Casas de Rock atraem público jovem na Tijuca Espaços como Calabouço e Heavy Duty fazem sucesso no bairro
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Julho de 2017 | Ano 9 | Nº 26 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo
Escolher a profissão é um desafio para os jovens 'O que vou ser quando crescer?'. A pergunta ronda a cabeça dos estudantes antes mesmo do Ensino Médio, afinal, eles são cobrados cada vez mais cedo para decidir qual o curso seguir na graduação. Mas a escolha não é uma 5 tarefa fácil
Projeto Saúde na Praça movimenta moradores da terceira idade na Tijuca 6
Refugiados ONG na Tijuca oferece curso de idiomas como francês e árabe dados por professores 3 refugiados
Além da Poesia
Crise aumenta o número de Camelôs na Tijuca
Sapateiros tem projeto que distribui livros, 3 poesias e cordel
Comerciantes da região buscam alternativas para driblar o surgimento da concorrência com 8 ambulantes e atrair os clientes
ONG's tijucanas realizam feiras de adoção Em meio a crise do Estado e problemas na validação das autorizações para realizar feiras nas praças da Tijuca, Grupo de voluntários buscam alternativas 4 para diminuiro o número de cãe e gatos abandonados no bairro
Circuito de Feiras Orgânicas do Rio realiza edições na Tijuca e atrai moradores 6
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Julho de 2017 | Ano 9 | Número 26
Carta ao leitor Ao nos juntarmos para pensar nas pautas dessa edição, decidimos que queríamos um jornal descontraído e com temas que abordassem a solidariedade do Tijucano. Começamos com uma matéria sobre um curso de idiomas ministrado por refugiados, que encontraram aqui um pouco mais de qualidade de vida. Continuamos na linha dos projetos sociais e com isso foi impossível se lembrar daqueles que propagam coisas boas e não falar de um senhor que fica em uma das ruas do bairro emprestando livros aqueles que querem se aprofundar no mundo das letras. Além disso, um especial que levanta a importância da adoção de animais com o intuito de castrá-los e dar o devido cuidado a esses bichinhos. Passamos a bola para aquilo que é uma das assinaturas da Tijuca: as práticas de exercício físico. Sejam elas feitas por aqueles que pegam pesado no Crossfit ou pelos idosos que aproveitam as praças do bairro. Desejamos uma leitura agradável!
Orgulho de ser "Carioca Tijucano" Tássia Bezera
Certa vez, eu estava em um evento universitário no bairro de Botafogo. Lá, todos os participantes deveriam se apresentar. Entre as diversas pessoas no local, a apresentação de uma em especial me chamou atenção. “Olá, meu nome é Daniel e sou carioca tijucano”, disse em tom orgulhoso. Aquilo era algo inédito para mim. Jamais vira alguém colocar tanto significado pessoal em um bairro. Eu nunca me apresentei de maneira semelhante. "Olá, meu nome é Tássia. Sou carioca campograndense". Sendo assim, não entendi a razão da ênfase, mas vida que segue. Em 2014, por motivos pessoas e profissionais, tive que me mudar para um bairro mais
próximo do centro da cidade. Saí da grande, verde e complicada Zona Oeste da cidade e minha primeira parada foi na região da Grande Tijuca.
A Tijuca tem sim simbolismo Durante o processo de procura por um lugar que me atendia na localidade, eu descobri o quanto a Tijuca não é só um bairro. Nos sites de anúncios de aluguel entendi que a Rua Pará, localizada na Praça da Bandeira, a Rua Professor Gabizo, localizada no Maracanã, e a Rua Gastão Penalva, no Andaraí, eram, na verdade, ruas tijucanas. A Tijuca tem simbolismo. E isso é tão notável que quem não mora, de fato, no bairro quer fazer parte dele.
A Tijuca é um estilo de vida do Grajaú à Praça da Bandeira. Os tijucanos de “raiz” sentem até um certo incômodo com o conceito Grande Tijuca que foi adotado para designar a região. Uma reação que demonstra todo o peso histórico de viver em um dos bairros mais antigos da cidade. Apesar de frequentar a Tijuca desde então, seja como moradora ou como estudante de em uma universidade localizada na região, não posso dizer, por força da certidão de nascimento, que sou “Tássia, uma carioca tijucana”, mas sempre levarei a Tijuca com um carinho especial no coração: seja pela lembrança afetiva das feiras da Afonso Pena, as excelentes padarias espalhadas pelo bairro ou pelos bares mais intimistas do Rio.
