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São Paulo, 2016
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A beleza do seu coração: 31 reflexões sobre amor, fé, amizade e sobre como se tornar uma garota iluminada Your beautiful heart: 31 reflections on love, faith, friendship, and becoming a girl who shines Copyright © 2015 by Lauren Scruggs Edição brasileira © 2016 by Editora Ágape Ltda. com permissão da Tyndale House Publishers, Inc. Todos os direitos reservados. coordenação editorial Rebeca Lacerda
revisão Patricia Murari
tradução Tássia Carvalho
capa e diagramação Larissa Caldin
preparação Fernanda Guerrieiro Antunes
foto de divulgação Fonte: lolomag.com
coordenador editorial Vitor Donofrio
gerente de aquisições Renata de Mello do Vale
editorial Giovanna Petrólio João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda
assistente de aquisições Acácio Alves
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)
Índice para catálogo sistemático:
editora ágape ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1112 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.editoraagape.com.br | atendimento@agape.com.br
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Para todas as mulheres da minha vida que têm me mostrado a verdadeira beleza. Obrigada pela exposição ao amor de Deus.
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Sumário Prefácio 9 Introdução – Uma marca para o seu coração 11
Parte um – Seu coração buscando 1 Um coração no centro 21 2 Um coração que é amado 29 3 Um coração que recebe 37 4 Um coração que acredita 43 5 Um coração que adora 51
Parte dois – Seu coração transformado 6 Um coração que agradece 61 7 Um coração que conhece 68 8 Um coração que escuta 76 9 Um coração que cura 83 10 Um coração que transborda 90
Parte três – Seu coração obediente 11 Um coração que vê o pecado 99 12 Um coração que se arrepende 107 13 Um coração que descansa 115 14 Um coração que celebra 123 15 Um coração que escolhe 131
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Parte quatro – Seu coração para os outros 16 Um coração que é vulnerável 141 17 Um coração que é sábio 149 18 Um coração que serve 156 19 Um coração que é verdadeiro 164 20 Um coração que se eleva 171 21 Um coração que confronta 177 22 Um coração que perdoa 185
Parte cinco – Seu coração inconfundível 23 Um coração que encanta 195 24 Um coração que preenche 202 25 Um coração que sonha 210 26 Um coração que ousa 217 27 Um coração que inclui 223
Parte seis – Seu coração ansiando 28 Um coração que confia 233 29 Um coração que teme 241 30 Um coração que tem esperanças 248 31 Um coração que espera 256 Epílogo 263 Agradecimentos 265 Sobre as autoras 269
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Prefácio
por Jason Kennedy
Quando vi Lauren pela primeira vez, duas coisas me cha-
maram a atenção. A primeira foi sua confiança; a segunda, seu sorriso. Estávamos no estúdio da E!News, onde trabalho como apresentador e no qual ela seria entrevistada por Giuliana Rancic sobre o acidente que a atingira. Eu havia ouvido falar de Lauren e da tragédia em que perdera a mão e o olho esquerdos. Ao observá-la conversar ali, rindo e compartilhando sua história, eu disse: “Essa é uma pessoa verdadeira”. Na época, Lauren estava no meio do processo de recuperação, enfrentando inseguranças e incertezas, embora buscasse confiança para se expor, pois sabia que poderia ajudar os outros. Isso era tão bonito que seria impossível passar em branco. E, ainda que do outro lado do estúdio, reparei no sorriso dela. Daquele tipo que, mesmo que você esteja vivendo um péssimo dia, o faz se sentir melhor. Depois daquele terrível acidente, Lauren poderia ter optado por não sorrir e ver o mundo com amargura e dor. No entanto, ela estava sorrindo. Então, eu quis conhecer a mulher por trás daquele sorriso. Esse foi o nosso começo. Fomos passear com a mãe dela e minha amiga no dia seguinte. Lauren vivia em Dallas, e eu, na Califórnia, mas continuamos nos falando diretamente ou por meio do Skype todos os dias. Passei a amá-la porque ela é
