Esquina Grande Tijuca nº 28

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Transtorno de ansiedade cresce entre os jovens

Segundo a OMS, mais de 13 milhões de brasileiros sofrem desse mal 4

Dezembro de 2017 | Ano 9 | Nº 28 Universidade Veiga de Almeida Jornal Laboratório do curso de Jornalismo

Grátis Tai Chi Chuan para uma vida saudável Federação de Tai Chi Chuan do Estado do Rio de Janeiro oferece aulas para a terceira idade em praças da Tijuca, promovendo a prática de atividades que melhoram a qualidade de vida e a saúde física e mental dos participantes 5

Mulheres no comando Em uma década, o nível de escolaridade das mulheres brasileiras aumentou e a participação no mercado de trabalho seguiu a mesma proporção. Além disso, outro dado do IBGE mostra que o número de filhos também diminuiu, o que provoca a transformação do conceito de família brasileira e do comportamento feminino 3

Restaurantes inovam para consquistar a clientela 6

IEVE faz atendimento ao público que busca paz espiritual 7

MONUMENTOS E ESTÁTUAS PASSAM DESAPERCEBIDOS DO DIA A DIA 3

Em obras, América anuncia nova sede social na Tijuca

Um shopping center de alto padrão financeiro será erguido no terreno da Rua Campos Sales, 118, e as instalações exclusivas do clube serão construídas no terraço do empreendimento comercial. A previsão para conclusão das obras é para 2020 8


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Dezembro de 2017 | Ano 9 | Número 28

Carta ao leitor É com muita satisfação que apresentamos mais uma edição do Esquina Grande Tijuca. No jornal de presente circulação não vão faltar conteúdos de lazer e diversão, história e cultura, religião e bemestar, gastronomia, além de esportes. Apesar dos desafios que enfrentamos neste semestre, é com alegria, orgulho e com sentimento de dever cumprido que vos apresentamos nosso jornal. Produzido com muito carinho, ele está recheado de novidades e assuntos interessantes. E não pensem que nós, estudantes da Universidade Veiga de Almeida, pensamos apenas em diversão, viu!? Aqui, caro leitor, você também há de encontrar um artigo abordado os desafios e as projeções futuras da mobilidade urbana na Grande Tijuca.

Confira todos os detalhes e boa leitura!

Mobilidade: falta planjamento na região Carlos Dionisio Oliveira

O bairro da Tijuca tem o privilégio de estar localizado próximo às principais regiões de interesse coletivo do Rio de Janeiro. O centro financeiro da cidade, a Zona Sul e suas praias, a região da Barra da Tijuca, até mesmo os subúrbios são acessados de forma rápida e eficiente pelos tijucanos. A posição geográfica ajuda, é verdade. Mas é preciso lembrar que o bairro é servido por diversas linhas de ônibus. Algumas delas até repetidas, sobrepostas e/ou com diferenças mínimas entre si no trajeto. Além do metrô, que é um transporte de massa, contar com quatro estações no bairro (Afonso Pena, São Francisco Xavier, Saens Peña e Uruguai). To d o e s s e c e n á r i o , entretanto, poderia ser ainda melhor, caso o projeto metroviário original voltasse a ser seguido pelas autoridades governamentais. Para começar, a estação Uruguai foi construída afastada da

rua homônima. O que ocorreu na região, na verdade, foi apenas a remodelação do chamado “Rabicho da Tijuca”, que era um prolongamento do túnel do metrô pós estação Saens Peña utilizado como estacionamento. Voltando a falar sobre o projeto original do metrô, a expansão da estação Uruguai até a futura estação Gávea/ PUC, na Zona Sul da cidade, é outra que parece nunca sair do papel. Até o momento, a única definição que existe é ligação dos bairros através do Maciço da Tijuca por um túnel de aproximadamente 5km. O traçado, porém, ainda gera debates. Alguns especialistas aconselham o fechamento do anel metroviário (Linha 1) diretamente da Rua Uruguai à Gávea. Há ainda a possibilidade de levar os trilhos até a Usina, e de lá partir em direção à Zona Sul. Já pensou que interessante seria uma estação “Muda”? “Borel”? “Usina”? Essa última então ajudaria bastante, por exemplo, os moradores do Alto da Boa

