Tutano - Receitas com Pinhão

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Ano 2 - No 5 - junho/julho 2013

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editorial

Falar de comida. Essa é a missão da revista Tutano. Falar de comida de todos os jeitos, das mais simples às mais sofisticadas, das baratas e das que custam o olho da cara. Falar de comida de estrada, de comida de avião, de comida pra curar ressaca e das geladeiras vazias. Falar dos mercados, dos agricultores, das feiras, dos restaurantes que fizeram história e dos que acabaram de nascer. Falar dos chefs de cozinha e dos desafios que empresários do ramo enfrentam todos os dias para sobreviver.

E é cumprindo nossa missão que a revista Tutano chega à sua quinta edição. Fico feliz! Muito feliz! A aceitação da revista é surpreendente. Pessoas nos escrevem pedindo para recebê-la em casa e querendo saber quando sai a próxima edição.

E é essa força que nos faz seguir um sonho maior: transformar a revista Tutano num dos principais veículos de gastronomia da cidade.

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tutano happy hour . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Comida com sotaque . . . . . . . . 6

• Voltem sempre!

• Virgem Maria!

Comer e beber . . . . . . . . . . . . . . . 12

Você é o que você come . . . 33

• Gastroviagens

• Se você fosse um chocolate

Pequenos detalhes . . . . . . . . 14

Comida pra que? . . . . . . . . . . . . 34

• O sal nosso de cada dia

• Ommm... Nham, nham, nham

Baixa Gastronomia . . . . . . . . 15

Lobetomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

• Manekos’s Bar

• Se essa rua fosse minha

On the road . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Gastroglobalização . . . . . . 38

• Beto Madalosso em Whatafuck Food

• Quem te guia

Chá de Cozinha . . . . . . . . . . . . . 22

anota aí . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

• Mariscada • Sopa de alho-poró com batatas e crispy de bacon

• Manual dos chefs de primeira viagem

Especial do dia. . . . . . . . . . . . . . 24

sweet dreams . . . . . . . . . . . . . . . 44

• Todo mundo de cara

• 10 dicas para o bolo perfeito

Menu du jour . . . . . . . . . . . . . . . . 28

@betomadalosso . . . . . . . . . . . 46

• Nem só de pressão vive o pinhão

• Por onde andei...

Expediente

Edição Beto Madalosso Projeto Pulp Edições Diretora de Redação Fernanda Ávila Ferreira - drt 3884 Redação Priscila Seixas, rafaella sabatowitch Diretora de Criação Patricia Papp Diretor de Conteúdo Vicente Frare Direção de Arte Bruna Michelin Colaboração Wellington Almeida, Guilherme Caldas, Rafael Martins e nuno papp Impressão comunicare Tiragem: 5.000

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Revista

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contém Glúten. betomadalosso.com.br/revista

facebook.com/revistatutano

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comida com sotaque

Voltem

sempre! Chefs que vieram para o Gastronomix contam o que acharam da nossa cidade Já faz alguns anos que Curitiba, a exemplo de várias cidades do mundo, entrou nessa onda de quermesse da alta gastronomia. A feira gastronômica Empório Soho, a mais recente do Alto Juvevê e o Gastronomix, que já está na sua 5ª edição, atraem um público que gosta de comer bem. O charme dos eventos fica por conta das barraquinhas montadas ao ar livre, do clima casual e, claro, das delícias preparadas na hora a preços bem convidativos. E a Tutano, que adora tudo que envolve Curitiba, comida boa e viagens, aproveitou a visita de grandes chefs do Brasil (e do mundo!) para saber o que eles acharam da nossa cidade. Confira a entrevista com os chefs convidados pelo Gastronomix, que aconteceu entre os dias 6 e 7 de abril, no Museu Oscar Niemeyer.

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fotos: bruna michelin

comida com sotaque

Hajime

Kasuga Chef do restaurante Hanzo, em Lima, no Peru. Especialidade: fusão entre as cozinhas japonesa e peruana.

Esta foi a sua primeira vez em Curitiba? Es la primera vez que vengo a Curitiba y quisiera volver.

Se tivesse que escolher um lugar para comer em Curitiba, onde seria? Gastronomix 2014.

O que achou dos curitibanos? Me decian que son frios pero al contrario me parecen muy sociables y simpáticos. Se acercaban a darme la bienvenida y a tomarse foto conmigo, eso me alegró mucho. Você visitou algum restaurante? No he tenido tiempo lamentablemente, pero nos invitaron un “churrasco de iglesia” en casa de uno de los amigos de Celso Freire que estuvo buenísimo. Você experimentou algum prato do Gastronomix? No llegué a probar todos porque estaban muy ocupados, pero si de los que estabamos de vecinos pudimos intercambiar platos como Cassoulet de Salmão crú marinado de Erick Jacquin que estuvo muy bueno e Pipoca “Bafo de Dragão” de Fabio Mattos, muy divertido y rico el postre. Você conhece algum prato típico do Paraná? No hubo tiempo de salir pero igual creo que me quedaria con el churrasco de iglesia.

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comida com sotaque

André

Generoso Chef do restaurante Divina Gula, de Maceió, Alagoas. Especialidade: comida brasileira com ênfase na mineira.

Quantas vezes você já esteve em Curitiba? Já estive seis vezes.

Concorda com a fama de pouco sociáveis dos curitibanos? Não na totalidade, mas senti muita preocupação do próprio pessoal de Curitiba em afirmar que conhecer alguém na cidade é muito importante. Tenho grandes amigos em Curitiba. Visitou algum restaurante? qual? O que achou? Fui no Zea Maïs e achei charmoso, jovem e com boa gastronomia. Já fui em restaurantes tradicionais como Alvorada, Madalosso e Bar do Alemão. A Cantina do Délio é fantástica, verdadeiramente italiana, simples, gostosa e com preço justo. Experimentou a comida de chefs curitibanos no Gastronomix? Qual deles mais te impressionou? Não tive tempo, só trabalhei. Comi a pipoca no nitrogênio e a torta de banana do Délio. Conhece algum prato típico paranaense? O que acha? Barreado. Muito bom, ainda mais se preparado por Celso Freire. Experimentei também vários embutidos com ótima qualidade. Se tivesse que escolher apenas um lugar na cidade para comer, qual seria? Um só é pouco: Cantina do Délio, Alvorada e o antigo Boulevard.

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Erick

Jacquin Chef do La Brasserie, na capital paulista. Especialidade: culinária francesa.

Quantas vezes já esteve em Curitiba? Várias vezes. Já fiz jantar no Business Club e dei uma consultoria para o restaurante C’est La Vie, do meu amigo Raphael Zanetti.

fotos: bruna michelin

comida com sotaque

Experimentou a comida de chefs curitibanos no Gastronomix? Qual deles mais te impressionou? Eu não sei se no Gastronomix os chefs fazem as comidas deles, porque é muita gente e muita refeição no mesmo dia. Mas, com as condições de trabalho e número de pessoas, todo mundo trabalhou muito bem. Conhece algum prato típico paranaense? Não conheço bem, mas adoro comida de panela de barro. Se tivesse que escolher apenas um lugar na cidade para comer, qual seria? Por favor, não me faça essa pergunta, tenho muito amigo em Curitiba.

O que acha dos curitibanos? Todo mundo fala que Curitiba é uma cidade-teste. Não acho isso um defeito, não esqueça que sou francês. Ser exigente não é um defeito. Visitou algum restaurante? qual? O que achou? O Bar do Victor, a padaria do Marcolini, o restaurante Terra Madre e o C’est La Vie. Eu conheço também o Le Vin Bistro. E um dos maiores restaurantes do mundo, o Madalosso. Não sou crítico para falar dos outros. Todo mundo me recebeu muito bem e comi muito bem.

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comida com sotaque

Chef da Pousada Zé Maria, em Fernando de Noronha, Pernambuco. Especialidade: comida nordestina e frutos do mar.

