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Índice

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Reportagem Novos desafios motivam o TenenteBrigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho na Direção-Geral do DECEA

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Artigo Uma visão diferente de Surucucu

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Artigo Uma vida que renasce

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Reportagem Sala de Aferição AIM

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Nossa capa O Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho dará continuidade aos projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de ponta e frequentes atualizações, sempre contando com o comprometimento e a dedicação do efetivo do DECEA.

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Reportagem Especial Lições de Cidadania no Projeto Cajuzinho

Conhecendo o DTCEA-GW Guaratinguetá - SP

Expediente Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel Aviador Reformado Coordenação de pauta e edição: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Redação: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) Telma Penteado (RJ 22794 JP) Denise Fontes (RJ 25254 JP) Gisele Bastos (MTB 3833 PR) Diagramação/Projeto Gráfico: Filipe Bastos (RJ 26888 JD)

Fotos: Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF) e Fábio Maciel (RJ 33110 RF) Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6404 Fax: (21) 2262-1691 Editado em Junho/2013 Impressão: Ingrafoto


Editorial Prezados leitores, após um intervalo como Comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional, volto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), dessa vez como Diretor-Geral e com o objetivo principal de dar continuidade aos projetos em desenvolvimento, seguindo a trajetória traçada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e confiando nos votos de sucesso do meu antecessor Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes, que são muito valiosos para a minha carreira. Nossa missão conjunta - Direção e efetivo - tem grandes e novos desafios pela frente, mas temos que dar continuidade aos projetos em desenvolvimento e arregaçar as mangas para os novos que estão às nossas portas. São grandes desafios? Sim, mas eu sei que posso confiar no trabalho de vocês, e tenho a certeza que teremos sucesso e grandes ganhos para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), para a FAB e para o Brasil. Enfim, estamos preparados? Acredito piamente nisso. Somos treinados, temos competência e habilidade para atuar em grandes missões. O DECEA está pronto, sempre esteve! Estamos cercados de tecnologia de ponta, temos frequentes atualizações e podemos contar sempre uns com os outros: Sede com Regionais, militares com civis, engenheiros com técnicos, meteorologistas com controladores, enfim, nossa engrenagem funciona. O que importa para mim, como Diretor-Geral, é acreditar no comprometimento e na dedicação do efetivo do DECEA. Para tanto, estamos trabalhando para minimizar conflitos, atentos aos

resultados da Pesquisa de Clima Organizacional (PCO) com os militares e civis aplicados em 2012 e 2013, respectivamente. Gostaria que todos conhecessem esses resultados na reportagem desta edição. Recomendo, ainda, a leitura do artigo da Tenente Lizzie, do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), que vai emocionar a todos com um relato de solidariedade. Outro artigo que me surpreendeu foi "Uma outra visão de Surucucu". Constatamos, com a leitura, que a tecnologia implantada pelo Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) naquela região pode ser replicado em outras localidades onde o SISCEAB possui sítios remotos, diminuindo custos, poupando esforços e otimizando mão de obra para outros projetos dentro do Sistema. Em outras páginas fiquei impressionado com a iniciativa do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ), que mostra a responsabilidade social aplicada no Projeto Cajuzinho, de inclusão social. É a segunda Unidade do DECEA a implantar o Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte e que, com certeza, terá o mesmo sucesso do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III). Mais reportagens, informações e atualizações nas outras páginas da nossa revista. Assim retratamos nossas ações de sucesso, de investimento profissional, técnico e social em nossas Unidades. Certos de que vocês estarão bem informados com a nova edição da Aeroespaço, desejo uma boa leitura e sucesso a todos.

Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho Diretor-Geral do DECEA

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Reportagem

Novos desafios motivam

o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho na Direção-Geral do DECEA Por Gisele Bastos Fotos: Luiz Eduardo Perez e Fábio Maciel

DGCEA dará continuidade aos projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de ponta e frequentes atualizações, sempre contando com o comprometimento e a dedicação do efetivo do DECEA. 4 AEROESPAÇO


O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) está sob novo comando desde o dia 16 de abril, quando a Direção-Geral passou do Tenente-Brigadeiro do Ar Marco Aurélio Gonçalves – que assumiu a Chefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) – para o TenenteBrigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho, em cerimônia presidida pelo Comandante da Aeronáutica, TenenteBrigadeiro do Ar Juniti Saito.

Despedida do Tenente-Brigadeiro Mendes

O Comandante citou também os trabalhos em grupo do governo federal, ao unir esforços com os órgãos ligados à atividade aérea – Secretaria de Aviação Civil (SAC), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), na elaboração dos parâmetros para a concessão de aeroportos à iniciativa privada. “Tamanha capacidade de conciliação dos elos do nosso DECEA atingiria sua plenitude em 2012, durante a Conferência Rio + 20, o primeiro dos grandes eventos a ser sediado no Brasil”, finalizando seu discurso com palavras de agradecimento e incentivo a nova função dos oficiais-generais.

Em sua despedida, o Tenente-Brigadeiro Mendes deu as boas-vindas ao novo Diretor-Geral. “Ao meu amigo e sucessor, Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho, Desafios do novo DGCEA ofereço os meus melhores votos de boas-vindas, na certeza de que cumprirá sua missão como Diretor-Geral do DECEA Nos próximos meses, serão grandes os desafios tanto com o habitual sucesso de sua carreira”, declarou. para o Diretor-Geral quanto para o efetivo do DECEA. Em seguida, o Comandante da Aeronáutica fez um discurso no qual destacou as realizações bem-sucedidas na gestão do Tenente-Brigadeiro Mendes à frente do DECEA, ao buscar a manutenção da imagem do País como uma referência no cenário da Aeronáutica mundial. “Essa nobre tarefa foi consolidada por meio de variadas e consistentes realizações desse distinto oficial-general, as quais viabilizaram, direta e indiretamente, o harmônico cumprimento das oportunas diretrizes emanadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI)”, declarou o Comandante. E destacou, ainda, as ações do DECEA para a implantação do Plano Global de Navegação Aérea (GANP), junto aos países vizinhos ao Brasil para a atualização do plano regional de navegação aérea. “Já no âmbito interno, a consecução dos objetivos propostos pela OACI tem se revelado pelo irrestrito O ato de passagem da Direção-Geral do DECEA, do Tenente-Brigadeiro Mendes para o Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho alinhamento do programa de evolução de gerenciamento de tráfego aéreo – SIRIUS – com os E, para enfrentar grandes desafios, a certeza do supreceitos delineados para toda a navegação aérea do placesso, já que estamos preparados para realizar um excelente neta”, completou. trabalho conjunto. O Tenente-Brigadeiro Juniti Saito fez referência ainO Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho dará continuidade aos da a parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia projetos de desenvolvimento, trabalhando com tecnologia de e Inovação para instalação dos radares meteorológiponta e frequentes atualizações, sempre contando com o comcos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, o CEMADEN. prometimento e a dedicação do efetivo do DECEA.

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O perfil do Diretor-Geral O Tenente-Brigadeiro Rodrigues Filho, oficial-general cujo currículo registra longo histórico de atuação no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), onde, dentre outros cargos, já foi Presidente da Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI); Chefe da Delegação do Brasil na OACI, em Montreal, Canadá; Comandante do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e Vice-Diretor do DECEA. Em seu último posto, comandou o Terceiro Comando Aéreo Regional (III Comar). O oficial-general tem 42 anos de serviço na Força Aérea Brasileira. É piloto de transporte e tem mais de cinco mil horas de voo. Além de todos os cursos militares de carreira, concluiu o MBA Executivo em Gestão Administração –Nível Estratégico e Política e Estratégia Aeroespaciais. Natural do Rio de Janeiro, o Tenente-Brigadeiro do Ar Rafael Rodrigues Filho é praça de 1971, foi declarado aspirante em 1977. 6 AEROESPAÇO


Uma visão diferente de

Artigo

Surucucu

Cheio de particularidades que só os pilotos decifram, assim é Surucucu. Brumas – como aquelas de Avalon - encobrem as montanhas e a pista. Na última das inúmeras olhadas que dei pela janela do Grand Caravan, avistei-o como que por mágica Por Luiz Eduardo Perez (texto & fotos)

Trabalho para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) há exatos 14 anos e, assumindo a alcunha a mim atribuída por amigos de trabalho, sou testemunha ocular de toda a implantação do Projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Desde 1999, venho fotografando os sítios que compõem a complexa malha de aquisição de dados do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). São 1.325 sensores distribuídos entre Unidades de Vigilância, Terminais Usuários, Plataformas de Coleta de Dados, Estações Meteorológicas entre outros equipamentos deste mega sistema. No meio de tantas siglas e sítios visitados por inúmeras vezes, um deles, em 2003, me chamou a atenção: a Unidade de Telecomunicações (UT) de Surucucu - hoje chamada Estação de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA) e não mais UT como fora batizada em sua gênese - situada em uma reserva ambiental, em área pertencente ao município de Alto Alegre, em Roraima. Sua topografia é acidentada e seu clima, frio e úmido, se deve à elevada altitude deste platô. Por ser um sítio remoto, não há energia comercial, o que o torna uma localidade especial tanto para os militares do Quarto Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF) do Exército Brasileiro, quanto para os funcionários da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) que lá dão apoio. O acesso é possível exclusivamente por meio aéreo, o que normalmente é viabilizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A visita a Surucucu é inesquecível, pelo menos para os forasteiros que por lá aportam. Já na chegada, cheia de particularidades que só os pilotos decifram, brumas – como aquelas de Avalon - encobrem as montanhas e a pista. Na última das inúmeras olhadas que dei pela janela do Grand Caravan, avistei-a como que por mágica ou talvez pelas preces deste atento fotógrafo que, agora transformado em escriba, tripulava aquela aeronave junto com outras sete almas. Após o pouso na pista de asfalto com pouco mais de mil metros de extensão e cabeceira única, um pequeno tapiri (palhoça provisória) à margem da pista de pouso é rapidamente tomado por alguns indivíduos da etnia Yanomami, ávidos por saber o que os homens brancos trouxeram. Uma vez autorizados pela tripulação, desembarcamos e logo percebemos a baixa temperatura que contrastava com os 35ºC da decolagem em Boa Vista. Os curiosos circulavam desavergonhados por entre os visitantes até o momento em que o Suboficial José Pereira de Oliveira, da Reserva Remunerada, cinegrafista da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), sacou sua câmera da bolsa. Um furdunço logo se formou entre os nativos. Tentando se proteger das lentes “malévolas” do cinegrafista, os índios se refugiaram atrás da aeronave, fora do alcance das objetivas. À esta altura já não havia uma, mas sim três câmeras apontadas para os índios. Índios de verdade, enfeitados com adereços produzidos AEROESPAÇO 7


