Contabilidade e o meio ambiente

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Trabalho Interdisciplinar Dirigido

A sua revista digital

e o meio ambiente

Nesta edição > ISO 14000. > Contabilidade Ambiental. > Crimes Ambientais. > Estudo de Caso: Petrobras e os crimes ecológicos nos anos de 2000 e 2001.

acadêmica, instigante, educacional

EDIÇÃO 01 - NOVEMBRO 2014


Índice EDIÇÃO 01 - NOVEMBRO 2014

Página 03 A Contabilidade é o Meio Ambiente. Página 05 ISO 14000.

O trabalho apresentado como requisito de avaliação do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário UNA para relatar o que os componentes do grupo pensam sobre o assunto determinado pelo professor.

Grupo

Página 06 Estruturas da Contabilidade Ambiental.

Página 08 Benefícios que a adoção da contabilidade Ambiental trás para as empresas. Página 09 Crimes Ambientais Página 10 Petrobras: Uma grande estatal. Página 11 Estudos de casos dos crimes Ambientais cometido no ano de 2000 e 2001 Página 15 Conclusão

Ewerton Lennon Pereira Israel Vicente Alves Rodrigues Lídia Gomes de Oliveira Maria Angélica Rufino Gonçalves Natália Rodrigues da Silva Priscila Fernanda Moreira da Mota Professor Orientador: Patrícia Auxiliadora Martins Ferreira Braga


A CONTABILIDADE E O MEIO AMBIENTE As ameaças que temos enfrentado em pleno século XXI em face da degradação do meio ambiente, a extinção da flora e da fauna, a escassez de água, a alta emissão de gases poluentes, trazendo consigo a elevação da temperatura, que já é sentido em diversas partes do planeta, existe uma conscientização quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não podem mais serem desperdiçados, sob pena do comprometimento do equilíbrio ecológico do nosso planeta. A adoção de uma política ambiental empresarial vem se tornado cada vez mais importante para construir a imagem de um mercado globalizado, o que atualmente vem sendo uma grande arma para o sucesso das empresas. De acordo com Hilário Franco, autor do livro Contabilidade Geral (Editora Atlas), “a contabilidade é a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimoniais. Através desta definição de contabilidade pensou-se em uma forma de se juntar a contabilidade com o meio ambiente a fim de fornecer informações necessárias para os usuários externos e internos das empresas nas questões ambientais”.

“Existe uma conscientização quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não podem mais serem desperdiçados.”

A contabilidade ambiental teve seu surgimento a partir dos anos 70, quando começou a perceber preocupações mais agudas com o meio ambiente, e que esses problemas ambientais não poderiam ser de responsabilidade localizada, mais sim de uma responsabilidade globalizada. Foi na Primeira Conferencia Mundial sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, que o assunto teve uma repercussão internacional, trazendo consigo uma conscientização fundamental para a sociedade mundial sobre os problemas ecológicos. A contabilidade ambiental passa a ter status no ramo da ciências contábeis em fevereiro de 1998 com a elaboração do “ Relatório Financeiro e Contábeis sobre o Passivo e Custo Ambiental” elaborado pelo Grupo de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatório(ISAR – United Nations Intergovernanmental Working Group of Experts on International Standards of Accountingand Reporting - sigla em inglês). Nos dias atuais podemos dizer que a Contabilidade Ambiental esta em fase de desenvolvimento ainda inicial, pois ainda existem dificuldades em identificar e quantificar os aspectos ambientais causados pelas empresas. Segundo o Sr. Carneiro (2008, p.46) “a Contabilidade Ambiental pode ser considerada mais ambiciosa do que a Contabilidade tradicional, uma vez que busca conhecer as externalidades negativas e registrar, mensurar, avaliar e divulgar todos os eventos ambientais; o que nem sempre é tarefa simples uma vez que mensurar os impactos ambientais pode trazer um grau de complexidade para o qual a Contabilidade, no estágio atual, ainda não oferece os instrumentos adequados para lidar com a questão”.

