Revista Destinos TAP 2016 by aftcomunicacao

DESTINOS PORTUGAL

A ARTE DE BEM RECEBER

Alentejo conquista turistas com sua hospitalidade

VIAGEM NO TEMPO

Centro de Portugal tem aldeias medievais e muita história para contar

ESTADIAS INESQUECÍVEIS

Hotéis charmosos e únicos seduzem visitantes por todo o país

SERRA DA

estrela

Paisagens naturais, história e muita tranquilidade a quase 2 mil metros de altitude

A oportunidade Ăşnica de viver uma

experiĂŞncia

plena de bem-estar no centro histĂłrico da cidade museu

Os hotéis M´AR De AR Muralhas, emoldurado pela muralha histórica, e M´AR De AR Aqueduto, construído seguindo os mais modernos conceitos de arquitetura e design contemporâneos, são opções ideais de hospedagem no coração de Évora Venha viver esta experiência!

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editorial DESCUBRA PORTUGAL Esta edição da revista Destinos TAP apresenta as belezas de Portugal como você nunca viu. Das praias selvagens ao topo nevado da Serra da Estrela, da cosmopolita Lisboa às exuberantes paisagens naturais ao seu redor, passando por monumentos históricos, restaurantes deliciosos, vilarejos charmosos e hotéis aconchegantes, ainda há muito a descobrir nas terras lusitanas. As próximas páginas revelam apenas uma parcela disso, mas será o suficiente para despertar a sua vontade de conhecer um destino tão encantador, que conquista cada vez mais corações. Além de ser genuinamente portuguesa, a TAP é a companhia aérea com melhores ligações entre o Brasil e a Europa, voando a partir de dez cidades brasileiras (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Natal, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) para 47 destinos europeus. Não há empresa melhor para te levar sobre o Atlântico, em direção aos amados destinos portugueses. De braços abertos, transformamos o trajeto em uma experiência única, com benefícios exclusivos, serviço atencioso e frota moderna. Boa leitura e boa viagem! Mário Carvalho Diretor da TAP para o Brasil e Argentina

REVISTA DESTINOS TAP | AFT Comunicação Integrada aftcomunicacao@aftcomunicacao.com.br

DIREÇÃO GERAL

DIREÇÃO DE ARTE

Fábio Torres

Adriana Scárdua

JORNALISTA RESPONSÁVEL

REDAÇÃO

DESIGNER

CAPA

Fernanda Silveira | MTB 4707 / MS

Gabriella Mosena

Jorge Bin

Serra da Estrela, Portugal

Em cada edição da Revista Destinos TAP abordaremos um novo destino na Europa. Direção de fotografia | Fotos do Centro de Portugal e Alentejo: Victor Carvalho

Sua próxima viagem merece uma parada histórica.

Agora, para qualquer destino além Portugal com a TAP, você pode parar em Lisboa ou Porto por até 72h sem custo adicional na tarifa e usufruir de benefícios exclusivos. Inclusive, para você voltar no tempo. Seja qual for o seu destino na Europa, descubra Portugal no meio do caminho.

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sumário

12 | 18 | 30 | 34 |

Serra da Estrela

36 | 64 | 68 | 78 |

Vinhos

Centro de Portugal

Aldeias históricas Vale do Côa

Entrevista: Ricardo Pereira Dicas de Lisboa Arredores da capital Descubra Portugal

40 6

Encantos do Alentejo

Rota Vicentina

Boa comida em Lisboa

CENTRO DE PORTUGAL

TERRA DE

encantos

Seja conquistado pelo charme incomparรกvel do Centro de Portugal

GUSTAVO MIGUEL FERNANDES / SHUTTERSTOCK.COM

Nazaré

CENTRO DE PORTUGAL

ara se encantar com o Centro de Portugal, basta conhecê-lo. Essa região do país é praticamente do mesmo tamanho que o estado do Alagoas, o que pode parecer pouco para os brasileiros, acostumados com um território gigantesco, mas seus 28 mil quilômetros quadrados oferecem infindáveis belezas e mais atrações do que se pode imaginar. Abrir os olhos nessa área das terras lusitanas é presentear-se com paisagens inesquecíveis. Desde as praias de areia branca, banhadas pelo imenso Oceano Atlântico, passando por jardins, vales e matas verdejantes, com espécies exóticas e raras e chegando à esplendorosa Serra da Estrela, o ponto mais alto da parte continental do país, a natureza oferece vistas que parecem perfeitas demais para serem verdade. Mas não é sonho, miragem ou apenas uma pintura muito bem-feita. Você terá certeza disso uma vez que respirar o ar puro do Centro de Portugal, sentir a luz do sol esquentando o seu rosto ou ouvir o farfalhar das árvores que se espalham por ali. Veja, respire, sinta, ouça. Depois aproveite: mergulhe nos lagos, surfe nas ondas do litoral, pratique caiaque, canoagem, kitesurfe, windsurfe, rafting. Explore as trilhas dos parques, seja sobre as suas pernas ou duas rodas, faça trekking, escaladas, ciclismo. Mais do que esse contato direto com uma natureza de cores e formas cativantes, essa região de Portugal mima os seus visitantes com experiências e descobertas de um passado cheio de tradições e um presente repleto de cultura e rico em história. Prova disso são os cinco Patrimônios Mundiais da Humanidade da UNESCO, as 12 aldeias históricas e as inúmeras construções medievais que estão por toda extensão desse território. Impossível não imergir nas histórias que cada vila, aldeia ou cidade tem a contar, seja com seus castelos em ruínas ou pelas memórias de quem conhece cada detalhe da sua terra. Mas esse passado não é composto apenas por contos, causos e lendas. No Centro de Portugal, você poderá vê-lo nas gravuras rupestres do Vale do Côa, tocá-lo nas casas de pedra em meio às montanhas e senti-lo nos locais mais sagrados de Fátima.

Aveiro

A região vai além dessa viagem no tempo, claro. Viseu, Aveiro e Coimbra são destinos históricos e de muita tradição, mas com uma contemporaneidade ímpar: Viseu, com o incrível Museu Grão Vasco, Aveiro com seu roteiro de Art Nouveau e Coimbra com seus ares de cidade universitária. Tudo isso é permeado pelas duas coisas que os portugueses sabem fazer de melhor: comer e beber. Em cada ponto do mapa, pratos típicos da gastronomia local vão ganhar seu paladar e merecer cada elogio que sair de seus lábios para o bacalhau, o queijo da Serra da Estrela ou os famosos ovos-moles de Aveiro. E já que ninguém pode sair de Portugal sem provar dos seus vinhos, todas as refeições se tornarão inesquecíveis por serem regadas ao aveludado néctar produzido ali mesmo, em algumas das vinícolas mais importantes do país. Todos esses encantos vão te conquistar. Resta saber se você terá vontade de voltar para casa!

Santuรกrio de Fรกtima

SERRA DA ESTRELA

A MAIOR ATRAÇÃO DE PORTUGAL Serra da Estrela seduz visitantes o ano todo

Serra da Estrela é, literalmente, a maior atração de Portugal. Ou, pelo menos, a maior altitude da parte continental do país. Essa impressionante cadeia de montanhas atinge a altura de 1.993 metros, mas a cidade mais alta do país é Guarda, que está a meros 1.000 metros do nível do mar. Ou seja, acima dela, ainda há muita

cultura, história e outras maravilhas a explorar. É uma altura considerável, mas não é isso que faz os turistas perderem o fôlego, e sim o conjunto de belezas inacreditáveis. Esses 101 mil hectares das paisagens mais bonitas que você verá na vida fazem parte do primeiro parque natural criado no país, o Parque Natural da Serra

Serra da Estrela na primavera

da Estrela, que continua sendo a maior área protegida portuguesa até hoje. A Serra da Estrela não é apenas um maciço montanhoso. Recortada por vales, rios, rochedos, penhascos e lagos, ela atrai visitantes com vistas deslumbrantes, ar excepcionalmente puro, patrimônios muito tradicionais e diversas opções para

relaxar e aproveitar tudo aquilo que se vê. As trilhas, por exemplo, se estendem por quase 400 quilômetros de caminhadas revigorantes ou passeios de bicicleta vigorosos, que se enveredam em meio a uma natureza inesquecível e um silêncio delicioso, principalmente para quem chega do caos das grandes cidades. Campos verdes, cascatas vibrantes, picos de rocha imponentes contra o céu e vales glaciares são o suficiente para deixar qualquer um de queixo caído. Uma experiência sem igual na Serra da Estrela é seguir o curso de um dos grandes rios. As nascentes do Mondego e do Zêzere, os maiores rios a correrem em território totalmente português, são fascinantes, além de serem ideais para se provar um pouco de água incrivelmente pura. Da mesma maneira, também é possível percorrer a Rota das 25 Lagoas, caminho que passa por lugares tão bonitos que a imaginação nem é capaz de inventar. Ver as montanhas perfeitamente refletidas nas águas de um lago causam a sensação de estar dentro de um papel de parede de computador, porque nada daquilo parece real. Esse ambiente absolutamente deslumbrante convida os turistas a se sentirem em casa. Mas foi a frescura do ar e as baixas temperaturas que tornaram a cadeia de montanhas tão popular há alguns séculos. O termômetro estacionado em torno de zero grau em conjunto com o ar puro era considerado benéfico para a saúde dos tuberculosos, que iam para lá descansar e recuperar a saúde nas tradicionais casas de pedra granítica. Hoje, o sossego também é garantido nessas paragens, mas é possível fazê-lo com ainda mais conforto, em charmosos chalés de montanha. Embora seja perfeita para quem busca tranquilidade e o descanso absolutos, a Serra da Estrela é também um lugar que recebe inúmeros visitantes adeptos do turismo ativo. Quem não gosta de ficar parado e adora se integrar ao ambiente encontra nesta região portuguesa o verdadeiro paraíso. De Covilhã e Fundão partem passeios de mountain bike e o vale glacial do Zêzere e o Covão da Ametade são pontos perfeitos para uma boa escalada. Para ir mais além também existem outras opções, como a de voar de parapente, modalidade que sempre agrada os visitantes pelas vistas magníficas que proporciona, além de render um belo álbum de fotos. Por entre o verde e as rochas, as ricas fauna e flora da região fazem olhos brilharem. São árvores frondosas e flores selvagens, em campos sem fim habitados por lobos, javalis, raposas, coelhos e lontras e sobrevoados por aves como águias e falcões. Como não se encantar com tanta vida ao seu redor? 13

SERRA DA ESTRELA

PARAÍSO INVERNAL A Serra da Estrela é um destino para o ano todo. São muitos dias de sol no verão, que tem temperaturas mais altas e é perfeito para aproveitar muito bem todas as maravilhas da natureza, principalmente os rios e lagos. A primavera e o outono enchem as montanhas de cores diferentes e deixam as temperaturas mais amenas numa época em que os piqueniques ao ar livre são a melhor pedida. Mas é no inverno que as montanhas ficam branquinhas, e o seu topo atinge temperaturas nunca sentidas no Brasil, sempre do lado negativo do termômetro. É na parte mais alta da região, que se cobrem de neve em dezembro e janeiro, justamente quando os brasileiros estão se esbaldando em suas praias, que está a única estação de esqui do país. Suas 18 pistas se estendem por quase 12 quilômetros entre 1.854 e 1.984 metros de altitude. Nove delas são balizadas, e as outras nove, consideradas pistas naturais. A mais longa, a Pista da Torre, é também a mais difícil de todas. Percorre-se quase um quilômetro em um desnível de 132 metros, o que garante muita adrenalina aos esquiadores. Das outras oito pistas balizadas, quatro são classificadas como difíceis, duas fáceis e duas muito fáceis. Algumas delas têm até canhões de neve, para que a diversão não tenha fim. É verdade que Portugal não tem uma tradição forte no mundo do esqui, mas no quesito lazer e entretenimento, não deixa a desejar. Para quem adora frio e atividades na neve, como esqui, snowboard, caminhadas com raquetes de neve, passeios de trenó ou moto de neve, é uma escolha excelente. É possível até mesmo fazer um piquenique gourmet a 2.000 metros de altitude! Vale lembrar que a estação recebe muito bem quem ainda não sabe bem o que fazer, oferecendo aulas de iniciação e equipamentos para alugar.