artesanalmente e tangas vermelhas. Lá não há celulares nem motocicletas, diferentemente de Tiriós, no Pará, fronteira com o Suriname, onde também há um Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA), bem próximo à uma Missão Jesuíta, dentro da comunidade indígena Tiryó. Também não há Yanomami alfabetizado. Apenas um indivíduo desta comunidade - que tem aproximadamente 2000 índios - fala o português. Conversando com o Comandante do 4º PEF, descobri que o receio dos nativos é ter sua alma aprisionada dentro da câmera. Inocência pura, mas de fascinante constatação. Descobrir ali, de corpo presente, que simplicidade e inocência coexistem nos dias de hoje em um mesmo ser e é no mínimo um privilégio. De olhos abertos e sempre atentos, os índios repetiam a última palavra das frases que dizíamos. E riam. Pareciam muito felizes, o que os coloca bem distantes do quadro que viveram nas décadas de 1980 e 1990, quando da invasão do homem branco atrás de ouro naquela região. Época em que foram escravizados e tiveram suas mulheres e crianças mortas pela violência imposta pelo homem branco ou pelas doenças trazidas por eles. Que bom que esta época se foi! Feitas as apresentações, partimos para cumprir a nossa missão: captar as imagens que farão parte do vídeo institucional do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV). Produzido pela ASCOM, o vídeo de 12 minutos abordará o CINDACTA IV e suas peculiaridades. Dentre elas, uma recente novidade dentro do SISCEAB: o sistema híbrido de geração de energia. Quando visitei pela primeira vez Surucucu, o sistema de energia utilizado era alimentado por uma pequena termelétrica composta por três grupos geradores, com capacidade para fornecer bem mais do que os 15 Quilovoltamperes (kva) necessários para manter a UT em funcionamento 24 h/dia. O alto custo com a logística para se trazer o diesel de Manaus, somados ao alto risco da operação e a poluição gerada pela queima deste combustível, levaram o então Major Engenheiro Dalmo José Braga Paim - que em 2008 frequentava o Curso de Comando e EstadoMaior (CCEM) - a desenvolver um sistema híbrido, onde uma fonte de energia não-fóssil fosse responsável por pelo menos 2/3 do suprimento da unidade. Estudos anteriores já davam conta de que energia eólica seria inviável por conta do alto custo de instalação e uma pequena central hidrelétrica (PCH) geraria um enorme impacto ambiental, o que não seria nada positivo, considerando se tratar Surucucu de uma reserva ambiental. Descartadas estas alternativas, o projeto acabou baseado em energia solar. Introduzida no Brasil em 2007, a energia solar fotovoltaica foi a modalidade escolhida pelo hoje Tenente-Coronel Paim para modernizar esta estação. Composta por um painel solar com 200m², contendo 144 placas fotovoltaicas e um banco de 48 baterias ligadas a inversores de frequência, entre outros subsistemas, o híbrido solar/diesel é capaz de gerar 20KW de energia, potência suficiente para alimentar os equipamentos que mantêm em funcionamento as comu8 AEROESPAÇO

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nicações entre controladores e aeronaves, que fazem uso de cinco importantes aerovias sob responsabilidade do CINDACTA IV, por até 15 horas! Atento, o leitor deve estar se perguntando: E quanto às outras nove horas do dia? Na verdade, estas nove horas as quais me refiro são noturnas. É durante a noite que entram em ação os antigos equipamentos a diesel. Com este novo sistema, a economia de combustível chega a 60% - o que dá, aproximadamente, 4.000 litros/mês. Sem falar na redução dos custos de manutenção, que em 2011 chegou a se fazer necessária a cada 30 dias, contra apenas duas visitas para manutenção preventiva em 2012. Indo ao encontro desta nova tendência do planeta, em se utilizar fontes renováveis de energia, foram também instalados seis postes dotados de luminárias LED (Diodo Emissor de Luz / Ligh Emitting Diode), de baixo consumo e alto desempenho. Este sistema é totalmente autônomo, contendo cada kit uma placa solar, baterias e sensores de acionamento. Mas o upgrade não para por aqui. Foi desenvolvido também, um sistema de monitoramento remoto no qual o operador pode visualizar o status do equipamento de dentro do CINDACTA IV, em Manaus, bem como executar alguns procedimentos de manutenção corretivas e preditivas que então só eram possíveis in loco, em Surucucu. Este software elimina a necessidade de um militar deslocado exclusivamente para atender a EACEA. Importante acrescentar que a manutenção periódica presencial continuará acontecendo, mas em menor número de vezes, mesmo com os equipamentos da estação apresentando uma operacionalidade de aproximadamente 100%, após a instalação do novo sistema. Segundo o Tenente-Coronel Paim, hoje Chefe da Divisão Técnica do CINDACTA IV, este projeto poderá ser replicado em outras localidades de difícil acesso onde o SISCEAB possui sítios remotos, diminuindo custos, poupando esforços e otimizando mão de obra para outros projetos dentro do Sistema. Na saída do 4º PEF - a EACEA fica dentro do pelotão – e ainda refletindo sobre tudo que havia visto, encontro um outro jovem Yanomami com seu arco e flecha, cheio de palitos espetados no rosto. Parei em frente a ele e disse : − Energia solar. Ele, desviando o olhar: − Solá (sic). − Energia limpa, disse eu. Ele repete a última palavra do seu jeito: - Impa (sic) Eu, já abusando: - Energia que vem do sol. E, com o sorriso de quem ouve o nome de uma divindade, o índio olha para o céu e diz: - Sol... Pensei: "Devo estar ficando velho", pois fui em direção ao avião com os olhos marejados e um sentimento difícil de descrever. Com tudo o que vi neste País de tantos “Brasis”, ainda me surpreendendo ao encontrar pessoas que trabalham incessantemente para que o Brasil dê certo. Acho que tenho feito minha parte. E você, tem feito a sua? AEROESPAÇO 9


Reportagem Especial

Lições de Cidadania no Projeto Cajuzinho Inclusão social transforma a realidade de crianças e jovens Por: Denise Fontes Fotos: Fábio Maciel Disciplina, educação e respeito ao próximo estão entre os valores que cerca de 100 crianças e adolescentes, na faixa etária de 10 a 14 anos, dos bairros do Caju e São Cristovão, no Rio de Janeiro, estão aprendendo no contato com militares da Força Aérea Brasileira. O Projeto Cajuzinho, vinculado ao Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte, oferece novos caminhos para esses estudantes em situação de vulnerabilidade social de escolas próximas ao Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ). Segundo a coordenadora técnica do projeto, a assistente social Tathiana Almeida Faria Soares, a ideia é minimizar a situação de exclusão e risco social dessas crianças e adolescentes, por meio de atividades esportivas e educativas. “O programa trabalha o processo 10 AEROESPAÇO

de aprendizagem, por meio do reforço escolar, contribuindo para melhoria das avaliações didáticas e preparando os estudantes para o futuro”. Nutricionista, assistente social, psicóloga, pedagogo, educador e professor de Educação Física estão entre os profissionais envolvidos no programa. Ao todo, 25 voluntários – militares e civis do efetivo – apoiam o projeto nas atividades administrativas, esportivas e socioeducativas. Desenvolvidas de segunda a sextafeira, as atividades acontecem sempre no contraturno escolar. A Unidade oferece aula de reforço escolar, duas refeições diárias e práticas esportivas, como futebol de campo, voleibol de areia, tênis de mesa e xadrez. Além disso, o PAME-RJ proporciona passeios culturais, palestras sobre promoção da saúde e bem-estar social, acompa-

nhamento psicopedagógico e aulas de Educação Moral e Cívica. Em formaturas e datas cívicas, as crianças desfilam junto à tropa militar. “É um orgulho saber que elas já aprenderam a cantar o Hino do PAME-RJ”, comemora o Terceiro Sargento Especialista em Eletricidade Johnny Chaves de Oliveira, instrutor das aulas de civismo e cidadania.

Como tudo começou O Diretor do PAME-RJ, Coronel Aviador Adilson da Silva Lemos Junior, explica que a ideia do programa surgiu a partir da constatação da verdadeira carência educacional e social verificada no bairro do Caju, onde está instalada a Unidade. “Por meio de gincanas esportivas, campanhas natalinas e orientações


médico-odontológicas, o Parque sempre apoiou a comunidade vizinha anualmente. Entretanto, faltava algo mais duradouro ao longo dos anos”, revela o Coronel Silva Lemos, que atua como coordenador-geral do Projeto Cajuzinho. A motivação para o programa surgiu quando ele participou de uma solenidade militar na Base Aérea dos Afonsos (BAAF), onde o Projeto Forças no Esporte já existe há três anos. O PAME-RJ é a segunda organização militar subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) a aderir ao Programa Segundo Tempo – Forças no Esporte. O primeiro foi o CINDACTA III. Desenvolvido por meio de parceria entre os Ministérios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o projeto promove a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens carentes por meio da prática esportiva. Implantado em março de 2013, a iniciativa já apresenta resultados visíveis. “É muito gratificante atuar em um projeto como este. Neste pouco tempo, já pude constatar a evolução das crianças tanto no respeito quanto na disciplina com os professores e os pais”, ressalta o Sargento Johnny. Kaylane Vitória André, 10 anos, é um exemplo da evolução proporcionada pelo programa. “Depois que eu passei a ter aulas de matemática, minhas notas melhoraram e fiquei mais interessada nos estudos” - revela a menina. Somando esse depoimento, a aluna Ana Clara Sabino Marinho de Araújo (11 anos) fala da sua satisfação em participar das atividades. “Os professores nos incentivam a estudar ainda mais. Gosto muito das aulas de português e matemática”, reforça a estudante. A disciplina, a convivência e as aulas serviram para despertar na aluna Thais Ferreira de Araújo (10 anos) o interesse pela carreira militar. Ela viu nos instrutores um caminho possível a ser seguido. “Eu também quero usar essa farda. Vou estudar para ser militar” - declara Thais.

