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Índice 4

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Artigo Planejamento integrado

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Reportagem Especial Portal AIS - atualização e confiabilidade para o usuário

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Reportagem Segurança da Informação: responsabilidade de todos

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Reportagem Cuidando da Saúde Bucal

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Artigo A necessária proximidade com o usuário

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Conhecendo o DTCEA-BE Belém - PA

Nossa capa

Expediente

O DTCEA-BE é considerado o maior Destacamento de Controle do Espaço Aéreo subordinado ao CINDACTA IV. São 63 anos protegendo os céus da Amazônia, com a missão de expandir-se em promover os serviços de controle do trafego aéreo, telecomunicações, meteorologia e informações aeronáuticas.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Cel Av R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Gisele Bastos (MTB 3833 PR) Denise Fontes (RJ 25254 JP) Telma Penteado (RJ 22794 JP) Diagramação/Projeto Gráfico: Aline da Silva Prete Fotos: Fábio Ribeiro Maciel e Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6637 Fax: (21) 2262-1691 Editado em JANEIRO/2011 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial Permanecemos aqui, com a missão de continuar velando pelo controle do espaço aéreo brasileiro e a certeza de poder seguir com novas tecnologias, contando com a experiência de todo o efetivo do DECEA. A estrada à nossa frente nos leva a uma reflexão: não vamos esquecer do que trazemos dentro de nós, profissionais militares e civis. Protegemos e controlamos esse imenso espaço aéreo nacional e continuaremos a mirar o horizonte, de olhos postos no céu. Nosso trabalho não é fácil nem simples, mas é confiável e de excelência.Estamos, a cada dia, evoluindo, aprendendo novas técnicas, acatando novas ideias do efetivo e ganhando mais experiência para aplicar na qualidade do controle do espaço aéreo. Nosso efetivo, que hoje soma cerca de 11 mil profissionais, conta com o apoio da Direção-Geral em suas ações de apoio ao homem, na divulgação das suas atividades e na aceitação de ideias inovadoras que contribuem para a melhoria da qualidade do nosso trabalho e na atualização de nossa tecnologia. Estamos divulgando também nesta edição as ações do CINDACTA III no planejamento integrado para enfrentar o tráfego aéreo intenso nas férias de verão; a qualidade aplicada na nossa área de meteorologia; o trabalho intenso que é realizado pelo efetivo do Destacamento de Belém; a dedicação profissional do Suboficial Pompeu, do CINDACTA IV; e no estímulo que temos dado às práticas que beneficiam a saúde dos nossos profissionais.

Ressaltamos, ainda nesta edição, o lançamento do Portal AIS que, em seu sistema de gerenciamento permite a rastreabilidade das informações publicadas. Outro assunto de destaque é a Segurança da Informação no DECEA, que é responsabilidade de todo o efetivo. Assim é o DECEA, e estaremos sempre com o foco no SISCEAB, para o que nos pertence, pois nossas ações se refletirão em nosso cliente final. Estaremos sempre cultivando, com atitude e disciplina, o apoio ao homem e às suas ideias, trazendo mais dignidade profissional e pessoal. Que venham boas notícias em 2011 de nossas ações em prol do nosso espaço aéreo!

Tenente - Brigadeiro - do - Ar Ramon Borges Cardoso Diretor - Geral do DECEA


Artigo

Planejamento integrado Por Tenente-Coronel-Aviador José Vagner Vital

A preparação do CINDACTA III para a alta temporada de 2011

Todos os voos que se destinam ao Nordeste brasileiro, à Europa ou à África cruzam a área de jurisdição do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), que é responsável pelas Regiões de Informação de Voo de Recife (FIR SBRE) e do Atlântico (FIR SBAO), com uma área de cerca de 13,5 milhões de Km2. Segundo dados coletados pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), nas altas temporadas dos últimos três anos (2008 a 2010), 50% dos dez aeroportos mais movimentados do Brasil fora do eixo Rio – São Paulo estavam localizados na FIR SBRE, sempre em janeiro, fevereiro e março (meses de maior demanda na FIR SBRE). Este fato levou o CINDACTA III a sempre considerar este

FIR Recife e FIR Atlântico 4 AEroEsPAÇo

período de ¼ de ano como balizador de seus planejamentos. Até meados de 2010, a FIR SBRE estava dividida em oito setores de controle, com a prestação de serviços de tráfego aéreo sob a responsabilidade do Centro de Controle de Área de Recife (ACC-RE). Ao se comparar o movimento de aeronaves nestes setores de controle nos meses de janeiro a junho de 2009 com o mesmo período em 2010, observa-se que houve um crescimento abrupto de 25,32% em média em 2010 na FIR SBRE, com um movimento médio mensal registrado de 106.574 tráfegos. Foi observado que - nos anos de 2009 e 2010 - as terminais mais movimentadas na FIR SBRE foram Salvador e Recife, sendo cada uma responsável por 30%


Setores de controle da FIR SBRE até meados de 2010

e 25%, respectivamente, do movimento anual de aeronaves nesta Região. Esta velocidade elevada de crescimento trouxe, como reflexo, uma saturação dos setores 5 e 6 da FIR SBRE, que estão relacionados à Terminal de Salvador, levando à aplicação necessária de medidas de gerenciamento de fluxo em coordenação com o CGNA para manter a demanda dentro da capacidade de controle e dos níveis aceitáveis de segurança operacional. As informações acima foram consideradas como indicadores pelo CINDACTA III, para ajustar o planejamento das ações necessárias a um adequado gerenciamento de tráfego aéreo no final de 2010 e início de 2011, mesmo com um número maior de aeronaves, focandoas nos problemas relacionados ao fluxo de tráfego aéreo nos setores 5 e 6 da FIR SBRE. Seguindo as orientações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que estão alinhadas com as recomendações da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), o CINDACTA III realizou diversas Reuniões de Ações Colaborativas, que promoveram um ambiente propício para um planejamento integrado entre os membros da comunidade de gerenciamento de tráfego aéreo (ATM), num processo de decisões colaborativas. Estas reuniões começaram com a Primeira Reunião para o Desenvolvimento de Ações Colaborativas (1ª

REDACTA), em 29 de janeiro de 2010. Estas reuniões contaram com a presença de representantes do DECEA, do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA, do CGNA, dos CINDACTAs I e II, do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (SERIPA II), dos Destacamentos de Controle de Espaço Aéreo de Aracaju (DTCEA-AR) e de Fernando de Noronha (DTCEA-FN), da Gerência de Aeroportos do Governo de Pernambuco, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Empresa Bra-

sileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), da International Air Transport Association (IATA), das empresas aéreas Gol/Varig, Tam, Trip, Azul, American Airlines, Avianca, Air France, Tap, Taag, Líder Táxi Aéreo,Weston, OceanAir Táxi Aéreo, OMNI, Tam Aviação Executiva; da Petrobras, do Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA), da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), da SITA, da Administração do Arquipélago de Fernando de Noronha, do Operador do Aeródromo de Fernando de Noronha (FAA), da Associação de Pousadas de Fernando de Noronha, da Coordenação de Saúde do Distrito de Fernando de Noronha, dos Bombeiros e do Aeroclube de Sergipe. De posse das informações estatísticas e das levantadas nas Reuniões de Ações Colaborativas, o CINDACTA III ajustou a circulação de aeronaves nos setores 5 e 6 da FIR SBRE, com a implementação de rotas alternativas desde 26/08/2010, para organizar e reduzir o fluxo de aeronaves que voam nos referidos setores, cujos destinos são aeródromos fora destes setores e para reorientar o fluxo das aeronaves que operam nas seguintes localidades situadas no setor 6 da FIR-RE: SBTC (Comandatuba), SBTV (Terravista) e SBPS (Porto Seguro).

Rotas alternativas para reorientar o fluxo das aeronaves que operam em Comandatuba, Terravista e Porto Seguro

ROTAS ALTERNATIVAS SETORES 5 E 6

ACFT FROM/TO FIR

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EVOLUÇÃO DO TRÁFEGO NO ACC-RE DADOS POR SETOR

Comparação da carga de tráfego antes e depois das rotas alternativas e da fase 1 da ressetorização da FIR SBRE

Além de alterar a circulação na região dos setores 5 e 6 da FIR SBRE, o CINDACTA III também alterou a geometria dos setores de controle, dividindo em duas fases a implantação de novos setores da FIR SBRE e implantando a fase 1 já em 17/09/2010. Nesta fase 1, buscou-se melhorar a fluidez dos tráfegos, sem comprometer a segurança da operação. Os antigos setores 5 e 6 foram divididos em setores fixos e dinâmicos para aumentar a flexibilidade no agrupamento e desagrupamento de setores. A figura acima evidencia que tanto as

Fase 1 da nova configuração de setores da FIR SBRE

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rotas alternativas como a fase 1 da nova setorização trouxeram um aumento na capacidade de atender os sobrevoos de tráfegos na região dos antigos setores 5 e 6, sem comprometer as operações de chegada e saída de Salvador. Desta forma, o ACC-RE continuará com capacidade para a demanda prevista, permitindo uma boa prestação de serviço de tráfego aéreo na alta temporada de 2010/2011. O sucesso da setorização dinâmica usada na fase 1 da ressetorização da FIR SBRE motivou o CINDACTA III a estender este conceito para o restante da FIR (fase 2). Assim, foi realizado um redimensiona-

mento dos demais setores da FIR SBRE por meio das seguintes modificações:  divisão dos setores 1 e 2, para atender a demanda de tráfegos internacionais e das TMA Fortaleza, Natal e Recife;  adequação dos limites dos setores 3, 4, 5 e 6 para melhor ajuste das aerovias em vigor, das descidas e redução das coordenações ATS entre setores adjacentes;  divisão dos setores 7/8 para aumentar a capacidade de absorção de tráfegos, diminuição das coordenações, flexibilidade nos agrupamentos e desagrupamentos de setores, bem como, garantir maior fluidez para a demanda de tráfegos que operam na rota Brasília / Fortaleza / Europa e vice-versa. Com a entrada em vigor da fase 2, espera-se que o ACC-RE já esteja bem preparado para as demandas de 2012, graças à maior flexibilidade de agrupamento e desagrupamento de setores que esta nova configuração permite. As ações acima mencionadas não foram realizadas de forma isolada e representam um extrato de tudo que foi feito pelo CINDACTA III durante o ano de 2010, com a finalidade de garantir a adequada capacidade de controle de tráfego aéreo, em face da perspectiva de aumento da demanda.