Feito

na Serra

A vida nunca foi simples para quem vive nesta parte do território português. Além de estar isolada dos grandes centros urbanos do país, a Serra da Estrela ainda possui encostas muito íngremes e solos escassos para a agricultura. É por isso que esta região é, há séculos, o lar de pastores de cabras e ovelhas que vivem dos produtos gerados por elas. Tão tradicional é essa atividade, que a Serra possui até uma raça de cachorro nativa, o Cão da Serra da Estrela, tipicamente usado para guardar os rebanhos. E, se há ovelhas de sobra por lá, nada mais lógico do que os melhores produtos serranos usarem essa matériaprima. Dois deles são famosos no mundo todo: o queijo da Serra da Estrela e o Burel. Produzido com o leite de ovelha, o queijo cremoso é muito popular e tradicional no país. De sabor intenso e textura hipnotizante – com apenas uma casca de consistência mais dura, enquanto o seu interior é totalmente derretido e muito apetitoso – essa iguaria tem segredos que somente os produtores locais conhecem. A produção de queijo é artesanal, normalmente realizada por famílias de pastores que cuidam de cada detalhe desde a criação dos animais. Feito exclusivamente com o leite das ovelhas da raça Bordaleira, diferencia-se de outros queijos pelo método de fermentação da coalhada, feita com flor de cardo, que nasce em terrenos rochosos e é muito comum na região. O tempo e o cuidado dos queijeiros transformam a massa rica do coalho do leite em um dos melhores queijos de todo o país, em um processo lento e caprichoso que mostra que a paciência e o saber são os verdadeiros responsáveis por sua fama. Com um sabor rústico proveniente das tradições da região, o toque acidulado deste queijo deixa memórias no paladar. Vale prová-lo acompanhado do típico pão de centeio e também com um bom vinho português. O Burel, por sua vez, é um tecido feito com as lãs da

Queijo Serra da Estrela

Tear no Burel Factory e suíte do Casa das Penhas Douradas

Pé de cama em burel

Serra da Estrela, que são de qualidade excelente uma vez que as ovelhas comem apenas pasto natural e o uso de fertilizantes artificiais é totalmente proibido. Tecido artesanal português criado no século 11, o Burel era utilizado, inicialmente, nas capas dos pastores de ovelhas, principalmente por ser muito versátil e resistente. Mas os artigos tradicionais ficaram para trás nos últimos tempos, e hoje a Burel Factory acompanha todas as tendências da moda e produz de tudo, combinando toda a tradição do tecido com o design contemporâneo. Cobertores, casacos, meias, blusas, acessórios, almofadas e malas fazem parte do portfólio da fábrica, tudo feito em

teares ancestrais, alguns que ultrapassam uma centena de anos. O Burel é 100% lã, feltrado, resistente ao fogo, com elevado grau de impermeabilidade, isolante térmico, flexível e o mais importante: totalmente natural. De lã a fio, de fio a tecido e de tecido a peças inteiras, a produção é praticamente uma obra de arte. Uma manta feita nos teares antigos demora mais de dois dias para ficar pronta! Além de levar um pedacinho de Portugal para casa, ainda é possível conhecer toda a atividade em uma visita à Burel Factory. Esta é a última fábrica de lanifícios da vila de Manteigas, onde recriam o passado com muito carinho. Os que não podem ir até a Serra da Estrela encontram produtos de Burel em Porto e Lisboa. 15

HOTELARIA

suspire

INSPIRE, EXPIRE E É impossível não se apaixonar pela Casa das Penhas Douradas

combinação do ar puro da Serra da Estrela, com um hotel que é sinônimo de luxo discreto e paisagens de beleza inacreditável vai te deixar até sem fôlego. Encher os pulmões na região das Penhas Douradas é uma sensação inigualável. O ar fresco se une ao silêncio absoluto e à tranquilidade do lugar considerado o mais saudável do país, tornando uma visita até lá uma experiência genuinamente especial. A região com as maiores altitudes de Portugal já é apaixonante, mas a Casa das Penhas Douradas é ainda mais. Construída a 1.500 metros de altura em um enquadramento paisagístico de montanha único, é muito mais que apenas um lugar para dormir e merece cada uma de suas quatro estrelas:

é mágico em cada um de seus detalhes. A natureza intocada ao seu redor não é apenas o cenário – e que cenário! – deste estabelecimento. É também inspiração para os valores ambientais seguidos à risca neste hotel boutique que tem seu projeto arquitetônico baseado nas construções locais. Hospedar-se neste lugar é redescobrir a simplicidade das coisas. Quem chega estressado ou pilhado da vida na cidade deixa tudo para trás assim que sente a vibração do ambiente confortável, com uma decoração de formas e linhas suaves e lindas luminárias retrô que exploram as cores e a luminosidade de modo quase etéreo. É deixar as malas serem levadas para o quarto e esquecer

todos os problemas. “Que problemas?”, os hóspedes se perguntam enquanto comem uma fatia de bolo quentinho, recém-feito, com uma boa xícara de chá, apreciando a vista espetacular da Serra da Estrela num confortável sofá da sala de estar. Se é verão, aproveitam-se os jardins, a brisa suave e o calor do sol, quem sabe até desfrutando de um piquenique gourmet. No inverno, as lareiras acesas deixam tudo mais aconchegante, e a neve lá fora encanta tanto quanto a equipe pra lá de simpática que parece ter o maior prazer do mundo em receber visitantes. O Parque Natural da Serra da Estrela cobre-se de neve no inverno, de flores na primavera, de verde no verão e dourado no outono, mas não importa a cor da paisagem: sempre há muito o que fazer. Partindo da Casa das Penhas Douradas, há mais de 250 quilômetros de trilhas e percursos de mountain bike, que, nos períodos mais quentes, são a maneira perfeita de conhecer seus recantos, cumes e vales, e só não ganham de um bom mergulho nos rios e lagos ou um passeio de caiaque. Ainda é possível explorar todos esses cantinhos especiais em épocas mais frias, mas talvez seja necessário usar raquetes de neve. Aliás, a neve é farta para quem gosta de esquiar. Mas se a vontade do dia for descansar, o spa do hotel é a pedida certa e a escolha é sua: piscina aquecida com vista panorâmica para as montanhas, sauna ou massagem? As opções também incluem massagens ao ar livre e outros tratamentos. E para completar a estadia perfeita, o chef Luís Baena desenvolveu menus que acompanham as estações do ano, garantindo refeições que inovam os produtos regionais com um toque irreverente e são uma experiência gastronômica única. Mais um entre os inúmeros motivos que te farão suspirar neste pequeno tesouro português.

Sala de estar e SPA

ALDEIAS HISTÃ&#x201C;RICAS

UM MERGULHO

história Roteiro pelas Aldeias Históricas de Portugal é uma viagem ao passado

Sortelha 19

ALDEIAS HISTÓRICAS

ercorra ruas estreitas de paralelepípedos, desfrute de uma beleza única e mergulhe em uma natureza quase intocada. O resto é história. Literalmente. As Aldeias Históricas de Portugal vão te levar em uma viagem pelo passado de 900 anos do país. São 12 ao todo, localizadas na região nordeste do Centro de Portugal: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. A proximidade com a fronteira espanhola explica quase tudo o que se encontra nesses pequenos tesouros do território português. Esses pontos ínfimos no mapa certamente não passaram despercebidos para os primeiros reis de Portugal, que ajudaram a povoar essa região e ali construíram castelos, muralhas e fortalezas para proteger o

território dos inimigos da Espanha. São esses monumentos que hoje se destacam nessas aldeias, junto a torres, casas de pedra, capelas, igrejas, palácios, casas senhoriais, fossos e pelourinhos que contam histórias memoráveis, permitindo que você se coloque onde, em outros tempos, os soldados se enfrentaram em batalhas decisivas. Da fascinante arquitetura medieval à magnífica paisagem dos campos ao redor, as aldeias oferecem muito para ver, sentir e viver. Perfeitas para serem descobertas a pé, dão aos visitantes uma experiência genuína junto a um povo autêntico de cultura enriquecida com testemunhos de séculos. Conhecer uma dúzia de lugares que mais parecem saídos de contos de fada é a garantia de uma viagem inigualável, mas, se não houver tempo para apreciar todos eles, visitar ao menos cinco certamente tornará o roteiro inesquecível.

OS ENCANTOS DE SORTELHA Sortelha é puro charme. Protegida por um anel de muralhas, tem o casario de granito espalhado à sombra da altiva torre de menagem, como um anfiteatro. O castelo, a 760 metros de altitude, coroa a aldeia numa localização estratégica de controle de todo o vale. Talvez esta seja a parada que rende as melhores fotos de toda a região, seja pelo encanto das casinhas de pedra de dois pisos que sobem e descem o morro em torno do castelo, seja pela vista impressionante que se tem de alguns pontos da aldeia. Sortelha é, certamente, uma das aldeias mais bonitas de Portugal. O verde se destaca por entre o cinza predominante do granito, dando cores vivas a esse pequeno povoado. A paisagem tem uma beleza selvagem, com grandes rochas e matas de castanheiros. Fora das muralhas, o povoado cresce moderno, com casas diferentes do modelo tradicional de pedra, permitindo que os visitantes vejam o contraste dessa atmosfera medieval com construções mais contemporâneas. O relevo acidentado e a pouca vegetação levam o vento e a chuva a modelarem as formações graníticas, que adquirem formatos curiosos e fantasiosos, como a conhecida Cabeça da Velha, uma rocha que se assemelha a um rosto envelhecido pela idade. Essas associações alegram a história da aldeia, muitas delas ganhando até lendas. Uma parada em Sortelha não precisa de um dia todo. Na verdade, o ideal é aproveitá-la na passagem para o seu próximo destino. No entanto, só porque você não vai pernoitar por ali, não significa que você não pode desfrutar de alguns petiscos e um bom vinho português! 20

• Castelo e muralhas • Passo da Via Sacra • Ruínas da igreja matriz • Capelas de São Sebastião e Santiago • Antigo Hospital da Misericórdia • Antigos solares e casas senhoriais • Pedra do Beijo e Cabeça da Velha

Almoço na gruta no Petiscos e Granitos

A GEOGRAFIA IMPOSSÍVEL DE MONSANTO Conhecer Monsanto é uma experiência certamente peculiar. A 275 quilômetros de Lisboa, é uma aldeia aninhada em uma encosta íngreme, o que a levou a utilizar a geografia local em suas construções. As casas feitas com granito integram-se aos enormes rochedos do espaço, que funcionam como paredes ou até como telhados, como é o caso da famosa e inacreditável casa de uma só telha. Considerada “a aldeia mais portuguesa de Portugal” em 1938, Monsanto possui um encanto singular em suas ruas estreitas, igrejas e na charmosa Porta do Espírito Santo, que possui um arco de volta perfeita. Parece um local tão impossível de se viver, com um acesso tão limitado, que quase não dá para acreditar que foi um importante centro regional de comércio ao longo da Idade Média, mas assim foi. E, mesmo tendo perdido essa posição de importância nos séculos seguintes, a aldeia não perdeu seus ares medievais. A parte mais antiga está no ponto mais alto do monte, conhecido como cabeço de Monsanto, onde os Templários fizeram uma cerca com uma torre de menagem. Tão impressionantes quanto as antigas construções que continuam em pé e as casas de arquitetura única são as vistas que se tem da paisagem dos arredores. O próprio passeio ao castelo, essencial para quem passa por ali, exige bastante dos visitantes em sua difícil subida, mas a recompensa é um dos mirantes mais deslumbrantes da região, junto às imponentes muralhas.

• O castelo • Capela de São Miguel, os chafarizes e torres de menagem • A casa de uma só telha e a Torre do Relógio • A capela de São Pedro de Vir à Corça • O castelo templário de Penha Garcia • A povoação de Salvaterra do Extremo • Restaurante Petiscos e Granitos 21

ALDEIAS HISTÓRICAS

CASTELO RODRIGO E SUAS BATALHAS

Antiga morada da família de Pedro Álvares Cabral

BELMONTE, TERRA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL Belmonte não pode ficar de fora do roteiro dos brasileiros, uma vez que é a terra do descobridor do nosso país. O castelo foi construído pelo rei D. Diniz em 1266 e, 200 anos depois, a fortaleza foi doada para a família Cabral, que adaptou a construção para dar-lhe ares de residência. Foi ali que nasceu o herói do descobrimento, Pedro Álvares Cabral. Hoje, além do castelo, o Panteão dos Cabrais também é aberto ao público: uma capela privada ao lado da Igreja de Santiago de Belmonte onde a família assistia às missas e onde estão seus túmulos, assim como parte dos restos mortais do grande navegador. Mas os interessados por esta parte da história vão se maravilhar mesmo com o Museu dos Descobrimentos. Em meio a uma aldeia secular e com ar medieval, está esse museu moderno e interativo, que oferece uma verdadeira viagem virtual de mais de 500 anos ao descobrimento do Brasil. Belmonte tem ainda mais a mostrar, 22

• Castelo com vista para a Serra da Estrela • Museu dos Descobrimentos • Museu Judaico • Ecomuseu do Zêzere • Museu do Azeite • Vila romana da Fórnea • Judiaria de Belmonte • Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais uma vez que tem uma das maiores comunidades judaicas de Portugal. Terra ensolarada, de boa gente e paisagens incríveis, tem uma forte herança desse povo, mostrada na Sinagoga Bet Eliahu e no Museu Judaico, que é o primeiro do tipo no país e possui peças da Idade Média ao século XX. Para completar, a linda Igreja de Santiago de Belmonte, exemplar de arquitetura religiosa românica, gótica e maneirista, decorada com pinturas dos séculos 15 e 16, faz parte do Caminho de Santiago que vai de Mérida, na Espanha, a Braga, em Portugal. Junto com o Panteão dos Cabrais, ela é classificada como Monumento Nacional.

Castelo Rodrigo talvez seja a povoação da região que mais sofreu com as disputas que ocorreram entre os reinos de Portugal, Castela e Leão.O Palácio de Cristóvão de Moura, por exemplo, foi incendiado no século XVII por ser considerado pela população um símbolo da opressão espanhola, já que o próprio Cristóvão de Moura era um forte defensor da causa de Castela. Suas ruínas continuam no alto do monte, junto ao castelo, e ainda conservam estruturas importantes, como treze torres e três portais. É por fatos como esse que Castelo Rodrigo é um espaço monumental autêntico, que conserva importantes referências dos tempos medievais. Além do palácio, as velhas muralhas, o pelourinho quinhentista, a igreja matriz e a cisterna medieval também guardam segredos da história de Portugal. Como a aldeia estava na rota dos peregrinos que iam a Compostela, construiu-se a

Igreja de Nossa Senhora do Rocamador, no século 13. Também chamada de igreja matriz, tem em sua decoração azulejos do século 18, azuis e brancos, azulejos hispano-árabes e um teto com pinturas de cenas das vidas dos santos, além de uma comovente imagem de Santiago Matamouros. Lendas locais dizem que o próprio São Francisco de Assis pernoitou em Castelo Rodrigo em seu caminho ao túmulo de São Tiago. No topo de uma colina, a vila ainda tem traços medievais em cada canto, imersa em uma tranquilidade sem fim, com as linhas de sua história e de suas glórias passadas por todos os lados. Basta visitar para descobrir!

