Esquina Grande Tijuca n° 5

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ARTE ABRE CAMINHO PARA A CIDADANIA 8

Há 12 anos, o projeto Fazendo Arte educa e transforma a vida dos jovens do morro do Turano na Tijuca

Novembro de 2009 | Ano 1 | Nº 5 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo

Oficina de canto da UVA melhora a autoestima na Terceira Idade

Grupo de alunas pratica canto para socializar e exercer a convivência, resgatando, desta maneira, o espírito jovem na 3º idade 5

Projeto Cesta Cidadã forma promessas no Basquete e leva aluno para os EUA 7

ARTESANATO DA TIJUCA GANHA O MUNDO COM A FEIRA HIPPIE

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Escolinha de futebol garante diversão para crianças e treinamento para adolescentes 6 Jovens garantem renda extra e conquistam o primeiro emprego com as contratações de Natal 2 Mistérios envolvem o ato de dar flores de presentes e são revelados na Rua das Flores 4

Tatuar ou não tatuar? Eis a questão Ficou mais fácil marcar o corpo com a arte

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Novembro de 2009 | Ano 1 | Número 5

Tecnologia ao alcance do tijucano

Carta ao leitor Este semestre, uma nova turma reiniciou o trabalho de produção do

Centro comercial oferece qualidade e bom preço

jornal Esquina Grande Tijuca. A tare-

Victor Pencak

ção, não era fácil. Os alunos deveriam dar continuidade ao projeto idealizado por outros colegas, com pro-

Foto: Victor Pencak

fa, agora a cargo da disciplina de Edi-

dução de pautas, apuração e edição da publicação. Pensar em pautas que ainda não foram tratadas em poucos dias foi a maior dificuldade dos futuros jornalistas, sem contar os atrasos nos retornos dos entrevistados e a vergonha desses de serem fotografados. No entanto, mesmo com todos os percalços vividos neste mês, os focas deram conta do recado e conseguiram produzir a quinta edição do Esquina. As matérias foram escolhidas de acordo com o assunto tratado e as correlações existentes entre elas. Assim, este Esquina está variado, com matérias que abordam as atividades da terceira idade aos projetos em comunidades carentes da região. Aproveite e boa leitura!

Felipe Cruz abriu um stand de olho no mercado de tecnologia e na boa localização do shopping

Progresso e tecnologia caminham cada vez mais entrelaçados nos dias de hoje. Com a chegada do shopping de informática Promoinfo Tijuca, o bairro deu um passo largo em direção ao futuro. Com uma gama variada de stands, o espaço oferece todos os tipos de serviços, desde a compra de um computador personalizado até a manutenção de uma impressora empresarial. Segundo Juan Dias, que tem o hábito de recarregar o cartucho de sua impressora no lugar, a Tijuca era carente no quesito tecnologia. “Eu tinha que ir até o prédio da Avenida Central, na Cari-

oca, para poder comprar equipamentos de informática”. Há um ano no local e dono de um stand na entrada do shopping, Felipe Cruz afirma que a movimentação de clientes é excelente. “A proximidade de uma estação de metrô, de paradas de ônibus e do Shopping Tijuca faz o ponto ser muito lucrativo”, explica. O shopping está localizado no coração da Tijuca, na Avenida General Roca próximo à praça Saens Peña e atende toda a demanda da região. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h. Aos sábados, as lojas ficam abertas até às 19h.

Pró-Reitor Comunitário: Dr. Antônio Augusto de

Reportagens, edição e diagramação: alunos do 6º

Andrade Magaldi

período, disciplina de Edição

Diretor Administrativo-Financeiro: Mauro Ribeiro Lopes

Professor-orientador e edição final: Érica Ribeiro

Diretor do Campus Tijuca: Prof. Abílio Gomes de Carvalho Júnior

AgênciaUV A AgênciaUVA

Diretora Acadêmica: Profa Mônica Aragon

Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 20271-020

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca Ano 1 | Número 5 | Outubro de 2009 Reitor: Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior

Curso de Comunicação Social reconhecido pelo MEC em

Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)