Configuração final da fase 2 da ressetorização da FIR SBRE, cuja previsão de entrada em vigor é meados de 2011


Portal AIS

Reportagem Especial

Atualização e confiabilidade para o usuário Por Gisele Bastos - Fotos: Fábio Maciel

Não é possível passar despercebida a constante evolução tecnológica, principalmente, no que se refere à aviação. Na década que trouxe a proliferação de smartphones e computadores portáteis, a atualização da informação é um desafio e, especificamente no caso das informações aeronáuticas, fundamental.

Esta foi a proposta inicial do site AISWEB, oferecer aos usuários as informações necessárias para o planejamento e execução de um voo seguro. Desenvolvido em 2006, pela Fundação Atech, a página na Internet apresentava as funcionalidades necessárias para o cumprimento deste objetivo. “O site AISWEB foi uma excelente ferramenta, criada com o objetivo de disponibilizar ao usuário as Informações Aeronáuticas até então veiculadas somente em papel. Na ocasião, o Brasil foi um dos países pioneiros no mundo a desenvolver esse tipo de serviço, sendo adotado como modelo por outros países”, explicou o Major-Aviador Marcelo de Lima Pinheiro, Adjunto da Divisão de Coordenação e Controle (DCCO) do Subdepartamento de Operações (SDOP) e Chefe da Seção de Coordenação e Controle de Informações Aeronáuticas. O processo era simples, para realizar um plano de voo, o aeronavegante tinha acesso pela web ao AIP Brasil (Publicação de Informação Aeronáutica), ao Manual Auxiliar de Rotas Aéreas – o Rotaer, aos Suplementos AIP, as Cartas Aeronáuticas e ao Notam, do inglês Notice to Airmen, aviso com informação sobre a condição ou modificação de quaisquer instalações, serviços, procedimentos ou perigos aeronáuticos, de

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O Portal AIS possui um sistema de gerenciamento que permite a rastreabilidade das informações publicadas

Sala AIS no Aeroporto Santos Dumont

indispensável conhecimento nas operações de voo. A atualização das informações do AISWEB era feita pela Divisão de Informação Aeronáutica (D-SIA), do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), no Rio de Janeiro, estando o servidor alocado no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), em Brasília. Em abril do ano passado, a Seção de Coordenação e Controle de Informações Aeronáuticas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) iniciou o estudo para a criação de um novo portal com informações aeronáuticas. Um esforço conjunto reuniu profissionais do SDOP, do Centro Geral de Notam (CGN), do ICA, da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM), de vários setores da área de informática do CINDACTA I e do Subdepartamento Técnico (SDTE). “Com o passar dos anos, houve um crescimento acelerado da Tecnologia da Informação (TI), que permitiu o desenvolvimento de ferramentas amigáveis para o usuário, além de outras infinitas possibilidades. Essas mudanças revolucionaram as Organizações, públicas e privadas, contribuindo para uma maior proximidade com seus clientes”, explicou o Major Pinheiro. Nesta linha de pensamento, observou-se a necessidade de atualizar o site para divulgação das Informações Aeronáuticas produzidas sob

responsabilidade do DECEA. “O objetivo é incorporar os conceitos atuais no campo da TI, buscando, em primeiro lugar, a manutenção de um serviço de altíssima qualidade, como era oferecido através do AISWEB” – define o Major Pinheiro. Com esforço conjunto, foi possível agregar conhecimentos de várias áreas para que o produto final estivesse de acordo com os mais rígidos padrões de segurança e confiabilidade. Assim nasceu o Portal AIS, a fonte oficial de informações aeronáuticas em meio digital produzidas pelo DECEA. Sob coordenação do SDOP, a análise e o desenvolvimento do sistema foram feitos pela ASCOM, responsável também pela interface, logomarca e layout. A D-SIA do ICA deu todo o suporte para o desenvolvimento da plataforma e será indispensável no gerenciamento de conteúdo. A hospedagem do site, incluindo infraestrutura e suporte em TI, continua no CINDACTA I, e a segurança da informação está sob o encargo do SDTE. Na nova página, o piloto que pretende fazer seu plano de voo terá acesso a consultas mais rápidas e simplificadas. Também terá disponível uma ferramenta de busca, na qual através da inserção da localidade – em terminologia que obedece ao padrão da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) - terá acesso a várias informações sobre o aeródromo. Será possível visualizar na mesma tela o extrato AIP (Rotaer), o Notam, informações meteorológicas como o Metar - Meteorological Aerodrome Report ou Relatório Meteorológico de Aeródromo – e TAF – Terminal Area Forecast ou Previsão de Área Terminal –, além de cartas aeronáuticas (ADC – ARC - IAC – PDC – SID – STAR – VAC), Suplemento AIP, Carta de Navegação Visual -VFR (Visual Flight Rules) e a localização em mapa.

Uma grande mudança, mas não a única O Portal AIS estará integrado aos “REDEMET” e “Publicações DECEA”. Além disso, aqueles que se cadastrarem receberão 8 AEroEsPAÇo


Pilotos civis e militares terão acesso a várias informações sobre o aeródromo e poderão visualizar na mesma tela o Rotaer, o Notam, o Metar etc.

atualizações por e-mail e poderão solicitar assinaturas das publicações impressas diretamente ao Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Dúvidas ou questionamentos serão atendidos pelo “Fale Conosco”, que utiliza a plataforma de gerenciamento de atendimento do DECEA tendo, portanto, um tempo mais curto para a resposta. “A consulta ao NOTAM ficou mais amigável para o usuário, que agora não precisa mais decorar o código ICAO para as FIR (Regiões de Informação de Voo) brasileiras. Os Suplementos têm fácil identificação, diferente da ‘sopa de letras’ que existia antes. Agora, o usuário pode efetuar buscas de suplementos e AIP por emendas, diferentemente da proposta anterior”, completou o Major Pinheiro. As novas funcionalidades não teriam valor se não estivessem agregados a elas dois itens de fundamental importância: atualização e confiabilidade. A eficiência e a segurança do espaço aéreo estão apoiadas nas mais rígidas normas de segurança respeitando os padrões internacionais de aeronavegabilidade. Levando em consideração que estas normas são produzidas e divulgadas pelo DECEA e que o site também foi totalmente desenvolvido pelo Departamento, isto representa vários ganhos: a possibilidade de erros é minimizada, a manutenção é facilitada e a melhoria é contínua. Nesta configuração, os setores que detêm o conhecimento é que atualizarão os dados e a validação será feita pela D-SIA. “Cada seção tem suas normas, regulamentações, Instru-

As novas funcionalidades do Portal AIS estão agregadas a dois itens de fundamental importância: atualização e confiabilidade

ções do Comando da Aeronáutica, hoje vai tudo para o AISWEB atualizado pelo Instituto de Cartografia da Aeronáutica. No Portal AIS, por exemplo, o responsável pela área de tráfego aéreo é que vai atualizar a Instrução do Comando da Aeronáutica específica sobre este assunto e gerenciar as informações. A atualização se tornou muito mais cômoda, cada um é responsável por sua área, acessa e resolve”, explicou o civil Jair Siqueira Lima, da D-SIA. Por uma questão de segurança, o Portal AIS também tem um sistema de gerenciamento que permite a rastreabilidade das informações publicadas. Desta forma, os gerentes do Portal são notificados por email de qualquer erro encontrado no site, que deve ser corrigido em prazo mínimo. Sem burocracia, as atualizações acontecem em tempo real, levando em consideração, inclusive, o acompanhamento e cumprimento das datas do ciclo AIRAC (Regulamentação e Controle de Informação Aeronáutica), modificado a cada 28 dias. Disponível também no idioma inglês, o Portal AIS está conectado ao Facebook, rede social de compartilhamento de informações. No canto inferior da página de abertura, o usuário que recomendar o Portal estará automaticamente criando uma rede de usuários no Facebook. O Portal AIS substituiu a AISWEB a partir do dia 10 de fevereiro, mas o usuário não vai parar de ganhar funcionalidades. Entre as novidades, ainda em fase de preparação, está a inclusão dos corredores visuais para voo de helicóptero. AEroEsPAÇo

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Reportagem

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Responsabilidade de todos A missão do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) é prover a segurança e a fluidez do tráfego em nosso espaço aéreo e, concomitantemente, garantir sua defesa. Por isso, é de suma importância que as informações circulantes sejam gerenciadas de forma segura, contribuindo para a segurança operacional de todas as atividades críticas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). 10 AEroEsPAÇo

A segurança da informação e a sua importância no âmbito do DECEA A Segurança da Informação é a preservação da confidencialidade, da integridade e da disponibilidade da informação. Adicionalmente, podem ser requeridas outras propriedades tais como: autenticidade, responsabilidade, legalidade, não repúdio e confiabilidade. O DECEA se preocupou em formalizar essa área por meio de documentos normativos que trarão resultados significativos para a proteção das nossas informações. Em 2010 foi publicado o PCA 7-11 (Plano Diretor de Segurança da Informação), que estabelece o alinhamento da segurança da informação com os objetivos estratégicos do DECEA, direcionando ações de


curto, médio e longo prazos, visando tornar efetiva a segurança da informação. Além disso, foi publicada a DCA 7-2 (Política de Segurança da Informação do DECEA), que estabelece as responsabilidades, princípios e diretrizes da segurança da informação.

