Aeroespaço 54

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DVOR/DME - DTCEA Aracaju

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Índice

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Conhecendo o Futuro Projeto AIM-BR - Migrando para o futuro

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Artigo SISCEAB, ICEA E TRAINAIR PLUS

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Artigo Oficiais especialistas - que confusão é esta?

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Artigo Fraseologia: a orquestra da instrução a língua de especialidade

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2 AEROESPAÇO

Quem é? Capitão Anchieta

Conhecendo o DTCEA Aracaju – SE

Nossa capa

Expediente

DTCEA-AR - o sistema DVOR-DME (Doppler Very High Frequency Omnidirectional Range / Distance Measuring Equipment) é um auxílio de curto alcance, via rádio, que emite sinais para auxilio à navegação aérea, trazendo mais segurança, fluidez e qualidade para a atividade de controle do espaço aéreo brasileiro.

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel Aviador Reformado Coordenação de pauta e edição: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Telma Penteado (RJ 22794 JP) Diagramação/Projeto Gráfico: Filipe Bastos (RJ 26888 JD) Fotos: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF)

e Fábio Maciel (RJ 33110 RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6404 Fax: (21) 2262-1691 Editado em Janeiro/2013 Impressão: Ingrafoto


Editorial Temos refletido sobre todos os resultados que alcançamos em 2012 e as muitas experiências que nos trouxeram conhecimento e amadurecimento. Vamos recomeçar, em 2013, com novas perspectivas e com a certeza de que em nossos antigos e novos projetos contaremos com todos aqueles que acreditam na nossa missão. Estamos contando - através de um esforço significativo de todos os componentes do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) - que alcançaremos o nosso objetivo, sempre lembrando das conquistas anteriores, aquelas que agregaram entusiasmo em todos os momentos que vivemos em 2012. Nesta primeira edição do ano, estamos falando um pouco desses projetos - antigos e novos - que vão fazer diferença para o País. Contamos a história de um Destacamento que tem uma trajetória marcante no Estado de Sergipe desde a década de 1940, através de uma Estação Telegráfica. Hoje, com 33 anos de atividade, o DTCEA Aracaju segue sua missão como única organização militar representante do Comando da Aeronáutica no Estado. Na seção "Conhecendo o Futuro", enfatizamos o Projeto AIM-BR. Migrando para o futuro é o intertítulo que nos remete às implicações inerentes aos processos de adaptação, modernização e implantação de um novo método de gestão num âmbito há anos estabelecido num modelo diferenciado. Recursos humanos e financeiros, treinamentos, programas de suporte, migração de dados, entre tantos outros quesitos são algumas das complexas áreas que definem toda a estrutura desse projeto inovador.

Em outro artigo, que fala das necessidades atuais e futuras do SISCEAB em manter o transporte aéreo no Brasil num patamar adequado de segurança, fluidez e economia, o autor cita que o ensino deve se fazer presente e adaptar-se rapidamente à dinâmica das circunstâncias que envolvem a operacionalidade do Sistema. No artigo "Oficiais Especialistas - que confusão é esta?" - o autor fala a respeito dos diversos Quadros de Oficiais e Graduados, da ativa, pertencentes ao Comando da Aeronáutica e aborda as diferenças existentes entre os Padrões de Desempenho dos Quadros de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEA) e os Quadros de Oficiais Especialistas em Comunicações (QOECOM), Tráfego Aéreo (QOECTA), Meteorologia (QOEMET), Aviões (QOEAV), Fotografia (QOEFOT), Armamento (QOEARM) e Suprimento Técnico (QOESUP). "Fraseologia" - tema já discutido em outra edição - volta à Aeroespaço e, desta vez, o autor conversa com o leitor sobre algo que pronunciamos, diariamente, no Controle de Tráfego Aéreo. Na seção "Quem É?" - destacamos o Capitão Anchieta, um mestre guerreiro do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC). Um militar criativo, inovador, agregador e apaixonado por Comunicação Social. Um exemplo de profissional que não perde a oportunidade de mostrar quem somos. Prezado leitor, a Revista Aeroespaço tem retratado fielmente o DECEA em suas edições. Em cada página queremos mostrar a nossa gratidão a todos vocês, leitores, desejando um ano de paz, sucesso e prosperidade em todas as áreas de suas vidas. Feliz Ano Novo!

Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo AEROESPAÇO 3


Seção

Conhecendo o futuro

PROJETO AIM-BR migrando para o futuro Por Telma Penteado Foto: Fábio Maciel

Muitas são as implicações inerentes aos processos de adaptação, modernização ou implantação de um novo método de gestão num âmbito há anos estabelecido num modelo diferenciado. Recursos humanos e financeiros, treinamentos, programas de suporte, migração de dados, entre tantos outros quesitos são algumas das complexas áreas que definem toda a estrutura de um projeto a ser implementado. Assim acontece com o Projeto AIM-BR – Projeto Gestão de Informações Aeronáuticas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), aprovado e assinado na Portaria nº 239/DGCEA, em 10 de novembro de 2009. Num momento onde a demanda do transporte aéreo mundial cresce significativamente, a exigência das adaptações e do aumento das capacidades de aeroportos e do próprio espaço aéreo se faz premente, uma vez que os métodos tradicionais já se encontram no seu limiar de saturação. É neste contexto que os novos métodos e conceitos operacionais do SISCEAB surgem com o objetivo de integrar tecnologias, processos e recursos humanos destinados a dar suporte a esta evolução do transporte aéreo. E o futuro se apresenta na figura do CNS-ATM (Comunicações, Navegação, Segurança – Gerenciamento de Tráfego Aéreo), conceito oficializado pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), desenvolvido para atender às novas necessidades vigentes com a aplicação em larga escala de tecnologia satelital, comunicação digital e gestão estratégica do tráfego aéreo. Até o presente momento, o processo tradicional de informações aeronáuticas, voltado ao fornecimento de produtos impressos ou em meio eletrônico (nos formatos PDF ou TIF), exige do fornecedor um trabalho minucioso de compilação e preparação desses produtos. A distribuição dos mesmos depende ainda de correio, da AFTN (Rede de Telecomunicações Fixas Ae4 AEROESPAÇO

ronáuticas) ou do uso controlado da internet, o que demanda tempo e energia dos usuários para extrair as informações das diferentes fontes e limita o potencial de emprego pleno dos dados coletados. Atentos à esta conjuntura, a Eurocontrol (Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea) e a FAA (sigla em inglês para Federal Aviation Administration) deram início a estudos visando a concepção de um sistema com informações aeronáuticas que atendessem à demanda do sistema ATM. E o produto resultante destes estudos é justamente o AIM (Aeronautical Information Management – Gerenciamento da Informação Aeronáutica), cujo foco de ação, como o próprio nome já diz, é o provimento de informação (dados digitais) de modo a facilitar o uso da mesma nas diversas aplicações que os seus usuários possam desejar. No Brasil, este produto é o Projeto AIM-BR, que, alinhado à implantação do ATM Nacional, vem a ser o conjunto de práticas de gerenciamento de informações aeronáuticas centradas em dados, visando garantir a integridade, rastreabilidade e oportunidade relativas ao Brasil. A Diretriz para a implantação do Projeto AIM-BR (DCA 351-3) encarregou sua coordenação à Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), que realizará suas atividades de forma ordenada, segura e com uma relação custo/ benefício aceitável, dentro de curto, médio e longo prazos, baseando-se na infraestrutura de serviços hoje existentes (Informações Aeronáuticas – AIS, Meteorologia Aeronáutica – MET).


Fases de implantação do Projeto AIM-BR MANCE

BASEADO NA PERFOR SISTEMA

LONGO PRAZO

MÉDIO PRAZO

CURTO PRAZO Evolução - Fase 1 MOS hoje • Baseada no que TE dos procedi• Implica a aplicaçãoe capacidades sos ces pro s, nto me disponíveis as" potenciais • Identifica as "brechse centram nas e qu s ito nos requis ma de trabaatividades do progra zo pra to lho de cur

Fase 1 (curto prazo): até 2010 Verificação do atual estado de produção da Informação Aeronáutica.

Evolução - Fase 2 • Baseada no que SABEMOS hoje dos • Implica a aplicação procedimentos, pro cessos e capacidades emergentes • Identifica as "bre- s chas" potenciais no na requisitos e impulsio a investigação e desen volvimento futuros

Fase 2 (médio prazo): de 2011 até 2015 Implementação e implantação de melhorias na produção da Informação Aeronáutica, considerando os atuais processos de produção e distribuição da informação, preparando o ambiente para o AIM-BR.

Evolução - Fase 3 ati• Baseada nas expect vas de CONCEITO de • Implica a aplicação os, novos procediment processos e capacidades • Preenche as "bre- s chas" nos requisito e mantém a melhoria contínua, por meio de pesquisa e desenvolvimento

Fase 3 (longo prazo): de 2016 até 2020 Continuidade da implantação dos sistemas necessários aos novos Conceitos AIM.

Áreas de atuação do Projeto AIM-BR AIM-BR Qualificação Recursos Humanos

Estrutura Organizacional

Regulamentação

Para a Coordenadora de Atividade de Serviços Aeronáuticos, Lucidalva dos Santos Pedro, a implantação de funcionalidades e as respectivas ferramentas exigirão adaptações e modificações em diferentes disciplinas envolvidas no serviço de informações aeronáuticas do Brasil, tais como, regulamentação, capacitação dos recursos humanos, processos e organização das entidades envolvidas.

