BIBLIOTECA MARIA ANUNCIAÇÃO ALMEIDA DE CARVALHO
Livros e periódicos estão disponíveis para consulta da comunicadade tijucana. Pág. 7
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Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo
PARA NÃO FICAR ESQUECIDO O Centro Cultural Cartola oferece diversas atividades culturais ao público. O projeto da Mangueira foi idealizado para preservar a memória de um dos mais importantes intérpretes do país e para realizar sua vontade de promover trabalhos sociais na comunidade. Confira na página 5.
De volta às quadras Das fazendas às ruas engarrafadas Ao completar 250 anos, o bairro da Tijuca sofre com a falta de conservação, violência e desordem urbana. A região não tem mais vestígios das grandes fazendas de café e chácaras que ocupavam a região. Pág. 4
Após longo período afastado das competições, o basquete do Club Municipal procura recuperar o prestígio perdido com investimento nos jovens talentos. Pág. 8
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A busca por medalhas e a paixão pelos Jogos Olímpicos colocam lado a lado atletas amadores e profissionais. Pág. 8
Tecnologias facilitam a vida dos que precisam estudar. Pág. 6 Universidade também é lugar para cuidar do visual. Pág. 3
<EDUCAÇÃO> Teoria e prática na vida universitária fazem diferença na busca por uma vaga no mercado de trabalho. Pág.2
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Edi Meira, Flávia Martins e Valéria Cesário
Ter um diploma sempre foi o meio mais eficaz para o acesso ao mercado de trabalho. Atualmente, esta afirmação parece não refletir a realidade. Diplomas, como o da área de Jornalismo, por exemplo, foram contestados e sua obrigatoriedade não é mais necessária. Esta questão está dividindo opiniões de estudantes e profissionais e causando inúmeros protestos. De acordo com Ondina Meleiro, Pedagoga e Assessora da Sub-reitoria de Graduação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, essa decisão é um retrocesso. “Há uma necessidade de se ter um diploma, não pelo papel, mas pela formação específica. O diploma não é o final, a universidade tem a função de dar o princípio básico para o aluno refletir e procurar estar sempre atualizado”. Enquanto determinadas áreas consideram ter um diploma fator indispensável, outras optam por extingui-lo. As opiniões são diversas e não se restringem apenas aos contratantes, mas também ao público em geral. “Poderia ser abolido, mas deveria ter uma avaliação para que a pessoa pudesse exercer a função. Talvez fosse mais
Fotos: www.sxu.hu
Diploma é diferencial indispensável no mercado
eficaz do que avaliar pelo diploma que a pessoa possui”, opina Marcelle Vasconcellos, estudante de Administração da UERJ. Há pouco menos de uma década, os cursos politécnicos surgiram como opção para os que desejavam obter um certificado de maneira mais prática, rápida e barata. Porém, por estes mesmos motivos, essa formação passou a ser alvo de preconceitos. Dependendo do curso, a ideia de ter uma formação mais rápida é interessante, mas segundo Ondina Meleiro, é necessário ter uma avaliação para ver se o ensino está sendo bem passado. “A pessoa tem que ser boa, fazer o melhor dentro da sua área, independente de qual ela abraçar. Derrubar preconceitos é mais complicado do que qualquer outra coisa, mas não é impossível. Tem de ter boa formação, independente do tipo de diploma”. Para os profissionais de Recursos Humanos, o diploma continuará sendo primordial, independente do quão divergentes possam ser as opiniões. “O diploma é o somatório de conhecimento, teoria e aprendizado adquiridos no decorrer dos anos de estudo. Ele é o diferencial dentro do mercado de trabalho, e apenas a graduação poderá oferecer esse conteúdo”, afirma Nathália Barreto analista de RH da empresa Amil Assistência Médica.