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engraçada, inteligente, doce e solidária com todo mundo ao seu redor. É atenciosa, sempre pronta para uma aventura, e se dá bem com a família e com os amigos que me são importantes. E tem um jeito peculiar – divirto-me com o fato de Lauren manter quatro pacotes diferentes de chicletes na bolsa o tempo todo, só pra garantir. No entanto, o que a faz verdadeiramente bela para mim é seu coração, e é exatamente isso o que você vai ler nas páginas deste livro. Nós todos temos alguma característica que nos angustia, que gostaríamos de poder mudar em nosso corpo ou em nossa personalidade. Lauren não é diferente, mas ela não permite que essas coisas a atrapalhem, porque, em última análise, sabe quem ela é em Cristo. Enquanto você estiver lendo A beleza do seu coração, seu coração ficará focado no amor de Deus. Você vai descobrir confiança, beleza verdadeira e coragem para sorrir. Lauren se importa profundamente com os outros, e é por se importar com você que ela escreveu este livro. A beleza do seu coração é uma mensagem direta do coração de Lauren para o seu. Estou muito feliz por você não deixá-la escapar. A história de Lauren sempre me emocionou. Ela passou por tanta coisa, e a vida dela mudou no dia do acidente. Mas aí penso: A minha também. Sem esse dia, nunca a teria encontrado, visto seu lindo sorriso, ou conhecido seu lindo coração. Eu nunca teria enchido seu apartamento com tulipas brancas e velas do lado de fora da varanda que diziam: “Quer se casar comigo?”. Não sei a razão pela qual Deus escolheu este iluminado caminho para nós, mas agradeço por ter tido a oportunidade de pedi-la em casamento, ao que Lauren respondeu “sim”, e porque passarei o resto da minha vida com uma mulher verdadeiramente bela não apenas em seu exterior, mas em todos os sentidos mais importantes.
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Introdução
Uma marca para o seu coração “A
beleza está no interior.” Acreditei nessa frase por tanto tempo quanto me lembro, mas apenas recentemente comecei a compreender a magnífica, poderosa e visceral profundidade do significado dela. Em dezembro de 2011, sofri um acidente, e minha cabeça, minha mão e meu ombro foram atingidos pela hélice em movimento de um pequeno avião. Esse fato mudou minha aparência. Literalmente, escavou-a: amassou o topo da minha cabeça, arrancou minha mão esquerda e atingiu a frente do meu rosto, deixando-me sem um dos meus olhos. Tenho cicatrizes e próteses agora. Precisei de prolongamentos de cabelo por um tempo. Não vou desperdiçar seu tempo ou o meu fingindo que foi fácil lidar com essas mudanças físicas. Não foi. Depois do acidente, levou um tempo até que eu conseguisse me olhar de corpo inteiro no espelho. Quando finalmente criei coragem, chorei compulsivamente. Talvez você tivesse chorado também, e talvez por algumas das mesmas razões que eu. Uma razão pela qual estava tão chateada é que, às vezes, tenho uma compreensão distorcida e confusa de beleza. Talvez, em certas ocasiões, sua compreensão da beleza também seja distorcida e confusa.
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Todos os dias, você e eu somos bombardeadas de todos os lados por uma gigantesca mentira de beleza. Essa falsa ideia, muitas vezes, chega até nós pelos rolos de filmes de Hollywood e pelas páginas editoriais de Nova York, com certeza, mas não seria justo culpar apenas a indústria do entretenimento. Ouvimos a mentira saindo da boca dos nossos amigos, dos nossos colegas e, por vezes, até mesmo dos nossos pais. E nós também a ouvimos sussurrada de lugares tranquilos e secretos de nosso coração.
