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Missão no Brasil

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Como anunciar a mensagem de Maria no Brasil de hoje?

Estamos celebrando os 175 anos da manifestação de Maria, mãe e discípula de Jesus, a Maximino e Melânia, em La Salette (França). Nascemos como congregação missionária na montanha da aparição, pela intuição apaixonada de um grande devoto e notável divulgador da mensagem de Maria, o missionário salettino João Berthier.

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Se não quisermos permanecer na periferia ou na superfície deste acontecimento aceito e reconhecido pela Igreja, precisamos responder, em termos teóricos e práticos, como podemos ser fiéis à mensagem e ao evento de La Salette no Brasil de hoje? Como anunciar a mensagem encorajadora e provocadora de Maria num país de novo ameaçado pela fome e pelo autoritarismo, dividido numa nociva polarização política e cultural que fere até nossas comunidades eclesiais, retrocedendo na atenção e no cuidado com o ambiente e com os povos originários?

Convido você a encarar comigo esta pergunta e ensaiar algumas respostas que sejam, ao mesmo tempo, fiéis ao Evangelho e ao evento (símbolo e mensagem) da aparição e criativas como resposta adequada e encarnada no contexto em que vivemos. E tomo a dianteira, propondo quatro perspectivas.

A primeira perspectiva para um anúncio fiel e criativo da mensagem de La Salette no Brasil de hoje é priorizar a aproximação e o diálogo com as pessoas e setores sociais vitimados ou colocados à margem pelo projeto econômico neoliberal e injusto que vem sendo implementado. Maria dirigiu-se a duas crianças em situação de vulnerabilidade, que, em tenra idade (11 e 14 anos!), trabalhavam como “boias-frias”.

Uma segunda linha inspiradora para nossa missão no Brasil de hoje é anunciar aos pobres e excluídos uma mensagem claramente positiva, encorajadora, emancipadora, capaz de despertar neles a consciência crítica e a confiança na sua própria organização e forças. Maria fala claramente a Maximino e Melânia: “Não tenham medo e aproximem-se, meus filhos! Eu trago uma boa notícia para vocês!”

Um terceiro aspecto é apontar para sinais concretos dos males que vitimam o povo e passos concretos para uma mudança consistente e duradoura da realidade. Maria ajuda os videntes a perceber tanto a injustiça que vitima o povo e provoca suas lágrimas (morte de crianças, fome, desleixo ético e religioso) como para a conversão ao Evangelho de Jesus Cristo como caminho para uma convivência e uma sociedade mais justa e saudável.

Penso que outro desafio que o evento de La Salette apresenta às nossas comunidades e seus agentes é assumir a dimensão da ecologia integral e do cuidado do meio ambiente como parte integrante da missão. Entendo que na fala de Maria às crianças está subentendido que o “desequilíbrio ambiental” (crise na produção de alimentos, morte de crianças) é a expressão visível de uma desarmonia existencial, social espiritual (o abandono da convivência sadia, regrada pelo Evangelho). “Tudo está interligado”, dirá o Papa Francisco.

Estes são alguns “pontapés” iniciais no jogo da “acolhida fiel e criativa” da mensagem de Deus em La Salette. É um chamado dirigido a nós e nossas comunidades para que caminhemos decididamente como uma Igreja mais evangélica, comprometida com os pobres, em saída solidária para acolher e dialogar com os pequenos e vulneráveis. Você concorda? O que você acha necessário acrescentar ou desenvolver?

Pe. Itacir Brassiani msf

Passo Fundo/RS

Reconciliem-se!

Ao povo pobre e aos católicos relapsos de La Salette e do mundo, Deus oferece, gratuitamente, sua mãe em missão reconciliadora. Ela nos chama a reconciliar a fome reinante com uma mesa farta, e a reconciliar o povo com o projeto de seu filho Jesus.

É Deus que quer revelar sua identidade mais profunda, seu mistério, Aquele que age pela bela e terna mulher, pelos pequeninos e pequeninas, ou seja, através de nossa e sua humanidade. Em nossas famílias, em nossa sociedade, a solução dos maiores problemas se dá através de pequenas e permanentes atividades, realizadas em comum, em mutirão.