Feira de alimentos saudáveis e acessíveis Aline Carneiro
O Circuito Carioca de Feiras Orgânicas surgiu de uma parceria entre as associações de moradores, organizações de produtores e a Secretaria Especial de Desenvolvimento. Econômico Solidário (SEDES) da Prefeitura. Ele integra produtores e comerciantes de alimentos orgânicos (sem agrotóxicos), produzindo de acordo com as normas de preservação ambiental, de forma direta e com um valor justo. Criado em 2010, tem o objetivo de unir agricologia e
economia solidária. O projeto conta com quatro organizações coordenadoras, permitindo a comercialização e certificando: ABIO (Glória, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca I, Peixoto, Jardim Botânico, Tijuca I, Arpoador e Leopoldina), AULA (Ilha do Governador), AS-PTA (Freguesia) e Essência Vital (Botafogo, Laranjeiras, Urca, Leme, Tijuca II, Grajaú e Flamengo). Fiora Serafini, que coordena as feiras de Tijuca, Ipanema e Niterói, além de ser gerente do Circuito, tem orgulho do trabalho que realiza.
“Começamos a feira com uma variedade de sessenta produtos e hoje está por volta de duzentos e sessenta”. As áreas de produção cresceram sete vezes, a venda direta (produtor-consumidor) aumentou vinte vezes e, o que começou com vinte agricultores, já passa de duzentos e trinta. Esse sucesso é graças ao interesse cada vez maior pela alimentação balanceada, saudável, o consumo de produtos orgânicos, que são ricos em nutrientes, energias vitais, sem agroquímicos desde o cultivo até o processo final.
Professor-orientador
cila Juppa, Débora Esteves, Caterine
Érica Ribeiro
Moreira, Deisiane Silva, Letícia Barbosa
Projeto gráfico
AgênciaUVA
Desenvolvido pela turma de Oficina de
Redação: Rua Ibituruna 108. Bloco B.
Jornalismo de 2009.1.
Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 20271-020
Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca | Julho de 2017 | Ano 9 | Número 26
Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416) Edição e diagramação
e-mail: agencia@uva.br
Curso de Comunicação Social reconhecido
Coordenador de Jornalismo
Tássia Bezerra, Silvia Priscila Juppa,
Agência Criativa
pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99
Prof. Luís Carlos Bittencourt
Débora Esteves, Caterine Moreira,
e-mail: agenciacriativa@uva.br
Deisiane Silva, Letícia Barbosa O Esquina Grande Tijuca é um produto da
Coordenadora de Comunicação Social/
Oficina de Jornalismo, em um trabalho
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Reportagens
Todos as edições estão disponíveis em
conjunto realizado junto à AgênciaUVA.
Profa. Miriam Aguiar
Aline Carneiro, Tássia Bezerra, Silvia Pris-
http://www.issuu.com/agenciauva.
