOs do ACC-AO em situações não
Programa SIRIUS Brasil, que con-
permitirá a adaptação dos ATCOs
rotineiras, como por exemplo, falha
templa diversos empreendimen-
à nova ferramenta. Esta fase será
de comunicações, desvios meteoro-
tos, instituídos com base em orien-
realizada em uma porção do espaço
lógicos, aeronaves em emergência,
tações da Organização da Aviação
aéreo que compreende partes de
falha de CPDLC e ADS-C, conexões
Civil Internacional (OACI) para evo-
duas Regiões de Informação de Voo
manuais. O treinamento possibilita
lução do gerenciamento de tráfego
(FIR): Recife e Amazônica.
o aprimoramento das habilidades
aéreo (ATM) global.
conjunto
simples
de
restrito
psicomotoras dos controladores e a
Plataforma de simulação
habilitação de novos supervisores de equipe.
Como signatário da OACI, o Brasil tem acompanhado a evolução mundial, a partir da aplicação de
O projeto LANDELL começou em
O MSCS integrado ao SAGITARIO
ferramentas para a melhoria do
meados de 2013. O primeiro passo
também suportará as atividades do
serviço de navegação aérea no País,
foi o desenvolvimento estratégico
GT. “Nenhum trabalho de desen-
em atendimento às demandas ope-
e oportuno de uma plataforma de
volvimento, maturação e avanço
racionais no SISCEAB.
Encontro reúne grupo de trabalho no Instituto de Controle do Espaço Aéreo
20
Especialista em Comunicações.
SEÇÃO
Quem é? Major Lopes
“Eu quero sempre que o tempo não passe” Por Daisy Meireles Fotos de Fábio Maciel e arquivo pessoal do entrevistadoado
O Major Especialista em Comunicações Alexandre Lopes dos Santos é chefe da Subdivisão de Apoio do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV)
A
carreira militar foi um sonho de criança, conta a mãe do Major Lopes, Dona Judite: "Ele dizia: - Mãe, quero ser militar – e isso aconteceu aos 8 anos de idade. Alexandre sempre foi meu parceiro, ajudava no cuidado com os irmãos mais novos e com as tarefas de casa. Estudou em colégio público e por pouco tempo em curso preparatório, quando eu ainda podia pagar". Alexandre começou a trabalhar cedo, em obra, para ajudar em casa. Chegava tão cansado, que não conseguia parar para jantar. "A cultura que consegui dar aos meus filhos foi sem um tostão. Então, na formatura de sargento, quando eu vi a banda passar e meu filho atrás, marchando, fardado, desmaiei de emoção, tamanho o orgulho que tive dele”, conta Judite.
“Ele foi embora com 18 anos para a Escola. Depois que se formou, foi para o Sul, se casou, teve as filhas, ficou longe de mim. Convivemos muito pouco tempo, mas reconheço que ele é um vencedor. Esse menino é meu salto quântico! Alexandre é especial! Em todo o tempo, sempre foi do bem” – declara a mãe do Major Lopes. Em maio de 1990, aos 17 anos, Alexandre prestou concurso para a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Não foi o 01 da turma, mas ficou entre os primeiros colocados e, assim que se formou, em 3 de julho de 1992, como graduado em Eletrônica (BET), pôde escolher servir em Canoas (RS). Apresentou-se no Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunica21
Turma CFOE 2004
ções e Controle (2º/1º GCC - Esquadrão Aranha), em 24
21h. Só voltava para casa à meia-noite. E assim se repetiu
de julho de 1992, onde permaneceu por 11 anos, traba-
nos 29 dias de férias, sempre focado. O resultado foi po-
lhando com eletrônica do radar.
sitivo: conseguiu a última vaga no concurso.
Em Canoas, voltou a estudar para concluir o ensino
Em 15 de dezembro de 2003 foi transferido para o Cen-
médio e pensou em dar continuidade aos estudos. Por
tro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em
três anos seguidos tentou vestibular, passava, mas não
Belo Horizonte, para cursar o CFOE. Após a formatura,
conseguia tempo para cursar a faculdade. “Tenho esse
em 11 de dezembro de 2004, chegava a hora de escolher
defeito, sempre me envolvo demais com os compro-
a localidade. Da turma de oito alunos, ele foi o terceiro
missos profissionais e acabo deixando a vida pessoal de
colocado. Lopes pensou estrategicamente: São Gabriel da
lado”, reflete Lopes.