O papel da segurança da informação perante os objetivos estratégicos do DECEA Atualmente, a segurança da informação possui o papel de proteger as informações circulantes no DECEA, assegurando a continuidade dos sistemas de informação e suportando as ações de segurança operacional. Tem, ainda, como visão de médio e longo prazos garantir a excelência da segurança da informação aplicada ao SISCEAB, bem como possibilitar que o DECEA seja reconhecido por manter índices elevados de segurança em relação aos padrões exigidos.

A contribuição da política de segurança da informação nos processos de trabalho do efetivo do DECEA A DCA 7-2 possibilitará a formalização dos procedimentos de segurança da informação, garantindo que esta estrutura seja integrada ao SISCEAB, contribuindo para o funcionamento seguro do ambiente, através da definição das responsabilidades e papeis atribuídos a todo efetivo militar e civil do DECEA. Foram definidas as Diretrizes de Segurança da Informação a serem seguidas pelo DECEA e pelas Organizações subordinadas, sendo responsabilidade de todos o fiel cumprimento dos itens presentes na DCA 7-2 nas atividades cotidianas.

ASSICEA: a estrutura de segurança da informação no DECEA Durante o ano de 2010, foi criada no DECEA a Assessoria de Segurança

de Sistemas da Informação do Controle do Espaço Aéreo (ASSICEA), que está sendo formalizada através do regimento interno. Ligada diretamente ao Diretor-Geral, a ASSICEA terá como responsabilidade a Gestão da Segurança da Informação e vai acompanhar os níveis de riscos no âmbito do DECEA e de suas Organizações Militares subordinadas e, ainda, a gestão da continuidade das operações críticas. Com o objetivo de tornar todas as ações de segurança da informação alinhadas às diretrizes da ASSICEA foi criada a Seção de Segurança de Sistemas da Informação em cada Organização Militar subordinada ao DECEA. Esta seção deverá ficar subordinada diretamente ao Comandante da OM e terá como principal responsabilidade a execução das diretrizes determinadas pela ASSICEA, além de outras atribuições determinadas na DCA 7-2.

ENTREVISTA AER – Como responsável pela implementação da ASSICEA, qual a recomendação para o efetivo do DECEA? Há necessidade do comprometimento de cada servidor militar e civil em seguir as Diretrizes de Segurança da Informação presentes na DCA 7-2. Todos devem zelar pela proteção das informações circulantes no DECEA.

Brigadeiro-Engenheiro Luiz Antônio Freitas de Castro Chefe do Subdepartamento Técnico do DECEA

AER – De que forma o efetivo será conscientizado dessa nova política de segurança da informação no DECEA? Pretendemos criar uma cultura organizacional da importância da Segurança da Informação para a soberania do controle do espaço aéreo brasileiro, pois a Segurança da Informação é responsabilidade de todos nós. AER - Quais as ações iniciais da ASSICEA? A ASSICEA implantará novos projetos, ferramentas de Segurança da Informação e novas tecnologias, além de elaborar diretrizes necessárias para o correto funcionamento das operações cotidianas no que diz respeito à proteção das informações circulantes no ambiente do DECEA, entre outras responsabilidades presentes na DCA 7-2. AEroEsPAÇo 11


Reportagem Especial

Cuidando da saúde bucal Por Denise Fontes Fotos: Luiz Eduardo Perez e OASD

Dentistas da Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont promovem ação social nos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo. É uma brilhante operação. Desde a sua idealização até o início de sua operacionalidade, em outubro de 2009, a Unidade Móvel Odontológica (UMO) - o “Odontomóvel” - da Força Aérea Brasileira já deu excelentes resultados.

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Construída sobre uma plataforma de 12 metros de comprimento, a unidade é climatizada, dotada de três consultórios odontológicos, central de esterilização, sala de raio-x com paredes blindadas, “escovódromo”, banheiro e recepção. Segundo o Diretor da Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont (OASD), Coronel-Dentista José Alexandre Credmann Bottrel, a UMO segue as normas técnicas de biossegurança: “Foram instalados dois aparelhos de ultravioleta para tratamento do ar ambiente, diminuindo, assim, a disseminação de microrganismos presentes no spray odontológico”. Quanto às instalações elétrica e hidráulica, a unidade está equipada com sistema de esgotamento sanitário, sistema elétrico com conversor para operar em qualquer ciclo de voltagem, podendo ser utilizado em todas as regiões do Brasil, além do sistema de comunicação, capaz de transmitir dados via internet em tempo real. O projeto criado pela OASD abrange os três pilares da Odontologia: a promoção à saúde, a prevenção e a correção. “A grande ênfase deste trabalho é levar atendimento odontológico aos nossos companheiros que estão desassistidos”, explica Coronel Bottrel, coordenador do programa. A ideia é simples: prestar um atendimento humanizado, onde o bem-estar do usuário e a qualidade do serviço são metas a serem atingidas.

Equipe da OASD e o Odontomóvel

O projeto é oriundo de uma parceria entre a Odontoclínica da Aeronáutica Santos-Dumont (OASD), o Comando-Geral de Apoio (COMGAP), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), que visa melhorar a qualidade de vida dos militares e de seus dependentes. A OASD disponibiliza a infraestrutura e o serviço odontológico; o COMGAP dá o apoio logístico às ações militares através do Depósito de Aeronáutica do Rio de Janeiro (DARJ), que faz o transporte da unidade móvel; o DECEA oferece os custos com diárias da equipe e indica as unidades que deverão receber o atendimento odontológico; o COMGEP fornece o apoio

Coronel Bottrel: "Ações sociais são necessárias para apoiar os DTCEAs isolados"

estrutural para que os militares possam cumprir a sua missão. Desde a sua criação, o projeto obteve ótimos resultados. Ao todo, quatro oficiais dentistas e três graduados auxiliares trabalham no programa. “Esse número pode ser maior, dependendo do tempo que o Odontomóvel prestará serviço em uma determinada organização, pois há rodízio de equipes e apoio logístico da OM solicitante”, esclarece o Chefe da Unidade Móvel Odontológica, Tenente-Dentista Paulo Henrique Saraiva Guedes. “Esses resultados só foram possíveis graças ao apoio de nossos parceiros como o DECEA, o COMGAP e o COMGEP”, afirmou o Coronel Bottrel. A Subdivisão de Fatores Humanos (SFHU) do DECEA foi responsável por fazer o levantamento em conjunto com as Seções de Serviço Social das Regionais, dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) que necessitavam receber o atendimento odontológico. Para a Assistente Social da SFHU, Ibla de Castella Martins de Azeredo Bastos Filha, o estímulo às práticas que beneficiam a saúde dos servidores é uma ação muito eficiente para aumentar a produtividade e o bem-estar dentro das instituições. O projeto faz com que o efetivo se sinta reconhecido, além de melhorar a qualidade de vida. O objetivo é levar assistência odontológica aos Destacamentos mais isolados e desassistidos. Foram selecionados, numa primeira AEroEsPAÇo 13


Atendimento em Porto Seguro: 119 pacientes e 402 procedimentos

fase, os Destacamentos de Porto Seguro (DTCEA-PS), na Bahia, e de Santa Teresa (DTCEA-STA), no Espírito Santo, que já receberam atendimento. Em Santa Teresa Cidade localizada a 78 Km de Vitória, capital do Espírito Santo, Santa Teresa tem mais de 20 mil habitantes. O DTCEASTA foi o destino de militares da OASD, que partiram a bordo de uma aeronave do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), no dia 29 de agosto, para mais uma ação social. A missão foi realizada no período de 30 de agosto a 3 de setembro de 2010. Dentre os vários procedimentos, foram efetuadas restaurações, cirurgias, próteses, profilaxias, aplicação tópica de flúor, orientação sobre cuidados com a saúde, além de palestras educativas e distribuição de kits de higiene oral. “Nós temos uma grande carência para atender os casos de tratamento mais especializados. Quando temos um procedimento mais específico para fazer, temos que nos deslocar para o Rio de Janeiro ou para os dentistas particulares da cidade. Então, é muito importante essa missão, pois é através de ações como essa que o 14 AEroEsPAÇo

