EDição especial - 35 anos do 4º/1º GCC | ww w . de c e a . g ov. br
Primeira missão de mobilidade do 1° GCC pelo KC-390 Millenium
4º/1º GCC • 35 ANOS
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Índice 04 Editorial Sempre Mangrulho!
21 Seção de Administração 22 Seção de Operações
06 Artigo Atalaia Vigilante
23 Seção Técnica
08 Artigo Mangrulho, o Atalaia comprometido com sua missão 10 Missão e Canção
24 Reportagem Especial Sistema radar TPS-B34 garante a segurança e a defesa do espaço aéreo brasileiro 28 Artigo Reconhecimento e orgulho pelos que conduzem a Atalaia Vigilante
11 Moeda 12 Emblema 13 Galeria dos ex-comandantes 14 Histórico 18 Um olhar sobre o Mangrulho por Ricardo Passos Junior 20 Organograma
30 Artigo A Guerra Eletrônica no 4°/1° GCC 32 REPORTAGEM A visibilidade feminina no Esquadrão Mangrulho 34 Lince Destaque Suboficial Pereira - Uma vida dedicada ao Mangrulho
Expediente Revista Aeroespaço Especial 35 anos do 4º/1º GCC – Esquadrão Mangrulho Produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA Diretor-Geral do DECEA Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues Assessor de Comunicação Social: Paullo Esteves - Coronel Aviador Reformado
Projeto gráfico: Aline da Silva Prete Fotografia: Arquivo do 4º/1º GCC e 3° SGT Vinicius Vieira Rodrigues Edição de imagens: Fábio Maciel
Comandante do 1º GCC: Oscar Vinícius Pisco Rocha da Silva - Tenente-Coronel Aviador
Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer contato@decea.gov.br
Comandante do 4º/1º GCC – Esquadrão Mangrulho: Fabiano José de Oliveira - Major Aviador
Endereço: Av. General Justo, 160 Centro - CEP 20021-130 Rio de Janeiro/RJ
Edição de textos: Daisy Meireles e 3° SGT Vinicius Vieira Rodrigues
Editada em Agosto/2020 Impressão: Ingrafoto
Capa Na primeira missão de mobilidade do 1° GCC pelo KC-390 Millenium, do 1° GTT, na Ala 5, em Campo Grande, foi realizada a cobertura do espaço aéreo, em função da substituição do sistema TRS-2230 do DTCEA-JGI pelo novo sistema LP23SSTNG, por um período de aproximadamente seis meses. Eficiência e aprendizado ficarão guardados na memória de todos os que fazem parte do Esquadrão Mangrulho.
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4°/1° GCC
4º Esquadrão do 1º Grupo de comunicações e controle ESQUADRÃO MANGRULHO
Revista Comemorativa dos 35 Anos do 40/10 GCC
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Editorial
Sempre Mangrulho!
Sediado na Ala 4, o esquadrão tem por missão instalar, operar e manter um Centro Diretor Aerotático (CDAT), em sede ou deslocado. Estamos prontos, como sempre, para atender todas as demandas da Força Aérea Brasileira, em todo o território nacional, contribuindo, também, para o cumprimento da missão síntese da Força. Além disso, o esquadrão tem uma característica única de ter sob sua responsabilidade o Centro Diretor Aerotático de Santa Maria (CDAT-SM), no Morro dos Panos, em Silveira Martins, no aconchego do alto dos morros, tornando a missão ainda mais digna e desafiadora. Servindo no esquadrão desde 2017, como Oficial de Operações do Major Aviador Adalberto de Rezende Rocha Júnior, digo que não foi fácil adaptar-me à rotina da unidade, com características singulares de planejamento e execução das atividades. Pude perceber que as atividades operacionais, técnicas e administrativas se interagem para um fim comum, que é o de cumprir a missão dos nobres mangrulhos. Sinto estimado orgulho por esta tropa que, tomada pelo espírito da “família GCC”, torna o ambiente adequado para a convivência e aprendizados que nunca sairão da memória, principalmente pelos inúmeros exemplos contumazes de profissionalismo e apreço pela organização. A todos, nunca vou esquecer de que um dia mangrulho, sempre mangrulho. São exemplos fugazes de eventos recentes, como a Operação Ostium, em 2017, Exercício Cruzex Flight
M
2018, em que pude comprovar o comprometimento e
angrulho, na sua definição, é um posto militar de
o idealismo de nossos militares em diversas ações de
observação em sítio elevado, formado de madei-
caráter técnico e operacional. Fico muito orgulhoso
ras, onde o Atalaia, encarregado de realizar a vigilância,
quando vejo militares motivados e prontos para cumprir
conduz o seu trabalho com presteza e prontidão. Por
a missão. São os exemplos dos nossos controladores
isso, o Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comuni-
que, com muito entusiasmo, prontamente fizeram o
cações e Controle (4°/1° GCC) recebe o nome de Mangru-
primeiro controle de voo BVR (Beyond Visual Range),
lho, assim como seus militares denominados “atalaias”,
das aeronaves F-5M de Canoas, a partir de Santa Maria,
retratando essas figuras históricas que realizavam a de-
aumentando o leque de capacidades de detecção e
fesa das fronteiras do sul do País.
comunicação da unidade.
Passaram-se 35 anos desde o dia em que o primeiro
Como comandante do 4°/1° GCC, pude vivenciar
comandante do Esquadrão Mangrulho encabeçou a ár-
um planejamento minucioso para o deslocamento do
dua tarefa de guiar um dos principais esquadrões de de-
esquadrão para Campo Grande - MS, com detalhamento
fesa e vigilância aérea, além de ser o percusor da criação
preciso dos levantamentos realizados em missão
de um ambiente acolhedor, destinado a receber homens
precursora, até o planejamento juntamente com o
e mulheres de diversas partes do Brasil.
Exército Brasileiro na preparação do terreno para
4 4º/1º GCC • 35 ANOS
instalação, pela primeira vez na história, da nova torre
e o desenvolvimento da Guarnição de Aeronáutica de
do Sistema TPS-B34 em solo não preparado. E, enfim,
Santa Maria.
o esquadrão prosseguiu com uma equipe terrestre e, no dia 9 de junho de 2020, realizou a primeira missão de mobilidade do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1° GCC) pelo KC-390 Millenium, do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT). A missão na Ala 5, em Campo Grande, consistia em realizar a cobertura do espaço aéreo, em função da substituição do sistema TRS2230 do Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Jaraguari (DTCEA-JGI) pelo novo sistema LP23SSTNG, por um período de aproximadamente seis meses. A missão foi realizada com muita eficiência e muito aprendizado, que ficarão guardados na memória de cada Mangrulho.
