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No DTCEA-AF, a aferição dos Papis pelo GEIV
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Índice
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Reportagem A consolidação da APLOG
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Reportagem Especial Informação transforma conhecimento
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Seção Conhecendo o DTCEA-AF Afonsos – RJ
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Seção Cartas de Despedidas
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Artigo Espírito esportivo
Seção Quem É? Capitão Especialista em Suprimentos João Roberto
Nossa capa
Expediente
Em uma missão do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), o fotógrafo Luiz Eduardo Perez flagra o momento da aferição dos quatro PAPIS (auxílio luminoso formado por unidades de luz dispostas perpendicularmente à pista) do aeródromo dos Afonsos e mantidos por graduados do DTCEA-AF.
Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel Aviador R1 Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Telma Penteado (RJ 22794 JP) Gisele Bastos (MTB 3833/PR) Diagramação/Projeto Gráfico: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotos: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF) e Fábio Ribeiro Maciel
Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2101-6637 Fax: (21) 2262-1691 Editado em julho/2011 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto
Editorial Um novo perfil do profissional militar do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) foi revelado após as Pesquisas de Clima Organizacional (PCO) aplicadas em 2009 para graduados e em 2010 para oficiais. O Departamento de Controle do Espaço (DECEA) tomou conhecimento de histórias de pessoas que são parte do corpo do SISCEAB e que fazem de tudo para que ele cresça em conjunto. Gradualmente, estamos dando respostas ao nosso efetivo, que clamou por inúmeras soluções nas duas PCO. A edição 47, que está em suas mãos, é prova do que estamos dizendo acima. A começar pela reportagem “A consolidação da Aplog” – em que tratamos de apresentar uma Assesssoria totalmente reformulada. Essa era uma das necessidades dos nossos militares: conhecer uns aos outros dentro do Sistema, saber o que cada um faz, como faz e porque faz. Assim, começamos a responder aos nossos pesquisados as questões mais pertinentes, a começar pela Assessoria de Planejamento, Orçamento e Gestão do DECEA. E, em continuação ao conhecimento dos nossos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), colocamos luz no Rio de Janeiro, dessa vez nos Afonsos. Um DTCEA subordinado ao Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), com 70 profissionais e que vem sendo modernizado para dar suporte à segurança do tráfego aéreo, cumprindo crescentes e desafiadoras missões. Conheça o DTCEA-AF a partir da página 20.
Outra resposta à PCO é a oportunidade que criamos, a partir desta edição, para que o militar possa agradecer e se despedir da vida na caserna. Assim, dois militares bem conhecidos no PAME-RJ e no 1º GCC tiveram essa chance e colocaram o coração em palavras bem emocionadas nas páginas 26 e 27. Além disso, a PCO nos permitiu conhecer pessoas comprometidas, dinâmicas e que agem proativamente, sem esperar nada em troca. São militares que procuram semear seus conhecimentos para todos os componentes de sua OM. Alguns desses exemplos são citados e reconhecidos na Reportagem Especial “Informação transforma conhecimento”. São apenas quatro histórias, mas temos certeza que emocionará a todos e que vão reconhecer que o trabalho dessas pessoas vai construir um ambiente organizacional mais cooperativo a partir de então. Na Seção “Quem É?” revelamos o perfil do Capitão Especialista em Suprimento Técnico João Roberto Santos Souza, Chefe da Seção de Passaporte e Desembaraço Alfandegário do DECEA. Com certeza, uma personagem que agradece à Força Aérea Brasileira por sua realização na vida pessoal e profissional. Mas sabemos que a sua luta mereceu essa vitória. Estamos reconhecendo, a cada edição, que muitas ideias precisam ser conhecidas e, através da Aeroespaço, podemos aplaudir o nosso efetivo pelo seu empenho, pela sua capacidade e pelo que estão construindo nas ações que realizam pelo SISCEAB e pelo DECEA. Parabéns a todos pelas suas atuações e competências!
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral do DECEA
Reportagem
A Consolidação da
APLOG
Por Telma Penteado Fotos: Fabio Maciel
4 AEROESPAÇO
Na página de abertura de um site, a imagem de uma calculadora é retirada. Em seu lugar, é postada a de uma aeronave R-99, de alarme aéreo antecipado. Sim. Trata-se de uma substituição propositada, decorrente da necessidade de uma mudança na estrutura organizacional da Assessoria, com vistas a contemplar ações de planejamento estratégico para a implementação do ATM Nacional. Trata-se de uma mudança de proposta e de escopo de uma Assessoria inteira. Da calculadora à aeronave, a metáfora transcende o campo do design e consolida a Assessoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (APLOG) como elo entre o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e Organizações Militares subordinadas e demais integrantes do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a fim de acompanhar as necessidades diárias, bem como a evolução do sistema. Sediada em um novo prédio, destinado às Assessorias da Vice-Direção do DECEA, a APLOG apresenta mudanças significativas que se refletem em seu novo ambiente organizacional. De acordo com o Coronel-Aviador Paulo Vladimir Ribeiro Rodrigues, após a mudança física, foi possível a incorporação da equipe do ATM Nacional (CNS/ATM – Comunicação, Navegação e Sistemas de Vigilância – Gestão do Tráfego Aéreo). Hoje, com a participação de um maior número de consultores altamente especializados esta Assessoria almeja alcançar maior participação no processo de planejamento estratégico do DECEA, principalmente o relacionado com o futuro da navegação aérea no contexto da Região CAR/SAM (Região Caribe/América do Sul). “Quando se trata de planejamento estratégico, o foco deve ser: maior agilidade na alocação de recursos, pronta resposta e antecipação nas necessidades do Departamento e das Organizações Militares a ele subordinadas”, avalia o Coronel Vladimir. O trabalho prestado pela APLOG é voltado para a busca da qualidade e da excelência na prestação dos servi-
ços, que vai desde a elaboração do Plano Setorial do DECEA (PLANSET), documento que trata do planejamento das atividades e dos projetos, os quais, após a devida priorização, passam a ser executados pelas Organizações subordinadas, por meio dos seus respectivos Programas de Trabalho (PT), até a produção de relatórios diários. Conforme o organograma, a APLOG, cujo efetivo é composto por 32 profissionais, está dividida em seis seções: • APLOG 1 – Planejamento Setorial • APLOG 2 - Coordenação e Controle • APLOG 3 - Gestão Orçamentária • APLOG 4 - Planejamento Estratégico • APLOG 5 - Análise de Contratos • APLOG 6 - Análise e Desenvolvimento
Apesar da estruturação hierárquica e das funções diferenciadas, “os processos possibilitam que os gestores implementem ações e coordenem atividades de forma matricial, o que permite que a Assessoria esteja integrada em todos os seus processos como um todo”, ressalta o Coronel Vladimir. Como exemplo, ele cita a elaboração do PLANSET, o acompanhamento da execução das atividades e projetos priorizados e, num passo seguinte, a elaboração do relatório de gestão. Todo esse processo encadeado será visto detalhadamente a seguir.
te, uma vez que sua importância tem implicações imediatas nos processos e tomadas de decisões para as questões relacionadas ao controle e gerenciamento de espaço aéreo. Esses projetos fazem parte de uma primeira fase desta longa linha do tempo. A segunda fase está com as atenções voltadas para o futuro. Essa vislumbra o futuro e o que dele poderá ser aproveitável para a necessária evolução do tráfego aéreo no contexto dos 20 milhões de km² sob a responsabilidade do Estado Brasileiro. No âmbito do SISCEAB, este futuro está relacionado estritamente às novas tecnologias, ao aumento da demanda de tráfego aéreo, fomentada pelo desenvolvimento econômico, e, em contrapartida, em um processo de retroalimentação, sendo o agente ativo de fomentação econômica para o País. E, como consequência, a maximização de lucros que as empresas aéreas tanto visam e que o gerenciamento do tráfego aéreo de alta qualidade e a segurança das operações aéreas pode prover. Para estas duas grandes fases, que podem, didaticamente, ser classificadas como presente e futuro, existe o grupo de profissionais responsáveis por gerir e manter os projetos e as atividades que delas provêm.
Linha do tempo Ao longo de uma linha do tempo, há projetos e metas de diversas naturezas. Projetos do passado servem de respaldo para confirmar se os passos dados foram bem-sucedidos, amadurecer novos processos e apoiar a tomada de decisões pelas lições apreendidas. Na sequência, são planejados projetos de curtos e médios prazos, que terminam por fazer parte do presen-
Assim, a APLOG se divide em dois grupos: o primeiro se ocupa com os projetos relacionados ao atendimento das necessidades de curto e ou médio prazo e às atividades continuadas, que se desenvolvem na esfera Operacional e de Manutenção. O segundo, que olha para o futuro, se ocupa dos projetos relativos às aplicações das novas tecnologias e de tudo que se relacioAEROESPAÇO
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na com o planejamento de sistemas, equipamentos, instalações e tudo que se referir às ações de modernização do SISCEAB. Pode-se atribuir as atividades e os projetos do primeiro grupo – o do presente – ao DECEA e às suas Organizações subordinadas. Os do segundo grupo – o do futuro – mais especificamente, à modernização do SISCEAB, à Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA). Para tanto, a Assessoria de planejamento do DECEA, deve ser atuante nos diversos temas relacionados ao controle do tráfego aéreo, tanto em relação aos clientes internos (os da própria organização), como para os clientes externos (os usuários do SISCEAB), a fim de poder proporcionar com a qualidade e a necessária segurança os serviços inerentes ao controle e gerenciamento do tráfego aéreo. O DECEA, como Órgão Central do SISCEAB, gerencia o espaço aéreo sob a jurisdição do Brasil por meio de seus órgãos Regionais, com destaque para os CINDACTA (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), que têm a incumbência de manter seguro e confiável o fluxo do tráfego aéreo nas áreas sob sua jurisdição. E o SISCEAB, por sua vez, tem como principal cliente a sociedade, isto é claro. É para ela que os serviços são prestados, de forma indireta. E como elo fundamental desta corrente está a Comunidade ATM – formada por empresas e profissionais de diversas áreas voltados para as questões relacionadas ao Gerenciamento de Tráfego Aéreo ou que dele dependem. Nesse universo, o DECEA, no papel de principal Provedor de Serviços de Navegação Aérea (ANSP, na sigla em inglês de Air Navigation Service Provider) exerce influência direta na Comunidade ATM, que tem por meta a otimização de custos com o aumento da eficiência e da segurança dos serviços disponibilizados. No linguajar da gestão de projetos, tão em voga na atualidade, o DECEA é caracterizado por ser uma Organização Baseada em Desempenho (PBO, na sigla em inglês para Performance 6 AEROESPAÇO
Equipe da APLOG 6 trabalha no sistema NEXO
Based Organization). Neste conceito, a prioridade é atingir um custo aceitável para um serviço de grande qualidade. E para que essa prioridade seja uma realidade, as empresas que se baseiam nessa performance lançam mão de ferramentas que monitorem as atividades realizadas e as metas de desempenho – os chamados Indicadores-Chave de Desempenho – KPI (Key Performance Indicators). Da mesma forma, a APLOG, pela necessidade de buscar a excelência nas suas ações, também desenvolve uma sistemática para a avaliação de desempenho do DECEA e de suas Organizações subordinadas. Dentro do SISCEAB, Indicadores de desempenho atendem às principais áreas que devem ser monitoradas, ressaltando-se: Segurança Operacional (refere-se ao Safety e trata-se da segurança do voo em si, ao longo de toda sua trajetória, da decolagem ao pouso); Segurança da Aviação (refere-se ao Security e trata-se de tudo aquilo que pode afetar a segurança do voo, como interferência de rádios piratas, sequestro de aeronaves, atos terroristas, entre outros); Eficiência de Voo (relaciona-se a como o voo procede em toda a sua trajetória, como, por exemplo, aerovia
utilizada, distanciamento entre aeronaves, entre outros); Capacidade (relação entre recursos materiais e humanos); Acessibilidade e Equidade; Participação da Comunidade ATM; Disponibilidade de Meios; Previsibilidade (olhar adiante, prever conjunturas e traçar medidas preventivas para curtos e médios prazos); Custo-Eficácia (relação custo x benefício); Meio Ambiente (atenção à responsabilidade social que se faz presente em diversas medidas, como no controle da emissão de gazes e ruídos, desenvolvimento de projetos voltados ao uso de energias alternativas, entre outros); Flexibilidade (aspecto de grande relevância para o gerenciamento de tráfego aéreo neste cenário multidisciplinar que envolve uma quantidade enorme de empresas que, embora trabalhem em harmonia, ao possuírem interesses comuns, concorrem entre si); Interoperabilidade Global (referese à adaptação da conjuntura nacional à realidade mundial – aquilo que se relaciona à aviação internacional), entre outros. Elencadas as áreas de atuação, en-
tram em ação os indicadores de desempenho. Estes devem responder ao que se conhece por 5W2H, ou seja: letras dos termos que na língua inglesa representam alguns questionamentos que servem de baliza para a elaboração de planos de execução e de controle de tarefas. Esses termos em inglês referem-se aos seguintes itens:
Termo em Inglês
atividades e ações do DECEA – e de todas as suas Organizações subordinadas – vamos, didaticamente, traçar uma comparação com a estrutura de um planejamento orçamentário familiar. Murilo (nosso personagem) trabalha numa empresa de eletrônicos e recebe um salário mensal de R$ 5 mil. É casado com a Isabela, que tra-
Significado
What
O que deve ser realizado
Why
Por que tal projeto ou atividade deve ser realizada
Who
Quem será responsável por cada projeto da atividade
When
Quando cada passo será dado
Where
Onde cada projeto ou atividade será realizada
How How much
Como tudo deve ser feito Quanto cada projeto ou atividade custa
A aplicação dos indicadores resulta num levantamento de conjunturas que podem ser transformados em dados. Esses dados, de altíssima relevância para a avaliação de desempenho, podem ser armazenados em Bancos de Dados (softwares especializados) para, posteriormente, quando aproveitados, servirem de base sólida no suporte às tomadas de decisões, de vital importância para o SISCEAB. No caso dos dados levantados especificamente pelos indicadores, são armazenadas em um sistema chamado SGID (Sistema para Gestão de Indicadores de Desempenho), ferramenta desenvolvida pela APLOG para a operacionalização de indicadores de desempenho para o DECEA e Organizações subordinadas. Mais adiante, serão abordados, mais especificamente, outros bancos de dados, planilhas e softwares usados por esta Assessoria. Antes, porém, para compreender todo o trâmite de planos, projetos,
balha numa empresa de Tecnologia da Informação e que recebe mensalmente R$ 4 mil. O casal tem um filho de oito anos chamado Fernando. Pois bem. Todos os meses, o casal dispõe de R$ 9 mil para arcar com os gastos relativos à casa (que neste caso é própria – pra facilitar!!!), diarista, aos estudos do filho, à alimentação, telefonia, locomoção e lazer – que, somados, custam aproximadamente R$ 7.500. Assim, logo de cara, todos sabem o quanto entra na conta e o quanto deste montante já está comprometido com as despesas previstas. Além dos gastos contínuos (administrativos), tem ainda o dinheiro que Murilo e Isabela sempre deixam de reserva um montante para despesas extras (os imprevistos). Com o restante, eles aplicam para a realização de alguns projetos pessoais. Murilo deseja comprar um novo laptop e comprar uma televisão nova para a sala.