Qualificação de Recursos Humanos Consiste na capacitação do pessoal AIS nos conceitos do AIM-BR, o que implica na revisão dos quesitos que devem compor seus currículos de formação,

Sistema de Qualidade

Financeiro

Sistemas Automatizados

bem como a elaboração de um plano de requalificação do pessoal já em atividade. Será preciso também avaliar a redistribuição do efetivo de acordo com as novas áreas de atuação, a nova estrutura (grade curricular) de cursos de formação e especialização AIS, que possa vir a contemplar treinamentos presenciais e à distância (e-learning), a atualização de instrutores por meio de treinamentos específicos e a constante avaliação de alunos e professores. Nesta mesma linha de atuação, serão também considerados a exigência de que os profissionais sejam portadores de Certificado de Habilitação Técnica (CHT) específico para AIS (em função da complexidaAEROESPAÇO 5


de desta atividade) e, consequentemente, os critérios para concessão, validade e controle das certificações por autoridades na área.

bem como do desempenho do profissional AIS em sua atividade; a mensuração dos dados obtidos com a consequente avaliação dos mesmos.

Estrutura Organizacional

Financeiro

Consiste em aspectos da estrutura do Sistema AIS que fazem parte da produção, armazenamento e distribuição da Informação Aeronáutica e que deverão sofrer ajustes que prevêem a interligação entre os órgãos operacionais Central (CGN) e Regionais (CRN), provedores (como Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, Exército, Marinha, Instituto de Cartografia Aeronáutica – ICA etc.) e distribuidores (Salas AIS, Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro – PAME-RJ). Toda esta reorganização da estrutura objetiva aperfeiçoar os relacionamentos, as supervisões, os compartilhamentos, os complementos de informações e a gestão dos usuários. A divisão entre o setor operacional (com todos os seus níveis) e os setores responsáveis pela regulamentação e controle das atividades é primordial para a garantia dos Serviços de Informações Aeronáuticas.

Em função dos grandes investimentos nas adequações de toda a complexa estrutura que dará suporte ao Sistema AIS, uma metodologia de tarifação dos serviços será analisada e definida, assim como o planejamento dos investimentos para a própria implantação do AIM-BR. Este processo envolve a identificação dos atuais custos envolvidos na produção das Informações Aeronáuticas; a definição dos preços de cada produto prestado à medida que cada um seja implantado; a definição da estratégia de ressarcimento; a definição de métricas e mecanismos de medição.

Regulamentação Consiste nas adequações das regulamentações da atividade no tocante às diretrizes, normas, instruções e demais documentos de gerenciamento relacionados ao AIS. Para tanto, serão observados o levantamento e identificação da regulamentação atual do AIS e dos documentos da OACI; o estudo da necessidade de alteração na regulamentação tendo em vista a implantação do Projeto AIM-BR nos âmbitos documental, organizacional e doutrinário; e viabilização e efetivação das referidas alterações.

Sistema de Qualidade Consiste na implantação de um Sistema de Gerenciamento da Qualidade que contemple o sistema de informações aeronáuticas como um todo. Dentre os pontos mais relevantes estão a identificação dos processos e melhorias, visando à implantação do AIM em consonância com o projeto de gestão da Qualidade do DECEA; o estabelecimento e aplicação de processos relacionados com a coleta, o armazenamento e a distribuição da informação; a identificação de indicadores de desempenho dos processos desde a origem até a sua disponibilização; estabelecimento de processos de avaliação da qualidade dos cursos e treinamentos, 6 AEROESPAÇO

Sistemas Automatizados Consiste na consolidação de modelos universais de troca de informações aeronáuticas que vêm sendo adotados pela comunidade internacional, o que garante a interoperabilidade entre diferentes sistemas. Para que a implementação destes sistemas automatizados seja possível, foram levados em consideração a avaliação da atual estrutura de sistemas de apoio para a identificação dos que deverão sofrer ajustes para estarem integrados ao AIM; a definição dos requisitos técnicos e logísticos a serem atendidos pelos novos sistemas; capacitação de pessoal envolvido na especificação, implantação e manutenção dos sistemas nos conceitos AIM e nos modelos espe-

AIM-BR: informação correta, no formato correto, disponível a todos os usuários no tempo certo


cíficos para representar a informação aeronáutica (AIXM, AMXM e WWXM); as necessidades de infraestrutura da rede e segurança das aplicações disponíveis para o AIMBR, que devem ser apresentadas ao Subdepartamento Técnico (SDTE) do DECEA para o seu devido dimensionamento na Rede de Telecomunicações Aeronáuticas (ATN).

Acompanhamento da implantação Para que todo esse manancial de dados sobre o Projeto AIM-BR seja transmitido tanto aos seus profissionais integrantes do processo, quanto aos usuários que desejam conhecer e acompanhar a implantação do mesmo, uma série de medidas foi tomada para a divulgação deste universo, tais como seminários para originadores e processadores de conteúdo AIS, provedores comerciais e usuários finais (conscientização e troca de experiências), consultorias e sites. Aqueles que desejarem pesquisar mais sobre o Projeto AIM podem acessar o site do AIM-BR, desenvolvido com o intuito de facilitar o acompanhamento do Projeto, disponibilizando informações sobre o andamento de cada etapa: http://www.ciscea.gov.br/AIM-BR/. Vale ressaltar que o conteúdo desta página é apresentado de acordo com o perfil de usuário logado no sistema, ou seja, atendendo às normas de segurança da informação, nem todo o conteúdo é acessível a todo público.

Glossário AICM

(Aeronautical Interchange Conceptual Model)

Modelo Conceitual de Intercâmbio de Informações que permite a interoperabilidade entre os sistemas AIM. Tais modelos foram desenvolvidos utilizando a UML (Unified Modeling Language).

AIM

(Aeronautical Information Management)

Conjunto de práticas de gerenciamento de Informações Aeronáuticas centradas em dados, visando à respectiva integridade, rastreabilidade e oportunidade.

AIM-BR

(Gestão de Informações Aeronáuticas do SISCEAB)

Conjunto de práticas de gerenciamento de Informações Aeronáuticas centradas em dados, visando à respectiva integridade, rastreabilidade e oportunidade, a ser implantada no Brasil.

AIXM

(Aeronautical Information Exchange Model)

Coronel Aviador R1 José Cledi Lima Figueiredo Gerente do Termo de Parceria AIM-BR CTCEA/DECEA “A importância da implantação do AIM-BR é a contribuição para o aumento da qualidade da informação aeronáutica e da disponibilização da mesma, no momento certo, no lugar certo para o usuário certo. Esses resultados esperados devem ser a motivação para todos os envolvidos no projeto, a fim canalizarem todos os esforços para realização, com sucesso, desse empreendimento.”

Consiste numa especificação projetada para permitir a codificação e distribuição de Informação Aeronáutica no formato digital, providas pelos Serviços de Informações Aeronáuticas, de acordo com a convenção da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI).

AMXM

(Airport Mapping Exchange Model)

Modelo em desenvolvimento para definir os conceitos relacionados aos aeródromos, obstáculos e terrenos.

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Artigo Artigo

SISCEAB, ICEA E TRAINAIR PLUS Por Major QOEMET Adilson CLEOMÊNES Rocha

Com o objetivo de adequar às necessidades atuais e futuras do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) - que visa a manter o transporte aéreo no Brasil num patamar adequado de segurança, fluidez e economia - o ensino deve se fazer presente e adaptarse rapidamente a dinâmica das circunstâncias que envolvem a operacionalidade do Sistema. 8 AEROESPAÇO

Isso aponta para um significativo desafio, o qual requer organização, planejamento e execução que devem ser tratados com eficiência, transparência, responsabilidade e contínuo senso de evolução. Acrescenta-se a esse desafio a dificuldade no gerenciamento das atividades de ensino quando se observa a diversidade de características existentes nos vários setores do SISCEAB, em função de suas peculiaridades e políticas adotadas. Quando se observa o caminho percorrido há várias décadas pelo Comando da Aeronáutica (COMAER), através do Departamento de Ensino (DEPENS), para a formação de profissionais empregados no SISCEAB, verifica-se prontamente a utilização de uma metodologia própria, bem estabelecida e eficaz, definida apropriadamente por legislações em vigor sobre o assunto. Entretanto, quando o SISCEAB sofre algum tipo de forçante, tal como, evolução de sistemas, alteração de procedimentos técnicos, modificação de gestão, além de várias outras alterações de cunho principalmente operativo, que podem ocorrer isoladamente ou em

conjunto, a Capacitação e o Treinamento, relativos a essas novas demandas, podem ser questionadas em função da metodologia proposta pelo DEPENS para a atualização técnica. Isso ocorre, principalmente, em função da filosofia de ensino proposta por essa metodologia (formativa), ser distinta da filosofia necessária ao treinamento no novo contexto apresentado (“recapacitação”), bem como na dificuldade em traduzir apropriadamente os requisitos atualizados para a linguagem de ensino. Além disso, grande parte dos profissionais do SISCEAB, que participam dos Grupos de Trabalho e que se utilizam da metodologia DEPENS, pouco estão familiarizados com a sistemática e com a documentação necessária para a produção dos cursos. Isto gera ainda mais “atrito” na utilização das técnicas educacionais apropriadas em consonância com novas competências a serem apreendidas. Na prática, na maioria das vezes, o que se observa é que os profissionais envolvidos nos processos de desenvolvimento de cursos não conseguem visualizar apropriadamente qual “caminho” devem seguir para atender às novas neces-


sidades do Sistema. Dessa forma, acabam optando por abordagens e verificações de aprendizagens teóricas em excesso, em detrimento da necessidade de desenvolvimento e avaliações de competências essencialmente práticas. Para tentar superar esse desafio, uma solução viável pode ser adotada através da Entrega de Certificado de Membros incorporação dos procediAssociados Trainair Plus ao ICEA - Singapura mentos previstos nos Documentos Nº 9868 - TRAINING e Nº 9941 - Training Development Guide, Competency-based Traicionadas à aviação. Isto é feito através ning Methodology, da Organização de de expertise técnica, pesquisas, e supervisão para implantação do Sistema Aviação Civil Internacional (OACI), por de Gestão da Qualidade nas atividades todos os setores de ensino do SISCEAB. de ensino. São os procedimentos pouco conheciO resultado final pode ser observado dos no âmbito do Sistema e sugeridos com a criação de uma rede Centros de pela metodologia TRAINAIR PLUS. Treinamento TRAINAIR PLUS da OACI Além do conceito de ensino baseado com os mais elevados padrões de caem competência incorporado, o TRAIpacitação, estabelecidos e certificados NAIR PLUS é um programa da OACI que por essa organização internacional. provê suporte aos centros de treinaEstes Centros de Treinamento promento, e a capacitação ao pessoal enduzem material de ensino (apostilas, volvido com todas as atividades relaaulas, avaliações etc.) totalmente es-