Vista, bem como os visitantes da Floresta da Tijuca. Há um terminal rodoviário subutilizado no local, onde poderia partir uma linha de ônibus integrado ao metrô em direção à Barra da Tijuca. Para melhorar a mobilidade dos tijucanos, é preciso se atentar também para o sistema de ônibus da região. Foi possível perceber um início de reformulação durante a gestão do ex-Prefeito Eduardo Paes que, durante o processo de racionalização das linhas, alterou, o itinerário do 410 (Saens-Peña x Gávea). Era um absurdo o morador da Tijuca ser obrigado a fazer um tour pela Lapa e pela Praia do Flamengo para acessar os bairros de Botafogo, Jardim Botânico, além da PUC. O desvio da linha para o Túnel Santa Bárbara foi acertado, apesar de tarde. Já que o plano da antiga administração era racionalizar o sistema claramente defasado (desde de 1960 a cidade não reformulava as linhas de ônibus) perdeuse a oportunidade também de alterar o trajeto da linha 415 (Usina-Leblon). Qual a necessidade de o passageiro passar no Centro parar ir em direção à Zona Sul? Assim como o 410, ele deveria fazer uma ligação direta entre as regiões. Seguindo pelo Túnel Rebouças, o ônibus poderia concorrer até mesmo com o metrô. Convenhamos, cruzar o Maciço da Tijuca é muito mais rápido que percorrer Central, Carioca, Cinelândia e todo o Aterro do Flamengo.

Professor-orientador

Projeto gráfico

Érica Ribeiro

Desenvolvido pela turma de Oficina de

Foto: Carlos Dionisio Oliveira

Jornalismo de 2017.2. Reportagens

Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca | Dezembro de 2017 | Ano 9 | Número 28

Carlos Dionisio Oliveira,

AgênciaUVA

Izadora Peres, Kessy Lima,

Redação: Rua Ibituruna 108. Bloco B.

Luiz Paulo Walcyr,

Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 20271-020

Maiara Bachschmied,

Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)

Thiago Dias e Rayane Soares

e-mail: agencia@uva.br

Curso de Comunicação Social reconhecido

Coordenador de Jornalismo

pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99

Prof. Luís Carlos Bittencourt

O Esquina Grande Tijuca é um produto da

Coordenadora de Comunicação Social/

Carlos Dionisio Oliveira,

Distribuição Digital

Oficina de Jornalismo, em um trabalho

Publicidade

Kessy Lima e

Todos as edições estão disponíveis em

conjunto realizado junto à AgênciaUVA.

Profa. Miriam Aguiar

Maiara Bachschmied

http://www.issuu.com/agenciauva.

Edição e Diagramação


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Mulheres solteiras estão mais autoconfiantes Foto: Isabelle Nobre

O número de mulheres que chefiam famílias triplicou nos últimos dez anos e, agora, elas representam 24% dos lares brasileiros Luiz Paulo Walcyr

Em uma década, o nível de escolaridade das mulheres brasileiras aumentou e a participação no mercado de trabalho seguiu na mesma proporção. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda mostram que o número de filhos também diminuiu. Isso transformou o conceito da família brasileira e o comportamento social. A especialista em Psicologia Social, Elizangela Evaristo, explica que as pesquisas do IBGE refletem mudanças no campo social brasileiro. “O que o IBGE quer saber quando faz as pesquisas é quem é o responsável pela família, quem contribui com a maior parte da renda mensal. E essa mudança em curto período reflete nas mudanças de comportamento da sociedade, principalmente entre homens acima dos 40 anos, que vem perdendo cada vez

Isabelle Nobre mora com duas amigas e ainda com o mascote Saturno

mais espaço para as mulheres na representatividade familiar”, explica. A cozinheira Joselma Costa é um exemplo. Ao longo da carreira, exerceu diversas funções para criar os filhos. “Tenho 46 anos e trabalho desde os 20 anos. Trabalhei

em diversas áreas durante a minha jornada para criar meus dois filhos. Fui chefe de família até que eles atingissem a maioridade”. Ela conta ainda que se considera no papel de pai e mãe. “Sou mais uma entre muitas mulheres que fazem o papel de pai e mãe.