Visita guiada aos setores do PAME-RJ

Atividade socioeducativa do Projeto Cajuzinho

O papel dos voluntários O dia a dia do projeto conta com o importante apoio do efetivo do PAME-RJ. O esforço e a dedicação dos voluntários são fundamentais para o sucesso do programa. A educadora Elice Martins dá apoio à disciplina de Português e espera que essas ações, proporcionem melhoria educacional na vida desses jovens. “O objetivo é fornecer condições para esses estudantes se prepararem para disputar um concurso”, complementa Elice. O Projeto Cajuzinho mostra na prática como o esporte é um aliado na educação e pode ser usado como um instrumento de transformação. Para o professor de Educação Física Robson Fernandes Rangel, da Escola Municipal Marechal Espiridião Rosas, as atividades esportivas além de promoverem a socialização dos alunos, contribuem também no rendimento escolar. “O voleibol requer atenção, pensamento rápido, respeito e isso vale dentro e fora

Alunos atentos à apresentação da Tenente Dentista Marisa Melo sobre Saúde Bucal

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A rotina do Projeto Cajuzinho envolve estudo, prática esportiva e alimentação balanceada

da quadra. Estes estímulos são aplicados no dia a dia. Os alunos entendem que se querem tirar uma boa nota precisam se esforçar, são lições do esporte”. O professor defende que o esporte abre portas e cria oportunidades para os jovens, seja como atleta ou não. O Capitão R1 Claudio Oliveira da Silva, professor de xadrez, acredita que essa atividade pode ser utilizada como ferramenta de apoio pedagógico e pode trazer muitos benefícios para o desenvolvimento intelectual das crianças. “Com o jogo de xadrez, é possível desenvolver o raciocínio lógico, a concentração e a tomada de decisões”, afirma o docente. Sobre a potencialidade do esporte na formação de crianças e jovens, as opiniões não se dividem. O professor de Educação Física, Tenente-Coronel R1 Erivaldo Felipe dos Santos, acredita que o principal aprendizagem de cidadania acontece durante as atividades Integração total dos coordenadores do Projeto

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esportivas. Isso porque, é nesse momento que eles aprendem que devem respeitar os colegas, a arbitragem e a hierarquia existente no grupo. Além disso, eles conhecem seus limites e, ao mesmo tempo, os limites dos colegas. “De maneira natural, conseguimos passar a importância da disciplina, convivência em grupo, aprender a ganhar e a perder. Requisitos básicos para a vida toda”, explica o militar. O Coronel Silva Lemos define os resultados positivos do projeto: são frutos de muito trabalho. "O envolvimento do efetivo do Parque, por meio dos voluntários, é louvável e encorajador. Eles abraçaram a nobre causa de transmitir o que aprenderam de forma gratuita”, afirma o coordenador-geral.

Mudança de vida Graças ao programa, Bruno Ferreira da Conceição (11 anos) conta que deixou de ficar em casa assistindo televi-

são depois das aulas, para participar das atividades promovidas pelo Projeto Cajuzinho. “Estou adorando participar e espero que outros tenham a mesma oportunidade que eu”. Para a coordenadora técnica, a psicóloga Renata Vargas, os reflexos do programa podem ser notados no comportamento, no desempenho escolar e no próprio dia a dia dessas crianças. “O projeto está sendo muito importante para o desenvolvimento, o crescimento e a formação desses jovens enquanto cidadãos”. A mudança na postura também é comemorada por várias diretoras de escolas participantes do programa. “Nossos alunos estão mais responsáveis e disciplinados. O projeto está dando um ganho a mais na vida dessas crianças e elas estão tendo a oportunidade de almejar um futuro melhor”, afirma Maria Cristina Brandão Negreiros Caramuru, diretora da

Atenções voltadas à Saúde Bucal


Escola Municipal Marechal Espiridião Rosas. Na visão da diretora da Escola Municipal João de Camargo, Eliene Braga de Araujo, o projeto tem reforçado e fortalecido nos alunos atitudes positivas, refletindo assim no seu comportamento diário.

Pais são incentivadores A melhora do comportamento é um dos principais fatores citados pelos pais que acompanham a rotina dos filhos através do Projeto Cajuzinho. Gabriela Souza das Neves, mãe de Thiago Victor (11 anos), contou que chegou ser chamada na escola pelo mau comportamento do filho. “Hoje ele melhorou bastante e está mais empenhado nos estudos”. Para a mãe do aluno Josué (13 anos), Nucia Carla de Morais, o programa é um verdadeiro incentivo para as crianCrianças aprendem lições de Xadrez

ças e os jovens. “Eu estou gostando muito da participação deles no projeto. No quartel, as crianças estão seguras e podem aprender coisas boas”. Do mesmo sentimento compartilha Lucia Mendes de Oliveira, madrasta de Maria da Luz, 10 anos. Ela conta que sua enteada mudou depois que ingressou no projeto e já faz planos para o futuro. O objetivo, segundo Lucia, é ser militar da Aeronáutica. Rita Cristina Andre, mãe de Kaylane (10 anos), acredita que iniciativas como as do PAME-RJ auxiliam a difícil tarefa de educar nos dias de hoje. “Acho muito importante o projeto. É uma oportunidade de melhorar a vida dessas crianças, além de ocupar o tempo delas com várias atividades”.

Responsabilidade Social Histórias como essas se repetem nas vidas dos participantes do Projeto Cajuzinho. O objetivo é utilizar o esporte

e a educação como ferramentas para promover a integração e o resgate de valores éticos, através das habilidades esportivas e culturais. A participação da Força Aérea é importante pelo contato que as crianças têm com os militares tendo-os como exemplo. “Convivendo com pessoas que servem à Pátria, eles aprendem cidadania. Vendo pessoas disciplinadas, aprendem a ser cada vez melhores”, afirma a Presidente da Associação de Mulheres do bairro do Caju, Iraydes Cucco Pinheiro Henriques. “O principal benefício para as crianças é a educação. Somente desta forma espera-se moldar os cidadãos do futuro”, declara Coronel Silva Lemos. Sem dúvida, o projeto está seguindo seu objetivo: minimizar situações de riscos sociais, estimular a prática de esportes e dar oportunidades para que esses pequenos cidadãos tenham uma nova e possível realidade.

Participantes do Projeto cantam o Hino Nacional (foto: 2S Peçanha)

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Reportagem

DECEA avalia o clima interno

Pesquisa de Clima Organizacional revela a satisfação dos militares e civis do SISCEAB em relação ao ambiente de trabalho Por: Denise Fontes Fotos: Fábio Maciel

Frente à necessidade de reter talentos, nunca foi tão importante para uma organização analisar o seu ambiente através do conjunto de condições que caracterizam o estado de satisfação de seus profissionais. O universo corporativo tem observado uma crescente tendência na realização da Pesquisa de Clima Organizacional (PCO). Essa ferramenta se tornou uma aliada da gestão participativa. Através da sua aplicação, é possível acompanhar o nível de comprometimento de seus colaboradores. Diante da importância da realização desse trabalho, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) recorreu a essa ferramenta com o objetivo de colher informações junto ao efetivo para mapear as suas necessidades e conhecer o grau de satisfação em relação a diversos aspectos organizacionais. A Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) foi a responsável por desenvolver e coordenar a aplicação da pesquisa em parceria com os Elos de Comunicação das OM subordinadas. A pesquisa dirigida aos militares do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), no mês de outubro de 2012, fechou um ciclo de trabalho iniciado em 2009, com os graduados, e estendido, em 2010, aos oficiais do Sistema – cujos resultados auxiliaram nas ações das organizações em 2011. Na segunda edição, além de constatar os fatores que ainda merecem atenção, serviu também para verificar se essas ações foram percebidas e contribuíram para a melhoria do clima organizacional.

Assuntos focados pela PCO: - Satisfação e valorização profissional - Comunicação interna - Integração e cooperação - Aspectos motivacionais - Estrutura física do ambiente de trabalho - Segurança da informação - Atualização de conhecimento tecnológico - Liderança 14 AEROESPAÇO

Metodologia Foi realizada uma pesquisa exploratória e participativa, através de questionário com caráter confidencial das respostas. O número de participantes totalizou 7.447 militares, representando 93% do universo pesquisado. A PCO foi disponibilizada por meio eletrônico, através da intraer e internet, tornando o processo mais dinâmico e confiável. Quanto ao tratamento dos dados qualitativos – coletados por intermédio de justificativas, comentários e sugestões apresentados pelos respondentes – foi analisado o conteúdo das declarações, com o intuito de identificar opiniões, atitudes e ideias sobre o grau de satisfação dos itens pesquisados. A ASCOM criou um sistema, desenvolvido internamente, para aplicação e tabulação de dados, facilitando a análise e a interpretação dos resultados.

Divulgação O DECEA divulgou a PCO através de cartaz digital, além de criação de um blog (www.decea.intraer/pesquisa) para inserir notas sobre a pesquisa, gráfico com a aplicação nas unidades e resultados parciais. Foi realizado um amplo processo de divulgação interna, explicando os motivos, os objetivos e a importância da pesquisa, com total isenção e transparência. Durante o período de divulgação, os Elos de Comunicação desempenharam de forma eficiente a tarefa de esclarecer a metodologia, alem de conscientizar os militares quanto à sinceridade nas respostas e, principalmente, ressaltar que o diagnóstico servirá para direcionar os futuros planos de melhorias.