Destacamento vai conseguir diminuir os problemas na área de saúde bucal”, afirmou o Comandante do DTCEA-STA, Capitão Especialista em Comunicações Marcos Benedito dos Santos Maia. Apesar de contar com uma infraestrutura organizada, a deficiência na área de saúde é uma dificuldade para os militares e seus familiares, o que enfatiza a importância dessa missão, que ofereceu a centenas de pessoas atendimentos odontológicos, contribuindo para o resgate social e a qualidade de vida do efetivo. A jornada de trabalho durante esses quatro dias foi intensa: realização de diversos atendimentos, num ritmo que alcançou um total de 106 procedimentos. Mas, nada abateu os militares da FAB, que primaram pelo atendimento de alta qualidade a todos que passavam pela unidade odontológica da equipe da OASD. "Todos saíram daqui plenamente satisfeitos. E é isso que os militares e seus familiares estão sentindo e relatando, o que é algo bastante gratificante para todos nós”, relatou o Tenente-Dentista Henrique sobre o resultado do desempenho dos profissionais envolvidos na missão. Em Porto Seguro Durante 12 dias, cerca de 119 pacientes, entre militares e dependentes do DTCEAPS, além de servidores da Marinha do Brasil, receberam atendimento odontológico. Mais uma vez, a missão foi cumprida com louvor. Os profissionais de saúde da Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont realizaram 402 procedimentos. No final da missão, que serviu para levar prevenção e saúde bucal, o clima era de dever cumprido. “Percebemos que o nível de satisfação foi bastante positivo, atingindo os objetivos acima das expectativas”, comemorou o Tenente-Dentista Henrique. Para o Comandante do DTCEA de Porto Seguro, Major Especialista em Comunicações José Roberto Faiolo da Silva, essa oportunidade dada pela OASD em conjunto com o DECEA foi importante para a Unidade. “Foi um acontecimento marcante para o Destacamento, pois

muitos dos nossos soldados são de famílias de baixa renda e não têm acesso a um atendimento qualificado como foi proporcionado. Todo o nosso efetivo ficou muito agradecido e orgulhoso pela atenção e apoio recebido" - declarou o Major Faiolo. Credibilidade O Coronel Bottrel explica que as ações sociais são necessárias para apoiar os Destacamentos afastados e desfavorecidos. No grupo do projeto há profissionais do mais alto gabarito para cuidar e orientar tanto o efetivo quanto seus dependentes sobre os cuidados com a saúde bucal, representando forte impacto na realidade presente e futura dessas pessoas. “Não há dentistas recém-formados. Todos têm uma larga experiência e são altamente capacitados e qualificados. Isso faz toda a diferença para aqueles militares que vivem distantes de nós”, afirma Coronel Bottrel. O Chefe da Subdivisão de fatores Humanos (SFHU) do DECEA, MajorAviador Alexandre Corrêa Lima, complementa a importância dessas ações para o efetivo dos Destacamentos: “Os militares se sentem valorizados e integrados à Força Aérea Brasileira. Com certeza, a motivação, o empenho e a qualidade de vida aumentam”. Os dentistas da UMO superaram a marca de sete mil atendimentos em pouco mais de um ano. Mais de 20 organizações já foram beneficiadas com as ações da Unidade Móvel Odontológica. Esses números vão aumentar e ainda haverá muitas ações pela frente. Esses fissionais de saúde demonstram que estão juntos aos que precisam de apoio e essas ações sociais têm levado alento ao efetivo dos DTCEAs, que passa a entender melhor o conceito de cidadania. Em 2011, os parceiros dessa missão social pretendem celebrar esses resultados com mais trabalho e solidariedade.


Quem

é?

Suboficial

Pompeu

Um mergulho num mar de informações Assim no ar, como na água. Estes dois meios, que à priori não comportam seres humanos, hoje são alvos de sua exploração, servindo de focos de grandes descobertas, cenários para transporte e verdadeiros campos de batalha planetários. E, nas mesmas proporções, suscitam fascínio e paixão. É justamente o caso do nosso entrevistado desta edição: Gustavo Aparecido Lopes Pompeu, Suboficial que é Gerenciador da Base de Dados (BDS) do Centro de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ). Há quase 27 anos presta serviço em prol da soberania do nosso espaço aéreo e, em suas horas de lazer, se dedica à aquariofilia, que é o amor e a criação de peixes em aquários, seja como amador ou interessado. Por Telma Penteado - Fotos: S1 Cosmo e arquivo pessoal

Há 17 anos, com essa mesma entrega pelo conhecimento e pela participação, chegava o então Terceiro Sargento Básico em Controle de Tráfego Aéreo (BCT) Gustavo Aparecido Lopes Pompeu – hoje Suboficial BCT Pompeu - ao extinto Serviço Regional de Proteção ao Voo de Manaus (SRPVMN) – atual Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV). Em sua longa trajetória pela Aeronáutica, Pompeu sempre mostrou grande disposição para prestar seus serviços com a maior qualidade possível. E, para isso, nunca poupou esforços. Natural de Iguatu (CE), Pompeu tem 48 anos, é Praça de 07 de fevereiro de AEroEsPAÇo 15


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1994

Apresentação da Banda Pratas da Casa

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1984 e chegou ao posto de Suboficial em 1º de agosto de 2005. Sempre muito de dedicado, formou-se no curso de inglês em 1981, realizan realizando, ainda, um curso de trei treinamento para professores de inglês no ano seguinte. Pompeu teve a oportunidade de estudar inglês, antes mesmo de formar-se Sargento, na Esco Escola de Especialistas de Aeronáu Aeronáutica (EEAR). Aumentou seus co conhecimentos na área de Controle de Tráfego Aéreo (CTA) através do ALC ((American Lenguage Course, Curso Americano de Línguas, em português). “Meu pai muito me influenciou no aprendizado da língua inglesa. Saber falar inglês facilitou meu trabalho como controlador de tráfego aéreo, além de facilitar o entendimento das publicações relativas à implantação do Projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). E, inclusive, o inglês foi um diferencial na escolha dos militares enviados aos Estados Unidos em 1994 (Nova York) e em 2010 (Washington)”, explica Pompeu. Casado há 20 anos com Ana Cássia, que é gerente de projetos, Pompeu tem duas filhas: Jéssica, de 19 anos e Juliana, de 12. E ao lado de sua família, sempre se dedicou aos estudos ligados à sua área de atuação. Ao longo de sua carreira, Pompeu realizou diversos cursos, dentre os quais estão os de supervisão de Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo; de operação radar e de radar em rota; operação da console X-4000; Sistema WGS-84 (World Geodetic System, Sistema Geodésico Mundial); terminologia inglesa para controlador de tráfego aéreo (realizado no antigo Instituto de Proteção ao Voo – IPV, atual Instituto de Controle

“Minha trajetória na FAB deixou bons frutos técnicos, operacionais e afetivos” do Espaço Aéreo - ICEA); Marketing Pessoal pelo SEBRAE do Amazonas – concluído em 1998; administração de sistemas e interfaces, sistema de anticolisão de bordo (ACAS II) para o então SRPV-MN, Team Resource Management (TRM – Gestão de Equipe de Recursos, em português) e Curso de Gerenciamento de Segurança de Operacional – ambos realizados no próprio CINDACTA IV. Em setembro de 1993, Pompeu foi designado para participar do curso de Operação da Console ESCA-4000, em São Paulo, onde junto com outros militares recebeu o treinamento inicial para operar as consoles que gerenciariam o Controle de Tráfego Aéreo no Centro de Controle de Área de Manaus (na época, ACC-MU) num futuro próximo. Após a conclusão dos cursos, ele foi designado para o reconhecimento do sistema ESCA-4000 que gerenciava o Controle de Aproximação (APP) do Galeão, já inaugurado naquele ano e para o APP São Paulo em implantação no mesmo ano. No período de implantação do sistema de controle radar no ACC-MU, que se deu de 1994 a 1998, recebeu treinamento técnico e operacional para acionar, junto com a equipe, o novo sistema automatizado, incluindo levantamento de dados para a confecção de grade de altitude, declinação magnética e declaração dos radares de Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga (no Amazonas) e de Boa Vista (em Roraima), a serem integrados no sistema. Em 1998, este mesmo sistema foi utilizado no “câmbio” inaugural do serviço radar em rota na Amazônia com um voo da Varig de Manaus à Boa Vista (SBEG a SBBV). À época da implantação do Sivam, Pompeu, como Primeiro Sargento, atuava na supervisão de Controle de Tráfego Aéreo (ATC), gerenciava o Banco de Dados do ACC-AZ e também prestava


serviço na Seção de Informática Operacional (SIO), situada no antigo Destacamento de Proteção ao Voo – Eduardo Gomes (DPV-EG). Nessa ocasião, ele fazia o levantamento estatístico, as revisualizações de incidentes de tráfego aéreo, a troca das fitas de gravação de dados, a confecção da Base de Dados, o Plano de Voos Repetitivos (RPL) e videomapas da Área de Responsabilidade – Região de Informação de Voo (FIR) Manaus. Do ano de 1993 até os dias de hoje, o Suboficial Pompeu vem se dedicando ao seu trabalho no CINDACTA IV, aperfeiçoando-se cada vez mais para melhor manter o Sistema, juntamente com os demais militares que dão suporte a esta ferramenta, que assegura aos usuários um voo seguro através da vigilância constante do espaço aéreo amazônico. Atualmente, além de gerenciar o Banco de Dados do ACC-AZ, é o responsável pelo Simulador ATC (controle de tráfego aéreo) e Controlador Instrutor do Centro. Mantém, com essas atividades, um excelente relacionamento com todos os seus colegas de trabalho. Além de exemplo de profissional, nosso entrevistado certamente é muito querido por seus colegas. Para o Primeiro Sargento BCT Paulo César da Silva, Adjunto do ACC-AZ, Pompeu é um militar do mais alto gabarito da FAB. Eles se conheceram há 14 anos, quando Pompeu o recepcionou no início de sua jornada no CINDACTA IV. Juntos, elaboraram a Base de Dados do Centro de Controle de Área Amazônico e participaram da fase de transição dos antigos ACC de Manaus, Porto Velho e Belém, respectivamente – que hoje se consolidam no ACC-AZ. “Pompeu é um excelente Controlador de Tráfego Aéreo e se destaca, principalmente, pelo trabalho que desempenha na seção de Gerenciamento de Base de Dados do CINDACTA IV. Todo trabalho da seção é gerenciado por ele. Aprendi muito com ele nesses anos de trabalho aqui