• Igreja de Nossa Senhora de Rocamador • Igreja e convento de Santa Maria de Aguiar • Torre do relógio e pelourinho • Cisterna medieval • Palácio de Cristóvão de Moura e Castelo Rodrigo • Cantinho Café

UM OLHAR DO PASSADO EM MARIALVA A aldeia de Marialva é ocupada desde a pré-história, quando era habitada pela tribo dos Aravos, e sua história é marcada por batalhas e invasões de romanos, visigodos e árabes. Foi no século 11 que Fernando Magno conquistou a povoação, e no século seguinte, o rei D. Afonso Henriques incentivou o seu povoamento. Foi nessa época que o castelo foi construído, no topo do monte e em uma posição de dominação em relação à campina ao redor. Com arquitetura militar, era ele que oferecia proteção não apenas à aldeia, mas aos seus arredores. De lá, a vista se estende quase até a fronteira com a Espanha. É por isso que esse talvez seja o melhor ponto do roteiro para sentarse no relvado e fazer um piquenique. Não há nada mais agradável que desfrutar da beleza surpreendente da paisagem natural e degustar de alguns petiscos – de preferência, típicos de Portugal, como queijos, embutidos e pães acompanhados

de um bom vinho português. Foi à sombra do castelo que a aldeia floresceu, tornando-se uma das mais importantes da região na Idade Média. Muitas construções da época estão em pé até hoje e merecem uma visita: os antigos tribunal, cadeia e câmara municipal, o castelo e suas muralhas, a Igreja de Santiago e a de S. Pedro. Do século 17, a Capela de Nossa Senhora dos Passos e a de Nossa Senhora de Lourdes também chamam a atenção. Hoje uma ruína do que um dia já foi, o Castelo de Marialva é um dos maiores da região e uma atração obrigatória, estacando-se na paisagem de longe, e ainda tem muita cultura e história a oferecer.

• Castelo e vestígios da antiga alcáçova • Igreja de Santiago • Capela de Nossa Senhora dos Passos • Antigo tribunal • Antiga cadeia • Cidade romana de Civitas Aravorum 23

HOTELARIA

ESTADIA

memorável

Nas Casas do Côro, é possível fazer de tudo – até nada

em em seus sonhos você achou que seria tão bem recebido em Portugal. Totalmente integradas à aldeia histórica de Marialva, com um horizonte que se estende até a Espanha, as Casas do Côro se erguem, gloriosas, um refúgio da boa hospitalidade, do descanso e da calmaria. Você ouvirá aqui um silêncio que pensou que não existia – ou, mais precisamente, não o ouvirá. Sua proximidade com o Castelo de Marialva, que está exatamente ao seu lado, é apenas um dos pontos que tornam essa uma das melhores opções de hospedagem da região. A proposta que as Casas do Côro têm para seus hóspedes é a oportunidade de experimentar a vida sem pressa. É um lugar onde tudo é fácil, claro e simples. Para percorrer

as magníficas paisagens, é só seguir uma das inúmeras trilhas. Se quiser um dia de mansidão, um cruzeiro pelo Douro é ideal. Quem estiver se sentindo ousado pode explorar a Foz do Sabor numa canoa, esqui aquático ou jet ski. Exploradores podem e devem subir em suas mountain bikes e pedalar por aí. Também é possível pescar e caçar de acordo com a época. Uma das experiências mais ricas, no entanto, é a de participar das tarefas da horta biológica do local, colhendo frutas para um refresco à beira da piscina ou vegetais para uma deliciosa salada no almoço. Foi essa mesma ideia de deixar os hóspedes colocarem a mão na massa que deu início às aulas de culinária com a Carmen, uma das proprietárias do hotel. Seu workshop é

sabedoria por quase duas horas. E a melhor parte? O curso é seguido por um almoço com os pratos feitos durante a aula. Sempre que bater a saudade de Portugal, isso poderá ser resolvido na cozinha! Sim, há muito o que fazer nas Casas do Côro. Mas fazer pouco e aproveitar a sua estadia para o descanso absoluto, de corpo, mente e alma, também é uma experiência realmente inesquecível. Até porque de relaxamento, o Eco Friendly Concept Spa, inserido no hotel, entende bem. As tensões da vida cotidiana ficarão esquecidas na jacuzzi, sauna e banho turco panorâmicos, piscina coberta com bar, massagens, cuidados corporais e tratamentos faciais. O resultado será rejuvenescedor. O dolce far niente (a arte de não fazer nada) não estaria completo sem boa comida. Além de um café da manhã

que inclui pão quentinho feito no forno a lenha, sucos naturais, requeijão fresco, ovos caseiros, bolos, queijos e embutidos, os jantares servem gastronomia tradicional adaptada com muita sofisticação, que pode ser harmonizada com vinhos rigorosamente selecionados. A refeição inclui entrada, sopa, prato principal e um buffet de sobremesas para ninguém botar defeito. São várias casas de aldeia que podem receber amigos, famílias e casais. Na principal – a Casa do Côro – os quartos são disponibilizados individualmente, como em um hotel. Os interiores rústicos e elegantes combinam móveis modernos com elementos de época. As casas são todas diferentes, podendo ter dois, três ou quatro quartos, cozinha e até suíte independente, tudo para receber todos os visitantes de uma maneira memorável.

Área de piquenique na vinha. Abaixo, SPA e suíte

HOTELARIA

ACONCHEGANTE, SOSSEGADO E ACOLHEDOR Na Casa da Cisterna, os hรณspedes acabam amigos dos donos

Jantar no Parque Natural de Faia Brava

Casa da Cisterna

com um abraço no coração que se é recebido na Casa da Cisterna. Isso porque os proprietários Ana e António fazem questão de acolher com carinho cada um que entra no hotel, o mesmo carinho que se vê em cada detalhe da decoração, do serviço e da comida. Difícil não sentir o aconchego em um ambiente criado com o cuidado de quem faz tudo com muito amor. A origem deste charmoso hotel é uma fantasia de muita gente. Quantas vezes não pensamos em largar tudo e fazer o que amamos em um lugar que mais parece saído de um conto de fadas? Foi isso que o casal de biólogos fez ao deixarem a cidade grande para trás e fincarem raízes junto aos pouco mais de 500 habitantes de Castelo Rodrigo. Para eles, é como se agora vivessem em um condomínio de luxo. E é desse condomínio que seus hóspedes – que, em pouco tempo de estadia, tornam-se seus amigos – podem desfrutar. Encantar-se com a Casa da Cisterna, nomeada pela antiga cisterna que um dia abasteceu todo o vilarejo e se encontra a poucos passos de sua entrada, leva pouco tempo. Não é preciso se hospedar, explorar suas instalações, provar da comida servida. Basta um olhar para seu exterior de pedras, perfeitamente integrado à parte mais antiga da aldeia, para querer ficar. Há quem seja fisgado só pelas fotos. O bom e velho amor à primeira vista. Mas é ao conhecer cada pedacinho deste magnífico hotel que esse amor cresce ainda mais. E magnífico, aqui, não tem nada a ver com pompa, ostentação ou luxo. É um outro tipo de fartura que preenche a Casa da Cisterna.

O interior contrasta com o que se vê de fora. As acomodações são confortáveis e modernas, a decoração refletindo o gosto refinado e gracioso do casal. Exclusividade é a palavra certa a se usar para o hotel, que possui apenas 11 quartos. O silêncio, sossego, contato com a história e cultura portuguesas e a proximidade com a natureza dão a deliciosa sensação de distanciamento da sociedade. Já as televisões, DVDs e o WiFi disponíveis em todos os quartos lembram que, apesar de tudo, ainda estamos no século 21. Se não é o suficiente para se apaixonar, é só descobrir que Ana é guia certificada no Parque Natural do Vale do Côa, podendo levar os turistas em visitas para ver as gravuras nas rochas com muita propriedade. Os conhecimentos dela se estendem também ao Parque Natural do Douro, onde pode recomendar as melhores trilhas, atenta para que seus hóspedes tenham passeios singulares. Mas ela é mais que bióloga e guia de turismo. Também é a responsável por transformar os melhores produtos regionais em uma oferta gastronômica imperdível. Pães frescos, bolos caseiros, cereais, queijos, frios e geleias fazem parte do farto café da manhã que é servido em uma mesa só, numa oportunidade única de trocar experiências com os outros hóspedes. Almoços, jantares e piqueniques podem ser solicitados. Uma estadia na Casa da Cisterna é garantia de dias especiais, repletos de vivências únicas em um espaço autêntico. Amor à primeira vista, sim. E à segunda, terceira, quarta e quinta também. 27

HOTELARIA

CASA DAS CASTAS Hotel e vinho unidos em uma oferta só

Casa das Castas não está inserida em nenhuma das aldeias históricas, mas é uma excelente parada para quem as visita, e absolutamente essencial se esses visitantes forem fãs de vinho – aliás, não é Portugal um destino imprescindível para os amantes desse néctar? Idealizado por uma família ligada às vinhas e aos vinhos há muitas gerações, este hotel está repleto de influências dessa que é uma das bebidas mais famosas do mundo. Desde os pequenos detalhes na decoração moderna e sofisticada, seja na paleta de cores ou nos quadros que ornamentam as paredes, até os nomes dos quartos, inspirados nas castas tradicionais das uvas, como Touriga, Arinto e Mourisco, tudo foi pensado para impressionar até mesmo o maior conhecedor da arte vinícola. Se o interior é contemporâneo, garantindo todo o conforto e comodidade aos hóspedes, foi porque a construção tipicamente beirã foi remodelada e adaptada aos novos tempos. Mas o tratamento que o exterior recebeu fez o movimento contrário, justamente para manter os traços tradicionais da construção, dando a ela o agradável ar de casa de campo, com um toque rural muito bem cuidado. Cada pormenor foi planejado para que os hóspedes se sintam em casa. Nenhum cômodo é gigantesco, não há grandes salões suntuosos nem a frieza que eles emanam. São apenas oito quartos duplos, nas proporções ideais para acolher com qualidade todos que escolherem este hotel para seu descanso, o que significa um atendimento personalizado em um ambiente familiar e muito hospitaleiro.

Descanso é realmente a pedida na Casa das Castas. Os mais preguiçosos podem se refestelar nas camas queen size dos quartos até tarde, uma vez que o café da manhã com pães, bolos caseiros, geleias, cereais, iogurte caseiro, queijos, frios, embutidos, frutas e bebidas matinais é servido até 11h30. Mas a preguiça não pode continuar o dia todo. Tudo bem, até é possível – e recomendado, aliás – ler um bom livro na Sala Vintage, jogar sinuca na Sala Alice, desfrutar dos jardins do hotel e, principalmente, de sua piscina. Mas por que não usar uma das bicicletas disponíveis para hóspedes e conhecer as redondezas? Integrar-se ao ambiente, entrar em contato com a natureza, ver paisagens lindíssimas e tirar fotos incríveis é um roteiro excelente para uma tarde na região. Sim, deve-se fazer tudo isso em uma estadia na Casa das Castas, assim como aproveitar a localização privilegiada para explorar as Aldeias Históricas mais próximas, como Castelo Rodrigo e Marialva, mas há algo que não se pode deixar passar: as experiências vínicas do hotel. As provas e degustações de vinhos são feitas o ano todo, e em épocas selecionadas, os hóspedes podem participar da colheita e da pisa das uvas, ou mesmo da poda das vinhas. O programa realmente imperdível, no entanto, é o jantar vínico, com entrada, sopa, prato principal e sobremesa harmonizados com quatro vinhos da casa. É isso que a Casa das Castas oferece: dormir bem, comer bem, beber melhor ainda, e tudo isso podendo conhecer uma das regiões mais bonitas do mundo.

Fachada e piscina. Abaixo, sala de jantar e uma das suĂtes

NATUREZA E CULTURA

PELOS PASSOS Descobrindo um novo mundo com as gravuras de 25 mil anos do Vale do Côa

Tempo perguntou ao tempo: “quanto tempo o tempo tem?”, e o Tempo respondeu ao tempo que o tempo tem muito mais tempo do que se pode imaginar. O trava-línguas popular não era bem assim, mas é mais ou menos isso que se pensa ao ver de perto gravuras feitas há cerca de 25 mil anos. É impossível não refletir sobre a passagem do tempo ao percorrer o impressionante Parque Arqueológico do Vale do Côa. Andar por entre essas paragens de montanhas maciças, rios caudalosos, amendoeiras frondosas e vinhas férteis é assegurar-se de sua pequenez no mundo e na história. É saber que nossas origens são muito mais

longínquas que nossos pais e avós, que o passado se estende infinitamente, alcançando períodos que nem sabíamos que existiam, que a vida já foi muito diferente do que essa que experimentamos. O Vale do Côa altera várias ideias que todos têm na cabeça. A começar com a noção de que os nossos antepassados só desenhavam nas paredes das cavernas onde viviam. Mais de mil rochas com manifestações rupestres formam uma verdadeira galeria ao ar livre – mais especificamente, o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica ao ar livre existente no mundo todo. Não existem dúvidas de porque a UNESCO colocou esse

Vista do Vale do Côa desde a cobertura do Museu do Côa; ao lado, detalhe de gravuras

ponto extraordinário do território português em sua lista de Patrimônios da Humanidade em 1998, tamanha a importância desses registros. Localizado na região nordeste de Portugal, esse trecho do mapa garante muito mais que belíssimas vistas e contato com a natureza: é um espaço onde a arte deu seus primeiros passos. E a parte mais significativa é que esses passos foram marcados para sempre. São imagens de cavalos, bois, cabras, auroques, cervos e caçadores armados gravadas nas superfícies rochosas, resistindo a dezenas de milhares de anos. Além das marcas feitas no período Paleolítico, o Vale do Côa guarda

também pinturas e gravuras do Neolítico, Calcolítico, da Idade do Ferro e, por último, até mesmo dos séculos 17, 18, 19 e 20. Milênio após milênio, esses painéis espalhados por 30 quilômetros ao longo do rio Côa e 15 quilômetros pelas margens do Douro, somando 20 mil hectares de parque, sobreviveram às ações do tempo, atravessando invernos, primaveras, verões e outonos, dias e noites, sob chuva e sol. E é conforme o sol nasce e se põe no horizonte que as imagens ganham vida e mostram seu valor artístico. O jogo de luz e sombra expõe e esconde, dando novas formas ao fantástico passado revelado nas rochas. 31

