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Infantil
As JMJ’s como experiência de Deus na vida das juventudes
As Jornadas Mundiais da Juventude iniciaram nos anos 80 com o santo papa João Paulo II, tomou grandes proporções e tornou-se o maior evento católico para as juventudes, atraindo milhões de jovens do mundo inteiro.
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O Papa Bento XVI falou sobre a espiritualidade da JMJ, que se resume em cinco pontos essenciais:
A JMJ é uma experiência da catolicidade, da universalidade da Igreja, suscitando nos jovens a profunda convicção de que é bom pertencer à Igreja universal, à Igreja Católica, que o Senhor nos deu;
Dessa experiência nasce um novo modo de viver o ser homem, o ser cristão. Nesse sentido, é muito eloquente, segundo o Papa, a experiência dos voluntários das JMJ: “Estes jovens fizeram o bem simplesmente porque é bom fazer o bem, é bom servir os outros. Uma generosidade de se dar, em última análise, nasce do encontro com Cristo”;
A adoração silenciosa da Eucaristia é um ato de fé por excelência: Ele está ali. Entramos nesta certeza do amor corpóreo de Deus por nós;
No contexto da crise generalizada do Sacramento da Penitência na Igreja, tantos jovens, que durante as JMJ se aproximam da reconciliação sacramental e redescobrem este sacramento, são, segundo o Papa, importante sinal de esperança;
O elemento da alegria como componente importante da espiritualidade da JMJ. Trata-se de uma alegria que brota da certeza proveniente da fé: “Eu sou desejado, tenho uma missão na história; sou aceito, sou amado. Somente a fé me dá esta certeza, porque torna alegre a partir de dentro.”
Substancialmente, as JMJ’s demonstram que falar às novas gerações é possível, em todos os tempos e em todas as latitudes.
Nossa sociedade também tem despertado o desejo de se fazer presente em meio a esses jovens provenientes de todos os continentes, principalmente entre os jovens vindos de nossas obras, de nossas missões que se espalham no mundo inteiro. Em um de nossos Capítulos Gerais se determinou que:
“El XVIII Capítulo General recomienda que un representante del Generalato en colaboración con el grupo internacional de vocaciones desarrolle encuentros internacionales salvatorianos a nivel global y continental. Se recomienda además que empiecen participando a la Jornada Mundial de la Juventud. A partir de ésta experiencia desarrollaremos ideas para futuros encuentros.”
O XVIII Capítulo Geral recomenda que um representante do Generalato, em colaboração com o grupo internacional de vocações, desenvolva encontros salvatorianos internacionais em nível global e continental. Recomenda-se também que comecem por participar da Jornada Mundial da Juventude. A partir desta experiência desenvolveremos ideias para futuros encontros.
Nossa província tem se mobilizado para se preparar para este momento, convidando nossas obras a divulgarem, animarem, ajudarem os jovens a participarem. Queremos, com isto, avançar como Província e como Sociedade no trabalho Pastoral junto às juventudes, nos fazendo próximos de nossas juventudes e despertando nelas o desejo de seguimento ao Divino Salvador. A próxima JMJ acontecerá em Lisboa – Portugal, em 2023, com o tema: “Maria levantou-se e partiu apressadamente” Lc 1,39. A Igreja espera animar as juventudes a levantar-se de suas poltronas, sofás, camas; de sua situação de comodidade e acomodação. Precisamos ser uma Igreja peregrina, em saída, como bem nos recorda de forma constante Papa Francisco: “O convite para a Jornada é para todos, não há ninguém que fi que descartado, excluído, esquecido.” D. Américo Aguiar, Presidente da Fundação.
Papa Francisco começa sua mensagem de convite aos jovens para 2023 assim:
“Queridos jovens!
O tema da JMJ do Panamá era este: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1, 38). Depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta – Lisboa 2023 –, deixando ecoar nos nossos corações o premente convite de Deus a levantarnos. Em 2020, meditamos nesta palavra de Jesus: ‘Jovem, Eu te digo, levanta-te!’ (cf. Lc 7, 14). No ano passado, serviu-nos de inspiração a fi gura do apóstolo São Paulo, a quem o Senhor ressuscitado dissera: ‘Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste’ (cf. At 26, 16). No traço de estrada que ainda nos falta para chegar a Lisboa, caminharemos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, ‘levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39) para ir ajudar a prima Isabel. Comum aos três temas é o verbo levantar-se, palavra (é bom lembrá-lo!) que signifi ca também ressuscitar, despertar para a vida”.
Acreditamos que será uma rica experiência para todos, e nos ajudará a crescer cada vez mais no trabalho com os jovens. Que o Divino Salvador nos abençoe e que Maria, mãe do Salvador, invocada pelo povo português como a Virgem de Fátima, interceda por nós. Nos vemos em Lisboa!
Pe. James Oliveira, SDS
Coordenador da Equipe de Juventude Salvatoriana
A Formação Salvatoriana foi o apostolado em que estive envolvido desde sempre. Ao concluir o período estive envolvido desde sempre. Ao concluir o período em que eu estive como formando nas etapas de Postulantado, Noviciado e Juniorado, e fazer a minha Profi ssão Defi nitiva como Salvatoriano, fui designado para acompanhar outros jovens que chegavam em nossas casas. tenho contato e mantemos uma certa amizade e saudade, pois foram tempos recheados de alegrias, conquistas e lutas, ao mesmo tempo que não faltaram tristezas e frustrações. Alegro-me ao olhar para trás e ver que alguns desses “meus” formandos continuam conosco, vivendo e lutando dia a dia para serem bons religiosos e sacerdotes salvatorianos.