Sou muito orgulhosa de ver como a sociedade tem se transformado. É uma forma de quebrar um preconceito antigo, mas que ainda existe”, afirma. Isabelle Nobre é outra mulher que foi ao encontrar dessas mudanças sociais. Ela saiu de casa para dividir um apartamento com outras duas amigas. “Eu aluguei um apartamento de três quartos, porque sairia mais barato que de um quarto só, fora que eu divido com outras duas pessoas, cada um com o seu quarto. Além disso, os apartamentos aqui na Tijuca são maiores e melhores”, conta Isabelle, que só pode mudar completamente de vida, após prestar concurso para a UFRJ, há seis anos atrás. Isabelle e Joselma, são dois exemplos de como as mulheres estão cada dia mais independentes e mais presentes perante a sociedade, mesmo que ainda seja difícil de lidar com pessoas que ainda não aceitam essas mudanças.

Homenagem: monumentos esquecidos pelas ruas

Foto: Thiago Dias

Luiz Paulo Walcyr

A Grande Tijuca é uma das regiões da cidade do Rio de Janeiro com um grande número de monumentos e estátuas ao ar livre. Ao todo, são mais de 20 obras, entre esculturas, bustos e placas,que homenageiam políticos, personalidades e músicos. Grande parte das obras carecem de conservação por parte do poder público e são alvos frequentes de vandalismo, como furtos e pichações. Na área, a Tijuca é o lugar com o maior número de homenagens, com treze; seguido de Vila Isabel, com cinco. Alto da Boa Vista e Maracanã possuem uma cada. Na maioria dos casos os moradores ou trabalhadores da região não sabem dizer quem são os homenageados.

A estudante Amanda Cardoso é um exemplo. Moradora de Vila Isabel, ela faz estágio na Tijuca e não conhece a referência de algumas das obras que estão no caminho por onde passa. “Sinceramente, não sei de quem se trata esta estátua aqui na praça Saens Peña, mas deve ter sido alguém importante para o bairro”, afirma sobre o busto de Bartlett George James, que foi um médico, deputado federal, senador, fundador e presidente da região cívica. O busto foi retirado em 1976 para a realização das obras do metrô, somente recolocado em 1996 em um novo pedestal. Atualmente, o monumento possui algumas avarias e a placa de identificação está danificada, impossibilitando a leitura do nome do homenageado.

Busto de Barlett George James, próximo ao acesso do metrô Saens Peña


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Ansiedade: o grande mal do século XXI

OMS indica que os casos do transtorno têm aumentado entre os jovens Thiago Dias

Sofro de ansiedade oficialmente desde os 19 anos. Fiz cinco anos de terapia cognitiva comportamental [...] Continuo em tratamento medicamentoso Pedro Havel

Outro dado da OMS mostra que os casos de transtorno de ansiedade têm crescido mais entre jovens estudantes e recém-formados como Matheus Gomes, de 18 anos. “Comecei a perceber que não era normal quando começou a afetar minha saúde física. Sofro com dores no estômago e queda de cabelo". A terapeuta diz que a principal causa desse aumento é a auto cobrança. “Muitas vezes nós nos cobramos mais do que somos cobrados pelas outras pessoas. Isso acontece entre os jovens por conta da pressão por passar no vestibular, eles acabam cometendo excessos, perdendo noites de sono e esquecendo de praticar outras atividades importantes, como sair com os amigos e até mesmo tarefas básicas como se alimentar”. Há pessoas não procuram ajuda de um especialista pela falta de informação, por não possuírem um plano de saúde, condições de pagar uma consulta e pelo sistema de saúde precário.