tandardizado, usando como referência uma sistemática metodológica baseada em competência. Segundo a OACI, esta abordagem é muito mais efetiva para emprego na aviação e em tarefas a ela relacionadas. Considerando que vários Centros de Treinamento, ao redor do mundo, utilizam a mesma técnica de desenvolvimento de cursos, com base em critérios rigorosos de qualidade, visando também à relação custo-benefício da produção de um curso, a confiabilidade e a economia na capacitação disponibilizada são significativas. Isso também sugere e facilita o compartilhamento dos cursos entre os membros TRAINAIR PLUS. Tendo em vista as dificuldades citadas no início deste artigo, e de todos os percalços proporcionados pela extensão geográfica do País, não se torna difícil imaginar que a adoção de ações de ensino que incorporem os conceitos TRAINAIR PLUS seja mais eficiente e proporcionariam melhores resultados para o SISCEAB, no contexto operacional, financeiro, administrativo e político. Com a competência técnica já existente e utilizando o mesmo "conceito operacional" de apoio da OACI, o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) poderá atuar como organismo gestor do processo TRAINAIR PLUS junto aos órgãos regionais do SISCEAB. Assim, emerge como prioritária a ação de encorajar todos os setores envolvidos na capacitação de profissionais, para o correto desempenho de suas tarefas e atividades, utilizando os procedimentos previstos no TRAINAIR PLUS. Isso significa estabelecer um processo de qualidade, tomando como base alguns objetivos claros e bem definidos, através de algumas metas mensuráveis, direcionadas para a melhoria contínua dos processos de Ensino no SISCEAB, condição necessária e recomendada pela OACI, já para 2013.

* O autor é Chefe da Divisão de Avaliação do ICEA, Coordenador e Instrutor do Curso de Formação de Oficiais Especialistas em Meteorologia (CFOE MET) e Preparador de Curso TRAINAIR PLUS da OACI. Atua em atividades de ensino no SISCEAB desde 1999.

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Seção

QUEM É?

Capitão

Anchieta 1º GCC

"Sempre à flor da pele, mas guardando o coração"

Entrevista por Daisy Meireles Foto abertura: Luiz Eduardo Perez Demais fotos: arquivo pessoal do entrevistado

Ele tem o perfil de um profissional extremamente comprometido e ávido. Na carreira militar, o Capitão do Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEACOM) Carlos Alberto de Anchieta conheceu novas terras, teve medo, brigou, chorou, perdoou, vibrou com suas vitórias e com o êxito dos amigos, mas - acima de tudo - serviu com toda a sua força à Força Aérea Brasileira por mais de 36 anos, oito meses e cinco dias. Sua despedida da FAB aconteceu no dia 12 de abril de 2011. Mas, logo foi acolhido como Tarefa por Tempo Certo (TTC) e continua dedicado às suas funções nas Seções de Comando e de Comunicação Social do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC). 10 AEROESPAÇO


Nascido no Catete e criado numa comunidade pobre da Exército. Falta de sorte! Assim que passou para a Escola de zona sul do Rio de Janeiro, nosso entrevistado tem 55 anos. Especialistas da Aeronáutica (EEAR), também ficou de quaAnchieta é casado com Luziete Santana de Anchieta há rentena. Foram 80 dias seguidos longe de casa. quase 25 anos, com quem tem dois filhos: Rômulo, de 22 Após a classificação, comprou passagem para São Paulo anos, que cursa o segundo ano na Academia da Força Aérea (capital) e, assim que chegou, pediu informações de como (AFA); e Yasmim, 19 anos, no primeiro período do curso de chegar a Guaratinguetá. Ele - inocentemente - achou que Engenharia Mecânica na Universidade Federal Fluminense era apenas um bairro da cidade de São Paulo e nem ima(UFF). ginava que era um município distante 175 km da Capital. Em toda a sua vida sempre deixou claro para a família que Nem precisa dizer que ele teve que voltar metade do camio seu investimento seria na educação dos filhos e em seus nho percorrido. projetos de vida. E mostra orgulho com a escolha profissioO aluno 76/223 Anchieta foi escolhido para ser o "Xerinal dos filhos. fe" da 18ª Esquadrilha nas 1ª e 2ª séries da EEAR. NaqueA esposa Luziete confirma e diz que ele é apaixonado la época, a turma era dividida em Esquadrilhas, que eram pela família e tudo o que faz é pensando nos filhos. Ele cocomandados pelos xerifes, responsáveis pela ordem unida, meçou a cursar Engenharia, mas trancou a matrícula. Carro chamadas, formatura etc. Havia herdado essa postura de linovo? Nem pensar! derança militar no Exército. Ainda na EEAR, na 4ª série, foi "Os nossos carros sempre tinham cinco a seis anos de uso, eleito vice-presidente da Sociedade dos Alunos. mas tinham roda, tinham motor, davam para andar. Todo o No final de 1977, após a formatura como Sargento BET nosso investimento priorizava a educação dos filhos e valeu (Eletrônica), escolheu seguir a carreira no Primeiro Grupo a pena", conta ela. de Aviação EmbarcaApós ter morado da (1º GAE), em Santa em vila habitacional Cruz. Ele ouviu dizer durante toda a sua que naquela Unidade vida militar, consehavia um porta-aviões guiu finalmente comchamado Minas Gerais prar um apartamento e que lá teria oportuna Ilha do Governanidade de viajar para dor. o Exterior. Era tudo o O trabalho também que ele queria: conheé muito importante cer o mundo. para Anchieta. LuzieMas, aonde estava te confessa que na o porta-aviões? Havia verdade, ele vive para quebrado fazia cinco o trabalho. "Eu entenanos. E o sonho de "codo isso, porque vejo nhecer o mundo" haa alegria no coração via sido adiado. Algum dele. A mesma coisa tempo depois, o portaRecebendo a homenagem como Destaque Mestre 2010 é em casa. Dedicado, aviões foi consertado e abre mão em benefívoltou a funcionar e o cio do outro. Tem um sonho se resumiu em coração grande, está sempre disponí15 dias de mar. Na viagem, conheceu a vel para ajudar as pessoas e não pensa cidade de Santos, SP. Não era o mundo duas vezes em colaborar. E está sempre todo, mas ainda assim ele estava feliz. envolvendo a família com a OrganizaNo 1º GAE atuava como técnico de ção Militar. Sempre pede que eu faça manutenção dos equipamentos sium bolo para o aniversário de um comuladores de guerra anti-submarinos lega ou uma farofa ou um arroz para al(GAS) e permaneceu na Unidade por gum churrasco da Unidade. O ambienquase dez anos, até 1987. te de trabalho dele sempre foi extensão Estava morando no bairro de Jacareda nossa casa" - conta a esposa. paguá e o percurso de casa até o trabaSua carreira militar teve início em lho levava muito tempo. Santa Cruz é o 1976, como soldado do Exército Brasipenúltimo bairro mais afastado do Cenleiro no 1º Batalhão de Guardas em São tro da cidade carioca. Assim, conseguiu Cristóvão. Em seguida, fez prova para ser transferido para o Terceiro Esquaingressar como Sargento na Força Aédrão de Transporte Aéreo (3º ETA), na rea Brasileira. Quando saiu a matrícula, Base Aérea do Galeão (BAGL) e lá serviu estava em fase final de quarentena no por dois anos, na manutenção da parte

Vivi experiências indescritíveis sobre as quais, não encontro palavras para expressar o meu regozijo.

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aviônica do C-95. Aí sim, viajou, não pelo mundo, mas conheceu boa parte do Brasil em missões de treinamento de novos pilotos, em aeronave Bandeirante. Porém, uma fusão do 3º ETA com o Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Aviação (2º/2º GAv) fez com que se tornasse excedente e foi transferido para o Parque de Material Aeronáutico do Galeão (PAMA-GL). Sofrendo emocionalmente com a saída do Esquadrão, o corpo reagiu e, na época, Anchieta ficou muito doente, com úlcera colite. "O PAMA-GL - naquela época - era chamado de alcatraz: quem entra não sai até atingir a Reserva. Eu não conseguiria sair mais da ilha, pensei" - revela Anchieta. Enfim, sem poder de escolha, permaneceu no PAMA-GL. O mais engraçado é que acabou se apaixonando pela Unidade e foi lá que ele serviu por mais tempo na carreira: 15 anos. "Amei trabalhar no PAMA-GL, lugar de excelência profissional, onde nasceram grandes relacionamentos com amigos inesquecíveis. Só saí porque fui promovido e não tinha vaga para a minha especialidade”. Nesses anos em que trabalhou no PAMA-GL, começou a ler revistas de guerra eletrônica que serviram como uma preparação para o que viria a seguir. A Unidade começou a formar grupos para receber o AMX - avião de ataque ar-superfície, usado para missões de interdição, apoio aéreo aproximado e reconhecimento aéreo. O responsável pela formação dos grupos, Capitão Gonçalves, soube que Anchieta tinha conhecimento de guerra eletrônica e o inseriu no Projeto AMX. Isso acabou sendo um presente, pois ele fez vários cursos na Embraer, adquirindo mais conhecimento sobre o assunto. Em seguida, foi para Roma, Itália - na Aeroeletronica - fazer um curso sobre o componente principal do AMX, o BCMC (Basic Computer / Main Computer), que gerencia toda a aeronave. Agora sim, uma parte do sonho de conhecer o mundo havia sido concretizado. Ficou 100 dias em Roma. Anchieta não tinha ideia de que um dia as revistas sobre guerra eletrônica o levariam tão longe. "Quando voltei, meu filho de dois anos não me reconhecia mais. Achou que eu tivesse ido embora e tive que reconquistá-lo" - conta Anchieta. Na volta da missão, foi promovido a Suboficial e escolhido para trabalhar na Secretaria da Divisão Técnica. Como encarregado, trabalhava das 7h às 21h, fazendo serviços burocráticos que nunca terminavam. Foi, a partir daí, que iniciou as atividades em Comunicação Social. "Não parava nunca, dava destino a toda documentação técnica da Unidade. Eram muitas ofici12 AEROESPAÇO