07/07/99, parecer CES 694/99

Site: www.agenciauva.com.br

Coordenador: Prof. Luís Carlos Bittencourt

e-mail: agencia@uva.br

Coordenador de Publicidade: Prof. Oswaldo Senna

Oficina de Propaganda: criativo@uva.br

O Esquina Grande Tijuca é um produto da AgênciaUVA

Impressão: Gráfica O Lance | Tiragem: 2.000 exemplares

Vice-Reitor: Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva Pró-Reitor Acadêmico: Arlindo Cadarett Vianna


Novembro de 2009 | Ano 1 | Número 5

Oportunidades à vista

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O que a tijuca tem

Contratações extra-Natal trazem a O bom gosto dos artesanatos da feira possibilidade do primeiro emprego hippie da tijuca encanta a todos Munich Barcelos

O fim do ano se aproxima e com ele aumenta a esperança de jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho, mas tem dificuldades, ora devido à escassez de oportunidades, ora devido à inexperiência. O comércio, em especial o dos shoppings, costuma não exigir experiência e é bem receptivo aqueles que buscam o primeiro emprego. O Shopping Tijuca, por exemplo, prevê que serão abertas para o período de festas em torno de 800 vagas temporárias, sendo as principais para vendedores, caixas, estoquistas, repositores e seguranças. André Brasil, gerente da filial da Taco no shopping da Taco, menciona que a loja dá início à seleção dos candidatos em novembro e que não exige experiência no ramo. “O candidato deve ter garra e muita disposição para o trabalho, o resto é consequência”, frisa o gerente, que acrescenta que mulheres a partir de 17 anos e homens com 18 anos e certificado de reservista já podem enviar seus currículos para o banco de dados da loja. Subgerente da loja Deny Sports, Clayton Luiz, diz que a loja dá preferência a ex-funcionários ou pessoas que já tenham prestado serviço extra-natal à loja, pois devido à grande gama de produtos que comercializa precisa que o profissional tenha alguma experiência. “Precisamos de profissionais ágeis e de confiança, para que nosso trabalho flua com mais facilidade”, comenta. Mesmo sendo um trabalho temporário, o empregador deve fazer registro em carteiro. Assim, para garantir que os direitos trabalhistas sejam cumpridos na íntegra, o profissional deverá apresentar a carteira de trabalho tão logo seja contratado e, caso ainda não possua, poderá obtê-la com um documento de identificação, que pode ser o RG, a certidão de nascimento, a certidão de casamento ou o certificado de reservista sem rasuras e em bom estado, É aceito também cópia de qualquer um desses documentos, contanto que devidamente autenticados em cartório. Além disso, será necessária uma foto 3x4 recente, em fundo branco – que pode ser colorida ou preto e branco. Para os estrangeiros o procedimento é o mesmo, mas eles precisam comprovar sua condição de naturalizado por meio da carteira de identidade civil. Quando a primeira carteira é emitida o nome do cidadão é incluído automaticamente no PIS/PASEP.

Onde tirar a Carteira de Trabalho CPETR - Centro Público de Emprego, TTrabalho rabalho e Renda Rua Camaragibe, 25 Segunda à sexta-feira, das 9h às 17h SINE – Sistema Nacional de Emprego Rua Carlos Vasconcelos, 148 Loja A Segunda à sexta-feira, das 8h30 às 16h30 VIII Administração Regional Rua Desembargador Isidro, 41 Segunda à sexta-feira, das 8h às 16h Anote, guarde ou dê para alguém que precise!

Mariana Daudt Foto: www.sxc.hu/

A feira hippie da Praça Sãens Pena, a chamada feirante, é uma feira popular administrada pela secretaria municipal de cultura, juntamente com a secretaria municipal de governo, funcionando todas as sextas e sábados, dando um colorido especial para a praça. Lá é possível encontrar uma grande variedade de produtos artesanais com preços para todos os bolsos. Tudo começou em 1968, quando um grupo de artistas plásticos, com dificuldade de expor em luxuosas galerias de artes, tiveram a iniciativa de se unir para expor seus trabalhos nas praças. Essa ação impulsionou a carreira de inúmeros artistas que faziam parte do movimento hippie, com peças bastante originais e exuberantes dando início as feiras de artesanato, com a participação de vários artistas desconhecidos e inúmeros apreciadores, como o estudante Mauro Cezar. “Vale muito a pena vir até a feirinha, pois sempre encontro ótimos preços e muita criatividade em um lugar só”, diz. Com a proximidade do Natal, os preços e a variedade de produtos ficam melhores. Mais pessoas enchem os corredores entre uma barraca e outra procurando as melhores ofertas. “Sempre passo na praça e não resisto a feirinha e já estou começando a fazer minhas compras de natal”, conta a dentista Patrícia Santos.