E, mais uma vez, dirijo-me aos atalaias, que depois de 35 anos de muita história, têm a certeza da missão cumprida, sempre observando do alto e vigilante, mantendo acesa a luz da glória cada vez mais forte a guiar os guerreiros mangrulhos e a manterem sempre vibrantes, bradando o grito de guerra de todos os dias. Atalaia! Defesa Aérea, Mangrulho!” Fabiano José de Oliveira Major Aviador Comandante do 4°/1° GCC
Quando escutar novamente o nome do esquadrão, sempre será lembrada a implantação de doutrina de Guerra Eletrônica no Sistema TPS-B34, com novos militares ingressando no time de guerreiros eletrônicos da Defesa Aérea, atividade significativa para o desenvolvimento e a aplicação das capacidades do radar frente a ameaças em ambientes eletronicamente hostis. Mais uma vez, ressalto que o Mangrulho de hoje e de ontem pode se orgulhar de capacidade, dedicação e perseverança de seus militares, assim como do entusiasmo com que desempenham suas atividades rotineiras. Mesmo durante a pandemia de COVID-19, o Mangrulho se reinventou para poder se adaptar à nova rotina e não deixar de cumprir sua missão. Ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o agradecimento pela primazia na gerência das atividades técnicas, operacionais e administrativas de seus regionais, emanando instruções de grande valor para suas inúmeras unidades. Ao 1° GCC, nosso Esquadrão Mestre, e aos seus Esquadrões subordinados - Profeta, Aranha, Morcego e Zagal – somos gratos pelos ensinamentos sempre oportunos, orientações e confiança no desenvolvimento das atividades atribuídas. Além disso, pelo acompanhamento diário, não deixando nenhum pedido ou solicitação para trás, sendo simples ou complexos. À Ala 4, ao Grupo de Apoio de Santa Maria (GAP-SM) e demais unidades amigas sediadas em Santa Maria, agradecemos por estarem presentes em todos os momentos de comunhão, colaborando para o bem comum 4º/1º GCC • 35 ANOS 5
ARTIGO
Atalaia Vigilante
faz do 4°/1° GCC uma Unidade fundamental para as Operações e Exercícios conduzidos pela Força Aérea Brasileira e até mesmo pelo Ministério da Defesa. Qualquer piloto de combate em uma missão aérea no Teatro de Operações (TO) complexo seja ela de Combate Visual ou BVR (Beyond Visual Range), de Ataque ou até mesmo nas Ações de Suporte, respeitando-se a complexidade e as características inerentes a cada aviação, tem em mente que “manter a consciência situacional do TO e ser controlado com precisão para cumprir seus objetivos” é uma ação essencial à sobrevivência das equipagens, tarefa essa realizada pelo Esquadrão Mangrulho. Inserido neste contexto e sediado na Ala 4, o Es-
F
alar do Esquadrão Mangrulho nesta data tão especial, na qual a Unidade completa 35 anos de excelentes serviços prestados, é uma grande honra e alegria para mim. Ao ser designado para comandar o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1° GCC), em 2018, tive a oportunidade de acompanhar o deslocamento do Radar TPS-B34 do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4°/1° GCC) de Santa Maria (RS) para a cidade de Caicó (RN). Nesta ocasião, tive o primeiro contato com o Esquadrão Mangrulho e pude acompanhar de perto o trabalho desenvolvido por seu efetivo, que mais tarde seria ratificado nas ações diárias do 1° GCC, sendo atestado o elevado grau de profissionalismo deste eficiente grupo. Responsável, no contexto dinâmico das Operações Militares, em proporcionar os serviços operacionais e técnicos vitais para a condução da Defesa Aérea e da Vigilância do Espaço Aéreo, bem como, realizar todo apoio fundamental para as atividades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), 6 4º/1º GCC • 35 ANOS
quadrão Mangrulho é o responsável por operar em sede ou deslocado, de acordo com as necessidades da Força Aérea Brasileira, o Sistema Radar Transportável TPS-B34, bem como possui a incumbência de gerir os estudos sobre Guerra Eletrônica no âmbito do DECEA, por meio do Curso OPM006, destinado à formação dos operadores de Guerra Eletrônica (GE). O fato de estar sediado na região sul, mais precisamente no Centro Diretor Aerotático (CDAT), a 17 km da Guarnição de Santa Maria, faz com que o 4°/1° GCC participe dos Exercícios gerenciados pela Força Aérea, tendo a oportunidade de capacitar e treinar seus controladores e técnicos durante as missões realizadas pelas aeronaves sediadas em Santa Maria (Ala 4) e Canoas (Ala 3), bem como ser peça fundamental na vigilância do espaço aéreo fronteiriço do sul do País. Atualmente, operando o Sistema Radar TPS-B34 transportável, o Esquadrão Mangrulho pode ser empregado em qualquer região do Brasil. Em 2018, por exemplo, nossos militares foram deslocados para Caicó (RN), onde instalaram e operaram o radar em prol do Exercício Multinacional CRUZEX FLIGHT. Na ocasião, a instalação do radar na região do Seridó (RN) foi fundamental para o aumento da consciência situacional dos pilotos e controladores envolvidos no Exercício. Em 2020, nossos nobres guerreiros foram acionados para instalar e operar o radar na região fronteiriça do Estado do Mato Grosso do Sul, em apoio a Comissão de Implantação do Sistema de
Controle do Espaço Aéreo (CISCEA). Na ocasião, o Esquadrão pôde realizar o primeiro deslocamento do Sistema Radar na aeronave KC-390 Millennium, do Esquadrão Zeus, demonstrando um elevado nível de mobilidade. Sem sombra de dúvidas, reconheço o desta-
Parabenizo a todo efetivo pelo transcurso do Jubileu de Coral. Tenham orgulho de pertencer a este Esquadrão diferenciado e reconhecido no âmbito nacional. Os serviços prestados pelos senhores e senhoras são fundamentais para a vigilância e a soberania do espaço aéreo brasileiro. Tenham a certeza de que o 1° GCC e o DECEA sabem e reconhecem a capacidade que o 4°/1° GCC possui para cumprir as missões designadas.