Saiba que... Para conseguir seu registro profissional você deverá procurar o Ministério do Trabalho de sua região, portando os seguintes documentos:
- requerimento em duas vias devidamente preenchido; - fotocópia autenticada do RG; - fotocópia autenticada do CPF; - fotocópia autenticada do número, série e qualificação civil da carteira da carteira de trabalho; - carteira de trabalho para anotação do registro; e - documentos específicos da profissão.
Importante: - As fotocópias poderáo vir autenticadas por cartório ou apresentadas juntamente com os documentos originais. - Em caso de alteração de nome devido a mudança do estado civil, deverá ser apresentada fotocópia autenticada da certidão de nascimento. - Os requerimentos preenchidos indevidamente ou rasurados poderão inviabilizar a concessão do registro.
Pró-Reitor Comunitário: Dr. Antônio Augusto de Andrade
Diagramação, edição e reportagens: alunos do 7º período,
Magaldi
disciplina Oficina de Jornalismo
Diretor Administrativo-Financeiro: Mauro Ribeiro Lopes
Professor-orientador e edição final: Érica Ribeiro
Diretor do Campus Tijuca: Prof. Abílio Gomes de Carvalho Júnior
AgênciaUV A AgênciaUVA
Diretora Acadêmica: Profa Mônica Aragon
Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de Janeiro - RJ. 20271-020
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca Ano 1 | Número 3 | Agosto de 2009 Reitor: Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior
Curso de Comunicação Social reconhecido pelo MEC em
Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)
07/07/99, parecer CES 694/99
Site: www.agenciauva.com.br
Coordenador: Prof. Luís Carlos Bittencourt
e-mail: redacao@agenciauva.com.br
Coordenador de Publicidade: Prof. Oswaldo Senna
Oficina de Propaganda: criativo@uva.br
O Esquina Grande Tijuca é um produto da AgênciaUVA
Impressão: Gráfica O Lance | Tiragem: 2.000 exemplares
Vice-Reitor: Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva Pró-Reitor Acadêmico: Arlindo Cadarett Vianna
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Cantinho certo para cuidar da beleza na Tijuca Estudantes da Universidade investem no bem estar sem sair do campus Renato Cozta
Foto: Tatiane Vargas
Centros estéticos, clínicas de beleza e salões. Uma volta pela Tijuca revela que há cada vez mais opções para quem quer cuidar da saúde. E o crescimento deste mercado não é por acaso, uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio do Rio de Janeiro no ano passado, revelou que 85% das mulheres vão aos salões pelo menos duas vezes por semana. Surpreendentemente, entre os homens, o estudo apontou que o índice é de 96%. De olho neste mercado, o comerciante Cláudio Seixas, de 57 anos, abriu há pouco mais de cinco meses, um salão na Universidade Veiga de Almeida. Com experiência no ramo de alimentos, ele decidiu investir em estética e beleza depois de ver que havia a possibilidade de faturar oferecendo serviços aos alunos do Campus. “É uma área que cresceu muito no Brasil. Há dez anos atrás não existia isso e hoje até os homens estão procurando muito”, afirma o comerciante. Dentro do Salão Beni, o cliente tem acesso a 30 serviços, que vão desde manicure até tratamentos específicos para a recuperação dos cabelos. Em média, o local recebe um movimento mensal de 800 clientes. “Procurei oferecer preços acessíveis para atrair o público, porque ainda tem os gastos com a faculdade. Mas também atendemos pessoas que vem de fora do Campus, principalmente das empresas próximas e os vizinhos da faculdade”, explica Seixas. Ele ainda ressalta a importância dos cuidados nos procedimentos para a esterilização do material usado com os clientes. “Quando se trata de beleza e saúde, as pessoas são
Universitários do Campus Tijuca utilizam os serviços do salão de beleza
bem exigentes. Tudo que é usado pelos nossos profissionais é descartável”, afirma. Para Cláudio, as mulheres são as que mais fazem sacrifícios para ficarem mais bonitas. “Ela até deixa de comer para não desmanchar uma maquiagem”. Letícia da Matta é estudante de Psicologia e cliente desde a primeira semana de funcionamento do Beni Coiffeur. “Economizo parte do meu salário para o tratamento da minha pele, unhas e cabelos. E com o salão dentro da minha faculdade, fica muito mais fácil ter acesso aos serviços que eu preciso”, afirma.