Distribuição Digital
Livros, poesia, cordel e cultura pela Tijuca Silvia Priscila Juppa
Quem passa pela rua professor Gabizo em direção a Hadock Lobo logo vê a loja do cearense Raimundo Balbino Neto, de 72 anos. Um cartaz quase do mesmo tamanho da porta de entrada estampa uma das mensagens que o sapateiro prepara mensalmente para os transeuntes. Na profissão há mais de quatro décadas, Raimundo, conhecido também na região como “Balbino, o poeta”, une talento e paixão em um único lugar. É nos fundos da loja 391 da Hadock Lobo, onde ele trabalha, que sapatos dividem o espaço com livros, poesia e cordel. Balbino diz que sempre amou a leitura, mas foi há pouco mais de sete anos que começou o projeto 'Iniciativa Cultural do Poeta', oferecendo livros a quem passa. “Coloquei uma caixa colorida com livros no outro lado da rua. Quem quiser pode pegar e não
precisa devolver”, diz com orgulho. Entre os livros não faltam opções. “Tem história, livros didáticos, para concurso e até cordel”. Balbino diz que recebe doações de quem conhece seu projeto, e fica animado quando alunos procuram livros para estudar. “Sinto que estou fazendo mais do que dar livros, estou ajudando no futuro desses meninos e meninas que levam o material”. Mas o sapateiro reconhece que seu trabalho como poeta é mais famoso do que a iniciativa cultural. Desde os anos 70, quando se mudou para a Tijuca e abriu sua sapataria na rua, Balbino é amante da poesia, principalmente os versos de cordel, que traz de sua criação no Ceará. Muitos dos textos feitos por ele estão disponíveis também para doação e já foram usados em livros que pesquisam o tema. “Tenho aqui um livro que não dou, só empresto. Uma pesquisadora de cordel uniu minhas criações e de tantos
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Julho de 2017 | Ano 9 | Número 26 outros poetas do Rio, foi uma das maiores realizações da minha vida”, fala com emoção no olhar. E não para por aí. Seu hobby como poeta também pode ser visto no Youtube que, com a ajuda de seu filho, mostra seu projeto de ação cultural por feiras e praças da Tijuca. “Recito meus versos e poesias para as pessoas que passam. Falo das belezas do Rio, do bairro e também de outros lugares que passei na vida”. Ele também menciona a cobrança dos moradores da rua quando suas mensagens na porta demoram para mudar. “Já entraram na sapataria para saber quando eu faria uma nova poesia.”
É o caso da secretária executiva Silvia Mundstock, que passa todos os dias pela Professor Gabizo para trabalhar. "Faz parte da rotina. Toda vez que em frente leio o texto". O mesmo acontece com o aposentado José Henrique Prado, de 67 anos que mora próximo à sapataria. “O Balbino já é um velho conhecido da rua. Sempre que o texto muda aproveito para ler e também pegar um novo livro com ele.” Para os interessados em doar livros ou pegá-los, a sapataria do Balbino fica na esquina entre as ruas Professor Gabizo e Hadock Lobo, número 391, fundos. Foto: Silvia Juppa
O curso de idiomas que vai além do ensino Crédito: Silvia Juppa
Refugiados dão aula de inglês, espanhol e francês em ONG na Tijuca
Silvia Juppa e Debora Esteves
Escondido no último andar de um prédio na Rua Conde de Bonfim fica o projeto social Abraço Cultural, criado com objetivo de integrar refugiados à
sociedade e oferecer cursos acessíveis de idiomas. As quatro salas do local receberam nomes de mulheres importantes na luta por igualdade, cada uma relacionada às origens dos professores que trabalham
na ONG. Origens essas que vão de latino americanos a árabes, recém chegados de um país em guerra. A voluntária e também uma das coordenodoras Roberta Sousa, de 23 anos, conta que os refugiados que procuram o Abraço Cultural em busca de novas oportunidades, que nem sempre são dadas no mercado de trabalho. "São homens e mulherres marginalizados que estão em busca de uma vida digna. Alguns ainda possuem qualificação profissional, mas não conseguem empregos em suas áreas por falta de validação de diploma", pondera Roberta. Apesar de uma vivência inicial difícil no Brasil, Roberta
ainda conta que os professores do curso são muito dedicados a passar um pouco da cultura para os alunos, e ainda fazem questão de ajudarem na produção do material que é oferecido pela ONG. "Eles são muito gratos pela por estarem trabalhando no curso. Fazem questão de se envolver em todo o processo de criação do material que damos para os alunos", revela Roberta. Ela espera que o projeto Abraço Cultura cresça nos próximos anos, e que novas turmas sejam aprovadas, para receber ainda mais alunos. "Por enquanto temos inglês, espanhol, francês e árabe, mas a ideia é expandir para outras também".