cado compromisso de todos os integrantes do Esquadrão Mangrulho, que, seja nas atividades rotineiras ou no acionamento intempestivo, cumprem a missão de maneira eficaz e eficiente. As tarefas têm sido cumpridas graças ao empenho do nosso efetivo técnico, operacional e administrativo, que juntos caminham lado a lado em prol de único objetivo que é cumprir todas as missões designadas pelos comandos superiores. Essa marca foi construída ao longo desses 35 anos nos quais nossos antecessores forjaram o Esquadrão em têmpera de aço e nos ensinaram os mais diversos valores profissio-
É realmente uma grande honra poder compartilhar da convivência com um grupo tão seleto e abnegado. Contem sempre com o 1° GCC para que juntos possamos continuar a escrever a história desse renomado Esquadrão e que con-
nais. Tenho a certeza de que os Mangrulhos de ontem são representados pelos de hoje e sentem muito orgulho dessa família, que segue coroada de sucesso e reconhecida por onde passa.
Oscar Vinícius Pisco Rocha da Silva Tenente-Coronel Aviador
sigamos encher nossos antecessores de orgulho. Mangrulho dos ares! Atalaia Vigilante! Parabéns pela passagem do transcurso dos 35 anos de existência!
Mangrulho Honorário 98 e Comandante do 1° GCC
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ARTIGO
Mangrulho, o Atalaia comprometido com sua missão C
elebrar os 35 anos do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Con-
ao transladar um sistema radar de vigilância,
trole (4°/1° GCC), comemorado no dia 11 de se-
juntamente com técnicos capacitados para sua
tembro, é motivo de orgulho para mim, como
instalação e manutenção, controladores adap-
Diretor-Geral do Departamento de Controle do
tados às suas consoles e militares que dão su-
Espaço Aéreo (DECEA).
porte à parte administrativa, o 4°/1° GCC de-
Por meio da mobilidade dos equipamentos,
É um momento singular para o efetivo do Es-
sempenha um papel de extrema importância
quadrão Mangrulho, pois, justamente na sema-
nas atividades ligadas às operações militares
na da Pátria, podemos relembrar as conquistas
no controle das aeronaves de combate que re-
e realizações de uma organização militar com-
alizam as missões de Defesa Aérea e no apoio
prometida com suas atividades operacionais
ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasi-
em diversos locais do Brasil, a partir de Santa
leiro (SISCEAB), fornecendo todos os disposi-
Maria (RS).
tivos necessários desde de controle de tráfego
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4º/1º GCC • 35 ANOS
aéreo a comunicações seguras entre pilotos e controladores, para aplicar em quaisquer situações de premência da Força Aérea Brasileira, sintetizando a missão de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional com vistas à defesa da Pátria, com as ações de controlar, defender e integrar. Valorizo e reforço as conquistas do Esquadrão Mangrulho que durante todos esses 35 anos de existência, empregou sua missão em sede ou deslocado com profissionalismo e dedicação, proporcionando versatilidade e dinamismo na contribuição de manter um espaço aéreo ordenado e seguro, contribuindo sobremaneira na missão de controlar, defender e integrar os 22 milhões de km2 sobre terra e mar. Reconheço que seus militares possuem altos níveis de conhecimento e comprometimento operacional, buscando continuamente, o aperfeiçoamento e a excelência profissional na atuação dos cursos de defesa aérea e atualização técnica, principalmente, na preparação de operadores de Guerra Eletrônica com a utilização do sistema radar TPS-B34, no OPM-006.
Relembramos, nesses 35 anos, das conquistas e realizações de uma organização militar comprometida com suas atividades operacionais em diversos locais do Brasil.
Neste ano, foi realizada a primeira mobilização de um radar transportável, como no caso o TPS-B34, pela nova aeronave adquirida pela FAB, KC-390, do Esquadrão Zeus – Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT), fato que ilustramos nessa edição comemorativa, mostrando todo o processo realizado pelo Esquadrão Mangrulho para a realização desse feito. Vale ressaltar a mobilização para Caicó (RN), durante a última CRUZEX, onde o Esquadrão Mangrulho participou ativamente com o sistema radar TPS-B34, decisivo para o sucesso dessa operação.
O primeiro controle das aeronaves F-5 decolando de Canoas (RS) no 4°/1° GCC, utilizando canais de comunicação do 2°/1° GCC, reforça o objetivo de melhoria contínua em relação a sua operacionalidade e ao intercâmbio operacional, fazendo jus ao que enaltece o grito de guerra do 4°/1° GCC: Atalaia! Defesa Aérea, Mangrulho!".
Destaco, também, a sinergia que o Mangrulho tem com outras organizações em seus exercícios operacionais. Atua com o seu irmão gaúcho Aranha (2°/1° GCC) nas grandes mobilizações, ratificando essa sinergia necessária para manter a operacionalidade e a pronta-resposta nos acionamentos.
O Centro Diretor Aerotático de Santa Maria (CDAT-SM) é um elemento primordial para os exercícios operacionais. Por ser um esquadrão de Controle e Alarme, o Mangrulho é estruturado para criar de forma autônoma mecanismos para controle e alarme antecipado nas operações aéreas de norte a sul do País. Este sítio radar, além de proporcionar visualização dos tráfegos, também tem o diferencial de criar comunicações seguras, através de datalink, tornando as operações mais eficientes.
Nesses 35 anos, é evidente que a missão de instalar e operar toda uma estrutura de grande porte do Centro Diretor Aerotático em sede ou em qualquer lugar do Brasil, requer argúcia e dedicação, demonstrando que o Esquadrão Mangrulho logra esse laborioso dever de manter a soberania do espaço aéreo brasileiro com maestria desde 11 de setembro de 1985, data de fundação do 4°/1° GCC. Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues Diretor-Geral do DECEA
4º/1º GCC • 35 ANOS
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Missão Instalar, operar e manter, no âmbito orgânico, um Centro Diretor Aerotático (CDAT) com todos os meios necessários ao seu adequado funcionamento. (Portaria N° 804/GC3, de 19 de julho de 2005).