Artesanato tipo exportação Para a artesã Helena Bernardes, a feira, por esses aspectos deveria ser considerada ponto turístico, pois tem a cara do Rio e das pessoas tipicamente cariocas. “A feira tem que ser considerada uma atração turística assim como o Cristo Redentor. Adoro trabalhar aqui pois conheço gente nova e muitos turistas, que inclusive levam meu trabalho para fora”. A feira tem varias opções de artesanato para pessoas de todas as idades e de todos os gostos, sendo levado assim para fora do país e provocando nos artesãos mais ainda a vontade de que a feira seja considerada e reconhecida como um ponto turístico. “Minhas caixas já andaram em todas as partes do mundo pois atendo vários turistas que compram em grande quantidade”, afirma a artesão Elida Maria. Com toda a infraestrutura montada, a feira acontece todas as sextas e sábados na Praça Sãens Pena e sempre com muitas novidades, inclusive de vestuário, para fazer com que mulheres e homens sempre andem na moda com bom gosto e pagando barato.


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As flores escondem espinhos Rafael Menezes

A primavera chegou trazendo prosperidade para a floricultura e a chance de surpreender a pessoa querida com lindas flores. Mas, esse gesto pode esconder algumas situações. Esses momentos serão desvendados com as histórias da Rua Major Ávila, a “Rua das Flores”, a partir desta estação. Apesar de a época ser propícia para alavancar as vendas, os maiores lucros acontecem nos dias das Mães e dos Namorados, respectivamente. Há 17 anos na floricultura, Paulo Lima afirma que é difícil identificar o interesse dos compradores. “Em geral, os clientes não demonstram o porquê de estarem comprando flores”.

Memórias gravadas na pele Mercado de tatuagem alcança mais adeptos Ananda Menali

Com tanta diversidade no mercado, acabaram surgindo os profissionais ilegais. De acordo com Wanderley, do Tarantula Tattoo, o ideal é o cliente ter certeza de que deseja se tatuar e escolher bem o lugar e o profissional. “Além do desenho, já que é algo para a vida inteira”. Juliana Inamel estava firme quando tomou sua decisão. Ela cresceu querenFoto: Mauro de Souza

Durante muito tempo a tatuagem foi associada às classes mais baixas ou aos criminosos, mas isso mudou radicalmente com o passar dos anos. Hoje é quase unanimidade dizer que ela virou símbolo estético e popular, com estrelas da música, cinema, TV e até modelos exibindo seus elaborados desenhos. No meio de tal sucesso, os riscos à saúde também aumentaram. Com o objetivo de coordenar essas questões foi criado o Sindicato dos Estúdios de Tatuagem e Body Piercing. Para o diretor-presidente do SETAP-SP, Antonio Carlos Ferrari, a população fica vulnerável às infecções cruzadas, principalmente ao vírus da Hepatite C. “Atualmente há 5 milhões de brasileiros infectados. Estamos com o projeto de lei 2104-07, em trâmite na Câmara dos Deputados, que irá regulamentar a atividade no Brasil”. Na Tijuca não faltam opções – devidamente cadastradas – para quem deseja aderir à moda. Dono do estúdio Banzai Tattoo e Piercing e tatuador, Lúcio Tattoo afirma que a arte nos dias atuais não tem mais um público-alvo definido. São pessoas dos 18 aos 75 anos, interessadas em rabiscos diversos, como frases e nomes de parentes. “É atemporal porque fica no corpo da gente até morrer, as pessoas se encantam por isso. Quando faz uma, perde aquele medo e faz mais”.