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A CONTABILIDADE E O MEIO AMBIENTE

A contabilidade ambiental é classificada em três formas que são elas, a contabilidade nacional, gerencial e financeira. A tabela abaixo criada pelo grupo mostra a definição de cada uma dessas divisões da contabilidade ambiental.

DEFINIÇÃO

PÚBLICO

TIPO DE CONTABILIDADE AMBIENTAL Contabilidade Ambiental Nacional

Contabilidade Ambiental Gerencial

Contabilidade Gerencial Financeira

Diz respeito a toda a nação.

Voltada para o público interno.

Voltada para o publico externos.

Gera indicadores para ser utilizado no acompanhamento e avaliação macroeconômico ambiental.

Auxilia no gerenciamento das atividades empresariais, podendo ter seus registros da melhor maneira para satisfazer os gestores na consecução de seus objetivos.

Tem como objetivo registrar e publicar informações sobre os ativos, passivos, gastos, receitas e provisões ambientais.

Enfim, o objetivo geral da contabilidade ambiental é proporcionar informações regulares aos usuários internos e externos, registrando eventos ambientais que causaram modificações na situação patrimonial da respectiva entidade, quantificado em valores.

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ISO 14000 A ISO (International Organization for Standardization) cujo seu principal objetivo é promover o desenvolvimento de normas internacionais na indústria, comércio e serviço, que é constituída por órgãos membros de mais de 110 países, viu a necessidade de criação de normas que regem a preservação do meio ambiente, e em 1991 foi criado um Grupo de Aconselhamento Estratégico, para fazer recomendações, que foram estudados por mais de um ano. Com isso foi criado o TC 207, que ficou encarregado de criar e desenvolver uma norma ambiental global que serviria para promover:

Um enfoque comum a gerenciamento ambiental

Melhoria da medição do desempenho ambiental;

Facilitação do comercio internacional;

Depois de mais de um ano estudando foi criado a ISO 14000 que estabelecem as diretrizes na área de gestão ambiental dentro das empresas. As ISO são voluntárias e não existe nenhuma legislação específica que obriguem as empresas atuarem de acordo com as normas por ela estabelecida.

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Estruturas da Contabilidade Ambiental Ativos e passivos ambientais.

ATIVO AMBIENTAL É representado pelo conjunto de todos os bens e direitos originário ou destinado a atividade de gerenciamento ambiental, sob a forma de capital circulante e capital liquido.

PASSIVO AMBIENTAL É todas e qualquer obrigação contraída e destinada a aplicação em ação de controle, preservação e recuperação do meio ambiente.

Os ativos ambientais são títulos representativos da natureza, com a finalidade de controlar, preservar e recuperar o meio ambiente e que são diferentes de uma organização para outra. O passivo ambiental são as obrigações das empresas no que se refere aos prejuízos e danos que causou a o meio ambiente no decurso de suas atividades. Quando isso ocorre é ideal que a empresa gere mais investimentos e ações iguais aos prejuízos causados. Isto gera uma identificação relevante nos processos de incorporação de empresas altamente poluentes. A conotação negativa contra empresas que significativamente agrediram o meio ambiente faz com que tenham que pagar vultosas quantias de multas e indenizações para recuperação das áreas danificadas. Um exemplo foi em Janeiro/2000 quando a Petrobras deixou vazar milhares de litros de óleo na Baia de Guanabara, causando a morte de várias espécies de aves e peixes, além de afetar a vida de populações que viviam da pesca. Para reconhecer de maneira eficaz o passivo ambiental, devem-se ser observados alguns aspectos quanto a obrigação da empresa em relação à extração e a utilização dos recursos naturais utilizados pela a entidade.

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Custos e despesas ambientais Custos e despesas ambientais são gastos consumo de ativos aplicados direta ou indiretamente no sistema de gerenciamento ambiental do processo produtivo e em atividades ecológicas da empresa. Quando aplicados diretamente na produção, estes gastos são classificados como custos. Ao serem aplicados de forma indireta são chamados de despesas. Qualquer equivoco que envolva a contabilização dos custos ambientais poderá ter um reflexo direto no resultado do exercício (DRE), divulgando uma imagem irreal da situação da empresa.