Canção Letra: Sargento Estivales Música: Sargento Clemoar
Tapejara dos céus senhores Argus soberano dos montes Atento Mangrulho ao horizonte Fiel sinuelo dos aviadores Entonado posseiro do anil Na defesa aérea é o guia Guardando a querência Brasil Durante a noite, durante o dia Mangrulho dos ares, Atalaia vigilante Sobre campos, montes, mares Olhar firme e constante Moldado em têmpera de aço Primeiro portal do País Do gládio alado é o braço Da elite guerreira é a raiz Firme, impassível e certeiro Sentinela segura da Nação Tem seu trono imponente e altaneiro No Quarto do Primeiro Esquadrão 10 4º/1º 3º/1º GCC • 35 ANOS
Moeda A moeda comemorativa aos 35 anos do 4°/1° GCC tem no anverso o emblema do Esquadrão Mangrulho emoldurado por uma engrenagem. Além disso, nas bordas há os nomes dos radares operados no passado (MRCS-403) e no presente (TPS-B34). No reverso está disposta a representação dos 35 anos com as cores da bandeira do Rio Grande do Sul, mostrando as raízes históricas da Unidade.
4º/1º GCC • 35 ANOS 11
Emblema 4°/1° GCC
Escudo Francês, com chefe em blau (azul
Cruzeiro do Sul, em prata, simbolizando o es-
ultramar), representando um dos vários tons
paço aéreo brasileiro vigiado pelos sensores
dos metais, dos equipamentos da unidade,
do Grupo, os quais são responsáveis pela efe-
em função da prudência, abnegação e conhe-
tividade das interceptações aéreas. Partindo
cimento, que o os mesmos exigem do homem
do Contra-chefe aparece a trajetória de uma
para sua operação, carregando ainda, a sigla
aeronave, ambas em prata, dirigindo-se com
da organização (4º/1º GCC) em prata (branco),
precisão para destruir outra aeronave inimiga
ladeada à destra e a sinistra por duas estrelas
em sable. A trajetória apresenta-se frisada em
cadentes também em prata, representando
goles (vermelho), significando este esmalte o
os antigos Esquadrões (1º ECA e 2º ECA), de
espírito guerreiro do militar do 4º/1º GCC.
onde surgiu o atual Grupo.
Supostas àquelas, aparecem linhas em pra-
Campo em blau (azul cerúleo), tendo à des-
ta, partindo do flanco sinistro em direção ao
tra, abaixo do chefe, o Gládio Alado em jalne
destro, representando a proficiência com que
(amarelo), simbolizando a Força Aérea Bra-
é realizada a missão básica do Esquadrão de
sileira. Próximo ao Contra-chefe, no Flanco
Controle e o Alarme Aéreo na defesa dos nos-
Sinistro, aparece o perfil do Mangrulho em
sos limites. Contorna o Escudo um filete em
sable (preto), contornado em prata, represen-
jalne, designativo do Comando de Oficial Su-
tando o zeloso guardião dos pampas, atento
perior da Força Aérea Brasileira.
à integridade de seus domínios. Também no flanco Sinistro, logo acima do perfil do Mangrulho, aparece a imagem do 12 4º/1º GCC • 35 ANOS
O emblema foi criado através da portaria do COMGAP Nº 09, Diário Oficial de 30 de abril de 1986.
Ex-Comandantes
Major Aviador Adhemar Chies 29 jan 1987 / 24 jan 1989
Major Aviador Ronaldo Salamone Nunes 24 jan 1989 / 25 jan 1991
Major Aviador Flávio dos Santos Chaves 25 jan 1991 / 15 jan 1993
Major Aviador Victor Antonio Cassini 18 jan 1995 / 23 jan 1997
Major Aviador Romulo Cesar Moreira Dantas 23 jan 1997 / 02 fev 1999
Major Aviador Luiz Fernando Cugula de Melo 02 fev 1999 / 23 jan 2001
Major Aviador Alcides Teixeira Barbacovi 23 jan 2001 / 23 jan 2003
Major Aviador Paulo Sérgio Dutra Vila Lima 20 jan 2005 / 19 jan 2007
Major Aviador Elton Bublitz 19 jan 2007 / 21 jan 2009
Major Aviador Edson Luis Balbinot 21 jan 2009/ 02 fev 2011
Major Aviador Sergio Nogueira Blaso 02 fev 2011 / 10 jan 2013
Major Aviador Luiz Fernando Rezende Ferraz 09 jan 2015 / 20 dez 2016
Major Aviador Adalberto de Rezende Rocha Júnior 20 dez 2016 / 20 dez 2018
Major Aviador Sylvio Velloso da Silveira Neto 23 jan 1985 / 29 jan 1987
Major Aviador Paulo Dioclecy Garcia Vieira 15 jan 1993 / 18 jan 1995
Major Aviador Luiz Ricardo de Souza Nascimento 23 jan 2003 / 20 jan 2005
Major Aviador Sandro Benedet 10 jan 2013 / 09 jan 2015
4º/1º GCC • 35 ANOS 13
Histórico Criado em 17 de janeiro de 1985 como Primeiro Esquadrão de Comunicação e Alarme (1° ECA), por meio da Portaria Nº R-062/GM3. Em 11 de setembro do mesmo ano, por meio da Portaria Nº R-422/GM3, passou a denominarse Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4°/1° GCC - Esquadrão Mangrulho). Tem como sede a ALA 4, em Santa Maria – Rio Grande do Sul (RS), onde nasceu e herdou as tradições gaúchas, retratando a figura histórica do vigilante montado a cavalo, que, atento, guardava as fronteiras do sul das invasões dos espanhóis e cuja imagem apresenta-se estilizada, compondo o emblema do Esquadrão Mangrulho. Subordinado operacionalmente ao Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1° GCC), o Esquadrão Mangrulho participou de grandes eventos realizados no Brasil, tais como a Copa do Mundo da Fifa, em 2014; os Jogos Olímpicos Rio 2016;
Em fevereiro de 1990, registro da visita do Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Otávio Júlio Moreira Lima, à Base Aérea de Santa Maria para a assinatura da Ordem dos Mangrulhos
14 4º/1º GCC • 35 ANOS
CRUZEX 2018; Operação OSTIUM I – sempre contribuindo para o sucesso dessas missões. Em 2014, o Esquadrão Mangrulho recebeu o sistema radar tridimensional americano TPS-B34, substituindo o sistema radar MRCS-403, desativado em 2011. O sistema radar TPS-B34, atualmente, está em síntese com o Segundo Centro de Operações Militares (COpM 2) do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), para prover a visualização radar na região Sul do País e, assim, garantir o serviço de controle e vigilância do tráfego aéreo. O efetivo do Esquadrão Mangrulho comporta mais de 65 militares em diversas funções operacionais, técnicas e administrativas. O Centro Diretor Aerotático de Santa Maria (CDAT-SM), localizado no município Silveira Martins, opera o sistema radar TPS-B34, além de realizar o serviço de tráfego aéreo militar.
