Esquina Grande Tijuca n° 1

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ESPORTE E CULTURA REUNIDOS NOS CORREDORES DO MARACANÃ Visita guiada leva as pessoas a conhecer o passado, o presente e o futuro do estádio. Pág. 5

Abril de 2009 | Ano 1 | Nº 1 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo

CALÇADAS ESBURACADAS ESTÃO NO CAMINHO DO PEDESTRE E NA MIRA DA PREFEITURA DA CIDADE Os idosos são os que mais sofrem com a má conservação dos passeios públicos da cidade. Na Tijuca, os pedestres dividem as ruas com os carros e os buracos para poderem passar. Em maio, a Prefeitura promete maior fiscalização com o lançamento do projeto ‘Conservação de Calçadas - A sua responsabilidade passa por aqui’ para informar a população sobre o papel de cada um na conservação das calçadas. Pág. 4

Projeto de coleta seletiva na região completa oito anos Pág. 2 TEMPORAL E ENCHENTES Moradores do entorno do Rio Maracanã convivem com inundações em dias de chuva forte. Pág.3

Formação de professores está com os dias contados Diretora do Normal do Iserj, Ellen Cabral, prevê o fim do curso. A Instituição manterá somente a graduação em Pedagogia nos próximos anos. Pág. 6 Capital carioca da dublagem: Tijuca abridublagem ga quatro grandes estúdios. Pág. 8

É possív el encontrar possível restaurantes de comida natural na região? Pág.7

Na busca pelo presente ideal ideal: Flores para todos os gostos e ocasiões. Pág.8

Pág. 7: Jiu-jitsu Jiu-jitsu. altetas trabalham duro para conquistar espaço

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Carta ao leitor

Coleta seletiva na grande Tijuca Richard Hollanda e Ronaldo Vicente Foto: Ronaldo Vicente

O Esquina Grande Tijuca é o jornal laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida e tem como objetivo principal a prática jornalística. Assim, os futuros jornalistas têm a oportunidade de participar de todo o processo de produção de uma publicação, passando pela decisão das pautas, apuração e fechamento das notícias. Todas as matérias aqui publicadas estão também disponíveis no site da AgênciaUVA (www.agenciauva.com.br), mas com o conteúdo ampliado, que inclui animações, vídeos e áudios, oferecendo maior interatividade. Não deixe também de conferir outras novidades. Boa leitura!

A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) realiza, desde 2001, um projeto de coleta seletiva na Grande Tijuca. Para participar, o morador deve telefonar e o visitador retira diversas dúvidas, dentre as quais a forma como separar o material reciclável e os dias que será a coleta, que na Grande Tijuca é realizada pela Cooperativa Beneficente Padre Navarro. Em todo o município do Rio de Janeiro, a Companhia coletou 68 toneladas no mês de novembro. Em dezembro, este número subiu para 86 tonelada, resultando em 180 viagens de veículos com compactadores, sendo 46 da Padre Navarro. Para ampliar o alcance do projeto, a companhia de limpeza, através da União Corporativa da

Comlurb (UNICOM), realiza campanhas nas escolas e universidades para conscientização dos jovens sobre os benefícios da coleta para o meio ambiente. Para Jorge Antero, Gerente de Departamento, isso é primordial. “Os estudantes são instrumentos bastante importantes, pois as informações repassadas para eles são rapidamente difundidas e se espalham mais fácil. No futuro, a coleta seletiva estará mais inserida na população brasileira”, explica. O morador da região da Grande Tijuca, para ser beneficiado, deve telefonar para a companhia, 32091944 ou 3209-1949, e um visitador vai às casas das pessoas para tirarem todas as principais dúvidas. Já as universidades e escolas podem ligar para 3209-1861.

