Feira de artesanato na Tijuca ganha destaque 2
Foto: Caroline Sarriá
Este ano o comércio típico da região foi tombado como bem de natureza imaterial da cidade do Rio
Setembro de 2012 | Ano 4 | Nº 16 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Curso de Jornalismo | Nota 4 no MEC
Obra diminuirá alagamentos após chuva na região da Tijuca 4
SEGURANÇA Retirada de grades da Praça Saens Peña cria polêmica entre 3 moradores
Esportes na reserva florestal Praticado ao ar livre, o slackline e longline são esportes fazem sucesso entre jovens no Parque Estadual do Grajaú. Determinação, equilíbrio e concentração são princípios básicos para a prática da modalidade 7
Bar/restaurante atrai jovens
Motoristas não param nos pontos de ônibus e viram alvo de críticas e reclamações de tijucanos 3
Com cardápio variado, o bar e restaurante Grajagan reúne jovens e adultos interessados em esportes e entretenimento. Lazer e alimentação 5 balanceada em um só lugar
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Projeto criado por estudantes integra escolas e realiza competições entre 8 comunidades
Foto: Caroline Arci
Por trás do título de campeã Foto: Karine Santos
Unidos da Tijuca abre as portas e mostra como 6 faz para se destacar no Carnaval
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Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16
Feirinha ganha destaque municipal
Carta ao Leitor
Famoso comércio é tombado como patrimônio histórico Foto: Danielle Andrade
Esta é mais uma edição do Jornal Esquina Grande Tijuca produzido pelos alunos de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida campus Tijuca. As matérias, a edição e a diagramação foram produzidas pelos alunos da disciplina Oficina de Jornalismo. Ao final desta experiência, certificamo-nos que somos capazes de dar nossos primeiros passos sozinhos quando o assunto é a criação de um jornal. Nossos primeiros conhecimentos de apuração, edição de texto, uso de programas gráficos e supervisão como editores-chefes são colocados em prática quando conseguimos o fechamento completo de nossa publicação jornalística no tempo que nos foi atribuído. A dificuldade de encontrar pautas que sejam relevantes e de interesse para o nosso leitor aumenta a cada semestre, mas o desafio de colocar em prática nossos conhecimentos adquiridos ao decorrer do curso é mantido. Boa leitura!
Roupas e acessórios são os artigos mais procurados pelos visitantes. Toda sexta e sábado a feirinha funciona de 8h às 17h Caroline Sarria
A feirinha de artesanato da Praça Saens Peña faz parte da vida dos tijucanos há mais de 30 anos. Conhecida pela originalidade, a FeirArte, como é chamada, foi tombada como bem de natureza imaterial da cidade. O projeto de lei nº 1089/2011, de autoria do vereador Reimont, foi aprovado no dia 15 de março de 2012 pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, a famosa feirinha é mais uma opção para as compras. Ela funciona às sextas e aos sábados e conta com diversas barracas de roupas,
bolsas e artesanatos em geral. Os moradores do bairro sabem que lá encontram produtos artesanais com qualidade e bom preço. É o caso de Cássia Andrade, frequentadora da feirinha há 15 anos. “Sou nascida e criada na Tijuca e nas datas festivas sempre compro presentes aqui. Já sou amiga das vendedoras e elas sempre me ajudam a escolher o melhor para a minha família”. A FeirArte também abriga artistas desconhecidos para o público. A pintora Ellen Lopes, de 55 anos, é uma delas. Ela expõe suas obras
há cinco anos na feirinha da Praça Saens Peña, e já passou também pela feira de Ipanema. Foi no bairro da Zona Sul, na Praça General Osório, que surgiu a primeira Feirarte. Incentivados pelas manifestações culturais nas décadas de 60 e 70, os artistas queriam mostrar seu trabalho e assim as feiras foram se espalhando e conquistando clientes pela cidade. Desde então, a ideia da feirinha é divulgar o trabalho dos artesãos e garantir ao público produtos sofisticados e originais. Cultura e arte também são elementos que não faltam para os visitantes.