Maria

Quantas vezes já esteve em Curitiba? Umas seis vezes, porém, sempre muito rápido, dois ou três dias. Concorda com a fama de frios e antipáticos dos curitibanos? Quem pensa assim não conhece os curitibanos. Eles apenas são mais profissionais e introvertidos. Penso que é devido ao frio e à cultura europeia. Tenho dois sócios curitibanos e muitos amigos (irmãos) por aí. Visitou algum restaurante? O que achou? O Zea Maïs. É demais! Experimentou a comida de chefs curitibanos no Gastronomix? Qual deles mais te impressionou? A sardinha com pão e cebola da chef Adriana Nadai. Adorei! Conhece algum prato típico paranaense? Gosto muito de pinhão. Se tivesse que escolher apenas um lugar na cidade para comer, qual seria? Sem dúvida alguma, a residência do meu amigo e irmão Celso Freire, que faz uma verdadeira Festa de Babete para convidados e amigos.

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Fred

Trindade Chef do restaurante Trindade, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Especialidade: culinária mineira contemporânea.

Quantas vezes já esteve em Curitiba? Quatro vezes.

fotos: bruna michelin

comida com sotaque

Experimentou a comida de chefs curitibanos no Gastronomix? Qual deles mais te impressionou? O sanduíche da Manu Buffara. Sensacional! Conhece algum prato típico paranaense? Comi o barreado em Morretes. Se tivesse que escolher apenas um lugar na cidade para comer, qual seria? O Madero.

O que achou dos curitibanos? Acho bastante sociáveis, estudiosos e arrojados. Visitou algum restaurante? qual? O que achou? Sim, o Dursky, o Madero e o Mangiare Felice e gostaria de ter ido no Manu. Gostei bastante do conceito do Madero e da preocupação com produto e produtor.

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GASTRO

comer e beber

VIAGENS

Tem gente que viaja para visitar pontos turísticos e fazer compras. Outros para ir a musicais, exposições e museus. Viajar sempre é bom. Mas se puder harmonizar uma viagem com um festival gastronômico, aproveite. Nada melhor do que estar em uma cidade ou região quando se festeja um ingrediente, uma bebida ou a culinária em geral. Viajar para comer? E tem coisa melhor?

5 para sua

dicas Tutano

próxima viagem!

Feira Internacional da Trufa Branca de Alba De meados de outubro a meados de novembro Uma das iguarias mais caras e exóticas da culinária europeia são as trufas. Quando a temporada de caça é aberta, em Alba, na Itália, a região se transforma em um paraíso gourmet. São feirinhas populares, restaurantes bacanas e gente do mundo todo se deliciando com o sabor delicado e diferente do famoso fungo. A sugestão é o prato de talharim fresco com raspas de trufa branca.

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comer e beber

Dia do Beaujolais Nouveau Terceira quinta-feira de novembro A região francesa do Beaujolais celebra o final da colheita anual com o lançamento deste vinho jovem, fermentado em poucas semanas antes de ser vendido. Muita gente espera os sinos das igrejas tocarem à meianoite para que a bebida possa ser vendida oficialmente. Em poucas horas, tudo vira uma grande festa. Enquanto isso, várias garrafas seguem para o aeroporto de Paris e, de lá, para o mundo.

Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes Final de agosto Considere visitar as cidades históricas de Minas durante este Festival, que celebra não só a deliciosa culinária mineira como a diversidade gastronômica de outras regiões do Brasil. Os Festins, encontros com chefs renomados, são bastante concorridos. As feiras livres vendem quitutes e há uma programação intensa de workshops, degustações, cursos e shows.

Savour Singapore Primeira quinzena de abril É um dos eventos gastronômicos com mais estrelas Michelin do planeta, pois atrai chefs famosos dos cinco continentes. Também tem feiras de produtos gourmet, afinal, os asiáticos estão cheios da grana. Legal é que acontece no paddock da Fórmula 1 e vai gente de outros países do Sudeste Asiático. Aproveite para conhecer o hotel-cassino Sands, com aquela piscina incrível.

fotos: Dan iel Mahon

Melbourne Food and Wine Festival Duas primeiras semanas de março Há mais de 20 anos que Melbourne, na Austrália, comemora o melhor da gastronomia com grande estilo. São mais de 200 eventos com chefs, produtores locais, restaurantes e viticultores. A abertura da festança é com o chamado “World’s Longest Lunch”, em uma mesa para 1.200 pessoas. Nada mal para fazer novos amigos, não é mesmo? Se estiver de passagem marcada, reserve o ingresso pela internet.

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pequenos detalhes Você sabia que houve um tempo em que a ordem de importância dos comensais em um banquete era indicada em relação à distância do saleiro? Quanto mais próximos dele, mais ilustres os convidados. O sal já foi considerado o “ouro branco”, deu origem à palavra salário (servia como pagamento dos soldados romanos) e acabou virando o condimento nosso de cada dia. Mas nem só daquele basiquinho refinado vive a culinária. Há sal de vários tipos e origens. E eles estão na crista da onda. Quer ver?

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É o sal coletado na camada superior das salinas, antes que se deposite no fundo e forme o nosso conhecido sal marinho. É a coqueluche do momento e ótimo para ser usado na finalização de pratos. Não se deve levá-lo ao fogo, justamente para não perder sua textura crocante. A Fleur de Sel de Guérande é o tipo mais famoso, coletado na cidade de Guérande, na França.

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É meio avermelhado por causa da presença de uma argila havaiana chamada Alaea, rica em dióxido de ferro. Seu sabor é bem suave.

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Vem da Índia e tem um forte sabor sulfuroso por conta dos compostos de enxofre presentes em sua composição. Também pode ser usado para cozinhar ou finalizar receitas.

Vem de um oceano muito antigo que secou nas montanhas do Vale Sagrado dos Incas. Muito utilizado na preparação de ceviche e para temperar aves e peixes.

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Sal

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Considerado o sal mais puro do mundo, vem dos pés do Himalaia, região que há milhões de anos foi banhada pelo mar. Tem uma coloração rosa, quase metade de sódio encontrado no sal comum e é muito rico em minerais. Cai muito bem na finalização e decoração de alguns pratos.

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baixa gastronomia

Maneko’s Bar sabores mágicos daqueles que estão lá no fundo da memória... quem conhece esse boteco do centro sabe do que estou falando

Quem desafia?

Desafio

Guilherme Caldas e Rafael Martins Curitiba Baixa Gastronomia

O que dizem Guilherme Caldas e Rafael Martins...

Boteco por excelência, o Maneko’s é tudo aquilo que várias casas projetadas por arquitetos no Batel e em outros bairros nobres adorariam ser, mas nunca serão. Balcão de fórmica, mesas cobertas com oleado, acepipes de primeira (atenção para o bolinho de carne), rango coisa fina e, mais importante, uma clientela única. Tire um fim de manhã de sábado pra tomar um chope por lá e você vai entender do que estamos falando.

Veredicto

O que diz o Beto...

Aquele sabor caseiro, da casa de campo ou da casa da avó? O Maneko faz sem perceber. E faz há 35 anos, muito bem feito. Cheguei à uma da tarde de uma quarta-feira e tive que deixar meu nome na listinha de espera. Casa cheia! Não era por menos... O bolinho de bacalhau com molho de pimenta caseira que comi em pé, encostado no balcão enquanto aguardava, deu as boas-vindas e deixou claro o que viria pela frente... Me deliciei com costela ensopada, feijão com caldo grosso e saladinha fresca, todos com aquele gosto mágico que nos faz matar a saudade de sabores que estão no fundo de nossas memórias. Nota 10 pro Maneko!

Maneko’s Bar Alameda Cabral, 19 Centro (41) 3324 8299

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on the road

beto madalosso em...