Strip do voo de inauguração do ACC SIVAM (MN)

no CINDACTA IV e tenho muito que agradecer ao Suboficial Pompeu”, conclui. Dentre as histórias que tem pra contar sobre suas experiências na FAB, Pompeu se lembra do marcante reveillon de 1999 para o ano 2000, que ficou mundialmente conhecido como o “Bug do Milênio”. “Junto com meus colegas, tive que passar o fim de ano trabalhando no DPV-EG para acompanhar o impacto da mudança dos quatro dígitos do milênio 1900 para 2000 nos dispositivos que trabalham com parâmetros de temporização. Graças a Deus tudo correu com normalidade”, relembra. Outra atividade que muito o agrada é fazer parte da Banda “Pratas da Casa” – como vocalista e guitarrista – fundada em 2008, pelo Brigadeiro Peclat, então Comandante daquela OM. Hoje, mais sete militares compõem a Banda Prata da Casa, que toca em eventos de unidades militares, como no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) de Guajará-Mirim, por ocasião da inauguração da sede social; no Baile

dos Especialistas, na Base Aérea de Boa Vista (BABV) e em festas de confraternização no CINDACTA IV. Olhando para sua vida profissional, com todo o aprendizado adquirido e vislumbrando tudo aquilo que realizou, Pompeu só tem a agradecer. “Sinto-me orgulhoso de ter traçado meu destino na FAB, principalmente porque creio que deixei bons frutos técnicos, operacionais e afetivos. Muito aprendi e meu aprendizado é um legado para meus colegas de trabalho e porque não dizer? - para o Brasil!”. E quando a reflexão olha para o futuro, não faltam projetos para o Suboficial Pompeu. “Tenho esperança de continuar trabalhando na área técnica gerencial de banco de dados”, finaliza nosso entrevistado.

“Falar inglês facilitou meu trabalho como controlador de tráfego aéreo”

Curso Radar Rota IPV - 1993

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Artigo

A necessária proximidade com o usuário A necessidade, os benefícios e o caminho para a implantação de um sistema de gestão da qualidade na prestação de serviço meteorológico à navegação aérea.

A estreita relação entre a Meteorologia e a comunidade aeronáutica já vem de muitos anos. Muitos serviços meteorológicos nacionais (SMN) foram criados e cresceram para atender às necessidades da aviação, que se ampliou e vem crescendo rapidamente desde os meados do século XX. Observadores, previsores e pilotos se encontram diariamente nos centros meteorológicos dos aeroportos e, automaticamente, se estabele uma estreita relação entre prestador de serviço meteorológico e usuário, hoje cliente. Os tempos mudaram, em todos os sentidos. Devido à centralização e automação, este contato cotidiano já não existe mais com a frequência de outrora. Com a revolução tecnológica, grande parte da informação que os usuários necessitam pode ser obtida por outros 18 AEroEsPAÇo

Por Artur Gonçalves Ferreira - Major QOEMET Assessor de Meteorologia Aeronáutica pln1.1@decea.gov.br

meios, como a Internet (em casa ou na empresa), sem o contato com os profissionais de Meteorologia. Hoje, os clientes da aviação são mais exigentes e os serviços de Meteorologia Aeronáutica devem se empenhar para proporcionar mais e melhores serviços a uma comunidade cada vez mais exigente. A melhor definição da qualidade é a do cliente e escutar a sua voz é a melhor técnica! Para assegurar de que as necessidades dos clientes são atendidas e compreender melhor as capacidades, limitações e exigências de cada um de-

les é preciso melhorar a íntima relação entre prestador de serviço de Meteorologia Aeronáutica e os seus clientes. Uma relação mais próxima pode melhorar a satisfação do cliente que aprecia que se escute e se entenda as suas necessidades, para que receba um serviço de melhor qualidade, com maior segurança e eficácia. Assim, satisfeito, ele compreenderá melhor a maneira como o prestador fornece um serviço e a importância da infraestrutura envolvida para que se atenda às suas necessidades e expectativas.


Essa estreita relação também pode beneficiar muito o provedor, mediante a maior satisfação dos clientes, que apreciarão os serviços proporcionados, em lugar de buscar outros fornecedores ou menores custos, na medida em que a maior satisfação no trabalho desenvolvido, diferenciados, mediante a maior compreensão das necessidades da toda cadeia produtiva, começando pela observação, pela previsão, pelo fornecimento das informações meteorológicas e pelos arquivamentos dos dados, com o objetivo de formar uma climatologia confiável e acessível. O prestador de serviço meteorológico à navegação aérea deve tomar a iniciativa de estabelecer algumas formas adequadas de relacionamento com os clientes, formais ou informais:  a programação de voo de familiarização, preferencialmente na cabine, sempre que as condições de segurança permitam, para obter uma visão pormenorizada sobre os problemas que o tempo possa causar à tripulação e ao voo e discutir os desafios da observação e da previsão;  visita aos centros de controle de tráfego aéreo, visando melhor entendimento das questões de monitoramento do tempo em benefício do gerenciamento da navegação aérea;  visita aos centros operacionais das empresas aéreas para que se possa verificar como as informações meteorológicas são utilizadas no planejamento dos voos;  participação em cursos de reciclagem para pilotos, com o objetivo de trocar informações sobre os produtos meteorológicos e verificar a possibilidade de melhorar a prestação do serviço meteorológico, assim como analisar os acidentes e incidentes aeronáuticos que, por ventura, envolvam a Meteorologia;  participar de atividades que envolvam a aviação geral e a de desporto aéreo, com o objetivo de divulgar o acesso às informações meteorológicas;

 visita a outros centros e instituições meteorológicas para troca de informações sobre previsão e a melhor forma de divulgá-las aos clientes. As reuniões multilaterais formais devem ser organizadas com os representantes dos clientes da aviação e seus representantes legais. Devem ser regulares e realizadas pelo menos duas vezes ao ano. O encontro propiciará um ambiente adequado para se discutir os mais recentes projetos em desenvolvimento pelo prestador em prol do cliente e examinar a qualidade e a oportunidade dos serviços meteorológicos prestados, bem como a análise do atual cenário e as perspectivas futuras, assim como a implantação das melhores práticas adotadas por outros provedores. Uma parte importante do relacionamento global com o cliente é o recebimento das informações sobre a qualidade dos serviços fornecidos. O prestador deve incentivar os seus clientes e outros utilizadores a reclamarem das eventuais deficiências na prestação de serviço meteorológico. Ao serem diagnosticadas, as possíveis deficiências devem ser sanadas rapidamente e, assim que for possível, o cliente deve ser informado. Melhores serviços Na realidade, o Regulamento Técnico da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Volume II, abarca somente os serviços à navegação área internacional. No entanto, é sinalizado nos capítulos anteriores desse Guia que essas definições constituem também a base para a prestação de serviço à navegação aérea nacional. Analogamente, a rigor, as disposições da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e da OMM sobre a prestação de serviços meteorológicos a navegação aérea seguem as mesmas linhas. Na maioria dos países, os serviços adequados às necessidades dos distintos clientes são proporcionados pelo setor privado, que agrega valor à informação geral, que é fornecida amplamente pelos serviços meteorológicos. No entanto, estes serviços meteorológicos públicos devem, também,

proporcionar os melhores serviços aos seus clientes, mesmo sem a necessidade de gerar lucros em uma base comercial. Entretanto, temos que ter em mente que, mesmo no setor público, a recuperação dos custos é necessária, por meio das tarifas de navegação aérea, pois a manutenção de um serviço meteorológico e os investimentos para a melhoria da observação, da previsão e da climatologia é relativamente caro para a sociedade. Os prestadores dos serviços meteorológicos devem estar sempre atentos às novas demandas de seus clientes, inovando com a apresentação e divulgação de informações mais específicas, tais como:  cartas de tempo significativo e de vento em altitude para a documentação de voo que abarquem áreas específicas e que correspondam às zonas dos mapas da WAFS (Sistema Mundial de Previsão de Área), mas que podem ser mais adequadas para os voos regionais e nacionais. Cabe ressaltar que as informações para a produção dessas cartas devem ser procedentes dos WAFC (Centros Mundiais de Previsão de Área) em forma digital;  sistemas informatizados que compilem e proporcionem documentação de voo mais adequada para determinados voos e/ou rotas especificados pelas companhias aéreas;  produtos e serviços nacionais para atender às necessidades específicas dos serviços de navegação aérea, tais como: informação frequente e atualizada sobre o desenvolvimento de sistemas convectivos sobre uma determinada área, rota ou setor de aproximação; prognósticos de aeródromos mais adaptados a realidade de nossos mais importantes aeroportos; previsão de informações procedentes das redes de detecção de descargas atmosféricas; prognósticos de curtíssimo prazo para os aeródromos em novo formato, em lugar de códigos mais antigos como TAF (Terminal Aerodrome Forecast);

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 serviços mais adequados e adaptados para atender as necessidades específicas da aviação geral e desportiva.

não está só nesta difícil e importante tarefa, pois a produção das orientações está sendo feita conjuntamente com a OACI.