Cachoeira! Queria ganhar tempo e voltar logo para Cano-
Nos primeiros seis meses em Canoas, conheceu Cíntia e namoraram por quase dois anos, até que se casaram em 1994. Só em 1998, ainda como Terceiro Sargento, conseguiu entrar para a faculdade. Cur-
outro oficial em Comunicações quisessem ser transferidos para Canoas, a prioridade seria para quem estivesse em uma localidade isolada.
sou Licenciatura Plena em Matemática, na Univer-
Para o recém-oficial não seria tão ruim ficar pouco
sidade Luterana do Brasil (ULBRA) e se formou qua-
mais de dois anos (18 de janeiro de 2005 a 19 de março
tro anos e meio depois, com muito custo, pois não
de 2007) no Destacamento de Proteção ao Voo em São
era muito assíduo, por conta das viagens a serviço.
Gabriel da Cachoeira (DPV-UA), na época subordinado
Foi promovido, em 1999, a Segundo Sargento,
ao Serviço de Proteção ao Voo de Manaus (SRPV-MN). E
mesmo ano em que a sua primeira filha nasceu, Ma-
assim aconteceu. A família o seguiu dois meses depois.
ria Laura, hoje com 18 anos. Quase no final da facul-
Ele não tinha ideia do que ia encontrar nem como seria a
dade, começou a estudar em paralelo para partici-
adaptação, mas mantinha o mesmo ritmo, se dedicando
par da prova para o CFOE, que na época exigia nível
cada dia mais ao trabalho. Passou quatro meses sem ver
superior. Durante a faculdade, pegou todo material
a filha Maria Laura acordada, então com seis anos. “Co-
didático e literatura pertinentes ao concurso e, para
meçou uma série de missões, uma atrás da outra, e eu
passar, usou as férias só para estudar.
cada vez mais envolvido. Saía de casa às 5h da madruga-
Conseguiu uma sala reservada no Clube dos Sargentos de Canoas. Chegava às 6h e permanecia até às 12h. Para-
22
as, por causa da família. A lógica era a seguinte: se ele e
da, Maria Laura estava dormindo. Quando voltava, tarde da noite, a mesma coisa", conta o pai.
va para almoçar, descansava um pouco, voltava às 13h30
“Quando fomos para São Gabriel, eu era muito peque-
para o clube e só saía de lá às 18h. Jantava em casa, fica-
na. Meu pai era muito ocupado, então eu ficava mais
va um pouco com a família e retornava para o estudo às
tempo com a minha mãe”, conta Maria Laura, que tem
muito orgulho do pai pelas suas conquistas, tanto é que
2º/1º GCC: precisavam que ele voltasse para São Ga-
tentou a carreira militar, mas viu que isso é um dom e
briel da Cachoeira.
desistiu. “Para ser militar, eu teria que ser igual ao meu pai, tem que amar o que se faz. Todo mundo diz que ele poderia ter seguido outra carreira, mas acho que meu pai não teria um terço da realização profissional que tem como militar. Ele é muito feliz” – declara a filha. Em março de 2007, o então 1º Tenente Lopes voltou para o Esquadrão Aranha, em Canoas, conforme planejado. Lopes chefiando as diversas seções de manutenção, planejamento e instrução na área de equipamentos do SISCEAB. “O comandante, então Major Aviador André Luis Baruffaldi, contava comigo, já estava me esperando. Na verdade, eles prepararam o caminho para o meu retorno. Eu tinha seguido os passos do Suboficial Silva Filho, que entendia tudo do radar. Eu herdei toda a sua expertise e aprendi tudo o que ele me ensinou” – revela Lopes. O Major Aviador Rodrigo Magiolli, hoje chefe adjunto do Grupo de Acompanhamento e Controle na Empresa SAAB (GAC-SAAB), na época era capitão e atuava como chefe de Comunicação Social e Informática do 2º/1º GCC. “Tive oportunidade de trabalhar com o Lopes nas Operações envolvendo o Esquadrão e pude observar que é um militar extremamente dedicado ao serviço. Ele conduziu uma equipe para a montagem do radar do 2º/1º GCC no Morro da Igreja, para atender a um plano emergencial da Força Aérea Brasileira (FAB), montado