NATUREZA E CULTURA

MUSEU DO CÔA É de se perguntar o que diabos pode haver em um museu inserido em meio a um parque natural onde as obras estão ao ar livre. É que, ao contrário da maioria dos museus, o Museu do Côa não reúne nem abriga coleções. É um espaço incomum, é verdade. Com exceção de algumas peças selecionadas, suas grandes preciosidades estão do lado de fora, espalhadas por todo o vale. Mas isso não significa que não há nada para ver. Ele encanta seus visitantes com todo o seu conteúdo. Mas o impacto começa na chegada:

o edifício, localizado a três quilômetros de Vila Nova de Foz Côa, tem uma arquitetura imponente, integrada com a paisagem de forma primorosa. Parcialmente enterrado no topo de um morro, é construído com concreto, evocando a natureza do entorno, com sua textura e cor dando uma continuidade cromática ao cenário. Ele capta perfeitamente as cores e a luminosidade sem quebrar o ambiente natural com a sua presença. E se tudo isso já impressiona, imagine ao ter uma visão panorâmica de todo o vale da cobertura da construção? No interior, o deslumbramento continua. A distância dos centros mais desenvolvidos de Portugal e sua inserção em um meio predominantemente rural contrasta com o uso intenso das tecnologias digitais para criar um ambiente interativo, com recursos de multimídia, fotografia e desenho e até imagens em formato real das gravuras, que dão acesso a essa memória gráfica da história da humanidade. Também estão expostos artefatos encontrados nas escavações feitas no vale. Além de poder ver de perto tudo isso, o Museu do Côa oferece atividades únicas, como visitas temáticas e oficinas de arqueologia experimental, tudo para que se conheça ainda mais da nossa história e de como, há tantos milhares de anos, a arte deu os seus primeiros passos. O passeio só fica melhor com a combinação de um tour pelo Museu e um percurso pelos pontos históricos do Vale!

V i s it a s

São quatro os núcleos de arte rupestres abertos ao público no Parque Arqueológico. As visitações são feitas com veículos adequados ao terreno e guias especializados que levam os turistas aos pontos mais fantásticos do vale. Aconselha-se reservar com antecedência, uma vez que as visitas são controladas para a preservação de suas paisagens inesquecíveis e seus preciosos vestígios históricos. CANADA DO INFERNO Museu do Côa DURAÇÃO: 1h30 a 2h PERÍODO DO DIA ACONSELHADO: manhã LOCAL DE PARTIDA:

RIBEIRA DE PISCOS LOCAL DE PARTIDA: Centro

de Recepção da aldeia de Muxagata DURAÇÃO: 2h30 PERÍODO DO DIA ACONSELHADO: manhã PENASCOSA Centro de Recepção da aldeia de Castelo Melhor DURAÇÃO: 1h30 PERÍODO DO DIA ACONSELHADO: tarde LOCAL DE PARTIDA:

FARISEU Visitas sazonais de novembro a maio LOCAL DE PARTIDA: Centro de Recepção da Aldeia de Muxagata DURAÇÃO: um dia 33

ENTREVISTA

RICARDO PEREIRA FALA SOBRE os

tesouros de Portugal Ator português dá dicas de viagens para quem vai conhecer sua terra

om apenas 37 anos, Ricardo Pereira conquistou corações portugueses e brasileiros. Depois de fazer sucesso como Tolentino na novela “Liberdade, liberdade”, o ator lisboeta estrela “Mulheres” ao lado de Paolla Oliveira. A comédia romântica deve estrear em 2017, quando também inicia um novo trabalho na Rede Globo. Ricardo cresceu em Portugal e conheceu muitos lugares incríveis do país. Confira as dicas que ele tem para quem vai conhecer a sua terra.

Recomendações HOTÉIS Para levar os amigos. Vale alugar um carro e fazer um roteiro pelo Douro de prova de vinhos, com visitas às vinhas, onde se conhece como o vinho é feito, faz degustação e refeições maravilhosas. Há hotéis excelentes nessa região, com um silêncio incrível. Para levar a família. No verão, as praias do Algarve - mais perto da Espanha são ótimas. Praia Verde, Manta Rota e Monte Gordo têm o mar muito calmo e com água mais quente por causa das correntes que vêm do Marrocos. As crianças podem brincar e curtir atividades mais tranquilas e as casas são muito próximas da praia. São dias de verão perfeitos. Uma viagem para fazer só. Sintra. Tem uma nostalgia, tranquilidade, história e misticismo que eu acho interessantes. Tem muitos lugares para se ter um momento de introspecção e pensar sobre a vida. Outra opção é se perder em Lisboa ou no Porto, grandes cidades que te abraçam, ou seja, é comum sair sozinho, mas sempre acaba-se fazendo amizades. A melhor maneira de viajar. Sem dúvida de carro ou trem. Portugal tem uma linha férrea maravilhosa, é possível conhecer o país todo de trem. No entanto, o carro dá mais independência para parar nos lugares e retomar a viagem quando der vontade. Um destino para descansar. A Serra da Estrela no inverno. Alugar um chalé na montanha, curtir a natureza, dormir e comer bem, principalmente o queijo da serra. Dá para praticar snowboard e esqui, e é um lugar muito inspirador. Uma praia. A Ericeira, uma vila muito característica que fica a 50 quilômetros de Lisboa. Tem praias maravilhosas e é uma reserva de surfe mundial. Um destino nostálgico. Além da praia da Ericeira, também o Lamego, no Douro, que é a terra da minha mãe, e as praias do Algarve e do Alentejo. Um destino para praticar esportes. Monsanto, Gerês e Marvão são lugares em que se pode fazer trekking, corrida, passeio de

The Yeatman – Porto Dom Pedro Palace Hotel – Lisboa Pestana Palace Lisboa – Lisboa Herdade da Malhadinha Nova – Albernoa, Alentejo Memmo Baleeira – Sagres, Algarve Quinta da Pacheca – Cambres, Norte

R E S TA U R A N T E S E M L I S B O A Ministerium Cantina Marisqueira Azul Duplex Restaurante & Bar La Puttana Pizzaria Hot Dog Lovers

bicicleta, caminhada. Castelo de Bode é ideal para quem curte esportes náuticos, tem jetski, esqui aquático, passeios de barco, pesca. Um destino que você sempre vai querer visitar. Eu adoro a costa alentejana, onde as praias são muito mais selvagens e com pouca gente, além de serem ótimas para o surfe. O Douro também, pela minha infância, as quintas e as vinhas trazem uma nostalgia. Por fim, as aldeias características do país. Eu gosto de tudo em Portugal! Uma roadtrip. Percorrer a Estrada Nacional e atravessar o país. Portugal não é muito grande, por isso, pode-se sair de Lisboa e passar por várias praias, depois Tomar, Óbidos, Caldas da Rainha, Leiria, Aveiro, até chegar ao Porto, Ponte de Lima e Viana do Castelo. É bacana ir parando em cada lugar incrível que se vê. Um destino que deveria ser mais conhecido. Comporta e a península de Tróia, com águas azuis cristalinas, praias incríveis, restaurantes em cima da praia, golfinhos, mar muito preservado. É realmente um dos lugares mais bonitos do mundo. 35

BEBER BEM

Leve de Portugal muito mais que as garrafas, mas tambĂŠm a cultura

Vinho descomplicado

PORTUGAL É UMA TERRA DE BOA GENTE, boa comida e bons vinhos. Cada dia passado neste charmoso país europeu faz os visitantes terem mais certeza disso. Por isso, nada melhor que levar de lembrança para o Brasil alguns amigos e receitas, mas principalmente garrafas do néctar produzido pelas vinhas portuguesas. Antes, que tal aprender um pouco sobre o vinho?

Castas

As castas são as variedades de uvas usadas em um vinho. São mais de 4.000 catalogadas em todo o mundo. Em Portugal, as principais castas tintas são Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Touriga Nacional e Trincadeira. As brancas são Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Moscatel, Sauvignon Blanc e Roupeiro. Cada uma delas dá características únicas aos vinhos, como textura, sabor, cor e aroma. A Touriga Nacional é a casta tinta mais representativa do país, enquanto a Roupeiro é a branca mais plantada no Alentejo.

TINTAS

Touriga Nacional

Touriga Franca

Alfrocheiro

Trincadeira

Arinto

Fernão Pires

Síria

BRANCAS

Sauvignon Blanc

BEBER BEM

Acessórios PARA BOM BEBEDOR DE VINHO, MEIA GARRAFA BASTA. MAS QUAL É A MELHOR FORMA DE GUARDAR O RESTANTE? E EM QUE TAÇA BEBER? QUEM QUER FAZER PARTE DO COMPLEXO MUNDO DOS ENÓLOGOS NÃO PODE DEIXAR DE TER CERTOS ITENS EM CASA.

O melhor material para as taças é o cristal, mas é claro que o vidro também dá conta do recado. Seja qual for a escolha, o melhor é que seja completamente transparente, já que grande parte da experiência de beber vinho está em admirar as tonalidades da bebida.

BORDEAUX

concentra bem os aromas com o bojo grande e a borda fechada

ADEGA CLIMATIZADA

Protege os vinhos das mudanças de temperatura, o grande vilão no declínio da qualidade da bebida.

VACUVIN

Tampa a garrafa, retirando o ar de dentro e mantendo suas propriedades por alguns dias.

BORGONHA

com o bojo maior, permite que os aromas sejam liberados mais rápido

TAMPA PARA ESPUMANTES

Mantém a pressão ideal na garrafa.

DECANTER

Perfeita para aerar as bebidas, liberando mais rapidamente os aromas de vinhos novos.

BRANCOS

é menor, já que o vinho precisa ser consumido em temperaturas mais baixas

MARCADOR DE TAÇAS

Acessório ideal para não se perder em meio a tantas taças. Os iniciantes do mundo do vinho devem possuir taça ISO (International Standards Organization). Criada para degustações técnicas, ela serve para qualquer tipo de vinho. Depois, vale investir nas mais básicas: duas para tintos, uma para espumantes e uma para brancos. Ir além disso já é adentrar o terreno dos profissionais, com modelos para vinhos rosados e doces.

ROSADOS

menor que a de vinho branco, mas com o bojo maior para acentuar a acidez

ESPUMANTES

a taça flauta permite apreciar a efervescência do espumante

Etiqueta

Enófilos precisam conhecer a etiqueta. Beber e servir exigem conhecimentos específicos não apenas para “não fazer feio”, mas principalmente porque cada regra foi criada para garantir a melhor experiência vínica, com aproveitamento total de aromas e sabores.

PARA QUEM SER VE A garrafa deve ser segurada pelo meio, com toda a mão, deixando o rótulo à mostra. Segurar pelo gargalo pode resultar em acidentes e o vidro da garrafa é grosso o suficiente para que isso não esquente o vinho. Não se deve encostar a boca da garrafa na borda da taça. Para não deixar uma gota escorrer pela garrafa após servir e sujar o rótulo, há duas alternativas: usar um pano de serviço ou girar a garrafa ao terminar de despejar a bebida. Bastam três dedos de vinho por taça. Isso dá espaço para aerar os tintos, brancos e rosados e permite que os espumantes não esquentem. Quem serve deve se posicionar do lado direito de quem recebe o vinho. O anfitrião precisa garantir que ninguém esteja com a taça vazia.

PARA QUEM TOMA Quem serve deve ir até quem é servido, e não o contrário. Não se deve levantar a taça da mesa. Segura-se a taça pela haste, e não pelo bojo, para que o vinho não esquente e o bojo não fique com marcas de dedos.

A POSIÇÃO DA TAÇA NA MESA É À DIREITA DO COPO DE ÁGUA. Para aerar o vinho, a taça deve ser girada sem que sua base deixe a mesa. Os espumantes não precisam ser aerados, pois isso faz com que percam o gás. Em restaurantes, muitas vezes serve-se uma pequena quantidade de vinho para que o cliente o aprove. A garrafa será trocada apenas caso o vinho esteja de fato defeituoso, e não por preferências pessoais. 39

A MAGIA DO Onde o tempo para apenas para te receber

Monsaraz 41

ALENTEJO

s alentejanos adoram visitas. Talvez por isso os moradores da maior região portuguesa – e a mais autêntica também – recebam tão bem os turistas que se aventuram por suas terras. É com verdadeiro carinho que eles abrem as portas de seus hotéis, restaurantes, lojas e até de suas casas para quem quiser viver o verdadeiro Alentejo. É a pouco mais de 100 quilômetros de Lisboa que essa parte mágica de Portugal começa, estendendo-se em campos verdejantes e férteis cortados por lagos e rios que desaguam em algumas das melhores praias de toda a Europa. Évora é o destino mais emblemático da região, o coração do Alentejo. É lá que estão atrações como o Templo Romano de Évora, famoso no mundo todo por sua importância histórica.

Muito bem preservada, essa cidade medieval te fará viajar pelo passado com ícones como a Praça do Giraldo, a Capela dos Ossos e a imponente Sé Catedral, para não falar no milenar Cromeleque dos Almendres. Outras vilas também encantam qualquer visitante: Monsaraz, protegida por muralhas, com ruelas estreitas de paralelepípedos, encantadoras casinhas brancas e um magnífico castelo; Marvão, um reduto de paz e tranquilidade no ponto mais alto da Serra de São Mamede, com muralhas dos séculos 13 e 17, ruas sinuosas e uma vista impressionante; Castelo de Vide, com caminhos floridos que sobem e descem a colina, tornando-a um dos lugares mais românticos de todo o Alentejo. São muitas as pequenas aldeias charmosas que se espalham por essas terras. Mas o verdadeiro encanto do Alentejo está

São muitas as

pequenas aldeias charmosas que se espalham por essas terras.