Acompanhamento gratuito oferecido pelas universidades do município Algumas universidades, como é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), oferecem tratamento de ansiedade gratuito, através do Instituto de Psiquiatria (IPUP). Os interessados devem comparecer ao ambulatório,

Matheus procurou ajuda médica em um posto de saúde próximo. “Marquei uma consulta com um clínico geral do posto de saúde do meu bairro. Na consulta, informei os meus sintomas e solicitei uma guia para marcar uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra. Consegui agendar para o mês seguinte e iniciar meu tratamento”. O professor de Filosofia, Pedro Havel, de 28 anos, tem problemas de ansiedade há quase 10 anos. “Sofro de ansiedade oficialmente desde os 19 anos. Fiz cinco anos de terapia cognitiva comportamental, e apesar dos sintomas terem melhorado muito, eu continuo em tratamento medicamentoso desde 2011”. A orientação da especialista é buscar ajuda a partir do momento em que começa a atrapalhar o desempenho profissional, causar dificuldade de se relacionar com as pessoas e atrapalhar as noites de sono. Foto: RUANSHUNYI (Pixabay)

Tida como um dos principais males do mundo moderno, a ansiedade tem sido o motivo de procura cada vez mais frequente nos consultórios de especialistas, como psicólogos e psiquiatras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no Brasil, cerca de 13,3 milhões de pessoas tem distúrbios de ansiedade, doença que atrapalha o desempenho profissional, relacionamentos, bem-estar físico e emocional do portador. O transtorno de ansiedade é fácil de ser detectado, quando se busca a ajuda de um especialista. De acordo com a psicóloga e terapeuta Tânia Pontes, o transtorno é cada vez mais comum. A maioria dos seus pacientes sofre com esse problema de saúde. “O importante é procurar ajuda a partir do momento em que você começa a perceber que não é mais uma ansiedade natural do ser humano. Afinal, quem nunca ficou ansioso com aquela viagem que está marcada, ou aquela promoção de trabalho?”, questiona Tânia. Formado há dois anos, o advogado Rodrigo Corrêa, de 24 anos, descobriu que algo estava errado no fazer das atividades comuns do cotidiano. “Eu comecei a perceber que não estava legal, quando eu ia fazer atividades normais no dia a dia. Tinha um pensamento pessimista. Achava que não iria conseguir alcançar meus objetivos. Isso começou a afetar minhas noites de sono. Rolava na cama durante horas, meu coração acelerava, meu corpo doía, tinha tremedeiras”.

Após procurar um especialista, constatou-se o transtorno. “Faço acompanhamento médico e regularmente. Tomo antidepressivos para regular meu sono, para conseguir dormir e manter a calma durante o dia. Por ter buscado ajuda tardia, evoluí para crises de pânico, hoje controladas”.

localizado em Botafogo, que funciona de segunda à sextafeira. É necessário pegar uma senha, o atendimento é realizado por um psiquiatra e um psicólogo. A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj)

também oferece esse serviço, o atendimento é realizado somente por estagiários e o valor a ser cobrado é de acordo com a renda familiar. Até um salário mínimo, o serviço não é cobrado, há atendimento individual e em grupo.

TRATAMENTO CARO

Gasto mensalmente algo em torno de 600 reais com consultas e medicamentos. Eu imagino como deve ser difícil para quem não tem condições de pagar tão caro pelo tratamento Rodrigo Corrêa


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Tai Chi Chuan para corpo e mente saudáveis

A terceira idade chega para todos e, com ela, uma série de questões que envolvem muito mais que apenas o potencial do corpo humano Fotos: Izadora Peres

Izadora Peres

Por mais que a forma de se envelhecer esteja se transformando e as novas tecnologias cada dia mais presentes na vida dos idosos, ainda há assuntos que, por vezes, podem ser considerados “tabus” para a atual sociedade. Um deles é a prática de exercícios. A fim de quebrar alguns desses tabus e provar que a Terceira Idade pode ser regada de atividades físicas e de um estilo de vida saudável, a Federação de Tai Chi Chuan do Estado do Rio de Janeiro, também denominada FTCCRJ, passou a promover um programa para praticantes idosos de diversas artes marciais no bairro da Tijuca. Criada em nove de setembro de 2003, a associação tem como fundamento ser uma entidade que congrega ligas, associações, grupos e indivíduos, com caráter amadorístico ou profissional, que sejam praticantes e/ou dedicados ao estudo do Tai Chi Chuan e das Artes Marciais Internas Chinesas, como Hsien Yi Ch’uan, Pa Kua, Ch’i Kung e Exercícios Chineses voltados para a saúde física e mental da terceira idade. Além de disponibilizarem diversos tipos de workshops, a instituição prepara seus alunos para as variadas competições que acontecem ao longo do ano. Apenas as inscrições são pagas, mas as aulas acontecem de forma gratuita. O presidente da FTCC-RJ, Mestre Lau, trabalha há mais de 26 anos com Tai Chi Chuan, e afirma que a arte marcial é perfeita para deixar o corpo e a mente em equilíbrio, renovando a energia de quem a pratica. “É incrível! Logo no primeiro contato que o aluno tem com a arte marcial, ele consegue perceber mudanças no seu comportamento diário”. Com uma maior coordenação motora e com mais