Também é possível tratar dos cabelos em casa
Foto: Tatiane Vargas
Thaís Genuino
Mesmo com as facilidades, nem todos podem ir a um salão de beleza com frequência. Ainda assim, os cabelos devem ser cuidados. O tratamento pode ser feito em casa, com produtos que estão ao alcance de qualquer pessoa. Foto: Juliana Machado
O cuidado com os cabelos em casa deve ser diário
A dermatologista do Instituto de Dermatologia e Estética do Rio de Janeiro (IDERJ), Robertha Nakamura, esclarece algumas das principais dúvidas para a manutenção dos fios em casa. P orque os cabelos ficam secos e ressecados? Os cabelos se tornam secos ou ressecados devido às agressões do meio ambiente (sol)
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e aos elementos químicos, o que torna os fios fracos e quebradiços, trazendo o aparecimento de pontas duplas e a falta de brilho. Também pode haver funcionamento deficiente das glândulas sebáceas. Como recuperar o cabelo ressecado no pós -verão? pós-verão? O ideal é fazer hidratação semanal. São indicadas máscaras, que permanecem de 20 a 30 minutos sobre os cabelos, reequilibrando a desidratação sofrida durante o verão. O que usar para proteger os fios das químicas e dos efeitos nocivos do ambiente ambiente?? O tratamento antirresíduos ou de limpeza profunda, que foi desenvolvido para remover resíduos deixados por poeira, cloro, água do mar e tinturas, por exemplo, devendo ser usado de uma a duas vezes por semana. Como devemos lavar o cabelo no dia a dia? Use shampoos que contenham agentes hidratantes com fórmulas que possuam manteiga de karité, D-pantenol, manteiga de cupuaçu e trigo, pois restauram o brilho e a maciez. Após a lavagem, aplique condicionador sem enxágue ao longo dos fios. Escolha produtos com silicone, proteínas e filtro solar, pois são capazes de hidratar, amenizar o efeito quebradiço e proteger os seus cabelos.
Verdadeiro ou Falso? • Lavar a cabeça todos os dias danifica os cabelos? NÃO • O condicionador só deve ser aplicado nos fios a partir de 5cm da raiz? SIM • Temperatura quente da água é a ideal? NÃO • Esfregar os cabelos com mãos ou toalhas pode causar rompimento dos fios? SIM • O consumo de água e fibras vegetais (legumes, verduras e frutas) ajuda a ter um cabelo macio e com brilho? SIM • Os cabelos devem ser aparados com frequência? SIM
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Bairro faz 250 anos com muita história para contar Conhecida pelos índios Tamoios como Tiiuca, a região faz aniversário Fotos: Maurício Bortoluzzi e Natália Mayrink
Na montagem, a Tijuca em dois momentos, em 1913, a calma Praça Saens Pena com seus casarões, e em 2009, movimentada e cercada de prédios Maurício Bortoluzzi, Natália Mayrink e Ronaldo Silva
A jovem senhora está de aniversário. Chamada pelos índios Tamoios de Tiiuca, que significa lodo e lama, o bairro aristocrático, que cresceu ao lado do Palácio Imperial, completa 250 anos. Das tranquilas fazendas de café do século XIX ao frisson da movimentada Conde de Bonfim, a Tijuca reúne muitas histórias para contar. A começar pelas características do bairro, que era totalmente diferente do que é hoje. A imagem de um local urbano, com comércio desenvolvido, não é a mesma dos tempos em que a Tijuca era constituída de chácaras, com seus cafezais e engenhos de cana de açúcar, ou mesmo quando ainda pertencia aos padres da Sociedade de Jesus.