Mas a comerciante Márcia Fernanda, de 40 anos, reconhece variações de comportamento em seus clientes. Segundo ela, é comum comprar flores para tentar se reconciliar com alguém. Ela ainda destaca situação peculiar: “o marido vem comprar flores com a esposa, mas ela não aceita porque não quer gastar. No dia seguinte, ele aparece com a amante, que escolhe as flores mais caras”. A explicação para esse fenômeno, segundo Márcia, está no fato que de que as esposas consideram as despesas do lar e, por isso, economizam nos caprichos. Já com as amantes, essa preocupação é inexistente. Por mais nobre que seja a intenção de dar flores, essa atitude parece deixar algumas palavras soltas no ar. Ainda bem que as rosas não falam.

do alguma estrela do céu como presente e hoje exibe uma constelação inteira nas costas. “Eu olho e parece que o desenho nasceu aqui”. Já para Rafael Dias, a motivação veio após o lançamento do álbum Catch 33, da banda de metal Meshuggah. “Minha vida mudou e passei a ver esse algarismo em todos os lugares”. Agora ostenta um número 33 em cada ombro. As ocasiões e motivos que levam as pessoas à criação de uma marca exclusiva no corpo podem ser os mais variados. Fazer uma tatuagem é uma decisão muito séria. O importante é ter certeza do que – e como – vai ser eternizado.


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Oficina de canto reaquece a vida na terceira idade Mônica Turboli Foto: Mônica Turboli

Alunas da oficina de canto da Unati se reunem uma vez por semana para bater papo e soltar a voz

A terceira idade é a última etapa na vida de um indivíduo. Esta é a descrição teóricocientífica que pode parecer um tanto fúnebre. Entretanto, na prática, há diversas maneiras de viver fortes emoções sem medo de ser feliz nesta fase da vida. Uma delas já foi encontrada pelo grupo organizado na Universidade Veiga de Almeida que pratica aula de canto e faz parte do coral como curso de extensão cultural. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“O que nós fazemos aqui é uma oficina de coral porque quem tem aptidão canta, e quem não tem, canta também” Elza de Souza ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O coordenador da Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), Dimas Lindo, resolveu implantar o projeto em 1991, depois de ter visualizado o curso na Universidade de Toulouse, na França. “O nosso projeto foi o pioneiro no Rio de Janeiro. Foi uma inovação na época, pois não existia nenhum outro curso voltado para os idosos”. Uma iniciativa mais do que aprovada por Elza de Souza, de 76 anos, aluna assídua das aulas desde 1992. “O que nós fazemos aqui é uma oficina de coral porque quem tem aptidão canta, e quem não tem, canta também”. Nas aulas, os alunos são divididos nos timbres vocais de soprano e de contralto e todos tem apenas uma obrigação: cantar. O objetivo da Unati é promover um resgate à cidadania e à auto-estima, trazendo a possibilidade para o idoso criar um novo projeto de vida. Os alunos têm entre 50 e 95 anos. “Nós trabalhamos com alunos a partir de 50 anos porque o nosso

curso tem caráter preventivo, ou seja, prepara o modo de encarar essa questão da finitude”, explica Dimas Lindo. Além da prática vocal em sala, o coral se apresenta em várias instituições. Dimas Lindo conta que uma das vezes em que ficou muito emocionado foi durante um congresso, em Juiz de Fora, onde o coral se apresentou e foi muito aplaudido. “A plateia chegou a pedir bis. A apresentação só não se prolongou porque o tempo no teatro era limitado”. Sobre os benefícios proporcionados pelas aulas de canto, Marília Moraes, de 63 anos, aluna há três anos, explica: “é um relaxamento mental muito bom porque a gente se descontrai e canta”. Quem pratica afirma que o canto devolve a auto-estima, traz uma visão mais eclética da vida e faz com que renasça dentro das pessoas um sentimento de aceitação do próximo. Outra aluna que reconhece a vantagem do coral é Ivanize Leite, de 62 anos, que está no coral desde 1998. “O grupo mudou a minha auto-estima e a minha felicidade porque nós estamos sempre unidos e socializando, o que é muito bom”. Dimas Lindo garante que a socialização na terceira idade é fundamental para uma mudança positiva em termos de fortalecimento do ego. Os encontros desenvolvem um sentimento de lutar com dignidade pelo reconhecimento do papel do idoso na sociedade. Os interessados em participar das aulas oferecidas pela Unati devem possuir mais de 50 anos e apresentar nível de escolaridade compatível com a atividade. O importante nas aulas é praticar a socialização e a convivência entre as pessoas, o que resgata uma valorização pessoal. Inscrições para a Unati Rua Ibituruna, 108, Tijuca, das 10h às 21h


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Escolinha oferece recreação e promove interatividade Daniel Geovani Foto: Daniel Geovani

Além da diversão, as crianças que praticam algum tipo de esporte melhoram o redimento no dia a dia

