Ciência Viva estimula curiosidade nos alunos O espaço oferece oficinas e desperta o interesse de estudantes pelo conhecimento científico
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Outubro de 2016 | Ano 8 | Nº 24 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo
Em pauta: boa alimentação dentro das escolas Adotar uma dieta balanceada e nutritiva é necessário para uma saúde equilibrada. Pensando nisso, o Ministério da Saúde desenvolveu o Guia Alimentar da População Brasileira, que promete ajudar pais e mães a incentivar seus filhos a consumir alimentos mais saudáveis. Ainda atual, o documento traz orientações importantes sobre o consumo de alimentos considerados benéficos à saúde 4
Pura Identidade
Paixão dividida
Símbolos históricos da Grande Tijuca são destaques na vida dos antigos e novos moradores do bairro carioca 2
Torcedores da região exibem diferentes visões sobre onde torcer: bares com cerveja ou os estádios com emoção 8
Câncer de pele: como prevenir
O rio na Praça da Bandeira
O Sol da manhã também pode ser prejudicial a
Uma das regiões mais críticas da Tijuca ainda
saúde se a proteção não for adequada. Confira os
sofre com alagamentos em dias de chuva
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riscos da doença e as principais causas
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Atividades ao ar livre contagiam os tijucanos Esportes que geram benefícios à saúde se tornam
atividades gratuitas e para todas as idades. Bem-
recorrentes na vida da maioria dos moradores da
estar, liberdade, interação social e sensação de
Tijuca. A região apresenta um leque de opções de
prazer são algumas das vantagens
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Outubro de 2016 | Ano 8 | Número 24
Carta ao leitor Quando nos reunimos para pensar as pautas dessa edição, queríamos proporcionar um jornal leve e interessante. Começamos com um artigo que reafirma o orgulho de ser tijucano, e morar num bairro tão moderno e tradicional. Aproveitamos para discorrer sobre um assunto sempre em alta: alimentação saudável, exercícios e hábitos que devem começar na escola e nos acompanhar pela vida. Impossível falar da Grande Tijuca sem lembrar de um dos mais importantes ícones: o Maracanã. Palco de grandes jogos e shows, o estádio reúne famílias e amigos que assistem juntos aos espetáculos. Também vamos tratar de um assunto recorrente: as enchentes da Praça da Bandeira. Apesar das obras para o escoamento, o entorno da área continua gerando preocupação em dias de chuva forte. Ta m b é m t r a z e m o s nesta edição um assunto já altamente debatido mas que merece sempre atenção: o câncer de pele. Com a primavera chegando, o cuidado com a proteção deve ser redobrado para evitar a doença. Desejamos uma leitura agradável!
Uma tradição tijucana que se reinventa todos os dias
Os ícones que delimitam o cenário
Professor-orientador
Desenvolvido pela turma de Oficina de
Érica Ribeiro
Jornalismo de 2009.1.
Reportagens
AgênciaUVA
Camila Natividade, Munich Barcelos,
Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da
Paloma Arêas, Raquel Grillo, Roberta
Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de
Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca | Outubro de 2016 | Ano 8 | Número 24
Diamante
Janeiro - RJ 20271-020
Curso de Comunicação Social reconhecido
Coordenador de Jornalismo
Edição
pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99
Prof. Luís Carlos Bittencourt
Erick Douglas, Flávio Nogueira,
O Esquina Grande Tijuca é um produto da
Coordenadora de Comunicação Social/
Oficina de Jornalismo, em um trabalho
Publicidade
conjunto realizado junto à AgênciaUVA.