Tapete de Arraiolos à esquerda e típica casa alentejana

Praça do Giraldo. Abaixo, show folcórico em Orada

em preciosidades que se encontram fora delas. Isso porque a paisagem da região é uma das mais bonitas que você verá, e há muitas formas de apreciá-la ao máximo. As herdades, grandes propriedades de campo portuguesas, estão em alguns dos recantos mais bonitos do país. E as que estão no Alentejo colocam em prática de forma exata a tradição local de bemreceber que é uma arte. É longe dos centros urbanos e mesmo das vilas que estão esses lugares, que vão desde as notáveis vinícolas que produzem alguns dos melhores vinhos do mundo até hotéis absolutamente inesquecíveis. São espaços criados unicamente para proporcionar férias perfeitas aos seus visitantes, com experiências ímpares e muito descanso. São inúmeros os hotéis nesses modelos, muitos deles de cinco estrelas, refúgios de puro relaxamento e contato com a natureza, onde se pode fazer trilhas, passeios a cavalo e até de balão, preparar piqueniques, andar de bicicleta e muito mais. Ainda mais importante não são as numerosas opções, mas o fato de que sempre há tempo para fazer tudo isso – e ainda mais tempo para descansar, seja ao pé da lareira ou com uma massagem no spa do hotel. Isso porque, no Alentejo, as coisas se passam mais devagar. Os segundos duram mais e cada um deles vale muito. E quer maneira melhor de aproveitá-los do que descansando, comendo e bebendo? Essas propriedades

costumam ter restaurantes de primeira linha, que apresentam a gastronomia tradicional da região com um toque contemporâneo. Os pratos deliciosos podem e devem ser harmonizados com os vinhos alentejanos, que estão entre os melhores do mundo. E você ainda pode visitar as vinícolas responsáveis por produzir essas bebidas espetaculares. Assim se conhece o Alentejo: descansando, explorando, provando e vivendo. 43

ALENTEJO TOP Feira dominical em Borba

BORBA

AS VILAS MAIS BONITAS

O Alentejo é a maior região portuguesa, mas não é muito populosa. Isso porque não tem grandes centros urbanos e cosmopolitas, e sim pequenos vilarejos cheios de charme, com um toque de épocas passadas e um ar de tranquilidade, muita história e cultura. São lugares encantadores e ideais para serem conhecidos em apenas um dia, sendo mais vantajoso hospedar-se em outras cidades próximas.

ELVAS

A maior fortificação abaluartada do mundo, com uma estrutura defensiva em forma de estrela, não é apenas uma amostra da evolução militar de outrora, mas também uma verdadeira viagem ao passado. Considerada um Patrimônio Mundial pela UNESCO, Elvas encanta com construções como o Aqueduto da Amoreira, projeto iniciado pelo mesmo arquiteto que trabalhou na Torre de Belém, em Lisboa. 44

As ruas estreitas de Borba, repleta de edifícios históricos, alguns de mais de 500 anos, fazem desta uma cidade cheia de charme. Belos edifícios com janelas gradeadas em ferro forjado e encimadas por brasões estão por toda a parte, para não falar do mármore, usado nas molduras de portas e janelas, chaminés recortadas, letreiros das ruas e monumentos.

MONSARAZ

Monsaraz é uma pequena vila de beleza fascinante, cercada por muralhas medievais e próxima à fronteira com a Espanha. Com uma vista deslumbrante para a paisagem verdejante do Alentejo, tem casas com as paredes caiadas de branco e ruelas de paralelepípedos que conferem a sensação de que se está viajando no tempo.

MAIS IMPRESSIONANTES OS MONUMENTOS

PORTUGAL É UM PAÍS CHEIO DE HISTÓRIA, E O ALENTEJO NÃO É DIFERENTE. COM VESTÍGIOS QUE REMONTAM AO INÍCIO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, A REGIÃO POSSUI TAMBÉM MUITAS CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS, PATRIMÔNIOS IMPORTANTES PARA O ALENTEJO, COMO CASTELOS, TEMPLOS, IGREJAS E MUITO MAIS.

TEMPLO ROMANO DE ÉVORA

2.000 Com cerca de

anos de história,

essa é uma das ruínas históricas mais importantes de Portugal. Datado do século 1, na época de Augusto, foi praticamente destruído no século 5 e chegou a ser um açougue quase mil anos depois. Visitar esse espaço consagrado à deusa Diana, que na Antiguidade era rodeado por um pórtico e um espelho d’água, é sentir uma energia de outra era e conhecer uma parte da história de Portugal que vai muito além do que se pode imaginar.

CASTELO DE MARVÃO

Num dos pontos mais altos da Serra de S. Mamede, a 843 metros de altitude, no Castelo de Marvão é possível enxergar até a Espanha. Percorrer a cidade ao longo da muralha até ele é um passeio inesquecível, já que da Torre de Menagem tem-se uma vista sensacional – ou, como dizem os alentejanos, veem-se até “as costas dos pássaros”.

CAPELA DOS OSSOS

No interior da Igreja de São Francisco, em Évora, está um dos monumentos mais inusitados de Portugal, e um dos mais conhecidos do principal destino alentejano. Com uma mensagem macabra na entrada.

“Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”.

Suas paredes e pilares são completamente revestidos por ossos humanos, uma decoração com certeza bem incomum. 45

ALENTEJO TOP

Vila Nova de Milfontes

AS PRAIAS MAIS ENCANTADORAS

O litoral alentejano está entre os melhores do continente europeu, principalmente por ser muito limpo, bem preservado e tranquilo. As praias vão de pequenos trechos selvagens, isolados por enormes falésias de rochas e com mar agitado, a extensos areais dourados, com mar calmo, mas gente muito animada.

TRÓIA

COM ALGUMAS DAS MELHORES PRAIAS DA EUROPA, A PENÍNSULA DE TRÓIA É UM DESTINO PERFEITO PARA O VERÃO DO HEMISFÉRIO NORTE. DE AREIA DOURADA, MAR AZUL PROFUNDO E MUITO SOL, PERMITE A PRÁTICA DE ESPORTES AQUÁTICOS E MUITA DIVERSÃO ENTRE AMIGOS, CASAIS E FAMÍLIA. EM UM PASSEIO DE BARCO, É POSSÍVEL VER GOLFINHOS EM SEU HABITAT NATURAL, E DE BICICLETA, PODESE ATRAVESSAR TODA A PENÍNSULA PELA CICLOVIA! 46

ZAMBUJEIRA DO MAR As praias muito bem preservadas de Zambujeira do Mar e a calma e a tranquilidade desta vila que possui menos de mil habitantes são o que atraem tantos visitantes. Com um litoral selvagem, cercado por penhascos rochosos, é procurada principalmente para o turismo de natureza e de esporte. A vila é um mirante inigualável para a principal praia da região, também chamada de Zambujeira do Mar.

CARVALHAL E COMPORTA Ao sul de Tróia, praias como a do Carvalhal e de Comporta enchem os olhos dos turista com um quê de Caribe. Esta parte do litoral é bastante desenvolvida e moderna, oferecendo infraestrutura completa, como estacionamento, guarda-sóis, cadeiras de praia e mais. Há muitas dunas ao redor, e o mar apresenta boas condições para a prática do kitesurfe.

PORTO CÔVO Um litoral cheio de lindas praias escarpadas e escondidas em um vilarejo de pescadores de casinhas brancas espera os visitantes que vão a Porto Côvo. As praias são pequenas, delimitadas por enormes rochedos, com água transparente e areia fininha, como a da Samoqueira. Outros destaques são a Praia do Salto, uma das únicas naturistas do país, e a Ilha do Pessegueiro, abandonada, inspiradora e incrivelmente bonita.

Sines

Essa antiga vila de pescadores tem 30 quilômetros de costa, com praias para todos os gostos – desde as de água verde-cristalina até as muito azuis. A mais concorrida é a de S. Torpes, considerada o melhor spot de surfe do Alentejo; vale uma visita também à extensa praia da Costa do Norte, com mar vigoroso e muita privacidade, e a praia de Morgavel, com boas condições para o surfe e ótimos restaurantes. 47

ALENTEJO TOP

DESTAQUES DE GASTRONOMIA

e vinhos

O Alentejo é conhecido por sua gastronomia única e vinhos deliciosos, alguns deles entre os melhores do mundo. Há alguns lugares que representam essa fama muito bem, e merecem entrar no roteiro pela região.

HERDADE DE SÃO MIGUEL

Quem visita a Herdade de São Miguel, no norte do Alentejo, vê uvas a perder de vista, uma paisagem natural verdadeiramente incrível. Nesta propriedade de 175 hectares, os programas foram cuidadosamente projetados para os enófilos mais ferrenhos: além das provas mais habituais, é possível realizar a prova vertical, em que se experimenta cinco colheitas diferentes de um mesmo rótulo. Ou seja, garrafas de diferentes anos do mesmo vinho.

Restaurante A Escola O curioso restaurante A Escola fica entre Comporta e Alcácer do Sal, ocupando uma construção em que, antigamente, funcionava uma escola primária, como o próprio nome diz. A nostalgia dos tempos de escola está presente, junto ao atendimento sem igual e à comida espetacular, de sabor caseiro e tradição regional. Os grandes destaques são os pratos de caça, cozinha alentejana de raiz.

RESTAURANTE ARTE E SAL Em plena Costa Vicentina, o restaurante Arte e Sal serve o melhor da cozinha do Alentejo de frente para o mar. Como negar um delicioso peixe fresco vindo direto da pesca do dia? Os grelhados predominam no cardápio tanto para peixes quanto para carnes, e tudo pode ser perfeitamente harmonizado com vinhos portugueses, sendo os alentejanos os mais recomendados, é claro. 48

SPA AQUEDUTO Parte do hotel M’AR De AR Aqueduto, em Évora, o SPA Aqueduto aguça os sentidos já na entrada, com suas cores harmoniosas e aromas relaxantes. Além de sauna, banho turco e duche Vichy, oferece programas para casais, tratamentos no terraço rodeado por um jardim de laranjeiras e até massagens de relaxamento nos quartos do hotel.

TORRE DE PALMA WINE HOTEL Em Monforte, o spa do Torre de Palma Wine Hotel tem energias positivas e características quase mágicas. Piscina interna e externa, tratamentos relaxantes e estéticos e aulas de Pilates fazem parte do menu de serviços, que inclui até massagem de vinoterapia.

BLUE&GREEN SPA Situado em um resort cinco estrelas em Troia, o Troia Design Hotel, o Blue&Green Spa leva seus clientes em uma jornada sensorial ao redor do mundo com mais de 70 tratamentos realizados por profissionais qualificados, como massagens inesquecíveis, detox corporal e tratamento antienvelhecimento.

DIANA SPA No hotel Convento do Espinheiro, em Évora, o Diana Spa tem tratamentos luxuosos inspirados em culturas diferentes. Corpo, mente e alma ficam revitalizados depois de tratamentos muito especiais, como uma massagem feita com azeite de oliva, banhos minerais e programas anti-stress.

SPAS PARA RELAXAR Conhecido por seus hotéis luxuosos, o Alentejo é um destino ideal para quem quer descansar e relaxar. É por isso que muitos desses hotéis possuem spas integrados, com tratamentos e programas perfeitos para quem só quer colocar os pés para cima e deixar todos os problemas para trás enquanto curte as merecidas férias na maior região portuguesa.

Stone Spa Entrar no Stone Spa, no Alentejo Marmòris Hotel, já é uma experiência e tanto, devido às suas de pedras originais. Localizado em Vila Viçosa, também perto da divisa espanhola, é um refúgio único para desfrutar de momentos de bem-estar. 49

HOTELARIA

singelo BUCÓLICO E

Cabeças do Reguengo surgiu da paixão pelo vinho

xistem horizontes bonitos e existe o Alentejo, com vistas tão espetaculares que não há palavras para descrever. E então existe o hotel Cabeças do Reguengo, a meros três quilômetros de Portalegre, próximo à fronteira com a Espanha, que afirma estar em uma das paisagens mais deslumbrantes de toda a região – e é só ir até lá para concordar. Difícil não se sentir no paraíso quando a varanda do seu quarto é um verdadeiro mirante, e o seu quintal, o Parque Natural da Serra de S. Mamede. A 600 metros de altitude e poucos passos da nascente do rio Caia, essa quinta possui cerca de oito hectares. Comparada às enormes herdades produtoras de vinho, é pequena. Mas o que não tem em tamanho, tem em aconchego. Apesar de afastado de cidades grandes, o hotel possui todas as comodidades urbanas e conforto de sobra. A casa antiga, com traços da arquitetura típica local, está rodeada por vinhas, oliveiras, árvores frutíferas e até uma horta. Essa natureza tão bem cuidada é produto das ideias e paixões do proprietário, João Afonso. Durante 14 anos, ele foi bailarino profissional no Ballet Gulbenkian. Nessa época, ao chegar em casa cansado após os espetáculos, João se deliciava com uma taça de vinho. Foi assim que o gosto pela bebida nasceu e cresceu, até que ele desistiu da carreira da dança para se dedicar a outra arte: a vitivinicultura. Em cerca de 4,5 hectares de vinhas velhas das mais diversas castas – porque, segundo ele, “a variedade é o tempero da vida” –, ele tenta recuperar a agricultura

tradicional, trabalhando sem qualquer tipo de químicos, conhecendo cada pequeno detalhe da vegetação local e sabendo como eles podem incrementar sua produção. Além disso, com o conceito de viticultura biodinâmica, ele combina as forças terrenas às cósmicas, seguindo até mesmo um calendário lunar. O resultado são vinhos genuínos e intensos, um tanto diferentes dos tradicionais alentejanos por apresentarem mais frescura, mais minerais e menos álcool. O amor pelo vinho foi o ponto de partida para o desenvolvimento deste hotel, e é possível senti-lo ao acompanhar de perto atividades nos vinhedos, como participar da colheita, da pisa das uvas ou do processo de engarrafamento e rotulagem. Mas não é preciso ser amante da bebida para curtir a estadia. Piqueniques e trilhas fazem parte do cotidiano nesta quinta. Vale também fazer a poda das árvores, cavar e regar a horta, colher tomates, cebolas, pimentões e azeitonas – para comê-los em uma farta salada depois.