Para o historiador Milton Teixeira,a Tijuca perdeu muito de sua história com a expansão do bairro
No século XVI, Mém de Sá intercedeu para que a área que hoje compreende os bairros do Rio Comprido, Estácio, São Cristóvão, Maracanã, Tijuca, Vila Izabel, Grajaú, Andaraí, Engenho Novo e Benfica fossem entregues aos Jesuítas, para que os mesmos pudessem tirar o seu sustento e dessem prosseguimento aos trabalhos da igre-
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ja. Eles construíram três grandes engenhos e fundaram a Igreja de São Francisco Xavier ao lado do Engenho Velho, que algum tempo depois seria o que é hoje a Tijuca. “A região era muito valorizada com os seus casarões e fazendas. Muitas personalidades do Império passaram a residir no bairro, tais como o Barão de Mesquita, cuja a residência atualmente abriga a Fundação Bradesco; Conde de Bonfim e Visconde de Rio Branco. Mas muitas dessas histórias se perderam com a demolição dessas casas para a construção de prédios”, explicou o historiador Milton de Mendonça Teixeira. Em 1859, a companhia Carris de Ferro da Cidade à Boa Vista inaugurou os primeiros bondes da América do Sul, movimentados por tração animal. Os carros da Tijuca ou maxabombas, como eram chamados, trafegavam de forma experimental, popularizando e dando nome a vários pontos do bairro. Os bondes elétricos chegaram em 1892, com a linha que pertencia à Companhia Carris do Jardim Botânico e fazia o trajeto entre o Largo da Carioca e a Rua Dois de Dezembro. Com o crescimento, a Tijuca passou a sofrer com problemas relacionados ao trânsito e à violência. Cercado por favelas, o tijucano perdeu a paz dos tempos em que o bairro era basicamente formado por fazendas e chácaras. Atualmente, a região é típica de qualquer zona urbana. Para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE, cerca de 180 mil cariocas habitam uma área de 42,28km², equivalente a 470 campos de futebol. O bairro, porém, ainda conserva o ar aristocrático dos séculos passados. Seus moradores se distinguem dos demais cariocas. Ainda é possível encontrar nas antigas trilhas dos índios Tamoios, que se transformaram em ruas e avenidas, e nas
igrejas antigas, a beleza que conquistou os fidalgos e os republicanos. As antigas maxabombas deram lugar ao metrô e a diversão fica por conta dos bares, shopping centers, praças públicas e das partidas de futebol nos fins de semana.
A Broadway Tupiniquim A Tijuca também ficou famosa por ser considerada a Broadway tupiniquim ou, como se dizia com muito orgulho, a Cinelândia da Zona Norte. Esta comparação é devido aos 12 cinemas que existiam envoltos à Praça Saens Pena. O principal deles era o Cinema Olinda, inaugurado no ano de 1940, até então o maior do Brasil, com 3.500 lugares. Na década seguinte, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os cinemas entraram em decadência, cedendo espaço para o futebol com a construção do Estádio do Maracanã, no ano de 1950. Atualmente, o Cinema Olinda abriga uma igreja evangélica.