Gestão da Qualidade em Meteorologia Aeronáutica Desde novembro de 2001, o Anexo 3 da OACI e o Regulamento Técnico da OMM [C.3.1] já apresentavam novas disposições relativas à gestão da qualidade. Na Seção 2.2 [C.3.1], recomendava-se que a “autoridade meteorológica designada estabeleça e aplique um sistema adequadamente organizado de qualidade” e que “deveria se basear nas normas de garantia de qualidade da série 9000 da Organização Internacional de Normatização (ISO) e ser certificado por uma organização aprovada”. É importante reconhecer que essa recomendação passou a ser norma com a entrada em vigor da Emenda 75 ao Anexo 3, em novembro deste ano, que estabelece que cada Estado deve implantar um sistema de gestão da qualidade na prestação de serviço meteorológico à navegação aérea internacional, até novembro de 2012. A OMM está estabelecendo seu próprio marco de gestão da qualidade (QMS/MET) para proporcionar as diretrizes e recomendações aplicáveis à elaboração de elementos de gestão de qualidade na prestação de serviço meteorológico para as operações aéreas a nível nacional e internacional. A implantação do QMS/MET também tem a intenção de melhorar a qualidade e eficiência da prestação de serviços meteorológicos, tendo em conta sempre as necessidades do cliente. O sistema deve se basear em um conjunto completo e hierárquico de procedimentos e práticas documentados pela OMM e incluir sistemas de gestão para direcionar e controlar os serviços básicos e especializados proporcionados pelos serviços meteorológicos nacionais, com respeito à qualidade dos dados, produtos e serviços meteorológicos e afins. No caso da prestação de serviços meteorológicos à navegação aérea, a OMM

Princípios de um QMS/MET A série de normas 9000 da ISO estabelece oito princípios essenciais para a implantação de um sistema de gestão da qualidade, dentro do contexto de um serviço meteorológico. 1. Atenção ao cliente: os serviços meteorológicos têm que compreender as necessidades atuais e futuras de seus usuários ou clientes que recebem os seus serviços. Isso compreende também os clientes internos. 2. Liderança: a alta direção do serviço meteorológico tem que estabelecer claramente a orientação do serviço meteorológico e determinar as diretrizes para que todos os profissionais estejam alinhados no trabalho de garantir a orientação e alcançar os objetivos traçados. 3. Participação dos profissionais: em todos os níveis, eles são a essência de um serviço meteorológico e sua plena participação permite utilizar as suas capacidades em benefício do serviço meteorológico. 4. Métodos e processos: as atividades e os recursos correspondentes ao serviço meteorológico devem ser encarados como processos. Esses podem ser operacionais, científicos e administrativos. Só existem porque são expectativas que irão se completar para dar satisfação ao cliente. 5. Método de sistema de gestão: a identificação, compreensão e gestão de processos inter-relacionados como sistema contribuem para a eficácia e a eficiência do serviço meteorológico para alcançar os seus objetivos. 6. Melhora contínua: a melhora contínua do rendimento global do serviço meteorológico deve ser um objetivo permanente. 7. Método de adoção de decisões: as decisões efetivas devem se basear em análises de dados e de informações, jamais em

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crendices e suposições não fundamentadas. 8. Boa relação com os provedores: o serviço meteorológico e seus provedores são interdependentes e uma relação harmoniosa melhora a capacidade de ambos na busca da criação de valores. Benefícios da gestão da qualidade Os oitos princípios essenciais anteriormente mencionados se conformam em muitas formas de uma gestão moderna, orientada em lograr uma boa gestão de um serviço meteorológico, proporcionando um bom serviço ao cliente. Aplicando esses princípios, obtém-se os seguintes benefícios:  cumprimento das prescrições jurídicas e regulamentares, como o Anexo 3 da OACI e o Regulamento Técnico da OMM [C.3.1];  determinação das necessidades dos usuários, além de suas expectativas;  garantia de que as expectativas de seus clientes sejam atendidas;  cumprimento das obrigações contratuais;  harmonização das atividades com uma visão empresarial;  adoção de medidas corretivas quando falham os procedimentos ou medidas preventivas;  melhora contínua do rendimento;  a auditoria externa realizada por um terceiro é uma poderosa ferramenta para estabelecer credibilidade e dar confiança às partes interessadas na qualidade dos serviços. Como realizar a gestão da qualidade As experiências dos serviços meteorológicos que já implantaram o QMS/ MET indicam uma série de medidas essenciais e que devem ser adotadas para a implantação de um sistema de gestão, tais como:  obter o compromisso da alta direção – é primordial o compromisso formal e assinado pela alta direção. Para isso, se requer um verdadeiro compro-


 

misso e não meramente verbal, pois deverá haver reserva de recursos e, neste caso, todo o pessoal observará que a alta direção está comprometida no processo; designar um diretor de qualidade e estabelecer uma estrutura de projeto - gerenciá-lo como um projeto. Naturalmente, deve-se designar um gerente do projeto e um comitê de gestão, com especialistas das áreas envolvidas; firmar um compromisso financeiro - dispor de recursos financeiros; fazer com que as pessoas conheçam melhor a gestão da qualidade – a melhor maneira de se superar qualquer resistência do pessoal e de obter seu comprometimento é fomentar reuniões, melhorar o conhecimento geral dos envolvidos e mostrar os riscos vinculados à falta de domínio de suas atividades e não manter a confiança dos clientes em seus produtos, assim como os benefícios da eficiência e da eficácia que virão a partir da implantação de um sistema de gestão da qualidade. Na Meteorologia, em geral, os profissionais se sentem orgulhosos de sua profissão e, como cientistas, podem não considerar a necessidade de melhorar a sua eficiência no trabalho operacional; eleger um consultor para orientar o processo - uma equipe de especialistas em meteorologia não pode e não necessita converter-se em especialistas em qualidade. Com a ajuda de um consultor especializado, o trabalho será facilitado no que diz respeito à elaboração de um sistema de gestão da qualidade, mas é importante reconhecer que esse sistema deverá pertencer ao serviço meteorológico, ao seu pessoal, e não ao consultor; determinar o marco do sistema de gestão da qualidade e designar representantes da qualidade em diversas esferas – em todo o sistema de qualidade se necessita de elementos básicos, como a elaboração de manual de qualidade e um marco para documentar procedimentos, vínculos com as documentações existentes (incluindo

manuais e guias da OMM e da OACI), estabelecimento de registros de qualidade etc;  transmitir formação sobre o sistema de gestão da qualidade - todo pessoal envolvido dever ter certa formação sobre o sistema de gestão da qualidade e esta deverá ser mais intensa para os representantes da equipe de especialistas em Meteorologia que estarão realizando as auditorias internas;  revisar os processos e a documentação existentes - a gestão da qualidade compreende uma visão da organização orientada nos processos. Muitas organizações podem já dispor de uma série de processos e documentos devidamente desenvolvidos e mapeados, facilitando o trabalho. O necessário é a análise de cada processo e descrevê-lo em um formato normalizado, revisar e/ou criar documentação ad hoc;  estabelecer um circuito de qualidade - a gestão de qualidade envolve um ciclo de planejamento, realização, verificação e atuação para a melhora contínua, conhecido como ciclo PDCA. Devem ser estabelecidos indicadores de qualidade, junto com procedimentos de falha e um registro de ação corretiva para se ter a segurança de que todo o problema ou reclamação do cliente seja tratado devidamente, para que o sistema seja melhorado. Caso seja necessário, devese modificar o modo de operação e os procedimentos adotados;

 formar auditores internos e auditar o sistema - deve-se formar um grupo de pessoas capazes de realizar auditorias internas de qualidade, preferencialmente especialistas em Meteorologia. Essas auditorias são consideradas oportunidades de melhora do sistema, em lugar de investigações para tratar de surpreender alguém que não quer ser surpreendido. Para o auditor é apenas “dizer o que faz e provar que faz o que diz”;  melhorar os documentos de trabalho - sobre a base dos resultados das auditorias internas e da experiência adquirida, deve-se melhorar os documentos e os processos de trabalho existentes;  auditoria de certificação - a organização deve se preparar para solicitar a certificação de qualidade de algum organismo exterior. A certificação de um sistema de gestão da qualidade consiste na demonstração de que um processo de determinado serviço está em conformidade com determinados requisitos especificados. Conclusão Como parte de um novo enfoque dos serviços ininterruptos, orientados à prestação de serviços meteorológicos e aos clientes, que se aplica à observação, à previsão e à climatologia, a OMM e a OACI estão focadas nas boas práticas e fomentando que seus membros implantem os sistemas de gestão holísticos, tais como a gestão de riscos, a gestão da segurança operacional e a gestão da qualidade. A gestão da qualidade é um sistema permanente e de longo prazo, voltado para a satisfação do cliente e pela melhoria contínua dos serviços gerados pela organização. A gestão da qualidade efetiva obriga a participação de todos os membros de uma organização. Por fim, para que a prestação de serviço meteorológico seja levada a sério pelos setores industriais, comerciais, sociais e comunitários, teremos que ser capazes de aplicar e operar, de maneira coerente, sistemas, procedimentos e práticas de gestão internacionalmente reconhecidas. AEroEsPAÇo 21


Conhecendo DTCEA-BE Belém (PA)

