Revista Aeroespaço Edição Especial 10 anos do CGNA

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Revista Aeroespaço Edição Especial 10 anos do CGNA 10º Aniversário CGNA

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CGNA

3 - Editorial 4 - CGNA - Uma história para contar 6 - Gerenciando o Fluxo de Tráfego Aéreo 8 - Gerenciando o Espaço Aéreo 9 - Apoio às Decisões Colaborativas

13 - SIGMA - inovação para voar 14 - CGNA em números 16 - O poder da informação 18 - Os enxadristas do planejamento estratégico 20 - Divisões de apoio à operacionalidade 22 - Buscando o melhor tempo 23 - Uma questão de Doutrina 24 - Missão para Masters - Gerenciando grandes eventos 26 - Portal do CGNA 28 - O Salão onde tudo acontece 29 - Galeria de Ex-chefes

Expediente Revista Especial Comemorativa ao 10º Aniversário do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), produzida pela Assessoria de Comunicação Social do DECEA Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas Chefe do CGNA: Coronel Aviador Ricardo Luiz Dantas de Brito Assessor de Comunicação Social do DECEA: Coronel Aviador Rfm Paullo Sergio Barbosa Esteves Oficial de Comunicação Social do CGNA: 1º Ten Esp CTA Eduardo Araujo da Silva Equipe de Comunicação Social do CGNA: 2S SIN Roberta Helena da F. Gomes e Civil RP Cristina Gonçalves da Silva Coordenação Editorial: Telma Penteado (RJ 22794 JP) Diagramação/Projeto Gráfico: Filipe Bastos (RJ 26888 JD) Fotos: Fábio Ribeiro Maciel (RJ 33110 RF) / Luiz Eduardo Perez (RJ 201930 RF) Editado em: Dezembro de 2017

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Editorial Após três anos servindo no Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), Unidade pela qual tenho profundo carinho e admiração, devido ao profissionalismo e à abnegação dos militares que ali trabalham, de repente me vi com a possibilidade de fazer parte do time do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA). Em março de 2008, apresentei-me ao Comandante do Centro, Coronel Aviador Gustavo Adolfo de Camargo, sendo designado como Chefe da Agência de Monitoração do Caribe e América do Sul (CARSAMMA). Esse período foi essencial, pois me proporcionou um amadurecimento gradativo e, assim, assumi minhas funções como Adjunto da Unidade de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFMU), e logo depois, em 2011, a chefia desta mesma seção. O tempo foi passando e, apesar de ainda ser possível comparar o Centro a uma criança, devido ao seu pouquíssimo tempo de existência, uma série de grandes eventos começou. Sem nenhum conhecimento prévio, o CGNA se viu incumbido de gerenciar o planejamento do tráfego aéreo para a RIO+20 e suas inúmeras autoridades. Na sequência, vieram os Jogos Mundiais Militares e a Jornada Mundial da Juventude, inclusive com a visita do Papa. E não paramos mais: Copa das Confederações, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Era o Gerenciamento de Tráfego Aéreo e a Defesa Aérea atuando ao mesmo tempo, em prol da manutenção das áreas de segurança com o mínimo de impacto na aviação civil. O período foi marcado por uma total entrega do efetivo que, juntamente com autoridades de diversas instituições, civis e militares, cumpriu com excelência sua missão, evidenciando o sucesso da nossa maior característica como órgão de gestão de fluxo – a prática da Tomada de Decisão Colaborativa (CDM). No ano de 2017, o Centro inicia os trabalhos com o objetivo de retornar às origens e voltar a viver pura-

mente o gerenciamento de fluxo. O desafio parece menor se comparado aos grandes eventos, mas se demonstra tão grande quanto antes. Praticamente 10 anos se passaram e a necessidade de reestruturação do CGNA é não somente inevitável, mas imprescindível. Os desafios estão todos aí, à nossa porta. Uma reestruturação tão profunda tem ratificado que o Centro se dirige a um novo patamar, em direção às novas tecnologias, inovações, quebras de paradigmas e aos novos conceitos. Diante disso, o processo de decisão colaborativa continua demonstrando sua inquestionável importância, passando a coexistir em um contexto no qual os indicadores terão cada vez mais influência sobre as decisões estratégicas e medidas ATFM. Cabe ressaltar que a implementação de Softwares, cada vez mais avançados, também contribuirá para o aprimoramento da nossa capacidade de gestão. O Centro está pronto, as pessoas estão motivadas e o foco na nova estrutura é o cerne da nossa rotina atual. É exatamente essa história, de grandes desafios, conquistas e muito aprendizado, que conta esta Edição Especial. Navegue conosco por cada seção do CGNA e descubra quão grande e nobre é a nossa missão.

Coronel Aviador RICARDO Luiz Dantas de Brito Chefe do CGNA 10º Aniversário CGNA

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CGNA

uma história para contar

Por: Telma Penteado Eram sete horas da manhã quando o Doutor Rodrigues chegou ao aeroporto de Congonhas para fazer seu check-in. Sua reunião com colegas para debater os últimos itens do Congresso Internacional começaria pontualmente às 10:00, num hotel em Brasília. Ao seu lado, estavam animadas cinco jovens que iriam pela primeira vez a Manaus para visitar parentes e conhecer os currais dos Bois Garantido e Caprichoso. Junto a este grupo, dezenas de pessoas conversavam sobre suas viagens no saguão do aeroporto, enquanto, lá fora, uma forte chuva caía. Como se não bastasse, logo cedo, às sete e meia, uma aeronave teve uma pane ao pousar no aeroporto de Viracopos, em Campinas, interditando a pista por tempo suficiente para causar transtornos na grade horária de pousos e decolagens. No entanto, alheios às consequências destas circunstâncias, todos os passageiros entraram em suas respectivas aeronaves e partiram, felizes, para os seus destinos. Tudo isso foi possível acontecer devido a um grandioso organismo que gerencia, sustenta, opera e mantém o fluxo de tráfego aéreo ordenado e seguro, o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Há dez anos, com tecnologia de ponta e alta qualidade profissional, uma unidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) – órgão central do SISCEAB – orquestra 4 10º Aniversário CGNA

esse fluxo, atentando para cada aerovia, para cada aeronave, atuando prontamente em cada situação, na busca das melhores práticas, com o menor impacto possível para todos os usuários. Esse órgão é o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea – CGNA. E esta edição em suas mãos conta a sua história. Com a missão de assegurar o balanceamento entre a capacidade de atendimento do SISCEAB e a demanda dos movimentos aéreos do país, o CGNA teve sua concepção proposta e aprovada ainda em 1998, sendo oficialmente criado em 31 de agosto de 2005 e ativado em 31 de agosto de 2007. O fator determinante para sua existência foi o crescimento da atividade aeronáutica nos aeroportos e no espaço aéreo. Assim, na virada do século XX para o XXI, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) assumiu a missão de estabelecer o CGNA, justamente por compreender a relevância da concentração das atividades relativas ao Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM). Uma das mais jovens unidades do DECEA, criada pela Portaria nº 1003/GC3, o Centro é reconhecido por sua excelência em planejar estrategicamente e, também, pelo seu potencial de pronta reposta – condições básicas do trabalho desenvolvido pelos 220 profissionais, entre civis e militares, que compõem o efetivo.


Sua ativação tornou realidade o gerenciamento do fluxo

Trabalhando estrategicamente na fase de planejamento

de aeronaves, modernizando, assim, o contexto do ATM

dos voos regulares e, de forma tática, durante as ope-

nacional, o que otimizou o trabalho em equipe e a relação

rações diárias, o CGNA busca minimizar os impactos de-

entre pilotos e controladores de voo, proporcionando ou-

correntes da flutuação do equilíbrio entre capacidade e

tros benefícios, como uma maior economia de combustí-

demanda, a fim de garantir a segurança das operações, a

vel e o aumento da segurança operacional.

regularidade e a pontualidade dos voos.

Nesse contexto de expressivo e contínuo crescimento

Dessa maneira, gera-se mais eficácia e rapidez na circu-

da aviação mundial, países continentais como o Brasil se

lação do tráfego aéreo brasileiro, permitindo que as aero-

tornam pontos estratégicos de suma importância para os

naves cumpram seus perfis ideais de voo sem espera no

setores econômicos em ordem global.

solo ou no ar.