o Curso AMX 91 - durante Em Roma, 19

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Ativa - julho/20 11

rreira na EEAR O início da ca

nas e eu tinha que conhecer tudo sobre a Organização e o efetivo" - explica. Sua Chefia imediata era a Capitão Bibliotecária Edna. Anchieta a considerava uma excelente líder e que acrescentou muito na sua carreira profissional. Tentou, por quatro anos, a prova para o EAOF (Estágio de Adaptação ao Oficialato). Frequentava curso preparatório à noite, na vila militar, quando conseguia tempo após o expediente. "Muitas vezes ia fardado para o curso, outras vezes faltava para me dedicar ao trabalho. Resolvi, então, tirar LESP (licença especial) de dois meses, para poder estudar", conta. Em 2002, conquistou o primeiro lugar do concurso com a média de 9,52. Após três meses no EAOF, voltou às atividades no PAMA-GL e agora não queria mais sair de lá. Era considerado pelo Diretor, tinha conhecimento de tudo e podia assumir o setor. Mas não tinha vaga. "Eu não conseguia ver o sol fora do PAMA-GL, de tanto que estava comprometido com aquela Unidade" - declara. Na época da escolha da localidade, havia muitas opções na Amazônia e, como o terceiro da especialidade, poderia escolher qualquer local em que quisesse servir. Pensou em ir para São Gabriel da Cachoeira (AM) e disse para o filho: "Vai ser muito legal, vamos jogar futebol com os índios" - e Rômulo muitas vezes cobrou a promessa do pai. Mas Anchieta não queria sair do Rio de Janeiro, onde só haviam duas vagas. Uma era para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo e Telemática do Rio de Janeiro (DTCEATMRJ) e outra para o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC - Esquadrão Profeta). Então, o amigo Tenente Pedro, saiu na frente e preferiu o DTCEATMRJ. Anchieta não teve escolha. Teve, sim, medo do novo. Não queria envolver-se com novos desafios. Além do mais, o Esquadrão era em Santa Cruz, muito distante do bairro em que ele estava morando, a Ilha do Governador. Levava quase uma hora e meia para chegar ao trabalho. Mas foi no Esquadrão Profeta - na época comandado pelo então Major Celson Jeronimo dos Santos - que ocupou o primeiro cargo de chefia como oficial. Desde a sua chegada, o Comandante observou a sua facilidade na administração de recuros humanos e materiais e o foco de sua atenção para o controle de suprimentos e dos equipa-

bravo Mestre "Anchieta é um r da Guerra" o e hábil Operad andéa C o ro n e l C AEROESPAÇO 13


ua lealdade s r o p a c ta s e d "Anchieta se balizadas e as suas ações propósitos" de de pela honestida ronimo Coronel Je

dente de consulta ou determinação. Poucos têm a flexibilidade de, em um mesmo dia, ocupar funções díspares com grau de proficiência tão elogiável" – argumenta o Coronel Jeronimo. Uma grande contribuição do Capitão Anchieta aconteceu na primeira Reunião de Material do 1º GCC com os Esquadrões subordinados, em 2004. Nascia ali o desejo de desenvolver trabalhos em grupo, em busca de soluções comuns para as deficiências existentes na época e padronizar mentos de telecomunicações, viaturas e geradores. Assim, as ações de rotina. Esse tipo de reunião foi muito além dos as transformações positivas no setor de Material foram logo seus propósitos iniciais, tendo em vista que a mesma transpercebidas, devido ao seu empenho nos detalhes das maformou-se em embrião da REMAN (Reunião de Manutennutenções preventivas e corretivas, que resultaram em um ção) do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do aumento significativo na eficiência dos serviços prestados. Rio de Janeiro (PAME-RJ), criando um contato mais estreito Cabe ressaltar que a área logística é um dos pontos mais com os Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de exigidos para se manter a operacionaTráfego Aéreo (CINDACTA), o Serviço Relidade de um esquadrão de telecomugional de Proteção ao Voo de São Paulo nicações aerotáticas. e o 1º GCC. "O 1º/1º GCC, por suas características Desde 2007, Anchieta chefia a Secrede mobilidade, necessita estar sempre taria do Comando do Grupo, cargo esse pronto para o seu acionamento, e o O 1º GCC que lhe foi confiado para que, dentre então Tenente Anchieta soube liderar tantas outras atribuições inerentes, plaproporcionou os sua equipe em uma busca permanente nejasse e desenvolvesse ações que vipelo alto nível de disponibilidade dos melhores anos da sassem à projeção da imagem do 1º GCC equipamentos de telecomunicações e de seus Esquadrões. minha carreira e de apoio" - afirma o Coronel Aviador Ágil e com raciocínio rápido, estabeleR1 Jeronimo. castrense, me ceu um relacionamento estreito com os A partir de ferramentas de tecnolooficiais de Relações Públicas dos Esquaacolheu e ofereceu gia da informação, Anchieta criou bandrões e com a Assessoria de Comunicaco de dados e planilhas para auxiliá-lo oportunidades para ção Social do Departamento de Controna elaboração de planejamento e conle do Espaço Aéreo (ASCOM do DECEA) que eu pudesse me trole eficazes dos materiais de camde tal forma, que tornaram-se constanpanha. Essa solução contribuiu para aprimorar como tes as matérias publicadas nas diversas a elaboração de um novo Manual de mídias da FAB sobre a participação do profissional nas Emprego. 1º GCC nas operações e exercícios miliAnchieta conta que teve ótimas exdiversas operações tares. periências no Profeta como oficial lí"A Comunicação Social é uma paixão. militares der, e que logo começou a colocar em Tem sido um privilégio conhecer o meprática a liderança adquirida no PAMAcanismo de funcionamento do 1º GCC GL. e de seus Esquadrões. Quero mostrar Permaneceu no Profeta por mais quem somos para os nossos clientes" dois anos e seguiu para sua última declara Anchieta. Unidade, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º Quando ele entrou no 1º GCC não existia a Seção de CoGCC), no início de 2004 - e foi matriculado imediatamente municação Social. Então, Anchieta começou a dar palestrar no Curso Básico de Suprimento e Manutenção no Instituto para os visitantes da Unidade, mostrando o trabalho do 1º de Logística da Aeronáutica (ILA), o que aprimorou, ainda GCC. "Ninguém tinha um Raio X do GCC. Não sabiam da immais, a sua capacidade de gerenciamento, planejamento, portância da nossa missão, das nossas funcionalidades e do coordenação e controle de todas as atividades relativas ao nosso envolvimento com a Defesa Aérea e a sociedade civil. suprimento técnico. Eu queria mostrar a verdade do GCC, os nossos desafios, diAlém do excelente trabalho realizado em sede, Anchieta ficuldades, prejuízos e vitórias. Queria mostrar que a sepateve fundamental importância nas visitas de inspeção do 1º ração da família traz dificuldades no relacionamento entre GCC aos Esquadrões subordinados, pois atuava sempre no marido, mulher e filhos, isso porque ficamos fora metade planejamento e coordenação de reuniões de comando, de do ano por necessidade, por estarmos envolvidos em Opereuniões setoriais e dos simpósios. rações Militares ou em missões de apoio a catástrofes como "Ele é um profissional altamente gabaritado, incansável e no Haiti e na África" - declara com fervor nosso entrevistado. desempenha suas tarefas com disposição e afinco, abdican"A Comunicação é um organismo vivo e tem que estar do, em muitas ocasiões, das suas horas de lazer, indepenconstantemente trazendo a visão do que somos, do que 14 AEROESPAÇO


fazemos e aonde queremos chegar. No desastre da aeronave da empresa Gol, o GCC estava na selva com o PARASAR, sentindo o cheiro da tragédia na tramitação de mensagens e apoio aos órgãos. Ali estava o GCC. Sempre somos um dos primeiros a chegar e os últimos a sair. As autoridades precisam nos conhecer para nos defender. Se as pessoas ou organizações não conhecem o seu trabalho, você perde oportunidade de se valorizar, de se mostrar" - brada o Mestre Guerreiro. Ele também não envidou esforços para a realização da primeira obliteração de um selo personalizado em homenagem ao Jubileu de Prata do 1º GCC, que circulou nas peças filatélicas e correspondência da OM, perpetuando o tema que lhe deu origem, bem como passou a fazer parte do acervo filatélico dos Correios. Por esse e outros motivos, o Capitão Anchieta foi eleito o Destaque do 1º GCC 2007 e 2010, sendo reconhecido e homenageado por suas realizações, que contribuíram para elevar o nome do 1º GCC entre as principais organizações da FAB. Anchieta liderou, ainda, o planejamento e a execução da Primeira Reunião de Comunicações e Controle (1ª RCC) ocorrida em julho de 2012, ano em que se concretizou o antigo sonho do 1º GCC de realizar um evento aos moldes das reuniões e torneios de aviações. O Tenente-Coronel Aviador Carlos Henrique Afonso Silva - Comandante do 1º GCC - afirma: "Fico extremamente feliz com as suas conquistas pessoais e familiares, pois sabemos do orgulho e vibração que ele tem, embora goste de frisar que esteja apenas cumprindo o seu papel". Hoje, na Seção de Comunicação Social do 1º GCC o Capitão Anchieta conta com mais três profissionais: Segundo Sargento Muniz, Terceiro Sargento Leonardo e Soldado de Primeira Classe Silva. "Sei que nada se constrói sozinho e sem ajuda deles - meus amigos - não teria obtido tantas conquistas" - declara Anchieta sobre a relação com a sua equipe. "O Capitão Anchieta é considerado uma pessoa muito especial no âmbito do 1º GCC. Possui como características marcantes o profissionalismo, a dedicação e a determinação, nas quais nos enche de orgulho tê-lo como membro de uma equipe. Tanto no trabalho como em outras atividades é sempre prestativo e preocupado com o bem-estar de todos. No dia a dia, o seu entusiasmo e sua energia contagiam, tornando o ambiente de trabalho o mais agradável possível" - afirma o Chefe da Divisão de Operações do CINDACTA II e ex-Comandante do 1º GCC Coronel Aviador Sérgio Luiz da Cunha Candéa. Quando comandou o 1º GCC, o Coronel Candéa teve a oportunidade de acompanhar a brilhante atuação de Anchieta em suas envolventes e complexas atividades na secretaria do Comando e nas Operações militares, na qual exerceu a função de Oficial responsável pelo controle e fiscalização dos equipamentos que foram utilizados para montagem da estrutura de Comando e Controle. Ainda segundo o Coronel Candéa, nas Operações Militares, o Capitão Anchieta apresentou excelente capacidade