Pró-Reitor Comunitário: Dr. Antônio Augusto de

Edição e reportagens: alunos do 7º período,

Andrade Magaldi

disciplina Oficina de Jornalismo

Diretor Administrativo-Financeiro: Mauro Ribeiro

Professor-orientador e diagramação: Érica Ribeiro

Lopes Diretor do Campus Tijuca: Prof. Abílio Gomes de

AgênciaUV A AgênciaUVA

Carvalho Júnior

Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da Comunicação,

Diretora Acadêmica: Mônica Aragon

2º andar. Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 20271-020 Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca Ano 1 | Número 1 | Abril de 2009 Reitor: Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior

Curso de Comunicação Social reconhecido pelo

Site: www.agenciauva.com.br

MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99

e-mail: redacao@agenciauva.com.br

Coordenador: Porf. Luís Carlos Bittencourt

Oficina de Propaganda: criativo@uva.br

Coordenador de Publicidade: Prof. Oswaldo Senna Impressão: Gráfica O Lance

Vice-Reitor: Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva O Esquina Grande Tijuca é um produto da AgênciaUVA

Pró-Reitor Acadêmico: Arlindo Cadarett Vianna

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Tiragem: 2.000 exemplares

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A polêmica das enchentes no Rio Maracanã Rafaela Duarte e Vivian Borges Foto: Vivian Borges

Em dias de chuvas fortes, o rio que dá nome ao bairro não dá vazão às águas e transborda

to será inevitável controlar a ação das águas das chuvas”, afirma. Mas não são apenas as dificuldades técnicas que causam empecilhos. Há 45 anos morando no bairro, José Tavares, de 60 anos, diz que sempre existiram problemas de enchentes no local. Ele considera que os lixos domésticos e o entupimento dos bueiros são as maiores causas de enchentes no Rio Maracanã. “O bairro possui alguns problemas de engenharia, mas se os moradores não fizerem a sua parte na conservação dos bueiros e no tratamento de esgoto, o transtorno com ruas alagadas irá perdurar”, acredita. A impossibilidade de conter a ação da natureza, junto à poluição, à degradação ambiental e aos desequilíbrios, reforça a questão dos alagamentos nas ruas. “As obras de engenharia apenas amenizam um problema que poderia ser ainda pior caso não houvesse um tratamento de drenagem”, ressalta o engenheiro.

O Rio Maracanã, que deu nome ao bairro, vem gerando frustração nos moradores. Mesmo sendo uma das torrentes mais famosas da cidade maravilhosa, ele encontra-se prejudicado pelos excessos de poluição e redução do espaço para o fluxo de água que o fazem transbordar nos dias de chuvas intensas.

De acordo com o engenheiro Davi dos Santos, de 45 anos, professor de engenharia da UFRJ, o rio sofreu uma obra de contenção para drenagem que visa soluções técnicas para manter ou restaurar o equilíbrio do volume de água. “Para desespero dos engenheiros, chove e choverá sempre, portan-

Igor Balbino e Romulo Holub

Lei proíbe venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios

Desde o início do Campeonato Carioca de 2009, os torcedores se depararam com um Maracanã diferente. Nas ruas que levam ao estádio, é visível a ausência dos vendedores ambulantes, que sempre foram figurinhas carimbadas nos jogos e a falta da tradicional cerveja, tão consumida entre os torcedores para aliviar o calor e a tensão antes das partidas. Tal ausência é explicada pelo choque de ordem imposto pela Prefeitura carioca. Instituída pelo Prefeito Eduardo Paes, no dia 23 de janeiro, e sob responsabilidade da Polícia Militar e da Guarda Municipal, o Decreto de número 30.417 proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em um perímetro de 500m do estádio. A lei seca sempre começa duas horas antes dos jogos e se estende até duas horas após o evento esportivo. Tendo em vista a adequação do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura tem como principal

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argumento, a diminuição da violência entre as torcidas e a preocupação com a perturbação da ordem pública por parte dos torcedores. A proibição de bebidas alcoólicas em eventos esportivos não é novidade no Brasil. Em Minas Gerais, isso já acontece desde abril de 2007 e segundo a PM mineira, os índices de violência registrados na região do estádio do Mineirão. A lei anda causando polêmica entre torcedores, comerciantes e moradores das proximidades do Maracanã. Para o estudante de Publicidade Marcelo Aguiar, a violência nos estádios passa longe de ser uma causa do álcool. "Freqüento o Maracanã há pelo menos dez anos e o máximo que vi a bebida provocar foram pequenas discussões. As bri-