Curso de Comunicação Social reconhecido
Reportagens
AgênciaUVA
pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99
André Silva, Bárbara Brittes, Caroline
Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da
Arci, Caroline Sarria, Fred Cochrane,
Comunicação, 2º andar. Tijuca, Rio de
Karine Santos e Raphael Alves
Janeiro - RJ 20271-020
Coordenador: Prof. Luís Carlos Bittencourt
Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)
Coordenador de Publicidade:
Edição
e-mail: agencia@uva.edu.br
Prof. Oswaldo Senna
Danielle Andrade e Taiana Castro
Oficina de Propaganda
O Esquina Grande Tijuca é um produto da
Diagramação
Oficina de Jornalismo, em um trabalho
Taiana Castro
e-mail: criativo@uva.edu.br
conjunto realizado junto à AgênciaUVA. UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16
Tiragem: 1.000 exemplares Impressão: WalPrint
Projeto gráfico Professor-orientador
Desenvolvido pela turma de Oficina de
Todos as edições estão disponíveis em
Érica Ribeiro
Jornalismo de 2009.1.
http://www.issuu.com/agenciauva.
Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16
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Motoristas desrespeitam passageiros na Tijuca Moradores do bairro reclamam da falta de respeito nos pontos de ônibus Por Bárbara Brittes
Sabe quando você está esperando um ônibus no ponto, ele demora a chegar e, quando chega, passa direto? Se você não tem carro, deve saber. E, se costuma aguardar o coletivo no ponto da Praça Afonso Pena, no bairro da Tijuca, provavelmente conhece essa realidade de perto. A bióloga Izabel Dias, de 50 anos, moradora do bairro há quatro anos, presencia todos os dias o desrespeito dos motoristas com as pessoas que utilizam o serviço de transporte público.
“A maioria dos motoristas da linha 433 (Vila Isabel-Leblon) nem olha para o ponto, passam direto pela terceira faixa. Outro dia cheguei 30 minutos atrasada a uma consulta médica porque fiquei esperando um motorista resolver parar”, conta Izabel. E não precisa de muito tempo para perceber a negligência dos motoristas, basta ficar no ponto no período de 15 minutos para constatar esse abuso. Nesse tempo em que a Izabel ficou esperando
um coletivo parar, a pedido da reportagem, três ônibus passaram e não pararam. E não é só a bióloga que passa por esse sufoco todos os dias. O gerente de vendas, Carlos Alberto, de 30 anos, morador da Rua Campos Salles, precisa pegar o coletivo no ponto da Praça Afonso Pena e também reclama do comportamento dos motoristas. “Quem sofre é o trabalhador. Precisamos chegar no horário, seja no trabalho ou em algum compromisso, e ficamos nas mãos dessas
pessoas que não param no ponto. É um absurdo”, reclama. Segundo o Subsecretário de Fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Eduardo Frederico Cabral de Oliveira, os motoristas não param por conta da presença de vans irregulares que atrapalham os pontos de ônibus, mas promete fiscalizar. “Vamos enviar uma equipe de fiscalização ao local. Se forem constatadas as irregularidades, serão tomadas todas as medidas cabíveis para o problema ser resolvido”, finaliza.
Retirada da grade da Saens Peña divide opiniões Foto: Fred Cochrane
Bárbara Brittes
No final do ano passado a prefeitura do Rio realizou o processo de remoção das grades que ficavam em volta da Praça Saes Peña, na Tijuca, Zona Norte da cidade. Com base no novo panorama da cidade,loteada por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e UOPs (Unidades de Ordem Pública), que têm favorecido a segurança pública e a redução da desordem urbana, o prefeito Eduardo Paes autorizou a secretaria de conservação que retirasse os ferros.
Acredito que a mudança valorizou a praça e deixou o local mais amplo Jaime Miranda
A retirada das grades foi uma reivindicação da Associação Comercial e Industrial da Tijuca (ACIT) em
Praça recebe grande circulação de pessoas durante o dia, ganha novas mudanças e gera polêmicas
reunião com o prefeito Eduardo Paes, no fim de outubro do ano passado. Segundo Jaime Miranda, presidente da ACIT, a remoção dos ferros ajudou na revitalização do local. “Acredito que a mudança valorizou a praça e deixou o local mais amplo. Além de dar uma sensação de segurança, já que as grades foram colocadas por conta da falta dela. E agora, as pessoas se sentem mais segura por conta das UPP’s”. A Praça Saens Peña é o ponto mais simbólico da Tijuca e principal pólo comercial,
uma região cheia de história e tradição. Ela foi construída como todas as outras, sem grades, abertas ao público. De acordo com o secretário de Conservação Carlos Osório, o cercamento aconteceu durante os anos 80 e 90, principalmente por questões relacionadas à segurança. Mas para alguns moradores, a situação de insegurança aumenta sem as grades. Para a aposentada a remoção não foi uma boa decisão. “Acho que a prefeitura deve aumentar os guardas municipais para
evitar os assaltos na região. Acredito que com a grade era mais seguros”. Por outro lado a moradora Conceição Espósito, arquiteta e moradora do bairro, a retirada das grades foi muito importante para a revitalização da região. “Achei importante a remoção porque todo o comércio já vinha reivindicando a retirada dos ferros para ter um melhor trânsito, uma circulação maior do pedestre e de nós, consumidores e moradores”, diz Conceição.