Profa. Miriam Aguiar
Foto: Munich Barcelos
de mudas retiradas de outras regiões do Rio (como o Maciço da Pedra Branca) e sob ordens do então imperador Pedro II, que queria conter a escassez de água que vinha ocorrendo em virtude do desmatamento da região pelos cafeicultores. A floresta é um dos mais clássicos pontos turísticos da cidade. Para justificar ainda mais a ufania de seus moradores, nasceram no bairro figuras ilustres como Lamartine Babo, Gonzaguinha, Milton Nascimento, Ivan Lins, Erasmo Carlos, Tim Maia e Tom Jobim. Talvez por isso a Tijuca também tenha um “quê” de boêmia, com bares sempre cheios e animados, principalmente na região na Praça Vanhargen, apelidada de “Baixo Tijuca” por seus frequentadores, a maioria jovens que vivem na região e nela buscam diversão. E o bairro não é só diversão. Seus moradores também contam com uma boa mobilidade urbana, com diversas linhas de ônibus e o metrô, que permitem o acesso fácil à diversas regiões
do município. A Tijuca conta ainda com um comércio bastante abrangente, que inclui um grande shopping e praças cheias de opções de lazer. E há o charme da Rua Major Ávila, mais conhecida como “Rua das Flores”, local preferido para comprar plantas e flores ou para simplesmente apreciar a profusão de cores e a beleza que a natureza pode nos proporcionar. E para os mais saudosistas poderem justificar seu amor pelo bairro, é bom saber que a Tijuca já chegou a ser conhecida como a segunda “Cinelândia Carioca” devido à profusão de salas de cinema que já existiram por suas ruas. Há também o Café Palheta, conhecida cafeteria usada pelos cinéfilos como ponto de encontro antes ou depois das sessões. E por falar em tradição, há ainda a Casa Granado, fundada em 1870, no tempo que se escrevia pharmácia com “ph”, e que teve como clientes figuras ilustres como Dom Pedro II, Rui Barbosa, Osvaldo Cruz, Francisco Pereira Passos e o abolicionista José do Patrocínio. A Tijuca também possui muitas igrejas, clubes e colégios tradicionais, o que faz com que seus moradores lamentem a violência atual na cidade do Rio que empana um pouco o brilho de um bairro tão querido. Mas basta dar uma caminhada pelo bairro e observar o cotidiano dos moradores para entender o porquê da paixão por ser tijucano.
Passagem pela Rua das Flores: uma dose de verde no coração da Tijuca Munich Barcelos
Só quem nasce e cresce no mais tradicional bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro consegue entender o orgulho de ser “tijucano”. Apelidado carinhosamente por seus moradores de “Zona Sul da Zona Norte” do Rio, o local é berço do futebol e do samba, heranças tradicionalmente cariocas. Palco de duas escolas de samba do grupo especial que disputam de forma acirrada a supremacia do carnaval, o bairro é motivo de vaidade para seus moradores que podem ainda se vangloriar de residirem próximo a um dos maiores e mais conhecido estádio de futebol: o Maracanã. Recentemente reformado e modernizado, o estádio, que foi eternizado na música “O campeão”, mais conhecida como “Domingo eu vou ao Maracanã”, de autoria de Neguinho da Beija Flor, é motivo de alegria e orgulho para os moradores da região. Além ser sede de um dos berços do futebol, a Tijuca tem a 4° maior área verde urbana do Brasil: a Floresta da Tijuca. Toda reflorestada a partir do plantio
Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)
Jéssica Motta, Márcia Carvalho,
e-mail: agencia@uva.br Distribuição Digital
Marcos Vinícius Dias, Natasha Pereira Todos as edições estão disponíveis em Projeto gráfico
http://www.issuu.com/agenciauva.