Aqui está a mentira:
certo tipo de aparência física equivale à beleza. O termo equivale nessa frase não é por acaso. De muitas maneiras, o nosso mundo transformou a beleza em uma equação matemática básica, na qual descobrir quão linda você é se torna tão simples como adicionar alguns números nela. As características físicas “certas” são como números positivos, e as “erradas”, como negativos. Tudo que você tem a fazer é coadunar-se com seus pontos positivos pessoais e subtrair os negativos, e saberá o quão bonita (ou não bonita) é. Não precisamos olhar por muito tempo ou com muito esforço para ver esse tipo de beleza-matemática funcionando ao nosso redor. É um sistema dolorosamente familiar. Na verdade, aposto que você pode identificar padrões de beleza do nosso mundo tão facilmente como eu. Dê uma olhada na lista abaixo – não é assim que funciona?
rosto? Simétrico. lábios? Carnudos. nariz? reto e estreito. Dentes? Alinhados e brancos. 12 Aberto_rebeca.indd 12
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Pele? Suave e clara. olhos? Grandes, com cílios longos e grossos. maçãs do rosto? Altas. Cabelo? Cheio e emoldurando o rosto. queixo? feminino. Cintura? Pequena. físico? firme e magro. quadril? não muito grande. bumbum? Idem. Seios? Empinados e grandes. Guarda-roupa? Estiloso e na moda. Estilo? original, mas não muito exclusivo. Pontos extras para sapatos fantásticos. Esses são os aspectos positivos que vemos em nossa beleza-matemática. É beleza que procuramos. Pense em como você se sentiu destruída quando uma pessoa fez piada com algum traço de sua aparência. Ou pense como as coisas pareciam sem esperança na última vez que comparou sua aparência com a daquela garota do outro lado do corredor na escola. Você sabe, aquela garota. Ou pense em quanto gastou a última vez que foi comprar roupas, ou quanto tempo gasta todos os dias para se maquiar, pentear ou malhar, porque sente uma pressão enorme para parecer certa. Pense em como você correu para o banheiro mais próximo, mortificada e desesperadamente à procura de corretivo, quando sentiu sua última espinha saindo. É tudo tão familiar, não é? Certo tipo de aparência física equivale à beleza. Você e eu sabemos que nossos amigos, nossos colegas e até nós mesmas cairemos nessa mentira às vezes. Talvez ainda caiamos muito nela. Acreditamos que um determinado visual é a verdadeira chave para a beleza. Então perseguimos esse padrão, mesmo que seja limitado e superficial. Mesmo que seja
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crítico, doloroso e inviável. Nós não poderíamos estar mais erradas em acreditar em tudo isso. Uma pessoa pode ter cada uma das características físicas da lista de beleza do nosso mundo, e ainda achar que é uma nulidade. Ela poderia se ajustar perfeitamente à definição de nossa cultura de beleza, mas, em seu íntimo, sentir-se inútil. Sob seu suposto exterior atraente, ela poderia estar insatisfeita, decepcionada, insegura, perdida, ou até mesmo desesperada. Em uma palavra: vazia. Não é nenhum segredo que ter a aparência de uma modelo irá abrir algumas portas na vida de uma jovem. Tenho certeza de que não preciso destacar que as pessoas com uma determinada aparência são muitas vezes recompensadas com elogios, atenção, dinheiro, popularidade e muito mais. Se fôssemos verificar a vida dessas mesmas jovens, porém, não levaria muito tempo para encontrar muitas que são absolutamente miseráveis. Sim, a garota tão atraente e cuja vida é supostamente tão fabulosa como resultado disso talvez se sinta mal porque as pessoas observam sempre nela apenas a aparência. Ou ela se entristece, desejando muito ser apreciada por algo mais do que a aparência, ou ela se desespera em mantê-la, preocupada com o fato de que, se a beleza desaparecer, todas as regalias também desaparecerão. Além disso, se você falar com jovens mulheres, perceberá que qualquer uma delas pode olhar no espelho e desejar ver uma imagem diferente lá. Independentemente de os outros dizerem que é uma mulher bonita, em seu íntimo, ela talvez não se sinta assim. Há uma explicação simples para isso: só a aparência física não satisfaz uma pessoa. Nunca irá satisfazer. Não pode. No entanto, há algo que pode, que satisfaz (e o fará para sempre): a beleza verdadeira.
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A verdadeira beleza vem do mais rico, mais pleno e mais significativo lugar que existe, incorporando as mais impressionantes, atraentes e convidativas qualidades que existem. Ela flui de alguém que – quando chegamos a conhecê-Lo e entender quem Ele é – supera qualquer outra coisa que poderíamos imaginar como bela. A verdadeira beleza está viva. Ela é vida. Não há nada de superficial nisso, nada de transitório, nada que a faça desaparecer. Nada – nem a desaprovação de outros, nem a passagem do tempo, nem mudanças indesejadas, nem mesmo um acidente traumático – pode reduzi-la. E tudo a respeito dela é absolutamente verdadeiro.