Em clube que leva em seu nome apenas uma modalidade esportiva, há também espaço para outras. Esse é o Tijuca Tênis Clube, onde se encontra vários esportes, e um deles é futebol. Há 40 anos funciona a escolinha que, atualmente, reúne mais de 150 alunos entre 3 e 14 anos de idade. O Clube conta com dois campos onde se pratica o treinamento de futebol desde as equipes fraldinha até os adolescentes. Assim como na criação do clube, que sempre foi voltado para a vida

social, a escolinha tem como objetivo a coletividade entre os jovens, além do lazer. “O trabalho feito aqui tem boas consequências como a interação entre os alunos”, conta Marcos Vinícius, mais conhecido como Peninha, professor da escolinha há 8 anos. Além disso, todo esporte possibilita ao praticante, seja ele criança ou adulto, um melhor rendimento em seu dia-a-dia. E isso não é diferente no futebol do clube. Notou-se que os alunos tiveram um bom desempenho na escola depois que

Tijuca forma atletas das piscinas Luana Bartholo

César Cielo, Lara Teixeira e Nayara Figueira. O que esses nomes têm em comum? Em primeiro lugar, todos eles são atletas brasileiros de esportes aquáticos. Ainda se assemelham porque estiveram nas últimas Olimpíadas de Pequim em 2008. Cielo foi medalha de ouro na natação, Lara e Nayara formaram o dueto que representou o país no nado sincronizado. Quando olhamos atletas de alto nível nem sempre paramos para pensar como tudo começou para eles. Mas sim, teve um início! Os atletas de ponta de hoje, um dia já frequentaram escolinhas, muitas vezes, em seu próprio bairro. Como é o caso do nosso campeão olímpico, que começou no Esporte Clube Barbarense, na cidade paulista de Santa Bárbara d'Oeste, onde nasceu. O bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, assim como o distrito do nosso recordista, já formou e continua formando alguns atletas nas modalidades aquáticas. Esses clubes podem ser o pon-

to de partida para medalhas estaduais, nacionais e até internacionais. O Tijuca Tênis Clube trabalha com esse pensamento. O lugar é repleto de pequenas feras, que um dia sonham em poder sair e se tornar estrelas em sua modalidade, e outros que já se consolidaram como grandes campeões. A natação, por exemplo, tem hoje um dos maiores atletas brasileiro do nado borboleta, Kaio Márcio. Mas, é no nado sincronizado que o Tijuca tem mais expressividade nas piscinas nacionais. O Clube tem uma das maiores e mais estruturadas equipes de todo o país nas categorias aquáticas. E foi de lá que saiu a atleta Lara Teixeira, integrante do dueto olímpico do Brasil, e que treina hoje em São Paulo. Além dela, ainda as campeãs Sul-Americanas Pamela Nogueira e Camile Almeida e a famosa dupla, eleitas musas do Pan-Americano do Rio de Janeiro, as gêmeas Bia e Branca Feres. A técnica de nado, Suzane Trunn diz que o clube tem o objetivo de formar atletas olím-

começaram a treinar. “Desde que meu filho entrou, as notas dele melhoraram e o convívio com os amigos também”, diz Maria Helena, mãe de Breno, de 11 anos. Com as crianças de até 5 anos há um tipo de recreação, na qual elas têm algumas horas de lazer e diversão depois da creche. Já com os maiores, começa o treinamento de fundamentos de passes e finalizações. “Aqui o trabalho feito com as crianças desenvolve suas habilidades, sua técnica e suas capacidades física, psicológica e social”, explica Peninha. E esse trabalho já rendeu bons frutos, como foi o caso de dois ex-alunos que chegaram a jogar nas bases de Flamengo e Vasco. Sócios e não-sócios podem fazer parte da escolinha. E os alunos ainda podem participar dos campeonatos que acontecem no clube. Em 2001, um time formado pelos jovens surpreendeu a todos e foi campeão da Copa Light. Segundo Peninha, a procura pela escolinha não é muito grande, pois o Tijuca Tênis Clube ainda é um clube de bairro. “Praticamente todos os alunos são moradores da Tijuca ou bairros próximos”, conta. Mas o professor considera o grupo como uma família e realiza seu trabalho com muita serenidade e competência. picos. “O nosso trabalho é muito forte e se destaca no Brasil inteiro. Temos todas as categorias e os nossos atletas são treinados para as competições. Então, desde muito cedo, eles aprendem o espírito do esporte da alta competitividade”. Ela ressalta que, todos os campeões do Tijuca que saíram e fizeram parte da Seleção Brasileira, foram formados nas bases tijucanas. “Nós nunca tivemos uma pessoa de fora que viesse integrar a nossa equipe, todos os atletas começaram aqui, dando as primeiras braçadas na escolinha de natação”, conta orgulhosa. Uma vez por ano é feita uma seletiva interna que escolhe as meninas para a equipe principal, o destaque em 2009 vai para Natália Almeida, de apenas 12 anos, que já soma alguns títulos nacionais e regionais e está prestes a integrar a Seleção. “Eu comecei com 6 anos na natação. Hoje penso cada vez mais em conquistar medalhas. Quando minha mãe me colocou não imaginava que chegaria a tão longe”, conta Natália. Para se tornar um atleta de verdade é mais fácil do que se imagina. Basta fazer a inscrição em uma das escolinhas de esportes aquáticos do Tijuca, que fica na rua Rua Conde de Bonfim, 451 - Tijuca – RJ.