Além de incentivar a prática física, as aulas também buscam resgatar a disposição dos moradores da região

Mesmo eu estando no início, com apenas seis aulas, eu já consegui perceber o quanto meu corpo agradece por essa atividade Marly Coelho

paciência adquirida pela prática da atividade, Marly Coelho, de 64 anos, moradora de Vila Isabel, percebeu grande melhora em relação ao cansaço que sentia em suas pernas e ao desgaste mental. “Mesmo eu estando no início, com apenas seis aulas, eu já consegui perceber o quanto meu corpo agradece por essa atividade. Andar longas distâncias está sendo muito mais fácil”. Há casos também de alunos que se matricularam na aula para vencer alguma espécie de vício. Logo depois

de conseguir parar de beber exageradamente, Victor Oliveira, de 55 anos morador da Tijuca, conta que conseguiu lidar melhor com o vício, não sentindo falta da bebida a todo o momento após entrar nas aulas. “Eu bebia por ansiedade. As atividades fazem com que eu fique mais tranquilo e menos ansioso. No final, a bebida se tornou algo dispensável para a minha vida”. A fim de tentar alcançar mais pessoas e influenciar de forma positiva mais vidas, o

Mestre Lau conseguiu levar seu trabalho para outras praças na cidade do Rio de Janeiro. Bairros como Méier, Copacabana e Praça Seca já contam com tais práticas ao ar livre. Porém, o centro da federação, os eventos e as concentrações para os campeonatos continuam sendo sediados na Tijuca. “Meu desejo é um dia conseguir espalhar o Tai Chi Chuan por todo o Estado e fazer com que o máximo de pessoas aproveitem os benefícios dessa atividade”.

Aula de Tai Chi Chuan ao ar livre reúne idosos em praça da Tijuca


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Inovação é a palavra de ordem em restaurantes na região Foto: Rodrigo Limonge

Maiara Bachschmied

O bairro da Tijuca, localizado na Zona Norte, é um dos mais tradicionais e antigos do Rio de Janeiro. Ele abriga diversas instituições de ensino importantes, como o Colégio Pedro II, o Colégio Militar, o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, além da Universidade Veiga de Almeida. Com uma série de polos educacionais, a Tijuca é um lugar onde há uma grande circulação de pessoas em idade escolar. São crianças, adolescentes e jovens. O bairro também apresenta muitos programas de lazer, um exemplo são os diversos restaurantes espalhados pela região. Separamos quatro muito populares entre os jovens. Vamos falar dos Vinkings, Garota da Tijuca, Rota 66 Otto Bar e Restaurante.

Garota da Tijuca

O Vikings é um restaurante especializado em cozinha americana, com decoração e temática viking. Entre os pratos disponíveis no cardápio estão: hambúrgueres artesanais, sanduíches, sobremesas enormes, porções e pratos bárbaros. Além disso, o restaurante é muito popular entre os jovens porque oferece um adereço temático, o famoso chapéu com chifre. Quem o visita não sai de lá sem tirar uma foto com o acessório para publicar nas redes sociais. Rodrigo Limonge, de 20 anos, estudante de Psicologia, conta que já foi no restaurante duas vezes. Ambas foram para comemorar aniversários de amigos da faculdade. Ele garante voltaria mais vezes. “Comi um hambúrguer de carne com cheddar maravilhoso! Fora que o atendimento é excelente. Foi uma ótima experiência, super recomendo”.