Isabela quer viajar nas férias de julho para a Disney com a família, para atender um desejo antigo do filho e, ainda, dar uma atualizada no guarda-roupa. Além de ir pra Disney, Fernando quer porque quer um Playstation 3. Era uma quarta à noite do mês de abril quando Murilo e Isabela, enquanto Fernando via um DVD, se sentaram à mesa para traçar os planos para o famigerado mês de julho. “Olha, Isa”, disse Murilo, “a gente até pode usar o cartão, aonde a gente tem disponível uns cinco mil, mas ainda assim, não vai dar pra fazer tudo que a gente quer”. “Mas a viagem pra Disney a gente já adiou tantas vezes... faz tempo que o Nando tá pedindo”, ponderou Isabela. “É... tem razão. Mantemos a viagem. A TV pra sala a gente pode deixar pra depois, mas eu preciso do laptop urgente”. E assim, o casal vai priorizando os desejos (planos e projetos) tendo sempre em vista a relação necessidade-urgência-custo, até chegar a uma decisão final do que vai ser realizado, de quem vai ficar responsável pelo quê e de quando cada item acordado vai ser, de fato, realizado. No DECEA temos o Plano Setorial do Departamento de Controle do Tráfego Aéreo (PLANSET) e, decorrente deste, os Programas de Trabalho (PT) para serem executados pelas Organizações subordinadas. O PLANSET contempla atividades e projetos que visam à continuidade das operações, a evolução tecnológica e o aprimoramento de soluções que possibilitam maior eficiência no gerenciamento e no controle do tráfego aéreo. Constitui-se, também, em ferramenta que norteia as ações para a execução dos projetos estratégicos atribuídos por meio do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica (PEMAER). O planejamento, quando realizado para períodos mais longos, como o estabelecido no PLANSET, necessita de revisões, as quais, no âmbito do DECEA, se realizam anualmente. Dessa forma, a atual versão do AEROESPAÇO
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Equipe da APLOG 1 dá andamento ao PLANSET
PLANSET, com as ações deduzidas dos projetos priorizados no nível estratégico e as atividades e projetos relacionados à manutenção e ao desenvolvimento do SISCEAB, continua sendo a base para os Programas de Trabalho das Organizações. Dentro da APLOG, a seção que se relaciona a elaboração e atualização do PLANSET é a de Planejamento Setorial (APLOG 1). É essa Seção que figura como o primeiro alicerce da Assessoria, tendo entre suas responsabilidades e metas a análise e consolidação de todos os dados relacionados às necessidades apresentadas pelos Subdepartamentos e Organizações subordinadas, focando a atualização do PLANSET para o próximo período de oito anos. Na continuidade do ciclo de planejamento, o processo de acompanhamento e controle da execução das atividades e projetos priorizados e constantes dos PT é tarefa fundamental para se evitar imprevistos que possam, de alguma forma, impedir que a missão seja cumprida. Todo esse processo é realizado pela Seção de Coordenação e Controle Executivo (APLOG 2), que dá prosseguimento às ações planejadas no PLANSET. Ainda fica a cargo desta Seção a produção dos relatórios para o Con8 AEROESPAÇO
selho de Aviação Civil (CONAC), para o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), uma participação no processo de elaboração do Relatório de Gestão para o TCU , bem como a necessidade de se acompanhar, pari passu, a execução do planejamento aprovado, a fim de assegurar a aplicação correta e com a qualidade necessária dos recursos públicos. Como ferramenta para as necessidades que constantemente se apresentam nesse ambiente de planejamento e acompanhamento da execução das atividades e projetos priorizados, bem como a aplicação dos recursos disponibilizados para o SISCEAB, a Assessoria está desenvolvendo a Ficha de Planejamento (FIP) Eletrônica, que, após os devidos ajustes e testes necessários à sua implantação, deverá substituir a FIA impressa. Trata-se de uma nova interface para alimentar o banco de dados com tudo aquilo que irá compor, num passo seguinte, o PLANSET. A FIP Eletrônica impactará fortemente no trabalho da equipe, dada às facilidades para o acesso (on-line) às informações para o registro e acompanhamento da execução das atividades e projetos planejados, bem como para o preenchimento adequado das necessidades organizacionais, evitandose, ao máximo, as não conformidades.
“Consegui vender a moto!”, comemorou Murilo. “Agora, temos mais R$ 9 mil! Podemos dispensar o cartão de crédito por enquanto e deixar só pra caso de necessidade”. “Ótimo! Vou na agência pegar as passagens hoje à tarde e a moça já vai me entregar os recibos dos cheques”, lembra Isabela. “Parcelamos em quantas vezes mesmo?”, indaga Murilo, ao que ela responde: “foram em dez vezes. Demos uma entrada de R$ 5 mil, que eu tinha guardado, e o restante foi dividido em dez prestações. Ainda bem que eles aceitam cheque! Dispensamos o cartão”. “Ok, pelas minhas contas, tínhamos de cara R$ 11.200, contando com 1.200 livres por mês, mais seus cinco mil e mais os cinco do cartão. Você pagou 5 mil agora em abril pra viagem pra Disney e a partir do mês que vem até fevereiro de 2012 teremos pré-datados de R$ 1.800. Então, ficamos com 6.200. Vamos deixar o cartão de lado, porque entraram mais os 9 mil”, Murilo vai calculando. “Ok. São 15.200 sem o cartão. Dá para comprar o seu laptop e até o Playstation do Nandinho!”, confirma Isabela. E o papo vai adiante enquanto o casal reafirma, baseado nos cálculos, como as prioridades podem ser rearranjadas. E, procedendo assim, não teve contratempos. A família viajou pra Disney, comprou o Playstation pro Fernandinho e o laptop do Murilo e, é claro, duas malas repletas de roupas novas para Isabela! Esta é a importância do acompanhamento orçamentário. A cada período de tempo (estabelecido de acordo com as necessidades), o casal tira o extrato das contas bancárias e do cartão de crédito para verificar a movimentação das finanças. Assim, podem cumprir metas e atualizar projetos se virem que é possível realizá-los. Uma das fases da sistemática de planejamento do DECEA está relacionado ao processo de verificação da aplicação dos recursos orçamentários. Diariamente, por meio de ferramentas desenvolvidas na própria APLOG, é possível se constatar se o planejamento está sendo executado em confor-
midade com a disponibilidade dos recursos e se a aplicação financeira está coerente com a legislação pertinente. Esse trabalho é realizado pela Seção de Gestão Orçamentária (APLOG 3), tornando possível, por meio da constatação dos indicadores financeiros, avaliar se as metas estabelecidas estão sendo alcançadas. A APLOG 3 também é a responsável pela elaboração da Proposta Orçamentária do DECEA, consolidação das propostas das OM subordinadas, acompanhamento da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), pelo gerenciamento dos créditos descentralizados. Assim, em seu relatório diário, a APLOG 3 disponibiliza, todos os dias, o chamado conta corrente e os indicadores financeiros relacionados às aplicações dos recursos públicos alocados sob a responsabilidade do DECEA. Como vimos logo no início, olhar para o futuro é tão importante quanto olhar para o agora e seus desdobramentos de médio prazo. Afinal, é olhando para o futuro que firmamos destinos (para onde querermos ir) e planejamos os passos que nos levarão a ele. Esta atribuição está diretamente relacionada à Seção de Planejamento Estratégico (APLOG 4). Uma das maiores reformulações no ambiente da APLOG foi a assunção da responsabilidade pela continuação do planejamento para o processo de evolução do SISCEAB, com a implementação do Gerenciamento de Tráfego Aére (ATM) Nacional. Muitas têm sido as realizações desta área. Alguns dos destaques foram a complementação da Concepção Operacional da Vigilância Dependente Automática por Radiofusão (ADS-B) Continental, que é o conceito de Vigilância Dependente Automática por Radiodifusão sobre os níveis de segurança do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo; e as participações na Reunião do Grupo de Trabalho Internacional do Sistema de Aumentação Baseado em Terra (GBAS) – realizada no Japão em fevereiro deste ano – e na Conferência de Controle de Tráfego Aéreo (ATC) Global – realizada em março na Holanda.
É importante observar que a execução do planejamento referente ao Gerenciamento de Tráfego Aéreo Nacional, como evolução natural dos atuais sistemas de controle do espaço aéreo, somente será possível por meio da interação com os Subdepartamentos do DECEA e com outras Organizações, internas e externas, como a Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI), por exemplo. Voltando para nosso casal de personagens, Murilo e Isabela, vimos que além das passagens da viagem, ela foi buscar o recibo dos cheques entregues e o contrato da aquisição do pacote de viagem para a Disney. Tudo que envolve pagamento e contratação de serviços e produtos exige recibos e, se necessário, contratos. Não poderia ser diferente com a APLOG! Todas as metas envolvem aquisição de material e de recursos financeiros e humanos. Portanto, envolvem contratos. Para que todo o processo de planejamento, elaborado e aprovado no âmbito do DECEA seja concretizado, muitos contratos são firmados, com o consequente envolvimento de vários setores do próprio Departamento e de suas Organizações subordinadas. Assim, no ambiente dessa Assessoria, pela Seção de Análise de Contratos (APLOG 5), são desenvolvidas ações pertinentes para todas as questões que se relacionam aos contratos, convênios e termos de parceria. A APLOG 5 tem como atribuição a análise administrativa, o controle e o acompanhamento dos instrumentos contratuais e a emissão de pareceres administrativos, objetivando que todos possam ser aplicados em relação aos seus respectivos objetos, de tal forma que nenhuma das parte e ou setores envolvidos tenham qualquer prejuízo – principalmente, o Órgão Central do DECEA. A equipe da APLOG 5, somente em 2010, realizou a análise de 439 minutas e, até o dia 7 de abril de 2011, já foram totalizadas 83 minutas, observando-se que a parceria com o Consultor Jurídico do Rio de Janeiro (CONJUR/RJ) tem possibilitado que em 15 dias, aproxi-
madamente, as minutas de contrato sejam aprovadas. Finalmente a APLOG 6, Seção de Análise e Desenvolvimento, criada em meio à reestruturação dessa Assessoria, tem por atribuição o desenvolvimento das ferramentas necessárias para o suporte à atividades desenvolvidas na APLOG, tais como a coordenação da implantação do Sistema NEXO (veja a seguir) e o SGID, já implantado no DECEA.