As empresas aéreas aumentaram o espectro de suas

Para se ter ideia da dimensão desse trabalho aqui rea-

atuações, gerando entre outras demandas a criação de

lizado, tenha em mente que, ao longo de um ano, cruzam

novas rotas e a constante evolução do tráfego aéreo. O

pelos céus do Brasil mais de 100 milhões de passageiros,

fluxo de movimentos aéreos é mesmo colossal.

e que as coordenações feitas permeiam aproximadamen-

Mais do que nunca, o CGNA se afirma como peça indispensável desse sistema, atuando diuturnamente junto à

te os três mil e oitocentos aeródromos espalhados em nosso território nacional.

monitoração das operações aéreas, às indicações de “gar-

Alinhadas com seus valores de utilidade, credibilidade

galos”, aos registros dos dados de interesse, à geração de

e capacidade de pronta resposta, suas atividades são de-

indicadores e concessão dos Horários de Transporte (HOTRAN),

senvolvidas com afinco por seus profissionais, cujas his-

visando à qualidade dos serviços prestados pelo SISCEAB.

tórias serão contadas a seguir.

Nesse sentido, os maiores beneficiários são as empresas

Bem-vindos a bordo.

aéreas, os passageiros e a aviação geral.

Uma ótima leitura e uma boa viagem!

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Gerenciando o Fluxo de Tráfego Aéreo Por: Tenente Eduardo Silva

Nos últimos anos, observou-se um aumento progressivo na demanda do transporte aéreo em escala global e, consequentemente, esse fato ocorreu também no cenário nacional. A aviação evoluiu muito em termos tecnológicos. Aeronaves cada vez mais pesadas, maiores e mais velozes passaram a cruzar os continentes. A utilização desse meio de transporte tem sido intensificada, ao passo que se torna mais acessível aos diversos usuários. Dessa forma, visando promover a cultura da segurança, ordenamento e fluidez das operações aéreas, surgiu a necessidade de um serviço que pudesse gerenciar o fluxo de aeronaves, no tocante à antecipação das ações e das medidas em prol da erradicação dos impactos. Um dos maiores problemas enfrentados pelos passageiros é o atraso dos voos, esse tipo de impacto pode ser ocasionado por congestionamentos, não só em aeroportos, mas também nos setores do espaço aéreo que, por serem finitos, acabam atingindo a saturação pelo elevado número de sobrevoos. O que se espera é a pontualidade nas operações, bem como um fluxo contínuo, com o mínimo de restrições possíveis. As previsões acerca das rotas que serão percorridas e dos horários utilizáveis são de suma importância para que o gerenciamento seja eficiente. Sendo assim, torna-se imprescindível a prática do Gerenciamento de Fluxo de Tráfego 6 10º Aniversário CGNA

Aéreo (ATFM – Air Traffic Flow Management), serviço que, há décadas, já era executado nos Estados Unidos da América por meio do Centro de Comando do Sistema de Controle do Espaço Aéreo – ATCSCC, no âmbito da Federal Aviation Administration e na Europa, junto à Unidade Central de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo - CFMU, pela Eurocontrol. No Brasil, o órgão responsável pelo ATFM é o CGNA que, por meio da Seção de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (DO-1), pertencente à Divisão de Operações (DO), objetiva manter o balanceamento entre a capacidade declarada dos aeroportos e dos setores do espaço aéreo e a demanda de aeronaves prevista. As quatro fases desse processo podem ser descritas da seguinte maneira: Planejamento Estratégico – ocorre entre três meses e as 24 horas que antecedem o voo. As intenções de voo são entregues ao CGNA, sofrendo análises relativas às capacidades de pista e de espaço aéreo. É exatamente nesta fase que ocorre o início do processo de equilíbrio entre demanda e capacidade; Pré-tático – ocorre entre 24 horas e seis horas antes da operação. Esta é a fase de refinamento do planejamento estratégico. Visto que, durante a fase inicial, não é possível termos a precisão de certas informações que são atualizadas tempestivamente, o Pré-Tático, se encontra em uma esfera mais


próxima da operação e possui melhores e mais apuradas informações acerca da capacidade atualizada do sistema (pistas, auxílios à navegação, etc), da demanda real para o dia seguinte e, por fim, uma previsão meteorológica mais precisa. Utilizando-se todas essas informações, num contexto de CDM, é possível produzir o Plano Diário ATFM (em fase de implantação), o qual possui a finaliadade de planificar as medidas ATFM a serem implementadas no dia seguinte. Isso possibilita que todas as partes planejem melhor, contribuindo para a fluidez e melhoria dos serviços a serem prestados ao usuário final, o passageiro; Tático – etapa em que é colocado em prática o Plano Diário ATFM. Ocorre entre as seis horas que antecedem a operação até a hora do evento (Hora Zero). São realizadas as análises acerca do que foi planejado na primeira fase, com posterior julgamento sobre a implementação das medidas propostas e, mantendo a filosofia do CDM, a consequente aplicação dessas medidas; Pós-operação – é a fase em que são gerados os relatórios diários das atividades e debriefings da operação do dia anterior, visando a melhoria contínua do processo ATFM, por meio das lições aprendidas. O que se espera no Tático é a ratificação de tudo aquilo que foi planejado na primeira fase do ATFM. Porém, caso algum fator contribuinte modifique o cenário, é preciso que os gerentes estejam prontos para atuar de modo a reduzir os possíveis impactos. A DO-1 possui quatro subseções, quais sejam a de Planejamento Estratégico, Análise Pré-Tática, Análise Pós-Operação e o Salão Operacional. É por meio desses setores que as fases do gerenciamento de fluxo ocorrem no CGNA. Cabe ressaltar que no Salão Operacional, ambiente no qual acontecem as operações propriamente ditas, há três postos de gerência, conhecidos como Posições Operacionais. Essas posições são subdivididas em Gerência Regional, Gerencia Nacional e Gerência Nacional de Fluxo.

O Gerente Regional é o responsável por acompanhar e efetivar a aplicação de medidas táticas de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo (medidas ATFM táticas) dentro de sua área de jurisdição. Já o Gerente Nacional possui a incumbência de supervisionar a aplicação dessas medidas em toda área de responsabilidade do serviço ATFM nacional. O Gerente Nacional de Fluxo, por sua vez, atua na coordenação e no acompanhamento da aplicação das medidas. Em virtude das demandas de tráfego aéreo, os Órgãos Regionais – os quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e o Serviço Regional de Proteção do Voo de São Paulo (SRPV-SP) – ativam as Células de Gerenciamento de Fluxo (FMC) em todos os Centros de Controle de Área (ACC) e nos Controles de Aproximação (APP) de interesse do DECEA. Para que, em termos de ATFM, seja garantida a eficiência, a interação entre os Gerentes das FMC e aqueles que atuam no Salão Operacional deve ser constante e precisa. O CGNA tem envidado esforços para o contínuo aprimoramento do ATFM nacional. A pesquisa e os programas de capacitação vêm sendo diretrizes do próprio chefe do órgão. As medidas implementadas no Salão Operacional, por exemplo, são um produto das Decisões Colaborativas que, conforme a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), devem ser centradas num curso de ação e na busca de objetivos articulados entre dois ou mais membros da comunidade ATM. Vislumbra-se atender às necessidades, com vistas à melhoria do desempenho operacional. A prestação do serviço ATFM é um método que, necessariamente, requer fontes confiáveis sobre as previsões meteorológicas, informações aeronáuticas, os auxílios à navegação e, dentre outros, os sistemas integrados. As falhas, nesse sentido, podem impactar severamente o planejamento e a execução das operações.