Whatafuck

Food

Sem roteiros, sem reservas, sem hora para dormir ou acordar. Uma viagem sem rumo pela terra do hambĂşrguer com direito a barbecue ribs, steaks com brownsugar e muitas french fries

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on the road Escrever um texto para a coluna “On the road” da minha própria revista não é das tarefas mais fáceis. É bem difícil, aliás. Lembro que quando decidimos ter uma coluna chamada “On the road”, a intenção era trazer, literalmente, as comidas de estrada. Aquilo que comemos quando estamos em trânsito, sem programação, sem ter feito escolha prévia. A comida do acaso, que você procura quando seu estômago está roncando há horas, e que nem sempre te surpreende positivamente. Por isso, nossa faixa “On the road” trará sempre comidas mais curiosas do que deliciosas. Do contrário, deixou de ser “On the road”.

no mundo, por mais que não tenha nascido lá, é de domínio deles: o tal do hambúrguer. Nada é tão popular. O hambúrguer, nos cardápios americanos, é uma carta na manga. É tratado com tanto respeito e admiração que consagrados chefs franceses, italianos ou asiáticos que operam seus restaurantes em Nova York competem pela receita do hambúrguer perfeito, assim como grandes chefs brasileiros estão brigando pela melhor receita de arroz com feijão.

Pra falar sobre isso, decidi resgatar uma viagem de moto que fiz em 2011 pelos Estados Unidos. Meu objetivo não era ficar em bons hotéis nem conhecer os melhores restaurantes. Tudo o que eu queria era uma aventura no melhor estilo “Easy rider”, sem roteiro nem reservas, sem hora pra dormir nem acordar, buscando apenas as mais vazias e lindas estradas. Foram 45 dias de viagem. Dormi em pelo menos 30 diferentes hotéis e, por mais que eu tenha almoçado e jantado em uma cidade diferente quase todos os dias, a gastronomia, definitivamente, foi mais acidental do que proposital. Exatamente o que eu considero “comida de estrada”. Por isso, não vou me ater à qualidade das receitas, mas sim, tentar traçar um paralelo entre aspectos da cultura gastronômica americana em relação ao que vivemos aqui em nossa cidade. Hambúrgueres everywhere Vou começar pelos cardápios. Todos os cardápios que eu abri na viagem tinham hambúrgueres. Todos! Dos restaurantes mais simples aos mais sofisticados. Nem sempre o hambúrguer era a especialidade da casa, mas, na dúvida, era sempre a melhor saída. Até porque o hambúrguer não é especialidade desse ou daquele restaurante, o hambúrguer é especialidade do cidadão americano. Está na veia, corre no sangue, é cultural. O hambúrguer está para eles assim como o feijão está para nós. Qualquer brasileiro que se preze sabe avaliar um bom caldo de feijão, seu tempero, sua cor, sua textura e etc. E, tal qual o hambúrguer, o feijão aparece em praticamente 100% dos cardápios de almoço brasileiros. Para aqueles que torcem o nariz para a gastronomia norte-americana, é bom lembrar que a comida mais difundida e consumida

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on the road

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Mas os hambúrgueres não são as únicas estrelas “On the road” dos cardápios norte-americanos. Nessa viagem eu comi muita buffalo wings, me lambuzei com as costelinhas com molho barbecue, me empanturrei de garlic mashed potatoes e saladinhas cole slaw, fiquei viciado nas steaks com brownsugar e não escapei das onipresentes french fries. Receitas tão populares por lá que já podem ser consideradas patrimônios culinários dos Estados Unidos, tal qual os italianos se apropriaram dos tomates aqui da América do Sul. Do BBQ à comida de posto Lá, o relevo e as condições climáticas também influenciam na gastronomia. Ao redor dos lagos do Colorado e Utah, por exemplo, servem muita truta que é pescada nos rios de águas frias. Na Pennsylvania come-se carne grelhada com açúcar mascavo. O Kansas, por sua vez, se autointitula “the home of barbecue sauce” dos Estados Unidos e, na Flórida, aparecem os pescados. Já na Califórnia e nos estados do sul, as influências gastronômicas mexicanas estão tão presentes que se misturam aos cardápios “On the road” e você come tacos e burritos sem se dar conta. E o que falar das pizzas? Domino’s e Pizzas Huts pipocam por todos os lados de qualquer estrada americana. Pizzas “by the slice” são manequins de vitrines nas esquinas de Nova York e de São Francisco. E a comida de posto de gasolina? Nessa eu virei mestre. Comi tanta comida de posto que posso fazer um guia especializado nesse assunto. Postos de gasolina americanos são miragens quando você está com fome. Tudo o que você imaginar tem lá dentro: sanduíches, bolos, doces, chocolates,

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pizzas, cafés, milk shakes, sopas, cachorro-quente, hambúrgueres, salgadinhos por quilo, refrigerantes, sucos, energéticos, vodcas e outras infinidades de coisas pra você comer ou beber. No Brasil, essas megalojas de conveniência começaram a se proliferar faz pouco tempo. Nossa comida de posto oficial ainda é o bolo de carne com pingado ou o pastel de ontem com caldo de cana. Tudo tão temperado que faz a gente arrotar por pelo menos dois dias consecutivos. Cadê o cara? Outro fato que me chamou a atenção foi que, dos mais de 90 restaurantes em que entrei para almoçar, jantar ou tomar café da manhã, eu nunca (repito: NUNCA!) encontrei o dono do estabelecimento. Diferente daqui, onde na maioria das vezes o proprietário ou está na porta recebendo os clientes ou no caixa fechando as nossas contas, nos Estados Unidos o cara simplesmente não está. Pra nós, brasileiros, ser atendido pelo proprietário na porta do restaurante é um diferencial, fato que faz ele ganhar, imediatamente, uma estrela a mais em seu conceito. Encontrar o dono atendendo as mesas de seu próprio restaurante nos Estados Unidos parece ter um significado oposto. A mensagem que fica é de que ele é um mal administrador e, por estar presente, seu estabelecimento está passando por dificuldades. Quem dera os curitibanos pensassem assim… Eu seria mais um hippie perdido pelo mundo, tocando meus negócios a distância. A verdade é que grande parte dos restaurantes norte-americanos pertence a redes com administração central profissionalizada, condição distante de ser realidade no Brasil.


on the road

E viva a junk food! E o que falar da qualidade, de fato, dos restaurantes americanos? Um dia, um amigo me perguntou onde ficavam, na minha opinião, os melhores restaurantes do mundo. Ou melhor: onde eu havia encontrado a melhor gastronomia, o melhor peixe, a melhor carne, os melhores frutos do mar. Por mais que eu não seja a pessoa mais apta para julgar, respondi dentro dos meus entendimentos: “Não importa o país”, eu disse. “As melhores cozinhas, os melhores chefs e, consequentemente, as melhores receitas sempre estarão nas maiores cidades. Tem muito restaurante em São Paulo fazendo comida italiana melhor do que você vai encontrar em muitas cidades da Itália.” Eu acredito nisso: os principais restaurantes do mundo estão em cidades como São Paulo, Tóquio, Madri, Paris, Nova York etc. Não necessariamente os mais premiados, mas sem dúvida o nível da gastronomia nessas cidades é muito mais alto. Isso se dá por motivos óbvios, como concorrência acirrada, oferta de mão de obra qualificada e clientes dispostos a pagar os preços que os gênios da cozinha merecem receber. Então, cuidado ao falar que a culinária americana é isso ou aquilo. Da lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, sete estão nos Estados Unidos.

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chá de cozinha

manual dos

chefs DE PRIMEIRA VIAGEM

Além de forno, fogão e geladeira (máquina de lavar também, por favor), há outros itens indispensáveis em uma cozinha. Um abridor de ostras, por exemplo. já imaginou viver sem ele?

jogo de cortadores La Pasticerria • Tramontina • R$ 35,90

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espátula de silicone • Tramontina • R$ 11,89 www.viainox.com

É para fazer bolacha, mas use também para moldar o arroz no prato!