O Garota da Tijuca é um dos restaurantes mais tradicionais do bairro. Ele atrai jovens adolescentes, grupos de amigos e famílias. Chamado de “Garota” pelos moradores da região, o restaurante tem como especialidade a carne, mais especificamente a picanha, que é muito popular na casa. Ashelley Brenda, de 22 anos, estudante de Jornalismo, sempre frequenta o restaurante. Ela conta que foi em uma ocasião especial: o aniversário de seu amigo junto do jogo do Flamengo. Neste dia, a casa ficou bem animada. Ashelley gosta da batata frita com cheddar. Segundo ela, os garçons sempre dão dica do prato ou promoção do dia, como os chopps e os petiscos mais pedidos pelos clientes. “O restaurante, por ser tradicional, não perde a essência de deixar os clientes à vontade. É um bom lugar para reunir os amigos”.

No Vikings, o cliente não pode deixar de tirar foto com o tradicional chifre Foto: Divulgação

Vikings

O Garota da Tijuca, na Praça Vanhargem, é perfeito para reunir os amigos

ROTA 66

Foto: Divulgação

O ambiente agradável do Rota 66 é propício para uma boa conversa

O Rota 66 é um restaurante “ Tex-Mex”, traduzindo, é um restaurante que faz combinações de comidas típicas Mexicanas e comidas típicas do Texas (EUA). Daniel de Carvalho, de 21 anos, estudante de Jornalismo, já foi mais de cinco vezes com seu grupo de amigos. Ele conta que adora os nachos, as batatas e os hambúrgueres da casa. Segundo ele, o ambiente é muito agradável, confortável e acessível. “ O restaurante toca diversas músicas populares, mas deixa sempre o volume baixo para que os fregueses poderem conversar. "Acho isso muito bacana”. Para ele, apesar do restaurante ter dias de pico, sendo necessário encarar filas algumas vezes, vale a pena visitar com um grupo de amigos.

Otto Bar e Restaurante O Otto é um restaurante que possui três ambientes: o salão principal e o anexo, onde o cardápio inclui especialidades suíças e alemães; além da varanda, que é um ambiente informal com cardápio de petiscos e t i r a- go s t o s . A co m i da mais famosa da casa é um palmito natural assado na cas ca. No O t t o t am bé m costuma ter música ao vivo. André Marques, de 22 anos, estudante de Fisioterapia, visitou o restaurante com uma amiga, e conta que além do ambiente ser muito bonito, os garçons são muito simpáticos. Lá, eles degustaram o famoso fondue. “Foi bem legal, valeu a pena. Com certeza voltarei lá com outros amigos".


O coração do bairro

Shopping Tijuca é a opção de lazer e entretenimento da região Kessy Lima

A Tijuca está entre os bairros mais antigos, tradicionais e populosos do Rio de Janeiro. Maior bairro da Zona Norte, conta com diversas opções de entretenimento e pontos de encontros, entre eles a Praça Sáenz Peña, um dos principais do bairro. Mas, com o tempo, a praça perdeu espaço em termos de entretenimento, lazer e comércio como era em tempos passados, quando fervilhava durante à semana e aos domingos. Mas a vida continua, e um grande Shopping é o novo centro das atrações dos moradores. Ao redor da Praça Sáenz Peña já existiam algumas

belas e modernas galerias de lojas e centros comerciais de menor porte. Com ótimo poder aquisitivo, a Tijuca, necessitava de um grande complexo comercial que atendesse às demandas e às exigências atuais, como grande estacionamento, amplas galerias de lojas, praças de alimentação e setores de lazer e entretenimento, sendo todos estes ambientes climatizados e com segurança, proporcionando conforto e temperatura agradável aos visitantes. Assim, o bairro teve seu primeiro grande shopping center construído de acordo com os mais modernos padrões. Foi inaugurado em 1996, próximo à Praça Sáenz Peña, coração do bairro.