A verdade é a seguinte:
o amor de Deus em seu coração é beleza. O amor de Deus. Simples assim. Este livro fala sobre como o amor de Deus faz uma pessoa ser de tirar o fôlego. Cada palavra e cada frase nestas páginas mostram como o Criador de tudo pode refazer você com o amor Dele, dando-lhe a dádiva mais extraordinária de toda a história, que está disponível para você neste instante. Sim, toda a plenitude da beleza pode ser sua agora mesmo. Como você consegue? Os capítulos aqui mostrarão que o processo envolve menos você conseguindo e mais Deus lhe dando a beleza. É um acordo de duas etapas, e ambas são direcionadas por Ele.
Primeira: Deus lhe dá a Si próprio. Segunda: o amor Dele torna você mais como Ele. Ele pega o coração e o transforma. Cada uma dessas etapas é marcada com beleza: o fato de Deus dar a Si mesmo a
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você prova que Ele a considera bonita. Quando o amor Dele começa a transformar o seu coração, essa beleza a renova de dentro para fora. Esse processo não é sobre você trabalhar duro para se tornar o tipo de pessoa que Deus pode aceitar, mas sobre Ele escolher aceitar você, ainda que não esteja nos padrões Dele. Por meio de Seu Filho, Deus faz tudo para tornar você aceitável. Mais do que aceitável: amada. É uma sacudida no sistema ser perseguida desse jeito. A dádiva do amor de Deus se derrama sobre você, tornando-a diferente. Isso coloca a marca de Deus em seu coração, e então você começa a assumir os pormenores de quem Ele é. O amor divino se torna vivo em você: rico, abundante e significativo. Impressionante, atraente, convidativo. É uma beleza inegável. Ela brilha. Mas como isso acontece? Quando você mergulhar neste livro, descobrirá que os capítulos estão divididos em seis partes. As duas primeiras (“Seu coração buscando” e “Seu coração transformado”) focam a primeira etapa do processo da beleza: Deus dando-Se a nós. Nesses capítulos, veremos por que precisamos Dele, por que podemos confiar Nele, como Ele Se dá a nós, e o que isso significa de modo geral. As quatro partes restantes consideram temas específicos da vida nos quais o amor de Deus transforma o nosso coração: por meio da obediência (“Seu coração obediente”), em nossos relacionamentos (“Seu coração para os outros”), em como vemos a nós mesmas (“Seu coração inconfundível”) e em como encaramos o futuro (“Seu coração ansiando”). Detalhando um pouco mais, em cada um dos capítulos deste livro você encontrará:
Uma história. Cada capítulo começa com uma história de minha vida, ou da vida de outra jovem, narrada para
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exemplificar tanto uma dúvida comum como um problema comum que as jovens enfrentam;*
Uma lição da Bíblia. Nosso foco principal neste li-
vro sempre será a Bíblia e o que ela tem a dizer sobre Deus e sobre nós. Isso é muito mais importante do que qualquer coisa que eu diga; portanto, espero que, conectando a Palavra de Deus com histórias contemporâneas, você perceba a relevância da Bíblia para as dúvidas e preocupações cotidianas de uma jovem. Espero que você veja, cada vez mais, que conhecer a Deus por meio da Sua Palavra embeleza seu coração!;
Uma frase resumo. Elas estão aqui para simplificar a
mensagem geral deste livro, lembrando-se dela e compartilhando-a. Quando um capítulo específico se conectar a seu coração, escreva a frase e a mantenha onde você possa vê-la constantemente. Ou compartilhe suas frases favoritas com amigos, pessoalmente, em mídias sociais, em uma nota encorajadora ou de alguma outra maneira criativa. Esforce-se para lembrar o que é a verdadeira beleza, e ajude os outros a descobri-la junto com você;
Questões para reflexão. Tais perguntas se destinam a
ajudá-la a aplicar os princípios que acabou de ler em cada capítulo. Assim, visam a auxiliá-la a conhecer ainda melhor o conteúdo deste livro, encorajando-a a pensar nas maneiras específicas pelas quais Deus impacta seu coração e sua vida. Por favor, não ignore as
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Embora as histórias deste livro sejam verdadeiras, muitos nomes e alguns detalhes foram alterados para preservar as identidades. os pormenores foram pouco mudados, a fim de manter a integridade da história e seu significado.