Atuação de um controlador de tráfego aéreo no CDAT-SM
Em janeiro de 1987, a primeira passagem de comando do 4°/1° GCC - do Major Velloso para o Major Chies
4º/1º GCC • 35 ANOS 15
No Exercício Operacional ESQUADREX 2019, a participação dos Esquadrões Mangrulho e Aranha
Em 2009, o 4°/1°GCC recebeu a Ordem do Mérito Aeronáutico A histórica primeira desmontagem do MRCS-403
Cerimônia da passagem de comando do Major Velloso para o Major Chies
16 4º/1º 3º/1º GCC • 35 ANOS
Em 2005, o Esquadrão Mangrulho participou da PARBRA I, em Concepción (Paraguai)
Montagem do MRCS-403 em Boa Vista
Sítio radar do TPS-B34 em Caicó (RN), durante a CRUZEX 2018
3º/1º 4º/1º GCC • 35 ANOS 17
18 4ยบ/1ยบ GCC โ ข 35 ANOS
4º/1º 4º/1º GCC GCC •• 35 35 ANOS ANOS 19
Organograma Comandante
Maj Av Fabiano José de Oliveira
ASSPACEA
4°/1° GCC
SEC
Cap F. Nunes
Cap F. Nunes
SINT
SCS
Cap F. Nunes
Cap F. Nunes
SSSI Cap F. Nunes
20 4º/1º GCC • 35 ANOS
SA
SO
Cap F. Nunes
Cap Elton
Cap Hengemuhle 1º Ten Salatiel
ST
SSPM
SSED
SSPCT
SSEP
SSPC
SSSUP
SSFI
SSGE
SSTEL
SSIAT
SSRAD
SSRG
SSSIF
SSTS
SSTI
Seções Seção de Administração
Seção de Administração Chefiada pelo Capitão QOECTA Fábio Nunes de Oliveira, a Seção de Administração é a encarregada pela parte burocrática, administrativa e financeira do Esquadrão Mangrulho, assim como pela atualização técnica dos militares.
Auditório
Sede do Esquadrão Mangrulho
4º/1º GCC • 35 ANOS 21
Seção de Operações O Capitão Aviador Elton Alves Pereira é o chefe da Seção de Operações, que centraliza o controle geral do efetivo operacional e técnico, planeja a formação adequada e acompanha o treinamento e o desempenho de chefe-controladores e controladores para que sempre estejam aptos para o atuar nas missões operacionais.
Shelteres operacionais
Atuação de controladores de tráfego aéreo no ambiente interno de um shelter operacional
ANOS 22 GEIV 3º/1º40 4º/1º GCC • 35 ANOS
Seção Técnica O chefe da Seção Técnica é o Capitão R1 Esp CTA Délcio Hengemühle, que tem a tarefa de manter e operar um Centro Diretor Aerotático, principalmente, o sistema radar TPS-B34. Além disso, planeja os deslocamentos para fora de sede.
Informática
Radiodeterminação
CDAT-SM
Radiodeterminação
Suprimento
4º/1º GCC • 35 ANOS 23
REPORTAGEM especial
Sistema radar TPS-B34 garante a segurança e a defesa do espaço aéreo brasileiro KC-390 Millennium realiza primeiro transporte de radar móvel O Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4°/1° GCC – Esquadrão Mangrulho) fez o deslocamento do sistema radar TPS-B34 - de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul - em missão de apoio ao provimento de visualização radar de área de interesse da Defesa Aeroespacial e do Controle de Tráfego Aéreo brasileiros Por 3° Sargento Vinicius Vieira Rodrigues
Responsável pela missão, o
do maior capacidade de empre-
Esquadrão Mangrulho trans-
go de seus meios. Isso foi mui-
portou, via terrestre, outros
to importante para garantir a
equipamentos,
segurança e a defesa do espaço
cumprindo
a
sua função primordial de instalar e operar um Centro Diretor Aerotático (CDAT) deslocado.
aéreo brasileiro. Para a realização do traslado do radar transportável TPS-B34
Esta foi a primeira vez em que
do Esquadrão Mangrulho foi
um Esquadrão do Primeiro Gru-
empregada a aeronave KC-390
po de Comunicações e Controle
Millennium,
(1° GCC) utilizou a nova torre
Primeiro Grupo de Transporte
do sistema TPS-B34 em terreno
de Tropa (1° GTT), Esquadrão
não preparado, proporcionan-
Zeus.
pertencente
ao
O sistema radar TPS-B34 possui capacidades de Guerra Eletrônica e altimetria 3D, pronto para o emprego em qualquer região do Brasil 24 4º/1º GCC • 35 ANOS
A aeronave de transporte aé-
Silva, declarou que a missão
Na primeira missão de
reo logístico possui uma rampa
evidenciou a eficiência e a
especial, a qual facilita o proces-
dinâmica
mobilidade do 1° GCC pelo
so de locomoção e carregamen-
subordinados ao 1° GCC em
KC-390 Millenium, do 1°
to dos equipamentos, além de
deslocamentos.
GTT, na Ala 5, em Campo
maior agilidade na mobilidade
é histórica para a Força Aérea,
de todo o sistema.
pois comprova a sua capacidade
A mobilização do TPS-B34 explora o princípio da surpresa como consequência da velocidade, característica de Força Aérea Brasi-
dos
esquadrões “Essa
missão
Grande, foi realizada a
de pronta-resposta e mobilidade
cobertura do espaço aéreo,
de
em função da substituição
seus
meios”,
afirmou
o
comandante do 1° GCC. O comandante 1° GTT, Esqua-
do sistema TRS-2230 do Destacamento de Controle
leira, demonstrada pelo desempe-
drão
nho da aeronave KC-390. Assim, é
Aviador Luiz Fernando Rezende
do Espaço Aéreo de
possível aumentar a vigilância do
Ferraz, ex-comandante do 4°/1°
espaço aéreo com maior rapidez e
GCC, explica que passa a ser
Jaraguari (DTCEA-JGI) pelo
eficiência por meio do desdobra-
atingido um novo nível de mo-
mento rápido e maciço desse radar
bilidade, já que a velocidade e as
por um período de
em áreas de interesse.
capacidades do vetor permitem
aproximadamente seis
O
Tenente-Coronel
Aviador
Oscar Vinícius Pisco Rocha da
Zeus,
Tenente-Coronel
diminuir o tempo de resposta, oferecendo maior prontidão.
novo sistema LP23SSTNG,
meses.
