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Startups no saneamento: inovar para universalizar

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Inteligência

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Por Luis Felipe Macruz

Luis Felipe Macruz é graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Mackenzie e possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Já atuou na área de planejamento e execução de projetos de engenharia para saneamento e melhorias operacionais. Atualmente, atua como gestor de Planejamento, Controladoria, Finanças e Qualidade na Sabesp e também como coordenador voluntário de Inovação na AESabesp.

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Startups no saneamento: inovar para universalizar

Antes de mais de nada, o quê é uma startup? Existem diversas definições, desde as mais “antigas”, da década de 1990, fruto da bolha da internet quando provavelmente o termo se popularizou, que significava empresa em estágio inicial de sua existência, até as mais modernas e aceitas: além de ser uma empresa jovem, possui um elevado grau de escalabilidade, crescimento exponencial, repetibilidade e alto grau de incerteza quanto ao seu futuro.

Vamos imaginar a Uber, mundialmente conhecida. Quando da ideia inicial, a empresa estava entrando num mercado altamente estruturado, dominado por diversos players (cooperativas, rádio táxi, grupos etc), com uma ideia que era pedir um motorista, que não era taxista, onde quer que você estivesse, pelo celular. Há alguns anos, se alguém mencionasse esta ideia, todo mundo duvidaria, certo? Está aí o elevado risco. Escalabilidade e exponencialidade: é possível repetir a Ideia praticamente para qualquer cidade do mundo e utilizando o mesmo aplicativo e recursos, portanto, a taxa de crescimento é muitas vezes de 3 a até mesmo 4 dígitos por ano. Para fi nalizar, a Uber abriu seu capital na bolsa de tecnologia americana com um valor de mercado de U$ 82 bilhões de dólares, uma empresa fundada em 2009.

Mas o que tem o saneamento com isso? Tudo! Há alguns anos, grandes empresas perceberam o poder das startups e que seria um grande benefício se aliarem a elas. Podemos citar como exemplo dois gigantes do setor fi nanceiro do Brasil. Criado em 2015 pelo Itaú e outro parceiro, o Cubo é o mais importante centro tecnológico de empreendedorismo da América Latina. De lá pra cá se originaram diversas soluções utilizadas pelo próprio banco e até mesmo em outras empresas do Brasil.

O Inovabra Habitat, o centro de startups do Banco Bradesco, que conta com empresa de mais de 20 setores de atuação coexistindo e convivendo em um mesmo ambiente, é um verdadeiro celeiro de inovações. Ou seja, quando vemos grandes players movimentando para uma direção, temos a validação de uma tendência.

Por enquanto, o saneamento ainda não tem seu CT de empreendedorismo, o INSAN ou coisa assim. Porém, vemos alguns movimentos em direção à aproximação com startups. Um fato muito relevante e amplamente noticiado pela mídia foi o Pitch Sabesp, no qual a Sabesp postou alguns de seus desafi os para que empreendedores trouxessem soluções (para saber mais, acesse: http://www.sabesp. com.br/pitchsabesp/#hp . O interessante é que diferentemente de empresas do setor privado, a modelagem do pitch teve que atender a toda a normativa jurídica a qual está sujeita uma empresa estatal. O resultado foi surpreendente e centenas de empresas se inscreveram.

Outro momento bastante relevante para o setor foi em 2018, com a criação do Iguá Lab, o programa de inovação da Iguá Saneamento que conecta o ecossistema de startups com os desafi os do setor para transformá-lo (mais informações neste link: https://igualab.com.br/).

Em 2019 tivemos também pela primeira vez na Fenasan o Espaço Startups, uma área onde startups puderam trocar experiências, conhecer melhor as necessidades do setor e oferecer seus serviços e soluções. Foram mais de 600 visitantes nos três dias de evento e esperamos uma edição ainda maior em 2020.

Estes são apenas alguns exemplos que podemos citar de como as startups estão atuando junto ao setor para trazer soluções inovadoras. Juntamente com as grandes companhias, poderão potencializar os resultados e contribuir para um Brasil onde todos os brasileiros tenham acesso ao saneamento.

Com inovação rumo à universalização!

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