Ações buscam a melhoria contínua Como forma de estimular as ações a partir do que a Pesquisa de Clima Organizacional apontou, está sendo dado o devido destaque às organizações que empreenderem mudanças em


seus ambientes de trabalho. A unidade receberá um selo de reconhecimento pela atividade realizada. O objetivo é que os resultados obtidos na PCO sirvam de base para a aplicação de planos de ação nas OM, visando melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. Com os resultados, as organizações estão focando sua atenção para os pontos críticos e desenvolvendo ações de melhoria. - Programa de Visita – O DECEA, através da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM), criou o “Programa de Visitas”, reafirmando o seu compromisso com o presente e o futuro de seus integrantes e familiares. - Vídeo “Quem Faz!” – O DECEA está prestigiando os servidores que são referência em sua área de atuação. O vídeo – veiculado na intraer do DECEA – traz visibilidade ao trabalho do efetivo e valorizar todas as atividades do SISCEAB. - Programa de Integração da Família – O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) detectou, através da pesquisa, a necessidade de estreitar o contato das famílias dos militares. Com isso, a unidade promoveu várias atividades culturais, fortalecendo os laços de amizade e divulgando as diversas culturas existentes ao redor da organização. - Construção do vestiário central do DECEA – Com o aumento da demanda por espaço físico no DECEA e nas suas organizações subordinadas do Complexo Santos-Dumont surgiu a necessidade de construir um novo vestiário. Essa medida correspondeu a uma solicitação apresentada pelos militares pesquisados. - Criação do projeto “Conhecendo o CNS/ATM” – A ASCOM criou um site referente ao Sistema CNS/ATM, por meio do qual são apresentados os novos recursos sobre o conceito em quatro programas de vídeo, além de uma revista online sobre o tema. - Palestras sobre o Sistema CNS/ATM – O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), o Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) e o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) realizaram palestras sobre o Conceito Operacional CNS/ATM e as novas funcionalidades e tecnologias da navegação aérea.

Servidor civil avalia a qualidade do seu ambiente de trabalho

melhorias significativas foram, o conhecimento sobre o Conceito Operacional CNS/ATM, seguido da comunicação em suas diversas instâncias.

Servidores civis também participam da PCO Em continuidade ao projeto do DECEA, a PCO foi aplicada aos servidores civis, nos meses de abril e maio de 2013. No total, 472 colaboradores responderam o questionário por meio eletrônico, através da internet e intraer. A pesquisa teve como principal objetivo analisar o ambiente interno das organizações militares a partir do levantamento dos anseios dos servidores civis. Foram destacados sete fatores relacionados ao seu contexto de trabalho: satisfação pessoal, valorização profissional, comunicação interna, aspectos motivacionais, estrutura física do ambiente de trabalho, segurança da informação e atualização de conhecimento tecnológico. Com o desenvolvimento da pesquisa, foi possível conhecer as principais características desses profissionais, bem como apontar os fatores que influenciam sua satisfação pessoal.

Crescimento profissional e mais treinamento

Bom índice de satisfação entre os civis

Os resultados confirmaram alguns aspectos que já haviam sido detectados na primeira pesquisa. O principal deles é a vontade que os militares demonstraram de receber mais feedbacks positivos (elogios) e não só os negativos (críticas) de seus superiores. Outro fator citado por muitos entrevistados como desmotivador foi a falta de oportunidade de crescimento profissional. A melhora dos programas de qualidade de vida também é um desejo dos militares, assim como os serviços e benefícios, tais como transporte, apoio psicológico e serviço médico. Outro aspecto relevante aponta para a insatisfação quanto aos programas de treinamento oferecidos para a sua capacitação profissional. Em contrapartida, os militares apresentaram um bom nível de aceitação e utilização de ferramentas, como a intraer/internet, a revista Aeroespaço, sendo apontadas como instrumento de capacitação profissional. Outros fatores que apresentaram

A pesquisa de clima revelou dados importantes. O Índice de Satisfação Geral (ISG) entre os sete temas abordados teve 64,02% de aprovação na média final do âmbito do SISCEAB. Entre as variáveis estão satisfação pessoal (aceitação de 70,17%), valorização profissional (50,95%), comunicação interna (79,29%), aspectos motivacionais (57,34%), estrutura física do ambiente de trabalho (61,63%), segurança da informação (65,09%) e atualização de conhecimento tecnológico (63,73%). A partir da pesquisa realizada com os servidores civis e militares da Sede e de todas as OM subordinadas, o DECEA comprovou a importância de mapear as reais necessidades do efetivo de sua organização. Pois, somente conhecendo-as é que se torna possível fortalecer os aspectos positivos identificados e planejar ações que propiciem as mudanças almejadas. AEROESPAÇO 15


Artigo

renasce Uma vida que

O plantio de uma árvore no Hotel de Trânsito da Vila Helena revelou conscientização ambiental, solidariedade e reconhecimento. A atitude trouxe beleza e harmonia ao ambiente e também um rico legado para futuras gerações Por 1T PSC Lizzie Trevilatto Fotos: Antonio Carlos Sampaio

16 AEROESPAÇO


Em abril de 2012 se iniciava uma difícil batalha na vida do Suboficial Fábio Teixeira Peixoto, Controlador de Tráfego Aéreo há 24 anos. O militar pertence ao efetivo do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e está lotado no SALVAERO Brasília há 19 anos. Era o momento de deixar Brasília para mudar-se temporariamente com a família para São Paulo, onde sua missão seria acompanhar o tratamento de seu filho Arthur Moreira Peixoto, de apenas cinco anos, diagnosticado com Sarcoma de Ewing, uma forma de tumor ósseo maligno (câncer nos ossos) que atinge principalmente crianças e adolescentes. Ao longo de dez meses, entre sessões de quimioterapia, cirurgia e fisioterapia, as dificuldades decorrentes da doença e da adaptação à maior cidade do País foram contornadas diariamente. Mas neste caminho, Teixeira e sua família puderam também contar com o apoio. Plantio coletivo da árvore no Hotel da Vila Helena Sensibilizado com a situação do Suboficial, o então Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), Coronel Aviador Cesar Augusto Borges Tuna, concedeu-lhe a oportunidade paulista, hoje encontramos ruas pavimentadas, impermeáde se instalar com sua família como residente nas depenveis, e prédios nos mesmos locais onde o cenário era comdências do Hotel de Trânsito da Vila Helena, durante o períposto por chácaras e ruas que formavam um lamaçal com as odo de tratamento. chuvas. Para complementar o ato do plantio, Beccari ainda Em janeiro de 2013, assumiu a Chefia do SRPV-SP o Cofaz a documentação do fato, registrando em seus arquivos ronel Aviador Fernando César da Costa e Silva Braga, que informações como data, espécie, localização e até imagens manteve o apoio. de suas mudas. O Hotel, localizado no nobre bairro de Moema e próxiO cuidado com as árvores uma vez plantadas permanemo ao aeroporto de Congonhas, dispõe de 62 leitos que ce por tempos, e foram suas constantes visitas ao Hotel de apoiam militares, dependentes e civis assemelhados em Trânsito da Vila Helena que lhe permitiram conhecer a hismissão na capital e, quando possível, também em viagens tória da família Teixeira. por motivos particulares. Devido à sua localização privileFoi através desse contato que o Suboficial Teixeira teve a giada, é muito procurado ao longo de todo o ano. Suas insideia de homenagear o Hotel e os militares envolvidos em talações contam com uma extensa área verde e diversos tisua administração e que, de alguma forma, contribuíram pos de árvores, muitas delas plantadas e cultivadas por um para o tratamento e recuperação do pequeno Arthur. amante da flora brasileira e oficial da reserva da Força Aérea, Assim, no mês de fevereiro deste ano, após receber a alta Caetano Beccari, de 88 anos. dos médicos, Arthur pôde simbolizar o renascimento de Beccari serviu à Aeronáutica no período de 1945 a 1958, zelando pela manutenção de aeronaves. Hoje, o Tenente reuma vida e o agradecimento de sua família através do planformado tem uma grande missão: zelar pelas áreas verdes tio conjunto de uma árvore nas dependências do Hotel. do País e, em especial, das Unidades militares. Apenas no Juntos, o Coronel Braga, o Primeiro Tenente Malecka (cheHospital da Aeronáutica de São Paulo (HASP) já fez o planfe do Hotel de Trânsito), a Primeiro Tenente Lizzie (chefe da tio de mais de 340 árvores. Entre 1992, quando iniciou o Seção de Comunicação Social), o Suboficial Teixeira e sua trabalho, até 2009 foram mais de 1.000 plantios. Os locais esposa Mara, pais de Arthur; Tenente Beccari, representanescolhidos englobam praças, condomínios, escolas e unidates da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estades como a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), do de São Paulo) e Arthur plantaram uma árvore escolhida em Guaratinguetá, e a Academia da Força Aérea (AFA), em por ele, que queria “uma bem grande”. Pirassununga. Da difícil experiência vivida, o Suboficial Teixeira coloca Antes de cada plantio, como um ritual, faz uma explaque “a paternidade é a oportunidade que Deus nos concenação sobre a importância da preservação da natureza e de para nos reeducarmos”, e aconselha: “aproveite essa bendo tema sustentabilidade. Sua preocupação com o meio ção intensamente”. ambiente advém do fato de hoje vivenciar uma São Paulo E, do ato simbólico realizado, fica o bom sentimento por de forma muito diferente daquela que vivenciou em 1943, uma vida que renasce. quando se mudou para a cidade. Onde mora, na Zona Sul AEROESPAÇO 17


Artigo

Controle Radar: da implantação à comunicação Por Telma Penteado Extraído do livro "A História do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro"

V

oltamos no tempo! Bem-vindos a 1950! Nossos heróis da Segunda Guerra já voltaram à Pátria amada há cinco anos e prosseguem com seus estudos sobre como avançar na segurança nacional com o emprego das novas tecnologias que conheceram no exterior. Se pudermos tirar proveito de uma catástrofe (natural ou provocada), certamente entre os ensinamentos está o emprego de táticas, estratégias, comunicações e de tecnologia. Não foi diferente com o Brasil. Dentre as novas tecnologias com as quais nossos militares travaram contato na Europa, está o Radar.