Entre o sinal da cruz e o prato de comida, os dois são indispensáveis Entre o sinal da cruz e o prato de comida, os dois são indispensáveis para a reconciliação. Esta tem um lugar privilegiado para ser para a reconciliação. Esta tem um lugar privilegiado para ser vivida: ao redor da mesa. Aí é onde acontece o diálogo, a partilha vivida: ao redor da mesa. Aí é onde acontece o diálogo, a partilha das ideias, onde repartimos o pão como alimento para o corpo e das ideias, onde repartimos o pão como alimento para o corpo e para o espírito, para todos os convidados, indistintamente.

Estão junto a estes pobres e deserdados de La Salette, sem falta, Estão junto a estes pobres e deserdados de La Salette, sem falta, os pecadores, as prostitutas, os impuros, os samaritanos, os os pecadores, as prostitutas, os impuros, os samaritanos, os pescadores, os cobradores de impostos, os perseguidos, o filho pescadores, os cobradores de impostos, os perseguidos, o filho mais novo e o mais velho, os peregrinos, os profetas, os pacíficos, mais novo e o mais velho, os peregrinos, os profetas, os pacíficos, os puros, os pastores, os testemunhas, os mártires e os apóstolos. os puros, os pastores, os testemunhas, os mártires e os apóstolos.

Porém, os méritos são de um só, daquele que é Pão e Palavra, na Porém, os méritos são de um só, daquele que é Pão e Palavra, na única e mesma mesa, Jesus Cristo, Nosso Senhor. Aquele que veio única e mesma mesa, Jesus Cristo, Nosso Senhor. Aquele que veio para servir e não para ser servido. Aquele que ousa lavar os pés e para servir e não para ser servido. Aquele que ousa lavar os pés e o pecado da humanidade e reconciliá-la com o Pai, no sangue, no o pecado da humanidade e reconciliá-la com o Pai, no sangue, no sofrimento e na ressurreição da carne.

Maria, gozando da confiança que Deus colocara nela, não fica Maria, gozando da confiança que Deus colocara nela, não fica só no céu, porque assunta em corpo e alma, e nem fica só na só no céu, porque assunta em corpo e alma, e nem fica só na montanha de La Salette, olhando ao longe. Ela desce para a montanha de La Salette, olhando ao longe. Ela desce para a planície com os pequenos, Melânia e Marcelino, em obediência a planície com os pequenos, Melânia e Marcelino, em obediência a tudo o que seu filho disse e fez.

Acontece, então, a reconciliação entre a montanha e a planície, Acontece, então, a reconciliação entre a montanha e a planície, integrando toda a natureza, morada comum de Deus e nossa. integrando toda a natureza, morada comum de Deus e nossa. Participam da reconciliação o Pai, o Filho, sua Mãe, os pequenos, Participam da reconciliação o Pai, o Filho, sua Mãe, os pequenos, os pobres e os pecadores que passaram a morar na Casa da os pobres e os pecadores que passaram a morar na Casa da Misericórdia, mais conscientemente, com a mediação histórica da Misericórdia, mais conscientemente, com a mediação histórica da Mãe de La Salette, em 1846.

Eis a derradeira Aliança dos diferentes, confirmada pelo Espírito Eis a derradeira Aliança dos diferentes, confirmada pelo Espírito Santo e ungida com o óleo da Paz. Atestam esta obra reconciliadora Santo e ungida com o óleo da Paz. Atestam esta obra reconciliadora os milhões de devotos, as centenas de comunidades, as dezenas os milhões de devotos, as centenas de comunidades, as dezenas de santuários e basílicas que visualizam a doação gratuita do Pai e de santuários e basílicas que visualizam a doação gratuita do Pai e de sua Mãe, ao mundo, Casa Comum dos reconciliados.

Assim, que podemos rezar com todas as Melânias e todos os Marcelinos: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco...” Marcelinos: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco...” “O pão nosso de cada dia nos dai hoje...” “Nossa Senhora da “O pão nosso de cada dia nos dai hoje...” “Nossa Senhora da Salette, reconciliadora dos pecadores, rogai sem cessar por nós que recorremos a vós. Amém!”

Pe. Vergílio João Moro msf

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