EU NÃO SABIA

e eficiência profissional, que foram notoriamente comprovadas na condução da montagem da infraestrutura do complexo Sistema de Comando e Controle, que é a base de sustentação das Operações Militares CRUZEX, CHARRUA, PAMPA, PORAQUÊ etc. Sua capacidade inata de harmonizar e congregar todos os esforços na coordenação das atividades referentes ao Plano de Mobilidade contribuíram para que toneladas de equipamentos fossem desdobrados para distantes localidades, e mantivesse um acervo de milhares de itens criteriosamente controlados. "Ele é um profissional referencial de disseminação de conhecimento para os componentes do 1º GCC e Esquadrões subordinados. Tem enfrentado as condições mais adversas na condução das tarefas na área de Comunicação Social, pois tem mostrado um desempenho acima do esperado, destacando-se pela sua competência e habilidade de atuar nas ações sociais, nas atividades de lazer e nas realizações dos eventos comemorativos" - declara o Coronel Candéa. O Tenente-Coronel Afonso declara que Anchieta reúne conhecimentos e qualidades pessoais e profissionais, que o destacam como habilidoso gestor de pessoas e de processos em diversas áreas, operacionais, administrativas ou técnicas, além de notório desempenho na Secretaria do Comando do 1º GCC. "É um cargo de confiança e essencial para o desenvolvimento do bem-estar de nosso efetivo no ambiente de trabalho" - declara o Comandante, destacando as principais características profissionais do Capitão Anchieta: o comprometimento e a dedicação. Tais atributos, diuturnamente comprovados, aliados ao afeto e à empatia naturais - que permeiam suas relações influenciaram pessoas e marcam a rotina da Organização. Suas palavras e atitudes espelharam comportamentos em todos os círculos hierárquicos e em diversas situações. Durante a entrevista, quando perguntei como ele se definia, Anchieta não se intimidou e respondeu: "Apaixonado pelo Evangelho, agitado, sanguineo, mas tenho meu talento. Quero estar envolvido em tudo. Essa vontade, às vezes, me faz passar dos limites. Eu exagero! Quero as coisas bem feitas e nem todo mundo tem o meu tempo. Às vezes me entristeço, outras vezes deixo de lado, procuro perdoar e esquecer. Mas sempre trago comigo a visão de que precisamos melhorar, sempre. Beautifull!"

nas tarefas o h n e p m e u e "S s regimentais e õ ç a ig r b o e s vínculo independe de ou com o objeto da ação, com o sujeito e pelo simples e ele ocorr o, elhor resultad m o d r e z ra p " óbvio e de ve ser feito u q o m e b r e z do fa el Afonso Tenente-Coron AEROESPAÇO 15


Artigo

E nasce o Ministério do Ar (I) Por Telma Penteado Extraído do livro "A História do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro"

P

rogresso! Nosso Brasil prossegue no frisson da aviação! O CAN desbravando o País com suas linhas cada vez mais abrangentes e os Aeroclubes e as Escolas de Aviação formando pilotos, primando pela qualidade apreendida dos países do primeiro mundo. Países de primeiro mundo... E em que pé estavam os países de primeiro mundo? Tensão, mortes de civis em massa, apreensão, desespero, caos, estratégias. Motivações genocidas de inteligências malignas de aparente poder ilimitado levaram o mundo a se unir num grito de basta.

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Em termos históricos, o marco encontra-se no dia 1º de setembro de 1939, quando a Polônia foi invadida pela Alemanha nazista, que, neste mesmo tempo, recebia as declarações de guerra pela França e pela maioria dos países do Império Britânico, que, igualmente atacados pelos alemães, não viram alternativa a não ser tomar uma posição ofensiva no conflito. O mundo está seccionado: Aliados contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Era mais que urgente pôr fim ao holocausto. Era uma das maiores questões humanitárias que a história mundial registrou. Nos anos posteriores outros países foram gradativamente aderindo aos Aliados, como resposta à invasão da União Soviética pelos alemães e aos ataques japoneses aos Estados Unidos em Pearl Harbor. Eclodia a guerra mais abrangente de que se teve notícia, com mais de 100 milhões de militares mobilizados no período de 1939 a 1945. Que venha a Segunda Guerra Mundial. Guerra de titãs. O bem contra o mal. Potências mundiais digladiando em prol da paz e, para tanto, lançando mão de todos os recursos econômicos possíveis, de suas capacidades industriais e científicas e das mais modernas táticas e equipamentos de guerra. E toda esta conjuntura chegou ao Brasil. Mas antes de enveredar pelas sendas da Segunda Guerra Mundial, é primordial fazer uma ressalva.


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1- 2 Hugh Trenchard 2 - Alexander Seversky

Não há dúvidas que o embate que eclodiu em 1939 precipitou a criação do Ministério da Aeronáutica, mas a defesa de sua criação é bem anterior. Conforme nos conta o Coronel Aviador RF João Vieira de Souza, em seu livro “Ministros da Aeronáutica – 1941 a 1985”, publicado pelo Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), “a experiência dos pilotos do Correio Aéreo Militar e do Correio Aéreo Naval muito ajudou na luta pela criação do Ministério da Aeronáutica, então chamado Ministério do Ar. Uma das razões que os pilotos tinham, principalmente os do Exército, eram muitas restrições às suas ações como pilotos”. Ele também nos mostra que o embrião da criação aparece igualmente nas ideias propagadas por filósofos europeus – conhecidos como Filósofos do

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34- Giulio Douhet 4 - William Mitchell

Poder Aéreo – responsáveis por toda uma elaboração teórica que antecedeu o advento do Poder Aeroespacial. Destacam-se Giulio Douhet, William Billy Mitchell, Hugh Montagne Trenchard e Alexander P. de Seversky. “O primeiro, com a obra ‘O Domínio do Ar’ e o segundo, com ‘Our Air Force’ (Nossa Força Aérea) e ‘The Keystone of National Defense’ (A Pedra Fundamental da Defesa Nacional), de 1921. Essas obras sacudiram o pensamento estratégico então dominante, na medida em que contestavam, de forma veemente, o papel do serviço auxiliar que os conservadores teimavam em preconizar para a aviação do futuro. Trenchard, o inspirador da RAF (Royal Air Force – Força Aérea Real da Inglaterra), e, modernamente, Seversky, completavam o quarteto internacional dos ‘Artífices do Poder Aé-

reo’”, conta João Vieira de Souza. Tais filósofos “muito influenciaram os estrategistas brasileiros na luta pela emancipação do Poder Aéreo. Quando Seversky iniciou sua luta, o recém-criado Ministério da Aeronáutica encontrava-se em seu período de consolidação e, certamente, isto veio em seu auxílio”. Também foram decisivas as considerações de nossos pilotos (militares e civis) sobre os resultados positivos atestados com a criação da RAF (1918), da Força Aérea Italiana (1923) e da Força Aérea Francesa (1928). Tudo era favorável para ratificar os estudos e consolidar a sua criação no Brasil. Em 1928, o então Major Lysias Augusto Rodrigues, posteriormente Major Brigadeiro do Ar, pioneiro do CAN e Patrono do INCAER, escreveu dois artigos no “O Jornal”, nos quais defendia a tese da criação do Ministério da Aeronáutica e sua respectiva e consequente organização. Somente em 1930, a Missão Militar Francesa, que orientava a Aviação Militar no Brasil, apresentou ao Governo a proposta de criação de um Ministério do Ar, “que ratificava os princípios filosóficos apresentados nos artigos do Major Lysias. A sugestão da Missão Francesa também teve uma influência muito grande entre os pilotos brasileiros”, como nos conta o Coronel Vieira. Somados aos esforços já mencionados, em 1935 uma série de debates sobre o tema foi instigada pelo Exército na figura do Capitão de Engenharia Aurélio Lyra Tavares, autor de um artigo no “O Jornal” que chegou às mãos do jornalista paulista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, então Diretor e dono do veículo “O Jornal” e entusiasta da aviação brasileira, famoso pela campanha que empreendeu entre as décadas de 40 e 50 intitulada “Deem Asas para o Brasil”, buscando fomentar o desenvolvimento da aviação no País. Chateaubriand entregou o referido artigo ao então Deputado Federal JoAEROESPAÇO 17


aquim Pedro Salgado Filho e ao político Alberto Andrade de Queiroz, então Oficial de Gabinete de Getúlio Vargas, solicitando que os mesmos sondassem o então Presidente da República sobre a viabilização da concretização da ideia proposta. Vargas, à época, entusiasmou-se, afirmando que a ideia era exequível, “desde que a proposta fosse apresentada em termos técnicos seguros”, como afirmou o Coronel João Vieira de Souza. O autor também destaca que “a importância desse artigo é que ele atingiu, diretamente, o grande público brasileiro, cuja consequência foi motivar a sociedade a participar do debate”. Já em 1939, a evolução do emprego da aviação unificada na Segunda Guerra Mundial veio ratificar a ideia de uma Força Aérea independente, com a mesma importância vital das Forças navais e terrestres. Voltemos, então, ao cenário do Brasil do início da década de 40. Estávamos entrando na segunda fase da guerra (1942 – 1945), quando a contra-ofensiva dos Aliados se fortaleceu em definitivo. Os Estados Unidos, solicitados

Pracinhas da FEB na Itália pelas autoridades francesas e inglesas, tiveram participação decisiva no combate, atuando na guerra desde 1941, fornecendo aos Aliados enormes quantidades de armamento, tanques, navios e aviões de caça de alta qualidade. Isso sem falar no compartilhamento de táticas de guerra que prepararam soldados para o que encontrariam no Teatro de Operações. 1941 – um ano para ser lembrado eternamente. As comunicações entre autoridades militares brasileiras e europeias já nos davam ideia da im-

portância da criação de uma Força Aérea independente. A aviação no Brasil, como vimos anteriormente, estava dividida entre a Militar (do Exército) e a Naval. E foi justamente o antigo desejo da união desses grupos de aviação, somado ao episódio dos afundamentos de navios brasileiros por submarinos alemães – exigindo que o então Presidente da República, Getúlio Vargas, declarasse guerra contra as forças nazistas – que permitiu um passo de proporções incomensuráveis na história das Forças Armadas.