O Sistema Nexo Nascido na CISCEA, num trabalho conjunto com especialistas da Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (COPPETEC), extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por conta de uma demanda interna, o Sistema Nexo é essencialmente um software de gestão integrada de projetos que acompanha tudo o que é relativo à administração físico financeira. Dividido em dois grandes módulos (Gestão Administrativo-Financeira e Gestão de Projetos, com o acompanhamento físico da execução dos projetos), o Sistema NEXO teve grande aceitação e, em decorrência dos bons resultados alcançados, sua implantação foi autorizada no âmbito do DECEA, inicialmente nos Subdepartamentos e, na sequência, nas Organizações subordinadas. Para garantir o sucesso deste empreendimento, a expansão do software passou por um necessário “up grade”, realizado na própria CISCEA, permitindo a sua adequação às novas demandas do DECEA. Vale resaltar que a responsabilidade pela continuidade das modernizações e adaptações do Sistema Nexo será migrada da CISCEA para o DECEA, estando essa responsabilidade atribuída à APLOG. Com a migração e consequente implantação, o sistema Nexo trará para o SISCEAB uma série de benefícios, tais como a ampliação da capacidade de controle; maior fluidez do trâmite de informações, a possibilidade de se realizar intervenções oportunas para a AEROESPAÇO
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Trabalhos intensivos na implantação do Sistema NEXO
correção de possíveis desvios; a padronização de procedimentos de gestão; e a circulação do conhecimento. Atualmente, a APLOG está implantando o módulo de Gestão de Projetos, que já está operacional em todos os Subdepartamentos do DECEA, no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), no Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), na Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo (ASOCEA) e na Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea (CERNAI). Até 2012 está prevista a implantação do módulo de Gestão Administrativo-Financeira nestas Unidades. No ambiente da APLOG, o Sistema Nexo será aplicado no processo de acompanhamento das atividades e projetos constantes do PLANSET, bem como de todas as ações priorizadas e constantes dos Programas de Trabalho aprovados. Outra característica de fundamental importância desse sistema é a capacidade de integração dos dados entre usuários, possibilitando a visibilidade de todos os projetos e respectivos gerentes; a possibilidade de se efetuar a troca de informações entre todos os profissionais envolvidos em cada tarefa, o que favorecerá a eficácia no 10 AEROESPAÇO
desenvolvimento dos projetos e a otimização da gestão orçamentária. O programa ainda disponibiliza alertas automáticos que indicam, periodicamente, os prazos de entrega das tarefas e gera relatórios de acompanhamento de tudo que está sendo realizado. Quanto aos relatórios gerados, vale ressaltar que estes serão aplicados para os níveis estratégico, gerencial e operacional.
Olhos para a APLOG No mundo atual, onde cada vez mais os recursos se tornam escassos, o planejamento se torna parte de uma estratégia que deve ser adotada para todas as questões que envolvam a aplicação de tais recursos, principalmente o financeiro. Com essa visão, o administrador não poderá deixar de estender a sua importância para toda a organização, principalmente no âmbito do DECEA, Organização Prestadora de Serviço de Navegação Aérea, que detém a importante atribuição de proporcionar a segurança e o controle do espaço aéreo brasileiro. Nesse sentido, o próprio DiretorGeral do DECEA, Tenente-Brigadeirodo-Ar Ramon Borges Cardoso, tem na APLOG a grande central de planejamento do SISCEAB, ratificando que suas funções, apesar das características
diversas, devem ser integradas para a obtenção de melhores resultado. Multidisciplinar. Assim é a essência da APLOG, que realiza o planejamento do futuro, com o estabelecimento de projetos de longo prazo; define as capacidades para o curto e o médio prazos; prioriza a alocação dos recursos; acompanha, de forma sistemática, os resultados alcançados; e verifica a eficiência atingida para as necessárias ações de re-planejamento. Dessa forma, voltando ao primeiro item (planejamento do futuro), certifica-se que o serviço prestado por esta Assessoria é contínuo e de fundamental importância para a Organização que detém a grande responsabilidade pela segurança e controle do espaço aéreo em uma área de 22 milhões de km². Integração é palavra de ordem e a interação com todos os elos deste Sistema é condição “sine qua non” para o cumprimento das metas estabelecidas pela Alta-Administração do DECEA. Como bem resume o Diretor-Geral, os Subdepartamentos se ocupam com os objetivos setoriais, a CISCEA com as implantações e as Organizações subordinadas com a execução. E neste processo, confiança, comprometimento e comunicação não podem faltar. Em suas considerações finais, o Coronel Vladimir ressalta sua convicção: “Com a entrada das diversas ferramentas de controle, teremos condições de automatizar processos que possibilitará à APLOG condições para a realização de planejamentos cada vez mais elaborados, principalmente com maior interação com os Subdepartamentos do DECEA, a fim de se obter mais qualidade e maior eficiência no trabalho desenvolvido, permitindo ao DGCEA maior segurança para as tomadas de decisão”. Antes da publicação desta Reportagem Especial, o Coronel-Aviador Paulo Vladimir Ribeiro Rodrigues foi convocado para assumir a Chefia do EstadoMaior do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II) de Recife (PE). Desta forma, o Coronel-Intendente Ricardo Augusto Sampaio de Souza assumiu a Chefia da APLOG.
Informação transforma
Reportagem Especial
conhecimento
Por Daisy Meireles Fotos: Luiz Ediuardo Perez e arquivos pessoais dos entrevistados
Temos visto que em algumas regiões do Brasil ações entusiastas e motivadoras de graduados ajudam soldados a melhorar sua técnica profissional, enquanto outros divulgam a Força Aérea Brasileira (FAB) para jovens estudantes, atendendo orientações do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), promovendo palestras sobre formas de ingresso na FAB Através da Pesquisa de Clima Organizacional (PCO) aplicada aos graduados, em 2009, e para os oficiais, em 2010, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) conseguiu enxergar o universo corporativo das OM subordinadas, reconhecendo que há militares comprometidos e que fazem o diferencial em suas Unidades. Muitos dão o melhor de si e até superam metas estabelecidas. Em nosso ambiente de trabalho, seja operacional, técnico ou administrativo, lidamos com novas tecnologias e algumas surgem com muita velocidade. Por isso, o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) clama por profissionais dinâmicos e que atuem de forma proativa. Os espaços para os que guardam seus conhecimentos para si e não compartilham informações atualizadas acabaram. A comunicação hoje deve fazer parte do cotidiano de todos os integrantes do SISCEAB, seja militar ou civil. Faz parte de nossas atividades divulgar os novos conceitos e conhecimentos para trazer aprimoramento e capacitação
plenos para os nossos pares e subordinados. Essas ações de multiplicadores armazenam conceitos e conhecimentos para a Organização Militar (OM) como um todo. Desenvolver e aprimorar capacitação de outros dá prazer para os que têm como compromisso educar e ensinar. Quando esses militares transformam-se em voluntários inflamados e assumem uma postura de favorecer as ações de seus subordinados e/ou pares na interação com a Unidade, alavancam a autoestima destes aprendizes e também passam a perceber que suas atitudes transformam os outros. Da mesma forma, os que estão aprendendo ou assimilando conhecimentos, passam a se reconhecer como úteis à Unidade, conscientizando-se da importância dos seus atos e ações no progresso da OM e valorizam os que estão se dedicando a ensinar. Vamos contar, a seguir, quatro histórias de militares que vivem essas ações no dia a dia em suas OM. AEROESPAÇO 11
“Posso construir um império com minha informação! Não para fazer fortuna, mas por um mundo melhor e mais justo”Suboficial Kuromiya
Ensinar é melhor do que aprender As Organizações Militares, assim como as empresas civis, têm utilizado a informatização de forma cada vez mais intensiva e acelerada. Uma das tendências percebidas era a necessidade de se implantar um novo sistema operacional de software livre. Era uma novidade e – como em qualquer local - novidade causa rebuliço. Somos quase todos avessos às novidades. E era grande a novidade! Havia uma necessidade geral das OM em se atualizar e passar a realizar trabalhos pelos sistemas informatizados pelo software livre, e isto incluía mudanças. Havia um militar no SRPV-SP disposto a colaborar: o então Primeiro Sargento Básico em Eletrônica (BET) Edson Takeaki Kuromiya. Como militar da área técnica, ele trabalhava com Informática e sempre tinha contatos com usuários no dia-a-dia. No início da carreira trabalhou com telefonia/telegrafia e passou para a área de equipamentos de navegação área (NDB - Rádio Farol NãoDirecional, VHF - Frequência Muito Alta, DME - Equipamento Medidor de Distância), planejamento técnico e, depois, para a informática. Aprendia sempre com as dificuldades dos usuários, já que tinha com eles relação diária. Por isso, em meados de 1999, Kuromiya permitiu-se 12 AEROESPAÇO
experimentar alguns softwares alternativos, livres. Fora do expediente, ele já fazia suas pesquisas e experimentações e ia informando ao pessoal que trabalhava com ele do que havia de novo no mercado. Confirmando seu pensamento, no ano de 2000, a então Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV) – atual DECEA - enviou uma mensagem rádio, determinando às OMs que procurassem alternativas aos softwares proprietários. Era uma época em que começavam as dificuldades nos licenciamentos dos softwares. No final daquele ano e início de 2001, Kuromiya foi indicado a fazer o curso de StarOffice, com a tarefa de – na volta - ensinar a utilização do software para o efetivo do SRPV-SP. O curso de StarOffice foi realizado no Centro de Computação de Aeronáutica de Brasília (CCA-BR). Só não foi explicitado que era no ambiente Windows. Enfim, quando voltou do curso, ligou seu computador e, surpreso, perguntou: “Cadê o meu Windows? Quem colocou Linux no meu computador!?” Estavam esperando que ele ensinasse o Linux para todo mundo. Afinal, StarOffice, na época, era sinônimo de Linux. Era a nova fase. O início. Mas quem tinha mudado o Sistema Operacional Windows para Linux?! O que havia acontecido? Todo o SRPVSP estava com Linux. Ninguém conseguia mexer naquele software, afinal, era novidade... Mas não era isso o planejado. Ele, Kuromiya, tinha apenas o ginásio, completado com supletivo. Essa foi a fase em que ele montou alguns treinamentos para os usuários.
No início, sempre trabalhou sozinho, montando as apostilas, organizando as turmas, preparando aulas. Enfim, acabou assumindo o compromisso de formar mais pessoal, sempre se colocando no lugar do usuário. Fora do expediente, planejava e executava, aprendia lendo material de software livre, transformando-se em autodidata. “E ainda hoje, sempre procuro acompanhar o que está acontecendo no dia-a-dia do mundo externo ao nosso” – ressalta o militar – justificando que o maior objetivo do pessoal da área de Tecnologia da Informação é fazer com que o usuário não tenha dificuldade no uso dos recursos existentes, seja no SRPV-SP ou em qualquer OM. Então, o SRPV-SP teve que retornar ao Windows, conforme ia adquirindo a licença. Mas o problema não era só o Sistema Operacional, era também o conjunto para escritório MS-Office. Assim, colocavam StarOffice, mas desformatava todos os documentos, afinal, era desejado manter o formato dos documentos do MS-Office (.doc, .xls, .ppt, .pps). Kuromiya tinha facilidade, habilidade e muita curiosidade. Todos enviavam documentos para ele formatar e consertar. Para resolverem os problemas com mais rapidez, foram comprando licenças de MS-Office e se adaptando. Depois, não tinham mais verba e procuravam alternativas. Acabaramse os StarOffice e começaram a utilizar o seu sucessor, o OpenOffice.org, mas todas as vezes em que se atualizava, um problema e outro apareciam... mais adaptação, mais apoio de Kuromiya. Afinal, o OpenOffice. org ainda estava engatinhando.
E isso tudo aconteceu antes da “Era Sauti” – ainda usava-se a “Ordem de Serviço”, que era uma cópia da do CINDACTA II. “O usuário não sabia diagnosticar o próprio problema – às vezes era hardware e ele dizia que era software. Outras vezes o inverso” – conta rindo Kuromiya. Havia muita diferença no uso do OpenOffice.org e todo mundo queria aprender. A Chefia da Divisão Técnica do SRPV-SP, então, resolveu implantar um curso para todo o efetivo e Kuromiya foi escalado para lecionar nos Destacamentos subordinados. E, como sempre, fora do expediente, ele ia planejando e executando os planos de aula. “Aprendi lendo material de software livre. Grandes empresas como IBM, Olivetti, Siemens, Petrobras, METRO de São Paulo etc já estavam iniciando seu apoio e desenvolvendo materiais. Aqui no SRPVP-SP tenho orgulho de ver cerca de 600 máquinas rodando BrOffice hoje. É uma satisfação pessoal", – diz ele. Kuromiya pesquisou, acompanhou a história da implantação e da interface, preocupou-se com o usuário para que o mesmo não sofresse com o treinamento. Na época utilizava um CD do Linux que levava de 15 a 21 minutos para instalação completa, com vários programas, já com gravador de CD, games, um programa similar ao photoshop etc. Comparando-se ao Windows, levaria algumas horas para ter tudo instalado. “Tenho verdadeira paixão e confiança pelo Linux. Divulgo a facilidade de chegar ao usuário, além do seu suporte, que não é de empresas, mas da própria comunidade que faz uso dele. Há muitas pessoas que se interessam em ajudar, pelo simples fato de estar cooperando por um mundo mais livre. Sou um curioso, é verdade, mas gosto de experimentar. Se eu não aprender, não posso ajudar com informação” – declara ele e vai mais além: “Posso construir um império com minha informação! Não para fazer fortuna, mas por um mundo melhor e mais justo”.