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Gerenciando o Espaço Aéreo Por: Tenente David

A relação de equilíbrio entre a demanda de aeronaves e as capacidades declaradas dos elementos regulados é denominada balanceamento, base para a prestação do serviço de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo. Estabelecer esses valores, tanto de aeroportos quanto de setores do espaço aéreo, é uma das principais atribuições da DO-2, seção do CGNA conhecida como ASMU (Airspace Management Unit). Atualmente, a DO-2 se subdivide em quatro subseções: planejamento do espaço aéreo, capacidade do sistema de pistas, capacidade de setor ATC e análises de impactos e inoperâncias. Cabe à subseção de planejamento do espaço aéreo (PLAN) atuar no Gerenciamento do Espaço Aéreo (ASM) no nível estratégico, planejando as ações que serão tomadas pelo CGNA e órgãos ATC, otimizando a utilização das estruturas do espaço aéreo. A DO-2 representa o CGNA nas ações e nos projetos de implementação de novas estruturas de espaço aéreo gerenciadas pelo DECEA, bem como atua na definição do roteiro de ações a ser seguido nos dias críticos de mudanças sensíveis, grandes eventos ou eventos atípicos que ocorrem em localidades de grandes demandas. Além disso, a subseção de planejamento é encarregada pelo projeto de implementação do conceito FUA (uso flexível do espaço aéreo) no espaço aéreo brasileiro, desde a normatização que envolve o ASM flexível, passando pelas ações de divulgação do conceito entre os membros da Comunidade ATM, até as modificações nas operações envolvendo Espaços Aéreos Condicionados (EAC). As análises realizadas nesse setor envolvem a criação e a modificação de EAC em todo o espaço aéreo brasileiro, bem como o gerenciamento e o controle do banco de rotas preferenciais e alternativas. Essas ações servem para nortear a aplicação de medidas ATFM estratégicas, com vistas ao redirecionamento do fluxo de aeronaves para outros setores

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ATC, de forma colaborativa, por meio de reuniões periódicas nacionais e internacionais, conhecidas como “CDM Rotas”. Por capacidade aeroportuária entende-se o número de operações aéreas suportadas em um determinado aeródromo, no período de uma hora, levando-se em conta a infraestrutura dos componentes aeroportuários críticos (pista, pátio ou terminal de passageiros). A subseção de Capacidade do Sistema de Pistas é a responsável pela medição da capacidade do componente “pista” dos aeroportos do país. A subseção de Capacidade de Setor ATC, por sua vez, é a responsável pela medição dos valores de capacidade dos setores ATC de FIR e TMA em todo país. Nela são produzidos os valores conhecidos como “número N”, que permitem aos profissionais do ATC a prestação dos serviços de forma segura. Os membros dessa subseção realizam, conjuntamente com a subseção de Capacidade do Sistema de Pistas, as análises acerca dos impactos causados por modificações em Planos Diretores Aeroportuários e cadastramentos de novos aeroportos, por exemplo. Por fim, o setor de Análise de Impactos e Inoperâncias, que possui a incumbência de avaliar os possíveis impactos sobre a capacidade declarada dos elementos regulados nos casos de inoperâncias ou contingências, utilizando como principal ferramenta o mapeamento dos auxílios ligados aos Serviços de Tráfego Aéreo (ATS), é o responsável por apresentar um reporte diário das principais inoperâncias e impactos associados ao ATFM. As metodologias brasileiras de medição de capacidade aplicadas pela ASMU são referências mundiais entre os Estados-membros da ICAO, especialmente na Região CAR-SAM (América do Sul e Caribe). O Brasil é pioneiro na prestação do ATFM e na implementação do FUA, entre os Estados da região, contribuindo para um sistema ATM mais eficiente e interoperável a nível local e regional.


Apoio às Decisões Colaborativas Por: Capitão R/1 Carlos Para lidar com questões estratégicas que envolvem equipes multidisciplinares, o modelo de Decisões Colaborativas é mesmo o mais adequado. Afinal, quando falamos em autoridades envolvidas, falamos de profissionais do CGNA das diversas aéreas e de profissionais de outras organizações, como os das empresas aéreas. A Seção de Apoio à Decisão, conhecida como DO-3, é justamente a responsável pelos sistemas de apoio à decisão do CGNA, sendo composta por 3 subseções a saber: Subseção de Simulação, Subseção de Monitoramento de Operacionalidade e Subseção de Ferramentas Operacionais, que conheceremos a seguir. Subseção de Simulação (TAAM) Em meados de 2007, a ferramenta TAAM (Total Airspace and Airport Modeller© JEPPESEN) foi introduzida no CGNA com o objetivo de tornar este Centro capaz de preparar simulações em tempo acelerado, com vistas aos possíveis impactos que os grandes eventos pudessem gerar.

Mas como iniciar esses trabalhos com uma ferramenta poderosa e tão complexa? Assim, em 2011, iniciamos a formação dos primeiros desenvolvedores TAAM no âmbito do CGNA. Nessa ocasião, a equipe formada pelos militares e civis designados pela Chefia do Centro foi apresentada a um instrutor TAAM da empresa americana JEPPESEN. O curso de duas semanas foi ministrado totalmente em inglês. Nosso primeiro desafio, após o término do curso, foi simular as condições do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) em função da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Tal evento contou com representantes dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e com milhares de participantes dos mais variados setores da sociedade civil. Dessa forma, o objetivo da simulação foi avaliar impactos no aeroporto com relação aos locais de estacionamentos dessas aeronaves, bem como os impactos no espaço aéreo gerados por esses fluxos de chegadas e saídas, que antecederam e sucederam o evento.

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Confiantes, em função do sucesso desse primeiro desafio, passamos então para o segundo estágio: a XXVIII Jornada Mundial da Juventude que aconteceu de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, mais uma vez voltamos ao cenário do Aeroporto do Galeão mantendo o foco no espaço aéreo, em virtude do acréscimo do fluxo aéreo para esse aeroporto. Foram por volta de 2 milhões de turistas de todas as partes do mundo no período, sendo que 65% deles estavam aqui pela primeira vez. Quase que concomitante ao evento anterior, com o advento da Copa do Mundo FIFA de 2014, prevista para o período de 12 de junho a 13 de Julho, simulamos as áreas terminais das doze cidades sedes dos jogos da copa do mundo: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, analisando num momento anterior os procedimentos e rotas que adentrariam nas áreas vermelhas estabelecidas como áreas de segurança e, num momento posterior, os novos desvios e novos procedimentos propostos. Nesse contexto, também foram feitas várias simulações configurando aumentos nos fluxos de tráfego para os aeroportos das cidades sedes, objetivando medir impactos nos setores ATC e aeroportos nos dias dos jogos. Ao final de 2014, seguindo 2015 adentro, com os praparativos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 (RIO 2016), vários cenários de simulação foram testados em função das diversas áreas vermelhas (com restrições) estabelecidas para os eventos. Com exceção do futebol, todos os outros eventos esportivos foram realizados na cidade do Rio de Janeiro, portanto tivemos algumas restrições em alguns aeroportos, em vá10 10º Aniversário CGNA

rios momentos do dia e em dias variados, o que motivou a construção de novos procedimentos de chegadas e saídas e padrões de operações específicos em função das configurações das pistas em uso para os aeroportos afetados fins de mitigar os impactos nos voos regulares. Hoje, as simulações executadas por este Centro atendem ao DECEA e às demandas internas do próprio organização, especificamente àquelas oriundas da DO-2. Subseção de Monitoramento de Operacionalidade Para efetuar suas atribuições referentes as verificações das inoperâncias dos equipamentos das infraestruturas do espaço aéreo e das infraestruturas aeroportuárias, a Subseção de Monitoração de Operacionalidade necessita tomar conhecimento das inoperâncias registradas no relatório diário da equipe da posição operacional de monitoramento no Salão Operacional (SALOP), principalmente aquelas inoperâncias que possuam potencial para ocasionar impactos ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). É necessário, também, tomar ciência das inoperâncias programadas ou não programadas dos sistemas de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, que são comunicadas através de e-mail e/ou telefone, pelos órgãos competentes, e iniciar o tratamento das informações recebidas para então dar início ao processo de análise de impacto com o levantamento dos devidos dados técnicos das inoperâncias para serem repassados para a DO-2. A finalidade é a verificação dos impactos operacionais no fluxo de tráfego aéreo. A participação em briefings técnicos/operacionais, dentro


e fora de sede, com objetivo de fornecer e receber informações concernentes às inoperâncias, manutenções, revitalizações, paralizações e interdições do sistema de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária é essencial para o SISCEAB. Outra função dessa Subseção é atribuição, alteração e cancelamento dos códigos transponder (MODE-S) para as aeronaves de matrícula nacional. Todos esses registros são códigos discretos de 24 bits (endereçamento IP). Subseção de Ferramentas Operacionais A subseção de Ferramentas Operacionais é a responsável por monitorar o funcionamento, especificar requisitos e relatar as não conformidades dos sistemas às empresas desenvolvedoras dessas ferramentas de uso diário do CGNA, bem como manter toda as bases de dados dessas ferramentas. Utiliza-se a Gestão de Dados Geográficos (GDS) para a confecção da base de dados geográficos do Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos - SIGMA, após a análise e conferência, a cada ciclo AIRAC, das seguintes publicações: AIP, ROTAER, AIC, Suplemento AIP e também o monitoramento e conferência diária das modificações no espaço aéreo por meio de NOTAM. A atualização da base de dados é realizada através do subsistema GEA (Gerenciamento do Espaço Aéreo), um módulo do SIGMA. A GDS além de realizar as atividades acima, interage com outros setores do CGNA, da seguinte forma: - Realiza a atualização das capacidades dos elementos regulados como setores de Áreas de Controle Terminal (TMA) ou Regiões de Informação de Voo (FIR), grupo de setores de