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Artigo

OFICIAIS ESPECIALISTAS Que confusão é esta? Por Tenente-Coronel Especialista em Comunicações José Francisco de CAMPOS Filho

Muito pode-se escrever a respeito dos diversos Quadros de Oficiais e Graduados, da ativa, pertencentes ao Comando da Aeronáutica (COMAER). No entanto, neste artigo, a intenção é abordar diferenças existentes entre os Padrões de Desempenho dos Quadros de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEA) e os Quadros de Oficiais Especialistas em Comunicações (QOECOM), Tráfego Aéreo (QOECTA), Meteorologia (QOEMET), Aviões (QOEAV), Fotografia (QOEFOT), Armamento (QOEARM) e Suprimento Técnico (QOESUP).

Sabe-se que o efetivo de Oficiais, pertencentes ao Comando da Aeronáutica (COMAER) é composto de vários Quadros de Oficiais e Graduados que obedecem padrões contidos em documentos elaborados pelo ComandoGeral do Pessoal (COMGEP), denominados de “Padrão de Desempenho de Especialidade" (PDE). O PDE é o documento básico que define as atribuições dos integrantes de cada Quadro de Oficiais e Graduados e é utilizado para se iniciar o processo de montagem de um curso de formação para profissionais destinados a exercer atividades nas mais diversas Organizações do COMAER. Assim, a partir deste documento, elabora-se um Currículo Mínimo (CM) para formação de Oficiais do Quadro de Aviadores, Intendentes, Especialistas etc. Este documento básico poderá, também, ser muito útil para uma Organização Militar (OM) pois, de posse do PDE, o Comandante da OM poderá direcionar os recursos humanos, colocados à sua disposição, aos setores da Organização que melhor se adequem àquele profissional. AEROESPAÇO 19


Seria interessante atentar para a possibilidade de se rever o critério de seleção para ingresso no QOEA por especialidade, modificando-o para seleção dentro do Corpo de Graduados, independente da especialidade Visando esclarecer dúvidas referentes ao entendimento das atividades atribuídas aos Quadros citados na lide do artigo, abordaremos, inicialmente, a forma como os graduados do COMAER são selecionados para ingresso no Estágio de Adaptação de Oficiais da Aeronáutica (EAOF) destinado à adaptação de graduados que irão compor o QOEA, importante Quadro para as necessidades administrativas do COMAER. Primeiramente, é importante salientar que o PDE do QOEA é, na sua essência, diferente do PDE dos demais Quadros de Especialistas, abordados anteriormente, com atribuições bem definidas. No entanto, na prática, há uma certa confusão quando vistos pelos integrantes dos demais Quadros, ocasionando, por vezes, uma utilização inadequada destes recursos humanos. Se analisarmos o PDE do QOEA, verificaremos que suas atribuições são, na verdade, todas de cunho administrativo, não havendo, praticamente, nenhuma atribuição de cunho especializado ou seja, são atribuições que o habilitam a trabalhar em qualquer setor administrativo de uma OM, independente da sua especialidade de origem como graduado, ao contrário do PDE dos 20 AEROESPAÇO

demais Quadros de Especialistas, citados no início, os quais estão, primordialmente, com atribuições técnicas gerenciais, bem definidas. Embora os integrantes do QOEA e QOECOM, QOECTA, QOEMET, QOEARM, QOEAV, QOEFOT e QOESUP tenham origens no Quadro de Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, suas atribuições como Oficiais serão bem diferentes, conforme contido no PDE de cada Quadro. Antes mesmo de realizarem os Cursos de Formação para ingresso no primeiro posto do Oficialato, o processo seletivo é diferente. Algumas das exigências para o graduado candidatar-se ao Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), realizado no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), são as seguintes: a) ser Suboficial ou Primeiro Sargento do grupamento básico ou de serviços; b) possuir o curso médio completo; c) possuir o curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS); d) submeter-se a exames de escolaridade (Português e Regulamentos) e de especialidade. É importante comentar, neste momento, que estes candidatos são selecionados por especialidade como graduado, atualmente em número de 28. Após selecionado, o candidato realizará o EAOF em 15 semanas, após o qual será nomeado Segundo Tenente. Algumas das exigências para o graduado candidatar-se ao Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE), também realizado no CIAAR, são as seguintes: a) pertencer ao Corpo de Graduados da Aeronáutica, do Grupamento básico; b) possuir, no mínimo cinco anos de serviço como graduado;

c) possuir o curso superior completo; d) submeter-se a exames de escolaridade e de especialidade. Após selecionado, o candidato realizará o CFOE em 45 semanas, após o qual será nomeado Segundo Tenente. Estes candidatos são selecionados por grupos de especialidades de graduados, por exemplo: QOECOM (BET, BCO e BEI). Muito há o que se fazer para otimizar a utilização dos recursos humanos formados e colocados à disposição do COMAER, no entanto, voltando ao QOEA, perguntase: qual o motivo de se cobrar, na seleção, o exame de conhecimentos especializados, uma vez que essa cobrança é feita a nível de documentos didáticos utilizados para alunos graduados? Na realidade, na prática, este Oficial não irá, necessariamente, exercer funções técnicas no verdadeiro sentido da atividade técnica, normalmente exercida pelos graduados, ou seja, este profissional não é mais graduado.

Exemplos

Um Oficial deste Quadro oriundo da especialidade de Meteorologia (QSS BAS MET) poderá ser previsor ? Resposta: NÃO.

Um Oficial deste mesmo Quadro oriundo da especialidade de Controle de Tráfego Aéreo (QSS BAS CTA) irá elaborar Procedimentos de Tráfego Aéreo? Resposta: NÃO.

Estes dois oficiais descritos nos exemplos anteriores irão trabalhar em escala de serviço, fazendo observações meteorológicas ou como controlador de tráfego aéreo ? Resposta: NÃO.


As respostas negativas às perguntas efetuadas baseiam-se na comparação entre os PDEs de cada Quadro de Oficiais citados. Assim, é importante observar que estes Oficiais poderão vir a exercer atividades administrativas dentro ou fora de sua especialidade de origem, trazendo um grande benefício para o COMAER. Isso não impede que o Oficial do QOEA exerça funções dentro de sua especialidade. A Administração decidirá qual o melhor setor para que este profissional exerça suas funções. Vai depender das necessidades administrativas do Comandante que o estiver recebendo. Assim, acredita-se que o PDE é um documento que servirá como um importante auxílio para a Administração, no que toca a alocação deste profissional. Por analogia, essa premissa poderá ser extrapolada para todas as outras especialidades do QOEA, salvo melhor juízo da autoridade competente. Considerando o exposto, seria interessante atentar para a possibilidade de se rever o critério de seleção para ingresso no QOEA por especialidade, modificando-o para seleção dentro do Corpo de Graduados, independente da especialidade, ou seja, ao invés de distribuir 100 vagas, fracionandoa por especialidade de graduado, alocar as 100 vagas para todos os candidatos, independente de especialidade. Assim, este graduado selecionado, seja ele da especialidade que for, ao realizar o EAOF, ao ser nomeado Segundo Tenente e ao se apresentar na OM na qual foi classificado, esteja à disposição para exercer qualquer atividade, a critério do Comandante. Mas como? Ora, o Comandante

poderá até designá-lo para exercer atividades em um setor de trabalho afeto à sua especialidade de origem ou para uma área administrativa carente de recursos humanos. Alguns diriam: "Só vão passar no concurso graduados da especialidade de Administração (SAD)". Não necessariamente, respondo. Poderão ser adotados, na seleção, critérios para que isso não aconteça. Por exemplo: cobrar, no concurso, a disciplina de Português e Regulamentos disciplinares e administrativos com pesos diferenciados, eliminando-se a especialidade. Para este Quadro, o conhecimento da especialidade - já que os candidatos são Suboficiais e Primeiros Sargentos e que o exame de especialidade é baseado em conhecimentos adquiridos durante sua formação na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR) - está na experiência adquirida ao longo de anos de serviço. Atualmente, algumas especialidade são contempladas com uma, duas ou três vagas, outras com 20, 30 ou 40, ocasionando insatisfação no Corpo de Graduados, sabendo-se que, na prática nem todos, como Oficiais, irão exercer funções dentro da sua especialidade de origem enquanto graduado. A adoção dessas medidas, unificando as vagas, proporcionaria aos graduados igualdade nas chances de ascensão ao oficialato, o que traria uma maior satisfação e motivação àqueles militares. Um candidato oriundo de uma especialidade que possua somente uma vaga, concorrendo com 100 candidatos, teria que ser o primeiro colocado, tarefa considerada quase impossível, no entender deste candidato.