Por Daisy Meireles Fotos: Luiz Eduardo Perez

“Quem controla o espaço aéreo do portal da imensa hiléia? É o DTCEA! É o DTCEA Belém!” – esse é o grito de guerra do efetivo do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Belém. São 171 militares e cinco civis, orgulhosos de sua missão na Amazônia, estimulados pelo painel na entrada do Destacamento que diz: “Esmere-se em seu trabalho e orgulhe-se por fazer parte desta importante engrenagem do complexo do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”. O DTCEA-BE é subordinado ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) e tem classificação de destacamento especial, devido à importância dos serviços prestados ao Controle de Tráfego Aéreo. 22 AEroEsPAÇo


Seção de Operações

O Comandante O Major Especialista em Comunicações Adauto de Souza Bringel é o atual Comandante do DTCEA-BE. Aos 47 anos, natural de Salgueiro, Pernambuco, o Major Bringel assumiu o comando em 4 de janeiro deste ano, substituindo o Major A. Mendes, a quem reconhece pelas diversas transformações pelas quais o DTCEABE passou nos últimos anos, tais como a modernização da Torre e da rede metropolitana, a revitalização de radares, a melhoria no parque computacional e o apoio a missões presidenciais. Casado e pai de três filhos, o Major Bringel é formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Pernambuco e possui MBA em Gestão Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua carreira militar teve início em 1986, logo após sua formação como graduado, na função de mantenedor de radar e equipamentos de telecomunicações, no extinto Serviço Regional de Proteção ao Voo de Recife (SRPV-RE) – hoje CINDACTA III - e permaneceu na OM até 1995, quando foi para Barbacena, cursar a Escola de Oficiais. Em 1997, foi transferido para o extinto Parque de Material Aeronáutico de Belém, permanecendo até 2002. Retornou às atividades do SISCEAB em 2003, quando foi designado para trabalhar no DTCEA-BE, atuando como Chefe das Subseções de Radares, de Suprimento, de Tecnologia da Informação e em seguida, passou a ser o Chefe da Seção Técnica – sua última atividade antes de assumir o Comando do Destacamento. Hoje, Major Bringel é auxiliado pelos

Major Bringe l

oficiais: Major Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Benedito Plautílio de Araújo Nazaré, na Seção de Operações; Capitão Especialista em Comunicações Edivaldo Afonso Correa Padilha, na Seção Técnica; Primeiro Tenente QOEA Meteorologista Valmir da Luz Teixeira, na Seção Administrativa; e na secretaria do Destacamento ele conta com o apoio da civil Wanda Maria dos Passos, uma paraense que se orgulha de trabalhar há 33 anos na FAB. Wanda trabalha na guarnição de Belém desde 1981, sendo que já secretariou 17 comandantes, tanto do extinto SRPVBE quanto do DTCEA-BE. A História O DTCEA-BE foi criado em 1º de outubro de 1947 e já teve 46 comandantes. Mas a história começa em abril de 1938, quando foi inaugurada, em Belém, a primeira estação rádio de comunicações (goniométrica) voltada à proteção ao voo na Amazônia. Só no início da década de 1940, foi concluída a pista do Aeroporto de Val-deCans - em seguida, os EUA entrariam na Segunda Guerra Mundial, circunstância que determinaria a construção da Base Aérea de Belém (BABE). O novo Ministério definiu então a estrutura de Proteção ao Voo, com a criação da Diretoria de Rotas (DR) e do Serviço de Rotas da Primeira Zona Aérea (SR-1), braço da DR em toda a Amazônia, que posteriormente passou a ser denominado Serviço Regional de Proteção ao Voo de Belém (SRPV-BE). Por consequência, a estação pioneira foi incorporada ao recém-criado Ministério da Aeronáutica e concluída a cons-

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A Torre de Controle passa por modernização através de projeto da CISCEA

trução da primeira Torre de Controle, feita com madeira da região, e, no ano seguinte, foi criado o primeiro Controle de Aproximação. A história do DTCEA-BE se mistura com a história do extinto SR-1 (Serviço Regional de Proteção ao Voo de Belém - SRPVBE), uma vez que este órgão superior também funcionava com as funções que um Destacamento possuía à época. Porém, não havia pessoal especializado na parte de apoio à navegação aérea e tudo indicava que a operação da Torre tenha sido inicialmente realizada por militares norte-americanos, que haviam construído e instalado aquela estrutura na cidade, dando as primeiras orientações para os militares brasileiros. Com o apoio, pela formação dos primeiros Sargentos Controladores de Voo e de outras especialidades ligadas à Proteção ao Voo, na Escola Técnica de Aviação, em meados da década de 1940, esta região passou a recebê-los em seguida, atendendo às necessidades geradas com o aumento do volume de tráfego, o que pode ser confirmado com a ativação do Centro de Controle de Área (ACC) de Val-de-Cans em 1º de outubro de 1947, que teve como seu primeiro Chefe, o então Aspirante Mecânico Controlador de Voo Aloisio Acioli de Sena. Deste momento até o final da década de 1960, o SR-1 funcionou não só como braço da DR, na Amazônia, mas suas instalações físicas em Belém também englobavam os serviços de Tráfego Aéreo (ACC e Torre de Controle), Meteorologia, Comunicações, Sala de Tráfego e Manutenção ou seja, todos os serviços que um Serviço de Proteção ao Voo (SPV - que 24 AEroEsPAÇo

Ao lado da Vila Maracangalha, a Escola Tenente Rêgo Barros, considerada de excelência acadêmica em Belém

hoje em dia evoluiu para os atuais Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) poderia oferecer na época. Em setembro de 1990 foi iniciada a operação radar no ACC e APP, com a instalação de um radar de rota e um radar terminal. São 63 anos protegendo os céus da Amazônia, com a missão de expandirse em promover os serviços de controle do trafego aéreo, telecomunicações, meteorologia e informações aeronáuticas. Outras atividades fazem parte da missão do DTCEA-BE, como a manutenção dos equipamentos eletroeletrônicos de auxilio à navegação aérea e telecomunicações aeronáuticas e o apoio técnico operacional às organizações militares da guarnição de Belém. As vilas habitacionais e o alojamento Em Belém, cerca de 70 militares do DTCEA ocupam Próprios Nacionais Residenciais (PNR) nas vilas habitacionais, administradas pela Prefeitura de Aeronáutica de Belém (PABE). Dos quatro oficiais do Destacamento, três ocupam casas amplas na Vila Maracangalha, com localização privilegiada junto ao clube dos oficiais, frequentado por eles. A principal vila dos graduados é a 14 Bis, de apartamentos de dois ou três quartos. Apesar de considerável número de imóveis nas vilas, há em torno de 20 graduados na fila de espera por PNR, uma vez que isso é uma opção singular, face ao valor do aluguel caro na cidade. O clube dos graduados é o Cassazum, que tem ótima infraestrutura com piscina, salão de festas e campo de futebol. Os Cabos e Soldados têm seu próprio clube, com piscina, churrasqueira e salão

de festas. Outro espaço de lazer para os militares da guarnição Belém é o Recanto Marajoara, que congrega todos militares da FAB e seus familiares. As principais vilas que atendem ao efetivo do DTCEA-BE ficam nos limites dos bairros Souza e Marco, onde se localiza a escola do Comando da Aeronáutica de primeiro e segundo graus Tenente Rego Barros, que está há 61 anos em Belém e atende, com excelência acadêmica, os filhos dos militares da guarnição local. A escola vem se consolidado a cada dia, tanto é que, em 2009, com média 66,45, foi a melhor colocada entre os colégios paraenses no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Há, no DTCEA-BE alojamento para oficiais e para graduados, mas a Base Aérea de Belém possui hotel de trânsito, com piscina e café da manhã, o conhecido T1. Não há condução para o efetivo das vilas ao DTCEA, porém, a distância é curta, cerca de 5km. O apoio das OM da guarnição de Belém O DTCEA-BE está inserido numa guarnição de grande significado, com Unidades importantes como o Primeiro Comando Aéreo Regional (COMAR I), o Hospital de Aeronáutica de Belém (HABE), a Base Aérea de Belém (BABE), a Comissão de Aeroportos da Amazônia (COMARA), entre outras. O Destacamento recebe apoio dessas OM em diversas atividades e situações. Semanalmente, os Comandantes das OM da guarnição reúnem-se sob a coordenação do COMAR I, a fim de adoção de diretrizes comuns e quando são expostas todas as necessidades e


A Vila Habitacional dos Oficiais tem localização privilegiada

possibilidade de ajuda mútua, cada um na sua área. Belém A natureza é um dos pontos fortes de Belém, assim como a culinária paraense, presente no cotidiano dos militares do Destacamento. O índice de transferência dos militares é muito baixo. A maioria – após a reserva – segue a vida em Belém. A cidade tem três shopping centers e muitas praias de rio, como Mosqueiro e Salinas, com distância de 60km e 200km respectivamente como opção de lazer. O trânsito, assim como em quase todas as capitais da região Norte, já apresenta engarrafamentos em horários de rush e há deficiência de sinalização nas ruas. O custo de vida não é muito caro. Carnes e peixes têm preço razoável, mas verduras e legumes um valor mais elevado. O comércio é bem centralizado e as distâncias entre os bairros são curtas. Os serviços profissionais são bem baratos, como cabeleireiro, mecânico e outros. A fé também se revela no coração do paraeanse no Círio de Nazaré, sempre no segundo domingo de outubro. É uma das maiores manifestações religiosas do Brasil. Belém é, também, o berço da doutrina pentecostal: a Assembléia de Deus no Brasil completa 100 anos em 2011. Mangal das Garças, Museu Paraense Emílio Goeldi, Casa das Onze Janelas, Museu da Paz, Estação das Docas (grande complexo de lazer, todo construído em ferro inglês), Igreja Nossa Senhora de Nazaré são as grandes atrações turísticas da cidade, assim como o mercado Ver o Peso, símbolo maior de Belém – que é a

14 Bis - a principal Vila Habitacional de Graduados da Guarnição de Belém com apartamentos de dois e três quartos

mais movimentada feira livre da cidade. Lá se encontra um universo de variedades que compõem a cultura e a gastronomia paraense: cerâmica marajoara, castanha-do-pará, maniçoba (feijoada paraense), pato no tucupi, aviú (microcamarão), patinhas de caranguejo, o delicioso peixe Filhote, tapioca e as frutas regionais: manga, cupuaçu, bacuri, taperebá, muruci, açaí e outras.