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Adoção e castração de cães e gatos na Tijuca
ONG's buscam soluções para diminuir o número de animais nas ruas Crédito: Silvia Juppa
Tássia Bezera
É comum andar pelas principais praças na Tijuca durante os finais de semana e se deparar com feiras de adoções de cães e gatos. Mas esse número vem diminuindo nos últimos meses. ONG's e grupos de voluntários vêm encontrando dificuldades em realizar os projetos devido a alterações feitas na regulamentação da prefeitura para a realização das feiras. A voluntária Andrea Lambert é respondável pelo projeto Solidariedade Animal, que atua nas praças Saens Peña e Afonso Peña, e conta que a liberação para as feiras para o fim do ano ainda não foram entregues. "O procedimento para o pedido de realização das feiras não mudou, mas cada mês que passa temos mais impecílios com os documentos entregues", conta desanimada. Ainda de acordo com ela, o número de abandonos de cães e gatos continua, dificultando a ajuda dada pelos voluntários do projeto. "Já
não damos conta do número de animais abandonados que chegam para a gente. Se não há adoções, piora ainda mais a situção". Uma pesquisa realizada pela ONG Ação Animal ilustra a realidade apontada pela Dra. Andrea. São quase 200 abandonos por dia na cidade do Rio de Janeiro. Esse número não só piora a quantidade de bichos na rua, como também
influencia o aumento das doenças chamadas zoonoses, que são passadas dos animais para humanos. De acordo com a médica veterinária do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, G i s e l i a D a h e r, u m a d a s soluções para diminuir os riscos de zoonoses e a diminuição de animais na rua é a castração.
"A castração entra para desacelerar esse crescimento populacional de animais, como também para previnir a proliferação das zoonoses", explica Giselia. Essa foi a saída escolhida por Andrea, que busca nos multirões de castração a solução para ajudar os animais de rua. "Fazemos por amor e não queremos para por falta de incentivo".
Independentemente de stress ou transtornos que assolam os brasileiros, como a ansiedade e depressão, ter um bichinho de estimação está associado a ter qualidade de vida. Para a psiquiatra Maria Thereza de Aquino, a relação homem-animal possibilita a melhora da saúde física e emocional dos seres humanos. “ Te r u m a n i m a l é uma relação de cuidado
e responsabilidade, mas, sobretudo, tem a ver com troca, interação e convívio. Dessa maneira, a empatia é estimulada no sentido de pensar em outro ser além de si mesmo, possibilitando que pessoas saiam de suas questões e projeções pessoais e se conecte genuinamente com outro ser. Essa relação só traz benefícios e é sem contraindicações”, recomenda.
Uma das possibilidades de bem-estar que os animais oferecem é a sua fiel companhia. Foi com esse foco que surgiu a Terapia Assistida por Animais, que é um tratamento alternativo indicados para pessoas que sofrem com transtornos psicológicos. Segundo a Associação Internacional das Organizações de Interação Homem-Animal, 30% dos psicoterapeutas brasileiros envolvem animais em práticas clínicas. Segundo a adestradora de cães, Tereza Marinho, o contato com animal estimula a produção de hormônios do bem-estar. “O contato com bichos reduz o cortisol, que é o hormônio do stress, e aumenta a dopamina e serotonina”, explica.
A empatia é estimulada no sentido de pensar em outro ser além de si mesmo, possibilitando que pessoas saiam de suas questões e projeções pessoais e se conecte genuinamente com outro ser Maria Thereza
Foto: Governo do Estado de São Paulo
Terapia com animais
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Jovens têm dificuldade ao escolher carreira Foto: Giovanna Cornelio (Pixabay)
Estudantes relatam insatisfação no primeiro curso escolhido na faculdade É importante que a escolha seja consciente e do próprio estudante. Um bom caminho para decidir de uma vez a carreira a seguir é conhecer a profissão e o mercado de trabalho para descobrir suas afinidades com a profissão. Os profissionais da área são os mais indicados para desenvolver um trabalho com foco na orientação da carreira.