18 AEROESPAÇO

Sigla do inglês Radio Detection And Ranging, basicamente Radar é “a técnica ou equipamento que permite conhecer a forma, natureza e localização de objetos ou a direção e velocidade de seu movimento, mediante a emissão de ondas de rádio de alta frequência e a recepção e análise daquelas refletidas por eles”, conforme define o Dicionário Aurélio. Os primórdios do equipamento surgiram pelas mãos do alemão Christian Hülsmeyer, em 1904. Porém, seu invento não teve grande projeção por não haver, na época, grande utilidade prática para o dispositivo, que tinha baixa precisão, construção complexa e sistema de detecção ainda extremamente impreciso e ineficiente. Somente exatos 30 anos mais tarde, o cientista francês Pierre David, revisando a teoria eletromagnética, encontrou os estudos publicados por Hülsmeyer e, num contexto realmente favorável, deu sequência a uma série de experimentos, desenvolvendo um sistema de detecção por ondas de rádio de alta frequência – o VHF (Very High Frequency), que se mostrou altamente eficiente para a localização de aeronaves. Nesta mesma época, seus conterrâneos e cientistas Henri Gutton e Maurice Ponte também criaram um dispositivo de deteccção que obteve grande sucesso em termos de resultado com precisão. Em 1935, com o objetivo de


localizar e prevenir a colisão com obstáculos, foi instalado no navio Normandie o primeiro sistema de Radiotelemetria. E assim, numa sequência natural, o engenheiro escocês Robert Watson-Watt aprimorou os estudos e desenvolveu novas tecnologias, utilizando o sistema de telemetria fixa e rotatória. Seu sistema forneceu toda a informação prévia vital para a vitória da Inglaterra (através de sua Royal Air Force – RAF) na Batalha contra a Grã-Bretanha, na qual foram usados 19 equipamentos. E até o final da Segunda Guerra Mundial a Inglaterra já havia construído mais de 50. Até os dias de hoje Sir WatsonWatt (nomeado Cavaleiro em 1942) é considerado o pai do Radar. Ainda na década de 1930 as Potências do Eixo estavam desenvolvendo equipamentos radar semelhantes, com aplicações diferenciadas. Estes radares eram usados para aumentar a precisão dos tiros, o que facilitava enormemente o direcionamento dos projéteis aos alvos. Como se vê até hoje, os radares são fundamentais na previsão de ataques (com precisão de distância, velocidade e direção) e no controle das aeronaves “amigas” que transitam pelo espaço aéreo.

Como funciona o Radar O equipamento é composto de uma antena transmissora-receptora de sinais. A transmissão é, na verdade, um pulso eletromagnético de alta potência, curto período e feixe estreito. Ao longo da propagação deste pulso pelo espaço, o feixe se alarga em forma de cone, até que atinja o alvo que está sendo monitorado. Então, ao atingi-lo, o pulso é refletido, retornando para a antena que

de transmissora, passa a ser receptora do referido sinal. A distância do objeto detectado é calculada tendo por base a velocidade de propagação do pulso e pelo tempo de chegada do sinal refletido do objeto para a antena, o chamado eco. O Efeito Doppler, que é a defasagem de frequência entre o sinal emitido e o recebido, é que pode determinar se o objeto está se aproximando ou se afastando da estação radar. Além da antena transceptora, o radar ainda é composto de um transmissor de alta potência e alta frequência; de um sistema de recepção, decodificação, processamento e visualização dos dados coletados pela antena; e, por fim, de uma mesa de interface (a console radar).

Tipos de Radar Entre os tipos de radar se dividem em: Radar de Pulso Simples, Radar de Pulso Contínuo (CW), Radar de Abertura Sintética (SAR), Radar de Precisão (PAR) e Radares Secundários. Vejamos cada um deles.

• Radar de Pulso Simples É o equipamento de funcionamento mais simples: um transmissor envia diversos pulsos de rádio. Entre a emissão de dois pulsos, o receptor detecta as reflexões dos sinais emitidos. Radares de Pulso Simples são muito eficazes para localização de alvos, mas, em contrapartida, não são precisos no cálculo da velocidade dos objetos detectados.

• Radar de Pulso Contínuo (CW) Como o próprio nome diz, é um equipamento que emite sinais de rádio de forma contínua. Diferente do Radar de Pulso Simples, que dispõe apenas de uma antena, o CW requer duas antenas distintas, sendo uma para transmitir sinais e outra para receber os refletidos.

A razão para trabalhar com duas antenas é evitar que um sinal emitido interfira na leitura do sinal de retorno. E a emissão contínua de sinais permite que o radar possa distinguir os objetos parados dos que estão em movimento, o que se dá pela diferença dos sinais de resposta – resultado do Efeito Doppler. Como desvantagem deste equipamento, pode-se ressaltar a falta de exatidão na precisão da posição do alvo.

• Radar de Abertura Sintética (SAR) O SAR (sigla do inglês Sinthetic Aperture Radar) é acoplado a aeronaves ou satélites e tem por objetivo localizar alvos em terra. Os Radares de Abertura Sintética usam o próprio movimento da aeronave, ou do satélite, para simular uma antena de tamanho bem maior do que o equipamento realmente possui. É chamado de Radar de Abertura Sintética justamente porque as antenas, apesar de pequenas, emitem sinais de feixe largo. E quando a aeronave na qual o equipamento está acoplado se move, permite que o radar faça leituras consecutivas de diversos pontos. Assim, o sinal recebido é processado pelo receptor, dando a impressão de que foi captado por uma antena grande. Como resultado, em comparação com antenas maiores, sua resolução é capaz de distinguir objetos relativamente pequenos, como carros.

• Precision Approach Radar (PA) Ao contrário dos radares que possuem uma ou duas antenas que rotacionam para fazer a leitura dos sinais recebidos, o PA (ou Phased-Array Radar) utiliza diversas antenas fixas AEROESPAÇO 19


que recebem sinais de diversas direções, combinando-os de forma a definir uma direção específica. A mudança de direção dos pulsos emitidos é feita eletronicamente e de uma maneira muito mais rápida que os radares dito convencionais, que realizam as mudanças mecanicamente.

• Radares Secundários Em vez de fazerem a leitura dos sinais refletidos pelos objetos detectados, estes equipamentos leem os sinais de respostas que são emitidos por dispositivos instalados em veículos, aeronaves ou embarcações, chamados transponders. Os sinais de resposta enviados pelo transponder para os Radares Secundários contém informações codificadas, como matrícula da aeronave, altitude, posição e direção – dados esses fundamentais na atividade de Controle do Espaço Aéreo e de Tráfego Aéreo. No âmbito da Defesa Aérea, os dados coletados pelos Radares Secundários distinguem as aeronaves amigas das inimigas, permitindo que os órgãos competentes tomem decisões e cumpram suas missões. A utilização deste dispositivo contorna algumas limitações de radares convencionais, tais como

baixa refletividade e falta de posicionamento vertical. Ainda na década de 50, quase no término de sua administração, o Ministro Trompowsky criou na Base Aérea de Santa Cruz (BASC) o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA), com o objetivo de fornecer ao Comando Aerotático uma unidade altamente móvel. Era dia 19 de dezembro de 1950 quando o 1º ECA ganhou vida pela Portaria Reservada nº 20, sendo efetivado no dia 1º de janeiro de 1951. Seu primeiro Comandante foi o então Capitão Aviador Arildo Galvão Reis. Sua missão era constituir-se na Unidade Básica do Grupo de Controle Aerotático (GCAT), com o objetivo de manter e operar os Centros de Controle numa zona de combate. Dentre suas atividades, o ECA apoiava, principalmente, o 1º Grupo de Caça, dentro de sua capacidade operacional e através de um Centro de Controle Fixo. À época, o Esquadrão de Caça era operado pelos combatentes da Segunda Guerra Mundial. Este apoio hoje é prestado pelos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA),

cuja história veremos mais adiante, em outra edição. No que diz respeito a equipamentos, o 1º ECA dispunha de radares de vigilância do tipo ANTPS 1D, que fornecia a direção e a distância das aeronaves; radares tridimensionais tipo ANTPS 10D, fornecendo dados sobre altura da aeronave; e radares PAR, tipo ANTPN 12. Desde 1954 o Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º GAv), o Esquadrão Pampa, sediado em Canoas (RS), já operava aeronaves de combate da Era dos Aviões a Jato (Gloster Meteor e T-33). E, nesta mesma época, o ECA vislumbrava ampliar suas atividades, por conta de todos os avanços do Esquadrão, por sua conjuntura e pela quantidade de aeronaves e equipamentos recebidos pelo Brasil por conta de sua participação na Guerra. De fato ficou evidente a possibilidade de ampliar a área de atuação do 1º ECA e que o Esquadrão Pampa seria perfeito para efetivar este passo.

Efetivo do 1º ECA

20 AEROESPAÇO


Assim, sob o Comando do então Capitão Aviador Francisco Gabriel Xavier de Alcântara, foi fundado, com a mesma missão de dar suporte a um Grupo de Caça, o Segundo Esquadrão de Controle e Alarme, o 2º ECA. O tempo passou, novas tecnologias surgiram e foram aplicadas, e ao longo das décadas foi se detectando novas necessidades para os Esquadrões. Assim, através da Portaria Reservada nº 194/GM3 de 08 de junho de 1982, foi criado o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle, o 1º GCC. Ativado primeiramente como Núcleo do Grupo de Comunicações e Controle (NuGCC), através da Portaria Reservada nº 195/GM3, a Unidade estava então subordinada ao Comando Aerotático (COMAT). Nos seus primeiros anos de existência, quando atuava como um núcleo de operações, o 1º GCC teve toda sua atividade voltada para a elaboração das instruções para sua organização e seu funcionamento. Somente em 25 de setembro de 1984 a unidade passou à subordinação da então Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV), atual DECEA. E foi nesta transição que o Grupo incorporou, em outubro do mesmo ano, os 1º e 2º Esquadrões de Comunicação e Controle. Com a casa em ordem, através da Portaria Reservada nº 062/GM3 de 17 de janeiro de 1985, o NuGCC foi desativado para dar lugar, definitivamente, ao 1º GCC. Esta mesma Portaria também ativou um Esquadrão de Controle (ECT) no Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE), em Natal (RN); e um Núcleo do Esquadrão de Comunicações do 1º GCC (o 1º NUECOM), sediado na Base Aérea de Santa Cruz (RJ), constituindo-se do pessoal e do acervo