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Os cuidados e o tratamento do câncer de pele A exposição ao sol não é proibida, mas o uso do filtro solar é indispensável Foto: Camila Natividade
Camila Natividade
Um estudo do Instituto Nacional do Câncer estimou que 596 mil novos casos de câncer seriam diagnosticados no país em 2016. A pesquisa aponta que o câncer com maior índice seria o de pele do tipo não melanoma, atingindo quase 30% das ocorrências. A doença costuma aparecer pela alta exposição ao sol de forma inadequada, porém com a proteção correta ela pode ser evitada e, quando sua descoberta é precoce, pode ser curada. A dermatologista Gabriela Maria Assis de Almeida Souza indica que existem dois tipos de câncer de pele: o Não Melanoma e o Melanoma. Segundo ela, o primeiro é o mais comum e, apesar de ter uma alta incidência, tem baixa letalidade e é altamente curável. Já o Melanoma tem o mais alto índice de mortalidade, mas as chances de cura ultrapassam 90% quando a doença é descoberta no início. Além dos locais mais comuns, como braços e partes expostas diariamente à luz Foto: Arquivo pessoal
Dra. Gabriela Souza alerta sobre riscos
Como reconhecer O câncer de pele pode se apresentar de várias formas. Assim, é preciso ficar atento e procurar um médico quando encontrar uma dessas alterações na pele:
Flávia e Fábio tomam Sol, a moça não dispensa o protetor, diferente do marido
excessiva do Sol, o câncer de pele pode aparecer em áreas não expostas como nas plantas dos pés e nas unhas. Por este motivo é importante o autoexame. "Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença", afirma Gabriela. Pedro Block da Costa Filho trabalhou sob o Sol por muitos anos e logo que percebeu manchas avermelhadas na pele procurou um médico. “Eu nunca me protegi do sol. Eu era vendedor de mobília de escritório, visitava cliente, ficava o dia todo na rua. Filtro solar, nunca, nem chapéu. Fui diagnosticado então com câncer de pele. No total já foram quatro cirurgias no rosto para eliminá-lo”, conta. O tratamento indicado para Fillho foi o cirúrgico, com a retirada completa das lesões, que depende da localização e do tamanho do tumor. “O procedimento cirúrgico é
variável e pode ser desde uma pequena operação, até as mais complexas para tumores maiores”, explica Dra. Gabriela. A médica alerta que quem já teve o diagnóstico de um câncer de pele tem maior chance de ter o mesmo tipo, ou outro, por isso os cuidados devem ser mantidos. “Ela pode ter a doença na mesma região do anterior ou em outras partes do corpo, portanto, deve ter uma atenção redobrada quanto aos cuidados de fotoproteção e evitar exposição que a coloque em risco”. Em dias nublados a proteção deve continuar. De acordo com Gabriela, as nuvens diminuem a passagem dos raios UV, mas não completamente, dando a falsa sensação de proteção. Assim, os raios UVA e UVB continuam a penetrar na pele podendo desenvolver a doença. Preocupada com a saúde, Flávia Rodrigues Corrêa sempre usa protetor solar, mesmo nos horários da manhã em que o Sol não está tão forte. Já o seu
• Lesão de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente. • Pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho. • Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento. marido Fábio contou que não vê necessidade da proteção no dia a dia. "Uso protetor solar somente para ir à praia ou a piscina. Acho que pegar um solzinho indiretamente faz bem, é cálcio para os ossos. Não vou ficar na neura de passar protetor para ir trabalhar", diz. A recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é de que devese utilizar o foto- protetor diariamente com FPS 15.
O uso de protetor solar é fundamental para evitar a doença. Veja alguns cuidados: • Evitar a exposição excessiva ao Sol. • Permanecer na sombra ou evitar o horário das10h às 16h (no horário de verão). • Usar chapéus e óculos de Sol. • Usar protetores solares na exposição de lazer (praia, piscina e prática de esportes) e também no dia a dia. • Usar barracas de algodão ou lona e evitar barracas de nylon, que dão uma falsa proteção, pois deixam passar mais de 90% dos raios Ultravioleta(UV). • Crianças a partir dos 6 meses já devem usar protetores.