Qual presente de aniversário você daria à Tijuca? “Uma urbanização melhor, com cuidado especial com a população de rua”. Hércules Mauro
“Segurança. A Tijuca merece alguém que olhe por ela, porque está abandonada”. Leide Rios
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Centro Cultural Cartola e o berço do samba Emanuelle Bezerra
No pé do morro da Mangueira está aberto desde 2001 o Centro Cultural Cartola, uma homenagem merecida ao fundador e responsável pelas cores de uma das maiores escolas de samba do Rio de Janeiro. Para não deixar que a história e a importância deste sambista, autor da célebre “As rosas não falam” e do primeiro samba da Mangueira, se percam por falta de registro e memória, surgiu a ideia de realizar um de seus desejos: ter um lugar dentro da Mangueira que atendesse a crianças da comunidade. O diretor social e presidente do espaço, Jorge Luiz Matias Alves, diz que o centro cultural é uma defesa da memória de todos os sambistas. “O Cartola era um grande defensor de sua classe. Por isso, o centro cultural também é uma defesa, não apenas dele, que é lembrado pela escola que fundou, mas de todos os sambistas”. O Centro Cultural Cartola foi fundado pela família do sambista e conta com a colaboração de ‘sócios’ que não mantém uma contribuição fixa, mas que ajudam no funcionamento. No espaço são realizados oficinas e cursos voltados para a arte e o esporte. Os principais são capoeira, dança, tênis de mesa e judô. Este último conta com o maior tatame da cidade e todos os alunos recebem da instituição o uniforme relativo à sua atividade, neste caso um quimono. Além de um centro esportivo e dois espaços para exposições; o local oferece uma biblioteca, salas para trabalhos pedagógicos,
um auditório e um espaço para eventos e uma sala especial para a orquestra de violinos. Em fase de construção, a praça de eventos Zicartola e um estúdio. As assistentes sociais Érica Palumbo e Priscila Santos foram visitar o Centro com a intenção de buscar ali maneiras de integrar os membros da comunidade à cultura e memória do local onde vivem. “Muitos deles não sabem tudo que este espaço oferece. Alguns nem conhecem o local. É uma pena”, lamenta Priscila. Érica concorda com a amiga e diz que falta uma maior divulgação para a instituição. “É incrível que se consiga manter com tanta qualidade uma organização sem custeio algum do governo. O mais triste é que aqui se conta a história do samba, e não só do Cartola; mas as pessoas não visitam”. Fotos: Tatiana Carvalho
Mistério dos óculos do compositor As novas gerações que veem as imagens do sambista do passado não conhecem a história por trás das lentes escuras. Não era charme e nem fazia parte de um eterno figurino. O artista usava os óculos também por uma questão estética, mas que foi provocada por um problema de saúde. Cartola se submeteu a uma cirurgia estética no nariz, pois estava com algumas protuberâncias que o incomodavam. A cirurgia teve complicações e gerou efeitos colaterais, que escureceram os olhos de Cartola. A partir de então passou a usar os óculos escuros, que viraram a sua marca registrada.
O samba no Zicartola e a cultura carioca O que parece apenas a junção de dois nomes foi o berço do samba criado por duas personalidades. Angenor de Oliveira e Euzébia Silva do Nascimento, nomes de Cartola e Dona Zica, fundaram o Zicartola em 1963 no casarão da Rua da Carioca número 53. Pelas mesas do restaurante passaram grandes artistas da música brasileira como Zé Kéti e Nelson Cavaquinho. Foi uma época de grande efervercência política, intelectual e cultural na cidade carioca.
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Universidades apostam em tecnologia educacional Diego Vicente
Estudar para obter uma melhor qualidade de vida está nos planos de muita gente, mas é complicado conciliar estudo, trabalho, família e amigos. Muitas vezes, cursar o ensino superior não é somente difícil, mas impossível. Em muitas regiões do país, não há escolas ou universidades e a única solução seria a mudança, o que pode ser um transtorno. A Educação a Distância veio facilitar esse processo. Ela é utilizada há muito tempo, mas foi o advento da Internet que a tornou forte na democratização do ensino no Brasil. A Universidade Veiga de Almeida é uma das instituições de ensino superior no Brasil que oferece cursos a distância. Por meio de um convênio com a Universidade Virtual Brasileira (UBV), disponibiliza a
Letícia Melo adora o sistema e pretende fazer muitas matérias on line