O SRPV-SP passou a ter licenças e estava tudo legalizado. De modo geral, a preferência da Chefia era promover aulas para os soldados, porque eles seriam os primeiros a lidar com os programas e para os sargentos, que iriam operar o OpenOffice.org. Eles tinham mais interesse em informática, mais curiosidade para aprender. Queriam saber dos recursos da informática atualizada e utilizar no trabalho, e em benefício na faculdade ou em casa. O SRPV-SP deu apoio para o curso, porém, o problema sempre foi falta de recurso para material e ainda teria que tirar o soldado do serviço para aprender. Temos conhecido profissionais militares e civis que se destacam não só por suas qualidades, mas pelo seu desejo de repassar suas aptidões, percebendo que isso pode aumentar a valorização dos recursos humanos da Unidade. Alguns preocupam-se com os novos soldados e seus talentos de forma contínua e integrada, sempre acreditando que eles podem ser lapidados. Afinal, são pessoas de valor e que podem ser descobertos em suas vocações. “Nada esplêndido jamais foi alcançado, exceto por aqueles que ousaram crer que alguma coisa que havia dentro deles era maior que as circunstâncias ao seu redor” - essa frase de Bruce Barton soa como uma tradução para a vida de Kuromiya. Uma pessoa alegre, harmoniosa e equilibrada à primeira vista. Perfil que idealizamos dos orientais, como é o caso dele, um nissei (filho de japoneses), natural de Itapeva, interior de São Paulo. Sua competência, sua habilidade e sua eficiência no trabalho são transparentes. O empenho com que se dedica ao estudo com satisfação é um fato comprovado, visível. As pessoas à sua volta, que já receberam dele treinamento, demonstram a satisfação de ter benefícios e reconhecem a dedicação, a tranquilidade e a alegria no momento em que ele incorpora o instrutor". Até dezembro de 2006, ele fazia parte da equipe de Informática do SRPV-SP. Hoje, há um grupo sendo
preparado para formar uma equipe de instrutores e ele é um dos convidados. Na época em que trabalhava como coordenador das turmas, realizava tudo sozinho, faltava pessoal capacitado, e a dificuldade de desatar os laços do MS-Office, colocado como alternativa aos softwares livres, era muito grande. “Tirar um vício é difícil, mas a semente foi plantada e está dando frutos. Vejo algumas pessoas utilizando software livre em seu dia-a-dia, em casa e no trabalho, e acho que estão no caminho certo” - desabafa Kuromiya, que mantém os canais abertos com muitas pessoas para tirarem dúvidas e está sempre solícito a dar opiniões e conselhos a respeito do assunto. Hoje ele é Suboficial, tem 42 anos, trabalha na área de Radiodeterminação e atua como técnico em manutenção de radar no aeroporto de Guarulhos, SP. Sim, o tempo passou e também houve mudanças na sua vida pessoal, mas ele sabe que a informática se atualizou e ele acompanhou tudo. Hoje, em sua área de trabalho pode aplicar os conhecimentos que adquiriu e continua utilizando a Tecnologia da Informação. Sabemos que qualquer pessoa que esteve numa sala de aula com Kuromiya poderá ter feito outra opção no futuro, deixando o cotidiano da FAB como soldado, como sargento ou oficial, mas saberá que o que foi transmitido por ele servirá para ser aplicado em alguma área de sua vida profissional. “Não devemos focar o ensino apenas no âmbito interno, temos que saber que o jovem deve estar preparado para qualquer situação fora da FAB. Fico feliz, sabendo que muitos aprenderam comigo!” – diz o militar realizado. "Hoje, estamos experimentando colocar uma introdução ao Linux nos treinamentos. É uma boa prática para preparar os ouvintes para as alternativas que existem nos dias atuais". – revela o militar, que no dia 8 de novembro de 2010, iniciou uma nova turma no SRPV-SP para Suboficiais. AEROESPAÇO 13
A introdução ao Linux - segundo Kuromiya - mostra que existem opções que atendem de forma satisfatória aos trabalhos do cotidiano. Ele tem um projeto pessoal para auxiliar no uso do software BrOffice.org. Está no início, não possui muito conteúdo, mas quem quiser conhecer o projeto, está em http://saberbroffice.blogspot.com/. O mais difícil é tirar a cultura da pirataria de software e fazer as pessoas terem uma nova visão. “Hoje as pessoas têm preguiça de aprender coisas novas, de procurar alternativas. Os jovens são mais receptivos, mas depende de quem está perto deles. Se for alguém que os incentiva a utilizar o genérico das bancas, aí fica difícil. Mas se mostrarmos as vantagens, o funcionamento e o suporte do software livre, aí sim, a mente se abre!” – justifica. Ele acredita, ainda, que podemos acrescentar mais conhecimento e preparo aos jovens que estão trabalhando para o SISCEAB, sejam eles soldados, cabos, sargentos ou oficiais. “Com o tempo e a inclusão de novos integrantes nas OM, a visão - a
forma como vemos - está melhorando” – é assim que ele pensa. E diz, em tom de esperança: “Podemos ajudar muito, preparando esses jovens. Mesmo que eles não sigam a carreira militar na Força Aérea, podemos mostrar que tudo que ensinamos pode muito bem ser aproveitado na vida futura”. "Uma vez", conta ele: “Disse para um soldado: o que você aprende é importante para usar hoje na sua seção de trabalho e para a vida toda fora daqui. O seu tempo aqui é limitado e futuramente você não estará mais aqui. Então, aproveite ao máximo o que nós podemos oferecer. Não sei se você vai seguir a carreira ou não. Talvez não ache o salário compensador nem sei se vai receber algum prêmio enquanto estiver por aqui. Mas sei que para mim, a satisfação de ensinar a você é um prêmio”. Mas ele não tem ideia de quantos soldados ou graduados foram beneficiados com seus ensinamentos, nem saberia precisar... Mas nós encontramos dois deles durante a
entrevista em São Paulo, por acaso, que nos contaram um pouco do que aprenderam com ele. Um deles é o Primeiro Sargento BCT Silva (SRPV-SP), que recebeu aula de Eletrônica em 1987, ainda como Soldado de Primeira Classe, quando atuava como auxiliar de eletrônica e diz que sempre aplica as instruções que recebeu do “professor” Kuromiya. O outro é o Segundo Sargento BCO Pablo, que fez o curso de BrOffice quando era Terceiro Sargento, há sete anos. “O curso me ajudou muito, pois eu era o único que sabia do assunto na Seção de Instrução e Atualização Técnica (SIAT). Fiquei tão entusiasmado com o treinamento, que decidi fazer faculdade de Tecnologia da Informação”. Para finalizar a entrevista, perguntei a Kuromiya se ele se sentia gratificado pelo que fazia. Ele me respondeu que é uma coisa que ninguém pode tirar dele. “Fico cheio de confiança, de fé e de força. Ensinar as pessoas é muito bom! É melhor do que aprender”.
“Muitos não tinham conhecimento das escolas de formação como ingresso na Força Aérea Brasileira”Sargento Dias
Estamos no mesmo barco, num ambiente de sinergia "A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original". Esse pensamento de Albert Einstein justifica o que resultou do 14 AEROESPAÇO
trabalho que o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santos (DTCEA-ST) realizou no final de julho de 2010, quando apresentou, tanto para o seu efetivo quanto para o do Núcleo da Base Aérea de Santos (NuBAST), o vídeo promocional “Profissões Militares da Força Aérea Brasileira". Na ocasião, a repercussão, principalmente entre os soldados, foi imediata e positiva. Muitos desconheciam as opções que a FAB ofere-
cia. Perceberam, então, que as informações poderiam ser transmitidas também para a comunidade local e começaram visitando escolas públicas e particulares de ensino médio na cidade, explanando sobre a intenção em divulgar essas informações. Como teve boa receptividade, o então Comandante do Destacamento, Segundo Tenente Pedro Paulo, iniciou com o Terceiro Sargento SGS (Guarda e Segurança) Marco Antonio Dias, um trabalho de elaboração
de palestras de divulgação do vídeo, bem como a transmissão de outras informações referentes ao assunto e direcionaram dados sobre as características das escolas de formação da FAB, como a Academia da Força Aérea (AFA), o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) e a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Missão, grade curricular, duração dos cursos, localização e outras informações sobre as escolas foram temas abordados nas palestras, assim como as especificidades de cada concurso. Deram dicas de como acessar os editais de concursos, divulgaram todos os sites específicos disponíveis na internet, bem como o portal da FAB, onde os jovens poderiam obter mais informações. “O nível de interesse foi surpreendente, pois a maioria do público desconhecia o assunto. Muitos achavam que só como soldado poderia entrar para a FAB, ou seja, através do alistamento militar. Não tinham conhecimento das escolas de forma-
ção como ingresso na FAB” – disse o Sargento Dias. Fazendo um levantamento geral, o DTCEA-ST alcançou cerca de 200 alunos, em escolas da rede pública e particular da cidade do Guarujá (SP). A intenção é estender a divulgação para as escolas de ensino médio da cidade de Santos e dar continuidade a esse trabalho em Guarujá. Conheci o 3S Dias em 2009, quando fiz uma entrevista no Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) sobre o CFC (Centro de Formação de Condutores de Veículos Automotores VA A/B), que é dirigido pelo Sargento Artur, outro exemplo de militar que se preocupa em colaborar na formação aprimorada de soldados. Dias faz parte da equipe de instrutores e examinadores do CFC e já naquela época me causou interesse. O CFC foi criado para suprir a carência de motoristas nas unidades. O curso, além de formar novos condutores, também viabiliza a troca de categoria da carteira de habilitação. O Centro já formou mais de 150 condutores (soldados, graduados
e até oficiais) nas categorias “A”, “B”, “C” e “D” – na área do SRPV-SP e nos Destacamentos subordinados, além de outras OM da FAB. No curso são ministradas noções de trânsito, primeiros socorros e direção defensiva. Quem conhece o Sargento Dias sabe que ele tem sabedoria no olhar e na linguagem e sabe usá-la a favor do próximo. Do alto dos seus 50 anos, sabe que os alicerces onde edificou seu caráter e sua personalidade foram forjados em sua vasta experiência profissional, sem a qual, pouco teria conseguido. Arguto observador das relações pessoais em seu local de trabalho, entendeu que, como fontes ricas de conhecimento, podemos e devemos irradiá-lo às pessoas ao nosso redor e dividir um pouco desse saber. O apoio que o 3S Dias recebeu do Tenente Pedro Paulo tem sido reforçado pelo atual Comandante do DTCEA-ST, Tenente Moisés Tomás da Silva – que pretende continuar o trabalho de divulgação das Escolas da FAB em Santos e também no Guarujá.