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chá de cozinha

mortar de pedra Jamie Oliver • R$ 198,00 www.spicy.com.br

abridor de ostras • Tramontina • R$ 14,66 www.viainox.com

amassador de batatas Polywood • Tramontina • R$ 25,20 www.viainox.com

ralador Agile • Tramontina • R$ 27,46

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espremedor cítricos Oxo • R$ 116,00 www.spicy.com.br

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especial do dia

Que a lei seca é fundamental e prova de evolução do país ninguém questiona, mas a tolerância zero seria mesmo o melhor caminho?

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especial do dia Vou começar este texto com uma pergunta: em quantas blitze você foi parado nos últimos cinco anos? Mais uma: você ou algum dos seus amigos já foi preso ou multado por dirigir depois de ingerir uma quantidade maior do que o limite de álcool permitido mesmo antes da nova Lei Seca? Agora para finalizar: quantas vezes nos últimos tempos você acompanhou na imprensa casos de motoristas embriagados que cometeram crimes graves que ainda não foram nem julgados? Ou seja, é melhor ter um país com a Lei Seca mais rigorosa do mundo ou ter uma fiscalização realmente rigorosa, com punição justa para quem infringir a lei? Desde 30 de janeiro deste ano, o motorista que for pego dirigindo após ter consumido bebida alcoólica recebe tolerância zero no Brasil. A Resolução 432/13 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que regulamentou a Lei 12.760/12 (nova Lei Seca), determina que se for detectada quantidade de álcool maior ou igual a 0,05 mililitros por litro de sangue (a margem de erro do bafômetro) o condutor é penalizado por infração gravíssima, com multa de R$ 1.915,40, além de perder a licença por um ano. E se o volume ultrapassar os 0,34 mililitros por litro de sangue, o condutor responde criminalmente por seu ato e pode pegar de seis meses a três anos de prisão. Muito se debateu desde então – inclusive nas mesas de bar –, já que essa nova resolução colocou o Brasil, que não é muito exemplo de retidão, ao lado dos mais rigorosos quanto ao tema. Para se ter ideia, Canadá – país que costumamos citar quando queremos mencionar lugares onde as coisas realmente funcionam – Inglaterra e Estados Unidos aceitam até 8 decigramas de álcool por litro de sangue em seus condutores.

Segundo o porta-voz do Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran) da capital, tenente Ismael Veiga, uma intensificação da fiscalização aconteceu após a nova lei e desde então houve um aumento de 140% de prisões quando comparados os primeiros meses de 2013 aos de 2012 – os homens entre 20 e 30 anos lideram essa lista nada lisonjeira. Segundo ele, o que mudou é que antes as operações eram maiores e mais longas. Hoje, são menores e mais curtas, possibilitando ao batalhão conferir diferentes pontos da cidade na mesma noite. Ele diz que o foco agora é intensificar ainda mais a fiscalização e a expectativa é que em breve seja tão natural não dirigir alcoolizado quanto é usar cinto de segurança. Mais questionamentos: por que isso não foi feito antes? Quanto tempo vai durar esse aumento na fiscalização? E você, já foi parado em uma dessas blitze? Plano B Opiniões à parte, o fato é que a nova lei mudou a rotina das cidades e das pessoas, já que não alterou o comportamento somente de assíduos da noite, mas de qualquer um que deseje fazer um simples brinde, seja em restaurantes ou na casa de amigos. Segundo Fabio Aguayo, presidente da Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (ABRABAR-PR), desde que a nova lei seca entrou em vigor, o movimento nesses estabelecimentos caiu em 40% nacionalmente. Quando se fala em Curitiba, caiu em 35%, sendo que o faturamento sofreu queda de 25%. Ou seja, grande parte dos cidadãos responsáveis e conscientes não saem por aí infringindo leis. Por isso estão saindo menos ou – agora vem outro problema – voltam para casa de táxi. Você já tentou?

Comparar as leis de vários países leva a pensar no porquê da mudança da lei por aqui. A antiga Lei Seca entrou em vigor em junho de 2008 condenando aqueles que dirigissem com quantidade de álcool superior a 0,6 grama por litro de sangue. No entanto, a prova para a ação penal só poderia ser obtida através do bafômetro ou exame de sangue. Como os brasileiros possuem o direito constitucional de não produzirem provas contra si mesmos, logo caiu por terra. Em vez de apenas este furo ser corrigido, chegou-se à tolerância zero. Mas existe fiscalização para isso? Esta é mesmo a melhor solução ou apenas mais uma lei populista que faz muito barulho e é implantada sem que se criem condições para ser cumprida?

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especial do dia “A ABRABAR apoia a lei seca”, garante Fabio. “O que nos deixou tristes foi que o poder público não deu condições para os cidadãos cumprirem a lei.” Ele se refere à falta de transporte alternativo e segurança, o que é, realmente, a reclamação de quem não quer infringir a lei nem abrir mão do lazer. “O transporte público é reduzido durante a noite e não há segurança para as pessoas transitarem nas ruas, não temos vans nem mototáxis e há escassez de táxis na cidade”, enumera o representante dos empresários de restaurantes, bares e casas noturnas da capital. Ele ressalta ainda que a queda de movimento causada pela falta de mobilidade gera muitas outras perdas em cadeia, citando que pela primeira vez os

estabelecimentos deixaram de fazer pedidos para a semana seguinte, duas grandes empresas de valet park fecharam e o desemprego das categorias envolvidas começa a aparecer. “Quem tiver gordura se sustenta, quem não tiver vai fechar”, conclui. Para mudar este quadro, a entidade está em contato com autoridades, entrou com um requerimento na URBS pedindo alternativas e lançou a campanha “Eu quero táxi”. “Notamos falta de transparência, pois ninguém fala exatamente quando serão liberadas as novas licenças de táxis”, diz, referindo-se às novas 748 placas prometidas para a cidade. Ele finaliza dizendo que a iniciativa privada está fazendo sua parte, resta ao poder público cumprir a sua e à sociedade civil cobrar.

Somebody Put Something In My Drink

“A velha lei já tinha alterado minha vida. O rigor só reforçou os novos hábitos, mas tenho dúvidas sobre sua eficácia. As pessoas continuam bebendo e dirigindo. E tem até aplicativo para celular que avisa onde tem blitz. Apoio mais rigor nos casos de motoristas bêbados. Por exemplo, terem que aguardar presos até o julgamento e perderem a carteira de motorista para sempre.” Carolina Cattani é jornalista e gosta de conhecer os estabelecimentos novos da cidade. Recentemente foi conferir o Poco Tapas, o La Lupa e o Salumeria “A nova lei é importante, mas junto com ela deveriam vir várias implementações, como um sistema de transporte mais seguro e eficiente e mais policiamento das áreas com vida noturna. Sair à noite virou um drama ao qual preciso me acostumar ainda. Envolve planejar onde deixarei o carro se beber, qual desculpa darei aos amigos se não be-

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ber, treinar a paciência por causa dos amigos que vão me importunar por não tomar nem um copo para brindar, lutar para resistir e me preparar para, caso eu não resista, deixar meu carro na rua e buscar no outro dia.” Rose Hatamoto é publicitária e adora bater papo no Barba, James, Brooklin Café, Cana Benta, Torto Bar, JPL, Cervejaria da Vila e Jacobina “Alguns falam que a nova lei é extremamente rigorosa, pois a pessoa que bebe uma taça de vinho pode ser presa com o mesmo rigor de quem passa o dia inteiro consumindo álcool. Mas é comum que os ‘mocinhos’ paguem pelos ‘vilões’ em um país que ficou anos se orgulhando da malandragem e do ‘jeitinho brasileiro’.” Henrique Guerra é diretor comercial, frequentador dos bares e restaurantes do Batel Soho e do Taj e sofre com a falta de táxis na cidade