graduação em Administração de Empresas, com autorização do Ministério da Educação. Segundo a coordenadora do Núcleo de Educação a Distância da UVA (NEAD), Ilene Pessoa, as tecnologias abriram novos caminhos para o aprendizado. “ A Internet possibilitou a expanção do ensino em locais de difícil acesso”. A abertura de núcleos específicos para essa finalidade tem facilitado também a vida de muitos alunos que fazem os cursos presenciais, pois propiciam a abertura de disciplinas online dentro de uma graduação normal e possibilitam uma melhor flexibilidade de ritmo e horário de estudo. Caso de Letícia Melo.”A facilidade de estudar sem ir à faculdade é muito boa. Basta apenas ter acesso a um computador e a Internet”, declara a estudante de Comunicação Social. Desde 2001, a UVA disponibiliza, através do NEAD, oito disciplinas online: Metodologia Científica, Empreendedorismo, Ciências Ambientais, Comunicação Oral e Escrita, Filosofia, Sociologia, Saúde Coletiva e Direito Ambiental. O sistema UVA ONLINE oferece ferramentas de interação entre estudantes, professores e monitores, com um suporte interativo, esclarecendo qualquer dúvida na utilização do ambiente virtual. O crescimento do uso da Internet como ferramenta de ensino é notório. De acordo com Ilene, em média quatro mil alunos são escritos por semestre nas matérias online e graduação a distância. São mais de vinte mil matrículas desde a criação do ambiente virtual. O bom resultado da educação a distância também é graças a qualidade do ensino. O sucesso é tanto que o NEAD lançará em breve o curso de Pós-graduação em Planejamento de Gestão Ambiental e mais cursos de graduação pela UVA.
Tijuca, um bairro sem fronteiras Gabriel Peres
Quem mora, trabalha ou costuma andar pela Grande Tijuca sabe que se trata de uma localidade bem estruturada, com comércio forte, áreas de lazer, prédios e locais históricos e importantes. Mas se engana quem acha que a região termina em suas fronteiras com outros bairros ou que fica restrita a seus 370 mil habitantes. Atualmente, é possível encontrar uma Tijuca inteira também na Internet. Através de fóruns no Orkut, sites especializados ou de lojas e shoppings, é possível programar o fim de semana, debater assuntos relacionados às redondezas ou tratar de questões diversas. Na maior comunidade do Orkut sobre a Tijuca, com mais de 27 mil membros, os tópicos são bem variados. Apesar da grande quantidade de brincadeiras e jogos virtuais entre os participantes, também são abordados temas relevantes. Com cerca de 30 respostas, a postagem que pergunta “Quem já foi assaltado na Tijuca?” serve como uma forma de dividir experiências e informações sobre tipos de roubos e locais perigo-
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sos. Outro tópico é usado como classificados e os usuários inserem seus produtos e serviços, que ficam à disposição de todos. Assim como em um papo informal, a segurança também é um tema importante na versão virtual do bairro. Uma comunidade com nome de “S.O.S Tijuca” e mais de cinco mil inscritos pede pelo fim da violência e pela paz no bairro. Apesar da força das redes sociais, o site Tijuca-rj.com.br é um dos maiores destaques relacionados ao tema na web. Com notícias, colunas, agenda cultural e outras seções, todas focadas na região, o espaço
reúne um grande conteúdo voltado para os tijucanos e se propõe a ser referência do bairro e adjacências na rede. “A Internet facilita bastante na hora de procurar algum programa ou informação sobre meu bairro. Faço faculdade de História e também me interesso muito pelo contexto histórico daqui. Atualmente, é muito mais fácil ter acesso a todo esse conteúdo através da web”, afirma o estudante Daniel Barone. Os serviços e facilidades que a rede de computadores proporciona aos moradores da Grande Tijuca são incontáveis. Procura alguma informação, quer conhecer um pouco mais do seu bairro ou simplesmente pegar um cineminha? Experimente digitar “Tijuca” no seu site de buscas preferido. Boa navegação!
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Biblioteca da universidade ao alcance de todos Aberta não somente aos alunos, mas também para a comunidade local, a Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho, situada dentro do Campus da Tijuca da Universidade Veiga de Almeida, se destaca pelo vasto acervo e também por diversos serviços. Além de livros, a biblioteca possui obras de referência, publicações periódicas, teses e conteúdos digitais. Os usuários têm acesso ao acervo via terminais eletrônicos ou por meio de catálogos separados por autor, título e assunto.