TMA ou FIR e aeródromos, bem como, a prospecção de novos agrupamentos de acordo com os valores de capacidade informados pelos setores de capacidade da ASMU. - Realiza a atualização da base de dados do SIGMA referente ao cadastro de aeronaves (tipo de aeronaves e sua performance), permitindo a cinemática do voo, e também, cadastro de empresas aéreas. Informações são utilizadas pela CPVR, CPVA e PLCO. Estas atualizações são realizadas através do Cadastro Básico, um outro módulo do SIGMA. - Realiza a atualização do banco de rotas do SIGMA referente ao cadastro das rotas propostas em HOTRAN através do PLCO, rotas propostas pelos RPL através da CPVR e rotas preferenciais através do setor de Planejamento do Espaço Aéreo da ASMU. Essas atualizações são realizadas através do módulo Biblioteca de Rotas, um outro módulo do SIGMA. O trabalho realizado pela GDS é de suma importância para o serviço prestado pelo CGNA, pois as informações que são inseridas no SIGMA são disponibilizadas e consultadas por diversos setores operacionais do CGNA e também pelas FMC (Células do CGNA em outras unidades do SISCEAB). Os cadastros realizados pela GDS proporcionam aos usuários a visualização de gráficos de demanda dos diversos elementos regulados, que são utilizados para as tomadas de decisões no campo estratégico e tático. Por conseguinte, o cadastro de aeronaves e empresas, o cadastro de aeródromo e o cadastro de rotas são necessários para a inserção de planos de voo, de modo a contabilizar as intenções de voo no sistema, bem como a aprovação de Horário de Transporte (HOTRAN).

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SISTEMAS (SIGMA e TATIC) O sistema SIGMA (Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos) é a principal ferramenta utilizada pelos diversos setores do CGNA. Seus módulos são todos integrados entre si e com alguns módulos externos de outras ferramentas. Com ela o Gerente Regional pode prever o tático e emitir medidas de fluxo para mitigar possíveis impactos na circulação aérea do País. Nesse contexto, observa-se que a base de dados geográficas é de suma importância para o funcionamento desse sistema. O sistema TATIC FLOW (Total Air Traffic Information Control) é a ferramenta que possibilita aos gerentes regionais do CGNA maior visibilidade na operação dos aeroportos suportados, mostrando o posicionamento e os “status” das aeronaves ainda no solo, antes das decolagens e após os pousos, sendo um ativo importante para as operações diárias, principalmente nos horários mais congestionados e bem como nas condições meteorológicas adversas. 12 10º Aniversário CGNA


SIGMA inovação para voar Por: Sargento Mills e Sargento Schlick

O Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos (SIGMA) foi concebido com o propósito de maximizar a eficiência do SISCEAB de forma a minimizar os atrasos e otimizar os voos em todas as suas fases. O SIGMA, através dos seus dez componentes, integra dados de planos de voo, meteorologia, capacidade, espaço aéreo e operacionalidade da infraestrutura aeronáutica, a fim de gerar informações que permitam ações estratégicas, pré-táticas e táticas de modo a promover, da melhor forma, a utilização segura do espaço aéreo. Desenvolvido pela empresa Atech Negócios em Tecnologia S/A, do grupo Embraer, em parceria com a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), com o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e com o Subdepartamento de Operações (SDOP) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o SIGMA permite uma série de facilidades aos seus usuários tanto no preenchimento dos planos de voo, quanto no gerenciamento dos mesmos pelas autoridades responsáveis. A partir de 2011 iniciou-se o processo de centralização dos planos de voo no SIGMA, culminando com a implementação do plano de voo pela internet em 2016, proporcionando

transparência e um ganho operacional para todo o sistema, principalmente para o usuário. Esta nova maneira de preencher os planos de voo diminui significativamente os erros, uma vez que o próprio sistema conduz o processo oferecendo as opções de reposta para cada item do formulário. Devido à centralização dos planos de voo no SIGMA, tornou-se possível aplicar medidas ATFM de forma colaborativa, com a participação de todos os elos do SISCEAB de forma mais ágil, uma vez que o sistema é capaz de ajustar os planos de voo às medidas coordenadas. A abrangência do sistema e sua riqueza de detalhamento das informações é realmente inovadora. Com o SIGMA o piloto deve ser preciso na apresentação dos dados do seu voo para que não haja qualquer incompatibilidade que venha a impedir a realização de seu voo. Os próximos desafios dizem respeito à constante evolução da integração do SIGMA com o SAGITARIO (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional) e o TATIC, de forma a centralizar os dados garantindo maior confiabilidade das informações para o ATM. 10º Aniversário CGNA

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CGNA em números Por: Tenente Carolina e Civil Isabela

A Seção de Estatística do CGNA foi criada de forma estratégica em 2008 e veio da necessidade de dar apoio à chefia e às demais seções existentes, no tocante ao levantamento de dados estatísticos atrelados a atividade aérea e voltados para o ATFM. A missão da Seção de Estatística é retratar o comportamento da aviação brasileira por meio de indicadores quantitativos, demonstrando, no cenário nacional, informações relevantes ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania. No âmbito do CGNA, a Estatística é denominada D0-4, fazendo parte da Divisão de Operações. Trata dos assuntos relacionados às estatísticas de tráfego aéreo, ao planejamento, à coordenação e execução dos levantamentos de dados. É importante salientar que esse trabalho desenvolvido também é voltado para as atividades realizadas no Salão Operacional do Centro. A natureza da equipe é multidisciplinar, permeando várias áreas de conhecimento, com objetivo de atender às necessidades do órgão, como a geração de relatórios e os estudos aprofundados. Atualmente é composta por profissionais com formações em Estatística, Controle de Tráfego Aéreo, Relações Internacionais, Administração e Tecnologia da Informação. Estatística é uma parte da matemática aplicada aos dados que fornece métodos para a coleta, organização, descrição, análise e a interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões. 14 10º Aniversário CGNA

De modo geral, constitui um valioso instrumento para tomada de decisões através da utilização de técnicas avançadas de modelagem e métodos quantitativos para a solução de problemas complexos que demandem uma abordagem multi ou interdisciplinar. Dentre as técnicas estatísticas mais utilizadas estão as medidas de posição (média, moda e mediana) e de dispersão (amplitude, variância e desvio padrão), intervalos de confiança, análise do padrão dos dados, pontos discrepantes (outliers), séries temporais, modelos de previsões de demanda e recursos gráficos em geral. A equipe utiliza recursos tecnológicos para desenvolver relatórios de forma a atender às demandas internas e externas no menor prazo possível, reduzindo o tempo de pronta resposta. São muitas ferramentas utilizadas na produção dos relatórios. O objetivo é minimizar as interferências manuais e os erros nos processos. Utilizam-se por exemplo: softwares de armazenamento e processamento de dados, softwares especializados em técnicas estatísticas, dentre outros. A Seção conta com o acesso aos bancos de dados do Sistema Estatístico de Tráfego Aéreo (SETA MILLENNIUM), Banco de Informações de Movimentos de Tráfego Aéreo (BIMTRA), Sistema Integrado de Movimentos Aéreos (SIGMA) e Sistema de Monitoramento de Fluxo de Tráfego Aéreo (TATIC FLOW). Também é realizado o acompanhamento de estatísticas de órgãos afins, objetivando dispor de dados atua-


lizados acerca das atividades da aviação. Nesse contexto da aviação, mediante dados e informações do cenário operacional, a Estatística se apresenta como a ferramenta adequada para análise de tendências que envolvem os aeroportos e o espaço aéreo. A geração de indicadores também faz parte das demandas previstas para essa atividade. Durante os grandes eventos ocorridos no Brasil, nos últimos anos, a DO-4 atuou com protagonismo ímpar, fornecendo diariamente Boletins de movimentos (pousos e decolagens) e atrasos da aviação regular, para um melhor acompanhamento e uma ótima tomada de ações. Outra função exercida na Seção é o monitoramento dos movimentos de aeródromos brasileiros, das Áreas de Controle Terminal (TMA), Zonas de Controle (CTR) e Região de Informação de Voo (FIR). Os dados relativos aos Controles de Aproximação (APP) são coletados do Sistema de Tratamento e Visualização Radar (X-4000) e Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo (SAGITARIO), com o auxílio do Módulo Extrator do SETA Millennium e do Módulo off-line do SETA Millennium. Os dados inerentes aos Centros de Controle de Área (ACC) são coletados dos seguintes sistemas: X-4000, no ACC AO; e SAGITARIO, nos demais Centros. A coleta dos dados é realizada por meio do Módulo Extrator do SETA Millennium. Além dos relatórios produzidos, a equipe é responsável pela elaboração de um acervo de dados robusto conhecido como Anuário Estatístico de Tráfego Aéreo, que atualmente se encontra na 7ª edição, disponível no Portal Operacional do CGNA. Os dados disponibilizados permitem identificar padrões de comportamento, como tendência e sazonalidade,