material do próprio 1º ECA. Já nesta época, os Esquadrões subordinados ao Grupo receberam as denominações usadas hoje em dia - 1º, 2º, 3º e 4º do 1º GCC - bem como foi ativado o último esquadrão do órgão, o 5º/1º GCC, com a finalidade de operar e manter um Sistema de Controle de Aproximação de Precisão no aeródromo de Fortaleza (CE). Mesmo sediado no Rio de Janeiro, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle atua, por meio de seus Esquadrões, em todo o território nacional, provendo os meios transportáveis de comunicação, controle e alarme aéreo nos locais desprovidos destes ou com instalações fixas insuficientes para atender às demandas operacionais. Seus Esquadrões são grupamentos equipados com modernos sistemas de controle e comunicação, capacitados para apoiar os comandos operacionais a qualquer tempo e em qualquer local do País. Quando requisitados, instalam e operam Centros de Controle e Bases Operacionais em áreas muitas vezes de difícil acesso, fornecendo serviços como: detecção radar para defesa e controle de tráfego aéreo; identificação, localização e designação de alvos; controle de interceptação; designação de alvos para artilharia antiaérea; apoio à navegação aérea; comunicações via satélite, VHF e UHF remotos; ramais da rede de Comando da Aeronáutica (RTCAER) – TF-1, TF-2, TF-3, TF-4, TF-5; dentre outros. Em entrevista para a Edição Especial da Revista Aeroespaço sobre a História da Defesa Aérea no Brasil, o ex-Comandante do 1º ECA, Coronel Aviador RF Ivan Janvrot Miranda, comentou as modificações que tanto aprimoraram as atividades dos Esquadrões, principalmente no tocante ao equipamentos de grande precisão.

Rádiooperad or

Manobra do 2º ECA, em 1960

“Atualmente, com os sofisticados computadores e softwares, com a Internet e o GPS (Global Positioning System – em português: Sistema de Posicionamento Global), temos, sem sombra de dúvida, cada vez mais precisão e uma maior e fundamental antecipação na tomada de decisões e nas ações propriamente ditas”, declarou o Coronel Janvrot. E esta tecnologia, aliada ao profissionalismo e à alta qualidade do trabalho executado, é mesmo a marca registrada da FAB, impressa em cada decisão, cada equipamento, cada membro das Unidades do SISCEAB. Prestar serviço na Força Aérea é mesmo muito mais que uma escolha profissional. É uma escolha de vida, de estilo de vida. AEROESPAÇO 21


Aplicação dos Radares na Aeronáutica Logo de cara, quando se fala de emprego de radares na Aeronáutica, nos vem à mente o próprio Controle de Tráfego Aéreo e a Defesa Aérea. De fato, essa é mesmo a principal aplicação destes equipamentos. Mais especificamente, os radares operam nos Centros de Controle de Área (ACC) e nos Controles de Aproximação (APP) – que fazem, respectivamente, o controle de tráfego áreo em rota e em Área Terminal. Nos ACC são usados os radares primários – bi e tridimensionais – instalados em locais que propiciem melhores desempenhos em alcance e visualização, como no topo de montanhas, por exemplo, onde estão sediados diversos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA). No caso da região Amazônica, muitos desses equipamentos estão instalados nas proximidades dos aeródromos. Já nos APP, os radares estão instalados nas áreas dos aeroportos e são do tipo bidimensionais, ou seja, fornecem dados sobre o azimute (que é a representação de uma determinada direção calculada em função da sua separação angular de um determinado ponto de origem; o chamado Norte Astronômico) e a distância - não informando a altitude. Para complementar os dados dos radares primários, estão instalados os radares secundários, que captam informações sobre a altitude quando as aeronaves estão com seus transponders ligados. Atualmente o uso de radares secundários é obrigatório em aeroportos de grande movimentação aérea. Os Radares móveis PAR (Radar Terminal e Radar de Aproximação de Precisão) equipam os Esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e estão capacitados para receber as aeronaves e conduzilas até um pouso seguro, sob quaisquer condições meteorológicas. São eles que garantem a segurança ao piloto, associados a outros equipamentos de alto desempenho e precisão.

22 AEROESPAÇO

No que diz respeito à Defesa Aérea e Vigilância, a Aeronáutica emprega radares mais específicos com detecção de alvos de até 300 km para aviões em grande altitude e alcance de até 30 km para aeronaves voando em baixa altitude. Em suma, no Brasil, o Sistema Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) – que veremos em detalhes mais adiante – não se dá a partir de uma única estação, mas por diversas estações interligadas, cujos dados captados são processados de forma redundante, ao cobrirem os 8,5 milhões de km² do território nacional. Como informação adicional, não podemos deixar de citar os radares das aeronaves de combate da FAB (de interceptação, radares de ataque com pulsos eletromagnéticos que permitem voos em baixa altitude sem visão direta do solo e radares dos mísseis ar-ar e ar-terra, para busca de alvos por sistema de detecção eletromagnética) e os tão imprescindíveis Radares Meteorológicos, instalados tanto nas aeronaves quanto em solo. Os meteorológicos usam o Efeito Doppler com objetivo de determinar a velocidade do vento em caso de tempestades, por exemplo.


Instalação de Radar do 4º/1º GCC, Esquadrão Mangrulho

Esquadrão de Comunicação

OS ESQUADRÕES DO GCC

1º/1º GCC - Base Aérea de Santa Cruz (Rio de Janeiro/RJ) Operador de um centro de comunicações fixo, em horário integral, o Esquadrão fornece os recursos necessários para compor os postos de comunicações ou outros centros, dando uma enorme flexibilidade aos comandos operacionais. Através de meios criptográficos, o 1º/1º GCC provê uma estrutura de comunicação eficaz e de alta confiabilidade.

Esquadrões de Controle e Alarme 2º/1º GCC- Base Aérea de Canoas (Canoas/RS) 4º/1º GCC- Base Aérea de Santa Maria (Santa Maria/RS) O Controle do Espaço Aéreo pode ser exercido através dos dois Esquadrões de Controle e Alarme do 1º GCC. Por possuírem equipamentos móveis, dão ao comando uma enorme flexibilidade, atuando em áreas que não contam com estes recursos. Além da autonomia na execução de detecções, no acionamento de aeronaves e na condução de todas as fases de interceptação, o esquadrão é capaz de operar como um sítio de detecção, enviando as imagens radar para um Centro de Operações Militares (COpM) de um CINDACTA.

Esquadrões de Controle 3º/1º GCC- Base Aérea de Natal (Natal/RN) 5º/1º GCC- Base Aérea de Fortaleza (Fortaleza/CE) Equipados com radares móveis - Radar Terminal e Radar de Aproximação de Precisão (PAR) - esses esquadrões estão capacitados para receber as aeronaves e conduzi-las até um pouso seguro, sob quaisquer condições meteorológicas. Garantem a segurança ao piloto, por meio de equipamentos de alto desempenho e precisão. AEROESPAÇO 23


Reportagem

Sala de aferição

AIM A aproximação dos usuários de publicações de informações aeronáuticas do DECEA ao seu processo produtivo

Por Telma Penteado Fotos: Fábio Maciel

Integração, agilidade e qualidade são palavras de ordem no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA). Para assegurar que sua missão de produzir e disponibilizar mapas, cartas e manuais impressos e digitais necessários à condução dos voos nas áreas de responsabilidade do Governo Brasileiro seja cumprida com excelência, a troca constante com os usuários é mesmo vital. Numa sociedade globalizada, na qual informação é poder, tempo é dinheiro e o momento é sempre o agora, fica mais que evidente a importância da comunicação em rede, sendo esta rápida, ágil, completa, confiável, constante e abrangente. Prontamente nos vem à mente o lugar de destaque que ocupam a internet, a intraer, os softwares, as interfaces e, obviamente, a qualidade do conteúdo que por estes meios circula. Pensamos também de imediato nas facilidades que todo este aparato nos 24 AEROESPAÇO

propicia – desde o lazer até a concretização de grandes negócios que envolvem investimentos financeiros. As atividades profissionais foram fortemente impactadas pela tecnologia, exigindo, por conta das novas demandas desta nova sociedade global, uma profunda reformulação tanto de processos quanto na própria formação das pessoas. E a relevância de todo este universo em rede se intensifica quando o que está envolvido são vidas. Esta é a realidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e, por extensão, do ICA. Em última instância, tudo que aqui é feito tem por objetivo servir, atender e proteger vidas. Em 10 de novembro de 2009, o então Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Ramon Borges Cardoso, aprovou e assinou o Projeto AIM-BR – Projeto Gestão de Informações Aeronáuticas do Sistema de Controle do Es-

paço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Alinhado ao AIM (Aeronautical Information Management – Gerenciamento da Informação Aeronáutica) preconizado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), cujo foco de ação é o provimento de informação (dados digitais) de modo a facilitar o uso da mesma nas diversas aplicações que seus usuários possam desejar, o Projeto AIMBR vem a ser o conjunto de práticas de gerenciamento de informações aeronáuticas centradas em dados, buscando garantir integridade, rastreabilidade e oportunidade relativas ao Brasil. Desde 2011, o ICA vem investindo neste sistema integrado de informações, que possui um viés que possibilita a elaboração de procedimentos utilizando um banco de dados estruturado e um software chamado FPDAM (sigla para Flight Procedure Desing & Airspace Managemant). Essa ferramenta permite criar, visua-


lizar e avaliar os procedimentos de navegação aérea e gerar Cartas de Saída (SID), de Chegada (STAR) e de Aproximação (IAC), além de elementos de espaço aéreo. Todo este conteúdo é disponibilizado ao usuário em um ambiente interativo e controlado, minimizando as imprecisões e o tempo de execução de todo o processo, desde a criação do procedimento até a carta finalizada. A parceria entre prontidão e precisão se traduz em qualidade de excelência nos serviços prestados pelo Instituto no que diz respeito à Cartografia e às Informações Aeronáuticas. Foi também em 2011 que entrou no ar a versão atual do AISWEB, desenvolvida pela Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do DECEA. Trata-se da fonte oficial de informações aeronáuticas representando segurança, eficiência e regularidade para seus usuários. Já no segundo semestre de 2012, o DECEA disponibilizou um importante recurso para os usuários do AISWEB: o Gerenciador de Indicadores de Localidade (GEILOC). Concebido pelo ICA e desenvolvido pela ASCOM, esta ferramenta simplifica a ativação e o cancelamento desses indicadores por meio da internet, agilizando a execução das ações, reduzindo a burocracia e agregando valor à integridade da informação. No dia 23 de janeiro de 2013, foi inaugurada a Sala de Aferição AIM (Aeronautical Information Management, em português: Gerenciamento da Informação Aeronáutica). Imbuída deste espírito de integração, a Sala foi concebida para aproximar os usuários das publicações de informações aeronáuticas do DECEA (cartas, mapas, manuais, documentos e publicações) ao seu processo produtivo. Situada no terceiro andar do prédio do Instituto, a Sala de Aferição AIM concentra praticamente todas as publicações produzidas e sistemas técnicos gerenciados pelo ICA numa conformação similar à de uma Sala AIS operacional. Como podemos ver, tudo se resume em agilizar processos, integrar informações e manter a qualidade dos serviços prestados. A comunicação com os usuários, acompanhando esta modernização,