“Na minha opinião a nova lei é uma medida cabível em relação à segurança, porém, não acho justo não ter infraestrutura nenhuma, não ter segurança, não ter transporte público nem táxi. A criminalidade está a cada dia pior. Recentemente passamos a oferecer o serviço delivery, que não é a proposta da casa, mas uma alternativa para quem não quer vir jantar sozinho ou burlar a lei seca.” Vinício Marin, proprietário do Thai Restaurante “Sempre tive bons hábitos, sempre foi proibido dirigir alcoolizado, além de ser uma irresponsabilidade. Acho a nova lei boa e que as pessoas aceitaram bem, porém, não aceitam a falta de estrutura, como a falta de táxis” João Guilherme Leprevost, proprietário do Bar Brahma


especial do dia

Vou de táxi? Segundo Fabio Aguayo, tem dono de bar fazendo promoção na qual o prêmio é o táxi da volta por conta da casa. Mas o perigo, aqui, é não conseguir cumprir o prometido, já que conseguir um táxi em Curitiba hoje em dia é coisa rara. Segundo Heins Schade, secretárioadministrador do Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditaxi-PR), a briga por mais carros dura há pelo menos dois anos e, claro, se intensificou agora que, em uma pesquisa informal entre os associados, a procura aumentou em cerca de 30%. O problema é que, segundo ele, as 748 placas tão aguardadas ainda não serão suficientes. Hoje, 2.252 carros estão nas ruas da cidade e, em breve, esse número deve chegar aos 3 mil. Dessa forma, um táxi servirá a 583 curitibanos, enquanto o número ideal é que a cidade tenha um carro para cada 300 habitantes – no Brasil, apenas Rio de Janeiro, Aracaju, Recife e Belém atingiram essa meta.

Alguns exemplos Ao se comparar o índice de álcool permitido por litro de sangue em vários países, é fácil constatar que tolerância zero não tem a ver com “primeiro mundo”. Também chama a atenção o fato de alguns países terem leis flexíveis e diferentes para cada perfil de motorista. A União Europeia recomenda 0,5g/l como regra geral e 0,2g/l para motoristas inexperientes, motociclistas, condutores de veículos considerados grandes ou que transportam bens perigosos. Na vizinha Argentina é proibido dirigir qualquer veículo com mais de 0,5g/l de álcool no sangue, mas para condutores de motocicletas e ciclomotores o número cai para 0,2g/l e para os de veículos que transportam crianças, a tolerância é zero. País

Limite g/l

Argentina Austrália Brasil Canadá Etiópia Japão Nova Zelândia Estados Unidos

0,5 0,5 0,0 0,8 0,0 0,3 0,8 0,8

(com tolerância de 0,05 –margem de erro do bafômetro)

*Fonte: ICAP (International Center for Alcohol Policies)

Canadá

• 0,8g/l

Japão

Estados Unidos

• 0,3g/l

• 0,8g/l

Etiópia Brasil Argentina

• 0,0g/l

• 0,0g/l

Austrália

• 0,5g/l

Nova Zelândia

• 0,8g/l

• 0,5g/l

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menu du jour

Nem só de pressão

vive o pinhão Friozinho chegou e eles se multiplicam como gremlins pelos sinaleiros, campos e quintais. E agora, o que fazer com tanto pinhão?

Quem nunca catou pinhão pra comer cozido com sal em um dia bem gelado não teve infância (pelo menos não no Paraná). Ok, talvez você esteja mais pra piá de prédio... E comprou pinhão no sinaleiro, certo? De um jeito ou de outro, essa semente do pinheiro faz parte do inverno paranaense. Mas nem só de churrasqueira, panela de pressão ou forno a lenha vive o pinhão. Há outras maneiras bem mais criativas de usá-lo na cozinha. Quer ver? Propomos aos chefs José Guilherme Silva Telles, do restaurante Edvino, e João Carlos Soto Bello, consultor do Carmina, um desafio: preparar uma receita deliciosa com pinhão. Faça em casa e confirme o resultado!

Codorna recheada com farofa de pinhão e foie gras (serve uma pessoa) Ingredientes 180g de codorna 50g de farinha de milho em flocos 2g de alho moído 50g de foie gras 20g de pinhão cozido e laminado 4g de sal 1g de tomilho (folhas) 3g de pimenta-do-reino branca 20g de cebola-roxa 20g de cogumelo-porto-belo laminado 10ml de óleo de amendoim 200ml de vinho tinto (Pinot Noir) 1g de canela (pau) 1g de cravo 70ml de cachaça (da boa!) 30g de casca de laranja s/ parte branca 20g de açúcar mascavo 1g de alecrim 2g de gengibre 7g de manteiga (gelada) 300g de abóbora-cabotiá 150g de abóbora-menina

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Preparo da farofa Em uma panela de ferro pequena, aqueça o óleo de amendoim, refogue a cebola-roxa e o alho moído. Adicione o pinhão, o cogumelo-porto-belo, o foie gras e o tomilho. Por último, acrescente a farinha de milho, o sal e a pimenta.

e a abóbora-menina e deixe no forno (aquecido a 180 graus) por uma hora. Retire as sementes e a casca e passe no processador até obter a consistência de um creme bem liso. Adicione o creme na panela com 1g de manteiga gelada e tempere com sal.

Preparo do molho de quentão Na panela, adicione o açúcar e deixe caramelizar a casca da laranja. Adicione a cachaça e deixe evaporar metade. Acrescente o vinho, a canela, o cravo, o gengibre e o alecrim. Deixe reduzir até a metade. Depois adicione a manteiga gelada, mexendo sempre até atingir a consistência aveludada. Adicione sal e pimenta.

Preparo da codorna Desosse a codorna e tempere com sal e pimenta. Recheie com a farofa pronta. Em uma fôrma refratária coberta com papel-alumínio, asse-a por 40 minutos a 200 graus. Retire o alumínio e asse por mais 20 minutos.

Preparo do creme de abóbora Enrole no papel-alumínio (com um pouco de água) a abóbora-cabotiá

Montagem Corte a codorna ao meio, acrescente o molho e o creme de abóbora. Decore com folhas de rúcula, flor de sal, cebolinha cozida no vinho do Porto e crispies de presunto de Parma.


fotos: bruna michelin

menu du jour

Creme de abóbora!

a lv Si

T

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Filho | Edvino

José

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Recheio dentro da codorna, hum...

foto: divulgação

Dica do chef Para deixar a codorna com um dourado bonito, pincele mel na hora de assar. Codorna recheada com farofa de pinhão e foie gras

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menu du jour Tabule de Pinhão com escalope de mignon ao molho andaluz (serve uma pessoa) Ingredientes 200g de pinhão cozido e descascado 10g de pimenta-dedo-de-moça 2 cebolas-roxas 50g de manteiga 1 colher de sopa de salsinha picada 2 colheres de azeite de oliva 150g de mignon cortados em escalope 1 pimentão-vermelho assado sem pele 80ml de azeite de oliva 2 dentes de alho 5g de páprica picante Sal e pimenta a gosto 2 tomates assados sem pele e sem sementes

Preparo do tabule Cozinhe o pinhão com água e uma boa pitada de sal até que a casca se abra um pouco. O tempo de cozimento em panela de pressão é de aproximadamente 25 minutos. Descasque o pinhão e pique com a faca em pequenos quadradinhos (brunoise). Pique a cebola e a pimenta-dedo-de-moça em brunoise. Refogue no azeite de oliva a cebola e a pimenta-dedo-de-moça. Acrescente o pinhão picado e a manteiga no refogado. Ajuste o sal e retire do fogo. Finalize com a salsinha picada.

Preparo do molho andaluz Pique em cubos pequenos a cebola, o pimentão assado, o tomate e o alho. Em uma frigideira, adicione o azeite de oliva e refogue todos os ingredientes até que amoleçam por completo. Espere esfriar e em seguida bata tudo com um mixer ou um liquidificador. É nessa hora que se acrescentam os temperos e se acerta o sal. Se for preciso, adicione um pouco mais de azeite de oliva no molho. Tendo o molho pronto, basta grelhar os escalopes de mignon em uma frigideira. Deixe a carne ao ponto para que fique suculenta.