existentes nos aeroportos e no espaço aéreo brasileiro. O Anuário, que reúne dados de diferentes fontes, sob responsabilidade do CGNA, é constituído de três seções - Aeródromo, TMA/CTR e FIR – e pretende ser uma importante ferramenta de apoio ao planejamento e à tomada de decisão, no aspecto da navegação aérea brasileira. Um dos principais objetivos da divulgação deste documento é refletir o atual comportamento da aviação brasileira através de indicadores quantitativos e, com isso, analisar o nível de atividade do modal aéreo nos principais aeródromos brasileiros, assim como nas TMA/CTR e nas FIR que compõem o SISCEAB Por fim, a DO-4 é responsável por apresentar dados relativos à evolução do tráfego de aeronaves, o que possibilita a identificação dos padrões de comportamento, como tendência e sazonalidade, em prol do consequente planejamento para incrementar novos recursos ou evitar que decisões sejam tomadas de forma errônea.

Produtos confeccionados regularmente pela equipe: - Anuário Estatístico de Tráfego Aéreo - Informe Diário de Atrasos - Informe Semanal de Atrasos - Relatório de Movimentos - Relatório Hora a Hora - Relatório de Cabeceira - Relatório de Movimentos de FIR - Relatório de Movimentos de TMA - Relatório de Movimentos de Aeródromo

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O poder da Informação Por: Tenente Fonseca

Vivemos numa era na qual a informação é extremamente poderosa, impactando estratégica, social, política e financeiramente em nossa sociedade. Desde a criação do CGNA, o Serviço de Informação Aeronáutica (AIS) vem desempenhando um papel importantíssimo em seu contexto operacional. O setor AIS está intrinsicamente relacionado com o ATFM, atividade-fim deste Centro, assegurando o fluxo de informações e dados necessários para a segurança, regularidade e eficiência da navegação aérea. O objetivo principal da Seção é garantir que os dados estejam corretos e confiáveis, e que não haja omissões, corrompimentos ou erros, que possam afetar o bom andamento do fluxo de aeronaves. Todo o trâmite de dados, desde a concepção, formatação, controle e distribuição, é desempenhado com profissionalismo e responsabilidade, características do profissional AIS. O que se espera é o tratamento e repasse de informações fidedignas. Para satisfazer a uniformidade e a consistência no fornecimento da informação e dados aeronáuticos, seguimos os conceitos estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), especificados no ANEXO 15, o qual versa 16 10º Aniversário CGNA

que todo país signatário da Convenção proporcionará serviços de informação aeronáutica à aviação em geral. Outra norma importante é o Doc 8126-AN/872 (Manual para os Serviços de Informação Aeronáutica) que explica as funções básicas de um AIS e descreve um tipo de organização-modelo que poderia ser adotado por um Estado para o AIS. Nesses 10 anos, o componente AIS sempre esteve presente em diversos setores no CGNA, entre as quais, podemos citar: Central AIS, Planejamento e Coordenação (PLCO), Central de Plano de Voo Repetitivo (CPVR) e Central de Plano de Voo Apresentado (CPVA). Porém, adequando-se à nova Proposta de Reestrutura Operacional (PRO), que está sendo aplicada no CGNA, o Serviço de Informação Aeronáutica ganha um destaque importantíssimo, passando ao nível de Seção e, junto ao novo organograma da Unidade, desempenha suas atividades de acordo com as diretrizes da Divisão Operacional (DO), com a denominação de OAIS (DO-5). A nova Seção se divide em duas subseções: a primeira, responsável por toda a parte inerente ao tratamento e a inserção dos planos de voo na base de dados do CGNA (DO 5-1); já a segunda, pela análise da informação aeronáutica (DO 5-2).


A Seção AIS do CGNA é responsável, também, por desenvolver produtos que venham municiar o ATFM, atuando nos segmentos estratégico, pré-tático, tático e pós-operação, contribuindo de maneira eficaz para cada uma dessas fases. A ferramenta base que propicia a geração de informações essenciais ao desenvolvimento dessas fases é o sistema SIGMA. Esse sistema, dividido em dez componentes, tem como seu principal elemento o Gerenciamento de Plano de Voo (GPV). O serviço AIS, além das funções previstas no CGNA, também está envolvido direta e indiretamente a outros órgãos e/ ou sistemas como a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO). O SIGMA é responsável por essa integração. É prestado apoio técnico-operacional à seis Centros de Informação Aeronáutica (C-AIS) e quatro Salas AIS Automatizadas (SAA), nas quatro Regiões de Informação de Voo (FIR) no Brasil. São Centros e Salas criados para atender a demanda de entrega de planos de voo por meio da internet. Outra interação importante ocorre com o recebimento e processamento dos planos de voo repetitivos – RPL. Nesse caso há uma prestação de serviço junto às empresas aéreas, as quais nos enviam suas intenções de voo, para que haja um melhor planejamento. Os dados são analisados pelos operadores, verificados também junto à ANAC e, ao final, encaminhamos toda a malha para os CINDACTA e INFRAERO. Como produto principal, utilizando o Plano de Voo Centralizado (PLN-C) como ferramenta, temos o tratamento dos

planos e mensagens correlatas que entram na fila de erro, alimentando a base de dados e deixando-a mais próxima da realidade do cenário da navegação aérea nacional, isso é essencial para que os Gerentes Regionais do Salão Operacional possam aplicar as medidas ATFM com precisão e segurança. Sendo assim, cabe ao profissional AIS estar sempre vigilante quanto ao correto manuseio da informação aeronáutica e ser proativo diante de possíveis alterações no cenário operacional. A PLCO e a CPVR atuam de forma estratégica no planejamento dos voos fornecendo previsibilidade da malha aérea, garantindo assim o balanceamento entre a capacidade e a demanda dos movimentos aéreos. Já a CPVA tem a missão de tratar os planos de voo e mensagens ATS que chegam na fila de erro do SIGMA e que precisam entrar no banco de dados do CGNA, a fim de se possuir um banco confiável e mais próximo da realidade do cenário nacional da navegação aérea. Visando evitar quadros de degradação, uma Central AIS é mantida no Salão Operacional do Centro. Os profissionais AIS dessa posição contribuem de maneira significativa para a harmonia operacional no setor. Eles estão dedicados a manter todo o arcabouço de publicações de informações aeronáuticas atualizado, confeccionando, inclusive, os PRENOTAM de competência do CGNA, conforme disposto na ICA 53-4. A Central também monitora os NOTAM imprescindíveis à operação.

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Os enxadristas do planejamento estratégico

Por: Capitão R/1 Jorge

Em uma metáfora que reforça sua complexidade, pode-se comparar o Planejamento Estratégico feito na PLCO a um jogo de xadrez, porém com uma significativa diferença, nesse jogo só existem vencedores. Se buscássemos fazer um exercício de síntese e escolhêssemos uma palavra que definisse o ponto fulcral no qual se apoia a prestação de um Serviço ATFM de qualidade, sem dúvida a previsibilidade imporia sua seleção pela sua vital importância. Prever a demanda dos tráfegos, quantificar antecipadamente o número de intenções de voo, são ações que não se configuram como um golpe de sorte ou uma escolha de números baseado em subjetividades, a previsão é, de fato, construída através de um trabalho árduo, eficiente e de elevado nível de comprometimento. Por meio de uma visão projetiva e das análises do SIGMA, consegue-se estabelecer uma previsão correta do número de voos a serem realizados, tornando factível a efetivação de ações que visam propiciar um fluxo de tráfego aéreo rápido, ordenado e seguro. Com o conhecimento da composição de uma demanda futura, é possível determinar, por exemplo, o efetivo de Controladores de Tráfego Aéreo (ATCO) necessário nas escalas operacionais dos diversos órgãos ATC, a fim 18 10º Aniversário CGNA

de se possa atender o número de tráfegos para cada dia com segurança, também se pode definir as medidas necessárias face a uma redução inopinada de capacidade em algum aeroporto, bem como diversas outras ações que propiciem a manutenção do balanceamento (equilíbrio entre demanda e capacidade). A Divisão Operacional do CGNA possui um setor específico para a execução do planejamento estratégico, que é feito de forma bem antecipada, por vezes, com mais de um ano de antecedência do evento de referência (como foi o caso dos Jogos Olímpicos Rio 2016). É nesse setor que chegam as diversas solicitações de intenções de voos das empresas que pretendam voar no espaço aéreo brasileiro. Cada solicitação que chega (um novo voo, uma alteração de voos já existente, um cancelamento de voo programado) é importada para o SIGMA que, através de vários cálculos automáticos, consegue aferir se existe capacidade para o voo pretendido, tanto no que se refere ao sistema de pistas, nesse caso estamos falando das operações de pouso e decolagem, quanto no espaço aéreo dentro dos diversos setores controlados pelos ACC e APP, compreendendo as fases do voo referentes às saídas de uma região, ao voo de cruzeiro e às chegadas aos destinos.