O ano de 2003 foi muito marcante em minha vida, quando em janeiro fi z a Profi ssão Defi nitiva. Em julho fui ordenado Diácono e em dezembro recebi a Ordenação Sacerdotal. Lá se vão quase 20 anos. Nesse mesmo ano, fui enviado a colaborar como auxiliar na formação, em Videira (SC), com os jovens que concluíam o Ensino Médio e estavam no Seminário Menor. De auxiliar assumi como Formador - um susto para mim que não sabia como agir direito e com uma grande responsabilidade. Em Videira fi quei por 3 anos.
Continuei na Formação do Postulantado em São José dos Pinhais (PR) por mais 3 anos, sendo enviado depois para a Formação no Instituto Doze Apóstolos, em São Paulo (SP), para viver com os Junioristas por 5 anos em nossa casa da Vila Monumento. Em 2014, fui a Conchas (SP) acompanhar o grupo dos Noviços.
Foram 12 anos como Formador nas diversas etapas, com muitos formandos, provenientes de
diferentes lugares, culturas e intenções. O grande desafi o era acompanhá-los com o objetivo de que fossem bons salvatorianos. A maioria deixou o seminário e seguiu outros caminhos. Alguns ainda
Um formador com coração ardente e pés a caminho
A vida me ofereceu uma pausa no apostolado da Formação Inicial e fui enviado como missionário em Moçambique por 5 anos. Uma experiência repleta de coisas novas, de profundos desafi os e oportunidade de olhar diferente para o mundo e conviver com pessoas que eu nem sequer imaginava. Parece que foi um jeito de Deus me mostrar na prática o que o Padre Jordan nos ensina sobre a Universalidade e o envolvimento das pessoas para que Jesus seja conhecido e amado em todos os lugares.
Em 2020, retornei ao Brasil e fui chamado a colaborar novamente na Formação Inicial. Minha aceitação foi acompanhada da esperança em nossa juventude sedenta de uma causa que os faça vibrar, sentindo-me capaz de ajudar os jovens que nos procuram a fazerem de suas vidas um espaço onde Deus possa agir. Acredito que só conseguiremos essa abertura dos corações dos nossos jovens se formos como “um irmão mais velho” que está constantemente presente, que vive junto os dramas das novas gerações, que acompanha o que o mundo oferece e que tem a capacidade de ajudar no discernimento para que possam fazer boas escolhas.
Cada dia que passa, essa missão vai fi cando cada vez mais difícil. O que procuramos viver e ensinar em nossas casas de formação são misturadas com o que os jovens formandos aprendem de muitos outros canais formativos, principalmente com acessos a diversos conteúdos na internet. Nessa rede, muita coisa boa se oferece e agrega na formação da pessoa, mas outros são tendenciosos, superfi ciais e até deslocados da realidade.
Acredito que a formação de religiosos e padres para a Igreja e para os Salvatorianos é sempre refl exo da realidade vivida no ambiente social e familiar dos nossos jovens. Talvez por isso nossos seminários não estão cheios, porque as famílias também não estão. Talvez daí se entenda a difi culdade de se fazer escolhas profundas e permanentes, porque o mundo está cada vez mais líquido e as pessoas se adaptando onde mais lhes convêm e lhes oferecem vantagens. Daí pode-se entender o porquê das normas e regras de vida não precisarem ser observadas, pois as frustrações não são nunca bem vindas e as renúncias perdem espaço para as afi rmações pessoais de bem-estar.
Por outro lado, é muito agradável e esperançoso quando me vejo diante de jovens que estão sedentos por encontrar sentido em suas vidas. Afi nal, trabalhar na Formação é cuidar da vocação das pessoas, cuidar do maior presente que Deus dá a cada um de nós. Como Formadores Salvatorianos somos responsáveis por “cuidar” da vocação. E cuidar da vocação dos outros exige cuidado com a minha própria vocação.
É nesse sentido que, ao contar um pouquinho da minha trajetória como formador dos salvatorianos, só me resta agradecer a Deus por favorecer a mim a oportunidade de todos os dias repensar minhas atitudes, minhas palavras e minhas escolhas. E por todos os dias escolher e desejar ser um bom salvatoriano.
No ano de 2003, fui ordenado padre e iniciei minha missão como formador. Acontecia no Brasil o Ano Vocacional com o tema “Avancem para águas mais profundas”. De lá para cá não deixei de avançar e fui navegando por mares e encontrando outros que sempre estiveram do meu lado, e navegamos juntos.
Passados 20 anos, entramos em novo Ano Vocacional com o tema “Vocação: Graça e Missão”. Continuo com o coração ardente e com meus pés a caminho, muito feliz pela minha vocação e pela missão que a Igreja e os Salvatorianos me confi am, de cuidar da vocação. Peço ao Salvador que me ajude, esteja comigo e com todos os que vivem esse ministério.
Pe. Cesar Barros, Salvatoriano, SDS Vice-Diretor Provincial e Coordenador da Formação Inicial