Fachada do hotel e, ao lado, detalhe de uma das suítes

Se a pedida é tranquilidade, há a varanda do quarto, onde se pode ler um livro; a piscina panorâmica; o terraço com sua vista fantástica; e os vilarejos próximos com todos os seus encantos, como Castelo de Vide e Portalegre. João garante que quem fica oito dias por lá, não repete um único programa.

Viver em harmonia com o ambiente e a natureza, ouvindo o farfalhar das árvores e o canto dos pássaros, com os pés na relva e os olhos no céu azul talvez não seja viável para qualquer um como foi para o antigo bailarino. Mas pode ser a opção perfeita para uma boa viagem de férias em Portugal. 51

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ACONCHEGO

Em Borba, Casa do Terreiro do Poço tem ambiente e atendimento únicos

Casa do Terreiro do Poço tem o melhor do aconchego alentejano. Não é só a bela construção do século 18 que chama a atenção neste hotel do pequeno vilarejo de Borba, embora seus afrescos e murais já tenham atraído os olhares de artistas e amantes da arte do mundo todo. O atendimento personalizado e o cuidado com cada detalhe fazem com que todos os hóspedes sintam-se completamente acolhidos. O amor dos proprietários Rita e João por antiguidades – a poucos metros do hotel, cuidam também de uma loja de artigos do tipo – fica claro na decoração da cada ambiente. Móveis europeus, orientais e africanos criam um estilo distinto, que une o tradicional ao contemporâneo de maneira criativa. São quatro casas totalmente restauradas, mas que mantêm os traços originais de sua arquitetura setecentista. Unidas por escadas e sacadas, cada uma tem acomodações de diferentes temas e tamanhos, desde quartos duplos até suítes para toda a família. Singelos, convidativos e hospitaleiros, são o suficiente para fazer qualquer um se sentir em casa. As portas de saída da Casa do Terreiro do Poço também são, basicamente, as portas de entrada para todo o Alentejo. Borba tem uma localização privilegiada, próxima a Évora e Elvas, ambas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, Vila Viçosa, onde está a casa dos últimos reis de Portugal, Estremoz, o grande lago do Alqueva e a charmosa vila de Monsaraz, tudo a menos de uma hora de distância. Dá para entender porque o hotel é um ótimo ponto de partida para explorar o interior da região! É fácil desfrutar de tudo isso, e não só do hotel e sua deliciosa piscina – melhor ainda nos calorosos dias de verão – uma vez que Rita e João têm o prazer de indicar as melhores atividades e ainda ajudam a arranjar todos os detalhes. Roteiros enogastronômicos, provas de vinhos, show-cooking, trilhas pela Serra d’Ossa, aulas de cozinha e workshops de gastronomia e vinhos estão entre as opções de quem se hospeda nesse charmoso recanto de Borba. Vale também alugar uma das bicicletas da Casa do Terreiro do Poço e explorar as ruelas estreitas do vilarejo, parando para conhecer as típicas tabernas e degustar deliciosos enchidos e doces tradicionais, afinal, comer bem em uma viagem ao Alentejo é obrigatório. E, se o hotel não tem um restaurante próprio, ainda assim come-se bem na refeição que é oferecida: o café da manhã. Pães, queijos, frios e ovos são regados pelas típicas bebidas matinais e suco de laranja fresquinho, tudo isso complementado pelos famosos pastéis de nata portugueses. Para o jantar, é possível pedir pratos de restaurantes locais – eles entregam no hotel – mas o melhor é aproveitar a chance de conhecer os melhores cozinheiros da vila, que Rita e João podem listar melhor do que ninguém.

Piscina e, abaixo, uma das suítes do hotel

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AS CORES, AROMAS E SABORES DA HERDADE DA

Matinha Com charme sem igual, hotel conquista hรณspedes com sua alegria

vivacidade das cores da Herdade da Matinha deixa claro já na chegada: ali, há alegria de sobra. Localizada em pleno Alentejo Litoral, na pitoresca aldeia do Cercal, esta propriedade de 110 hectares explode em vermelhos, laranjas e rosas em suas portas, poltronas, sofás e almofadas, além de lindas pinturas feitas pelo próprio dono, Alfredo, transmitindo uma vibração sem igual. Isso para não falar do verde abundante da vegetação em todo o entorno. Chegar a um lugar assim dá uma sensação indescritível. Se é verdade que sempre temos altas expectativas para nossas férias, também é verdadeiro que sentimos um alívio imenso ao perceber que o resultado é ainda melhor que o esperado. E aproximar-se dessas casas coloridas e rústicas, com poemas nas fachadas, aromas sedutores e muita vida é ter a certeza absoluta que a procura pelo hotel perfeito foi bem-sucedida. Tudo é melhor que nas fotos. O êxito da viagem está garantido. Mas, obviamente, não é só a beleza das construções que encanta e inspira os visitantes. A Herdade da Matinha está simplesmente preparada para deixar seus hóspedes felizes. Não é apenas um refúgio dos sonhos para o descanso, com muita harmonia e tranquilidade, mas uma experiência autêntica no campo alentejano. São 20 quartos projetados para o relaxamento absoluto, todos unicamente decorados e mantendo o charme original da casa, que foi recuperada aos poucos – pois ter pressa em pleno Alentejo é praticamente um pecado. A propriedade inteira, no entanto, é cheia de cantos e recantos graciosos que convidam cada um a se sentar, respirar fundo, ler um livro, descansar. Uma casa de campo, sim, mas esqueça os dias entediantes no sítio da sua tia, pois a Herdade da Matinha tem um leque de ofertas que, definitivamente, não deixa a desejar. A Rota Vicentina está a poucos passos dali, dando acesso a Porto Côvo, Vila Nova de Milfontes ou Zambujeira do Mar. Muitas das atividades são desenvolvidas também com crianças. De passeios a cavalo até ioga e Pilates, passando por deliciosos piqueniques, banhos de piscina em meio ao laranjal, massagens, pescarias ou longos dias de sol nas praias alentejanas, que podem incluir até surfe, não haverá tempo para ficar parado – a não ser, é claro, que esse seja o seu desejo. Afinal, na Herdade da Matinha, o importante é estar feliz, mesmo que essa felicidade não precise de nada mais que um bom livro acompanhado de uma xícara de chá. E aliás, é com muito amor que tal chá será feito, assim

como toda a comida do hotel. O café da manhã é farto, mas são os jantares as melhores refeições. À noite, a Herdade da Matinha se transforma em um verdadeiro restaurante, quase um sarau culinário, com um ambiente único e muito animado para quem está com amigos ou família. A cozinha aberta – para todos acompanharem o preparo das refeições – abusa dos produtos locais, frescos e de alta qualidade. O resultado são muitas emoções, e uma experiência gastronômica inesquecível – assim como toda a experiência de se hospedar em um espaço tão absolutamente ímpar. 55

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Mais

ALENTEJANO, IMPOSSÍVEL

O tradicional ganha uma nova cara no Torre de Palma Wine Hotel

Torre de Palma Wine Hotel tem a típica arquitetura caiada de branco, espaços acolhedores, excelente comida e vinhos, natureza rica e um casal muito querido no comando. Mais alentejano, impossível. Situado próximo à vila de Monforte, este cinco estrelas inspirado nas tradições do Alentejo se dedica às experiências autênticas. Unindo as boas energias desta região com uma oferta diferenciada, temos um hotel que pode ser a sua casa no Alentejo. Foi com muito carinho e trabalho que os proprietários Ana e Paulo transformaram esta propriedade, que remonta ao século 14, em um dos melhores hotéis de campo do país. Os espaços existentes foram harmonizados com soluções modernas e funcionais, e a decoração incorporou toda a história destas terras. Esta enorme casa senhorial, com a imponente torre que

lhe dá o nome, tem 19 quartos temáticos decorados individualmente e cheios de antiguidades que dão um toque especial ao ambiente. A simplicidade e sofisticação são o que há de comum em todos eles, uma composição afinada de frescor atual com tradição. Entre todos esses tesouros, a verdadeira pérola é a Master Suíte, que acomoda até seis pessoas num espaço em tons terra, com elementos da natureza que remetem às paisagens alentejanas de uma forma muito contemporânea e elegante. Pensando em preencher os dias de seus hóspedes com memórias inesquecíveis, Ana e Paulo desenvolveram experiências exclusivas que envolvem gastronomia, aventura, natureza, vinhos e mais. É possível, por exemplo, praticar canoagem e falcoaria, percorrer trilhas a pé ou de bicicleta, fazer a observação de aves ou do céu noturno, voar em

um balão de ar quente, fazer um piquenique, passear a cavalo e até fazer aulas de volteio, uma modalidade do hipismo. Esse contato com a natureza continua com visitas à horta, onde se pode colher frutas, ou às cavalariças, onde crianças podem ajudar a alimentar e escovar os cavalos, além de dar uma volta no picadeiro. Para relaxar, uma massagem terapêutica, relaxante ou de vinoterapia estão entre as opções de tratamentos do spa, que conta com vários espaços criados para oferecer muita tranquilidade. Esfoliação, drenagem e hidroterapia também figuram entre as opções. Pode parecer que até aí qualquer um já teria tudo para uma viagem perfeita: belas paisagens, tranquilidade sem fim, serviço personalizado, ambiente especial e muito o que fazer. Mas não acaba aí: as experiências mais incríveis são as gastronômicas e vínicas. Qualquer refeição no restaurante Basilii por si só é inesquecível. Uma verdadeira viagem pelas iguarias alentejanas, os pratos do chef Filipe Ramalho dão um toque de sofisticação aos sabores tradicionais da região, como as famosas migas à alentejana ou a carne de lebre. Além de provar dessas iguarias, estão disponíveis workshops de gastronomia e de doces típicos. Pode-se também fazer degustação de vinhos, visita às vinhas e adega e, em determinadas épocas, até participar da colheita e da pisa da uva para a produção desta bebida. A dica é combinar os programas gastronômicos com as degustações vínicas, jeito certo de atingir o nirvana!

Bar do hotel e, acima, elegância de uma das suítes

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FÉRIAS

sublimes

Serenidade e conforto definem o hotel Sublime Comporta

ense em exclusividade, luxo e muito charme em pleno litoral português. Rodeado por 17 hectares de pinheiros mansos, dunas selvagens, arrozais, sobreiros e lagoas secretas, está o hotel boutique Sublime Comporta. A natureza rica do entorno é o cenário perfeito para uma experiência de serenidade e conforto absolutos. Localizado a apenas uma hora de Lisboa, no pequeno vilarejo de pescadores de Comporta, com sua pegada rústica mas sofisticada, praias intocadas de areia dourada e restaurantes deliciosos, é um verdadeiro refúgio que presta homenagem a tudo o que ainda é autêntico e genuíno em Portugal. A beleza do ambiente natural fica perfeitamente integrada à simplicidade arquitetônica: os quartos e

cabanas de decoração branca, minimalista e impecável esbanjam requinte, mas de uma forma tão suave que não tiram os holofotes do esplendoroso exterior. O minimalismo é complementado por peças fortes, como mesas de madeira retorcida ou urnas de porcelana, unindo traços do design italiano com itens étnicos numa combinação exótica que é a cara dos proprietários muito viajados: ele, um piloto; ela, uma antiga comissária de voo. Não é só a construção que se integra ao ambiente, mas os hóspedes também. Para isso, todos os quartos têm sacadas individuais e vistas inigualáveis com seus janelões que cobrem a parede desde o chão até o teto. Impossível não cair de amores. O melhor momento para visitar esse paraíso escondido entre as árvores e o mar é entre maio e setembro. Nessa época, os

Detalhes do menu do restaurante

dias são ensolarados e a temperatura da água está quente o suficiente para nadar. Para quem gosta de surfar, setembro, outubro e novembro são os meses de melhores ondas. O inverno também é prazeroso: além das lareiras do hotel que tornam as salas, quartos e suítes tão agradáveis quanto um abraço, os dias costumam girar em torno dos 15 graus, ótimo para caminhadas, trilhas de bicicleta, piqueniques na lagoa e passeios a cavalo pelas dunas, praias ou através de campos de arroz. De barco, é possível ver a única comunidade de golfinhos existente em Portugal. E se a pedida é relaxar, o spa cuida disso com piscina aquecida, sauna, massagens e aulas de ioga. A melhor parte são as espreguiçadeiras ao redor da piscina – que são tão confortáveis quanto camas – um convite para ler um livro e tirar um bom cochilo depois de nadar.