“Foi um susto muito grande. Eu já tinha dito que não iria mais sair de Canoas, minha cidade natal. A Valentina tinha muita alergia. Mas, como ele sempre colocou a carreira acima de tudo, acabei cedendo. Eu sabia que ele não iria recusar aquela missão, mesmo porque era convite de um Brigadeiro” – conta a esposa Cíntia. E assim aconteceu. Em janeiro de 2011, seguiu como comandante, pela segunda vez, do agora Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Gabriel da Cachoeira (DTCEA-UA) – subordinado ao CINDACTA IV, permanecendo até 2013. Nesse meio tempo, em dezembro de 2011, foi promovido a Capitão. No início de 2013, o Capitão Lopes foi transferido para a área do CINDACTA II – sendo designado para comandar o DTCEA-MDI - Morro da Igreja, na localidade de Urubici, SC, por três anos, de janeiro de 2013 a fevereiro de 2015. “Quando cheguei ao CINDACTA II para me apresentar, por onde eu passava era alertado pelos oficiais: - Não fica preocupado, qualquer coisa estamos aqui para te apoiar. Daí, fiquei realmente apreensivo, mas não poderia ser tão ruim assim. Para onde estou indo? Eles estavam me assustando. Tive a impressão de estar indo para o Armagedom. O discurso deles era de uma situação complicada. Mas pensei assim: eles estavam em Curitiba, uma cidade com ótima qualidade de vida, com conforto de trabalhar na sede. Deviam estar preocupados comigo por
no período da crise aérea. Foi o maior deslocamento terrestre realizado desde a criação do Comando da Aeronáutica. Em tempo recorde, conseguimos enviar o sinal radar para o CINDACTA II (Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo). Assim, nossos militares puderam controlar os mais de 30 mil voos mensais entre o Sul e Sudeste do País”. Em julho de 2008, Lopes recebeu a Medalha Prêmio Força Aérea Brasileira, por se destacar em criação técnico operacional de interesse da FAB. Em setembro de 2009 nascia sua segunda filha, Valentina, hoje com 8 anos de idade. Passou dois anos desfrutando do lugar de pertencimento, Canoas, a cidade que deixava sua família mais feliz. Foi, então, que ligaram do CINDACTA IV para o
Alexandre começou a trabalhar cedo para ajudar nas despesas da família.
23
trabalhar em uma localidade distante. Mas eu já tinha a experiência de São Gabriel e nada me assustaria tanto. Então, segui focado em cumprir minha missão. Sou otimista, pois onde todo mundo vê problema, eu vejo oportunidades para contribuir de alguma forma” – define-se nosso entrevistado. Cíntia confessa que não gostou da cidade, mesmo sendo gaúcha e acostumada com o frio, mas depois acabou se adaptando. As filhas estavam estudando, a mais nova fez o Jardim 1, 2 e 3 e a mais velha completou o ensino médio na cidade. "Tudo cooperava. Fechamos um ciclo e eu contei todos os 1.100 dias em que permaneci no DTCEA-MDI. No final das contas, tudo deu certo!” – contabiliza o Major. Quando chegou ao Destacamento, não viu nada de complicado ao se inteirar da rotina técnica e administrativa. Mas encontrou conflitos na divisão de tarefas, o que refletia na rotina operacional. Como é instrutor de todos
até identificar e implementar várias mudanças. O expediente funcionava das 13h às 18h, mas ele chegava por volta das 7h40 e ficava conversando com os técnicos de serviço. Aplicou on the job training, com instrução e treinamento prático. Uma liderança colaborativa consegue extrair o melhor das equipes, dando oportunidade de desenvolvimento. Assim, conversava com eles e dava oportunidade de se colocarem, de falar da situação, o que naturalmente não revelariam a um superior. Realizaram juntos um bom trabalho, solucionando as questões de conflito. “A hierarquia é muito forte e tem embasamento legal; temos que cumprir as missões programadas (que são muitas) e as não programadas, que acatamos e com as quais convivemos com todas as angustias e ansiedades agregadas. Por isso, temos que lembrar do que vivemos. Nós deixamos misturado à infraestrutura o nosso sangue,
os equipamentos em operação no DTCEA-MDI, começou
o nosso suor e as nossas lágrimas. A gente não percebe,
a investigar as situações apresentadas. Depois de duas
só vai vivendo. Mas na verdade, se pararmos para pensar,
semanas, planejou passar um mês subindo todos os dias
é quase de enlouquecer. O sofrimento é muito grande,
para o radar, de domingo a domingo. Saía de casa às 7h
não há muito poder de conversação. Enquanto está tudo
e chegava ao Morro da Igreja por volta das 8h. Afinal, são
bem, estamos aqui conversando, mas na hora que aperta,
17 km de estrada plana e mais 20km de subida. Voltava
surge a hierarquia e a intimidade desaparece. Quando se
para casa às 18h. Só tirou uma folga na Semana Santa,
está muito envolvido nas missões, percebemos a dor que é
quando passou uns dias com a família em Canoas.