Dezembro de 2017 | Ano 9 | Número 28 Um dos principais pontos de encontro dos tijucanos e moradores de toda da região, o Shopping Tijuca, conta com mais de 300 lojas diversificadas. A integração das torres comerciais com o shopping center faz com que o grande complexo comercial ofereça múltiplas alternativas de serviços num mesmo local. A praça de alimentação possuí inúmeras alternativas em termos de gastronomia, desde lanches rápidos a algumas opções mais sofisticas. O shopping também tem cinema, além de oferecer eventos temporários como patinação no gelo e temáticos ligados à feriados e outras datas. O aposentado, Sérgio Marques, de 62 anos, explica que nasceu, cresceu e criou seus filhos no bairro da Tijuca, e acompanhou de perto a construção e as reformas feitas no shopping durante suas visitas. Sérgio vive com a família e os dois filhos, Manuela, de 24 anos e Matheus, 26 anos, na Rua Santa Sofia. “Minha família

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veio do Nordeste para o Rio de Janeiro. Há três gerações estamos aqui na Tijuca. Meus filhos aproveitam muito do bairro. Vão à faculdade muitas vezes andando, tem o comércio próximo, e o Shopping Tijuca que também faz parte da nossa rotina. Vamos lá para resolver situações, consumir ou para se distrair, ir ao cinema. E sempre que há alguma atração temporária nós vamos". Felipe Teixeira, de 23 anos, morador do bairro do Maracanã, também é um frequentador do Shopping Tijuca e diz que costuma ir a estreia de filmes, para sair com os amigos ou comer algo diferente. “Desde pequeno eu ia ao shopping com minha mãe e meu irmão. Hoje eu gosto mais de ir com os meus amigos. Sempre nos encontramos lá para comer pizza e ir ao cinema. Eu também costumo marcar os encontros do Tinder no shopping por questões de segurança, além de ser um bom ambiente", conta.

Irmandade promove tratamento espiritual esotético na Tijuca Há mais de 40 anos, existe uma irmandade que vem desenvolvendo um ótimo trabalho de amparo assistencial e social à orfanatos, hospitais e casas de idosos. A IEVE (Irmandade Espiritualista Verdade Eterna) desenvolve também em sua sede própria um trabalho de assistência através de tratamentos espiritualista-esotéricos. Fundada em 8 de abril de 1968, data para homenagear O Buddha, a IEVE é a primeira organização obediente à Ordem Astral de Shidha e um movimento sem fins lucrativos que tem por finalidade a auto realização do indivíduo. O chela, André Luiz Freitas, conta que é permitido ao público a participação na maioria das sessões. Por outro lado, os cursos ministrados no local são exclusivos aos membros da irmandade. Estes indivíduos são denominados "neófitos", recémadmitidos e chelas, os discípulos aceitos pelo Mestre. Todos os dias, existem sessões de atendimento ao

público e os cursos ministrados aos chelas precisam ser marcados, além de variarem de acordo com a escolha feita. Além de "Shidha", seu mentor espiritual, a IEVE conta com a atuação de vários mestres como Josafá, Bari, Frei, José, Karran, Natra e Richiananda. Os nomes podem até ser desconhecidos do grande público, assim como os significados implícitos na junção de palavras e nomes, mas alguns podem ser entendidos de forma simples.

Conhecendo os significados

O "shidha", por exemplo, é aquele que pela transformação sempre constante e consciente deseja alcançar Deus pela perfeição própria alcançada através da Lei Máter, a Lei da Evolução. É o mentor espiritual de todas as organizações espiritualistas obedientes à sua Ordem Astral e um Mestre respeitado e venerado do budismo tibetano. Seu nome é composto de duas sílabas, tendo cada uma

Foto: Okan Caliskan (Pixabay)

Rayane Soares

das três letras. A primeira (shi) simboliza "Shiva", o Deus da transformação das coisas e dos seres. Um dos deuses da Trimurti Indiana e mantra do mesmo Deus para a transformação do mal, imperfeito e impuro para o bem, a perfeição e a pureza. Já a segunda (dha) representa o caminho perfeito em busca da Sétima Lei, a perfeição única, além da verdade eterna. Sylvana Xavier frequenta a entidade já há cinco anos e buscou a irmandade com o propósito de se conectar mais com uma religião e obter proteção espiritual e equilíbrio emocional. Já passou por diversos tratamentos sugeridos, como a bioenergética e cromoterapia, exorcismo. A

cada tratamento sugerido ela busca entender o propósito dele e desde então tem sentido um fortalecimento espiritual, mais disposição e até mesmo a paz tão desejada. A maioria dos tratamentos têm como foco trabalhar com a energia espiritual que cada pessoa possui, e de acordo com sua crença e devoção, muita das vezes se encontra abalada e necessita ser restaurada.