• Homens e mulheres de cabelos curtos, devem proteger orelhas e nuca. • Homens com pouco ou nenhum cabelo (calvície e homens que raspam a cabeça com máquina ou lâmina) devem usar chapéus ou aplicar fotoprotetores no couro cabeludo. • Pessoas de pele clara, olhos claros, ruivas, com sardas e aquelas que nunca bronzeiam, só ficam vermelhas, devem ter cuidado redobrado. Fonte: Gabriela Maria Assis de Almeida Souza (dermatologista)
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Em pauta: alimentação escolar para os alunos
A influência de hábitos alimentares das crianças no período dos estudos Raquel Grillo
Dedicar parte do dia à educação dos filhos é tarefa de pais e mães conscientes. Nesse contexto, pode-se incluir, além do acompanhamento e orientação das atividades escolares, a construção dos hábitos alimentares das crianças, algo que começa no âmbito familiar. Os ganhos são significativos, tanto em termos de saúde e qualidade
de vida presente e futura quanto no próprio rendimento escolar, já que uma alimentação balanceada e saudável influi consideravelmente no desempenho físico e mental. A edição Guia Alimentar da População Brasileira, elaborada pelo Ministério da Saúde traz indicações do consumo de alimentos frescos, como carnes, verduras, legumes e Foto: Raquel Grillo
frutas e restrições a refeições prontas do tipo fast food. No ambiente escolar, vale reforçar sempre a ingestão de frutas da estação, sanduíches e sucos naturais. Com a preocupação do custo desse tipo de alimentação, é possível economizar preparando os lanches em casa, aproveitando as feiras livres para adquirir as frutas que serão consumidas durante a semana. Uma opção divertida para a família é estimular a participação das crianças na preparação dos lanches a fim de criar bons hábitos para a saúde sem abrir mão do sabor.
fica à disposição para tirar dúvidas e dar orientações. Quando as famílias visitam a escola é possível observar as condições da cozinha e dos refeitórios, lembrando sempre que as cantinas fazem parte das instituições e é preciso estar atento aos alimentos comercializados, procurando acompanhar quais tipos de alimentos consumidos pelos filhos”, orienta. É importante saber se a escola possui um Programa de Educação Alimentar e Nutricional e se inteirar das atividades desenvolvidas assim como conversar com os filhos sobre os hábitos alimentares no ambiente escolar. “As escolas são locais que facilitam a promoção de uma alimentação adequada e saudável e não devem permitir a exposição de publicidades e distribuição de amostra de alimentos”, resume a nutricionista. A lei nº 4508, 11 de janeiro de 2005, regulmamenta o funcionamento de cantinas escolares com relação à comercialização de produtos contra a obesidade infantil.
A participação dos pais é essencial
Além da sala de aula: uma boa alimentação ajuda no desempenho escolar
Para a nutricionista Márcia Teixeira, pais e responsáveis devem acompanhar a alimentação dos filhos participando, sempre que convidados, de momentos específicos do calendário escolar, como reuniões de pais e datas comemorativas. “As reuniões de pais costumam ter a presença da nutricionista da escola que
Pequeno dicionário ajuda a vida saudável das crianças e apresenta bons hábitos para combater a obesidade infantil alimentos e é abordado na disciplina de ciências. Para ela, a proposta é valorizar outras dimensões da alimentação no cotidiano de vida das pessoas, como a questão ecológica, que discute formas de produção de alimentos mais sustentáveis, sem expropriação do ambiente e uso de agrotóxicos. A relação cultural com as formas de preparação e consumo dos alimentos buscam estimular a prática da culinária como estratégia fundamental para evitar o consumo de produtos ultraprocessados e valorizando as práticas alimentares de famílias e grupos sociais.