ficar longe dos familiares. Temos, então, que contar com
Todos os dias, sem interrupção, se inteirava e observava o comportamento do efetivo. Essa rotina permaneceu até outubro, ou seja, por oito meses,
os colegas de trabalho e, se você não pode contar com eles, fica difícil. A família, nas missões, passa a ser o amigo de farda”, considera o militar. Ele comandou o DTCEA-MDI como Capitão Lopes e se dedicou de forma nunca vista por qualquer elemento do efetivo antes. Era comum vê-lo fardado, trabalhando fora de horário e em fins de semana e feriados. A casa do comandante era distante cerca de 3km da vila dos graduados e isso os separava um pouco. Começaram, então, a promover confraternizações e instituíram o “Encontro dos ex-integrantes” – evento anual que aproximou muito o efetivo, desde 2014, e que reúne mais de 60 pessoas. “Eles sentem falta do que sofreram e do que riram. Não é fácil a vida na caserna, existem muitas dificuldades, enfrentamos muito frio e até neve. Então, esses reencontros nos trazem essa nostalgia” – reflete Lopes. “O então Capitão Lopes organizou uma cotização com
Família Lopes em Canoas (2010)
24
o efetivo do DTCEA-MDI para aumentar a área de lazer
da vila militar, onde hoje são realizadas essas confraternizações” – conta o encarregado da Seção Técnica do Destacamento, o Suboficial Joelson Oliveira Rocha Melos.
"Sou otimista, pois onde todo mundo vê problemas, eu vejo oportunidades para contribuir de alguma forma". Major Lopes
Como comandante do DTCEA-MDI, Lopes trabalhou com afinco na substituição do radar TRS 2230 pelo LP23SST, uma importante mudança para o Destacamento. Acompanhou todos os serviços de desmontagem do antigo radar e montagem do novo, sempre atento às pe-
todas as férias. Sempre adiando, diz que planeja tirar uns
culiaridades e necessidades de implementação de algum
dias com a família, mas no fim, as filhas e a esposa aca-
recurso físico ou técnico, pois o LP23SST é o único desse
bam viajando sem ele. “Tempo para ele é precioso. Acho
modelo com 16 módulos de potência.
que naquelas férias ele conseguiu desligar, coisa que não
Estreitou, ainda, as relações com o Instituto Chico
fazia há muito tempo”, conta a esposa.
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com
Em julho de 2015, concluiu o curso de aperfeiçoamento
relação ao Parque Nacional de São Joaquim, minimizan-
e voltou ao comando do DTCEA-MDI. Em janeiro de 2016
do os engarrafamentos por conta de visitação desorde-
foi transferido para o CINDACTA IV, sendo promovido a
nada de turistas, principalmente nos dias com neve. “Ele
Major no dia 27 de dezembro do mesmo ano.
conseguiu um shelter para ser usado no controle de entrada de turistas ao Parque e, por sua vez, ao Morro da Igreja. Junto à prefeitura do município, conseguiu viabilizar um retorno para os veículos de turistas", conta o Suboficial Joelson. Seu empenho para a revitalização da estrada de acesso ao Destacamento foi muito importante, principalmente pela perda de trafegabilidade devido ao risco de desabamento de parte da estrada. Hoje, a revitalização já é uma realidade.
Na seção de Infraestrutura do CINDACTA IV, ele é considerado um líder que busca qualificar sua equipe. “Nunca deixa seus subordinados sem apoio. Se alguém tem alguma demanda, qualquer que seja, sempre procura auxiliar e dar suporte para que a missão seja cumprida da melhor forma possível”, conta uma de suas subordinadas, a Tenente Engenheira Raíssa de Oliveira Reis. Major Lopes reconhece que exige bastante dos seus subordinados: “Eu tenho obrigação, como gestor desses oficiais, de estar preocupado com o cumprimento da
O Brigadeiro Luiz Ricardo – chefe do Centro de
missão. Mas uma coisa é eu ficar aqui até tarde, outra é
Aquisições Específicas (CAE) – era o comandante do
ter o cuidado de não exigir deles além da conta. O che-
CINDACTA II quando o então Capitão Lopes esteve no
fe tem que se controlar para não extrapolar o limite do
DTCEA-MDI. “Eu sei reconhecer quem ajuda e quem
funcionário. Preciso zelar pelo bem-estar deles e evitar
trabalha. O Lopes veio da Amazônia para assumir Morro
ultrapassar a constante elástica”- reflete o chefe.