Embora o Sistema seja extremamente preciso para definir a existência ou não de uma determinada capacidade, cabe ao analista de intenção de voo desse setor analisar os demais fatores que possam influenciar no planejamento estratégico. Após os cálculos realizados no SIGMA, os pareceres são confeccionados levando em consideração a análise feita pelo Sistema e também outros fatores como, por exemplo, a previsão de obras para a temporada, a tramitação de outros pedidos que possam influenciar os demais, as solicitações específicas das empresas, as informações provenientes da pós-operação. De alguma forma, compor o planejamento estratégico se aproxima muito de um jogo de xadrez, essa metáfora, que reforça sua complexidade, é bem adequada para traduzir a alocação dos voos em cada aeroporto e sua movimentação dentro do espaço aéreo. Porém, nesse específico jogo de xadrez do planejamento estratégico só podem existir vencedores. Cada novo voo, cada nova posição ou movimentação influencia os demais eventos. O mover de uma peça acaba por gerar uma alteração nos demais, alterando toda a dinâmica no tabuleiro do planejamento. Cabe ao analista antever o que essas movimentações podem resultar no futuro, envidando esforços para prever os resultados e evitar um “Xeque-Mate” que, para o ATFM, pode ser traduzido como o próprio desbalanceamento.

Quando uma empresa solicita um novo voo, a troca de horário dentro de uma determinada temporada ou altera o voo para um novo destino, o CGNA entende que esse procedimento não se configura como uma simples inserção de dados dentro do sistema para sua atualização, para o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea essas solicitações são processos de extrema importância para o SISCEAB e todos os usuários do sistema. Todas as análises feitas pelo CGNA possuem grande relevância. Posicionar cada voo em seu lugar correto traz a certeza de que as capacidades estão sendo usadas em seu nível ótimo, entendendo-se como ótimo o atendimento pleno das solicitações das empresas sem prejuízo para a qualidade da prestação dos serviços ATS (Serviço de Tráfego Aéreo). Vislumbra-se a garantia de atendimento à demanda que configurada para o futuro. Nesse sentido, atendendo aos interesses das empresas, seguindo e otimizando as capacidades, e mantendo a qualidade do fluxo de tráfego aéreo, chega- se ao resultado pretendido: aquele em que todos ganham. Como foi descrito, as análises são feitas e os voos alocados nos horários solicitados, sempre dentro da capacidade medida pela ASMU. Dessa forma, a composição da demanda vai se definindo e, a partir de então, torna-se possível constatar uma série de importantes informações, tais quais: qual a aeroporto possui

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previsão de maior demanda, qual setor da FIR possui maior número de tráfegos previstos, quais os horários de maior e menor movimento, a quantidade de voos previstos por dia, os setores de aproximação que podem ter algum problema caso haja condição meteorológica adversa, dentre outros. Só por esses poucos itens exibidos aqui é possível perceber a fundamental importância de dar substância à malha aérea futura, de poder visualizar a sua configuração, para prever seu comportamento. É importante ressaltar que, do planejamento estratégico, não existe nenhuma questão que não possa ser solucionada. A equipe PLCO não executa essa tarefa sozinha, recebe o apoio das diversas seções e subseções para que o trabalho logre êxito. Essa perfeita sinergia entre as seções do CGNA é a base garantidora da qualidade e da eficiência do planejamento estratégico. Mas, além disso, o CGNA tem como doutrina a Tomada de Decisão Colaborativa, o CDM, que cria meios para, inexoravelmente, superar os obstáculos que possam surgir no caminho. Falando em superação de óbices, existe uma lenda que pode ser usada para definir a filosofia aplicada nas soluções encontradas dentro do Centro, lenda esta que envolve o rei da Frígia (Ásia Menor), Alexandre, o Grande. Conta-se que o rei morreu sem deixar herdeiro e que, ao

ser consultado, o Oráculo anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois, tal profecia acabou sendo cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. O novo rei, para não esquecer seu passado humilde, colocou a carroça, com a qual ganhara a coroa, no templo de Zeus, e a amarrou com um enorme nó em uma coluna. O nó era, na prática, impossível de desatar e por isso ficou famoso. O rei Górdio imperou por muito tempo, e, quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, mas não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria todo o mundo. Muito tempo se passou sem que ninguém conseguisse desatar o nó, até que Alexandre, o Grande, ouviu essa lenda ao passar pela região. Intrigado com a questão foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. Após muito analisar, desembainhou sua espada e, simplesmente, cortou o nó com sua espada. Lenda ou não, o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor, poucos anos depois. Para o CGNA, também não existe nó Górdio, impossível de desatar, novas ideias, ações colaborativas, visão do futuro e pensar “fora da caixa” sempre trarão a solução necessária para a manutenção da excelente qualidade do ATFM no Brasil.

Divisões de apoio à operacionalidade: Divisão Administrativa A Divisão Administrativa (DA) possui como atribuição assessorar o Chefe do CGNA nos assuntos relativos à esfera do pessoal militar, bem como diligenciar esforços para atender, com grau de excelência, quaisquer necessidades de recursos — pessoal e/ou material — para o andamento da rotina laboral deste Centro. Para que o efetivo mantenha o seu alto rendimento, é necessário que a DA esteja presente, monitorando e adotando medidas preventivas e corretivas de forma a atender às necessidades do efetivo, a fim de garantir o bom andamento das operações. Juntamente com a DA, existe o elo da Comissão de Segurança do Trabalho, principal responsável pela prevenção de acidentes e doenças decorrentes dos exercícios das funções, de modo a tornar permanentemente compatível o trabalho com a prevenção de riscos e a promoção da saúde e qualidade de vida. O que se busca, na verdade, é o cumprimento da missão do CGNA, ou seja, o gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo

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e do espaço aéreo, de forma eficiente, por meio da celeridade dos processos. Desse modo, é possível aliar o trato do acervo documental ao cuidado com aquilo que move todo o contexto operacional: o recurso humano.

Divisão Técnica A Divisão Técnica (DT), originariamente concebida como uma Divisão de Sistemas Operacionais, é responsável pelo gerenciamento, suporte técnico e manutenção de todos sistemas vitais à execução das atividades do CGNA. Destaca-se por sua capacidade computacional em hospedar e proteger informações e sistemas, inclusive infraestrutura de telecomunicações, não somente para este Centro, como para todo o SISCEAB, provendo serviços que vão do suporte à operacionalidade intrínseca da Organização até atividades de videoconferências em âmbito internacional. Vale ressaltar que o universo de atividades da DT contempla também apoiar a elaboração e coordenar a realização de projetos do CGNA.