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questões para reflexão! Nenhum capítulo deste livro fica completo sem elas. Há algo sobre a conversa franca que concretiza ideias importantes em nós, e é sempre bom manter relacionamentos que permitam compartilhar o que está no coração, oferecendo apoio e tendo um lugar aonde ir quando precisamos. Por isso as questões para reflexão no fim de cada capítulo são tão importantes. Esta obra vai criar ideias que você desejará cimentar no coração, e outras que talvez sejam difíceis de enfrentar. Por essa razão, recomendo -lhe organizar um pequeno grupo ou reunir alguns amigos que leiam o livro com você, para que conversem e orem juntos sobre os ensinamentos destas páginas. Seria ótimo se houvesse pelo menos uma cristã mais madura participando da leitura, para trazer experiência extra e sabedoria às discussões. Pegue sua mãe ou uma líder de jovens e peça que leia com você. (Mães e líderes de jovens adoram convites assim!) Ao ler e discutir, detenha-se principalmente no que a Palavra de Deus pode ensinar e, em seguida, deixe que essas verdades se interiorizem profundamente em seu eu. Ore por elas. Aprenda com elas. Esforce-se por obedecer-lhes. Aprecie vê-las vivas em sua vida e na dos outros, pois você nunca irá experimentar uma caminhada mais impressionante. Nada pode ser comparado com o amor de Deus. Então venha comigo. Vamos descobrir o que a beleza verdadeira pode ser. Vamos nos concentrar em como ela pode nos invadir e transformar. Vamos ser admiradas por Aquele que torna tudo possível. E, finalmente, vamos optar por receber a beleza de Deus e vê-la esmagar nosso coração e irradiar-se para nosso interior.
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Seu coração
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Seu CORAÇÃO está no centro do CORAÇÃO de DEUS
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Um coração no centro Galpões e closets: A história de Gossip Girl, a garota do blog.
Não havia hotéis reluzentes, mansões ou arranha-céus;
em vez disso, você via apenas velhos galpões, torres de água, escadas de incêndio e uma chaminé colossal. A área mais parecia um quarteirão de embarque devastado do que um luxuoso cenário de filmagem. O set de Gossip Girl, porém, localizava-se nas redondezas pedregosas da cidade de Nova York. Durante dois meses em meus quase vinte anos, estagiei no closet de Gossip Girl, e posso lhe dizer que ele era tão sem graça como a localização dos estúdios. Em nada lembrava o centro da moda que as pessoas talvez esperassem que fosse. Parecia uma grande lavanderia. Imagine uma grande sala com paredes simples na cor bege, piso de cimento sem qualquer detalhe e luzes fluorescentes industriais penduradas no teto. Araras de roupas ficavam amontoadas a dois metros de altura, nas quais se amassavam tantas peças diferentes de vestuário – todo e qualquer modelo, estilo, textura e cor – que nada parecia combinar entre si. Caixas com sapatos de grife se empilhavam a esmo.