da Igreja. Saiu dos 40 graus da Amazônia para os 5 graus negativos do inverno catarinense. Sempre foi proativo com o efetivo e o destacamento. Era uma pessoa de confiança e todas vezes que fui ao DTCEA-MDI ou que tive alguma ação, principalmente voltada para a área técnica, ele sempre se dispunha a fazer da melhor forma e com profissionalismo, tentando motivar a equipe para o objetivo final da missão, que era ter os equipamentos ativos em meteorologia, vigilância radar, comunicação” – conta o Brigadeiro Luiz Ricardo.
Dedicado, empenhado, participativo e comunicativo. São essas as características do líder que motivam seus subordinados, maximizando os pontos positivos e corrigindo os negativos. “Ele trabalha lado a lado com a equipe e tem a sabedoria para ensinar e a humildade necessária para tratar a todos como iguais e aprender nas mais diversas situações. Seu senso de justiça, igualdade e humanidade vai além de qualquer patente ou hierarquia militar. Ele é um exemplo de liderança a ser seguido dentro
Em fevereiro de 2015, a família finalmente conseguiu
e fora do militarismo. A experiência de estar ao lado
tirar 20 dias de férias. Isso aconteceu antes dele iniciar o
dele elevou a régua de qualidade da seção de Infra-
curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aero-
estrutura do CINDACTA IV. Ele nos desperta para
náutica, no Rio de Janeiro. De lá para cá, Lopes desistiu de
fazer o melhor com os recursos que temos. Nossa 25
equipe é mais coesa, profissional, comprometida e com uma liderança inspiradora” – avalia Raíssa.
Enfim, sonhos adormecidos, mas não esquecidos. Seu objetivo agora é terminar o mestrado.
O Tenente-Coronel Gilber Martins Valadares, coorde-
A filha Maria Laura diz que tudo que o pai conquistou
nador de Destacamentos do CINDACTA IV, reconhece a
foi por mérito dele, mas que o apoio da mãe fez muita
diversidade de conhecimentos dominados pelo Major Lo-
diferença. “Ele batalhou e enfrentou muitos desafios
pes. “Ele tem sempre uma opinião sobre todo tipo de as-
para conseguir o que quis. Tenho orgulho do meu pai e
sunto técnico. Mas a sua maior característica é a incan-
o aplaudo de pé. Foi complicada nossa adaptação às mu-
sável vontade de trabalhar. Parece ser um trator. Nunca
danças de escola, de vida, de amigos, de casa, sempre em
recusa uma tarefa e sempre está pronto para mais uma
função da sua carreira, mas a gente se acostumou a tudo
e é capaz de transformar derrotas em lições aprendidas,
isso”, conta.
conquistando a admiração de todos” – elogia o amigo.
Hoje, a família está feliz e adaptada em Manaus. E,
O Major Lopes pensa no mestrado que iniciou em Por-
daqui a pouco, faz dois anos que estão na cidade. Cíntia
to Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande
acredita que para o marido foi mais difícil, pela atividade
do Sul (UFRGS) e que está tentando finalizar há 15
que ele exerce, fora da sua especialidade, que é eletrôni-
anos, na área de Engenharia Elétrica com ênfase em
ca: “Ele optou por Manaus porque eu fiquei pressionando
Telecomunicações. Mas ele não desiste. Mesmo com
para vir para cá. Mas ele me disse que já se acostumou, se
as transferências e missões, vai cursando as cadei-
adaptou e está gostando muito do trabalho no CINDACTA
ras aos poucos, no seu tempo. Pensa, também, no
IV. Só posso falar bem do meu marido. Sei que o objetivo
projeto de circuitos eletrônicos em estrutura plana,
dele é ver a família feliz. Apesar das ausências em casa,
que começou em 2008. Lembra que iniciou um outro
ele sabe que está tudo bem, porque consigo dar conta.
projeto na área de ensino de Matemática na Univer-
Mas eu sei que posso contar com ele se precisar”, afirma
sidade Estadual do Amazonas (UEA), em São Gabriel,
Cíntia.
parado por conta da mudança para Santa Catarina. E, assim, recorda de outro, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), na área de Sensoriamento Remoto. Nesse, recebeu até um convite para o doutorado na Alemanha.