Cinco dicas para escolher a carreira
Thaiane Silveira
Você sabe bem o que quer fazer pelo resto da sua vida? A maioria dos estudantes do último ano do Ensino Médio sofre buscando resposta para esta pergunta. Alguns optam pela profissão errada e acabam trocando de curso ou largando a faculdade que começaram pela metade. As cobranças são muitas e o tempo curto para uma decisão tão importante. Este é o caso de Mariana Couto, 19 anos. Estudante de Segurança do Trabalho no CEFET, a jovem enfrentou muitas dúvidas na hora de escolher uma carreira, chegando a ser reprovada no Ensino Médio e enfrentando o descrédito dos pais e professores por não apresentar uma habilidade profissional desde criança, o que a desestimulou ainda mais. "Talvez eu não tivesse aquela vontade de estudar porque não tinha um destino traçado como alguns colegas de classe. Nem todo mundo consegue se formar na escola e já ter ideia do que quer fazer para o resto da vida, principalmente aos 17 anos", confessa. Mariana levou dois anos para decidir e agora diz que já está certa da escolha. Mas o caminho poderia ser mais fácil se a escola e os pais trabalhassem em
conjunto. A educadora Ana Cláudia Albuquerque, que leciona para crianças há dez anos, afirma que os pais devem ter um papel ativo na vida escolar dos filhos. Ela destaca ainda que, em casa, os pais devem estar sempre atentos às mais evidentes habilidades de seus filhos desde bem pequenos, sabendo ressaltá-las para auxiliar na escolha de uma profissão. O autoconhecimento é primordial para encontrar a carreira correta. Além disso, conhecer a profissão que quer seguir também pode ser o ponto chave para tomar uma decisão adequada.
Nem sempre a carreira que foi boa para o pai ou para a mãe será para os filhos Henrique Barbosa
Este é o caminho traçado pelo pequeno Arthur, de 5 anos, e sua mãe Clara Pereira, que está sempre atenta às habilidades do filho. "Na escolhinha, eles são muito exigentes", conta. No jardim II,
o menino já sabe ler e escrever muito bem. "Eu queria colocá-lo numa escola militar, mas nesse idade ainda não aceitam", diz a mãe sobre os planos para o futuro do pequeno. A jovem Lara Cardoso, de apenas 12 anos, garante já ter decidido com o que quer trabalhar o resto da vida. "Eu quero ser atriz e já me preparo para seguir a carreira. Estou fazendo aulas de teatro", conta ela que, todos os dias após a escola, frequenta uma escola de artes cênicas. "É só isso que consigo me ver fazendo quando crescer", afirma. O sonho de Lara tem o apoio da família, o que, segundo os educadores, é sempre ponto chave na decisão dos jovens pela escolha da profissão. Eles ainda alertam: é proibido dos pais, por influência da família ou de seus próprios resutlados profissionais, forçarem os filhos a seguirem o mesmo caminho que eles. Nem sempre a carreira que foi boa para o pai ou para a mãe será para os filhos. "O pais podem auxiliar, acompanhar a escolha, conhecer a carreira que o filho quer seguir, ouvir sua opinião, conversar, dar conselhos e sinalizar as dúvidas do filho para ajudar a saná-las, mas nunca forçar uma escolha", afirma o orientador Henrique Barbosa.
• Pesquise sobre a área de atuação escolhida. Analise o mercado de trabalho e tente imaginar-se atuando na sua futura profissão. Pergunte-se como você se sairia exercendo a atividade; • Estipule metas para suas conquistas profissionais idealizando quando e como você pretende atingi-las; • Relarcionar todas as profissões que você já cogitou estudar e analisar os aspectos que mais lhe atraem em cada uma delas também é fundamental. Compare os pontos listados com suas habilidades, avalie-os com profissionais da área para ter certeza de que suas características são compatíveis com a demanda das profissões escolhidas; • Te s t e v o c a c i o n a i s também são uma boa saída. Pontos da sua personalidade podem ser determinantes para o bom desempenho na carreira; e • E tenha sempre um plano B.