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Roupas de marca poderiam continuar ali despercebidas. Não se conseguia ver a maioria das peças; tudo parecia perdido entre intermináveis cabides e baratas embalagens plásticas de roupas. Há uma razão que explica o fato de nada disso ter chegado à tela de TV. Se você conhece alguma coisa de Gossip Girl, provavelmente sabe que a série conta a história de um grupo de jovens socialites de Upper East Side em Nova York (muito ricas, muito sofisticadas). As personagens levam uma vida pautada por festas esnobes, moda cara, viagens glamorosas e presentes chiques. Semana após semana, luxo e glamour jorravam da tela. Portanto, não deve surpreender que simples galpões e despretensiosos closets não fossem o que as pessoas viam quando sintonizavam Gossip Girls. Apesar de o galpão e o closet serem peças importantes para o programa funcionar, eles não eram o tema da série. As pessoas que a dirigiam, sim, haviam decidido sobre qual seria o assunto: uma fantasia de Manhattan. Sets cintilantes. Opulência. Glamour da Quinta Avenida. Assim, percebendo ou não, os responsáveis acabaram tomando outra decisão; afinal, definir o tema da série significa também estabelecer qual não será o tema. Se sua história gira em torno de uma Nova York esplendorosa, então você não gravará terrenos, closets mal iluminados e ruas no Queens. Por isso o lado-menos-que-glamoroso de Gossip Girls nunca apareceu na tela. A maior parte disso nem sequer foi gravada. Este princípio, dos galpões e dos closets, também é verdadeiro quando consideramos a Bíblia. Ela conta uma história. Uma longa história formada por várias histórias menores, muito semelhante a um programa de TV que exibe uma série composta de episódios. Todas as histórias da Bíblia falam de algo. São sobre uma longa história.
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No próximo capítulo, vamos dar uma olhada no que é essa longa história e seu significado. Antes disso, porém, consideremos o que uma longa história bíblica não é. No que ela não se centra. O que ela passa muito pouco tempo mencionando. É possível que essas coisas, que não são grandes histórias bíblicas, nos deem pistas, se prestarmos atenção a elas. E isso porque a Bíblia é a mais importante mensagem, e nela jamais faltaria algo essencial. Portanto, se um assunto ocupa apenas algum espaço de uma página da Bíblia, isso significa, provavelmente, que ele é pouco relevante. Podemos levar essa lógica um passo adiante: se um assunto quase nunca aparece na Bíblia, mas em nossa vida o tratamos como se fosse extremamente importante, significa que, talvez, de fato não entendemos o objetivo das coisas. Por exemplo, a Bíblia quase nada diz sobre aparência física.
EXAMINANDO UMA APARÊNCIA VAZIA Se você está familiarizado com a Bíblia, pense em algumas das histórias mais conhecidas dela e também nas pessoas que nelas aparecem. Com que se parecem? Abraão – era alto ou baixo? Davi – tinha sardas ou não? Débora – tinha cabelos crespos, lisos ou meio ondulados? Maria, mãe de Jesus – tinha olhos grandes ou pequenos, amendoados ou arredondados, escuros ou claros? Qualquer tentativa nossa de responder a perguntas como essas seria apenas suposição. Não temos a informação porque
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os detalhes não constam em passagem alguma da Bíblia. Na verdade, se a lêssemos do começo ao fim, em busca de pormenores referentes às características físicas das pessoas, não encontraríamos muito. Entre os milhares de pessoas mencionadas nas páginas bíblicas, explora-se a aparência de bem poucas. Delas sabemos poucos detalhes. Por exemplo: Esaú era ruivo e peludo, e seu irmão, Jacó, não; Lia tinha olhos meigos, e sua irmã, Raquel, era atraente; Saul era alto; Davi era bonito; Eglom estava acima do peso; Zaqueu era baixo. Não é muito, mas, mesmo quando alguns pormenores físicos aparecem na Bíblia, são minúsculos fragmentos em uma história que de fato fala de outra coisa. A menção à pilosidade de Esaú é justificada porque, quando Jacó simulou ser o irmão, ele precisou usar peles de animal nos braços. As diferenças físicas entre Lia e Raquel são significativas na competitividade de ambas, em uma relação marcada pelo ciúme. O tamanho de Saul tornou-o um rei vantajoso para Israel. A beleza de Davi foi apenas mais uma característica que fez Saul odiá-lo. O sobrepeso de Eglom é mencionado na história de seu assassinato – a espada que o matou afundou na gordura da barriga dele. Zaqueu era muito baixo para ver Jesus em meio à multidão, o que o fez subir em uma árvore em busca de uma visão melhor. E até mesmo Jesus, a pessoa primordial em toda a Bíblia, nunca é descrito fisicamente. O livro de Isaías inclui uma profecia famosa, que antecipa Jesus, mencionando uns poucos detalhes: […] Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos. Foi desprezado […], e nós não o tínhamos em estima (Is 53:2,3).