gas que acontecem no entorno do estádio são motivadas pelo tratamento que recebemos ou por conta da rivalidade entre as torcidas", conta o estudante que fez questão de dizer que sequer bebe. Porém nem todos pensam como Marcelo. A moradora de um dos prédios localizados em frente ao estádio, Carmen Fernandes, diz ter perdido a conta das vezes que viu torcedores embriagados brigando. "Já presenciei inúmeras brigas por aqui e, quase sempre, os torcedores estão sob o efeito do álcool. Por mim, a bebida deveria ser proibida em todos os grandes eventos". Seja pelo ponto de vista do futuro publicitário ou pela ótica da vizinha do estádio, a lei já pegou, e somente o tempo irá dizer se ela vai cumprir o seu papel.

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Conservação das calçadas está entre os problemas da região Foto: Maurício Bortoluzzi

Maurício Bortoluzzi e Natália Mayrink

Com objetivo de trazer conforto, condomínio refaz calçada na Rua Felizberto de Menezes

Foto: Natália Mayrink

Balbino e equipe recebem as reclamações do moradores e encaminham aos responsáveis

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sabe bem dos problemas causados pelo mau estado de algumas calçadas do bairro. “Eu nunca cai porque só ando olhando para o chão. Mas se isso acontecer, vai ser triste, porque eu tenho osteoporose e com essa idade vai ser difícil eu me recuperar”. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Falta alguém chegar aqui, olhar e consertar tudo”

Uma dessas ações começa a partir da primeira quinzena de maio. Esta é a época em que a Prefeitura do Rio de Janeiro promete passar a fiscalizar com maior rigidez, com o projeto ‘Conservação de Calçadas – A sua responsabilidade passa por aqui’. As Subprefeituras passarão a fazer visitas de rotina e iniciarão um programa de advertências com o objetivo de estipular prazos e identificar responsáveis pelo conserto das calçadas. Caso o acordo entre a Subprefeitura e o responsável não for cumprido, ele sofrerá sanções da Prefeitura, que incluem multas e até a cassação do alvará de imóveis comerciais. Enquanto isso, os cariocas podem cumprir seu papel de cidadão e encaminhar qualquer reclamação para a Ouvidoria do Município ou à Subprefeitura, via e-mail (catijuca@rio.rj.gov.br) ou telefone (2238-5616 ou 2571-1342). “A gente anota qual é o tipo de reclamação, envia ao órgão responsável, cobra dele se aquele procedimento é realizado e notifica de volta a pessoa que reclamou”, informa o chefe de gabinete Gilberto Balbino. Foto: Natália Mayrink

Buracos que dificultam o caminhar dos pedestres, raízes de árvores que obstruem a passagem e obstáculos que obrigam as pessoas a dividir a rua com os carros resume bem como se encontra grande parte das calçadas da Tijuca. Depois da falta de segurança, o maior motivo de reclamação dos tijucanos, na Subprefeitura do bairro, é a falta de conservação dos passeios públicos da região. Um projeto, previsto para iniciar em maio, busca conscientizar a população sobre as responsabilidades de cada um na conservação dos espaços. Quem mais sofre são os idosos. Aos 94 anos, a aposentada Marina Teles

Projeto prevê maior fiscalização das ruas

Edvaldo Cabral ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Já o eletricista Edvaldo Cabral, de 47 anos, não teve a mesma sorte e tropeçou em um buraco. “Eu não sei o que está acontecendo. Com certeza as ruas da Tijuca estão largadas. Falta alguém chegar aqui, olhar e consertar tudo. Falta também material e mão-de-obra para arrumar essa buracada toda”. Segundo o chefe de gabinete da Subprefeitura da Grande Tijuca, Gilberto Balbino, a responsabilidade da manutenção e da conservação das calçadas é dos proprietários ou responsáveis pelo imóvel ou terreno. “Aqui na Tijuca, a Subprefeitura procura atuar dentro de um maior número possível de ruas da região, sempre servindo como órgão facilitador entre os moradores e o poder público”.