Embora os integrantes do QOEA e QOECOM, QOECTA, QOEMET, QOEARM, QOEAV, QOEFOT e QOESUP tenham origens no Quadro de Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, suas atribuições como Oficiais serão bem diferentes Digamos que, neste exemplo, o 2º colocado tenha conseguido um grau 9,5 - contudo, estaria eliminado. Ao passo que um candidato de outra especialidade, concorrendo para 30 vagas com 200 candidatos, ao conseguir grau 6,5 - por exemplo - e classificado em 30º lugar, seria selecionado. Pergunta: "Este é melhor Oficial que o do primeiro exemplo, para exercer as atividades administrativas, comentadas anteriormente, e necessárias à Organização?" É para se pensar. Certamente, é uma indagação que ocupa as mentes dos integrantes das mais diversas Organizações do COMAER. Finalmente, acredita-se que o enfoque do tema abordado tenha contribuído para o entendimento das atribuições de cada Quadro de Oficiais, objeto deste artigo. * O autor é coordenador e instrutor da área especializada do Curso de Oficiais Especialistas em Comunicações (CFOECOM), tendo participado como Presidente de Bancas Examinadoras para ingresso no CFOECOM e do Estagio de Adaptação ao Oficialato (EAOF), em vários concursos.

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Artigo

Fraseologia: orquestra da instrução

A LÍNGUA DE ESPECIALIDADE Na edição 50, em nosso primeiro artigo da série sobre Fraseologia, tratamos de assuntos como: a língua de especialidade, falso cognato, os termos OK e GO AHEAD. Desta vez, vamos conversar sobre algo que pronunciamos, diariamente, em nossa lida no Controle de Tráfego Aéreo. Vamos continuar com mais um pouquinho de nossa fraseologia.

Por Suboficial BCT Francisco José REZENDE

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AS INSTRUÇÕES FRASEOLÓGICAS CONFORME A ICA 100-12 TRANSFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

15.21.1.9 Transferência de Comunicação ARG 9230, contato Centro Brasília em 126,4. ARG 9230, contact Brasília Centre on 126,4. Devido ao número crescente de aeronaves com as quais trabalhamos, “enxugamos” ao máximo possível a nossa fraseologia, o que pode provocar a ausência de instruções. Um exemplo muito comum disso é o Controlador de Tráfego Aéreo (ATCO) não instruir o nome da localidade envolvida na operação. • PT BCT, CONTATO TORRE 118,4. • PT BCT, CONTATO 122,4. • PT BCT, CONTATO CONTROLE 125,6. • PT BCT, CONTATO CENTRO 126,5. Os exemplos acima não trazem a localidade, o “nome” do órgão de controle. Caso haja algum erro de frequência, o nosso cliente pode chamar um setor ou outro local não desejado, podendo acarretar problemas sérios em nosso trabalho. O cumprimento da ordem: Matrícula da aeronave ou número de voo, Contato (é a instrução para chamar), o Órgão de Controle e a frequência a ser chamada, como prevê a nossa Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 100-12, sempre será a garantia de um componente a mais de segurança. O cotejamento é necessário e a avaliação do “hearback” cabe a nós. Manter sempre uma escuta minuciosa do retorno da instrução que será executada pelo nosso cliente, faz parte do nosso ofício. Desde a primeira chamada, até a resposta, sabemos que a nossa fraseologia é parte, também, da Segurança Operacional.

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O IDIOLETO E O ECOLETO NAS TERMINOLOGIAS DE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO, UMA PATOLOGIA DA FRASEOLOGIA Idioleto é um conjunto de termos que são produzidos por uma só pessoa. É um conjunto próprio e somente daquela pessoa. Ecoleto é um idioleto adotado por outra pessoa e, sendo assim, vem a expressão que o dono do idioleto “fez escola” porque o adotante passou a usar os mesmos tipos de termos. Algumas vezes são engraçados e, em outros momentos, podem ser prejudiciais para nossa lida. Esses fenômenos podem estar numa fraseologia e, dependendo da ocasião, podem vir de nosso cliente. O termo “Cleared” é forte em nossa fraseologia por ser uma expectativa positiva à navegação do piloto. Só que entra forte como um idioleto que permanece na nossa operação. As instruções são dadas no imperativo e quando usamos o cleared estamos autorizando algo que nos foi solicitado. Pois bem, não se deve instruir: PT BCT, CLEARED TO DESCEND TO FL 100. PT BCT, AUTORIZADO DESCER PARA O FL 100.

Caso nosso cliente seja de língua inglesa, nós estamos autorizando a descida do mesmo a critério, quando ele desejar. O Cleared não é um termo de imperatividade. Isso sempre acontece com nossos clientes estrangeiros que entendem que podem descer quando estiverem prontos. O termo Cleared acompanhado do termo Descer, no infinitivo, dá essa faculdade ao nosso cliente. Portanto, para instruir imperativamente Descida, Subida e Reduções de velocidades, não use “cleared”. O modo correto será sempre: PT BCT, DESCEND TO FL 190. PT BCT, CLIMB TO FL 210.

Vejam, os nossos estagiários adquirem, muitas vezes, os nossos vícios e a transferência de um idioleto é muito comum. O uso frequente faz com que esses vícios se eternizem, transformam-se em Ecoletos, não sendo percebidos, e, muitas vezes, passam a ser utilizados indevidamente. 24 AEROESPAÇO

VAI SEGUIR O TRÁFEGO... Em algumas ocasiões, os nossos clientes perguntam o número para o pouso, ou seja, eles querem saber sua ordem no sequenciamento IFR (Instrument Flight Rules - Regras de Voo por Instrumentos). É nesse momento que entramos algumas vezes e dizemos: “vai seguir tráfego duas horas, 15 milhas etc...”. Em inglês fica mais ininteligível. Existem variantes dentro de nossa especialidade que o termo seguir significa “ir atrás” e, desta forma, o nosso cliente pode realmente mudar sua navegação para “seguir o tráfego”, como já aconteceu algumas vezes. Assim, vamos usar somente os termos previstos na mesma língua da especialidade. “Pagar o tráfego sem o termo “seguir”. EMPRÉSTIMOS É muito comum fazermos empréstimos de termos da língua inglesa em nossas instruções, talvez por acharmos que certos termos de nossa língua de especialidade não atinjam as nossas intenções. Uma instrução com falha de entendimento gera incidente e não estaremos amparados. “A fraseologia não deve ser usada com misturas de idiomas” (ICA100-12, 2009, p.188). Ex.: Qual sua ground? Mantenha a High Speed! Faça um Fly Over na posição Dora!

Nossa fraseologia é o único enlace que existe entre nós, ATCO e pilotos. É a fonte que é usada para finalização do nosso trabalho, uma orquestra de instruções regida por nós. Manter uma comunicação padrão faz de nós muito mais profissionais. Continuem lendo a nossa fraseologia. Boa Lida, irmãos. * O autor é Controlador de Tráfego Aéreo do Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) e Mestre em Linguística. Trabalha há mais de 20 anos no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP). Contato: rezendefjr@srpvsp.gov.br


Conhecendo o

Seção

DTCEA-AR Aracaju/ SE Apoiar! Controlar! Proteger! Brasil! - este é o grito de guerra do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Aracaju, que tem uma trajetória marcante no Estado de Sergipe desde a década de 1940, através de uma Estação Por Daisy Meireles Fotos: Luiz Eduardo Perez Telegráfica. Hoje, com 33 anos de atividade, o DTCEA-AR segue sua missão como única organização militar da Aeronáutica representante do Comando da Aeronáutica no Estado Reportagem: Daisy Meireles Fotos: Luiz Eduardo Perez

O Comandante Quem comanda o DTCEA-AR é o Major Especialista Marcos Rogério Alves de Oliveira. Gaúcho de Passo Fundo, 53 anos, casado com Miriam Carubim de Oliveira e formado pela Universidade Federal de Santa Major Alves - Comandante Maria, onde concluiu o curso do DTCEA-AR de Engenharia Civil. Sua carreira militar teve início em julho de 1981, na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Após a conclusão do Curso de Formação de Sargentos, na especialidade de Eletrônica (BET), em julho de 1983, foi classificado na Base Aérea de Santa Maria (BASM), onde serviu até março de 1996. Ainda em 1996, foi transferido para a Base Aérea de Manaus (BAMN), permanecendo até o final de 1997. Em 1998, foi realizar o Curso de Formação de Oficiais

Especialistas (CFOE) no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR). Foi Comandante do DTCEA Morro da Igreja por sete anos e assumiu o Comando do DTCEA-AR em março de 2007.

Histórico do DTCEA-AR O DTCEA‐AR tem uma trajetória marcante no Estado de Sergipe. Presente na região a partir da década de 1940, através de uma Estação Telegráfica subordinada ao antigo Serviço de Rotas Aéreas. Funcionava, inicialmente, em instalações cedidas pelo Aeroclube de Sergipe, localizado no Bairro Siqueira Campos em Aracaju que, na época, era também o terminal de passageiros da capital. Com o desenvolvimento da aviação, em 19 de janeiro de 1958, o aeroporto é transferido para o Bairro Santa Maria, sua atual sede, oportunidade em que o Destacamento acompanha a mudança, instalando‐se em áreas contíguas ao aeroporto. No início de suas atividades, além do Destacamento AEROESPAÇO 25


Capitão André (Chefe da Seção de Operações) e Tenente Sandes (Chefe da Seção Técnica) do DTCEA-AR

de Proteção ao Voo (DPV), nas mesmas instalações funcionava também o Destacamento de Aeronáutica (DESTAE), subordinado ao Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), perdurando tal situação Sala AIS

DTCEA-AR - previsão de uma nova sede em 2013

até os idos de 1980, quando então é desativado o DESTAE, permanecendo no local apenas o DPV. O DTCEA‐AR é um órgão integrante do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e faz parte de um conjunto de destacamentos subordinados operacional, técnica e administrativamente ao Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III). Como única organização militar da Aeronáutica no Estado, o DTCEA‐AR é a OM representante do Comando da Aeronáutica e, desta forma, o faz em diversas atividades representativas junto à organizações militares federais e estaduais, órgãos públicos e privados dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Desde 2006, o Destacamento é certificado na ISO 9001 e vem mantendo essa certificação a cada três anos. Outra grande peculiaridade do DTCEA-AR é que foi o pioneiro na implementação do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) do CINDACTA III. Para 2013, há grande expectativa do efetivo com o reSubseção de Meteorologia

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Formatura diária do efetivo

lação à possibilidade de que aconteça o início das obras da nova sede, pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

Atividades do DTCEA-AR Desde o seu nascimento, o DTCEA‐AR tem como missão principal operar e manter os órgãos e equipamentos do SISCEAB, bem como garantir o funcionamento dos materiais de auxílio à navegação e dos sistemas de comunicação, além de controlar as aeronaves que voam na área de Sergipe (Terminal Aracaju), proporcionando aos seus tripulantes e passageiros a certeza de um voo seguro, ordenado e rápido. Para cumprir a missão, o DTCEA-AR confia no trabalho de 87 profissionais, sendo 79 militares e oito civis. O expediente no DTCEA é cumprido das 8h às 17h, com intervalo para o almoço das 11h30 às 13h. A prática de educação física acontece às terças e quintas-feiras. O corpo técnico é responsável pela manutenção da operacionalidade dos equipamentos de auxílio à navegação instalados no local, completados com uma equipe administrativa que realiza os serviços de apoio.