Em ambiente adequado para convivência e aprendizado, a demonstração da capacidade para o cumprimento da missão da FAB de controlar, defender e integrar
4º/1º GCC • 35 ANOS 25
Uma missão conjunta Pela primeira vez, o 1° GTT e o 1°
Pela primeira vez foi adicionado
“A instalação e a manuten-
GCC trabalharam juntos em uma
na estrutura do sistema radar
ção deste sítio radar em Campo
missão de mobilidade, principal-
TPS-B34
torre,
Grande, além de ser essencial
mente, devido às características
adquirida
Departamento
para a defesa e o controle do es-
de flexibilidade e rapidez na mo-
de Controle do Espaço Aéreo
paço aéreo brasileiro, contribui
bilização proporcionada pelo KC-
(DECEA), que serve como base
para reiterar o espírito de corpo
390 Millennium.
para
dos militares e realçar a capaci-
Os tripulantes do KC-390 Millennium estavam em instrução de operação da aeronave. A missão de transporte de material foi
uma pelo
aumentar
nova
a
detecção a
dade técnica-operacional do Es-
qualidade do sinal já que diminui
quadrão Mangrulho” - analisa o
consideravelmente a quantidade
comandante do 4°/1° GCC, Major
de obstáculos ao redor do sistema.
Aviador Fabiano José de Oliveira.
radar,
além
de
melhorar
o
O 40/10 GCC também atuou
do a participação do Comando
Esquadrão Mangrulho realizou
como Órgão de Controle de Ope-
de Operações Aeroespaciais (CO-
a instalação da antena TELESAT,
rações Aéreas Militares Subor-
MAE) no acionamento da missão
que,
por
dinado (OCOAM S) em Campo
de Transporte Aéreo Logístico e do
via
satélite,
a
Grande (MS) fornecendo o servi-
Comando de Preparo (COMPREP),
visualização captada pelo radar
ço de controle de tráfego aéreo
responsável pelo desenvolvimen-
TPS-B34 aos órgãos de controle
militar às aeronaves, principal-
to da doutrina utilizada no prepa-
de tráfego aéreo, além de outros
mente durante a EXPO TAPIO
ro operacional dos tripulantes.
meios de redundância.
2020.
feita em aproveitamento, haven-
Nesse deslocamento, o TPS-B34 e o KC-390 Millennium demonstraram a capacidade em cumprir a missão da Força Aérea Brasileira, que é controlar, defender e integrar
26 4º/1º 3º/1º GCC • 35 ANOS
Como
complementação,
meio
de
fornece
enlace toda
Eficiência e aprendizado ficarão guardados na memória de todos os que fazem parte do Esquadrão Mangrulho
4º/1º GCC • 35 ANOS 27
ARTIGO
Reconhecimento e orgulho pelos que conduzem a Atalaia Vigilante Como segundo comandante desse Esquadrão, reconheço a dedicação e o profissionalismo dos que arduamente deram os primeiros passos e de todos os que souberam, com louvável eficiência, conduzir esta nossa Atalaia Vigilante até os dias de hoje
Por Adhemar Chies Tenente-Coronel Aviador
Primeiro deslocamento em uma operação fora de sede - Boa Vista (RR), 1987
28 4º/1º GCC • 35 ANOS
Ao comemorarmos 35 anos do
que também atua em apoio ao Sis-
Quarto Esquadrão do Primeiro
tema de Controle do Espaço Aéreo
Grupo de Comunicações e Con-
Brasileiro (SISCEAB).
trole (40/10 GCC - Esquadrão
Comandei o 40/10 GCC de 22 de
Mangrulho), sediado na ALA 4
janeiro de 1987 a 24 de janeiro de
(antiga Base Aérea de Santa Ma-
1989, período do terceiro ao quar-
ria), cabe-me o dever e o orgulho
to ano de implantação. Nessa épo-
de parabenizar aos que hoje in-
ca, a missão do Esquadrão era dar
tegram essa imprescindível Uni-
continuidade à operacionalização,
dade de Vigilância e Controle Ae-
tanto de equipamentos e mante-
rotático em operações militares,
nedores, como de vigilância e con-
A desmontagem do radar MRCS-403, 1987
Embarque dos equipamentos no C-130 em Boa Vista (RR), 1987
trole de aeronaves de combate.
Boa Vista (hoje ALA 7) por dois ca-
performance e os mantenedores
Além disso, deveria complemen-
minhões contratados. Foram dez
mostraram sua elevada capaci-
tar as atividades do Centro Diretor
viagens em dois dias. Depois, os
dade profissional na resolução
Aerotático de Curitiba (CDAT-CT),
equipamentos foram embarcados
de todos os problemas surgidos,
dentro da área do Segundo Centro
em aeronaves C-130 do Segundo
assim como a equipe operacional
Integrado de Defesa Aérea e Con-
Esquadrão do Primeiro Grupo de
atuado com reconhecida profici-
trole de Tráfego Aéreo (CINDACTA
Transporte de Tropa (2º/1º GTT) a
ência no CDAT-BV.
II).
partir do dia 16 de agosto de 1987,
A desmontagem do MRCS-403
A cobertura radar do MRCS-
sendo necessárias cinco viagens
foi iniciada no dia 22 de setembro
403 integrava e complementava a
para deslocar o pessoal do Esqua-
de 1987. O transporte de regres-
cobertura dos radares fixos utili-
drão e mais os equipamentos.
so começou no dia 27 do mesmo
zados pelo Centro de Controle de
Naquele deslocamento, o Man-
mês por uma aeronave C-130 do
grulho participou do OPERAER
1º/1º GTT. Foram cinco viagens
Foi nessa fase de consolida-
87, após instalação e aferição
no período de cinco dias.