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Cariocas podem conhecer o templo do futebol pela metade do preço

Maracanã abre as portas para mostrar sua história Diogo Moraes e Tayná Jordão Foto: Tayná Jordão

Foto: Diogo Moraes

História, esporte, cultura e diversão. Tudo ao alcance das mãos. E dos pés. A visita guiada no Maracanã é um passeio válido para os moradores dos bairros vizinhos, não só pela proximidade e bom preço, mas por ser uma viagem ao passado, presente e futuro esportivo. Uma das grandes vantagens é que os cariocas podem usufruir da meia-entrada mediante comprovação de residência. Acompanhados por guias, os visitantes são levados a um espaço com fotografias de momentos dos principais times cariocas e da seleção brasileira. Logo após, o guia Tarik Araújo, de 22 anos, estudante de Turismo, explica: “O grupo conhece todo o Maraca. Passamos pelas cadeiras cativas, onde é possível ter uma vista panorâmica de todo estádio e depois segui-

mos para a tribuna de honra, a de imprensa e o salão nobre (local onde ocorrem reuniões entre autoridades)”, afirma. Porém, o momento mais esperado do percurso é quando o torcedor “torna-se” jogador e tem a oportunidade de ir ao vestiário, à sala de aquecimento, ao túnel que leva ao gramado e, finalmente, pisar no campo. No final, a tradicional calçada da fama, com as marcas dos pés dos principais atletas brasileiros do esporte, pode ser admirada. Realizado há sete anos, o passeio vem encantando torcedores por mostrar a história do futebol e seus craques. Para a Copa de 2014, o Governo pretende investir em novos acervos, valorizando o estádio, que é o segundo ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro.

Visitação guiada ao Maracanã

Calçada da fama: jogadores deixam sua marca para a eternidade

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• Saídas a cada 15 minutos, de domingo a domingo, das 9h às 17h. • Gratuidade para colégios e instituições (privados e públicos) acontece às terças-feiras. • O ingresso custa R$20. Estudantes e cariocas têm direito a meia-entrada. • Brasileiros menores de 12 anos ou maiores de 65 não pagam.

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Instituto de Educação tem seu prestígio abalado Fotos: Paula Penedo

Aline Batista e Paula Penedo

“Ele está em extinção”. Esta frase, dita por Elen Cabral, diretora do Curso Normal do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj) sintetiza o momento pelo qual a escola está passando. Conhecido pela sua tradição na formação de professores normalistas, o Instituto acabou com esse curso e agora é o Normal Superior que está com os dias contados. A ideia, segundo a diretora, é manter apenas a graduação em Pedagogia, que foi implantada em 2009, para a formação dos professores. “O curso normal só vai continuar enquanto tiver o último aluno estudando e, como não tem mais vestibular, a tendência é o seu fim. Não que exista alguma lei proibindo a continuação do Normal Superior”. A princípio, não há diferença entre os dois cursos. Como o Conselho Estadual aprovou a equivalência entre Pedagogia, que antes era só para coordenação, com o Normal Superior, tanto faz cursar um ou outro. A aluna Tatiana Lopes, que está no último ano do normal, foi uma das beneficiadas. “Eu escolhi o Normal porque na época era o único que tinha, mas não pretendo cursar Pedagogia porque são as mesmas matérias. Acho mais válido para o meu engrandecimento fazer uma pós-graduação”. Mas nem todos concordam com essa visão. A professora de sociologia Vânia Landim, que trabalha no Instituto desde 1965, foi desde o início contra a chegada de novos cursos. Para ela, isso só serviu para tirar ainda mais o prestígio da instituição, sem contar que acabou criando uma separação entre os cursos. “Antes o Instituto lutava

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por interesses comuns com a Secretaria de Educação, agora os professores de cada curso lutam por benefícios diferentes”, afirma. Vânia vai além e conta que a incerteza que reina no curso normal contribuiu para o afastamento de muitos professores. Ela mesma pretende se aposentar no final deste

ano. Tendo estudado e trabalhado no instituto por tanto tempo, ela confessa que não é uma decisão fácil, mas frente às transformações que vêm ocorrendo, esta parece ser a única opção. “Você sabe que ama uma pessoa, mas não pode viver com ela. Essa é a relação que tenho com a escola”.