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Uma cesta cidadã

ABVRJ incentiva jovens carentes no basquete Luana Lopes

Fotos: Luana Lopes

Muitos sonham com aquelas cestas ou com os maravilhosos passos de Magic Jhonson ou Michael Jordan, mas para os alunos da turma de basquete da Associação de Basquete de Veteranos do Rio de Janeiro (ABVRJ), localizada na Praça da Bandeira, o desejo pode se tornar uma realidade. Isso por conta do projeto Cesta Cidadã, desenvolvido pela associação com o apoio da Embratel, com o objetivo de encontrar e formar novos talentos do esporte. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Diogo morava nas ruas e hoje é uma das grandes revelações que temos aqui [...] conseguimos essa oportunidade para ele jogar e estudar nos Estados Unidos” Ana Maria ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A ABVRJ existe há 6 anos por uma iniciativa dos veteranos, que formaram a escolhida para as crianças que em sua maioria são carentes e tem no esporte a melhor maneira de superar seus problemas. As professoras Ana Maria, de 40 anos, e Márcia Cristina, de 38 anos, são jogadoras profissionais e vêem no projeto a oportunidade de tirem muitas crianças do tráfico e das ruas, além de acreditarem que o esporte ajuda na formação do caráter da criança. Ana Maria acredita que há uma relação de confiança entre elas e seus alunos e que isso muda a vida de todos. “Aqui na escolhinha a relação que temos é de mui-

A escolinha de basquete reúne mais de 250 crianças e oferece atendimento médico e aulas de inglês

to respeito e amizade. Acabamos nos tornando uma grande família, existem regras e todas precisam que ser respeitadas e a primeira delas é que quem não estiver estudando e tirando notas boas não joga, fica sentado no banco”, afirma a professora. Os filhos de Rosangela Barreto, de 36 anos, moradora do Rio Comprido, fazem parte dessa família. Ela levou seus filhos através de uma amiga, acompanha-os todos os dias e diz que sua relação com eles mudou. “Eles estão na escolhinha há nove meses e se tornaram mais responsáveis tanto em casa quanto na escola, sem contar todos os benefícios que trouxe para saúde. Aqui eles têm de tudo, desde acompanhamento psicológico até nutricionista. Sei o quanto é importante esse projeto”, confessa Rosangela. Para a professora Márcia Cristina, o projeto traz novas experiências não só para os alunos como também para os professores, pois se lida com crianças que se aprende a

amar, além participar da educação e formação dos jovens participantes. “Aprendi a ter mais paciência, pois aqui temos crianças de todos os tamanhos e idades. Isso começou com irmão trazendo outro e hoje já somos em 250 crianças ao todo”, afirma Márcia. Mas a maior revelação e orgulho desta escola têm 17 anos e atende pelo nome de Diogo, que mesmo com todas as dificuldades da vida e morador de um abrigo, irá realizar o sonho de muitos e ir estudar e jogar basquete no Texas, nos Estados Unidos. A conquista se deve bastante ao trabalho das professoras, grandes incentivadoras de Diogo, que terá um futuro muito diferente das crianças que passam pela mesma situação que ele. “Diogo morava nas ruas e hoje é uma das grandes revelações que temos aqui. Como sei que ao completar 18 anos, ele tem que sair do abrigo, eu e a Márcia, junto com a assistente social Silvania, conseguimos essa oportunidade para ele jogar e estudar nos Estados Unidos”, conta Ana Maria.