Luciana enfatiza a importância da dimensão econômica da alimentação que remete à reflexão sobre questões agrárias e agrícolas do país, a valorização de determinadas culturas em detrimento de outras, as formas de abastecimento e comercialização dos alimentos nas cidades. “Acreditamos que essa ampliação do conceito permite a abordagem da alimentação saudável de forma mais transversal nas escolas, perpassando por diferentes componentes curriculares”, diz a representante do Inad ressaltando o direito humano
à alimentação, incluído na Constituição Brasileira e publicada no Diário Oficial em 4 de fevereiro de 2010. Foto: Divulgação
Composto de 23 verbetes facilmente organizados em ordem alfabética, o Pequeno Dicionário da Alimentação Saudável faz parte de uma série de materiais produzidos pelo Instituto de Nutrição Annes Dias (Inad) que visa incentivar atividades de promoção da alimentação saudável no ambiente escolar por professores e profissionais de saúde. Segundo a nutricionista do Inad, Luciana Maldonado, o foco do documento é ampliar o conceito de alimentação saudável, tema que, tradicionalmente, remete à composição nutricional dos
Lições de saúde para aprendizado
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Educação alimentar também se aprende dentro das escolas
Uma preocupação saudável chega aos bancos da escola e à sala de aula Foto: Divulgação
A partir de experiências nutritivas é possível aprender hábitos alimentares saudáveis na escola. Assim explica Márcia Regina Mazalotti Teixeira, especialista em nutrição escolar. Esquina: como as instituições de ensino podem contribuir para uma alimentação saudável? Márcia Regina Mazalotti Teixeira: considero muito importante que haja um Programa de Educação Alimentar e Nutricional que faça parte também do Planejamento Pedagógico da instituição. A Promoção da Alimentação Saudável no ambiente escolar encontra um terreno muito fértil, pois pode ser incluída de diferentes maneiras, por meio de oficinas culinárias, por exemplo. Esquina: que recomendações gerais você daria a crianças e
jovens para uma alimentação saudável e balanceada? Márcia Regina: recomendo uma alimentação que valorize a presença de frutas, legumes e verduras, sem frituras ou doces em seus cardápios, além de balanceada adequadamente entre os grupos alimentares, valorizando temperos naturais em vez de temperos industrializados ricos em sódio. Esquina: o que deve ser observado nessa área? Márcia Regina: deve- se respeitar a cultura e a tradição alimentar da instituição e das famílias, pensando sempre na sustentabilidade e diversificação agrícola da região. São requisitos básicos para uma boa alimentação. Esquina: como pais e responsáveis devem acom-
Recomendo uma alimentação que valorize a presença de frutas, legumes e verduras, sem frituras ou doces em seus cardápios Márcia Regina Teixeira
Márcia acredita ser essencial um programa de educação alimentar nas escolas
panhar a alimentação de crianças e jovens no ambiente de ensino? Márcia Regina: quando as famílias visitam a escola conseguem rapidamente observar as condições da cozinha e dos refeitórios. Lembrando sempre que as cantinas fazem parte das instituições e que os pais devem estar atentos aos
alimentos lá comercializados e procurar acompanhar o que seus filhos têm consumido. Esquina: o que fazer para despertar o interesse de crianças e jovens para diversificar a alimentação? Márcia Regina: não podemos esquecer: A apresentação deve ser atraente, saborosa e nutritiva!
Dez lições importantes para o combate da obesidade infantil no Brasil: hábitos alimentares se iniciam no período pré-escolar e favorecem o crescimento saudável de crianças e bebês 1. Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento; 2. A partir dos seis meses, introduzir, de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais; 3. Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes) 3 vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e 5 vezes ao dia, se estiver desmamada; 4. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família; 5. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
6. A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança; 7. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida; 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação; 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados; 10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. Fonte: Caderno de Atenção Básica - Ministério da Saúde
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Espaço Ciência Viva abre portas para visitação Paloma Arêas
Foto: Paloma Arêas
Divulgar e popularizar a ciência de forma interativa são os objetivos principais do Espaço Ciência Viva, localizado no Bairro da Tijuca. Construído desde 1987, o galpão abre suas portas a visitações de alunos e professores de diversas escolas para apresentar um ensino fora do convencional junto com um conhecimento científico que pode ser visto e compreendido de forma mais simples e natural que os aplicados em sala de aula. Para o coordenador do espaço, Wladimir Calixto, as crianças e adolescentes são os atores principais de todo o trabalho que é exercido no projeto.“É muito prazeroso ver alunos de várias idades vindo até aqui e mais ainda poder passar para cada um deles a experiência que adquirimos, mostrando sempre que a ciência pode sim, ser
aprendida de forma prazerosa e que o nosso espaço tem um material riquíssimo para proporcionar isso”. No galpão, os visitantes têm a oportunidade de participar de todo processo de construção do conhecimento, a partir de experimentos, debates, oficinas e palestras que garantem uma percepção ampla dos fenômenos envolvidos nos módulos de cada experiência. Além disso, no último sábado de cada mês, o projeto realiza o evento “Sábado da ciência”, onde a programação é aberta e destinada a todos os públicos. Atualmente, o espaço ciência viva recebe cerca de oito escolas por semana para a visitação e conta com a participação de universitários bolsistas e voluntários que procuram estar engajados em projetos sociais.