ção operacional que o Esquadrão
dos equipamentos, compondo o
Após a chegada dos equipa-
Mangrulho realizou pela primeira
Centro Diretor Aerotático de Boa
mentos e a retomada das opera-
vez um deslocamento e uma ope-
Vista (CDAT-BV) como órgão de
ções em Santa Maria, concluiu-
ração fora de sede com o sistema
vigilância e controle aerotático.
se assim essa importante fase
de radar móvel MRCS-403, saindo
Sua incumbência era prestar o
na consolidação operacional do
de Santa Maria (RS) para Boa Vista
serviço de Centro de Área no raio
40/10 GCC.
(RR).
de 160 milhas náuticas (nm) de
Área de Curitiba (ACC-CW).
O radar foi desmontado e os
Boa Vista.
Aos que participaram dessa etapa da história do Esquadrão
equipamentos transportados do
O Esquadrão cumpriu sua mis-
Mangrulho, o meu reconheci-
alto do Sítio de Camobi, onde fica
são com total êxito, tendo o equi-
mento, como companheiro que
o radar, até à, então, Base Aérea de
pamento apresentado uma ótima
teve a honra de tê-los ao seu lado. 4º/1º GCC • 35 ANOS 29
ARTIGO
A Guerra Eletrônica no 4°/1° GCC Com a desativação dos simuladores que faziam parte dos radares TRS-2230, instalados em Barra do Garças (MT) e Santiago (RS) e utilizados na capacitação dos militares do Departamento do Controle do Espaço Aéreo (DECEA) como Operadores de Guerra Eletrônica, necessitou-se de um sistema radar funcional que pudesse prover essa formação. Outra exigência é que o sistema deveria apresentar funcionalidades que substituíssem os recursos do anterior. Deveria trazer, também, novas possibilidades a serem exploradas pelas equipes operacionais responsáveis por essa área. Por Suboficial Paulo Eugênio Echevarria e 3º Sargento Vinicius Vieira Rodrigues
Em 2012 foram iniciadas a modernização e a implementação de capacidades de Guerra Eletrônica do sistema radar TPS-B34 que opera no Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4°/1° GCC). Isso possibilitou ao Esquadrão Mangrulho sediar o Curso OPM006 – Operação de Estação Radar, que visa à formação de operadores e supervisores de Guerra Eletrônica, tornando-os capazes de analisar um ambiente eletromagneticamente hostil para, então, se necessário, aplicar defesas contra os efeitos de uma
interferência
eletrônica
em seu equipamento radar. Uma
dessas
interferências,
por exemplo, pode ser o uso de chaff (pequenas tiras metálicas Militares dos CINDACTAs I e II durante o curso OPM006 (2019)
30 4º/1º GCC • 35 ANOS
que, lançadas no ar, geram um borrão na tela radar) por parte
Instrução com militar do 4°/1° GCC sobre guerra eletrônica (2019) de uma aeronave inimiga. O modo anti-chaff do TPS B34 mostrou-se extremamente eficaz para neutralizar as consequências desse artefato, conforme
verificado
duran-
te o exercício de controle BVR (beyond visual range - além do alcance visual), quando houve o emprego real de chaff por parte das aeronaves F5-M. O Curso OPM006 promove o aperfeiçoamento dos recursos humanos do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e dos Centros de Operações Militares (COpM) dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego
Nos últimos anos, o 4°/1° GCC destinou grande parte dos seus esforços nas atividades que possibilitaram a
Aéreo (CINDACTAs I, II, III e IV)
formação de três turmas do Curso OPM006, que contempla
na área da Guerra Eletrônica.
instruções teóricas e práticas simuladas no radar TPS-B34.
Encerramento do curso OPM006 (2018) 4º/1º GCC • 35 ANOS 31
REPORTAGEM
A visibilidade feminina no Esquadrão Mangrulho O quadro feminino de militares do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4º /1º GCC) é composto por 11 graduadas, sendo nove controladoras de tráfego aéreo e duas técnicas em eletrônica. Destacamos, nesta edição especial dos 35 anos, quatro militares, decididas, competentes e destemidas em suas funções operacionais, técnicas e administrativas no Esquadrão Mangrulho Por 3º Sargento Vinicius Vieira Rodrigues
Com mais tempo de serviço no controle de tráfego aéreo militar no Esquadrão Mangrulho, a 2° Sargento Especialista em Controle de Tráfego Bárbara Daniela da Rosa Duarte é a responsável pela condução das aeronaves militares na defesa aeroespacial, Exercício mas seuOperacional trabalhoBorborema não se limita ao Campina Grande - PB (2015) controle das aeronaves na Circulação Operacional Militar. Concomitantemente ao envolvimento nas atividades adminis-
Sargento Bárbara é a responsável pela condução das aeronaves militares na defesa aeroespacial
trativas do Esquadrão, as controladoras são engajadas corriqueiramente em missões de apoio aos Órgãos de Controle de Operações Militares, localizados nos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTAs) e treinamentos simulados, nos quais o Esquadrão tem sido destaque nos últimos anos. Como instrutoras do 4°/1° GCC, elas estão presentes em praticamente todos os cursos,
somando esforços na formação de novos controladores de tráfego aéreo militar do Brasil. “Somos também responsáveis pelas seções administrativas, das mais diversas áreas, como ajudância, inteligência, comunicação social, gerência de instrução e atualização técnica”, revela a Sargento Bárbara. A 2° Sargento Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Sabrina Deccache Pacheco já atuou em diferentes Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo, tais como Controle de Aproximação e Torre de Controle. Apresentouse no Esquadrão Mangrulho no final de 2018, e agora atua como controladora na Circulação Operacional Militar. Ela diz que, mesmo com pouco tempo de atuação como controladora na defesa aérea brasileira, fica intensamente grata em desempenhar esse trabalho. Já teve a oportunidade de realizar diversos cursos na área de defesa aérea, futuramente, também terá
32 4º/1º 3º/1º GCC • 35 ANOS
oportunidade de desempenhar a função de operadora de guerra eletrônica e de controlador de combate BVR (Beyond Visual Range – Além do Alcance). “A presença de mulheres na Força Aérea Brasileira está aumentando todos os anos, somos responsáveis por trazer mais dinamismo e vitalidade. É muito gratificante inspirar outras mulheres a servirem à Pátria” – relata a Sargento Sabrina. Especialista em Eletrônica, a 2° Sargento Verônica Corrêa Procópio é a militar com mais tempo de serviço no Esquadrão e hoje é a única mulher que atua na área de telecomunicações. A militar serve no 40/10 GCC desde quando se formou na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) e, nesses oito anos, adquiriu valiosas experiências atuando como operadora e mantenedora dos equipamentos de telecomunicações da área do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Sua participação em diversas missões, dentro e fora da sede,
como a Cruzex Flight 2018 e a Ostium I, ratificou o espírito de equipe/corpo e o empenho de todos os envolvidos. “Tenho orgulho de pertencer ao Mangrulho, de estar junto aos meus companheiros de trabalho e fazer cumprir a missão de operar um Centro Diretor Aerotático (CDAT), de acordo com as necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira” – conta a Sargento Verônica. O percurso da 2° Sargento Especialista em Eletrônica Franciele Hundertmarck não foi diferente. Gaúcha de Santa Maria, ela atuou no 4°/1° GCC entre 2011 e 2014, e depois de servir no norte do Brasil, a militar retornou no início do ano ao Esquadrão Mangrulho. Encarregada do Planejamento Técnico, a Sargento Franciele tem a atribuição de tecer a gestão operacional e administrativa dos subsetores da Seção Técnica. “É recompensador contribuir com a chefia na organização dos deslocamentos do CDAT com o sistema radar TPS-B34, via aérea e/
Sargento Sabrina é controladora na Circulação Operacional Militar
Sargento Franciele é a Encarregada do Planejamento Técnico
ou terrestre, e ver que todo esse esforço é realçado com o empenho de nossos militares durante as missões” - afirmou a Sargento Franciele.