“Precisamos aproveitar os dons e aptidões desses jovens e não desperdiçar o tempo que eles passam na FAB”Sargento Gama
Você ensina, você confia Há quase um ano, recebemos um release sobre um trabalho voluntário do Terceiro Sargento Especialista em Eletricidade (SEL) Flávio Gama de Oliveira, do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Uru-
guaiana (DTCEA-UG). Achamos que o material podia render uma reportagem especial. Afinal, haveria outros militares que teriam a mesma missão. Então, começamos a pesquisar, a perguntar e achamos justo e merecido destacar esses militares graduados que, mesmo quietos, alguns distantes, são sempre bem intencionados em orientar soldados e outros graduados. Em novembro do ano passado, estivemos em Uruguaiana para fazer a
reportagem “Conhecendo o DTCEA” e aproveitamos a missão para conhecer o trabalho do Sargento Gama. Uma pessoa extremamente sorridente nos recebeu no aeroporto. Era ele, um carioca, de Bangu (bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro), que lutou para servir à FAB. Aos 27 anos, é casado e, como disse, mantém um sorriso no rosto o tempo todo. Ele me contou que, na companhia do Segundo Sargento Taifeiro (TAR) Abel Fernando Machado da Silva e AEROESPAÇO 15
de alguns soldados do efetivo, visitaram as escolas públicas de nível fundamental e médio da cidade. Começaram com apresentações em duas escolas no mês de julho do ano passado. Montaram uma apresentação de 30 minutos em Power Point, com data show, notebook e som. “Uma palestra totalmente didática, com vídeos informativos e distribuição de folders do DECEA e de outras Organizações da FAB” – conta o 3S Gama com entusiasmo. Neste ano, já fizeram mais duas apresentações, com o mesmo objetivo: mostrar as formas de ingresso na Aeronáutica para jovens estudantes da faixa etária de 13 a 23 anos. E seguiram as regras habituais, abrindo espaço para perguntas, usando linguagem adequada para adolescentes e jovens. A ideia era atraí-los para a Aeronáutica e eles tinham um motivo. A cidade de Uruguaiana, por ter sofrido várias incursões militares, tornou-se uma importante peça no cenário militar da América Latina. Exército, Marinha e Aeronáutica estão presentes na cidade e dividem o contingente de jovens que se alistam para servir à Pátria. Porém, o Exército e a Marinha recebem o maior número de soldados. Já na Aeronáutica, para o DTCEA-UG, ingressam cerca de dois a três soldados por ano apenas e que não possuem formação técnica. Em julho de 2010, o Sargento Gama, como representante do DTCEA-UG, participou com o Exército Brasileiro do alistamento militar obrigatório dos jovens no Oitavo Regimento de Cavalaria Mecanizado (8º RCMEC). Além das diversas provas e exames que o voluntário passa para ingressar em uma das três Forças Armadas, é realizada uma criteriosa entrevista com o conscrito para servir à FAB. O Sargento Gama foi, assim, verificando quais eram os melhores candidatos para ingressar como recruta na Aeronáutica. No 8º RCMEC, ele expôs para os jovens vídeos institucionais da FAB e do DECEA. Desta forma, todos ficaram cientes das formas de ingresso na Aeronáutica e receberam informa16 AEROESPAÇO
ções de como progredir na carreira militar, e ainda souberam como era o trabalho de um soldado no DTCEA de Uruguaiana. Neste ano, os Sargentos Gama e Machado fizeram mais duas palestras. Numa delas, contaram com a participação da mais nova integrante no Destacamento: a Terceiro Sargento Especialista em Eletrônica (BET) Alexandra Rosany Tiburcio da Silva Santos, mostrando a participação da mulher na FAB. Alexandra é a única militar feminina no Destacamento e, nessas palestras, será de muita importância nas escolas, pois em Uruguaiana há cerca de quatro mulheres para cada homem, segundo as estatísticas. As próximas palestras estão marcadas para setembro e outubro. O Sargento Gama trabalha como mantenedor, ou seja, mantém em observação 24h os equipamentos de auxílio à navegação e o gerador de energia elétrica do Destacamento e também atua como Elo Social, sempre procurando aprimorar os conhecimentos dos soldados. No ano passado, ele pediu para implantar um projeto no Programa de Ações Integradas do Comando da Aeronáutica (PASIC) de curso ou treinamento técnico na área de eletricidade, somente para os soldados, começando na área do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA II) . Pensou, também, em um treinamento de até uma ou duas semanas para aprimorar o conhecimento dos soldados. Mais longe ainda, sugeriu trazer profissionais de Odontologia, Tecnologia da Informação, Economia, Segurança do Trabalho e Primeiros Socorros, durante as semanas desse treinamento, passando por todos os Destacamentos do CINDACTA II, para ensinar técnicas básicas a todo o efetivo de soldados. “Enfim, penso em melhorar de alguma forma a vida desses soldados e consequentemente de todo o efetivo. Sei que cada um de nós tem aptidão em alguma área que pode e deve ser trabalhada. Precisamos aproveitar os dons e aptidões desses
jovens e não desperdiçar o tempo que eles passam na FAB” – adverte o sargento. Gama atua como técnico em eletricidade na Seção Técnica do DTCEA-UG e com seus conhecimentos deu instruções de eletricidade básica e instalações elétricas para os soldados, durante três semanas – em maio de 2010 - utilizando a sala de aula do Destacamento. “Como estamos numa área delicada, de proteção ao voo, que requer conhecimento técnico especializado e necessita de manutenção preventiva constante nos equipamentos, achei importante capacitar os soldados. E o resultado foi positivo, pois a atuação deles com os graduados somou esforços e melhorou a qualidade. Eles são a nossa mão de obra e fazem o trabalho pesado na maioria das vezes, mas precisam de qualificação profissional para nos ajudar. Proporcionando essa capacitação, teremos muito mais qualidade nos resultados das manutenções” – justifica Gama. O curso é bem completo e totalmente didático, apresentado em BrOffice, com muitas figuras ilustrativas e 14 vídeos sobre eletricidade. A parte prática é realizada no próprio Destacamento, de forma segura e sob a vigilância do 3S Gama. “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, já dizia Cora Coralina, em uma de suas poesias. Assim eu vejo o que Gama vem colocando em prática desde que saiu da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR) para o DTCEAUG, em 2007. E o incentivo que ele dá aos jovens para optar pela Aeronáutica, ministrando palestras nas escolas públicas, só tem dado certo e trazendo felicidade e mais conhecimento para ele. “Hoje, no DTCEA-UG há 12 soldados e não queremos esses jovens aqui só para marchar e fazer faxina, mas sim para ajudar nas atividades técnicas, operacionais e administrativas e também aprender um pouco conosco. Caso não queiram seguir a carreira militar, quando chegar a época de sair, terão conhecimento para levar uma vida profissional dig-
na lá fora” – disse o 3S Gama. Através de uma parceria entre a Prefeitura e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o 3S Gama conseguiu inscrever, neste ano, alguns soldados em cursos gratuitos de pedreiro, encanador, marceneiro, eletricista e outros. Outra boa notícia é que o Destacamento vai receber mais cinco soldados e, após a chegada deles, haverá novo treinamento em eletricidade para
estes e mais outros cinco soldados do efetivo atual. Haverá, também, abertura de vagas voluntárias na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) – que muito apoia o Destacamento - para os que já fizeram o treinamento em eletricidade no DTCEA-UG, o que significa mais oportunidade para esses jovens. Segundo o Comandante do DTCEA-UG, Tenente Cláudio Pimen-
ta Simas - que muito incentiva o trabalho dos Sargentos Gama, Machado e agora de Alexandra - “militares e civis necessitam conhecer os planos, as deficiências e as necessidades da OM em que trabalham, assim eles poderão colaborar com as mudanças que forem propostas, e também sugerir ideias que possam auxiliar na solução de problemas existentes”.
“A participação deles no Dia do Soldado foi muito válida, pois eles expressaram a importância de sua função na FAB”Sargento João Carlos
Dedicação e recompensa Aos 43 anos de idade, o Primeiro Sargento Especialista em Administração (SAD) João Carlos Lopes Cardoso - casado e pai de dois filhos, com Licenciatura Plena em Pedagogia e pós-graduação em Marketing e Relações Públicas, tem 24 anos de trabalho dedicado à FAB. Começou como Praça em 1987, em Belém do Pará e, desde fevereiro de 2008, serve no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Corumbá (DTCEACR), onde atua em várias atividades. É o Encarregado da Seção Administrativa, faz o trabalho de Elo Social e Secretário e ainda é o Síndico da Vila Residencial. O efetivo do DTCEA-CR é bem reduzido, apenas 34 militares. Destes, nove são soldados, e João Carlos procura sempre orientá-los nos estudos, uma vez que a região fronteiriça é propícia para atividades ilícitas.
“Com isso temos trabalhado incansavelmente nas orientações para procurar desenvolver e desempenhar alguma atividade nos tempos ociosos, com cursos técnicos oferecidos por instituições na cidade” – esclarece João Carlos, que sempre busca os contatos e os meios para indicá-los. Os soldados do DTCEA-CR desempenham ou têm uma função auxiliar e foram distribuídos nas diversas Seções do Destacamento para aprenderem alguma atividade relativa a uma área específica como Técnica, Almoxarifado, Suprimento Técnico, Garagem (na função de motorista), Informática e Administração. Além de tudo isso, os soldados são excelentes colaboradores com a manutenção do prédio, zelando e mantendo limpo o ambiente de trabalho. O Sargento João Carlos começou esse trabalho voluntário, assim que chegou ao DTCEA-CR, percebendo como era ociosa a vida desses soldados, em razão de o Destacamento não ter um prédio próprio. “Como o DTCEA ocupava um espaço dentro da Infraero, os próprios funcionários da empresa é que faziam a limpeza
do local. Enfim, isso provocava um marasmo e até um desinteresse pelo estudo” – explica João Carlos. “Soube que foram oferecidas três vagas de Soldado de Primeira Classe e os três soldados que tínhamos na época não obtiveram notas para classificação. Fiquei chocado com aquilo e me ofereci para ministrar aulas gratuitas após o expediente e comecei a incentivá-los a se dedicar mais aos estudos” – conta ele. Assim, João Carlos conseguiu livros escolares usados e em bom estado, através de doação em escolas da cidade e repassados aos soldados para estudos. E tem dado resultados. João Carlos tem material informativo sobre as atividades da FAB recebido pela Assessoria Comunicação Social do DECEA e, com isso, elabora projetos e apresenta aos diretores de escolas da cidade. Agenda dias específicos e os próprios soldados, voluntariamente, o acompanham para realizar palestras nas escolas, divulgando as atividades da FAB e as funções desenvolvidas no Destacamento para alunos do ensino fundamental e médio. Também recebem visitas no DTCEA-CR de estudantes AEROESPAÇO 17
do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) que querem conhecer as funções desempenhadas pelos militares. “A participação deles no Dia do Soldado em 2010 foi muito válida, pois realizamos visitas nas escolas públicas e eles mesmos expressaram a importância de sua função na FAB” – conta orgulhoso João Carlos. Quando perguntei sobre o que ele tem feito para melhorar a qualidade de vida desses soldados, ele respondeu que procura entrar em contato com as instituições de ensino profissional e técnico do município, para solicitar vagas para esses jovens. Tudo isso tem refletido ainda na vida daqueles militares que terminam seu tempo obrigatório, onde há um contato com alguns segmentos e empresas, na qual o Sargento João Carlos indica e encaminha, dando boas referências e fazendo o acompanhamento desses jovens. “Mesmo fora da Força Aérea, continuamos mantendo contato. Há mui-
tas festividades coletivas em que somos convidados e nos encontramos. Exemplo disto é que o nosso primeiro soldado, o S2 Hurtado, hoje ocupa um cargo de confiança em uma mineradora na cidade” - orgulha-se dos bons resultados. Bons resultados das sementes lançadas por ele, que tanto se orgulha dos soldados que seguiram seus conselhos. Ele conta que hoje, muitos estão bem empregados. O último que deu baixa, S2 Carvalho, está concluindo o curso de piloto civil. Atualmente, dois soldados estão realizando cursos técnicos, um em Metalurgia e o outro em Informática no recém-criado Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Ainda há outro soldado realizando curso de Eletricidade no SENAI. E não para por aí. Alguns estão cursando Sistemas de Informação no campus Pantanal da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e outros Administração na Faculdade Anhanguera.
João Carlos acrescenta que realizou entrevista social de dois soldados para serem inseridos e participarem do Projeto Alimentação, desenvolvido pela Seção de Apoio ao Homem do CINDACTA II. A cidade de Corumbá é provida de escolas técnicas e comerciais, como o SENAI e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e, recentemente, o IFMS, que funciona provisoriamente em um prédio da Prefeitura Municipal. E isso tem ajudado muito aos soldados do Destacamento, é mais uma oportunidade para eles estudarem e crescerem profissionalmente. Com certeza, o que mais fortalece o trabalho do Sargento João Carlos é o incentivo que recebeu do exComandante, o Primeiro Tenente Marcelo Rodrigues de Carvalho e continua recebendo do atual, o Primeiro Tenente Marcos Aurelio Morales Pascoal, principais incentivadores de sua missão de divulgar e praticar essas ações com os soldados.
O reconhecimento do SISCEAB Percebemos que esses militares incentivadores estão implementando um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento que motivam e, consequentemente, afetam a produtividade dos profissionais que integram - não só a Unidade em que eles trabalham ou a comunidade em que vivem - mas sim o DECEA como um todo. Muitos dão o melhor de si para que o seu trabalho saia perfeito e outros tantos pensam além, desejam ajudar seus pares a se atualizarem e se preocupam com o bem-estar futuro de todos à sua volta. Muitos fazem acontecer, planejam, lecionam com competência, olham com profundidade e têm uma visão privilegiada das deficiências à sua volta. As ideias geniais ou originais precisam ser reconhecidas e as dificuldades precisam ser apresentadas para serem solucionadas.
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Não dá para negar que o reconhecimento é um dos maiores incentivos profissionais, por isso resolvemos mostrar que esses militares – voluntariamente – saem para divulgar o trabalho da Força Aérea, incentivando os jovens a seguirem a carreira militar. Aplausos para esses militares? Sim, mas eles merecem mais do que isso. Temos que manter esse reconhecimento de alguma forma. Eles estão mostrando um trabalho bem feito, realizado com empenho e com foco. O trabalho de todos é importante, e para tanto, cada um de nós, que faz parte dessa equipe, está construindo um ambiente organizacional mais cooperativo para que todos se sintam respeitados, envolvidos e tenham prazer nas ações que realizam.