IEVE

Rua Paulo Fernandes, 24. Praça da Bandeira. Atendimento ao público: Sábados e domingos, às 9h e às 15h.


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Dezembro de 2017 | Ano 9 | Número 28

O clube América permanece em obras até 2020

Carlos Dionisio Oliveira

Uma opção de lazer prometida há muito tempo para os moradores dos arredores da Praça Afonso Pena vai finalmente do papel. Tratase da nova sede do América Futebol Clube, na Rua Campos Sales, associada a um shopping de alto poder aquisitivo. A conclusão é estimada para 2020. Atualmente, o terreno encontra-se interditado pelo corpo de bombeiros desde 2014. Pichações ao longo da fachada, além de tapumes e lixo na entrada principal deixam claro o abandono do local. Este cenário, porém, começa a ser alterado desde já. Pelo menos é o que garantiu o vice-presidente geral do América, Sidney Santana, no dia do aniversário de 113 anos do clube, em setembro de 2017. A data também ficou marcada pelo lançamento da Pedra Fundamental da nova sede. “Ficamos um ano e quatro meses na Prefeitura para atender todas as exigências legais necessárias para o avanço deste projeto. Ele foi aprovado na Câmara e, recentemente, sancionado pelo Prefeito Marcelo Crivella. O avanço patrimonial do clube está concretizado e estamos dando início a um projeto vitorioso para o futuro”.

Foto: Emerson Rocha (Assessoria de Imprensa)

Pedra Fundamental é apresentada como marco inicial da nova sede

Sidney conta ainda que a atual diretoria busca não apenas sanar as dívidas do clube e captar recursos para o futuro, mas também tem o objetivo de ofertar uma sede de primeiro mundo, bem como um empreendimento no padrão dos melhores shoppings do Brasil para os torcedores, associados, simpatizantes e para os moradores da Tijuca. “Eu sempre digo que, com muita honra, presido o grupo

Foi um sonho que começou em julho de 2014, com a interdição da nossa sede Sidney Santana

de trabalho da nova sede social. Foi um sonho que começou em julho de 2014. A partir daí, desenhou-se uma modelagem para que um empreendimento imobiliário sustentar esse projeto. E assim foi feito”. Diante disso, os torcedores do América demonstram estar com as esperanças renovadas. Para o americano Anderson Castro, a nova sede da Rua Campos Sales vai trazer um

A Pedra Fundamental foi apresentada no dia do aniversário do clube

importante retorno financeiro. “Hoje o América não dispõe de nenhuma renda. A sede é um elefante branco que gera pouco ou nenhum lucro. Inicialmente, ela vai trazer receita para a instituição enquanto ainda não for possível se sustentar sozinho. Mas, na minha visão, o futebol tem que andar com as próprias pernas, não dependendo de patrimônio”. Ao analisar a importância do empreendimento para a Tijuca, Anderson partilha da opinião que o modelo atual de sede social é ultrapassado. Ele acredita que é necessário utilizar o terreno valorizado da melhor forma possível e a favor do América. “São poucas pessoas que frequentam piscina

de clube hoje em dia, por exemplo. Qualquer condomínio novo tem piscina. Os tempos mudaram. E nos arredores da Praça Afonso Pena não tem shopping para os moradores”. A construção tem a meta de gerar cerca de três mil empregos no espaço comercial. Por outro lado, na área exclusiva do América, projetada no terraço do empreendimento, estruturas de treinamento e prática esportiva, como piscinas, quadras e campo de grama sintética, vão ser construídas para uso de atletas e associados. Acreditase que será uma excelente oportunidade de resgatar a relação do clube com a comunidade tijucana. Foto: Carlos Dionisio Oliveira

A nova sede social do América vai ser construída no terraço de um shopping de quatro andares, no mesmo terreno da atual, na Rua Campos Sales


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