A atuação e a trajetória das militares do Esquadrão Mangrulho servem de estímulo e encorajamento para as mais modernas, além de serem fundamentais para a visibilidade das mulheres na carreira militar.
Sargento Verônica atua na área de telecomunicações
4º/1º GCC • 35 ANOS 33
LINCE DESTAQUE
Suboficial Pereira
Uma vida dedicada ao Mangrulho Os 35 anos de Esquadrão Mangrulho se misturam com a trajetória do Suboficial Reformado Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Valmir da Rosa Pereira.
Conhecido como 36, devido ao seu LINCE, o qual representa o código vitalício que os controladores de interceptação e de combate recebem para utilizar nas missões de Defesa Aérea, o Suboficial Pereira é um dos adjuntos a chefe controlador em atividade mais antigos da Força Aérea Brasileira (FAB) e o militar com mais tempo servindo no Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle ( 4°/1° GCC - Esquadrão Na EEAR – capacitação em controle convencional
34 4º/1º 3º/1º GCC • 35 ANOS
Mangrulho). Por isso, nessa edição, contaremos mais sobre a carreira e as memórias desse militar. Nascido em 10 de fevereiro de 1956, na cidade de Santiago (RS), Valmir da Rosa Pereira, desde criança teve interesse pela aviação. No dia 1º de agosto de 1974, o jovem Valmir ingressa nas fileiras da FAB, matriculando-se no Curso de Q AT CV atual Curso de BCT (Básico de Controlador de Tráfego Aéreo) da Escola de Especialistas
de Aeronáutica (EEAR), sediada em Guaratinguetá (SP). No dia 9 de agosto de 1976, o então 3° Sargento Pereira apresentava-se no Núcleo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (NuCINDACTA), sediado em Brasília, hoje CINDACTA I. Lá serviu durante dez anos, sendo transferido, em 6 de fevereiro de 1986, para o Esquadrão Mangrulho. No período em que trabalhou no atual Primeiro Centro de Operações Aéreas Militares (COpM I) foi bastante gratificante e aprendeu muito sobre o controle de tráfego aéreo e, principalmente, sobre as técnicas de interceptação. “Lembro também do espírito de amizade que havia na equipe. Com o apoio mútuo e diretivas dos oficiais, realizamos com excelência todas as missões atribuídas” - conta o Suboficial Pereira. Em julho de 1985, foi para Roma, na Itália, quando participou de um curso operacional relativo aos sis-
temas dos radares tridimensionais transportáveis (Mobile Reporting System - MRCS-403). Posteriormente, foi transferido ao, então recém-criado, Esquadrão Mangrulho, contribuindo para o recebimento e a operação do MRCS-403. Ele iniciou, junto com a equipe técnica, a montagem e o recebimento operacional do radar MRCS403, em 1986. “Uma característica importante da operação deste sistema era a relação entre o controlador e o técnico, onde o operador poderia ajustar, com o técnico responsável, o sistema do MRCS-403, de acordo com as especificações de cada missão”, revela Pereira. Nesses 34 anos de trabalho no Esquadrão, Pereira participou de inúmeras missões tais como OPERAER 87, que foi o primeiro deslocamento fora de sede do 4°/1° GCC; CRUZEX II, VEMBRA II, PARBRA I. Foi condecorado com a Medalha Mérito Santos-Dumont (2007) e com a Ordem do Mérito Aeronáutico (2008). Além de contribuir com as missões da FAB, o Suboficial Pereira compartilha sua experiência durante as instruções nos cursos de formação de novos controladores de defesa aérea. Participou de várias operações da FAB nos COpM e no Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), mas também, teve a oportunidade de ministrar aulas nos cursos de controle de tráfego aéreo militar, atividade que o deixa muito orgulhoso. “Além de trocar experiências com instrutores e alunos, pude aprimorar as técnicas de controle, que é de extrema importância para o sistema de defesa aérea. É uma grande sa-
Na comemoração pelos 30 anos de serviços prestados ao 4°/1° GCC, o Suboficial Pereira recebe a homenagem do Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo, ex-comandante do Esquadrão Mangrulho
tisfação encontrar os amigos LINCES e também de ser lembrado por ter dado instrução e trabalhado na sala operacional” Com o título de Vitalício de “Mangrulho 22”, o qual os militares do 4°/1° GCC recebem após trabalharem em prol do Esquadrão, o Suboficial Pereira sempre demonstrou maestria e comprometimento durante o seu trabalho no controle de tráfego aéreo e na condução da seção de opera-
ções do Esquadrão Mangrulho. “É difícil dimensionar o orgulho que sinto com o crescimento profissional e pessoal e, ainda, poder conviver com todos os que fazem parte do controle de tráfego aéreo neste grande País. Agradeço ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), ao 1º GCC e aos Mangrulhos, que com dedicação, conseguimos engrandecer este Esquadrão” - expressa o Lince 36. A formatura na EEAR
4º/1º GCC • 35 ANOS 35
36 4ยบ/1ยบ GCC โ ข 35 ANOS