o t i r í p Es portivo
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Artigo
Por Tenente Fabiana Borgia ajur7@decea.intraer
Apesar de não ser esportista ou atleta profissional, sempre fui fascinada pelo esporte. Sempre compreendi que o espírito esportivo não é para qualquer um, mas, sim, para aquele que ousa superar a barreira do medo de perder ou fracasso, para então buscar a vitória. Tentar vencer já é a primeira vitória. Enxergo o esporte como um universo de possibilidades, mesmo que não sejamos os atores principais, mas meros coadjuvantes, torcedores, espectadores ou amadores. Tenho meu arquivo de memórias a respeito dos momentos inesquecíveis do esporte: a medalha de prata conquistada na natação por Gustavo Borges nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992; o tetracampeonato do Brasil, na Copa de 1994 (e não o penta!); a disputa linda e amigável no vôlei de praia entre as duas duplas brasileiras Jacqueline e Sandra versus Mônica e Adriana, nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996; o ouro também no vôlei de praia, nas Olimpíadas de Atenas de 2004, de Emanuel e Ricardo; até mesmo o momento de tormento sofrido por Fabiana Murer nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, com o sumiço da vara de salto em altura. Algo que me comove muito é relembrar o discurso do Guga na despedida das quadras de tênis em 2008: “Não é que eu não queira realmente jogar mais, eu peço desculpas, mas é que realmente eu não consigo mais”. Todas estas histórias mostram que há momentos dolorosos na fase de qualquer atleta, mas que não se comparam ao grande ensinamento que eles nos deixam: de que devemos dar nosso máximo em cada sonho que plantamos e respeitarmos nossos limites. Todos eles nos ensinam a acreditar que o sonho é possível. Sou corredora amadora. Lembro perfeitamente da minha primeira corrida de rua. É verdade que o primeiro quilômetro a gente nunca esquece. Mas hoje sei que cada vez é especial, porque é única. Cada experiência é peculiar, exclusiva, singular, inédita. Tudo é possível dentro do nosso possível. Vale lembrar o trecho da música Reach de Gloria Estefan, tema das Olimpíadas de 1996: “If I could reach, higher/Just for one moment touch the sky/From that one moment in my life/I'm gonna be stronger/Know that I've tried my very best/I'd put my spirit to the test/If I could reach” (em tradução literal: Se eu pudesse alcançar, mais alto/ Só por um momento tocar o céu/ De um momento na minha vida/ Eu vou ser mais forte/ Saiba que eu tentei o meu melhor/ Eu colocaria meu espírito a teste/ Se eu pudesse chegar). AEROESPAÇO 19
Seção
Conhecendo o
DTCEA-AF Afonsos (RJ)
Por Daisy Meireles Fotos: Luiz Eduardo Perez e Fábio Maciel
O Destacamento de Controle do Espaço Aéreo dos Afonsos (DTCEA-AF), chamado “O Guardião do Berço do Ar”, tem a missão de assegurar a execução das atividades relacionadas à Proteção ao Voo e às Telecomunicações na Área Jurisdicional dos Afonsos. Está subordinado técnico e operacionalmente ao Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), e administrativamente à Base Aérea dos Afonsos (BAAF), onde estão cedidas as suas instalações. O Comandante O Major Especialista em Meteorologia Paulo Correia Machado foi promovido ao atual posto em 25 de dezembro de 2009, mas já comanda o DTCEA-AF desde o dia 6 de janeiro de 2006, ou seja, há mais de cinco anos, ainda como Capitão. É carioca, tem 53 anos de idade e dois filhos: Paulo Leonardo, de 23 anos, e Ana Carolina, de 15. Tem formação em Engenharia Civil pelas Faculdades Reunidas Nuno Lisboa (1985), além de possuir cursos de Instalações Hidráulicas e Sanitárias e de Extensão em Alvenaria de Blocos Estruturais. Na área militar fez diversos outros cursos específicos em Meteorologia: Operação de Radar Meteorológico
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DLM 10-E, Preparatório de Oficiais Especialistas em Meteorologia, Especialização em Meteorologia Aeronáutica e Operação de Centro Meteorológico Militar. Nessa área, atuou como Instrutor e Coordenador de Estágio do Curso de Formação de Oficiais Especialistas em Meteorologia no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR). Todos esses cursos foram fundamentais em suas funções desempenhadas ao longo de sua carreira militar, como Operador de Sala de Briefing Meteorológico do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Operador de Radar Meteorológico do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto (DTCEAPCO), Operador da Estação Meteorológica de Super-
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fície (EMS) e Operador de Centro Meteorológico Militar (CMM) dos Afonsos, Chefe da EMS, da Estação Meteorológica de Altitude (EMA) e do CMM do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Galeão (DTCEA-GL). Atualmente, além de comandar o DTCEA-AF, atua como Oficial Previsor Meteorológico do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), em regime de plantão 24h. Sua carreira começou como Praça, em 3 de março de 1975. Depois, cursou a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), no período de 1975/76, e ainda fez os cursos de Preparação de Instrutores (CPI), Gerenciamento do Erro
(EM/TRM) e o de Busca e Salvamento (SAR 005). A vida militar de Paulo seguiu no CIAAR, chefiando a Subdivisão de Pessoal, a Seção de Transportes de Superfície, a Seção de Patrimônio e dirigindo e auxiliando administrativamente o Clube dos Oficiais daquela Unidade. Foi, também, membro integrante da Banca Examinadora do Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE) em Meteorologia – ainda na CIAAR; e membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA) do extinto Serviço Regional de Proteção ao Voo do Rio de Janeiro (SRPV-RJ), enquanto no DTCEA-GL foi Chefe das Seções Administrativa e de Operações.
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A sala do SISCEAB no Museu Aeroespacial (MUSAL)será reinaugurada em breve, e está passando por uma revitalização
Na Engenharia, atuou como fiscal de várias obras no DTCEA-GL, como a implantação da EMS SH 95, a ampliação da Garagem e da Segurança Patrimonial e a reforma da Sala AIS Militar. Trabalhou efetivamente, também, na fiscalização da modernização do novo Controle de Aproximação do Rio de Janeiro (APP-RJ) e na pintura externa dos prédios que compõem as Casas de Força (KT) das cabeceiras 15, 33, 10 e 28 do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e na ampliação do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Barbacena (DTCEABQ).
A história do DTCEA-AF Na antiga Escola de Aeronáutica dos Afonsos, com o despertar dos cuidados que a aviação exigia e em atenção especial às questões de segurança e proteção ao voo, surgiu então o Núcleo de Proteção ao Voo dos Afonsos (NUPV-AF), no bairro de Marechal Hermes – no Rio de Janeiro. Já com a ativação do SRPV-RJ, através da Portaria 77.549, de 19 de abril de 1976, criou-se em 26 de outubro do mesmo ano, o Destacamento de Proteção ao Voo dos Afonsos (DPV-AF), sendo este transferido para a Base Aérea dos Afonsos (BAAF), onde se encontra até hoje. A data comemorativa do DTCEA22 AEROESPAÇO
As civis e militares femininas do DTCEA-AF - comprometidas com o crescimento do Destacamento
AF é 26 de outubro de 1976, sendo o dia em que ele se instalou na BAAF. Através da portaria 1.351/GM3, de outubro de 1979, o DPV-AF foi ativado como sendo de categoria "A" do SRPV-RJ, com a finalidade de assegurar a execução das atividades relacionadas à Proteção ao Voo e às Telecomunicações. Em junho de 1988, sua organização e seu funcionamento foram aprovados através da Portaria 401/ GM3, ficando sua subordinação técnica e operacional ao Chefe do SRPV-RJ e administrativamente ao Comandante da BAAF. Em 27 de fevereiro de 2003, de acordo com a Portaria 183/GC3, foi alterada sua denominação, passando a se chamar Destacamento de Controle do Espaço Aéreo dos Afonsos (DTCEA-AF). Após a desativação do SRPV-RJ, em junho de 2005, a Portaria 86/ DGCEA, o DTCEA-AF passou sua subordinação ao Chefe do SRPVSP, permanecendo sua subordinação administrativa a BAAF. Nesses quase 35 anos de existência, o DTCEA-AF, além do Major Paulo, já teve seis outros comandantes: Capitão Especialista em Comunicações Geraldo Gomes Netto (Dez/1976 a Mar/1977); Tenente Especialista em Comunicações Noberto Souza Braga (Mar/1977 a Abr/1979);
Tenente-Coronel Especialista em Comunicações Francisco Eugênio Ribeiro ((Abr/1979 a Jul/1996); Capitão-Aviador Luiz Eduardo Villar Elael (Jul/1996 a Fev/1998); Capitão Especialista em Meteorologia Martim Roberto Matschinske (Fev/1998 a Abr/2001) e o Capitão Especialista em Meteorologia Robson Ressurreição (Abr/2001 a Jan/2006).
As atividades do Destacamento Hoje, para manter o perfeito funcionamento, o DTCEA-AF tem no seu efetivo 66 militares e quatro civis divididos em suas três áreas: Administrativa, Operacional e Técnica, chefiadas, respectivamente pelos oficiais: Segundo Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica em Comunicações (QOEACOM) Aluísio Menezes de Oliveira, Capitão Especialista em Meteorologista Gilberto Geordane e Segundo Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica em Comunicações Aluísio Menezes de Oliveira. Na TWR-AF há 16 ATCO operacionais e um que desempenha funções administrativas. A Sala AIS-AF é composta de seis operadores SAI, um operador BCO e uma civil Técnica em Informações Aeronáutica (TIA). O Setor de Meteorologia conta com 13 operadores e se
Na TWR-AF há 16 ATCO operacionais
subdivide em CMM-AF e EMS-2 AF. A Seção Técnica se subdivide nos seguintes setores: Oficina de Eletrônica (três técnicos militares); Oficina de Elétrica (quatro técnicos militares e um civil); Oficina de Informática (quatro técnicos militares); Sala SISCOMIS-AF (três técnicos militares e um civil); Suprimento-AF (um suprimentista militar). A Seção Administrativa se subdivide em: Transportes, com três soldados motoristas; Pessoal Militar/ Civil/Arquivo - que conta com dois graduados, dois soldados e uma civil; Instrução – com um graduado; Planejamento – conta com um graduado; Protocolo – dois graduados. Todos os profissionais possuem um histórico de procedimentos bem-sucedidos nos quase 35 anos de existência do DTCEA-AF. Seus integrantes, no cumprimento da missão, agem sempre com muita disciplina, responsabilidade e profissionalismo.
A integração com Exército e Marinha O DTCEA-AF é provido de pessoal e material, com a finalidade de assegurar e executar as atividades relacionadas à proteção ao voo, através dos seus setores, destacando-se o Centro Meteorológico Militar (CMM-AF), que é o
A vila militar do Campo dos Afonsos comporta 735 PRN
responsável pela confecção, processamento e transmissão de informações meteorológicas aos aeronavegantes, bem como, aos inúmeros usuários que se beneficiam das previsões do tempo, como por exemplo, o Exército Brasileiro, seja pelo Batalhão de Forças Especiais ou Brigada Paraquedista e até mesmo a Marinha do Brasil com o Esquadrão Grumec, utilizando estas informações para o planejamento de suas missões, principalmente no que diz respeito a saltos em grandes altitudes, conhecido como infiltração de velame aberto.
res vai reduzir o déficit habitacional entre os militares das três Forças, já que novas unidades habitacionais foram construídas para atender aos atletas durante o evento. São três vilas com 17 blocos de 24 unidades cada um. A Vila Verde, em Realengo, é uma delas e suas instalações também serão para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Além da Vila Verde, há a Vila Azul, no Campo dos Afonsos, e a Vila Branca, em Campo Grande. Porém, vale ressaltar, que essas três vilas atenderão as demandas da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira.
A vila habitacional
Hotéis de Trânsito nos Afonsos
A vila habitacional que atende ao efetivo do DTCEA-AF é subordinada à Prefeitura de Aeronáutica dos Afonsos (PAAF) e está localizada ao lado da BAAF, com acessos pelas Avenidas Marechal Fontenelle e Alberico Diniz. Há 226 unidades de Próprios Nacionais Residenciais (PNR) para Oficiais, 382 para Graduados e 127 para Cabos e Taifeiros. Um Centro Social para Graduados e um para os Oficiais da Guarnição dos Afonsos e uma Escola Pública Municipal fazem parte da Vila. Do DTCEA-AF, apenas um Oficial e seis Graduados moram na vila, enquanto na fila de espera há um Oficial e três Graduados. Uma boa notícia é que a quinta edição dos Jogos Mundiais Milita-
O DTCEA-AF não possui Hotel de Trânsito próprio. Os Oficiais/Graduados do Quadro Masculino se hospedam nas instalações cedidas pelo Hotel da BAAF, que possui dez quartos para Oficiais e cinco para Graduados. A reserva de cassino pode ser feita através de formulário pela intraer: http://www.baaf. intraer/reservacassino.asp ou pelo telefone (21) 2157-2898. Já as militares do sexo feminino (Oficiais/ Graduadas) podem se hospedar nas instalações do hotel de trânsito da Universidade da Força Aérea (UNIFA) e no alojamento de Oficiais e Graduados do CIEAR. Os Cabos e Soldados, quando em missão, se hospedam nas instalações do BINFAE-AF. AEROESPAÇO 23
A antena de Micro-ondas canaliza as comunicações aplicadas ao Controle de Tráfego Aéreo e a Rede Intraer
Atendimentos Médico e Odontológico Há na BAAF uma Esquadrilha de Saúde para pronto atendimento. A mesma é Comandada por uma Capitã Médica e possui em seu efetivo um corpo de médicos, dentistas e enfermeiros capacitados e habilitados para uma pronta resposta em caso de emergência médica. Para os militares e dependentes há o Hospital de Aeronáutica dos Afonsos (HAAF), localizado a quase dez minutos da BAAF e da Vila Militar da Aeronáutica dos Afonsos e também o Hospital Carlos Chagas, localizado em Marechal Hermes. Na cidade do Rio de Janeiro, o efetivo e seus dependentes contam com consultas médicas e odontológicas, além de internações, em mais três Unidades de Saúde da FAB, no Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), na Ilha do Governador e no Hospital Central da Aeronáutica (HCA), no Rio Comprido e na Odontoclínica de Aeronáutica Santos-Dumont (OASD), no Centro da Cidade.
A relação com as outras Unidades sedidadas na BAAF A Guarnição de Aeronáutica dos Afonsos é composta atualmente por 17 Organizações Militares é e comandada pelo militar mais an24 AEROESPAÇO
O consultórioo odontológico da Esquadrilha de Saúde dos Afonsos - pronta resposta nos atendimentos
tigo, o Comandante da UNIFA. Há, segundo o Major Paulo, um excelente nível de relacionamento com todas as Unidades: UNIFA, PAMA-AF, MUSAL, DCI, BAAF, HAAF, PAAF, FAE V, 1º GTT, 3º/8º GAv e BINFAE-AF, mantendo um estreito e eterno vínculo de amizade, sempre buscando atender a todas às solicitações e ordens, com parcimônia e abnegação. O grau de amizade, profissionalismo e consonância entre as Unidades Aéreas e Terrestre com o DTCEA Afonsos foi conquistado com o passar dos anos. Hoje o nível de interação é ótimo e vai de um simples Briefing Meteorológico apresentado a uma tripulação até a complexidade da Coordenação Aeroterrestre de uma Operação a ser realizada no “Lendário Campo dos Afonsos”.
militares e familiares do Destacamento, responsáveis pela montagem da fogueira de São João e Barraca de Quentão. Muitos outros eventos sociais que são realizados pela BAAF contam com a participação de militares e familiares do efetivo do DTCEA-AF, como o Dia das Mães, o Dia dos Pais, o Dia das Crianças e a Festa de Natal. Por estar situado entre os bairros de Marechal Hermes, Vila Valqueire e Sulacap, o DTCEA-AF tem ótima localização em se tratando de facilidades de supermercados, agências bancárias, lojas de conveniência e outros benefícios de cunho social existentes nos bairros ao redor. No interior da BAAF operam duas agências bancárias, uma do Banco do Brasil e outra do Santander.