Receita ambiental A receita ambiental pode ser definida como o acréscimo de benefícios econômicos durante o período contábil na forma de entrada de ativos. A receita ambiental pode ser o retorno de valores, mais também pode ser uma recuperação de investimentos ambientais, entre outros. O principal objetivo da receita ambiental difere um pouco do conceito tradicional da receita contábil, uma vez que o objetivo da receita ambiental não é de gerar receitas para empresa, e sim desenvolver uma política responsável acerca dos problemas ambientais reduzindo os problemas ambientais

Venda de produtos elaborados a partir de sobras de ensumos do processo produtivo;

Prestação de serviços especializados em gestão ambiental;

Receitas Ambientais

Participação no faturamento total da empresa que se reconhece como sendo devida a sua atuação responsável com o meio ambiente.

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BENEFÍCIOS QUE A ADOÇÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL TRÁS PARA AS EMPRESAS

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Finalidades básicas para uma empresa adotar as políticas da contabilidade ambiental.

Razão de Gestão Interna

Esta finalidade está relacionada com uma ativa gestão ambiental e seu controle interno da empresa.

Exigências Legais

Exigencias legais e as normativas, que tendem a obrigar os diretores a controlar mais os riscos ambientais afim de evitar multas.

Demanda dos Partícipes

As empresas estão cada vez submetida a presão internas e externas (empregados, bancos, fornecedores, clientes).

Abaixo estão listadas algumas das principais vantagens da utilização da contabilidade ambiental: • Identificar e alocar custos ambientais, de maneira que as decisões de investimentos sempre estejam baseadas em custos e benefícios adequadamente medidos; • Permite aferir economicamente as reduções de gastos com água, energia e outros recursos renováveis ou não; • Gerar informações e demonstrativos sobre a eficácia e viabilidade econômica das ações ambientais; • A publicação do balanço ambiental gera transparência da gestão empresarial e uma potencial melhoria na imagem da entidade produtora perante o público; • A contínua correção das ações ambientais em decorrência da utilização de dados físicos/contábeis contribui na sociedade em um todo, visto que será reduzido o nível de agressão a natureza, com a elaboração de produtos e serviços indispensáveis. • Identifica , estima, aloca, administra e reduz custos; • Controla o uso e os fluxos de energia e dos materiais; • Promove informações exatas e detalhadas para suportar o estabelecimento e a participação de programas voluntários; PÁGINA 08


CRIMES AMBIENTAIS O meio ambiente é protegido pela LEI Nº 9.605 de 13 de fevereiro de 1.998. A Lei no Art. 3º define as sanções aplicadas as pessoas jurídica que agride o meio ambiente “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade”. De acordo com o Art. 6 da Lei Nº 9.605 as imposições das penalidades deverão ser observadas os seguintes fatores: “Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. empresas que ferem a lei com atitudes lesivas recebem penas de

Tipo de Crime

multa recebem penas de multa, restritivas de direitos que são: Suspensão parcial ou total da atividades; Interdição temporária do estabelecimento; Obra ou atividade; Proibição de contratar com o poder público, bem como deles obter subsídios,subvenções ou doações e prestação de serviços a comunidade através de custeio de programas e de projetos ambientais.” Do Artigo Nº 9 a o Nº 24 são definidos as penalidades que as empresas que ferem a lei com atitudes lesivas podem receber, como penas de multa, suspensão parcial ou total das atividades, interdição temporária do estabelecimento da obra ou atividade, proibição de contratar com o poder público, bem como deles obter subsídios, prestação de serviços à comunidade através de custeio de programas e de projetos ambientais. Os demais artigos (Art. 29 ao 61) refere-se aos crimes de formas diretas caracterizando cada um. Abaixo segue um esquema com cada um dos crimes que são considerados lesivos ao meio ambiente:

Descrição

Crimes Contra a Fauna (Art. 29 até Art.37)

São agressões cometidas contra animais silvestres nativos ou em rota migratória; Caçar, pescar, matar, perseguir, apanhar, utilizar, vender, expor, adquirir, impedir a procriação, maltratar, realizar experiências dolorosas e cruéis quando existe outros meios, mesmo que seja para fins didáticos ou científicos.