Efetivo da Sala de Aferição AIM - Capitão Edson Ferreira de SENA (Chefe) - Tenente Carlos José NOGUEIRA dos Santos - Suboficial SANDRO Vieira Fernandes - Suboficial CLÁSIO Vieira de Vargas - Primeiro Sargento GABRIEL Delane - Civil DACTA JAIR Siqueira Lima mudou de patamar. Segundo o Chefe da Sala de Aferição AIM, Capitão SIA Edson Ferreira de Sena, antes as demandas chegavam por email e transitavam entre diversos setores e autoridades até que pudessem ser devolvidas aos requisitantes, o que acabava, por vezes, tornando o processo moroso. A revolução veio com o Sistema Automatizado de Sala AIS (SAIS) – hoje em sua versão 1.49 – que tem por meta aprimorar a comunicação entre os integrantes da Comunidade ATM (Air Traffic Management – Gerenciamento de Tráfego Aéreo) e outros interessados em Informação Aeronáutica. “Sabíamos do nosso produto até a sua saída. Com a Sala de Aferição este ciclo se fecha, uma vez que podemos ouvir o usuário e ter feedback em relação ao nosso trabalho. Podemos agora acompanhar a elaboração, a conclusão, a saída e o recebimento dos produtos, além de podermos ajustá-los com maior precisão e qualidade sempre que se fizer necessário”, comenta o Capitão Sena. É um sistema totalmente interativo, próprio desta Era que vivemos. Com o SAIS as informações são checadas com

grande rapidez por conta do acesso imediato ao Banco de Dados da parceira Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Um plano de voo solicitado pelo programa, uma vez aprovado pela ANAC, é encaminhado diretamente ao Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), otimizando tempo e garantindo controle sobre as demandas e atividades. Dentre outros objetivos deste novo espaço, destacam-se a capacidade de difusão de doutrina aos gestores regionais e aos operadores do Serviço de Informação Aeronáutica no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB); a simulação de procedimentos operacionais desse serviço nas fases de concepção ou desenvolvimento; e a identificação prática de requisitos para os novos produtos oriundos do AIM. Muitas são as visitas ao ICA, desde as realizadas por militares do efetivo do DECEA, passando por estudantes das faculdades de Ciências Aeronáuticas até as de oficiais do Exército e da Marinha, como a Base Aérea de São Pedro da Aldeia, e das Forças Aéreas de outros países. A Sala de Aferição já recebeu representantes da Federal Aviation Administration (FAA) e da Força Aérea Americana (USAF), que vieram ao ICA com o intuito de conhecer os procedimentos realizados em relação às Cartas VFR (voo visual) e IFR (voo por instrumento). O trabalho é contínuo e profícuo. Assim, no segundo semestre de 2013, mais 13 produtos serão disponibilizados aos usuários AIS, entre eles cartas de navegação aérea (VFR e IFR), publicações AIP Brasil e ROTAER.

1ª JORNADA AIM Buscando a troca de conhecimento e informações, bem como o estreitamento de laços com os usuários, foi realizada nos dias 22 a 24 de maio, nas dependências do ICA, a 1ª Jornada AIM. Coordenada pelo próprio Capitão Sena, a jornada trouxe temas como Informação Aeronáutica, Banco de Dados AIM, Navegação Baseada em Performance (PBN), AIS Web, Gestão de Projetos, Qualidade AIM e E-TOD. Os grupos fizeram visitas guiadas na DO-SIA e na DO-CAR, com o objetivo de ver de perto os processos das atividades por lá realizadas.

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Seção

Conhecendo o

DTCEA-GW

Guaratinguetá/SP O DTCEA-GW encontra-se exatamente no eixo RJ/SP - onde as operações de pouso, decolagem e cruzamento de aeronaves são bastante elevadas, cerca de 650 movimentos mensais. Por Daisy Meireles Fotos: Fábio Maciel

O Comandante O Capitão Celso Antonio Teixeira, Especialista em Meteorologia, é o Comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Guaratinguetá (DTCEA-GW). Celso é filho de Maria de Lurdes e Francisco Teodoro Teixeira. Natural de Lorena (SP), tem 52 anos. É casado com Rosana Aparecida da Silva Teixeira e pai de dois filhos: Michel e Miriane. Sua carreira militar teve início em julho de 1979, na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), quando ingressou como soldado. Em julho de 1980 foi matriculado no Corpo de Alunos da Escola e dois anos depois, julho de 1982, formou-se Sargento Especialista em Meteorologia, sendo classificado para ser26 AEROESPAÇO

vir no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Cuiabá (DTCEA-CY). Voltou à EEAR em 1994, como instrutor de Meteorologia, permanecendo até 1999. Celso é formado em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo (USP) e concluiu o Curso de Formação de Oficiais Especialistas em Meteorologia em dezembro de 2000. Escolheu o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) para servir e fazer fortes laços de amizade, onde exerceu as funções de Chefe da Subdivisão de Meteorologia e Chefe da Seção de Inteligência. Também serviu no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Paulo (DTCEA-SP), onde chefiou o Centro Meteorológico de Aeródromo (CMA-2). Em 2001 realizou o curso de Especialização em Meteorologia Aeronáutica no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), estando habilitado à função de Oficial Previsor Meteorológico. Durante sua carreira militar realizou também os seguintes


Seção Técnica

TWR-GW

cursos: Preparação de Instrutores; Operação Básica de Centro Meteorológico Militar, Chefe de Órgão AIS; Análise de Inteligência; Prevenção de Acidentes – Controle de Tráfego Aéreo; Inspeção de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo. Ainda na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR) fez MBA em Gestão Pública. "Hoje vivo, quem sabe, o momento mais feliz da minha carreira, à frente de um grupo de pessoas disciplinadas, dedicadas e altamente qualificadas a prestar serviços técnicos operacionais de proteção para um voo tranquilo e seguro em sua área de jurisdição" - declara o Comandante, que foi promovido ao atual posto em 25 de dezembro de 2008.

O Histórico No dia 13 de novembro de 1977 ficou marcado para o Segundo Sargento – hoje Capitão da Reserva Remunerada Sebastião Antonio de Araújo, um apaixonado por seu trabalho – e sua equipe por transmitir a primeira mensagem telegráfica que deu início às atividades da Estação de Comunicações (ECME-24) do Destacamento de Proteção ao Voo de Guaratinguetá – DPV-GW - criado pela Portaria 423/GM3 e ativado pela Portaria 1351/GM3 de 30 de outubro de 1979, alterado pela Portaria 183/GC3 de 27 de fevereiro de 2003 para DTCEA-GW Seção Técnica

que tem por finalidade prover o serviço de controle do espaço aéreo para o aeroporto público/militar Edu Chaves e toda área de jurisdição de Guaratinguetá. O DTCEA-GW está subordinado operacionalmente ao Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) e administrativamente à EEAR.

As Peculiaridades O DTCEA-GW trabalha diariamente das 6h às 20h - por encontrar-se exatamente no eixo São Paulo - Rio de Janeiro - onde as operações de pouso/decolagem/cruzamento de aeronaves são bastante elevadas dentro da CTR (Guaratinguetá, Roseira e Cachoeira Paulista): cerca de 650 movimentos mensais. Em casos de antecipações e/ou prorrogações do horário de funcionamento para atender aos usuários ou, excepcionalmente, em casos de emergências, o pessoal de sobreaviso é imediatamente acionado. Trinta militares compõem o seu efetivo e conta com mais cinco controladores de voo da EEAR, que prestam serviço na TWR-GW. O efetivo operacional do DTCEA-GW apoia a Divisão de Ensino da EEAR no atendimento aos alunos especialistas em controle de tráfego aéreo (BCT), meteorologia (BMT), comunicaSeção Administrativa

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Sala AIS

ções (BCO), eletricidade (SEL) e informações aeronáuticas (AIS). Durante as visitas ao Destacamento, os alunos conhecem o ambiente operacional e têm contato com situações reais das funções que irão exercer quando formados. Os mais beneficiados são os alunos BCT da 3ª série da EEAR que, logo após a disciplina de Controle de Aeródromo, fazem estágio na TWR-GW - nos finais de semana e feriados. Os graduados BMT da Seção Técnica do DTCEA-GW gerenciam e fazem a manutenção da Estação Meteorológica de Altitude (EMA), enquanto os graduados BET realizam a manutenção do gerador de hidrogênio e fabricam esse elemento químico para que os alunos BMT, sempre acompanhados de um instrutor da EEAR, recebam informação prática da especialidade, dentre elas o lançamento de balão meteorológico. A equipe de serviço fornece, também, com autorização do SRPV-SP, informações meteorológicas para a Defesa Civil de Guaratinguetá e para o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de Cachoeira Paulista (SP). Está em análise a ampliação do Destacamento: construção de novas salas para as chefias Técnica e de Operações (suprimento e informática) e de brifim, com previsão ainda para 2013. Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves

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Meteorologia

As Atividades O DTCEA-GW tem por finalidade prover os Serviços de Controle do Espaço Aéreo para o Aeroporto Público/Militar Edu Chaves e de Gerenciamento das Telecomunicações do Comando da Aeronáutica (COMAER) na área de Guaratinguetá. O Comandante, Capitão Celso, também chefia a Seção Operacional, que conta com os seguintes órgãos: Torre de Controle (TWR-GW), Controle de Aproximação (APP-GW), Estação Meteorológica de Superfície (EMS-2) e Centro Meteorológico de Altitude (CMA). As Seções Técnica e Administrativa são chefiadas pelo Primeiro Tenente QOEA COM Giglio Mário Cesar Machado, que também é responsável pela Sala de Informações Aeronáuticas (Sala AIS - civil e militar) e pela Estação Meteorológica de Altitude (EMA). O oficial e sua equipe cuidam dos equipamentos do TELESAT, NDB, Áudio Soft e outros.