A integração do efetivo
As peculiaridades
Citaremos apenas alguns eventos sociais periodicamente realizados não só pelo Comando do DTCEAAF, como também da BAAF, dentre eles, o Jantar Dançante para Oficiais e Esposas, o Jantar Dançante da Associação dos Ex-Integrantes da BAAF, o Churrasco de Confraternização de Militares Promovidos e Recém-Transferidos para o Destacamento e para a Reserva Remunerada. A Festa Julina da BAAF deste ano contou com a participação dos
Quando chegou ao Comando do DTCEA-AF, o Major Paulo viu a necessidade de implementar, de imediato, algumas mudanças de cunho estrutural e organizacional no Destacamento. Trabalhou com afinco, ao longo desses anos em prol da melhoria da qualidade de atendimento ao usuário, ou seja, obter uma melhor pronta resposta às constantes solicitações dos clientes da Guarnição dos Afonsos. Achou necessário também quan-
Aferição dos Papis pelo GEIV e DTCEA-AF
tificar e qualificar melhor as equipes de Manutenção e da Área Operacional, através de transferências de diversos militares de outras Organizações do Comando da Aeronáutica (COMAER). Os militares transferidos apresentaram um excepcional nível de comprometimento e iniciativa para com a missão do Destacamento. Paralela à essa nova realidade de mantenedores e operadores, aconteceu uma acentuada e ininterrupta modernização de todo o Parque de Equipamentos que atendem ao DTCEA-AF. O Comando do Major Paulo contou com total apoio do DECEA e do SRPV-SP, o que possibilitou a ampliação do acesso ao Localizer (LOC-AF); as modernizações do Rádio-Farol Não-Direcional (NDB-AF) e da Sala do Sistema de Comunicações Militares (SISCOMIS-AF); as implantações da KF do prédio da TWR-AF, da Central de Áudio SITTI, da Central de Gravação Audiosoft, da nova Central de Comunicações VHF Park Air no ambiente da TWR-AF, da Sala de Servidores do DTCEA-AF e do Sítio Anemométrico da Cabeceira 08 de SBAF. O resultado do investimento aplicado não só pelo COMAER, DECEA e SRPV-SP, mas também pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), pelo Parque de Material de Eletrônica de Aeronáutica do Rio de Janeiro
O Centro Social dos Graduados na Vila Militar
(PAME-RJ) e Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) no DTCEA-AF, pode ser observado com a imediata e acentuada queda das intervenções rotineiras e de sobreaviso, das constantes manutenções e inoperâncias de equipamentos que atendem e prestam apoio aos diferentes Órgãos Operacionais atuantes no Destacamento e nas OM sediadas na Guarnição dos Afonsos. Ficou evidente, também, a significativa elevação no grau de confiabilidade e consistência dos serviços de proteção ao voo e de telecomunicações prestados pelo DTCEA-AF. O aumento considerável do nível de atribuições e responsabilidades junto ao SRPV-SP e à BAAF, consoante a elevação do nível profissional do DTCEA-AF, fez com que a visibilidade do Destacamento ficasse bem acentuada, asssim como o desempenho dos militares e civis atingiu um excepcional patamar de rusticidade, disciplina, patriotismo e profissionalismo. Por fim, faz-se necessário manter de forma contínua e célere o investimento na capacitação e quantificação de homens e máquinas, tendo em vista, a exacerbada modernização dos meios para que se possam atingir os fins. O DTCEA-AF necessita, ainda, de novas instalações prediais para que se mantenha, diuturnamente, como o “Guardião do Berço da Aviação Militar”.
Cada setor da Áerea Administrativa possuí atribuições específicas
Na Sala AIS, profissionais aptos a atender aos usuários da aviação militar
LOC-AF - qualidade do auxílio conforme preconizado pela OACI
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EAB possam contar SC SI o em põ com e qu os e qu ra pa aço Criamos, a partir desta edição, um esp de deixar a caserna. ra ho na de da sau da ar fal e s nto me eci sua trajetória na FAB, expressar agrad
A FAB em minha vida foi uma poesia
Terceiro Sargento SAD Marcelo Romano PAME-RJ
estrelas do céu nos palcos da vida. às ado par com r lha asold o com sse, cabo Em 14 de janeiro de 1982, ingressei moções de soldado de primeira cla pro As igo ant no a, leir asi Br do nas fileiras da Força Aérea sargento, entendi como dádivas de o im últ por e, da ade rsid ive Un Grupo de Apoio dos Afonsos, hoje al que esta viagem já forsin pal nci pri o era e us, De da ainda, na flor nário. Força Aérea (UNIFA). Jovem base do nosso plano de voo imagi a va ma rgue da e pai o dos idade, tendo na memória do meu sau Parque de Material de Eletrôniao i gue che o and Qu . ria pát sa à nos E-RJ), reira minha mãe, o incentivo de servir Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAM da ca de ça sen pre a com a tur se Após o recrutamento, a forma 1982, foi amor à primeira vista. E isso de ho jun em me e tos cin os va nossos familiares e amigos. Já aperta anha identificação que tive com a tam a com ou firm con essa s poi FAB, imaginava pegando carona nas asas da ser projetado a Unidade. viagem seria longa, em cujo trajeto iria al da carreira militar, comparo toda fin ao o nd ega Ch his a um de onista cada etapa de voo. Teria de ser protag B, a turma do balão mágico, FA na ria jetó tra a nh mi a ais nomes aos dem para transportar tória que seria escrita por mim e dar que se une às asas da Força Aérea, personagens. s, que sempre estiveram comigo, igo am 11 20 de is ma l ebo fut de ção e acalenTive o privilégio de fazer parte da sele do-me valiosos ensinamentos de vida san pas ica áut ron Ae da s rto spo ea, da FAB na Comissão de De , para aterrissarmos em uma base aér hos son os do tan ao ava par com (CDA) e via na bola uma esfera de que elhante à lua, aeroporto seguro. sem bém tam , tre res ter l só pobo glo do to forma s todos "anjos com uma asa, que do qua mo So dri pé em pé de va ssa que tanto inspira os poetas. Pa açados uns aos outros". Nós somos da abr r... voa os dem ites lim os os ári ers blando adversidades e vendo nos adv ados, por ela amados e nas cosold s fiéi , rda gua a tria Pá nos Vi respeitar. segue que a vida nos impõe e que devemos farda rebrilha a glória, fulge a vitória, sa nos da res tos jun que a tez cer a companheiros de time (carreira) te abraço a todos os irmãos de farda, for um m Co o. hin o al, ide o sm um me da Brasil. e unidos seremos muitos na busca de anho da nossa Pátria amada, chama tam do bri im ass e ca, pla de s gol para podermos marcar vários
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O melhor veio no final
Capitão QOEA COM Carlos Alberto de Anchieta 1º GCC
pela Eduna aeronave P-16; sendo responsável voo de iáut ron Ae da o ativ o viç dos No dia 12 abril, deixei o ser da Aviação Embarcada; participando ica Fís ão caç co cin e ses me oito s, ca, completando exatamente 36 ano tação e Pentatlo Militar das ForNa de s ato eon mp Ca de o ent tim sen o des da dias, radiante de alegria e com o mesm das; fazendo aprendizado nas ativida ma Ar s tõe ças por os ssei ave atr o nd qua de felicidade e de motivação culminado com um período na Itália. X, AM ve , R) ona aer EA (E ica áut ron Ae da Escola de Especialistas de veio no final. O 1º GCC proporcior lho me o as, M nse, no dia 3 de março de 1976. lhores anos da minha carreira castre do me os ica e nif -m sig l nou ecia esp de o íod per um Seguramente, foi oportunidades para que eu puas iu abr nse e tra da u-m fun lhe pro aco a um sou cau para mim, um marco que dimatricu- desse me aprimorar como profissional militar nas foi que , hos rlin Ca em jov do a vid na formação militares. Promovi um Dias dos Pais ões raç ope ”. eta sas chi ver An – 23 /2 76 uno lado como “al Seção muito obriga- com uma peça teatral do Sr. Aurélio; chefiei a À Força Aérea Brasileira, o meu de tência, sucessivas de Material do 1º/1º GCC, fui Chefe da Subseção exis a um ho, son um a, vid a um .. do. tão carinhosa- Suprimento e da Secretaria do 1º GCC. conquistas e desafios nas instituições que pelas amizades ialistas de AeSaio enriquecido, principalmente, mente me acolheram: Escola de Espec imeiro Grupo de conquistadas por mais de três décadas - esse humanware ronáutica (EEAR) – dois anos; Pr anos; Terceiro excepcional da Força Aérea. Sei que nada se constrói seis – E) GA (1º a cad bar Em ão iaç Av ETA) – dois sozinho e sem ajuda de amigos não teria obtido tantas Esquadrão de Transporte Aéreo (3º áu tic o do Ga - conquistas. Vou sentir saudades, muitas saudades de toanos; Pa rqu e de M ate ria l Ae ron imeiro Esquadrão dos! Muito obrigado! leã o (P AM AG L) – 15 anos; Pr locais distantes, e Controle (1º/1º Tive medo, briguei, chorei, conheci do Primeiro Grupo de Comunicações Comunicações e s dos amigos, busGCC) – dois anos; Primeiro Grupo de perdoei, emocionei-me com as vitoria vir com toda a força do meu coração! Controle (1º GCC) – oito anos. ser i que as quais não pena há medo de ir embora, é porque vale a Vivi experiências indescritíveis, sobre do uan “Q o meu regozijo , é por que encontraria palavras para expressar Quando não temos medo da despedida r... fica na ies 1ª e 2ª sér .” como Xerife da 18º Esquadrilha nas já fomos embora com o corpo presente.. ade cied So da e ent esid leu. Mas valeu mesmo essa jorVa EEAR, atuando como Vice-Pr us! De a as raç G balhando como dos Alunos na 4ª série na EEAR; tra nada, pois Deus é fiel! as hor 11; A– s rai Ge s ina M ião Operações no Porta Av
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Quem é? Seção
Capitão Especialista em Suprimento Técnico
João Roberto Santos Souza Experiência profissional, amor à FAB e respeito ao usuário do SISCEAB Uma trajetória de vida marcada pelo esforço e pela vontade de vencer, para mudar uma realidade de dificuldade e sofrimento. O sonho do menino João Roberto, o mais velho de três irmãos, morador de uma comunidade do subúrbio carioca, era ter uma vida diferente da que cresceu acostumado a ver. “Vivíamos em uma situação de risco social, mas nunca nos envolvemos, pois minha mãe conseguiu criar os quatro filhos como uma galinha que protege os filhotes com suas asas”, descreve. Perspicaz, visualizou um caminho que poderia mudar sua história. Morava próximo ao Campo dos Afonsos e costumava observar os aviões sobrevoando a região – no local funciona a Base Aérea dos Afonsos (BAAF), desde o início dos anos 40. “Eu vim de uma família pobre e vi na Aeronáutica um modo de sair daquela situação, de poder educar meus irmãos, ter minha casa e dar um descanso para minha mãe”. 28 AEROESPAÇO
Por Gisele Bastos Fotos: Fábio Maciel e arquivo pessoal Para o Capitão Especialista em Suprimento Técnico João Roberto Santos Souza, hoje Chefe da Seção de Passaporte e Desembaraço Alfandegário do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, a porta de entrada foi o serviço militar, em 14 de janeiro de 1974. Foram dois anos servindo como soldado e logo as mudanças começaram a aparecer. João Roberto comprou um terreno com o irmão e construiu uma casa com o salário de soldado. “A casa não tinha piso, era tudo muito precário, mas era a nossa casa e um novo endereço”, conta orgulhoso. Dois anos depois fez concurso para a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), onde formou-se Especialista em Suprimento Técnico e, em 1978, assumia o posto de Sargento no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), já casado e com a primeira filha, Mônica. “A EEAR é excelente, realmente pude ter uma base muito melhor do que se tivesse estudado em escolas públicas”, compara. O empenho e a dedicação do militar chamavam a atenção dos superiores. João Roberto não tinha problemas com trabalho nos finais de semana e nem fora do horário. Era, como diz a gíria popular, “pau para toda