Refogadinha para dar liga!

Pique bem picadinho! Molho andaluz indo para o mixer!

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menu du jour

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o Bello | Carmina

fotos: bruna michelin

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Dica do chef Evite o chamado pinhão derrubado, que é um pinhão colhido fora de época. Esse tem a casca mais clara e uma pigmentação verde na cabeça. O bom pinhão é o pinhão caído, aquele que tem uma cor mais rubi e bem brilhante.

Pra decorar: banana chips!

Tabule de pinhão com escalope de mignon ao molho andaluz

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happy hour

Virgem Maria! Nesta nova Era de Lei Seca, os bares e restaurantes que não quiserem perder faturamento com drinques vão ter que caprichar no cardápio de coquetéis “virgens”, ou mocktails, em inglês. Quem estiver dirigindo e não quiser ficar no refri, suco ou água mineral, agradecerá. Lembrando que isso também vale para grávidas e quem está tomando antibióticos ou outras tarjas pretas. O importante é ser criativo e fazer com que a falta do álcool seja apenas mais um detalhe na receita, afinal, quem não tem cão caça com gato. As receitas clássicas já têm até nome, como o Bloody Mary que, sem a vodca, vira Virgin Mary. Mas que tal criar novidades? Vão aqui duas sugestões do barman José Maria Robertson, do Cinco Lounge, em Lisboa.

Ingredientes 80ml de chá de jasmim 30ml de suco de limão 30ml de xarope de açúcar e canela

Lemon + Cinnamon Iced Tea

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Copo de mistura

Modo de preparo Coloque todos os ingredientes em um copo de mistura, adicione cubos de gelo e agite. Depois sirva em um copo alto, decore com gelo picado e uma canela em pau.

Ingredientes 1 kiwi 1 pedaço de pepino sem sementes 20ml de suco de limão Modo de preparo 10ml de xarope de açúcar 100ml de suco Corte o kiwi em de maçã pedaços e o pepino em rodelas. Depois amasse-os juntos e adicione o suco de limão e o xarope de açúcar. Em seguida, em um shaker, misture tudo com o suco de maçã e sirva bem gelado em um copo alto.

Lovely Jubbely

Misture no shaker

Cinco Lounge Rua Ruben Leitão, 17 – Lisboa www.cincolounge.com

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você é o que você come

Se você fosse um chocolate,

Que chocolate seria?

Chocolate ao leite com recheio macio, como o Lindor, da Lindt, que tem uma espécie de casca resistente e consistente, mas coração mole, pronto a se importar com todos!

SAbOr

AO leiTe

cAFé

me

Se existe uma coisa que eu não gosto de fazer é dormir. Não é por acaso que sou conhecido por minha hiperatividade. Para pessoas como eu, chocolate sabor café. Rodolfo Amaral, publicitário

Cynthia Jacques, editora da revista KIDS in

prestígio O coco me traz lembranças do nordeste do Brasil, com o qual tenho uma ligação umbilical. O sabor, mesclado ao do chocolate, apresenta um equilíbrio fabuloso.

Eduardo Vivacqua, proprietário Mercearia Bresser

meiO

iO

AmArgO

Pra quem não é muito fã de doces como eu, o chocolate meio amargo é a opção perfeita. É o meu doce na medida certa – e ainda dizem que é saudável!

Chris Rossi, publicitária no grupo O Boticário

AO le iTe Eu seria um dos bons, de leite... Por quê? Pela qualidade e por ser um dos que todo mundo mais gosta!

O AmArg

Elaine Schmitt, psicóloga

ouro negro Ouro Negro, da Cuore di Cacao, um chocolate com criação e ingredientes 100% brasileiros, mas com potencial para agradar aos paladares mais exigentes do mundo. Luis Fernando Carneiro, editor da revista Viver

Minha mãe dizia que chocolate meio amargo era sofisticado e que o gosto sofisticado deveria ser aprendido. Dediquei-me a isso e acabei viciada em chocolate meio amargo! Hany Morgenstern, coreógrafa e professora de dança

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comida pra que?

OMMM...

Nham, nham, nham.

ioga para não vegetarianos, tem?

Tá certo que não rola mandar ver numa feijoada e depois achar que vai conseguir se concentrar em uma aula de ioga. Mas também não é só de folhas e chás que vivem os adeptos dessa prática. Longe do que muita gente acha,

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muitos instrutores são bastante flexíveis quanto à alimentação recomendada aos alunos. É o caso do Rodrigo Miró de Cordova, professor há 18 anos e atualmente à frente do Centro de Iyengar Yoga de Curitiba.


comida pra que? Muitas pessoas acreditam que os praticantes de ioga são necessariamente vegetarianos, não bebem, não comem doces etc. É isso mesmo? Não é obrigatório. Conheço inclusive professores sérios, que praticam há muitos anos, e não têm nenhuma restrição a comida ou bebida. Mas é claro que ter uma vida mais saudável, com uma alimentação equilibrada, ajuda a alcançar práticas mais profundas, com mais benefícios. Mas tudo depende do organismo de cada um. Então você não impõe nenhuma restrição a seus alunos? Apenas para a refeição antes da prática, que é evitar carne e derivados do leite. Mas a razão disso é que esses alimentos são difíceis de digerir e deixam o fígado intoxicado. Como o método que eu pratico (Iyengar Yoga) trabalha a força e a flexibilidade, algumas pessoas com organismo mais sensível podem ficar tontas e enjoadas.

contrário do que a maioria das pessoas acredita ser melhor. Isso porque, quando ingerimos logo depois, elas fermentam a refeição, pesam e dificultam o processo. Já o suco verde, além de conter uma forte carga de cálcio, substituindo a necessidade de leite e derivados, ajuda a limpar os rins e o estômago, trabalha junto na purificação do organismo. E quais outras dicas e recomendações você dá para quem pratica ioga ou quer praticar, sem abrir mão da carne, doce etc.? Evitar farinha, pão, glúten, essas coisas que tardam a digestão e gastam muita energia do organismo. Nas refeições, não misturar carboidrato com amido ou carboidrato com proteína. Durante o dia, prefira coisas cruas, que trazem energia, e à noite, cozidas, pois são mais fáceis de digerir. Traga mais orgânicos para sua mesa e menos industrializados.

Você percebe diferença no aluno, dependendo de como ele se alimentou antes da aula? Sem dúvida, é notável. Dependendo do que a pessoa comeu antes, fica indisposta e sem energia para se concentrar na prática. E você, é vegetariano? Sim, sempre tive uma alimentação mais vegetariana. Já fui adepto da macrobiótica, em que até a maneira como os alimentos são cortados influencia. Mas agora sou um vegetariano que come peixe. E o que você come antes de praticar ioga, como é a sua rotina de alimentação? Bom, pela manhã, não como nada, apenas tomo um chá de gengibre com mel e limão. Na hora do almoço, antes da refeição eu como uma laranja e tomo um suco verde. Daí sim, almoço, equilibrando salada, legumes, grão de bico, lentilha, essas coisas. Mas, peraí, explica pra gente qual é da laranja e do suco verde antes da refeição? Bom, nas minhas pesquisas aprendi que as frutas – com exceção do mamão, abacaxi e abacate, se não me engano – devem ser sempre comidas antes da refeição, ao

Receita Suco Verde Coloque no liquidificador água, couve, salsinha e bata bem. Depois, descasque um limão e bata junto. Quem quiser pode ainda acrescentar hortelã e abacaxi, que são ótimos para desintoxicar. dicA: em vez de bater com água normal, experimente usar “água de chia”. A semente é um ingrediente poderoso. Basta colocar uma colher de chia em um copo de água e deixar por 30 minutos. Isso vai se transformar em um gel ótimo para a digestão.