Crimes Contra a Flora (Art. 38 até Art.53)

Destruir e danificar floresta de preservação permanente e em formação; Causar danos diretos ou indiretos as unidades de conservação; Provocar incêndios em matas e floresta; Fabricar, vender, transportar, soltar balões que possam provocar incêndios.

Poluição e Outros Crimes Ambientais (Art. 54 até Art. 61)

A poluição acima dos limites estabelecidos por lei é considerada crime ambiental. Quando provocada, causando danos à saúde humana, a mortandade de animais e a destruição significativa da flora. Também é crime de poluição o uso indevido de ocupação humana em locais indevidos. São considerados ainda crimes ambientais: Extração de recursos minerais sem autorização. Ainda em de acordo com a lei: Construir, reformar, ampliar, instalar e fazer funcionar empreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental. PÁGINA 09


Petrobrás

Uma grande estatal

A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) é uma empresa de capital abertas cujo o acionista majoritário é o governo do Brasil, por isto é uma empresa estatal com economia mista, pois tem acionistas que investe na empresa através da bolsa de valores. Sua sede esta instalada na cidade do Rio de Janeiro e atualmente opera em 25 países no segmento de energia com um enfoque nas áreas de exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo, gás natural e seus derivados. A empresa foi fundada no dia 03 de outubro de 1953, pela Lei nº 2004, sancionada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. A lei dispunha sobre a política nacional do petróleo, definindo as atribuições do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), estabelecendo o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobras como sendo monopolizadora do ramo da indústria petroleira do Brasil, a monopolização durou até 1974 (Wikipédia). Após essa data continuou a ser uma importante produtora de petróleo com uma produção diária de 2 milhões de barris. No ano de 2005 estava em 5º lugar na classificação das maiores petrolíferas de capital aberta do mundo. No ano de 2013 a empresa obteve um lucro de R$ 23,57 bilhões e um faturamento de R$304,89 bilhões.

O lema atual da estatal é “Uma empresa integrada de energia que atua com responsabilidade social e ambiental”, mais que já sofreu muito com os danos que a extração de petróleo causou a o meio ambiente. A seguir estudaremos os casos ocorridos nos anos de 2000 a 2001, tentando demonstrar os gastos financeiros da estatal brasileira.

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Estudos de casos dos crimes Ambientais cometido no ano de 2000 e 2001

Janeiro de 2000 Baía de Guanabara/RJ vazamento de óleo combustível. Acidente ocorrido há 14 anos, no dia 18 de janeiro de 2000, quando um duto da Petrobras que ligava a Refinaria Duque de Caxias (REDUC) a o terminal Ilha D’água na Ilha do Governador (RJ) se rompeu, provocando o vazamento de 1,3 milhões de litros de óleos combustível nas águas da bacia. Este episódio entrou para a história como um dos maiores acidentes ambientais ocorrido no Brasil, para se ter ideia do estrago causado, uma mancha de óleo de 40 Km2 se espalhou pela Baía de Guanabara(Petrobrás, 2000, p. 27). O vazamento afetou a vida de milhares de família que viviam da pesca e/ou de atividades ligado à pesca, pois houve a contaminação do espelho d’água da baía, contaminações de areias da Ilha do Governador e a de Paquetá (RJ). Houve também prejuízos incalculáveis à vegetação de mangue existente no entorno da Ilha do Governador, trazendo também prejuízo a avifauna e à comunidade bentônica, e também pode ser sentida uma redução drástica nas atividades turísticas. Foram gastos aproximadamente R$103.7 milhões com trabalho de contenção e de recuperação das áreas afetadas; compensações e indenizações, incluindo multa no valor de R$ 35 milhões, aplicada baseada na legislação brasileira; contribuição de R$ 15 milhões para um Fundo de Proteção Baía de Guanabara (Petrobrás, 2000, p. 27 e 30). A Petrobrás logo após a esta tragédia criou nove centro de defesa ambiental, sendo a primeira dela instalada na Ilha do Governador, cujo seu principal objetivo e assegurar o máximo de proteção a suas unidades operacional em caso de emergência. PÁGINA 11