obra”. Incansável, também começou a fazer curso pré-vestibular e passou na primeira fase da Universidade de São Paulo (USP) para o curso de Odontologia, mas um convite para voltar ao Rio de Janeiro mudou a rota de sua carreira profissional. O convite surgiu por acaso – como fazia carregamento de aeronaves no final de semana, um Brigadeiro - em visita ao PAMA-SP – observou e gostou da sua forma de trabalhar. Falou então com o chefe imediato de João Roberto e pediu a sua transferência para o Rio. O chefe mostrou a ele um boletim publicado já com a transferência para a Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica (CFIAe). João Roberto, então, deixou de cuidar de Suprimento Técnico para se tornar Corretor de Imóveis da Divisão de Comercialização da CFIAe. “Gosto de trabalhar com gente, apesar de ser uma pessoa quieta, gosto de interagir. Sair de uma área de suprimento para comercialização é totalmente diferente. São sistemas opostos, mas aprendi que a vida é feita de desafios”. Foram oito anos, de 1980 a 1988, ajudando pessoas a conquistar o sonho de adquirir a casa própria. À noite, cursava a Faculdade Souza Marques (onde se formou Engenheiro Civil, em 1986) e durante o dia cumpria o expediente no quartel, nas horas vagas trabalhava como motorista de táxi e em construção civil. “Tinha muitas atividades que ocupavam meu tempo, era difícil, pois já tinha uma filha na época. Mas tinha que fazer alguma coisa, eu tinha o sonho de construir uma casa para a minha mãe. Nesta época também comprei um terreno para construir uma casa para mim e pude ainda financiar um apartamento”. Com experiência na área, João Roberto trabalhou durante um tempo construindo imóveis e comercializando. Fez ainda curso superior em Formação de Professores, mas não chegou a dar aulas, ao invés disso, optou por conciliar o trabalho no quartel com a revenda de autopeças. Pouco antes de concluir seu tempo de serviço no CFIAe, foi convocado para trabalhar na Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI). Mais uma vez, não escolheu a Organização Militar para servir, foi apenas informado do novo posto: a área de Protocolo. “Era um setor diferenciado, que trata dos acordos aéreos do Brasil com os países com os quais ele mantém relações internacionais”. João Roberto ficou expert em acordos internacionais. Qualquer reunião de plenária que acontecesse na CERNAI, por exemplo, entre Brasil e quaisquer outros países do mundo, o militar ficava à disposição para dar amparo aos participantes do evento, com base nas publicações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) pertinentes ao assunto. Ainda na CERNAI, arrumou um tempo para fazer um curso de Fiscal de Aviação Civil. Acabou recebendo um convite para trabalhar na Seção de Investigação Civil de São Luís, no Maranhão. Aceitou o chamado e qualificou este tem-
po como um período maravilhoso em sua vida profissional. No aeroporto de São Luís, atendia na Subseção de Aviação Civil (SAC) do Primeiro Serviço Regional da Aviação Civil (SERAC 1 - Belém) - que era subordinado ao antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), hoje Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Acostumado ao movimento, viu no DAC uma nova oportunidade de resolver problemas e atender pessoas. “Quando tínhamos uma companhia aérea com overbooking - prática que consiste na venda de mais bilhetes do que o disponível no voo - tínhamos que verificar quais eram os direitos dos passageiros e equacionar a situação. Não bastava só o passageiro fazer a reclamação, sempre pensei em simplificar e resolver o problema”, diz. Ainda em São Luís, foi aprovado na faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mas teve que trancar a matrícula, já que em 1999 fez o concurso e passou para o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) da FAB e seguiu para Belo Horizonte (MG), dando início ao Estágio de Adaptação ao Oficialato. Assumindo como Oficial em 17 de maio de 2000, no Rio de Janeiro, João Roberto se apresenta ao Terceiro Comando Aéreo Regional (COMAR III), onde chefiou oito seções, entre elas a de Pessoal Militar (SPM), a Garagem, a de Boletins e a Auxiliar. “A coincidência” – conta ele – “é que da mesma forma como em toda a minha carreira, me disseram que quem me convidou para o COMAR III era muito mais antigo do que meu chefe. Até hoje não sei quem foi. Mas fui para aquela Unidade muito feliz e contente por poder cumprir minha obrigação”. Já ao chegar, causou uma excelente impressão. O Coronel Intendente R1 Jairo Oliveira Costa lembra que ficou evidente o entusiasmo de João Roberto pela Administração e sua distinção no trato com as pessoas logo ao se apresentar ao
João Roberto em dois momentos: em 1974 - aos 18 anos como soldado, e em 1967 - aos 13 anos, na 4ª série do ensino básico
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Comandante daquela Unidade. “Em cinco anos, ele revolucionou o atendimento ao público interno e externo, reduzindo substancialmente o tempo de resposta aos numerosos requerimentos diários”. De acordo com o Coronel Jairo, a Chefia do Segundo Tenente João Roberto motivou o efetivo da Seção, transformou os relacionamentos formais em parcerias e aumentou a produtividade com foco nos resultados pessoais e profissionais. “Ele usou o desafio como uma oportunidade de aumentar a eficiência. Sua intensa força de trabalho foi aproveitada no desempenho dos cargos de chefia que acumulou, destacando a Seção de Transporte de Superfície e a Seção de Investigação e Justiça, onde inovou e obteve expressivos avanços, exigindo diariamente muitas horas de trabalho além do previsto”, conta. Deste tempo em que comandou o Capitão João Roberto, o Coronel Jairo guarda boas lembranças: “Agradeço os incontáveis gestos de amizade, incentivo e apoio que me distinguiu, fazendo com que os pilares da vida castrense ficassem mais fortes”. Paralelamente ao trabalho no COMAR III, cursou os primeiros períodos da faculdade de Filosofia, transferida para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas não concluiu porque a carga horária não pôde ser adequada ao expediente no quartel. Homem de fé, atribui a Deus o rumo que tomou sua vida,
O Capitão João Roberto atende solicitações para emissão de passaporte de militares e civis
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seja pelas Organizações Militares por onde passou, os lugares onde esteve e as pessoas que conheceu. “Tenho uma Bíblia que anda comigo há 33 anos. Ela está se desfazendo, está sendo desgastada como meu corpo, mas vai passando conhecimento para outras pessoas e para mim também”. Em 2005, foi chamado para a Divisão de Pessoal do DECEA e ficou empolgado em trabalhar com o Sistema Informações Gerenciais de Pessoal (SIGPES), uma ferramenta que visa aprimorar os processos de controle de pessoal, integrando toda a área de recursos humanos. Pouco tempo depois, o Coronel Intendente Luiz Carlos Moreira Lima – Chefe do Controle Interno - hoje Chefe de Gabinete do DECEA – fez a indicação de João Roberto para a Seção de Passaporte e Desembaraço Alfandegário. “Por sua postura ética e constante preocupação com a eficiência, eficácia e efetividade no desempenho das tarefas sob sua responsabilidade, angariou a confiança e o respeito das pessoas ao seu redor, do Chefe imediato e, também, do Chefe de Gabinete. Quando houve a necessidade de recompletamento da Chefia da Seção de Passaporte e Desembaraço Alfandegário, sua indicação foi imediata, como opção ideal dentre os oficiais do DECEA”, recorda o Coronel Lima. A Seção de Passaporte e Desembaraço Alfandegário soluciona as mais diversas questões envolvendo a confecção e a liberação de documentos relativos a viagens ao exterior de militares, servidores civis e seus familiares, quando necessário, e atende a outras OM do COMAER. Por esta razão, são comuns os contatos com a Polícia Federal, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Justiça, o Ministério do Trabalho e Emprego, Embaixadas e Consulados. Por intermédio do trabalho zeloso, todos os órgãos com os quais mantém relacionamento aprenderam a respeitar e, principalmente, confiar nas solicitações apresentadas pelo Capitão João Roberto, que assumiu o posto em 16 de outubro de 2006. Como pai, participou ativamente da educação das duas filhas, Mônica e Juliana. “Nunca foi minha prática bater, agredir ou xingar minhas filhas, mas sempre soube proteger e dar limites para que elas crescessem sadiamente, se respeitassem e respeitassem os outros. E hoje elas me dão orgulho”. Aos 56 anos, o Capitão João Roberto é pai de mais um filho: Isaque, e avô de duas netas: Vitória, de 9 anos, e Sofia, de 1. Persistência e perseverança são características marcantes de sua personalidade, mas sem dúvida a gratidão é a que mais se destaca. “A Força Aérea Brasileira sempre me tratou bem, me deu casa, alimentação e meios para ajudar minha mãe e a educar meus três irmãos. Minha irmã está casada, um dos meus irmãos é Suboficial da Aeronáutica e o outro trabalha no Ministério da Indústria e Comércio. Tudo isso, graças à Força Aérea Brasileira”, reconhece. A resignação com que trabalha é digna de exemplo. “Agradeço a todos que tiveram paciência para me ensinar e que souberam lidar com meus erros. Quando alguém precisa que eu esteja aqui de madrugada ou no final de semana eu venho sem reclamar. Não consigo nem posso negar nada para a FAB. Por isso eu sou o que sou hoje, um homem agradecido e realizado profissionalmente”, finaliza.
Literalmente
falando
“Ói eu aqui!” Garanto que são apenas lembranças. Nada de saudosismo. Mas é impossível não lembrar a nossa alegria quando ele surgia lá no alto da rua, onde parecia haver um limite entre a vida responsável, com a escola, com a igreja separando desse território de sonho e liberdade, essa coisa boa que se chama vida de criança. Nesse espaço de alegria e encantamento não entrava o que nos desse trabalho. Era o seu pregão que nos encantava: - “Ói eu aqui!” - gritava com sua voz forte e seu sotaque nordestino, enquanto a inseparável gaitinha de sopro soava um ”frim frim, frim frim” semitonado e característico. Era o vendedor de amendoim. Vendia guloseimas que trazia em um carrinho com rodas de bicicleta. Mas, na verdade, vendia sonhos e fantasia nas histórias permeadas de curiosidade. Éramos como uns dez garotos, todos de idade aproximada e a mesma condição social. Vivíamos os anos de guerra no Velho Mundo, mas os seus ecos ressoavam aqui. Os brinquedos nós os fazíamos. Quem, hoje adulto e cheio de responsabilidades, não imaginou um automóvel de alto luxo na visão simplista e amena de uma pequena caixa de madeira com rodas improvisadas? Quem não viajou nas asas da imaginação criativa de uma criança desprovida de esplendores. Assim como as aves constroem ninhos a partir de impulsos da natureza, a partir de simples tiras de capim seco, a criança é capaz de urdir o seu mundo de faz-de-conta e ser feliz sem os luxos da opulência. O vendedor de amendoim integrava-se a esse mundo. Algo me diz que não era a venda de alguns centavos de guloseima que o trazia ali. Seria a integração com a simplicidade? Talvez a felicidade de ter plateia ou, quem sabe, o chamamento emotivo da ausência dos seus que haviam ficado distantes, muito miúdos para vencer uma viagem em pau-de-arara. - “Oi” eu aqui! “frim frim,frim frim”! A bola era deixada de lado. A pipa confrontava-se com o contínuo vento da tarde, desenhando arabescos no espaço. A roda de crianças sentadas no chão, ao pé do carrinho, logo era formada e o riso e a alegria encontravam amparo. - Pois, menino! Lá na minha terra, se um danado de um menino malino disser uma palavrota feia ao professor, pode contar que vai ajoelhar no milho, até o fim da aula! Ensinava ele.
Por Carlos Heredia SRPV-SP
Nossa! Que medo! Mas o ensinamento foi habilmente passado. Sutilmente a sementinha do respeito havia sido inserida no contexto das brincadeiras e certamente germinaria. Sem saber ou dar-nos conta, fazíamos uma troca. Ele nos dava histórias e ilusão que coloriam nosso pequeno mundo e nós retribuíamos com a admiração e o respeito. Talvez recriássemos ali o ambiente familiar que ele parecia ter perdido. Eram tempos distintos, sem maldade, sem enganos. Mas um dia isso acabou. Todos nós soubemos que ele jamais voltaria a tocar sua gaita e apregoar aquele “Ói eu aqui!” - alegre e zombeteiro. Soubemos que ele havia partido para sempre. Não há como falar do inconformismo causado pela morte como visto por uma criança. - Isso logo passa! - diziam os mais velhos. E de fato passou, como passam todas as coisas nessa vida terrena. Quantos de nós, como homens adultos e crianças de então, recebemos do Altíssimo, Arquiteto do universo, missões de significativa relevância? Quantos de nós tivemos a responsabilidade de garantir a segurança de vidas humanas ou tarefas similares e fomos originários desses ou de outros “territórios de liberdade” semelhantes? Temos que reconhecer que foram esses, herois da nossa infância, os que souberam semear a boa semente da amizade, do respeito e da lealdade. Imagino que hoje, quando somos nós os vendedores de ilusões e os semeadores da boa cêpa, que nos caiba, sim, total preocupação com o ambiente incrível que nos rodeia. Por algum mistério que não sei desvendar, naufragaram as bases do padrão de valores plantados e vividos no passado. Por alguma falha do sistema desapareceram ou estão a desaparecer essas virtudes que tanto respeitamos. Buscam-se os culpados além fronteiras da vida de cada um de nós. Suponho que esteja aí o engano. Não há a quem culpar além do horizonte. A culpa provável é da nossa própria geração. Reconheço que tenho tido comportamento um tanto agnóstico. Fomos nós próprios, homens e mulheres criados sob preceitos e costumes tão sábios e não mantivemos o rumo do respeito. Deixamonos perder no egoísmo e no consumismo material. Talvez necessitemos urgentemente voltar a ouvir o brado altivo do “Ói eu aqui!” - mas dessa vez original do Pai Supremo, abandonado pela humanidade e substituído por valores materiais. AEROESPAÇO 31