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Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16
Obras prometem melhorar a vida dos cidadãos Problemas constantes de alagamentos na região são o foco das mudanças Foto: Raphael Alves
Obras na Praça da Bandeira prometem resolver os problemas constantes de alagamento e enchentes na região que sofre com falta de escoamento pluvial Raphael Alves
Todo mundo que passa em frente a Praça da Bandeira está percebendo que há algo de diferente. São as obras contra as enchentes no local, que é um dos lugares que mais alagam na cidade quando há temporais. Desde janeiro deste ano, a movimentação no local é intensa, operários trabalham pesado para entregar a obra no prazo previsto, que é daqui a três anos. O local sofre com as enchentes desde o século XVIII, quando datam os primeiros registros de que a praça ficava embaixo d’água. Por conta disso, o Governo Federal está investindo R$ 292 milhões nas obras através do PAC-2,
o Programa de Aceleração do Crescimento. O projeto prevê a construção de quatro revestimentos subterrâneos, que são conhecidos como “piscinões”. Eles captam e armazenam a água da chuva e impedem o transbordamento dos rios. A água retida será liberada aos poucos. “Todas as pessoas que nasceram no Rio de Janeiro ou moram aqui há muito tempo sabem que a Praça da Bandeira alagava e que ela tinha solução, mas que ninguém se importava em resolver esse problema”, disse o prefeito em entrevista coletiva. Eduardo Paes também afirma que as melhorias na região só serão sentidas daqui
CURIOSIDADES Fred Cochrane
Diariamente, milhares de pessoas passam pelas ruas da Tijuca: Conde de Bonfim, Mariz e Barros e outras dezenas de logradouros que fazem parte da rotina do tijucano. Mas o que é corriqueiro pode tornar-se uma curiosidade. Qual será a história de cada pessoa que nomeia as principais avenidas do bairro? Veja a seguir. • Rua Conde de Bonfim: Uma das principais ruas do bairro. Estende-se do Largo da Segunda-feira até a Usina. Nome dado em homenagem a José Francisco de Mesquita, primeiro morador da região a receber o título de Conde e Marquês.
a dois anos. Apesar disso, a conclusão dos primeiros reservatórios e a instalação de um primeiro túnel extravasor já reduzirá o impacto das enchentes que possam ocorrer. A estudante de Direito Joanna Salgueiro, de 23 anos, passa pelo local todos os dias para chegar à faculdade. Ela só vê vantagens nas obras na Praça da Bandeira. “Quando as obras estiverem concluídas, não teremos mais os transtornos pelos quais já passamos quando caía uma chuva mais forte”, diz. Após a conclusão das obras, o local passará por uma revitalização urbana, melhorando o aspecto visual da praça. “Estamos começando
a dar um padrão internacional ao tratamento desse tipo de transtorno, mas ainda temos muito o que melhorar ”, completa Paes. O biólogo Pedro Saldanha, de 33 anos, concorda. “Toda vez que chovia era uma confusão. O trânsito dava um nó, ficávamos horas parado nos engarrafamentos e sem poder sair do lugar, pois estava tudo alagado do lado de fora”. O projeto ainda prevê a construção de estações de tratamento de água nos bairros de Vila Isabel e no Grajaú, que receberão a água captada e farão o tratamento devido, redistribuindo-a para a população.
• Rua Mariz e Barros: Uma das principais saídas da Praça da Bandeira. Morto na Guerra da Tríplice Aliança, em 1866, Antônio Carlos de Mariz e Barros dedicou sua vida à marinha brasileira. • Praça Saens Peña: Um dos endereços mais famosos do bairro, que possui a estação inicial da Linha 1 do Metrô, curiosamente, é uma homenagem a dois ex-presidentes argentinos: Luis e Roque Saens Peña, pai e filho. • Rua Almirante Cochrane: Uma continuação da Rua Mariz e Barros que termina na Praça Saens Peña, a rua faz uma homenagem ao Almirante Thomas Cochrane britânico que participou do processo de independêcia brasileira em 1822. • Rua Haddock Lobo: Interliga o Lardo da Segunda-Feira ao Estácio. O Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo, médico e político português naturalizado brasileiro. Chegou a ser presidente da Câmara dos Vereadores no século XIX.