Informações ABVRJ Endereço: Joaquim Palhares, 648APraça da Bandeira- RJ- 20260-080 Telefone: (21) 2502-0251 Site: http://www.abvrj.com.br A escolhinha é gratuita e funciona 2ª, 4ª e 6ª de 09h30min as 11h30min e a tarde todos os dias de 14h às 17h. As inscrições são feitas no próprio local.

Orgulho das professoras Ana Maria e Márcia, Diogo é uma revelação e vai estudar nos Estados Unidos

Além de aprenderem a jogar basquete os alunos tem direito a atendimento Odontológico, aulas básicas de Inglês, informática, cidadania e avaliação médica.


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Educação e arte transformam a vida de jovens do Turano

Fotos de divulgação

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Rachel Lopes de Araujo

Para crianças e adolescentes da comunidade do morro do Turano, na Zona Norte do Rio, a arte representa mais que manifestações culturais. É também uma oportunidade de educação e inclusão social. Isso porque o projeto Fazendo Arte há 12 anos vem mudando a vida centenas de jovens da favela tijucana. As aulas de teatro, capoeira, contador de histórias, música, oficina de artes plásticas, grafite e a biblioteca comunitária envolvem mais de 150 pessoas entre alunos e voluntários que transformam expectativas em possibilidades e sonhos em realidade. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

“Mostrar que é possível continuar acreditando, continuar tendo esperanças, esse é um dos objetivos da arte que fazemos aqui” Evandro Machado ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Segundo o ator e idealizador do projeto, Evandro Machado, o objetivo da instituição é levar a linguagem artística do teatro para crianças e adolescentes e resgatá-los das ruas e da violência de onde moram. Ele conta que a primeira turma organizada tinha somente três alunos, hoje o elenco profissional do Fazendo Arte conta com 25 jovens talentos que estão no mercado de trabalho participando de grandes produções, entre elas Tropa de Elite, Cidade de Deus e Bendito Fruto; e também em programa de TV, como Linha Direta. Evandro garante que quis oferecer a mesma oportunidade que teve aos oito anos, quando iniciou no teatro. “Mostrar que é possível continuar acreditando, continuar tendo esperanças, esse é um dos objetivos da arte que fazemos aqui”, diz. Um exemplo de crescimento e mudança por meio da arte é a história do pernambucano Márcio Andrade, de 24 anos. Ele

O casarão no morro do Turano atende mais de cem crianças e adolescentes

é morador da comunidade do Turano e ex-aluno do projeto Fazendo Arte. O jovem artista e diretor do canal Futura comenta emocionado que mal sabia ler e escrever e garante que a arte cênica trouxe muitas oportunidades para sua vida. “As crianças me olham hoje e dizem que querem ser iguais a mim e isso é muito gratificante. O teatro me fez mais ser humano”, revela. Mas não é só esse tipo de mudança que a arte proporciona aos integrantes do grupo artístico. A aluna Raiza Ferreira dos Santos, de 17 anos, também é um exemplo de superação. Ela diz que participar do espaço cultural a tornou mais extrovertida e atenta aos estudos e que hoje ela tem uma profissão. “Sempre quis ser atriz, mas não tinha o desenvolvimento necessário. No projeto, me surpreendi e aprendi muito mais que encenar”, revela. De acordo com a estudante o projeto merece mais apoio e lembra a discriminação que ainda existe com os atores da favela. “Espero que olhem mais para comunidade e que as pessoas daqui não sejam discriminadas só por onde moram”, conclui.

A oficina de grafite é uma das ações promovidas pelo Fazendo Arte

O projeto conta com uma biblioteca comunitária com cerca de três mil livros

O PProjeto rojeto FFazendo azendo Arte está aberto para crianças e ado ado-lescentes de qualquer região da cidade. Hoje, o trabalho que se mistura com brincadeira alia formação, cultura e trabalho. Para participar basta se inscrever pelo telefone (21) 39717171. Mais informações acesse www .fazendoarte.org .br www.fazendoarte.org .fazendoarte.org.br .br..

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