Moradores e estudantes podem consultar o acervo
Estudante de Medicina da Universidade Souza Marques, Junia Vieira aproveita que a biblioteca é aberta para estudar, já que em casa não encontra tranquilidade para ler, por causa da sua filha pequena e de telefonemas. “Mesmo não sendo aluna da UVA, sempre pude contar com o espaço para fazer meus trabalhos e minhas pesquisas, o que está ajudando muito na minha formação acadêmica”, conta. O acervo possui mais de 120 mil livros e são realizadas, por ano, uma média de 87 mil consultas. A diretora do Sistema de Bibliotecas da UVA, Maria José, acredita que esse acesso facilitado é um grande diferencial e torna o espaço importante para os estudantes. “Devido ao amplo acervo, eles podem adquirir informação e fazer suas pesquisas sem se preocupar se irão achar o que querem. É bastante gratificante ver a frequência de pessoas aqui”, afirma a diretora. Os dois destaques da biblioteca são as cabines individuais, que podem ser usadas por alunos e professores que de-
Prefeitura promove atividades gratuitas para terceira idade
sejam mais privacidade com o uso de seus laptops, e as salas de estudo, utilizadas por grupos de alunos que precisam de um espaço para conversar e debater trabalhos e pesquisas. A Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho está localizada na Rua Ibituruna, 108, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 16h.
Foto: Isabel Ludgelo
Amanda Guerini e Verônica Garcia
Fotos: Verônica Garcia
Veiga de Almeida disponibiliza acervo de livros e periódicos para consulta
Por Joyce Tostes
Equilíbrio, coordenação motora e domínio do próprio corpo são alguns dos muitos benefícios que a atividade física pode proporcionar para quem tem mais de 60 anos. E foi pensando nisso que a Prefeitura do Rio de Janeiro lançou o Projeto Ginástica na 3ª Idade. Com exercícios, é possível combater doenças tão comuns e preocupantes na terceira idade como a obesidade e a perda da massa óssea (que causa osteoporose). Além disso, é possível obter o fortalecimento muscular, fazendo com que dores já existentes, provenientes de problemas como artrite, tendinite, bursite, artrose e de coluna, sejam evitadas e tratadas. Segundo o cardiologista Nabil Ghorayeb, a partir dos 70 anos a força muscular tende a cair pela metade, por isso nunca é tarde para começar a busca por uma vida mais saudável. “Os exercícios aeróbicos dão disposição, energia e ajudam a baixar a pressão arterial. Já a musculação é fundamental para o fortalecimento dos ossos e músculos”, afirma o médico.
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O Projeto Ginástica na 3a Idade reune idosos em busca de melhor saúde física
E o melhor agora, é que essas atividades podem ser realizadas de graça com supervisão de profissionais de Educação Física, em diversas praças espalhadas pela cidade, inclusive na Tijuca e seus arredores, onde o índice de moradores idosos é alto.
As atividades físicas são oferecidas gratuitamente nas praças Xavier de Brito, todos os dias das 7h às 9h, e na Afonso PPena, ena, segundas e sextas das 7h às 9h.