No restaurante Celeiro, com vista para a piscina e a floresta de pinheiros – em noites mais quentes, pode-se sentar sob as estrelas – toda a elegância do espaço combina com a gastronomia inovadora e imaginativa do chef lisboeta David João, um dos talentos emergentes da culinária portuguesa. É ele quem comanda os jantares, que oferecem um menu degustação de cinco pratos harmonizados com vinhos. Delícias inspiradas na cozinha tradicional portuguesa, preparadas com simplicidade, utilizando ingredientes frescos regionais e frutos do mar provenientes da pesca do dia. Comprometidos em oferecer um serviço excepcional e personalizado em um ambiente de sonhos, o hotel Sublime Comporta recebe cada hóspede com a promessa de uma estadia inesquecível. Sublime é, definitivamente, a palavra certa. 59

ROTA VICENTINA

oloque na mala só o que for leve e confortável. Não esqueça a máquina fotográfica, protetor solar e muita disposição. Você não precisa de muito mais que isso para explorar a Rota Vicentina, uma rede de trilhas traçadas no sudoeste de Portugal, ao longo de uma paisagem de belezas impressionantes e passando por vilas que são puro charme e uma fonte de cultura e história. São mais de 400 quilômetros a percorrer, divididos em Caminho Histórico, Trilho dos Pescadores e Percursos Circulares. Mais da metade desses percursos fica no Alentejo e são uma maneira muito diferente e gratificante de conhecer uma das regiões mais autênticas de Portugal. Explorar o Alentejo sobre as próprias pernas – ou, em alguns casos, sobre duas rodas, já que existem trilhas em que é possível pedalar de mountain bike – é experimentar tudo aquilo que a região propõe de uma vez só. Com os pés na terra e os olhos nas vistas inesquecíveis, tem-se o contato com a natureza que os alentejanos tanto prezam; em cada vila ou aldeia, encontram-se pedaços de uma história pujante, amostras de uma cultura marcante e pratos de uma gastronomia preciosa; na calmaria e tranquilidade do caminhar, os turistas viverão a filosofia alentejana de fazer as coisas a seu tempo, em seu próprio ritmo, e passarão a acreditar naquilo que quem vive por essas bandas acredita: que o tempo para quando necessário, principalmente quando precisamos aproveitar e apreciar melhor os nossos dias. As trilhas são completamente sinalizadas e divididas em etapas de no máximo 25 quilômetros, que podem ser percorridas em um dia cada uma. Essas etapas, no entanto, são meras sugestões, uma vez que 61

ROTA VICENTINA

podem ser encurtadas ou estendidas de acordo com a preferência do turista ou mesmo a localização do hotel desejado. Para completar, a sinalização garante autonomia e segurança nas trilhas. Seguir a rota durante vários dias é uma sensação única. A paisagem é sempre deslumbrante e a natureza presenteia com surpresas que marcam cada momento: flores do campo, praias de beleza incomparável, ervas que deixam um aroma especial pela manhã, borboletas que colorem o ar, cegonhas-brancas que fazem seus ninhos sobre rochedos altos na costa, coisa que não fazem em nenhum outro lugar do planeta, e lontras que quase nunca são encontradas em ambientes marinhos como esse. Ao longo de todo o percurso, hotéis, restaurantes e serviços garantem uma viagem tranquila e bem sucedida. A própria Rota Vicentina tem uma rede de empresas parceiras que partilham de seus princípios de cuidados com o ambiente e amor à natureza. Quando reservados antecipadamente, alguns hotéis ajudam com o transporte da bagagem, para que seus hóspedes possam desfrutar ao máximo do caminho. A Rota está totalmente inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, uma das partes mais conservadas de todo o litoral europeu. As vivências por essas trilhas são únicas, ricas e autênticas. São 110 quilômetros de costa selvagem e 75 mil hectares de área protegida, resultando num ambiente natural e bucólico de clima ameno com mais de 300 dias de sol por ano. Simplesmente imperdível para quem ama estar ao ar livre! 62

PELA HISTÓRIA PORTUGUESA O Caminho Histórico percorre séculos de história de vilas e aldeias, passando pelo lado menos conhecido do sudoeste português. Montados, serras, vales, rios e ribeiras tornam as vistas inesquecíveis nesse caminho que pode ser percorrido a pé ou de mountain bike. CIDADES ALENTEJANAS NO CAMINHO Santiago do Cacém Vale Seco Cercal do Alentejo São Luís Odemira São Teotónio

AO LONGO DAS BELEZAS DO LITORAL O Trilho dos Pescadoras segue os caminhos usados pelos moradores para acesso às praias e pesqueiro, mantendo-se sempre junto ao mar. Mais desafiador devido à areia, o vento e as falésias, garante paisagens sem igual. Esse percurso só pode ser feito a pé. CIDADES ALENTEJANAS NO CAMINHO Porto Côvo Vila Nova de Milfontes Almograve Zambujeira do Mar CIRCULANDO EM PEQUENOS PERCURSOS Criados para quem quer uma experiência mais curta e mais tranquila, os Percursos Circulares são reduzidos, com meio dia de duração e início e final no mesmo local. Das cinco trilhas, apenas uma só pode ser percorrida a pé, e as outras quatro também permitem mountain bike. CIDADES ALENTEJANAS NO CAMINHO Almograve Sabóia Santa Clara São Luís Troviscais

Como chegar até a região: de Lisboa, é possível chegar até algum dos destinos da Rota Vicentina de carro, trem ou ônibus. É possível fazer as trilhas de bicicleta? Algumas delas, sim. Só não é possível no Trilho dos Pescadores e nas Dunas do Almograve, uma vez que o caminho fica próximo das falésias, as trilhas são estreitas e o piso é, principalmente, areia solta. Quando ir: O outono e a primavera são as estações mais indicadas, com temperaturas amenas e pouco vento. O verão costuma ser muito quente e cheio, e o inverno é chuvoso.

Com quem ir: Qualquer companhia é bemvinda. Mesmo que a região seja tranquila e segura, não é recomendado percorrer a Rota sozinho, apenas como prevenção em caso de quedas ou entorses. Onde ficar: Procure os alojamentos associados da Rota Vicentina. Uma lista está disponível no site pt.rotavicentina. com. É recomendado que o percurso seja planejado com antecedência e os hotéis, reservados antes da viagem. É permitido acampar? No Trilho dos Pescadores, não. No Caminho Histórico, existem alguns parques de campismo. Onde comer: A Rota Vicentina disponibiliza em seu site uma lista de restaurantes parceiros que servem o melhor da comida típica de Portugal.

O que levar na bagagem: Roupas leves, sapatos confortáveis, capa de chuva ou casaco impermeável, chapéu, protetor solar, repelente. Como aproveitar ao máximo: Muitos hotéis e empresas realizam o transfer de bagagens entre uma vila e outra. Assim, é possível fazer a caminhada com tranquilidade, sem precisar carregar a mala ou mochila. O que levar para um dia de caminhada: Chapéu, protetor solar, água, comida, telefone, máquina fotográfica, dinheiro, mapas, kit de primeiros socorros. Quantos dias ficar: O roteiro é flexível e definido por quem vai, podendo ser mais longo ou mais curto. Quem pode percorrer a Rota Vicentina: O percurso é acessível a todas as pessoas, já que os trajetos não apresentam grau de dificuldade elevado. O maior desafio é a sua extensão, por isso recomendase alguma preparação física. O Trilho dos Pescadores não é indicado para pessoas com vertigens ou medo de altura. Dificuldades em se programar? Diversas agências de viagem e operadores turísticos de Portugal têm programas pela Rota Vicentina com guias, refeições e hotéis inclusos. Mais informações: pt.rotavicentina.com.

DICAS CERTAS

LISBOA AOS OLHOS DOS

brasileiros Blogueiros que viajam o mundo todo contam o que há de melhor na capital portuguesa

360MERIDIANOS Luíza Antunes

||| UM

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CLÁSSICO IMPERDÍVEL

O meu lugar favorito em Lisboa é o bairro Alfama. A maioria dos turistas passam por ali, nem que seja para ir até o Castelo de São Jorge, que é o monumento mais visitado de Portugal! Para mim, o bom mesmo é ficar explorando as ruelas O Palácio Nacional da e becos do bairro. Uma Ajuda é um lugar em Lisboa tasca ali, uma senhora que vale muito a visita, mas conversando à beira da que infelizmente a maioria porta acolá, um fado das pessoas desconhece tocando num restaurante, ou não coloca no roteiro. as crianças do bairro É um ótimo passeio para jogando futebol. Também quem está indo visitar a dá para visitar o Museu região de Belém. O palácio do Fado, e não deixe de ir é lindíssimo – não perde ao Miradouro das Portas nada em decoração para do Sol para uma vista Versailles, na França! privilegiada da cidade.

Um hado ac

3EM3 Tiago Caramuru

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CLÁSSICO IMPERDÍVEL

Gastar um dia inteiro no bairro de Belém é uma delícia! Pela manhã, comece explorando o interior dos monumentos mais antigos e reconhecíveis de Lisboa: a Torre de Belém e o Monastério dos Jerônimos. Pode-se também subir ao topo do Padrão dos Descobrimentos, de onde se tem uma vista maravilhosa de todo o Bairro Lisboa é minha cidade preferida de Belém, de um lado, e do no mundo e o Bairro Alto, o Rio Tejo, do outro. Encerre o bairro que mais gosto. À noite, expediente experimentando a o clima nas ruas é de alegria receita secreta e centenária da e confraternização. Pegue um drink em um dos bares Fábrica dos Pastéis de Belém, apertados, que ficam literalmente onde o doce mais famoso de grudados um no outro, e vá Portugal foi criado em 1837.

Um achado

Ana Catarina Portugal Declev Reynier

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TURISTA PROFISSIONAL

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celebrar com os amigos – os que você trouxe ou os que acabou de fazer – nas escadarias das ruas estreitas, iluminadas e cheias de vida até o amanhecer.

CLÁSSICO IMPERDÍVEL

Não tem como visitar Lisboa e não dar um passeio no eléctrico 28 (o famoso bonde). Ele passa por quase toda a parte histórica da cidade, cruzando as ladeiras do Chiado e Bairro Alto, atravessando a Baixa e indo novamente ladeira acima rumo a Alfama. Vale a pena fazer o trajeto completo e, então, na volta, escolher alguns pontos para descer para passear, como o Largo das Portas do Sol, o mirante de Santa Luzia e a Sé de Lisboa, passando por vários clássicos da cidade de uma só vez.

Um achado

O Oceanário de Lisboa está no roteiro de quase todos que visitam a cidade, mas o que muita gente não sabe é que aos fins de semana, antes de abrir para o público em geral, há uma programação linda para quem tem crianças de até 4 anos, que é o Fado Miudinho e o Concerto para Bebês. Depois da emocionante apresentação diante da imensidão azul de um enorme aquário, em frente a tubarões e muitos outros peixes, pode-se visitar tudo tranquilamente antes de lotar com os demais visitantes. Como as vagas são bem limitadas, é preciso reservar com bastante antecedência, mas vale muito a pena. 65

DICAS CERTAS

DO PÃO AO CAVIAR

Ana Lembo

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CLÁSSICO IMPERDÍVEL

É impossível falar de Lisboa e não se lembrar dos famosos pastéis de Belém quentinhos, mas isso todo mundo já sabe. O jeito mais legal de comêlos é fazendo antes um tour de sidecar por Lisboa, passando pelos pontos mais famosos da cidade e terminando dentro da cozinha do Pastel de Belém, para prová-los direto da fonte!

Um achado

Um dos lugares mais bonitos e tranquilos para ver Lisboa do alto é, sem dúvidas, o Miradouro de Nossa Senhora do Monte. Mas compre antes uma bela garrafa de vinho português na loja Garrafeira Nacional, que tem os melhores preços de vinhos, um belo queijo de azeitão e vá assistir ao pôr do sol nesse miradouro. Depois, vá jantar no Mini Bar, do famoso chef José Avillez. Mas não se esqueça de reservar antes.

CARPE MUNDI

Betina Neves

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CLÁSSICO IMPERDÍVEL

A Tasca do Chico, pequena e muito tradicional pra ouvir fado. É preciso reservar ou chegar cedo pra conseguir mesa. Mesinhas apertadas com toalhas xadrezes recebem desde idosos portugueses a turistas europeus para ouvir os fadistas, que podem ser profissionais ou simplesmente quem levantou com vontade de cantar.

Um achado

O Convento dos Cardaes, um lugar bem pouco conhecido no Bairro Alto. Algumas senhorinhas levam os visitantes pelo convento do século 17 com detalhes dourados e painéis de azulejos maravilhosos. 66

POR PERTO

AO REDOR de

Lisboa

Há destinos imperdíveis a menos de uma hora da capital portuguesa

No Portinho da Arrábida, encontramos um

Portugal fantasiado de

Caribe.

isboa não tem idade. A história caminha lado a lado com a inovação. A tradições mantêm vínculos com a animação cultural contemporânea. É um verdadeiro tesouro europeu, uma capital autêntica que conquista a todos que ali pisam, seja pelos ares cosmopolitas, pelas tascas encantadoras ou pelo famoso bacalhau. Sim, é fato: Lisboa apaixona. De um jeito despretensioso, como quem não quer nada, sem fazer questão de competir com os clássicos – e batidos – destinos do continente, ocupa os corações dos brasileiros. E há muitas coisas para descobrir por lá, mas também há muito para encontrar no restante de Portugal. Para fazer as duas coisas ao mesmo tempo, basta explorar tudo o que a região lisboeta tem a oferecer. Inúmeros paraísos circundam essas cidades, e, em menos de uma hora, é possível estar numa praia que mais parece o Caribe ou numa importante reserva natural. Vamos conhecer os arredores de Lisboa? O estuário do Tejo está bem pertinho dali, e as cidades dessa região têm muito a oferecer. Só 35 quilômetros separam a capital agitada e moderna de Alcochete, um destino que atrai os turistas com sua natureza rica, mesmo estando na região da metrópole. Percorrer as trilhas de áreas protegidas a pé ou sobre duas rodas, passear a cavalo, praticar stand-up paddle,

paddlesurfe ou kitesurfe, explorar o Tejo em um barco e até empinar pipa são parte de um roteiro de muita diversão em Alcochete. Essa linda vila ribeirinha fica muito próxima da Reserva Natural do Estuário do Tejo, onde é possível observar a migração de aves, inclusive os fascinantes flamingos, que fazem um verdadeiro espetáculo no outono, quando chegam aos milhares. Vale também conferir como funciona o trabalho nas salinas e até ver a retirada da cortiça dos sobreiros, um processo de rende fotos impressionantes. Mais ao sul, na praia do Portinho da Arrábida, que está a 46 quilômetros de Lisboa, encontramos um Portugal fantasiado de Caribe. Suas águas límpidas de diversos tons de azul quebram suaves na areia branca e fininha, o que a levou a ser considerada, compreensivelmente, uma das praias mais bonitas de Portugal. E o contraste com os verdes intensos do Parque Natural da Serra da Arrábida deixa tudo ainda mais incrível. Esse cenário perfeito, que mais parece saído de um sonho ou um filme, inspira vagarosos banhos de mar, tardes estendidas na areia e momentos de tranquilidade extrema. Na baía calma, é possível praticar mergulho e observar o que a vida marinha da região tem de especial. Existem outras praias deslumbrantes no parque, como Figueirinha, Galápos e Galapinhos, que são ótimos pontos de partida para descobrir o restante dele, começando pelo sopé das montanhas e subindo, parando em mirantes com vistas estonteantes e recarregando as energias junto à natureza, entre o azul do mar e o verde da serra.