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Saúde na praça
A prática de exercícios vai além de promover a melhoria da saúde e ajuda no convívio social
Catharine Moreira
Luiza Vasconcellos
Crédito: Catharine Moreira
O projeto Saúde na Praça atua nas praças da cidade do Rio de Janeiro. Na Tijuca, as aulas acontecem na Saens Peña e na Afonso Pena. O trabalho efeito com foco na saúde física, que estimula movimentos funcionais para melhorar o desempenho de todo corpo; e na saúde mental, com foco na autoestima. Uma das ideias principais é tirar o idoso de casa e fazer com que ele se movimente e que seja incluído ativamente na sociedade. É o caso da aposentada Maria Luiza de
França, de 75 anos, que entrou no projeto por meio de uma amiga que participava. Ela disse que não colocoumuita fé por nunca ter praticado exercícios físicos, mas ao comparecer a primeira aula viu que era o caminho para melhorar a saúde. Ela acrescenta que um dos principais motivos de estar ali é por ser ao ar livre. “Voltei a sentir prazer em passeios e criei o hábito de caminhar”, conta Luiza. Já o olhar da professora diz um pouco mais. Miquelhi Oliveira, de 36 anos e professora de Educação Física, trabalha com o Saúde na Praça
Voltei a sentir prazer em passeios e criei o hábito de caminhar
há um tempo erelata que o mais perceptível é a melhora no condicionamento físico dos alunos, ela avalia também que há uma evolução no equilíbrio e na memória dos idosos. “É importante acabarmos com a imagem de que idoso é para ficar em de casa cuidando de neto, idoso tem que se movimentar ”, acrescenta Miquelhi.
Circuito carioca de feiras orgânicas na Tijuca Deisiane Silva
Crédito: Deisiane Silva
O bairro da Tijuca também faz parte do Circuito Carioca de Feiras Orgânicas e, semanalmente as praças Afonso Pena e Xavier de Brito atendem a um público que busca o consumo de produtos naturais, geralmente produzidos na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, livres de agrotóxicos, hormônios e adubos químicos. A região é dividida em Tijuca I e II, coordenada por grupos diferentes que viabilizam
informações e divulgação referente à programação das feiras. A feira que acontece na Praça Afonso Pena toda quintafeira, pela manhã, foi a primeira a integrar o circuito em 2011, já a Praça Xavier de Brito iniciou em 2016, e acontece aos sábados também pela manhã. “Faço a feira há uns dois anos e o mais interessante é que o estímulo de consumir os produtos orgânicos se tornou ainda maior, não só pela forma que vemos como são produzidos, mas principalmente
pelos benefícios que trazem a saúde”, conta Danilo Jardim, dono de uma barraca de sanduíches orgânicos na Xavier de Brito. Os moradores da região veem a feira não só como uma oportunidade de se aproximar da diversidade destes alimentos mais naturais, mas também para apresentar as novas gerações a importância de uma alimentação mais saudável. Muitos tijucanos do entorno onde as feiras acontecem, falam sobre nos dias de hoje dar prioridade
ao consumo dos alimentos que são produzidos de modo natural. O Circuito Carioca é uma parceria da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Solidário (SEDES), com a Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio, e outras ONG’s engajadas ao interesse de incentivar o consumo de produtos frescos, sustentáveis e com preço acessível; levando ao bairro uma nova perspectiva de consumo destes alimentos. Além de contar também com o incentivo econômico a pequenos agricultores que por ocasião mantinham o plantio apenas para sustento familiar, sem visar o modo empreendedor que poderia ser conduzido. As parcerias e projetos articulam entre si não só a importância de consumir alimentos orgânicos, mas apresentam desde a produção pelos colaboradores, como os que comercializam diretamente nas feiras, e buscam ampliar e alcançar a outros bairros da cidade.
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O som Rock vive na Grande Tijuca Tássia Bezerra
Passado o Rock in Rio, os cariocas devem estar se perguntando onde curtir uma boa música na cidade. A Grande Tijuca já é famosa por sua noite efervescente, mas se tratando especificamente de rock and roll, a região também oferece opções bem atrativas. Uma das mais conhecidas é o pub Calabouço, que além do estilo rústico conta com um cardápio bem inusitado. Lá é possível comer um The Burguer of the Beast e ter como sobremesa uma porção de churros Rock and Roll All Nite, referências claras à banda britânica Iron Maiden e à banda americana KISS, respectivamente. O Calabouço não é o único. Há nomes como Heavy Duty, localizado na Praça da Bandeira, que ganhou popularidade por meio de um título um tanto quanto assustador para os consumidores: o pior atendimento do Rio de Janeiro.