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“O curso normal só vai continuar enquanto tiver o último aluno estudando [...] a tendência é o seu fim” Elen Cabral ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Garra, luta e vontade de vencer na arte e na vida Praticantes do Jiu-jitsu superam preconceitos e falta de investimento Foto: Bruno Figueiredo

Bruno Figueiredo e Rafael Garrido

O Brasil é a nação do futebol, mas está longe de ser o país de um único esporte. Existem outras inúmeras atividades físicas praticadas aqui que vão além da paixão nacional, mas que apesar do grande número de adeptos não encontram incentivo governamental e muitas vezes não têm divulgação além do “boca-a-boca”. É o caso de grande parte das artes marciais de origem oriental, cujas diversas modalidades já são ensinadas há anos por aqui. Umas delas é o Jiu-jitsu, que se não bastasse os problemas listados acima, ainda conta com outro: o preconceito. Resultado das atitudes agressi-

vas que vários de seus praticantes tiveram e ainda têm. Os chamados “pit boys” transformaram uma arte marcial voltada para a autodefesa em arma, sujando em poucos anos o nome de uma atividade praticada desde quase o início do século. Criada na Índia em 1914 por monges budistas, a modalidade era uma técnica de defesa usada contra saqueadores de estrada. Hoje, não é preciso atravessar o oceano, já que existem diversas academias que oferecem o treinamento. Um desses lugares fica na Universidade Veiga de Almeida na Tijuca, com aulas ministradas no ginásio do campus pelo professor Gilberto Pasler, faixa preta na

arte marcial. Ele afirma que o esporte está absolutamente integrado à educação. “Consegui me formar na faculdade graças a uma bolsa de estudos que tive como resultado do Jiu-jitsu. Esse incentivo social na área esportiva é essencial”, afirma o professor que foi campeão mundial da modalidade em 1997. Gilberto é atleta patrocinado pelos cursos Fórum e PLA Português e por esse motivo pode continuar os seus estudos. Ele tem plena consciência de que isso é raridade num país onde 80% dos esportistas da área acabam indo trabalhar no exterior. Outro praticante do Jiu-jitsu, Vínicius Aieta acredita que o esporte não perdeu força mesmo enfrentando tantos problemas. “Acho que de uma maneira geral o Brasil não é muito organizado para os esportes, o Jiu-jitsu cresceu bastante nos últimos 15 anos e é famoso no mundo inteiro. Os especialistas podem encontrar emprego em qualquer parte do mundo”, afirma o atleta, professor da modalidade na academia Gracie Tijuca.

A dificuldade dos vegetarianos Moradores da Tijuca não encontram muitas opções para alimentação natural Foto: Vanessa Nobre

Mayra Alves e Vanessa Nobre

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A rotina para quem passa o dia fora de casa, mas não come qualquer tipo de alimento pode ser ainda mais penosa caso esse lugar seja a Tijuca. A dificuldade para encontrar um restaurante com comidas naturais e vegetarianas é grande e são poucos os comércios da região que atendem às necessidades desse público, que, sem opção, acaba fazendo lanches. Esse é o caso da estudante Paula Carvalho, de 22 anos, vegetariana há dois. Ela conta que o único restaurante do gênero que conhece na Tijuca é o Clorofila, na rua Senador Furtado, e que nem mesmo na universidade onde estuda tem variedade de opções. “Aqui na faculdade

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os pratos são caros e sempre tem carne. Se eu for comer, a única opção que tenho são os salgados de queijo”. O proprietário do restaurante Clorofila, Eládio Alves, conta que o estabelecimento já existe há quatro anos e que cerca de 60 pessoas passam por lá diariamente, com maioria de adeptos sendo composta por mulheres e jovens. O estabelecimento foi aberto, segundo Alves, com o objetivo de oferecer uma opção para quem busca uma melhor qualidade de vida. A alimentação saudável somente com legumes, algas, hortaliças, grãos e frutas, sem a ingestão de carnes, ganha adeptos a cada dia. Mas sempre há dúvidas quando a sua eficácia. Mais informações sobre a nutrição vegetariana e dicas de saúde estão disponíveis no site da AgênciaUVA (www.agenciauva.com.br).