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Buscando o melhor tempo Por: Tenente Rosette

A previsão do tempo se torna cada vez mais importante para os vários setores da sociedade, como a agricultura, a construção civil, a economia, a saúde pública e também o transporte. No cenário da aviação, podem ocorrer atrasos e cancelamentos de voos, ou mesmo incidentes/acidentes aeronáuticos, em razão das condições adversas do tempo. Há a necessidade de um enfrentamento às possíveis degradações, e, nesse caso, a previsão surge como a melhor ferramenta. Por isso, o conhecimento das condições futuras do tempo é um fator essencial para o planejamento de rotas aéreas seguras. Esse planejamento, sendo uma das fases mais importantes do voo, promove a antecipação de estratégias, com vistas a minimizar possíveis danos à operação. Na busca de um melhor aproveitamento do espaço aéreo, maior segurança e melhor utilização de recursos, as informações meteorológicas são de extrema importância no âmbito do SISCEAB, visto que condições meteorológicas adversas causam um grande impacto na malha viária. Por isso a necessidade de informações precisas e atualizadas sobre os fenômenos meteorológicos nos aeródromos e ao longo das rotas a serem percorridas. Assim, a meteorologia é vista como um elemento fundamental no sistema complexo que constitui o gerenciamento do fluxo de aeronaves e, portanto, é parte integrante do CGNA. 22 10º Aniversário CGNA

Dessa forma, a Meteorologia do CGNA, conhecida como D0-6 e parte integrante da Divisão Operacional, tem por objetivo elaborar e fornecer informações meteorológicas, apoiando o ATFM, sendo responsável pelo suporte na gestão das ações correntes desses processos e de infraestrutura relacionada, visando a suficiência e a qualidade dos serviços prestados no âmbito do SISCEAB e dos elos afins, em tempo real e a partir das intenções de voo. Atuando 24 horas por dia, com uma equipe composta de Previsores (oficiais) e Operadores (graduados), o serviço da Meteorologia no Salão Operacional do CGNA tem participação ativa na Célula de Coordenação e Controle (DCC), em prol da tomada de medidas ATFM, com informações meteorológicas reinantes para localidades onde haja a programação de eventos que envolvam a infraestrutura aeroportuária ou a previsão de aumento significativo de demanda. Essa interação ocorre por meio de briefings, relatórios e o constante monitoramento das condições meteorológicas. Além disso, a Seção de Meteorologia incentiva a capacitação de seu efetivo realizando indicações para cursos, missões, elaboração de seminários, pesquisas e o desenvolvimento de ferramentas capazes de fornecer informações mais precisas.


Uma questão de Doutrina Por: Sargento C. Rocha

Responsável pela prestação do serviço ATFM no Brasil, o CGNA busca, seguindo as recomendações da OACI, adotar as melhores práticas a partir das lições aprendidas, sem perder de vista a filosofia de Doutrina que, em seu significado mais amplo, se configura como um conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos, exposto de forma integrada e harmônica, destinado a estabelecer linhas de pensamentos e a orientar ações. A seção de Doutrina e Instrução Operacional (DO-7), já vislumbrada em 2014, pelo então Tenente-Coronel Aviador Ricardo Luiz Dantas de Brito, que era, naquele momento, Chefe da ATFMU, foi criada em fevereiro de 2017. A concepção da Seção veio ao encontro do planejamento do DECEA, que deu início em 2016 à implantação de uma estrutura para o fomento e controle da Doutrina Operacional junto aos órgãos ATC sob sua jurisdição. De acordo com os preceitos do Comando da Aeronáutica (COMAER), “a formulação doutrinária é fundamentada principalmente na experiência e deve refletir as melhores práticas até então conhecidas e aprovadas”.

Assim, dentre suas diversas atribuições, destacam-se: – acompanhar o desenvolvimento operacional do efetivo que atua no Salão Operacional, mantendo atualizadas as Ordens de Instrução (OI) e coordenando as atividades desenvolvidas; – participar da elaboração de procedimentos normativos para o gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, bem como das normas do ATFM e das cartas de acordo operacional entre o CGNA, as FMC e os órgãos ATC; – elaborar, atualizar e divulgar avisos e instruções operacionais, coordenando a realização de palestras e eventos, de forma a elevar o nível doutrinário do efetivo; e – coletar e analisar informações sobre a realização das missões de formação e manutenção operacional. Dessa forma, o CGNA segue firme no propósito de cumprir com excelência sua atividade-fim, qual seja, a prestação do Serviço ATFM no Brasil, apoiando o DECEA na sua missão de planejar, gerenciar e controlar as atividades relacionadas com o controle do espaço aéreo, com a proteção ao voo, com o serviço de busca e salvamento e com as telecomunicações aeronáuticas do COMAER. 10º Aniversário CGNA

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Missão para Masters Gerenciando grandes eventos

Por: Telma Penteado

Planejamento, capacidade, aperfeiçoamento, sucesso e maestria. Se tivermos que definir em algumas palavras o trabalho realizado pelos profissionais do CGNA, nos grandes eventos ocorridos no Brasil nestes últimos cinco anos, estas certamente estarão entre as mais citadas. Rio+20 (2012), Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com a visita do Papa Francisco (2013), Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 – reunidos todos os eventos, os números impressionam: - Cerca de 20 milhões de turistas do Brasil e do mundo; - Mais de 109 mil voos, 90 aeroportos/aeródromos envolvidos; - Mais de 5 milhões de volumes de bagagens; - Aproximadamente 3 mil vagas para estacionamento de aeronaves; - Investimentos em obras nos principais aeroportos para dar suporte ao aumento da demanda (no Galeão, por exemplo, à época dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a capacidade mais que duplicada, com o emprego de uma verba de 2 bilhões de reais); - Mais de 150 dias de intensos trabalhos envolvendo o efetivo do Centro e todas as equipes das organizações 24 10º Aniversário CGNA

participantes, como: - Casa Civil; - Ministério da Defesa; - Ministério dos Transportes; - Ministério da Agricultura; - Comando da Aeronáutica; - Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA); - Secretaria da Aviação Civil (SAC); - INFRAERO; - Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC); - Receita Federal; - Polícia Federal (PF); - Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR); - Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA); - Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA; - Subdepartamento Técnico (SDTE) do DECEA; - Subdepartamento de Administração (SDAD) do DECEA; - Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP); - os quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV); - Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC); - Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) – PROSIMA


(treinamento de controladores de tráfego aéreo); - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); - Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO); - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA); - Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER); - Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CECOMGEX); - Petrobras; - Comitê Olímpico Internacional (COI) - Seção de Meteorologia; - Seção de Estatística; - Empresas Aéreas (TAM, GOL e AZUL). - Ativação simultânea da Áreas de Segurança em diversas áreas sensíveis em todo território nacional; - Ampliação e alteração dos horários de funcionamento dos aeroportos; e Alinhada aos valores do CGNA, a Sala Master de Comando e Controle ativada em todas as ocasiões, funcionou ininterruptamente com a troca de informações e pronta resposta de todos os participantes, ratificando a eficácia das decisões colaborativas. Todo o sucesso destas robustas empreitadas se deve, sem sombra de dúvida, ao meticuloso e profundamente bem estruturado planejamento estratégico. De maneira colaborativa a Sala Master reuniu autoridades de diferentes órgãos que, juntos, deliberam sobre questões ligadas à segurança do fluxo de aeronaves e ao controle do espaço aéreo brasileiro durante a realização de grandes eventos. Ainda em 2011, já vislumbrando os grandes eventos que o Brasil sediaria ao longo dos próximos anos, o DECEA e o CGNA, levando em consideração a necessidade de planejar diversos setores para receber as crescentes demandas de tráfego aéreo, elaboraram o Plano de Ação para Grandes Eventos. O documento do Plano previu todas as ações dos órgãos de controle e de gerenciamento de tráfego aéreo antes, durante e depois dos grandes eventos da Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Uma primeira versão da Sala Master tenha se deu já em 2012, quando nove militares se reuniram para atuar na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Na sequência, em 2013, como já previsto, a Sala Master foi ativada para receber a Copa das Confederações e, mais adiante, a Jornada Mundial da Juventude, desta vez, num modelo mais complexo reunindo autoridades em um ambiente de plantão 24 horas voltado à coordenação de ações e tomada de decisões. Com o objetivo de unificar e padronizar os processos dos variados elos envolvidos, bem como concentrar informações e monitorar o fluxo de tráfego aéreo durante os mega eventos, as autoridades puderam utilizar a Sala Master para o gerenciamento de crises diárias e para a tomada de decisões

colaborativas, com o apoio de telões que indicam em detalhes a situação de pistas, pátio e terminais dos aeroportos das cidades-sede, bem como visualizações dos radares com as respectivas informações de voo e o posicionamento de aeronaves no espaço aéreo dessas regiões. Em 2014, como a realização da Copa do Mundo FIFA, a Sala Master ganhou uma reforma, tendo à sua disposição, além do banco de dados meteorológicos e de defesa aérea, uma grande tela de visualização do software SIGMA (Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos), com dados sobre a localização das aeronaves em sobrevoo tanto em nosso território, como em grande parte do Oceano Atlântico (FIR Atlântico), totalizando uma cobertura de 22 milhões de quilômetros quadrados. A novidade em 2016 para os Jogos foi o Sistema de Gestão de Voos Olímpicos e Paralímpicos (SGVOP), um software desenvolvido no CGNA que reúne todas as funcionalidades dos processos desenvolvidos. Uma curiosidade deste último evento foi o transporte de cargas vivas, que foram os cavalos que participarão das competições de Hipismo e Pentatlo Moderno. Os animais, que chegaram pelo aeroporto do Galeão, foram monitorados pela Sala Master e, uma vez que fazem parte das Delegações, receberam todo o cuidado que se fez necessário! Diante destes números e destas experiências tão singulares, testemunhamos a quantidade e qualidade do aprendizado adquirido. Todos estes ensinamentos enriquecem o trabalho e a expertise do efetivo, fortalecendo este ciclo. Isto porque, para dar conta destas demandas altamente exigentes, só tendo um efetivo profundamente qualificado e preparado. E, por consequência, depois destas vivências, o que era excelente, ficou ainda melhor. É mesmo um conhecimento que fica como legado, nos mantendo na vanguarda do gerenciamento da navegação aérea.