Letícia Barbosa
Tijuca, um bairro boêmio, cheio de graça e belezas. O que um jovem faria para curtir uma sexta-feira à noite? As alternativas antes eram bem diferentes das de hoje. A “noite tijucana” está movimentada e, para alguns, dever pouco para os bares da Zona Sul e as boates da Barra da Tijuca. Na opinião da universitária Laís Silva, de 24 anos, moradora do bairro, a qualidade dos bares vai além da animação. “As opções aqui não pesam no bolso. Sem contar que os deslocamentos para certos lugares podem ser feitos a pé”. O roteiro para uma boa noite tijucana pode começar pelo movimentado Shopping Tijuca. A galera costuma se reunir lá para fazer hora, "azarar", jogar conversa fora e até planejar um programa para o resto da noite. Por volta das 19h, já tem gente batendo papo. É também considerado o lugar onde se encontram os "duros", que mesmo com a mesada curtinha na época,
Nesse bar não há garçons. O próprio cliente faz o pedido no balcão e lá espera a sua opção escolhida de consumo ficar pronta. O dono do bar anuncia a batata frita no microfone acompanhado de um ressonante palavrão. Além disso, passeia pelo estabelecimento com sua moto, entre o público presente na casa. Sim. A despeito da má fama, o bar lota e recebe em grande parte os rockeiros mais
undergrounds do Rio. Para a bióloga Amanda Ribeiro, o Heavy Duty faz parte da história recente do rock carioca. "O Garage em si já é quase uma instituição do submundo do rock. E, lá, o Heavy Duty é o bar mais competente. Anos se passam e ele continua recebendo o público fiel". Já para o músico carioca Gabriel Aquino, a Grande Tijuca é um dos principais bairros do Rio de Janeiro onde a cena Foto: Tássia Alves
Agito na noite tijucana
Foto: Letícia Barbosa
querem arranjar um jeito de se divertir. E conseguem. É o que afirma o estudante de 15 anos, Lucas Miguel. “Tenho 50 reais e só tenho ele para gastar até o final da outra semana, tenho que fazer milagre com ele. Então venho pra cá que além de não gastar praticamente nada, moro ao lado e consigo vir a pé, e assim curto a noite com meus amigos”.
Um lugar chama a atenção dos tijucanos: o Buxixo Up. Segundo um dos frequentadores do local Maurício Mendes, a Praça Va n h a r g e m , o n d e f i c a localizada a boate, é um dos points mais agitados da Tijuca “ Eu mesmo estou aqui no local, segunda, sábado e domingo e as vezes às quartas-feiras, que é quando os jogos de futebol
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rock and roll ainda vive. "Hoje em dia, o público realmente rockeiro é pequeno comparado a grupos que curtem outros estilos. Então é difícil achar algum local que atenda esse nicho, mas aqui temos algumas opções como Heavy Duty, Calabouço e Caverna do Rock", declara. Ainda de acordo com Gabriel, esses locais não focam apenas na temática, mas, principalmente, na música. "Enquanto o Calabouço e Heavy Duty são mais focados em apresentações de bandas, o Caverna do Rock é mais voltado para discotecagem temática". Já para a estudante Carolina Silva, o legal desses locais é a oportunidade de conhecer gente da mesma tribo. " Além de ir com meus amigos, nesses pubs eu conheci gente nova, geralmente envolvida em projetos musicais e culturais bem bacanas. É bom saber que temos opções que unem comida, música e lazer em geral", destaca. são transmitidos na choperia do Buxixo”. A segurança, porém, ainda é uma das preocupações dos frequentadores, mas os locais badalados, como a Praça Vanhargem, mais conhecida como a Praça do Buxixo, conta com esquema de segurança especial para os seus frequentadores. “Aqui na praça, trabalhamos com esquema de seguranças particulares, que fazem a segurança do local, evitando brigas e outras confusões paralelas que podem vir ocorrer durante a noite, já que se trata de um local onde as pessoas têm facilidade para obter bebidas alcoólicas”, diz Alexandre Marques, de 26 anos, segurança de um bar. De música eletrônica ao sertanejo, do funk ao pagode, do rock ao samba de raiz, a Tijuca tem se tornado um dos points de agitação da cidade. O bairro atraí não somente tijucanos como também curiosos dos arredores, que vão em busca de comida, música boa e um lugar aconchegante para finalizar a noite.