"Aqui, brasileiros dedicam-se 24 horas do dia em prol do voo seguro na Amazônia Oriental" - este é o lema do DTCEA-BE

A Assistência Médica e Odontológica O efetivo conta com o HABE, que trabalha com um sistema moderno de marcação de consultas. Não há filas, tudo é agendado. Há atendimentos de emergência, UTI, Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Traumato-ortopedia, Pediatria e outras especialidades. Uma Divisão Odontológica trata diversas especialidades da área, inclusive Ortodontia. Para cumprir as missões de apoio ao homem, o Elo Social do Destacamento trabalha em parceria com o Serviço de Assistência Social do CINDACTA IV e a assistente social do COMAR I. As atividades do DTCEA-BE O DTCEA passou por processos de modernização, como do sistema da monitoração das estações de VHF. Os técnicos especialistas sargentos e suboficiais fazem a manutenção das Unidades de Telecomunicações (UT) de Altamira, Marabá, Outeiro, Benevides e Viseu e, também, da Unidade de Vigilância (UV) de Belém, onde fica o radar meteorológico. São realizadas pela equipe técnica mais de 250 manutenções preventivas ao ano AEroEsPAÇo 25


Vista aérea de Belém, a cidade das mangueiras

em todo o Sistema: Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) e de Superfície (EMS), radar de rota, radar meteorológico e outros. A área de Telecomunicações compreende as comunicações terra-ar para os órgãos ATC do próprio DTCEA e do Centro de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ), além de Data link para a Defesa Aérea. A canalização das informações é realizada através de enlaces satélites ou linhas específicas de empresas especializadas. Estão também inseridos nessa área os serviços de telefonia administrativa e operacional, enlaces UHF, comunicações HF, enlaces físicos e sistemas de áudio de um modo geral. O Destacamento possui três estações de radares, compreendendo um radar de rota (LP23M), um de área terminal (TA10 SST) e um Meteorológico (DWSR-8500S). Os radares TA10 e LP23M atendem ao APP-BE, a Torre de Controle (TWR-BE) e ao ACC-AZ, uma vez que estão em síntese no STVD do DTCEA-BE e do CINDACTA IV. Há também os auxílios básicos de navegação e aproximação como Rádio Farol Não-Direcional (NDB), Radiofarol Onidirecional em VHF (VOR) e Sistema de Pouso por Instrumento (ILS). EMS, EMA, além de sensores independentes complementam o apoio aos serviços de navegação, todos convergindo para os setores operacionais do DTCEABE. No DTCEA-BE há duas Casas de Força (KF). A principal atende os setores vitais da OM e a segunda o LP23M. Além disso, existem algumas subestações instaladas 26 AEroEsPAÇo

Estação das Docas - complexo de lazer e gastronomia em Belém

em KT de auxílios. Os sistemas de climatização são diversificados em função das características do Destacamento, por ter seus sítios em locais distintos. O sistema mais complexo está instalado no prédio principal e atende toda área crítica onde estão inseridos o APP e Sala Técnica. O setor de Tecnologia da Informação atua nas áreas de informática administrativa e operacional. Na área operacional, mantém sistemas como STVD X-4000, Centro de Comutação Automática de Mensagens (CCAM), Rede Administrativa de Comutação Automática de Mensagens (RACAM), Serviço de Informação Aeronáutica (AIS) e Comandos de Interrogação ao Banco de Aviso sobre Informações de Interesse para Aeronavegantes (SISNOTAM). Na área administrativa tem como destaque a distribuição da rede corporativa do Comando da Aeronáutica, a Intraer, para todas OM da guarnição da aeronáutica de Belém. A rede interna do Destacamento é composta por servidores de diversos serviços como web, arquivo, autenticação de usuários e mais de 70 estações de trabalho. Todos os sistemas operacionais e aplicativos instalados já utilizam software livre, com exceção serviços específicos que dependem do Windows. O Suprimento Técnico atende a demanda de material de reposição dos diversos equipamentos instalados no destacamento e nas cinco UTs localizadas no Estado do Pará. A subseção é responsável pelo estoque de mais de 10 mil itens distribuídos em torno de 1400 PN.

A Oficina Local Especializada é um setor destinado ao reparo e teste de componentes, principalmente equipamentos de informática, como no-break, monitores e fontes. É também responsável pelo controle dos instrumentos de medidas do DTCEA quanto à distribuição, calibração e movimentação. Na área de Recursos Humanos, o DTCEA-BE conta com suboficiais e sargentos especialistas para cumprir a missão de manter seus equipamentos e sistemas em condições operacionais. Esse efetivo também contribui com a participação em comissionamentos em outros destacamentos subordinados ao CINDACTA IV. As peculiaridades do DTCEA-BE As instalações do DTCEA-BE têm cerca de 20 anos. Desde então, a maioria dos equipamentos não passava por substituição. A partir de 2008, a infraestrutura técnica vem passando significativa modernização. Já foram substituídos o STVD para o modelo X-4000, o radiossonda da EMA, a central de áudio e o sistema de gravação de dados. Foram modernizados, totalmente, o TA10 e, parcialmente, o LP23M. A rede metropolitana foi contemplada com rádio-enlace moderno e redundância com fibra ótica. Atualmente, a torre de controle passa por modernização, através de projeto da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA). Estão na iminência de substituição o VOR e a SITTI. Para concluir esse ciclo de melhorias significativas restarão apenas a modernização dos sistemas de climatização e das casas de força.


O que faz um campeão

Literalmente falando

Fabiana Borgia Barbosa Primeiro Tenente AJUR/DECEA

Além de corredora, sou cinéfila. Gosto de aprender lições de vida por meio dos filmes, como “Rocky”, “Menina de ouro”, “À procura da felicidade” e tantos outros. Acredito que a magia do cinema, assim como o esporte, é capaz de me transformar numa pessoa melhor. Todos eles me ensinaram que as grandes conquistas começam sempre por pequenos passos, exercitando a persistência e suportando o sofrimento. Vendo o documentário sobre Ayrton Senna, nosso ídolo assim se pronuncia: “O fato de eu acreditar em Deus, de eu ter fé em Deus, não quer dizer que eu seja imortal, não quer dizer que eu seja imune. Eu tenho tanto medo quanto qualquer outra pessoa de me machucar.” E não é isso? A essência de um campeão é a humildade para enfrentar seus desafios, reconhecendo-se como um de nós. Mas apenas humildade e persistência são suficientes? Após assistir à luta entre o brasileiro Anderson Silva e o americano Chael Sonnen, em agosto, nos EUA (MMA Califórnia), percebi com mais clareza o que faz um campeão. Desde 2006, Anderson coleciona vitórias. Antes da luta, o americano fez várias provocações, dizendo que Anderson até poderia ser o campeão, mas que ele seria capaz de vencê-lo, pois era o melhor.

Nos cinco rounds, Anderson apanhou muito. Mas no último momento, finalizou. Só um verdadeiro campeão tem esta capacidade de reverter uma situação que para nós parece ser irreversível. Por isso, ser campeão não é uma questão de ser imbatível, mas de encontrar a vitória no momento crucial da batalha, ou seja, não entregar os pontos. Sonnen realmente é muito bom, mas parece que lhe faltou humildade, atributo indispensável. Tenho a oportunidade de conviver com campeãs: Ana Rachel Lemes, do Exército Brasileiro, Juliana Paula de Souza e Lislaine Link, ambas da FAB. Rachel foi campeã sul-americana de Orientação, em 2008, campeã da III Etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação, em 2009, além de ter conquistado outros títulos e ter participado de vários mundiais. Juliana ficou em segundo lugar na delegação militar brasileira na Maratona em Atenas (Grécia), referente ao mundial militar. Lislaine, também com diversos títulos, vasta experiência e ativa em mundiais, o que significa estar entre os melhores do mundo, foi bicampeã sul-america-

na em corrida de Orientação em 2005 e 2006. E não é para me gabar, mas além de campeãs, são minhas amigas. Embora eu não seja atleta profissional, sou campeã por tabela: comemoro as conquistas alheias e tenho o privilégio de estar cercada de bons exemplos. Foi assim que me senti vendo Juliana ao vencer a meia maratona da III Etapa Circuito Athenas no Rio. E ainda cheguei com a campeã, que completava os 21 km em tempo similar ao meu, que estava terminando os 10 km. Mas, pensando bem, eu também sou campeã. Nunca subi no pódio, fiz cirurgia no joelho em 2008, mas comecei a correr e ainda realizei a maior das grandes conquistas: me superar! Para completar, tive o gostinho de correr ao lado de Juliana segundos antes da linha de chegada e conquistar meus primeiros 10 km numa prova! E sem parar de correr um minuto sequer! Que seja o início para mim, o incentivo para todos vocês e que 2011 traga novas conquistas! AEroEsPAÇo 27



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