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lobetomia

a u R a s s E Se a h n i M e Foss p or

ss a da l o m o t be

Como assim protestos contra as calçadas do Batel? Acho essa gente engraçada. O cara vai para o exterior, senta num bar que tem mesinhas na calçada, olha em volta e diz: “Bem que Curitiba poderia ser assim”. Quando volta pra casa, senta num bar com os amigos e continua com o discurso: “Galera, eu fui pra Europa e vocês não fazem ideia dos parques, das ruas, das calçadas, dos museus que eu vi. Nossa cidade é uma vergonha mesmo”, como se fizesse um protesto silencioso contra os atrasos da nossa cidade. Funcionários da prefeitura também viajam. Também vão para o exterior buscar referências de destinos turísticos para aplicar na nossa cidade. Além disso, a prefeitura sabe que existem sonhadores como esse citado acima, que cobram mudanças para melhor. Pessoas que cobram melhores parques, ciclovias decentes, teatros modernos e melhores calçadas. Então a prefeitura resolve agir e propõe um projeto audacioso para chegar pelo menos perto das grandes referências mundiais. E foi assim, com a intenção de melhorar um dos maiores

“O cara vai para o exterior, senta num bar que tem mesinhas na calçada, olha em volta e diz: – ‘Bem que Curitiba poderia ser assim’.”

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o

polos turísticos e gastronômicos da cidade, acompanhando o capricho e os investimentos dos empresários locais, que a prefeitura decidiu fazer calçadas de granito em um pequeno trecho da Avenida Batel. Perfeito! Bravo! Pavimentação melhor, iluminação melhor, paisagismo melhor, bancos melhores etc. Finalmente, depois de tanta espera, temos um projeto relevante com nível satisfatório. Algo que nos aproxima de destinos como Buenos Aires, San Francisco, Barcelona, Santiago e assim por diante. Cidades que também têm pobreza e criminalidade, mas que não ignoram seus potenciais, pois entendem que isso atrai visitantes e gera renda. Mas alguns desses caras que se ajoelham na calçada contemplando a Torre Eiffel quando estão no exterior têm dois pesos e duas medidas. Mesmo reclamando que a grama do vizinho é mais verde, o cara resolve se manifestar CONTRA a reforma da Avenida Batel, das suas calçadas de granito e seus novos bancos de madeira. Pergunto: seria necessário um museu como o Museu Oscar Niemeyer para colocar obras de arte, sendo que um simples barracão de madeira abrigaria as mesmas obras? Seriam necessários canteiros com flores entre as ruas, sendo que isso custa dinheiro público? Seriam necessárias praças com fontes d’água? Não! Na cabeça desse povo, não. Para eles é tudo gasto. Não conseguem ver isso como investimento e desenvolvimento. Mas por que não as calçadas lá do Sítio Cercado? Porque o Batel é destino turístico e o Sítio Cercado não é. E, mais do que isso: deixar de investir em uma calçada do Batel não vai fazer com que o Sítio Cercado tenha mais


lobetomia Eu não moro no Batel, não trabalho no Batel e ainda posso dizer que raramente frequento o Batel. Mas falo como cidadão desta cidade, que também clama por melhorias na saúde, na segurança, na educação, e não é por isso que vou deixar de querer uma cidade bonita, moderna e evoluída. O bairro do Batel merece grandes investimentos em sua estrutura. Porque é um polo turístico, gerador de renda, e está dentro de uma cidade que se diz moderna chamada Curitiba. Então, que tal sentar à mesa, abrir o cardápio, escolher um vinho e comemorar o progresso?

como aSSim

calçadas, bancos ou postes. São coisas diferentes, necessidades diferentes. “E por que não investir na saúde?”, algum gênio vai perguntar. Primeiro porque o dinheiro da rua não é o mesmo dinheiro da saúde. Depois, temos que entender o seguinte: de onde vem o dinheiro da saúde? Ele cai do céu? Não, ele não cai do céu e os políticos decidem se vão fazer uma praça ou se vão contratar médicos. Ele vem de atividades que geram renda. Indústria, comércio e turismo são geradores de renda. O dinheiro dos impostos arrecadados por essas atividades é que será destinado à saúde, segurança, mobilidade urbana etc. Um depende do outro. Se quisermos lutar por segurança e saúde, temos que, antes de tudo, lutar por investimentos em áreas que geram renda.

coNTra A eSToS S T o pr çadAS DO BAtel cal

“Pergunto: seria necessário um museu como o Museu Oscar Niemeyer para colocar obras de arte, sendo que um simples barracão de madeira abrigaria as mesmas obras?”

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gastroglobalização

quem te

guia? Ações publicitárias, despretensiosas dicas de amigos e outras iniciativas que guiam os amantes da boa cozinha

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gastroglobalização

Em 1900, Paris realizou a Exposição Universal, que atraiu gente do mundo todo para a cidade e para o interior da França. Para mostrar ao mundo seus pneus (os carros começavam a ficar populares nessa época), os irmãos André e Édouard Michelin apostaram em distribuir aos motoristas um guia com capa vermelha cheio de informações preciosas para quem iria colocar o pé na estrada, de carro, é óbvio. Eram borracharias, oficinas mecânicas, médicos, curiosidades e mapas de cidades, com o nome de Guia Michelin. Os custos da produção eram pagos por anúncios publicitários. A partir de 1920, o guia passou a ser vendido e já incluía dicas de restaurantes de leitores e de alguns inspetores secretos. Para os irmãos Michelin, a ideia de sugerir endereços fora do circuito era ótima, pois mais quilometragem significava mais uso de pneus. Com o tempo, a publicação foi se tornando referência na França e até dizem que o exército alemão usou um Guia Michelin na invasão do país.

Hoje, o guia vermelho, editadosanualmente, é uma das bíblias de quem gosta de viajar para comer bem. Não somente em restaurantes três estrelas (que é a classificação máxima), mas também nas opções Bib Gourmand, mais econômicas. E por mais avessos que sejam os franceses à globalização, esses guias cobrem cidades importantes no mundo todo, como Tóquio, Londres, Roma, Nova York, Chicago e Hong Kong. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a competição está com os guias Zagat. Diferente dos Michelin, que dão de uma a três estrelas aos restaurantes, o Zagat dá nota de 1 a 30. A empreitada que começou em 1979 com um casal nova-iorquino que pedia ajuda aos amigos para classificar restaurantes da cidade é hoje uma empresa global, comprada pelo Google, que inseriu os comentários e dicas em seu serviço de busca. As dicas Zagat são mais internacionais do que as do Michelin, pois classificam estabelecimentos em todos os Estados Unidos, na Europa e lugares mais exóticos como Istambul, Dubai, Cidade do México, Sydney e Seoul. O mundo tem fome de boa gastronomia e a febre por dicas de restaurantes dá espaço para muitos outros pontos de vista. A competição anual dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, patrocinada pela água italiana San Pellegrino, já se tornou referência. No final de abril de cada ano, quando os resultados são anunciados, revistas e jornais de todo o mundo publicam os nomes dos ganhadores. O restaurante Noma, em Copenhague, na Dinamarca, está há anos em primeiro lugar. O paulistano D.O.M., de Alex Atala,

ficou em 4º lugar em 2012. Não há um guia impresso, mas o site www.theworlds50best.com é onde estão todas as informações. Apostando no hype desta competição, a editora inglesa Phaidon perguntou aos chefs ganhadores quais são os lugares onde eles comem quando viajam e lançou o guia Where Chefs Eat com todas as dicas. O interessante é que nesse guia o que conta é a opinião de chefs e não de uma comissão julgadora formal. Acaba que a publicação tem as dicas mais ecléticas e cheias de surpresas. Então, não viaje desacompanhado. Aproveite a gastroglobalização e garanta refeições memoráveis. Nunca foi tão fácil e tão bom garantir as melhores dicas do Litoral Paranaense ao interior da China. Quem sabe a gente também não entra nessa onda e lança um guia Tutano para comer bem?

bom

apetite. 39


anota aí

Mariscada sabe aqueles dias em que você acorda e pensa que o bom mesmo era estar na praia? compre mariscos e ligue para os amigos. Já que você não vai até a praia, traga-a até você...