Estrada para Sado Arrábida

POR PERTO A oeste de Lisboa está Sintra, da qual todo o mundo já ouviu falar. Mas quem vai até lá acaba visitando a Quinta da Regaleira, o Palácio da Pena ou o Castelo dos Mouros. Nada de errado com isso: são lugares absolutamente maravilhosos. Mas estão em todos os roteiros de Sintra. Para sair um pouco do usual, vale conhecer as partes do litoral. Mais inusitada e menos conhecida é a pitoresca aldeia das Azenhas do Mar, incrustrada em uma falésia a cerca de 40 quilômetros de Lisboa. É impossível saber o que é mais encantador: a praia ou o vilarejo. Tomar banhos de sol e curtir o anoitecer nas ruas que sobem e descem é uma boa opção. Ver o entardecer depois de descobrir tudo o que o povoado tem a oferecer também. Seja como for, é uma praia inigualável, ladeada por grandes muros naturais, e de uma beleza estonteante – seja pelas ondas quebrando calmas na areia, seja pelas casas brancas no topo do penhasco ou a sensacional piscina escavada na rocha. Também em Sintra, a apenas 13 quilômetros de Azenhas do Mar, está o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do continente europeu. Até o grande poeta português, Camões, escreveu sobre ele em sua maior obra, Os Lusíadas, dizendo ser “onde a terra se acaba e o mar começa”. Sua frase está gravada em pedra em um memorial de lá. Chegar exatamente aonde a terra termina, como mencionou Camões, é proibido por ser muito perigoso, mas isso não impede de apreciar uma das mais belas vistas do mar e da Serra de Sintra, assim como do famoso Farol do Cabo da Roca, uma construção extremamente charmosa. Combinar uma visita a

Azenhas do Mar

Compras Embora seja um destino de natureza incrível, Alcochete também atrai visitantes com o Freeport, um outlet com mais de 150 marcas e descontos de até 70% o ano todo. Ideal para quem busca produtos de grifes internacionais renomadas, como Armani, Burberry, Hugo Boss, Nike e Tommy Hilfiger, fica a apenas 20 minutos de Lisboa. Basta atravessar a Ponte Vasco da Gama, uma das mais belas da Europa, para estar no maior paraíso de compras de Portugal,

percurso que pode ser feito com o Pack Freeport Outlet Shuttle, pacote que, além do transporte, ainda inclui o VIP Shopping Card, que dá 10% de desconto adicional em lojas selecionadas. Nesses 75 mil metros quadrados, também é possível contar com a ajuda de um personal shopper para reformular o visual,

receber dicas de moda e até mesmo cuidar da pele e do cabelo. Turistas ainda podem obter o reembolso do IVA em compras com valor maior que 61,35€.

Estoril

este ponto com a ida a Azenhas do Mar é uma ótima ideia. A 150 metros de altitude e meros 40 quilômetros da capital portuguesa, o Cabo da Roca rende, talvez, algumas das melhores fotos de uma viagem pelo país. Para os brasileiros, é ainda mais impressionante, uma vez que, apesar de o Brasil possuir mais de 7 mil quilômetros de costa, não há sequer um pedacinho de seu litoral que se pareça com esse. Se todas essas ideias são boas para visitar em um dia e depois voltar para Lisboa, o Estoril é bom para ficar. Não tem nem um pouco do toque bucólico dos destinos citados anteriormente. É um centro cosmopolita, com vida noturna animada, infraestrutura moderna e muito preparo para receber todos os turistas. A apenas 25 quilômetros de Lisboa, esse destino se tornou muito popular no século passado, não só por sua proximidade da praia, mas também pelas nascentes de águas termais existentes na região. Tendo sido lugar de exílio de muitos monarcas europeus depostos e refúgio de muitos escritores, artistas, políticos, negociantes e judeus na II Guerra Mundial, o Estoril impressiona até hoje com seus castelos e casarões luxuosos – isso para não falar nas lindas praias rodeadas por rochedos. Com cerca de 260 dias de sol ao ano, essa região da costa de Portugal é um espanto. E, para se surpreender ainda mais, nada melhor que saborear um bom peixe em um dos deliciosos restaurantes à beira-mar e comer um sorvete ao ar livre. Outra boa pedida é explorar as ruas ensolaradas de bicicleta. Estoril

HOTELARIA

Esplendor

CLÁSSICO E LUXO Com cinco estrelas, Hotel Palácio Estoril esbanja requinte desde 1930

Hotel Palácio Estoril conta histórias muito diferentes da maioria dos hotéis espalhados pelo mundo. São histórias gloriosas da realeza, de atores e celebridades, de Chefes de Estado e até de espiões. Em funcionamento desde 1930, hospeda gente vinda do mundo todo, inclusive grandes personalidades. Os convidados ilustres eram numerosos principalmente durante a 2ª Guerra Mundial, quando o Estoril foi lugar de exílio de diversos monarcas e dignitários de Estado, assim como outras famílias fugidas do conflito. Naquela época, inúmeros espiões escolheram o Hotel Palácio para suas atividades, tramando algumas das mais decisivas manobras da espionagem da história, fossem eles agentes secretos alemães ou britânicos. No bar do hotel, a encomenda do champanhe mais caro era uma mensagem a respeito da vitória ou derrota em uma batalha. Não foi à toa que, nos anos 1960, a propriedade foi utilizada como cenário no sexto filme da franquia de James Bond, “007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade”. Esse é o pano de fundo de um dos hotéis mais impressionantes de Portugal: já foi a segunda casa das famílias reais espanhola, italiana, francesa, búlgara, romena e, ainda hoje, atrai seus descendentes. Mas pouco importa se você vai andar pelos mesmos corredores que a princesa Grace de Mônaco e a Rainha Victoria Eugénia da Espanha um dia percorreram, já que, no Palácio Estoril, todos se sentem como reis. Com um ambiente elegante, decoração clássica, impressionante fachada branca e jardins verdejantes muitíssimo bem cuidados, é um espaço verdadeiramente único, que deixa qualquer um boquiaberto. Seu interior consegue ser grandioso, mas acolhedor, combinando a atualidade com a tradição e a eficácia com o esplendor numa beleza atemporal. Epítome do luxo e da exclusividade, o Hotel Palácio Estoril esbanja versatilidade para receber bem todo tipo de hóspede. A praia de areia fina e mar de um azul profundo estão a apenas cinco minutos de caminhada, e o calçadão tem bares, lojas, restaurantes e cafés para todos os gostos. Além disso, são apenas dois quilômetros

até a cosmopolita Cascais. O cassino é uma ótima escolha ao cair da noite, com espetáculos e shows, galeria de arte, música ao vivo, muitas opções gastronômicas e, é claro, aquela chance de desafiar a sorte. Para encantar todos os sentidos, inclusive o paladar, o hotel conta ainda com dois restaurantes e um bar. O principal é o Grill Four Seasons, com um menu sedutor de cozinha tradicional portuguesa e internacional que varia de acordo com a estação do ano. O jantar tem apresentações encantadoras de música ao vivo com pianista. Não menos importante, o Terraço Bougainvillea é um terraço cool virado para o jardim e a piscina, protegido do vento e do sol, onde se pode fazer uma refeição ou apenas apreciar um drinque. Os sabores do Palácio, unidos às Termas do Estoril, ao spa e todos os detalhes de uma estadia neste hotel têm o ponto alto em pequenos prazeres fora do comum, sensações que marcam e tornam a experiência de se hospedar ali totalmente inesquecível.

Quem estiver se sentindo ousado pode explorar a Foz do Sabor numa canoa, esqui aquรกtico

Sr. Afonso trabalha hรก 65 anos no hotel

COMER BEM

Ministerium

Gastronomia Os espaรงos mais diferentes para comer em Lisboa

isboa tem centenas de anos e isso se vê em seus monumentos históricos. Construções medievais se espalham por esta cidade encantadora, atraindo gente do mundo todo em passeios clássicos. Mas nem só de tradição vive a capital portuguesa. O século 21 já chegou às ruas lisboetas de diversas formas: hotéis, galerias, casas noturnas, bares e restaurantes com conceitos inovadores deram as caras e estão conquistando aquela parcela do público que adora coisas novas e detesta ficar na mesmice. E entre todos esses expoentes estão alguns empreendimentos especiais: os gastronômicos. Isso porque comer bem pode tornar uma viagem muito melhor. Uma boa refeição em terras estrangeiras não só deve encher o estômago e matar a fome, mas trazer sabores inéditos e despertar novas sensações.

Marisqueira Azul

COMER BEM

O Mercado da Ribeira, em frente ao Cais do Sodré, é um desses espaços. Criado pela revista Time Out Portugal, quer manter o melhor de Lisboa sob um mesmo teto. Isso inclui 24 restaurantes, 8 bares, mais de uma dezena de espaços comerciais e uma sala de espetáculos. Um deles é o Marisqueira Azul, que reinventa a tradicional marisqueira portuguesa num ambiente mais urbano, servindo mariscos frescos e cerveja gelada. Precisa de mais alguma coisa? Se preferir, a Cozinha da Felicidade também é uma ótima opção por lá, com invenções gastronômicas que têm todo o sabor nacional de um jeito simples e informal, como o exótico carro-chefe da casa: polvo de molho com batata doce. O Café de São Bento, por sua vez, tem o melhor bife de Lisboa: corte alto de uma carne macia servida com batatas fritas, que ficam ainda mais deliciosas quando mergulhadas no molho da carne, que tem um tempero todo especial. É também no Cais do Sodré que está a La Puttana. Se não entrar pelo nome, uma referência à história da rua que, no passado, era ponto de prostitutas, entre pela melhor pizza da capital portuguesa. Em um ambiente exclusivo de apenas duas mesas, a iguaria mais popular do mundo tem sabores tradicionais ou extravagantes, todas com ingredientes frescos em uma massa de espessura perfeita. Vale provar as pizzas brancas (sem molho de tomate) e a surpreendente “la puttana”. A LXFACTORY é outro lugar na cidade que reúne vários espaços incríveis. Instalada nos 11 prédios de um antigo 76

complexo fabril revitalizado no bairro de Alcântara, reúne lojas, livrarias, empresas de design, artes, publicidade e, claro, restaurantes inigualáveis. Entre eles estão a creperia e gelateria do Chef Nino, o BI+CA, um café que também aluga e vende bicicletas lindas, e o LXeeseCake, onde se pode provar de cheesecakes que são um verdadeiro sucesso. E é num dos ícones obrigatórios de Lisboa, a Praça do Comérico – também conhecida como Terreiro do Paço – que está um espaço absolutamente fascinante. O Ministerium Cantina é um restaurante de petiscos tradicionais portugueses comandado pelo chef Nuno Bergonse, com petiscos, sanduíches, hambúrgueres, carnes, saladas, queijos, frios e sobremesas. Mas, além da comida maravilhosa, tem também o Ministerium Club, uma casa noturna que recebe DJs internacionais, sendo uma referência das baladas lisboetas. Para completar, tem ainda o Ministerium Arte e o Ministerium Eventos.

DICAS

VENHA DESCOBRIR Prepare as malas e reserve as passagens para experiências surpreendentes Centro de Portugal

Alentejo

Casa das Penhas Douradas Parque Natural da Serra da Estrela casadaspenhasdouradas.pt

Herdade de São Miguel - Redondo herdadesaomiguel.com

Burel Factory - Manteigas burelfactory.com Casas do Côro - Marialva casasdocoro.pt Casa da Cisterna - Castelo Rodrigo casadacisterna.com Casa das Castas - Vermiosa casadascastas.pt Museu do Côa - Foz do Côa arte-coa.pt Restaurante Vallecula - Valhelhas +351 275 487 123 Restaurante Petiscos e Granitos - Monsanto +351 277 098 030

Região de Lisboa

Casa do Terreiro do Poço - Borba wonderful.land/terreiro Restaurante A Escola - Alcácer do Sal +351 265 612816 Restaurante Arte e Sal - Praia de Morgavel - Sines +351 269 869125 Cabeças do Reguengo - Portalegre cabecasdoreguengo.com Herdade da Matinha - Cercal do Alentejo herdadedamatinha.com Torre de Palma Wine Hotel - Monforte torredepalma.com Sublime Comporta - Comporta sublimecomporta.pt M’AR De AR Aqueduto - Évora M’AR De AR Muralhas - Évora mardearhotels.com

Palácio do Estoril Hotel, Golf & Spa - Estoril palacioestorilhotel.com Dom Pedro Palace - Lisboa dompedro.com

Hotel

Restaurante

Enoturismo

Serra da Estrela Belmonte

Monforte

Lisboa Ă&#x2030;vora

Comporta

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