O Major Lopes não consegue deixar nada para o dia seguinte. “Eu quero sempre que o tempo não passe. Se tenho prazos a cumprir ou preciso atualizar e/ou sincronizar projetos, fico até o fim. Não consigo deixar nada pendente” - justifica ele, que gerencia 37 projetos dos 107 do CINDACTA IV. Não consegue desligar nem em casa. Instalou um VPN e trabalha aos sábados – das 14h às 18h. A esposa parou de reclamar faz dez anos, conta. Ele entende que isso é ruim e não fala com orgulho, mas é uma realidade. “Quando o militar sai da Escola, assume um compromisso ao receber as platinas. Mesmo direcionado para um lugar que ele não imagina como é, tem que se lembrar que fez um juramento e com testemunhas: a família, os colegas de turma, os amigos, as autoridades. É muita responsabilidade. Você tem que dar o melhor de si, tem que estar envolvido. Não é só passar orientação ou tarefa e imaginar que aquilo vai ser resolvido. Eu aprendi que não acontece desse jeito. Por onde passei,
Major Lopes e efetivo da Subdivisão de Infraestrutura do CINDACTA IV
comprovei isso. Às vezes, a gente não entende porque tantas mazelas acontecem, mas a explicação é falta de envolvimento” – reflete o Major Lopes.
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Reportagem
Curso Básico de Gestão de Documentos padroniza e otimiza os processos técnicos referentes às documentações do DECEA O Curso ADM001 supre as necessidades específicas do SISCEAB relacionadas à gestão documental e à preservação de documentos Por Daisy Meireles e 2º Sargento Mistyla Andrews Corrêa Silva Fotos de Luiz Eduardo Perez
Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo - CINDACTA I); 1º Tenente Danielle de Araújo Formiga (Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo - CINDACTA III); 1º Tenente Laila Silva da Fonseca (Departamento de Controle do
A
linhado com as novas tendências e demandas relati-
Espaço Aéreo - DECEA); 1º Tenente Natasha Moreira
vas à Gestão de Documentos foi idealizado o primei-
Barbosa Pinto (Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea
ro curso administrativo do Sistema de Controle do Espaço
e Controle de Tráfego Aéreo – CINDACTA IV); 2º Tenente
Aéreo Brasileiro (SISCEAB), em outubro de 2017.
Arquivista Ingrid Marins Peral (Junta de Julgamento
As
responsáveis
pela
gestão
documental
do
CINDACTA I identificaram a necessidade de capacitação
da Aeronáutica - JJAer); 2º Tenente Arquivista Luana de Almeida Nascimento (DECEA).
de profissionais dessa área. Logo, entraram em contato
“A solução encontrada foi a padronização e a otimização
com as outras organizações do SISCEAB e constataram
dos processos técnicos da parte de documentações do
que as dificuldades relativas à gestão adequada dos
DECEA – inseridos no Curso ADM001”, explicou a Tenente
documentos eram comuns a todos e precisava de um
Cleila, chefe da seção de Documentação do CINDACTA I.
gerenciamento adequado.
O curso, cuja duração é de uma semana com aulas pre-
Hoje, a composição do GT envolvido na gestão e
senciais, tem o objetivo de capacitar militares e civis que
coordenação do Curso ADM001 é formada por seis
atuam nas atividades ligadas à gestão de documentos
militares arquivistas: 1º Tenente Cleila Ferreira (Primeiro
arquivísticos no âmbito do SISCEAB. Os subsídios teóricos
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Prático. Todos os alunos recebem o material em um pen drive. A grade da programação consta de aulas de legislação arquivística federal; normas do Conselho Nacional dos Arquivos (CONARQ) e do Comando da Aeronáutica (COMAER); conceitos básicos arquivísticos; noções e arquivo; gestão e ciclo de vida dos documentos arquivísticos; classificação dos documentos arquivísticos; fases de gestão dos documentos arquivísticos; avaliação, temporalidade e destinação
Na foto, parte do GT que coordena a gestão do Curso ADM001
de
documentos;
procedimentos
arquivísticos; conservação e preservação. Duas oficinas complementam a instrução: funcionalidade arquivística do
e práticos proporcionados pelo Curso ADM001 possibilitam a identificação dos documentos arquivísticos, em qualquer suporte, e também propiciam noções básicas de como realizar a gestão e a preservação de documentos. Atualmente, vivemos um contexto histórico-social em que os cidadãos estão cada vez mais atentos ao funcionamento dos órgãos públicos, a exemplo do que prevê a Lei de Acesso à Informação (LAI). Além disso, novas tecnologias estão sendo incorporadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), como o Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos da Aeronáutica (SIGADAER). O DECEA precisava dispor de profissionais capacitados para a plena adequação do SISCEAB à essas tecnologias. “O Curso ADM001 atende à essa expectativa, pois proporciona conhecimento para a interoperabilidade do sistema e, como resultado, agilidade no acesso às informações e documentos, garantindo a qualidade dos serviços”, destaca a Tenente Nascimento. "Esse curso é importantíssimo para o DECEA, pois vai proporcionar uma elevação de nível na área de padronização e gestão de documentos” – reconhece o chefe da Divisão de Documentação (DDOC), Coronel Aviador da Reserva José Marcos Viégas.