A Integração do Efetivo O efetivo se reúne nas dependências do próprio DTCEAGW para as comemorações dos diversos eventos como o aniversário do Destacamento e os dias das especialidades operacionais (Controlador de Voo, Meteorologia, Informações Aeronáuticas e Comunicações). Outros eventos sociais como aniversariantes do mês, Dias Estação da Estrada de Ferro


Clínica Odontológica da EEAR

Vila Residencial de Graduados

das Mães, Dias dos Pais e outros são realizados em locais diversos como churrascarias, chácaras, pizzarias, com a presença dos familiares, realizando - assim - a integração social e conjunta de todos os integrantes do Destacamento. Geralmente, nos finais de semana, se encontram no Clube dos Sargentos, localizado próximo à vila habitacional, que possui piscina, quadra de esportes e salão de eventos.

A Assistência Médica e Odontológica O efetivo e seus dependentes são assistidos pela Subdivisão de Saúde da EEAR - no Hospital da Aeronáutica de Guaratinguetá, que tem ambulatório médico e clínica odontológica com atendimentos de emergência e ambulatorial. Há, também, os convênios com diversos postos e clínicas de saúde, além de dois hospitais de porte médio/grande na cidade de Guaratinguetá. No centro expandido há a Santa Casa de Misericórdia de Guaratinguetá e o Hospital e Maternidade Frei Galvão, que atende aos conveniados da FAB, com internações e UTI. Os casos mais graves e específicos são encaminhados para o Hospital de Aeronáutica de São Paulo (HASP, em São Paulo) ou para o Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG) e o Hospital Central da Aeronáutica (HCA), ambos no Rio de Janeiro.

As Vilas Residenciais O efetivo do DTCEA-GW é apoiado pela Prefeitura de Aeronáutica de Guaratinguetá (PAGW), onde a vila residencial possui 415 residências, atendendo praticamente todo o efetivo do Destacamento. Há apenas dois militares na fila de espera por PNR. Há vila de casas para oficiais e, para os graduados nas opções de apartamentos e casas, com estrutura de dois ou três quartos.

A Cidade de Guaratinguetá Desde os primeiros tempos, uma grande quantidade de garças marcava a paisagem da região às margens do rio Paraíba, entre as serras do Mar e da Mantiqueira. Os índios a denominaram Guaratinguetá, expressão que, na língua Tupi-Guarani, significa reunião de guarás brancos. O dia 13 de junho é a data da fundação do povoado, que tem como padroeiro Santo Antônio. A cidade foi escolhida por Edu Chaves para fazer um pouso em 1912, quando realizava o primeiro voo interestadual (São Paulo/ Guaratinguetá/Mangaratiba) - com uma aeronave Bleriot de 50 HP. No dia 15 de julho de 1940 foi criado o Aeroclube e inaugurado em Guaratinguetá o Aeroporto Edu Chaves – Eduardo Pacheco Chaves – amigo de Santos Dumont.

O turismo religioso aumentou após a canonização de Frei Galvão

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O Aeroporto Edu Chaves ou Aeroclube de Guaratinguetá tem pista asfaltada e comporta voos leves e médios, além de helicópteros de porte médio. O transporte aéreo comercial mais próximo fica em São José dos Campos (SP), distante 85Km. Guaratinguetá oferece todos os recursos existentes nas grandes cidades nas proporções equivalentes. Assim como algumas cidades do interior, é bem calma e tranquila, onde as pessoas se conhecem e, ainda, com baixo índice de criminalidade. Situada no eixo Rio de Janeiro - São Paulo, às margens da Rodovia Nova Dutra, Guaratinguetá oferece transporte rodoviário para qualquer cidade da região e está próxima, também, do litoral norte do Estado de SP (90km) e para qualquer necessidade ou diversão o acesso é muito facilitado. São 170km de distância até São Paulo, 230km do Rio de Janeiro e 500km de Belo Horizonte. Uma rodovia estadual pavimentada liga Guaratinguetá a Estância Climática de Cunha e a divisa com o estado do Rio de Janeiro, podendo-se prosseguir viagem em estrada de terra até Paraty (RJ). Dentro da EEAR há uma linha de ônibus circulando com destino ao Centro da cidade e bairros vizinhos, com intervalo de 30 minutos. É um dos mais importantes municípios do Vale do Paraíba, possuindo importância turística, industrial e comercial. Guaratinguetá é a segunda maior economia e um dos maiores municípios da região com relação a população. Além disso, possui o melhor índice de distribuição de renda de sua região e baixos índices de criminalidade. Se destaca, também, por ser uma das mais industrializadas de sua região e por ter sido pioneira nessa atividade econômica. Ela abriga o maior complexo químico da América Latina, a BASF. O shopping Buriti é outra atração da cidade. Inaugurado em 2005, é formado por 94 lojas satélites, quatro cinemas e lojas âncoras, trazendo empregos e negócios para a região.

O Turismo O município ganha destaque por ser um importante ponto turístico de caráter religioso, juntamente com os municípios de Aparecida do Norte e Cachoeira Paulista. Juntos, movimentam grande quantidade de turistas durante o ano, no chamado Circuito da Fé, na tentativa de ampliar seu setor turístico. O turismo religioso é talvez o principal e o que mais atrai visitantes para a cidade, prin30 AEROESPAÇO

cipalmente após a canonização de Frei Galvão. Porém, os turismos urbanos, históricos e ecológicos também atraem visitantes e lucro para o município.

A Educação Guaratinguetá conta com mais de 67 escolas públicas e particulares de níveis fundamental e médio, responsáveis por absorver alunos do município e das cidades vizinhas. Boa parte estuda no Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá Professor Carlos Augusto Patrício Amorim, conhecido também como CTIG, pertencente à Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá. É a mais concorrida escola da cidade e um dos principais centros de ensino técnico e médio do Vale do Paraíba. Uma boa opção de nível fundamental para os filhos dos militares é a Escola Estadual Rogério Lacaz, localizada na vila militar da EEAR. Para o ensino médio, é indicada a Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves, que fica no centro da cidade. A Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Campus Júlio de Mesquita Filho - tem sede em Guaratinguetá e, por causa da grande e crescente procura, está ampliando seu espaço físico para poder absorver mais alunos. Conhecida como Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG), oferece os seguintes cursos de graduação: Engenharia de Materiais, de Produção Mecânica, Mecânica, Civil, Elétrica e Bacharelado em Física. Oferece também Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Engenharia Mecânica, Produção Mecânica e Física e cursos de especialização em diversas áreas, como Gestão da Produção, Logística Internacional, entre outros. A cidade conta com outras unidades de ensino superior, como a Universidade Metodista – Campus de Guaratinguetá, que proporciona os cursos de Pedagogia, Administração Comércio Exterior e Sistema de Informação. A Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá (FATEC) é outra boa opção e tem cursos de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Tecnologia da Informação, Gestão Empresarial (Processos Gerenciais), Gestão Financeira e Logística. A Faculdade Nogueira da Gama oferece cursos em diversas áreas, destacando-se Linguagem e Comunicação, Didáticas do Ensino Superior, Metodologia da Pesquisa Cientifica e Gerenciamento de Sistemas de Informação.


EEAR

Na EEAR, as Subseções de Controle de Tráfego Aéreo, Comunicações, Meteorologia, Cartografia, Informações Aeronáuticas e Eletrônica são as que formam os profissionais que hoje erguem o DECEA e suas OM subordinadas

Como falar do DTCEA-GW sem falar da EEAR? No dia 4 de março de 1941, instruções baixadas formataram a carreira de sargentos da Aeronáutica que eram formados na Escola de Aviação Naval no Rio de Janeiro. Entretanto, as Escolas de Aviação Naval e Aviação Militar foram extintas e foi criada, em 25 de março do mesmo ano, a Escola de Especialistas de Aeronáutica, sediada na Ilha do Governador – Rio de Janeiro, RJ. O mundo vivia o pesadelo da guerra. O País entrava em campanha e precisava de homens muito bem treinados para sustentar-se no teatro de operações e nos seus arredores. Havia necessidade de melhorar a formação e capacitação de técnicos para atender à demanda. A Escola recém-criada para formar sargentos não atendia tamanha exigência. Num primeiro instante foram enviados técnicos para os EUA. Todavia, além de não resolver o problema, custava muito dinheiro para a Nação. O governo brasileiro contratou a Organização John Paul Ridle Aviation Tecnical School, que veio para instalar-se em São Paulo e criar uma nova Escola Técnica de Aviação (ETAv), que passou a complementar a formação dos especialistas. O fim da luta armada centrou nosso País. Não havia mais necessidade de duas escolas para formar técnicos especialistas. A solução seria a fusão das unidades existentes. Foi quando houve a transferência da EEAR para terras doadas pela antiga Escola Prática de Agricultura e Pecuária de Guaratinguetá ao então Ministério da Aeronáutica, em 5 de maio de 1950. A EEAR ocupa 10 milhões de metros quadrados com 93 prédios para a administração e 415 residências distribuídas em vilas militares para oficiais, suboficiais, sargentos, cabos e taifeiros. É o maior complexo de ensino técnico da América Latina e tem por objetivo a formação e o aperfeiçoamento de graduados da Aeronáutica. O “Berço do Especialista” recebe jovens de todo território nacional, que são aprovados em concursos realizados durante o ano. Os “estudantes-guerreiros” participam das atividades escolares para a formação técnica, instruções para formação militar e trazem um universo de desenvolvimento intelectual para a região.

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