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MEMÓRIAS DOURADAS EM PRETO E BRANCO O passado do clube tenta restaurar o presente Foto: arquivo do Club Municipal
Ricardo Almada, Cadhu Cardoso e Jeferson Rodrigues
Quem caminha no coração da Tijuca, pela Rua Haddock Lobo, não imagina que está próximo a grandes lembranças da história do esporte amador. O Club Municipal serviu de lar para gerações vencedoras em algumas modalidades olímpicas. Os nomes vão desde Arcy Kempner, fera no arco e flecha, até Alexey, Sérgio Macarrão e Jorjão, no basquete. Este último é mais conhecido pelo parentesco direto com Carmo de Souza, o Rosa Branca, bicampeão mundial de basquete em 59 e 63, pela Seleção Brasileira. Essa geração mantinha acesa a rivalidade com o Tijuca Tênis Clube, outro grande formador de atletas amadores. “O público vinha sempre das redondezas, então o ginásio estava sempre
lotado”, revela Charles Zarani, ex-jogador de basquete do clube. Apesar do passado glorioso, o azul e branco passou por maus momentos durante a década de 90. Após uma mudança de gestão, a falta de verba encerrou as atividades esportivas olímpicas do clube, e por mais de dez anos o que se viu foram as grades do ginásio trancadas a cadeado. Hoje, o clube procura recuperar o prestígio, com investimento nos jovens atletas. Aristônio Leite, ex-jogador e atual treinador de equipes de base do Club Municipal, cita a força da geração que está por vir. “Hoje já estamos desenvolvendo um trabalho forte. Temos o Bruno Ribeiro, “Peri”, e o Gabriel Dantas na equipe de treinadores e estamos conseguindo atingir boas colocações”. Peri aproveita a assistência de Aristônio e informa que, na última competição sulamericana a equipe tijucana alcançou 3º e 4º lugares. Quem confirma a boa safra do clube é a revelação Eduardo Lisboa. De passagem marcada para Miami, após conseguir uma bolsa de estudos através do basquete, Lisboa é um sério candidato a representar a Tijuca na Liga Universitária Americana.
Amadorismo x Profissionalismo Cadhu Cardoso e Eduardo Negri
Atualmente, a palavra profissional é usada cada vez mais para uma pessoa que é paga para exercer certa atividade ou praticar determinado esporte, ao contrário do chamado amador. Profissionalismo, geralmente, está relacionado a dinheiro, marketing, contratos e visibilidade. Isto é: o termo profissional tem como conotação alguém com um alto grau de eficiência. Ou seja, ele vai lá e resolve. Um bom profissional é desejado por todos em diversos ramos e em especial no mundo dos esportes. A ideia de um trabalho com boa qualidade profissional é sempre respeitada e apreciada. Por outro lado, a expressão amador é uma palavra bonita que significa “aquele que ama”. Porém, foi rebaixada para um
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sentido de simples iniciante, ou seja, alguém com uma certa prática e não merecedora de total confiança. Quando se diz ”ele é apenas um amador”, não existe mais o sentido de antes. Basta perguntar a qualquer um se ele prefere praticar esporte como amador ou estar ao lado de um profissional. O conceito de profissionalismo teve início, principalmente, a partir da década de 70 e já é algo consolidado. Este debate requer mais do que saberes indispensáveis a um profissional. Envolve, indubitavelmente, a nomenclatura e, consequentemente, a sua respeitabilidade. Um amador pode até não ter tido uma formação sólida. Contudo, se desempenha alguma atribuição com maestria ou alcança bons resultados, ouvirá: “Parabéns, seu trabalho foi de profissional”.
OPINIÃO
Luiz Lima
Foto: arquivo pessoal
Como você define a diferença entre um esportista amador e o profissional? Eu considero um amador aquele que pratica o esporte basicamente com recursos próprios, com fins de melhoraria da sua qualidade de vida e como forma de lazer. Também classifico como amador aquele que se dedica ao esporte com certa continuidade. Já o esportista profissional é aquele que tem algum vínculo com patrocinadores e vive exclusivamente disso. Possui uma carreira estabilizada, um histórico bastante rico e uma remuneração suficiente para ele viver. A diferença do amador para o profissional é basicamente a relação do ganho financeiro com a atividade esportiva. Por outro lado, o amador pode ser também um esportista de alto nível, mas, que não vive exclusivamente do esporte. Que momento de sua vida você considera como marco onde teria passado de um esportista amador para um profissional? Aos dezesseis anos. Foi quando eu ingressei na Seleção Brasileira e assinei os meus primeiros contratos com patrocinadores. Foi a partir deste momento que reparei que eu era um atleta em condições de ter uma carreira profissional esportiva de sucesso e comecei a viver exclusivamente do esporte.
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