Ingredientes 500g de marisco meia casca 100g de cebolas picadas 100ml de leite de coco 1 colher grande de molho de tomate 100ml de vinho branco seco 6 pimentas-biquinho inteiras Sal, pimenta-preta Curry em pó Coentro

Frigideira

Vinho branco

Tempere a gosto

Modo de preparo Em uma frigideira, adicione a cebola com bem pouco azeite e frite até que fique bem dourada. Adicione os mariscos e, em seguida, o vinho branco. Após reduzir boa parte do vinho, em fogo baixo coloque o leite de coco, o molho de tomate, as pimentas-biquinho e uma pitada de curry em pó. Não é necessário cozinhar muito, somente até seu molho ficar encorpado. Por fim, tempere com sal, pimenta e coentro picado a gosto.

por wellington almeida, chef da forneria copacabana foto: guilherme alves

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anota aí

Sopa de alho-poró

com batatas e crispy de bacon Tem duas coisas incontestavelmente boas do inverno: beber vinho e tomar sopa. esta receita vai fazer você esquecer as saudades do verão

Ingredientes 1 noz-moscada 1kg de batata-asterix 3 fatias de bacon laminadas 1 concha média de creme de leite 1 maço de alho-poró Sal e pimenta

Forno

Liquidificador ou mixer

Panela

Modo de preparo Higienize e corte grosseiramente o alho-poró, leve ao fogo junto das batatas já descascadas e adicione água até cobrir os ingredientes. Deixe ferver bem até que as batatas fiquem em ponto de derreter. Feito isso, coloque as fatias de bacon em uma fôrma antiaderente e leve ao forno por cerca de 30 minutos em 130 graus até que esteja bem crocante. Com um mixer ou liquidificador, triture bem a sopa, adicione o creme de leite, misturando até que fique bem cremosa. Tempere com noz-moscada, sal e pimenta moída na hora. Sirva com as fatias de bacon crocante sobre a sopa.

por wellington almeida, chef da forneria copacabana foto: guilherme alves

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sweet dreams

10 dicas para o bolo perfeito 2

1 Escolha uma boa receita, daquelas que só de ler já enche a boca de água.

Se a receita diz chocolate em pó, é chocolate em pó, nada de achocolatados e afins. Ingredientes de qualidade fazem muita diferença no resultado final. Escolha bem. Quer um bolo igual ao da vovó? Então faça como ela fazia. Cumpra todas as etapas, sem preguiça. Nada de jogar tudo dentro da vasilha e mandar ver na batedeira.

3

6

Antes de colocar para assar, o forno deve estar preaquecido (pelo menos, 10 minutos).

7 Não abra o forno antes de 30 minutos.

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5 Mantenha o forno sempre a 180 graus (médio). Se esquentar demais, o bolo faz casca e não cresce.

8 Fique atento ao tempo de cocção (assar).

Antes de começar esta matéria, vamos deixar bem claro uma coisa: não ouse levar estas dicas para a cozinha e abrir um daqueles pacotes de bolo de massa pronta. A ideia aqui é resgatar velhos costumes e preparar um bolo à moda tradicional. Daqueles que vão para o forno e aos poucos se materializam naquele cheiro de bolo assando. Um cheiro irresistível que vai invadindo a cozinha, a sala, o corredor. O cachorro fica bem maluco, os vizinhos, morrendo de inveja e você, de olho na janelinha do forno pra ver a massa crescer. Deu água na boca? Ótimo! Agora vá lá no livro de receitas da sua avó, confira estas dicas e trate de colocar a mão na massa.

4 O fermento, só por último e misturado à mão. Coloque na quantidade exata.

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As dicas são da Patricia Safieddine, cake designer que, junto com sua sócia Nayara Coutinho, criou um lugar com toda pinta de casa de avó, para quem curte comer um bolo caseiro à moda antiga: Bendita Boleria. benditaboleria.com.br

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Finalize com carinho. Escolha uma finalização que agrade e seja interessante ao seu Espere pelo menos 15 minutos antes de desenformar. paladar, como uma calda de chocolate, uma geleia de frutas vermelhas ou simplesmente açúcar refinado por cima. O importante é ter um toque final!



@betomadalosso

Por onde andei... pratos que o @betomadalosso curtiu e comentou!

Schneckas

› Av. Atlântica, 4040, esquina c/ Rua 3700 Balneário Camboriú - SC - Tel.: 47 3361 5505

Perfeito fish’n’chips do restaurante Schneckas, em Camboriú.

Famiglia Fadanelli

› Av. Manoel Ribas, 5667 - Santa Felicidade Curitiba - PR - Tel.: 41 3372 1616

Petit gâteau da Famiglia Fadanelli. Como os clientes já sabem: se não sair a calda, a sobremesa é por conta da casa!

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Tahine

› R. Joaquim da Silva Sampaio, 172 - Mercês Curitiba - PR -
Tel.: 41 3019 7852

Esta esfirra que o Tahine serve no almoço é sensacional. A massa é extremamente leve e o recheio, muito saboroso.

Spot

› Al. Min. Rocha Azevedo, 72 - Bela Vista São Paulo - SP - Tel.: 11 3283 0946

No Spot, em São Paulo, almocei este contrafilé com molho de pimentas-verdes e legumes grelhados. Fantástico!

Campania Ristorante

› Al. Prudente de Moraes, 1265 - Centro Curitiba - PR - Tel.: 41 3013 2009

Este linguine com molho de ostras que comi no Campania Ristorante é daqueles que vou lembrar para o resto da vida. Pra mim, é o que pode se chamar de perfeição.

Alfredo

› R. Silveira Peixoto, 765 - Água Verde Curitiba - PR - Tel.: 41 3042 4212

Nem só de Alfredo vive o Alfredo. Esta receita de espaguete com vôngole, uma raridade em Curitiba, faz parte das especialidades.


@betomadalosso

Nada melhor do que seguir a indicação de um amigo na hora de escolher o restaurante. Eu sempre faço isso. Por isso, resolvi dividir minhas dicas com vocês.

La Linda

› R. Presidente Rodrigo Otavio, 835 Curitiba - PR - Tel.: 41 3078 1732

Bife de tira e ojo de bife do La Linda. Dá pra dizer que estamos na Argentina. Precioso, señor!

Ernesto Ristorante

› R. Myltho Anselmo da Silva, 1483 - Mercês Curitiba - PR - Tel.: 41 4141 5477

Dentro da cozinha do Ernesto Ristorante e a montagem do seu prato mais vendido: mignon grelhado com cogumelos e risoto de beterraba. Comi direto da fonte. Bom demais.

Confeitaria Edelweiss

› Al. Augusto Stellfeld, 1631 - Bigorrilho Curitiba - PR - Tel.: 41 3232 1625

A vitrine da Edelweiss! Quando for até lá, leve pouco dinheiro, senão vai acabar comprando tudo que estiver à mostra.

Restaurante Madalosso

› Av. Manoel Ribas, 5875 - Santa Felicidade Curitiba - PR - Tel.: 41 3372 2121

A inconfundível e implacável asinha de frango do Madalosso. Parabéns especial, já que em 2013 ela completa 50 anos de história. Sucesso e vida eterna!

Uwabe

› R. Rodolfo Castagnoli, 1000 Campo Largo - PR - Tel.: 41 3292 2772

O combinado de salmão do Uwabe (anexo á Pizzaria Abaré, em Campo Largo) é uma ótima opção para quem gosta de pegar a estrada de vez em quando.

Cold Stone

› Alameda Augusto Stellfeld, 1580 - Bigorrilho Curitiba - PR - Tel.: 41 3015 0826

Mistura de doce de chocolate com o salgado da peanut butter em uma das receitas do Cold Stone.

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