Subseção de Pessoal Militar

Desta forma, fornece aos aeronavegantes todas as informações necessárias para planejarem e executarem adequadamente os voos que pretendam realizar, seguindo uma série de normas e regulamentos aceitos e adotados Sala Técnica

Os soldados do DTCEA-AR

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APP-AR

internacionalmente, controla seus voos eficiente e eficazmente, além de manter uma equipe de profissionais capacitados que, coletivamente, contribuem para o sucesso de tão importante missão. Na Seção de Operações, chefiada pelo Capitão CTA André Luis Xavier Cruz, há três subseções: Controle de Aproximação (APP-AR), Estação Meteorológica de Superfície (EMS-2) e Sala de Informações Aeronáuticas (SAI). O APP-AR registrou 2423 movimentos aéreos em outubro deste ano. No primeiro semestre de 2012 houve um aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2011. Essa elevação deve-se à intensificação do movimento de helicópteros que atendem as demandas das plataformas da Petrobras em Aracaju, além da aviação geral (comercial e executiva). Devido à crescente demanda do tráfego aéreo, existe projeto em avaliação pela CISCEA para construção de uma Torre de Controle no Aeroporto de Santa Maria. A EMS2 tem a função de analisar, processar e divulgar, de hora em hora, as condições climáticas na área do aeroporto. Os operadores da estação também têm a resTenente Kátia (Chefe da Seção de Administração) durante atendimento no consultório odontológico

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ponsabilidade de receber e divulgar as informações e previsões de tempo recebidas de outros órgãos meteorológicos. Essas informações têm significativa importância aos aeronavagantes no planejamento dos voos de suas aeronaves. A Sala AIS recebe e coloca à disposição de todos os interessados, as condições de operacionalidade dos aeroportos e dos equipamentos de auxílios à navegação aérea, bem como auxilia e orienta os aeronavegantes sobre quaisquer dúvidas a respeito dos planos de voo. A Seção Técnica, chefiada pelo Primeiro Tenente Especialista em Comunicações Sandes de Almeida Moraes, é responsável pela manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos de auxílio à navegação, de informática, eletromecânicos e dos que compõem o Sistema de Telecomunicações do DTCEA-AR. Para a realização dos serviços de manutenção, a Seção Técnica conta em seu quadro com seis graduados – sendo quatro da especialidade de eletrônica e dois de sistemas elétricos. Os equipamentos sob responsabilidade técnica da Seção são: DVOR/DME (Doppler Very High Frequency Omnidirectional Range / Distance Measuring Equipment), EMS2, Tenente Neiva - Consultório Médico do DTCEA-AR


Subseção de Qualidade

Teleanemômetro, Sistema Telesat, dois conjuntos VHF 0300 da Tecnasa, Sistema Audiosoft, VISIR (Visualizador Imagem Radar), SRBS (Simulador Radar de Baixo Custo), além dos outros equipamentos que ficam na Sala Técnica. A Seção Administrativa é chefiada pela Primeiro Tenente Dentista Kátia Vanina Carvalho Machado Marlins – que assessora o Comandante nos diversos assuntos pertinentes à área. Além de fornecer apoio administrativo e de serviços necessários ao funcionamento do Destacamento, a Seção Administrativa dirige, orienta e coordena as atividades administrativas de pessoal, patrimonial, de transporte e de prestação de serviços. A Tenente Kátia é a responsável pelo funcionamento dos consultórios médico e odontológico do Destacamento, assim como a aplicação do teste físico e o recebimento dos relatórios de conferência de material carga da Seção. As Subseções de Inativos e Pensionistas e a de Pessoal Militar - também subordinadas à Seção Administrativa - executam as atividades de administração de pessoal Campeonato de voleibol - motivação para educação física

Secretaria do Comando

militar e civil, assim como o controle e organização do protocolo e arquivo dos documentos.

Vila Habitacional A estrutura da vila é confortável. São três blocos de dois andares e um bloco com três andares, todos com estacionamento sob pilotis. Há 18 apartamentos para Suboficiais e Sargentos e duas casas para Oficiais. Todas as residências têm três quartos (sendo uma suíte) e mais dependências de empregada. Apenas 20 militares ainda aguardam na fila de espera por uma casa na vila em Aracaju, pois a maioria já conquistou o sonho da casa própria. Na área de lazer há um quiosque com churrasqueira e um campo de futebol society. Lá são realizadas as confraternizações do efetivo como festa junina, dia das mães e outros eventos. Próximo à Vila da Aeronáutica fica a Praça da Juventude, bem arborizada, com pista de corrida para caminhada e rampa de skate. Vila Habitacional de Aracaju - conforto e segurança

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Na Passarela do Caranguejo, o movimento dos bares e restaurantes com forró pé-de-serra

A vila está distante cerca de cinco minutos do Destacamento e uns dez minutos da orla de Aracaju.

Assistência Médica e Odontológica No Destacamento há um consultório médico e outro odontológico. Duas dentistas, a Primeiro Tenente Kátia Vanina Carvalho Machado Marlins e a Segundo Tenente Fernanda Cerqueira se dividem no atendimento ao efetivo e seus dependentes, nas especialidades de ortodontia, endodontia, dentística, hexodontia, periodontia e clínica-geral. Só não há tratamento de endodontia, prótese e cirurgias mais complexas. Nesses casos, os procedimentos podem ser realizados em clínicas particulares com ressarcimento (cerca de 80% do valor da tabela da SARAM). O Segundo Tenente Médico Diogo Neiva Lemos de Lira atende na área de Clínica Médica, faz a triagem e encaminha os pacientes para tratamentos específicos em hospitais, clínicas e profissionais credenciados pelo HAPVIDA, empresa prestadora de serviços na área de saúde à Diretoria de Saúde da Aeronáutica. O médico dá apoio, também, no gerenciamento das inspeções de saúde do efetivo militar. Museu do Homem Sergipano

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Oceanário de Aracaju - a diversidade da flora e da fauna marítima e fluvial de Sergipe

A cidade de Aracaju Qualidade de vida é o principal motivo dos militares escolherem Aracaju para servir e trazer a família. É uma capital, mas diferenciada, com segurança e muitas opções de lazer. A Tenente Kátia diz que Aracaju é uma ótima cidade para se viver. "Aqui temos qualidade de vida, não há engarrafamentos na cidade e podemos ir almoçar em casa e voltar para o trabalho com folga" - conta a Chefe da Seção Administrativa. São mais de 600 pessoas da FAB em Aracaju, contando ativos, inativos e pensionistas. Logo, percebe-se que a cidade é atrativa não só para o idoso, mas para quem quer viver com tranquilidade. Na cidade há diversas áreas públicas de lazer, onde a população pode praticar esportes, caminhar, brincar com os filhos e fazer um piquenique com total segurança, como o Parque da Sementeira, o Parque dos Cajueiros e o Parque da Cidade. Há dois shopping centers em Aracaju, que se igualam ao de qualquer outra cidade do Nordeste. A vida noturna é bem agitada, com forró e deliciosa gastronomia regional. A tapioca é preparada com diversos recheios O chafariz de águas dançantes


Vista aérea de Aracaju Ponte sobre o Rio Sergipe, que liga Aracaju a Barra dos Coqueiros

em quiosques espalhados pela orla. Nos restaurantes, o cliente - munido de tábua e martelo – se delicia com o saboroso caranguejo. As tarifas de transporte variam de R$ 2,25 (ônibus), R$ 2,50 (lotação) e R$ 3,00 (moto-táxi). Na área de educação, além da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFIS), outras instituições superiores particulares como a Universidade Tiradentes (UNIT), Pio X, Faculdade de Sergipe Salgado Filho (FASE), FANESE oferecem cursos diversos para os estudantes. Tanto o ensino fundamental quanto o médio também contam com boas escolas particulares, algumas bem perto da vila habitacional. Mesmo sendo uma das capitais turísticas do Nordeste, não tem o mesmo movimento que Fortaleza, Natal ou Salvador, o que a torna mais segura e tranquila. "Aqui dormimos de janela aberta. No trânsito, também viajamos com o vidro do carro aberto. Podemos praticar educação física na orla, que fica há menos de 10 minutos da vila", conta a carioca Terceiro Sargento Renata, da Subseção de Pessoal Militar, casada com o Terceiro Sargento Eric, pernambucano. Eles escolheram a cidade de Aracaju e não querem mais sair. No Centro de Arte e Cultura J. Inácio, a banca de cordel

Colina de Santo Antonio / Igreja de Santo Antonio

O caranguejo - uma das iguarias sergipanas No Centro Histórico de Aracaju, os mercados públicos são parada obrigatória para degustar castanhas de caju, queijo coalho e frutas tropicais

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