Galpão do Espaço Ciência Viva conta com oficinas de reciclagem para alunos
Interessados em conhecer o local, devem agendar uma visita antecipadamente pelo telefone de 2204-0599 ou por e-mail: museu@cienciaviva.org.br O Espaço Ciência Viva fica localizado na Rua Heitor Beltrão, 334, e recebe visitantes podem ser realizadas de segunda à sexta, no horário das 9h às 18h. A entrada custa R$ 15 por estudante.
Espaço de A a Z oferece lazer e cultura na Tijuca Paloma Arêas
Abrigar diversas atividades culturais em um único ambiente. Este é o objetivo do Espaço das Artes de A a Z, localizado no Bairro na Tijuca. Construído em 2008 pela diretora de artes, Zoraya Andrade, o local traz para o público um mix de atrações e serviços dentre aulas de ballet, música, curso de auto maquiagem, dança, oficinas e coral que enriquecem ainda mais os moradores do local e de suas adjacências. Foto: Paloma Arêas
Professor Guerrah em uma das aulas
Para a fundadora Zoraya, que cresceu lado a lado com a arte, ter este espaço construído no bairro onde mora é uma realização pessoal engrandecedora. “Eu sempre trabalhei com a arte teatral, mas eu queria e precisava ir além. Passei por muitas barreiras, mas me sinto feliz em ver o meu casarão construído. Tudo foi feito por amor e com dedicação, era mais do que a parte financeira falando alto dentro de mim”. Atualmente o Centro Cultural conta com cerca de 70 alunos e, segundo a fundadora, o curso mais procurado por eles é o de música, ministrado pelo professor Paulo Guerrah, que acompanha o andamento do espaço desde o início da trajetória.Para o mestre, tem sido muito recompensador fazer parte desse trabalho e poder ter como retorno a transformação, desenvolvimento e crescimento
de seus alunos, não apenas em sala de aula, mas principalmente na vida pessoal de cada um deles. “A arte transforma a vida das pessoas e disso, eu não tenho dúvidas. Já tive o caso de um aluno que estava em depressão e chegou a tentar suicídio antes de entrar para as minhas aulas. Ele não conseguia se manter em nenhum tipo de atividade e depois que comecei a trabalhar a música com ele, fui percebendo seu progresso. A parte mais gratificante foi receber seus pais me agradecendo pelo o que eu e a música tínhamos feito por aquele menino. Não há nada que pague isso”, afirma Paulo. Hoje, o Centro Cultural conta com cerca de seis salas para as diversas atividades e dois ateliers, além de um vasto auditório onde são apresentadas peças de teatro, produzidas pela fundadora da casa que, inclusive, já prevê novas expansões de espaço e aulas.
"Simplesmente Comédia" estreia no Espaço de A a Z • A partir de Maio, o Espaço de A a Z vai realizar a estreia da peça teatral “Simplesmente Comédia”. O espetáculo acontece todos os sábados e domingo do mês, no horário de 19h. • Além desta produção, outras peças, inclusive infantis, estão previstas para estrearem no local. Mais informações podem ser adquiridas n o próprio casarão, que fica localizado na Rua Araújo Pena, 88.