Material didático O conteúdo do curso é todo digital e consta de apostila do Plano de Unidade Didática (PUD) e Guia
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SIGADAER e classificação e avaliação de documentos. Para a certificação, há uma prova teórica aplicada aos alunos, além de uma avaliação do curso no encerramento.
Nova proposta A coordenação do curso planeja uma nova capacitação específica para os arquivistas do SISCEAB, para que possam aprimorar seus conhecimentos. Posteriormente, será criado um GT para mapear as principais tipologias documentais do DECEA. “Nosso objetivo é relacionar as informações de acesso restrito e, com a identificação das tipologias, facilitar a classificação de temporalidade no SIGADAER” – explicou a Tenente Cleila. Segundo a arquivista, muitos documentos já nascem com caráter restrito, sendo classificados como reservado, ou seja, com grau de sigilo desnecessário. “Nós, arquivistas do DECEA, identificamos essa necessidade de mapear quais seriam exatamente esses documentos, por isso, o curso de capacitação”, justificou.
Visitas de inspeção A DDOC, com o propósito aumentar a eficiência nos processos administrativos do SISCEAB, está acompanhando o desenvolvimento das atividades de documentação executadas pelas OMs subordinadas ao DECEA.
As visitas de inspeções são realizadas por uma equipe técnica que orienta, auxilia e levanta informações quanto ao que se estabelece a legislação brasileira e as normas do COMAER para as atividades de Documentação. Nessas inspeções são vistoriados o Protocolo e as atividades do SIGADAER, da Biblioteca e do Arquivo, assim como as duas Subcomissões Permanentes de Avaliação de Documentos da Aeronáutica (SPADAER) e de Documentos Sigilosos (SPADS). São verificados, também, equipamentos, instalações, acervos, recursos humanos, capacitação e normas. A
O conteúdo do Curso ADM001 é disponibilizado em pen drive
equipe de vistoria complementa a inspeção com entrevistas para subsidiar o diagnóstico da situação atual das atividades de documentação da OM. As inspeções estão acontecendo em todas as unidades do DECEA, algumas antes e outras após a execução do ADM001, o que possibilita à DDOC acompanhar e comparar as realidades das OMs antes e depois da aplicação do curso.
Os resultados O DECEA e os CINDACTAs II, III e IV já receberam o curso e outras edições estão previstas ainda em 2018.
(DCTP) do DECEA mostram a satisfação dos alunos. Em alguns regionais, as coordenadoras receberam demandas extras para futuras turmas e, ainda, para criação do Curso ADM002. “Os alunos já apresentam ideias e planejamentos para organizar os documentos da seção e de como replicar as informações recebidas ao longo do curso”, conta com orgulho a Tenente Cleila. A expectativa é que os alunos disseminem os conceitos e ideias aprendidos e contribuam com críticas e sugestões para aprimoramento do Curso ADM001.
De acordo com a Tenente Cleila, o curso tem ganhado
O resultado vai manter o SISCEAB sempre na van-
força a cada turma, as avaliações que são encaminhadas
guarda, com transparência e totalmente integrado na
à Divisão de Capacitação e Treinamento Profissional
área de gestão documental.