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Exceto isso, porém, não há nada. Nenhuma citação à cor dos cabelos e dos olhos, à altura, ao peso, ao tom de pele, à massa corporal, à estrutura da face. Nada. Esse é o Filho de Deus, o momento decisivo do Universo, e certamente o protagonista da Bíblia, e nem sequer nos é dado um retrato mental básico Dele. Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia está essencialmente vazia de qualquer comentário sobre aparência física. Se estamos atentos a isso, aprendemos algo crucial. Afinal, o que uma coisa não é nos diz muito. Vamos colocar da seguinte maneira: se você quisesse ler sobre uma nova técnica de musculação, procuraria informação em uma revista de fitness. Se quisesse imaginar receitas e ingredientes para o jantar, desejaria ter um livro de culinária. Se quisesse reformar seu banheiro, visitaria um showroom de reformas. Se quisesse fazer paisagismo em seu jardim, visitaria um blog de jardinagem. Se quisesse se focar em sua aparência, iria a um salão de beleza. A uma boutique. A uma loja de sapatos. Você não buscaria a Bíblia para qualquer dessas coisas, porque a Bíblia dificilmente se preocupa com elas, se é que está preocupada com isso. Que tal por um instante afirmarmos o óbvio? Quando Deus determinou que escrevessem a mensagem Dele para a humanidade, isso não significou alguma coisa como: Vestida para seu tipo de corpo! ou 30 dias de abdominais assassinas! ou Defina suas sobrancelhas agora! Por essa razão, a mensagem de Deus não foi Cultive as melhores begônias! ou 50 petiscos veganos, tampouco Aperfeiçoe a flexão de braço. Uma das coisas mais difíceis e mais incríveis sobre ler a Bíblia está no fato de que sua mensagem é drasticamente diferente de tudo que possamos encontrar. Ao contrário de nossa cultura e de nós mesmos, a Bíblia não desperdiça tempo com observações superficiais ou entretenimento vazio.
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Ela não se apega a distrações ou a prolixidades; em vez disso, vai direto ao centro de tudo. E isso porque a Palavra de Deus abrange o que inclui, e porque não abrange o que não inclui. Não podemos ler a Palavra de Deus do mesmo jeito que lemos uma revista de moda. Não podemos encará-la do mesmo jeito que encaramos uma aula de malhação. Não devemos esperar que ela aja como um livro de autoajuda ou uma coletânea de sábios pensamentos. Precisamos lê-la pelo que é, não por aquilo que não é. E, quando lemos a Palavra de Deus pelo que ela é, encontramos uma história de amor épica. Sim, épica. Devemos nos maravilhar com tudo que esse livro faz ao nosso coração. Leia a Bíblia, e tudo que encontrará, do Gênesis ao Apocalipse, é que seu coração está no centro do coração de Deus. Essa é a mensagem bíblica. De tudo que se escolheu para dizer, isso é o que Ele queria que você soubesse. Mas espere. Caso você, de alguma forma, não esteja já impressionada, preciso ter certeza de que estou expressando a situação da maneira adequada:
o Deus que lançou as estrelas no céu e criou todo o Universo está obcecado pelo seu coração. Sim, obcecado. E o livro Dele fala disso; é um reflexo direto do que Ele próprio é. O Deus que encontramos na Bíblia está consumido pelo processo que transforma corações humanos endurecidos e pecaminosos em sensíveis e belos. Esse Deus fará qualquer coisa – na verdade, Ele tem feito tudo – para trazer a verdadeira beleza à vida, de modo que se irradie de dentro para fora. Não acredita em mim? Continue lendo.
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Um belo coração entende que Deus não está focado na aparência.
Questões para reflexão 1
Consulte 1 Samuel 16, especialmente o versículo 7. o que está acontecendo na história? o que o versículo 7 nos diz sobre a perspectiva de Deus?
2
De que maneiras nossa aparência se revela o centro de nosso mundo? o que significa quando o foco de nosso mundo se difere tanto do que encontramos na Palavra de Deus?
3
“Deus está obcecado pelo seu coração.” você acredita nisso? Justifique sua resposta.
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