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Sensação de bem-estar e liberdade aos amadores Gratuitos e abertos, os esportes ao ar livre ganham adeptos na Grande Tijuca
Foto: Gustavo Portella
Praça Afonso Pena é uma excelente opção de lazer e atividades físicas tanto para jovens como para idosos. Na foto acima, a Academia da Terceira Idade Roberta Diamante
Corridas, caminhadas, de bicicleta, ou musculação nas praças. Não importa como, cada vez mais o número de praticantes de esportes ao ar livre se deslocam para lugares como as ruas e as praças de seus bairros. Grajaú, Afonso Pena e Maracanã se tornaram os playgrounds perfeitos para os moradores que procuram em todo esse conjunto o contato com a natureza. É uma forma de se refugiar da correria do dia a dia e ainda cuidar da saúde através dos exercícios físicos, se livrando um pouco da rotina das academias. A médica veterinária Camila Cutrim, moradora do Grajaú, é uma das pessoas que não troca por nada a prática dos esportes ao ar livre. “É um sentimento de liberdade que faz você sentir uma energia revigorante. Todos os dias eu corro pelo bairro e algumas vezes prefiro optar pela bicicleta para diversificar. É uma sensação deliciosa e extremamente relaxante”, conta Camila. A prática esportiva traz esse bem-estar para a vida das pessoas aliviando a mente e fortalecendo o corpo. Além desses benefícios, os esportes a céu aberto também proporcionam a interação social. No Maracanã, por exemplo, há grupos de
corrida e professores dando aulas funcionais e de alongamento.
É um sentimento de liberdade que faz você sentir uma energia revigorante Camila Cutirn
A pediatra Natália Costa, sempre malhou pelo bem-estar, mas nunca teve uma motivação maior para fazer exercícios. “Eu fazia musculação e aeróbico, pois é importante para a saúde, porém nunca gostei. Quando comecei a caminhar pelo Maracanã, percebi grupos de corrida e funcionais e resolvi participar. Hoje adoro fazer exercícios com as pessoas que fiz amizade e agora faço por prazer”, afirma Natália. A atividade física ao ar livre causa essa sensação de prazer quando é feita com vontade e estímulo das pessoas ao seu redor. Ela é uma grande aliada do condicionamento físico e bastante agradável, proporciona contato com a natureza e ajuda a aliviar
problemas como estresse, tensão e depressão. São tantos os benefícios gerados por esses exercícios realizados fora de uma academia que a procura por profissionais para acompanhar os praticantes dos esportes também tem aumentado. O professor e personal trainer Marcio Magalhães, morador da Afonso Pena, conta que aumentou a quantidade de pessoas a procura do seu trabalho de auxilio nos exercícios e também para fazer companhia. “A praça da Afonso Pena tem ficado consideravelmente cheia comparada com tempos atrás. Muitos praticantes de atividades físicas que moram aqui e me conhecem agora fazem personal comigo, tanto aeróbico quanto o funcional, principalmente os mais velhos.
Eu mesmo, quando tenho tempo entre um trabalho e outro, venho aqui fazer uma corridinha e alguns exercícios de musculação nas barras”, conta Marcio. É notável em todo esse cenário que os esportes ao ar livre agradam muito mais que os fechados, ou seja, as academias. Diversos motivos mostram a opção pelo céu aberto – sensação de liberdade, contato com a natureza, estímulo para pessoas desanimadas – e isso reflete até na disposição do dia a dia. No fim das contas, se prefere o ar livre por ser relaxante e revigorante, mas o que importa é a prática de exercícios físicos. Manter a saúde em dia e uma alimentação balanceada são boas práticas para uma vida saudável.
Algumas dicas de esportes ao ar livre para serem praticados na Grande Tijuca Trilhas na Floresta da Tijuca, escaladas, corridas e caminhadas nas ruas com grupos, exercícios funcionais com profissionais de Educação Física, musculação nas praças dos bairros como Tijuca, Grajaú, Afonso Pena e Maracanã, andar de bicicleta, exercícios nos equipamentos de ginástica presentes nos bairros e mountain bike na Floresta da Tijuca e na Reserva Florestal do Grajaú são algumas ótimas dicas para aproveitar a natureza e cuidar da saúde.
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Estádios com emoção ou bares com cerveja?