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Portal do CGNA

Por: Telma Penteado

Há décadas a internet vem facilitando a vida das pessoas

Encontrar informações fidedígnas acerca de normas, con-

de diversas maneiras, especialmente nos campos do estudo

tingências, capacidades de pistas e setores ATC, informa-

e do trabalho. Informações não faltam – o que, por vezes,

ções aeronáuticas e condições meteorológicas é uma tarefa

pode representar um grande problema. Observa-se que não

complexa que exige a convicção no tocante à veracidade das

é raro encontrar sites e blogs que replicam dados incom-

publicações.

pletos, equivocados ou até deturpados, compromentendo a qualidade das pesquisas.

Com o intuito de reunir numa só ferramenta todo esse conteúdo, o CGNA disponibiliza seu Portal Operacional com aces-

Saber navegar por meio da rede mundial de computado-

so na internet, com vistas a alcançar patamares elevados e

res é fundamental para que tais pesquisas sejam produtivas

notoriamente abrangentes. Espera-se que essa ferramenta

e, dependendo do propósito do trabalho a ser realizado, a

se torne uma referência internacional no campo da aviação.

responsabilidade pelas informações vai aumentando signifi-

As funcionalidades do Portal, somadas aos sistemas que

cativamente e a credibilidade da fonte é vital para assegurar

integram as operações de controle e defesa, são de suma

a veracidade dos dados.

importância para a manutenção da segurança e fluidez da

Um dos exemplos dessa necessidade é a garantia da fidelidade dos dados no que tange ao ATM, visando o planejamento dos voos nacionais e internacionais, bem como a coorde-

navegação aérea. O acesso ao Portal Operacional na internet pode ser realizado por meio do seguinte link: http://portal.cgna.gov.br.

nação das operações aéreas durante os grandes eventos,

Disponível para os usuários do espaço aéreo, como pilotos,

como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, a Jornada

controladores de tráfego aéreo, companhias aéreas, órgãos

Mundial da Juventude e, mais recentemente, os Jogos Olímpi-

públicos afins, dentre outros entes vinculados à aviação, o

cos e Paralímpicos Rio 2016.

Portal apresenta diversas informações, tais como:

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– Estrutura do Espaço Aéreo Brasileiro; – Publicações aeronáuticas; – Briefings Meteorológicos; – Sistema de Tempo Severo Convectivo; – Monitoramento de obras e inoperâncias em todo o território nacional; – Contingências; – Capacidade de pista dos aeródromos; – Setorização em tempo real; – Medidas de ATFM; – Anuários estatísticos de tráfego aéreo; e – Dados relativos a eventos especiais e datas comemorativas Todos os dados são diuturnamente atualizados e disponibilizados de modo ostensivo, nos idiomas português, inglês e espanhol. Ressalta-se a relevância do Portal para a compreensão e o acompanhamento das quatro fases do ATFM, a saber: – planejamento estratégico; – pré-tático; – tático; e – pós-operação. A primeira fase, a do planejamento estratégico, tem início antes das 24 horas que antecedem às operações e está vol-

tada para a melhoria dos processos, com medidas proativas que permitem a flexibilidade e economia no que se refere às operações aéreas em condições normais. No pré-tático, que ocorre no período entre 24 horas e 06 horas antes da entrada em vigor das ações, o planejamento estabelecido na fase anterior é atualizado, com informações mais acuradas sobre a evolução da capacidade, levando-se em conta os dados meteorológicos, a infraestrutura da atual conjuntura, eventos especiais, dentre outras informações de alta relevância para as tomadas de decisão. A terceira fase, o tático – que se inicia 06 horas antes do início de um evento e perduram até o término das ações operacionais – tem por objetivo acompanhar o andamento das ações e, na ocorrência de fatores inesperados, empregar medidas mitigadoras de impactos no fluxo. Por fim, imediatamente após o término do evento, se inicia a fase pós-operação, na qual são analisados os dados obtidos nas fases anteriores, com o objetivo de aprimorar o planejamento e as execuções futuras. Como se vê, o Portal Operacional do CGNA é mais uma prova da qualidade e eficiência dos serviços prestados pelo DECEA, que constitui um legado a todos os usuários do espaço aéreo brasileiro.

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O Salão onde tudo acontece Por: Tenente Eduardo Silva

Gerenciar o fluxo de aeranves num País de proporções continentais é mesmo um grande desafio. Envolve equipes multidisciplinares e profissionais de diversas partes do território. E o mais importante: todos trabalhando em sintonia. Ordenar o fluxo de maneira segura, ordenada e sempre dentro de prazos apertados – o que demanda pronta resposta – é tarefa para equipes cujas decisões são tomadas de forma colaborativa. Essa equipe é a do CGNA. E esse ambiente é o Salão Operacional. Responsável pela fase tática do Serviço ATFM, executado no espaço aéreo brasileiro, o Salão Operacional fica sob a responsabilidade do Gerente Nacional (GNAC), oficial intermediário ou superior, Aviador (Av) ou Controlador de Tráfego Aéreo (CTA), auxiliado pelo Gerente Nacional de Fluxo, oficial CTA subalterno. O serviço é prestado pelos Gerentes Regionais, divididos em cinco gerências, cada uma responsável por uma das quatro Regiões de Informação de Voo (FIR) e uma dedicada a região compreendida entre o Rio de Janeiro e São Paulo, área com a maior densidade de voos do País. Os Gerentes analisam as previsões de demanda para até seis horas a frente e as restrições de capacidade que possam ocorrer, devido à meteorologia, serviços de manutenção, es28 10º Aniversário CGNA

peciais e quaisquer outras ocorrências que limitem a infraestrutura do espaço aéreo ou aeroportuária, em constante coordenação com as Células de Gerenciamento de Fluxo (FMC), presentes nos quatro ACC e nos APP do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. O Salão Operacional conta com as posições de apoio para informações sobre a previsão meteorológica (Meteorologia), monitoramento de NOTAM (Central AIS) e monitoramento da operacionalidade do sistema (MOSU), esta última sendo responsável por acompanhar todas as inoperâncias do espaço aéreo, incluído manutenções preventivas e corretivas bem como as previsões de restabelecimento de equipamentos em pane. Todas as decisões são tomadas de forma colaborativa, com a participação de representantes das empresas aéreas, administradores aeroportuários, Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), Banco Central (BACEN) e a Central Nacional de Transplante (CNT), responsável pela coordenação do transporte de órgãos para transplante pelo meio aéreo. O Salão Operacional atua 24 horas por dia, sete dias por semana, visando a melhoria constante do uso eficiente do espaço aéreo em prol da segurança, economia e sustentabilidade.


Galeria de Ex-Chefes

Cel Av GUILHERME FRANCISCO DE FREITAS LOPES De: 19 de Maio de 2005 Até: 09 de Março de 2007

Cel Av GUSTAVO ADOLFO CAMARGO DE OLIVEIRA De: 09 de Março de 2007 Até: 25 de Fevereiro de 2010

Cel Av ARY RODRIGUES BERTOLINO De: 22 de Março de 2012 Até: 27 de Fevereiro de 2015

Cel Av FÁBIO ALMEIDA ESTEVES De: 25 de Fevereiro de 2010 Até: 22 de Março de 2012

Cel Av LUIZ ROBERTO BARBOSA MEDEIROS De: 27 de Fevereiro de 2015 Até: 19 de Janeiro de 2017

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Gerenciar para que todos possam voar! 10ยบ Aniversรกrio CGNA

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