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Camelôs tomam conta das calçadas na Tijuca
Ambulantes sem autorização trabalham nas ruas da praça Saens Peña Letícia Brabosa
Foto: Letícia Brabosa
A praça Saens Penna é uma das principais centralidades urbanas da Zona Norte do Rio de Janeiro, e por ser um grande centro c ome rc i al atrai diversas pessoas de outros bairros em busca de produtos com preços mais acessíveis, porém
a existência de camelôs sem autorização para trabalho vem crescendo cada vez mais. Quem costuma passar pela Conde de Bonfim sabe que o lugar tem calçadas regularmente ocupadas por camelôs sem autorização, que vendem seus produtos em barracas ou até mesmo estirados no chão da praça.
Para a funcionária da Farmácia Local, Maria Margarida, de 49 anos, a presença dos vendedores ilegais gera insegurança porque facilita roubos e pequenos furtos. "Acho que além de facilitar roubos, o comércio formal é bastante prejudicado. Se pararmos para pensar aqueles produtos vendidos por um preço abaixo do mercado muitas vezes são produtos falsificados ou roubados". Entrentando, Maria Margarida pondera que está sendo tomadas medidas por parte do Governo para tentar controlar a situação e aumentar a segurança e tranquilidade na praça. "É importante lembrar que nas últimas semanas a presença da Guarda Municipal no intuito de coibir toda essa movimentação está cada vez mais intensa". Com o final do ano chegando, a previsão por parte da Prefeitura do Rio é de que o comércio ambulante aumente até 10% do que o atual.
Maria Francisca, moradora do local há 32 anos critica a ocupação. “Não sou contra as pessoas quererem trabalhar, acho que em época de crise as pessoas devem abraçar aquilo que está ao seu alcance, mas acredito que para melhor fluidez deveria haver um ornamento entre os camelôs
Deveria haver um ornamento entre os camelôs e a subprefeitura da Tijuca. Maria Francisca
e a subprefeitura da tijuca, em minha opinião não cabe a autoridade apenas reprimir, acho viável um diálogo entre ambas as partes, e talvez até mesmo um espaço legalizado para essas pessoas ganharem a vida de uma maneira melhor”.
Benefícios da vida saudável na terceira idade Fernada Ferreira e Gisele Duarte
as perdas e a valorizar a vida. E quem diria que a dança também traria um novo amor. “Foi no clube que conheci Franciso, meu marido, que por um tempo foi meu aluno”, revela. A saúde mental é muito importante para uma terceira idade com qualidade Foto: Fernanda Ferreira
A prática de atividades físicas na terceira idade tem sido avaliada como um contribuinte para envelhecer com aumento da expectativa de vida. Cada vez mais pessoas estão aderindo a um novo estilo de vida saudável, com propósito de melhorar as capacidades funcionais e retardar doenças. A recomendação, segundo a Organização Mundial da Saúde, classifica que pessoas com mais de 65 anos realizem atividades físicas diariamente. Raimunda Reis, de 84 anos, é um exemplo de disposição, começou a ter aulas de dança aos 56 anos, logo após uma perda na família. “Tinha perdido o meu marido e fiquei na pior, uma amiga minha me chamou para ir ao baile. Foi
bom para mim, comecei a me distrair”. Ele gostou tanto que não parou por aí. “Fiz aula no Clube Social durante cinco anos e me formei como professora, instrutora de salão”. Através da dança, Raimunda superou um momento de grande tristeza, aprendeu a lidar a melhor com
Atividades de lazer colaboram para um envelhecimento saudável
de vida. Entretanto, uma boa alimentação é um complemento necessário. A nutricionista do Hospital Central da Aeronáutica na Tijuca, Andreia Costa, explica que além das atividades de lazer para o bem-estar, é necessário praticar exercícios físicos sob orientação médica. Para acompanhar os exercícios, a especialista esclarece que adotar hábitos alimentares saudáveis, como estimular o consumo de alimentos integrais, diminuir o consumo de sal e doces, utilizar temperos naturais, aumentar o consumo de água, evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas, e ter um sono adequado, contribuem bastante para aumentar a expectativa de vida no idoso, com isso, uma vida mais saudável.