Cariocas dividem opiniões quando o assunto é escolher onde ver o futebol Foto: Roberta Diamante
O Bar da Eva é o recanto do futebol para os fanáticos torcedores do Grajaú Roberta Diamante
Torcedores e maníacos pelo esporte que é a paixão do brasileiro, o futebol, não se cansam de torcer pelo time do coração onde ele estiver. O alto valor dos ingressos, a venda proibida de cerveja nos estádios ou a enorme conta do bar quando termina
o jogo. Nada abala os cariocas e mesmo assim a ideia é sair para acompanhar o seu time. Porém, eles entram em um dilema quando se trata de escolher o lugar pra ver o jogo: os estádios ou os bares? Cada um tem suas vantagens e desvantagens
gerando dúvida na cabeça do torcedor. No Bar da Eva, no Grajaú, os dias de jogos são muito movimentados e a clientela aumenta significativamente segundo o garçom da casa Alex Silva, de 30 anos. “É impressionante a procura das pessoas pelos bares em dias de futebol. Acredito que essa opção dos torcedores de ir para os botequins reflete primeiramente no conforto, mas também no bolso. Se você for pensar, acredito que é mais em conta ir ao bar do que ao estádio”, diz. Só que para nem todos a opinião é a mesma e essa questão depende e varia de pessoa para pessoa. Para Isadora Barreto, t o r c e d o r a d o Va s c o e frequentadora do Bar da Eva, dependendo do jogo ela tem sua preferência. “Se for uma partida como decisão,
Chuvas ainda causam transtornos na Tijuca
quartas, semifinais ou quando o Vasco precisa muito da vitória, eu prefiro o estádio, pois a adrenalina e emoção são fantásticas. Mas quando é um jogo comum prefiro o bar, pois fico relaxada com minhas amigas tomando uma cerveja gelada e comendo a vontade”. De certa forma ambos os lugares agradam, porém cada um com suas qualidades. Cada torcedor tem uma visão diferente quando o assunto é aonde torcer. Ir aos estádios traz a agitação e a emoção de ver o seu time jogando e lutando pela vitória. Já nos bares, além de trazer de uma forma diferente a tensão da partida, as pessoas ficam mais relaxadas, pois estão confortáveis, comendo e tomando uma cerveja com os amigos. O que importa na verdade é a vitória e a satisfação de cada torcedor. Foto: Guilherme Alves
Guilherme Alves
Uma das vias de acesso mais movimentadas do bairro, a Praça da Bandeira sofre frequentemente com alagamentos em seu entorno, prejudicando quem frequenta ou mora na região, por diversas vezes. Um dos pontos mais críticos quando chove no Rio de Janeiro, o local já deixa muita gente em situações inimagináveis. "Trabalhei por dois anos na região e só Deus sabia a hora que chegava em casa. Cheguei a sair com água quase na cintura uma vez", conta Nádne Simas, comerciante. Alunos da Universidade Veiga de Almeida são uns dos que mais sofrem com as enchentes no entorno da instituição. Não só tem dificuldades para chegar e sair da universidade, como também
sofrem com desmarcações de provas, por conta da situação da região em dias de chuvas. "Estudei na Veiga e sempre quando chovia os colegas de turma entravam em contato uns com os outros pra saber como estava a região. Muitas vezes tive provas canceladas porque não conseguíamos chegar, incluindo o professor", conta Karina Kinassef, exestudante de Direito da Veiga de Almeida. Desde dezembro de 2013, foi inaugurado na região, um reservatório de 20 metros de profundidade, 35 metros de diâmetro e capacidade para 18 milhões de litros de água, com o fim de melhorar os problemas de alagamentos na região. As obras foram realizadas pela Fundação Rio-Águas, vinculada à Secretaria Municipal
Alagamento registrado na Rua Moraes e Silva, próximo a Praça da Bandeira
de Obras com a finalidade de beneficiar cerca de 410 mil moradores e comerciantes da região. "O projeto de obras de controle de enchentes na Grande Tijuca prevê a construção de mais quatro reservatórios subterrâneos, desvios nos Rios Joana e Maracanã, além de ações pontuais em cursos d’água. As obras em andamento são dos reservatórios das praças
Varnhagem e Niterói. Os outros reservatórios serão na Rua Heitor Beltrão e no final da Borda do Mato em frente à subestação de Furnas", disse o subprefeito da Grande Tijuca, Felippe Macedo. Mesmo com as obras que ainda estão em curso e as poucas melhoras, as enchentes no entorno da Praça da Bandeira continuam deixando o local em alerta e os moradores e comerciantes atentos.