A primeira turma do Curso ADM001 na sede do DECEA, em fevereiro de 2018
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ARTIGO
Sistema de Gerenciamento de Pessoal Operacional Economia e eficiência na emissão de habilitação técnica dos controladores de tráfego aéreo Por Suboficial BCT José Luiz de Araújo Costa Fotos: ICEA e Fábio Maciel
Registros funcionais dos Certificados de Habilitação Técnica (CHTs) lançados e aprovados diretamente no Sistema de Gerenciamento de Pessoal Operacional (SGPO) já comprovam a habilitação dos controladores de tráfego aéreo (ATCO) 30
A
partir de agora, não há mais
Controle do Espaço Aéreo Brasilei-
necessidade de imprimir es-
ro (SISCEAB) que atuam na Força
ses certificados. No portal do De-
Aérea Brasileira (FAB), na Empresa
partamento de Controle do Espaço
Brasileira de Infraestrutura Aero-
Aéreo (www.decea.gov.br), o usuá-
portuária (Infraero), na Marinha
rio pode visualizar esses registros
do Brasil, no Exército Brasileiro e
por meio do Sistema de Licença de
em outras empresas prestadores
Pessoal Operacional (LPNA).
de serviço. Dessa forma, o SDOP
No final de 2017, o Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA autorizou que seus órgãos regionais – os quatro Centros Inte-
proporcionou um controle mais eficiente das aprovações das habilitações técnicas, tanto da primeira emissão quanto das revalidações.
grados de Defesa Aérea e Contro-
Além de permitir fácil acesso aos
le de Tráfego Aéreo (CINDACTAs
usuários, a medida impactou di-
I, II, III e IV) e o Serviço Regional
retamente na economia de papel
de Proteção ao Voo de São Paulo
e insumos para impressora, não
(SRPV-SP) deixassem de impri-
havendo necessidade de imprimir
mir os CHTs dos ATCOs. A medida
o cartão, contribuindo ainda mais
atendeu, aproximadamente, cin-
para a preservação do meio am-
co mil profissionais do Sistema de
biente.
operacionais e inserção automática da habilitação pelo SGPO, sem a intervenção dos gerentes. Com todas as avaliações do estágio inseridas no SGPO, pelos instrutores, haverá a possibilidade de geração de gráficos com a evolução do estágio operacional, incluindo carga horária e conceito, permitindo que o processo seja acompanhado on time
"A digitalização do CHT segue uma tendência de acesso à informação em tempo real, isso em detrimento de informações no papel, que têm grande risco de estarem defasadas." SO J. Luiz
pelos instrutores e chefes dos órgãos operacionais, regionais e SDOP. Isso viabilizará os ajustes de possíveis desvios durante a instrução, bem como a correção dos óbices para os próximos estágios, otimizando, assim, a formação dos novos controladores. No processo gerenciado via SGPO, torna-se desnecessário o uso de papel. Se levarmos em conta
Com a automatização do processo de habilitação e de controle de pessoal já realizado no SGPO, as análises de operacionalidade e inspeções de saúde, fundamentais para a aprovação da emissão e revalidação das habilitações, são realizadas de maneira mais rápida e confiável. Todos os dados são inseridos por gerentes credenciados pelo DECEA, gerando um resultado analisado e informado pelo próprio Sistema. Esse procedimento está otimizando a distribuição de recursos humanos nas unidades onde são realizados os processos de análise de habilitação – gerenciamento de tráfego aéreo (ATM), por exem-
que são utilizadas, em média, 150 folhas de papel em apenas um processo de estágio operacional para ATCO – necessário à emissão de habilitação -, a economia é substancial, visto que anualmente são formados cerca de 300 controladores/ano. Soma-se, ainda, os processos de revalidação de habilitação e de manutenção operacional dos ATCO, que também serão inseridos no SGPO. "O DECEA foi pioneiro nesse conceito, ao disponibilizar o acesso às informações em tempo real com a adoção de QR CODEs (código de barras bidimensional que pode ser facilmente escaneado usando
plo. Como consequência, a ação trouxe benefícios
a maioria dos telefones celulares equipados com
para o SISCEAB, uma vez que está reduzindo a ne-
câmera)"– destacou João Ximenes, um dos desen-
cessidade de pessoal em setores administrativos
volvedores do sistema.
e possibilitando a realocação desses profissionais em órgãos operacionais. Na busca da melhoria contínua, o SDOP estima que até o final de 2018 será concluído o projeto SGPO na área de instrução, com a implementação do sistema em cada órgão operacional do Módulo Habilitação, o qual encontra-se em fase de testes finais. Por meio desse módulo, todo o processo de habilitação será realizado no SGPO, desde as fases iniciais do estágio operacional, com as inclusões das ordens de instruções específicas (OI), passando pelas avaliações finais, homologação do conselho operacional, ata dos conselhos
Até o final de 2018 será concluído o projeto SGPO na área de instrução e estágio operacional
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