Estudos de casos dos crimes Ambientais cometido no ano de 2000 e 2001 Julho de 2000 Araucária / PR vazamento de óleo combustível. Ocorrido no dia 16 de Julho de 2000, o vazamento de óleo se deu devido a um rompimento de um duto na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no município de Araucária/PR, espalhando pelos rios Barigui e Iguaçu quatro milhões de litros de petróleo nos rios, causando um enorme prejuízo a o meio ambiente (Petrobrás, 2000, p. 30). Foram gastos aproximadamente R$ 74 milhões, incluindo R$ 40 milhões em multa aplicada pelo Instituto Ambiental do Paraná para a limpeza dos rios atingidos. Multa de R$168 milhões aplicado pelo Instituto do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA (Petrobrás, 2000, p. 27). As promotorias da República e do Estado do Paraná moveram ação civil contra a Petrobrás, reclamando R$ 2.707,907 mil por perdas e danos (Petrobrás, 2001, p. 30).

Novembro de 2000 - São Sebastião / SP vazamento de óleo No dia 04 de novembro de 2000, o navio Vergina II, de bandeira cipriota, afretado pela Petrobrás, colidiu com o pier Sul do Terminal Almirante Barroso (DTCS) de propriedade da Companhia em São Sebastião no canal de São Sebastião. Em decorrência dos ventos e das correntezas, o óleo derramado atingiu posteriormente as praias de São Sebastião e Ilhabela (Petrobrás, 2000, p. 27). Aproximadamente R$ 50 milhões de multa aplicada pela Agência Ambiental de São Paulo (Cetesb) e aproximadamente R$ 7 milhões pela Prefeitura de São Sebastião. (Petrobrás, 2000). A tabela abaixo mostra as despesas dos três desastres ambientais para a Petrobrás no ano de 2000.

Prejuízos decorrentes a desastres ambientais causados pela Petrobras no ano 2000 (em milhões de reais). Ano de 2000

Multas

Indenizações

Baia de Guanabara (01/2000)

R$ 35.000.000,00

R$ 118.700.000,00

Araucária (07/2000)

R$ 242.000.000,00

R$ 242.000.000,00

São Sebastião (11/2000)

R$ 57.000.000,00

NÃO FIXADO

Total em 2000

R$ 334.000.000,00

R$

121.407.907,00

Gostaríamos de salientar que foram destacados neste trabalho acadêmico somente os três principais acidentes ambientais de grande impactos a o meio ambiente, visto que no ano de 2000 além desses citados foram registrados mais nove vazamentos de óleo, segundo a edição da revista Veja do mês de Outubro de 2000. PÁGINA 12


Estudos de casos dos crimes Ambientais cometido no ano de 2000 e 2001 Fevereiro de 2001 Morretes Paraná vazamento de óleo combustível. Ocorrido no dia 16 de fevereiro de 2001, na cidade de Morretes/PR quando houve um rompimento de oleoduto despejando o equivalente a cinquenta mil litros de óleos (Petrobras, 2001, p.30). Foram aplicadas 13 multas por danos ambientais que totalizaram a importância R$ 174.030 mil, aplicadas pelo Instituto Ambiental do Paraná. O referido acidente deu origem ao maior valor já pleiteado por dano ambiental apresentado pela Justiça Brasileira, à ação pede a condenação da referida companhia em ate 3,7 bilhões de reais, referido montante corresponderia a um doze avos da receita líquida da companhia naquele ano (Folha, 2002). O relatório da Atividade da Companhia de 2001 divulgou que a ação pública referente ao acidente reclamava o montante de R$ 2.707.907 mil, atendendo ao Princípio Contábil da Prudência.

Março de 2001 Campo do Roncador /RJ derramamento de óleo

(Bacia de Campos)

Acidente ocorrido no dia 15 de março de 2001 que acarretou o afundamento da plataforma semi – submersível de produção P – 36 que operava no campo de Roncador/RJ (Petrobras, 2001, p.30). Foi aplicada uma multa no valor de R$ 7 milhões pelo IBAMA.