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Dublar: a arte de brincar que é levada a sério O bairro da Tijuca abriga quatro grandes estúdios de dublagem Jéssica Mattos e Leonardo Lobo Foto: Leonardo Lobo

O bairro da Tijuca é considerado a capital carioca da dublagem, possuindo quatro grandes estúdios cinematográficos e televisivos, como os estúdios Delart que foram responsáveis pela dublagem do filme “Watchmen”, da Warner Bros, com direção de Guilherme Briggs (de “Os Simpsons - O Filme”). Mas a arte de dublar não é tão fácil. Mesmo tendo um leque de oportunidades, que passam por desenhos, filmes e seriados, aperfeiçoar e praticar são as palavras-chaves para quem deseja ter sucesso no futuro profissional. O dublador Rômulo Simões, que trabalha como freelancer na Herbert Richers SA, sabe que a prática é fundamental para que o profissional consiga bons trabalhos. “Para que uma gama de personagens saia da garganta, é necessário técnica especializada. Por exemplo, há atores que não conseguem dublar a si próprios após uma filmagem. Por isso, o número de profissionais capazes de atender às

Os estudos do texto são realizados previamente em uma sala especial dentro da Herbert Richers

necessidades do mercado de dublagem é pequeno”, comentou. A importância do treinamento na profissão também é essencial na desenvoltura do próprio corpo. Segundo Rômulo, as aulas de corpo auxiliam o aluno a sentir seu próprio corpo. “A partir desses caminhos, conseguimos construir qualquer personagem. Ele passa a ter vida própria, o que o torna único naquele universo. É fundamental

esse trabalho de corpo que somente atores registrados passam por essa etapa”, destacou. Aqueles que desejam ingressar na carreira, devem saber que é necessário possuir o registro profissional de ator, tirado junto à Delegacia Regional do Trabalho. A profissão só pode ser exercida mediante esse documento, no entanto, para entrar nesse mercado de trabalho é indispensável um curso especializado de dublagem.

Quem disse que as rosas não falam? As flores ainda são o presente preferido de quem deseja demonstrar carinho e afeto Dú Menezes

A escolha de um presente não é uma tarefa fácil. No entanto sempre há a opção de comprar flores. Elas são bonitas, de diversas cores e, na maioria das vezes, cheirosas. Essa escolha pode ser excelente em qualquer data especial ou simplesmente para agradar alguém. Flores encantam, emocionam e despertam interesse, além, é claro, de deixar o romantismo solto pelo ar. Quem nunca as recebeu, fosse de quem fosse? Não é preciso um grande motivo para presentear alguém com elas. Rubens Fonseca, de 34 anos, costuma levar flores para sua noiva, Marina. “Não é sempre, mas é comum.

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Até flor roubada de jardim eu levo para ela”. Ele contou que nunca tinha dado flores a ninguém até conhecê-la. E isso começou a acontecer depois de ver a reação de uma amiga de faculdade ao receber um ramalhete durante a aula. Mas as flores também servem como arma na hora da conquista. E foi assim que Marta Garcia, de 46 anos, cedeu aos encantos do seu atual marido, que levava flores e chocolate para ela. “Hoje ele só traz flores quando eu peço ou quando ele lembra da data de casamento. Eu sinto falta de ganhar mais”. Na Rua das Flores é possível encontrar muitos tipos, cores e perfu-

mes. Umas vem num vasinho, outras vem com ursinho de pelúcia, algumas com chocolate e direito a cartão. Você não sabe o que dar de presente para aquela colega que faz aniversário amanhã? E seria super-desagradável chegar na festa sem presente? Então dê flores. Será algo diferente, bonito e que ninguém mais pensou. É claro que a Tijuca não conta apenas com a rua das flores, nos arredores da praça é fácil encontrar uma floricultura mais sofisticada, com flores mais exóticas. Tudo vai depender da vontade de impressionar, gostar e do bolso. Contudo, é um bom presente. Floresça!

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