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Estudos de casos dos crimes Ambientais cometido no ano de 2000 e 2001 Outubro de 2001 Paranaguá/PR vazamento de nafta Ocorrido no dia 18 de outubro, quando houve a colisão do navio Norma da Transpetro com uma pedra, que culminou no derramamento de 392 mil litros de nafta. A empresa foi multada em R$ 50.000,00 aplicada pela Capitania dos Portos e R$ 5 milhões pelo IBAMA. A tabela abaixo mostra as despesas dos três desastres ambientais para a Petrobrás no ano de 2001:

Prejuízos decorrentes a desastres ambientais causados pela Petrobras no ano 2001 (em milhões de reais). Ano de 2001

Multas

Indenizações

Morretes (01/2001)

R$ 174.030,00

R$ 3.700.000,00

Campo do Roncador (03/2001)

R$ 7.000.000,00

NÃO FIXADO

Paranaguá (10/2001)

R$ 5.000.050,00

NÃO FIXADO

Total em 2001

R$ 12.174.080,00

R$ 3.700.000,00

Com estas análises, observamos que em dois anos a estatal brasileira teve que desembolsar milhões e milhões de reais, por prejuízos causados ao meio ambiente e que os impactos mencionados influenciaram significativamente na situação patrimonial da companhia e seus resultados. Provavelmente, se a estatal não fosse de características políticas e econômicas com um capital misto, e, que exerce um monopólio além da descentralização das atividades, estes acidentes trariam a Petrobras inúmeros motivos para se preocupar com os retornos dos recursos aplicados. Em contrapartida a estatal investiu (na época) e investe em peso em ações sociais e ambientais no intuito de construir um melhor futuro, para a sociedade que o cerca, recuperando os prejuízos causados ao meio ambiente.

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CONCLUSÃO Neste trabalho abordamos a contabilidade ambiental, é como a contabilidade está se encaixando no atual cenário do meio ambiente e o sucesso que as empresas têm conquistado, ao aplicar os princípios da contabilidade ambiental. Vimos que para a aplicação da contabilidade ambiental em uma empresa deve – se levar em consideração vários aspectos, dentre eles a complexidade do porte da empresa, o tamanho da organização contábil da entidade, entre outros. Tem se notado em pleno século XXI, que a sociedade vem exercendo uma forte pressão sobre as empresas que não respeitam o meio ambiente. Principalmente em nosso pais, pois o Brasil tem uma área produtiva ambiental desde os primórdios de seu descobrimento, onde foi necessário se gastar 498 anos (1500 1998) para o setor empresarial entender que a natureza também precisa de cuidados. Um dos aspectos positivos desta iniciativa foram contribuição para avanços tecnológicos na criação de novos meios de combate a poluição e desmatamentos. Este trabalho foi muito importante para o conhecimento na área do “Meio Ambiente e a Contabilidade”. A contabilidade ambiental surgiu como um método de gestão para melhor lhe dar com as situações cotidianas em gerir informações, controlar os recursos naturais e demonstrações exatas para melhor lidar com os mesmo. Onde nos foi conscientizado a importância do zelo do meio ambiente para as gerações futuras, e que as empresas tem a obrigação de zelar uma vez que este zelo trás benefícios futuros para a mesma, e para a sociedade. Tentamos demonstrar também, através da grande estatal brasileira Petrobras, que as punições para as empresas que cometem crimes ambientais em nosso país podem ser muito alto financeiramente, e também causar prejuízos na própria imagem empresarial uma vez que a mesma, sofre duras criticas e pressão da sociedade em volta, contribuindo assim para uma degradação da imagem empresarial. Mas no que se trata das externalidades causados a sociedade, fauna, flora, região marinha, pode ser muito das vezes irreversíveis. Os aspectos financeiros podem ser recuperados, mais a degradação trazida à sociedade e ao meio ambiente nem sempre. A interdisciplinaridade na elaboração deste trabalho foi válida, pois se deve a ela a integração das matérias deste módulo, a fim de construir e agregar conhecimentos de todas as matérias para a formação profissional contábil de sucesso.

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