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Aumento na pratica de tênis na terceira idade A modalidade vem ganhando espaço entre idosos que praticam esportes André Silva
Na região da grande Tijuca, alguns moradores se reúnem no Tijuca Tênis Clube para praticarem o esporte que dá nome ao prédio. Paulo César de Souza, que dá raquetadas com afinco há 17 anos, é um deles. Ele garante que o esporte tem o poder de libertá-lo dos males do estresse, fortalecendo sua mente. “Escolhi o tênis por não ter habilidades com as pernas. Quero chegar aos 80 anos jogando, coisa impossível no futebol, por exemplo. As lesões são mínimas. Não há quase contato físico, além dos cumprimentos amigáveis,
antes e depois das partidas”, conta Souza. O seu parceiro de quadra, o bancário Jairo Portugal, de 54 anos, também não abre mão de uma partida. “O tênis virou a minha cachaça. Depois de um tempo jogando basquete, eu me machuquei diversas vezes. Com a idade chegando, percebi a necessidade de atividades mais leves, que me garantissem a integridade física e a queima das calorias das cervejas que foram se concentrando na barriga”, brinca Portugal. Os dois sonham ser como Jorge Costa, que está chegando aos 80 anos
e ainda joga semanalmente no clube. Amante do esporte, fundou com amigos, em 1976, o tradicional Secos e Molhados, grupo que treina no Tijuca Tênis Clube há 36 anos, promovendo competições. “Nossa saga se confunde com a história do clube. Temos valores agregados como a organização, o companheirismo, a amizade e o amor”, afirma Costa. De acordo com Luiz Von, incentivador do esporte e que dirige o setor de tênis do clube, o estigma elitista da modalidade não cabe mais no contexto atualmente.
“Quando Gustavo Kuerten, o Guga, estava na mídia, o esporte ficou popular e, com isso, o telefone da escolinha de tênis não parava de tocar. Todos queriam se matricular. O brasileiro gosta de ídolos. Tomara que novos nomes surjam”, acredita. No Tijuca Tênis Clube existem oito quadras, que recebem manutenção todos os dias. Três funcionários por turno cuidam dos espaços. Mensalmente, mais de 500 pessoas passam por lá, seja em treinos livres, aulas, competições e torneios regionais.
Comida vegetariana no restaurante Grajagan Caroline Arci
Restaurante, cultura e esporte. Essas três palavras definem a nova sensação do Grajaú, o restaurante e bar Grajagan. Fundado pelos amigos Fernando Raposo e Allan Martins (mais conhecido como “Cajú”), o bar é para muitos o que estava faltando no bairro. O restaurante oferece opções de comida caseira e buffet vegetariano, além de muita música e diversão. As opções são variadas e as pessoas chegam ao local para diversos fins. O bar começou a funcionar em setembro de 2011 e já possui uma clientela fixa. Um dos elementos que faz o sucesso do restaurante é a comida saudável, já que o Grajaú é um bairro onde os moradores prezam pela saúde. “Muita gente chega aqui pedindo comida vegetariana, já que é essencial para uma alimentação saudável, principalmente para aqueles que praticam esportes”, conta Allan. Por isso, não é à toa que se encontra com facilidade jovens andando de skate, bicicleta,
Foto: sxc.hu
Novo no bairro, o empreendimento é uma opção de comida saudável
Saudáveis e saborosas as refeições do Grajagan são ricas em vitaminas e chamam atenção pelo colorido dos pratos
praticando slackeline, dentre outras atividades esportivas em frente ao local. Além das opções de culinária brasileira e vegetariana no almoço, o Grajagan é muito badalado à noite. Segundo Fenando Raposo, a casa vira um point para as pessoas se encontrarem, em um ambiente descontraído. “Nesse horário, a casa vira um espaço de entretenimento e lazer, onde a
ideia principal é trazer a galera para fazer novas amizades, trocar ideias e fazer novas experiências na área de música e arte”, completa. Para quem quiser conhecer mais sobre o Grajagan, Allan Martins deixa um recado: “O pessoal que gosta de esporte, música e uma alimentação saudável, pode vir nos procurar. Quem quiser trocar uma ideia e queira compartilhar a arte com
a gente, é só chegar. Estamos abertos para projetos artísticos também. Quem quiser fazer arte será muito bem vindo, estamos esperando isso mesmo. O Grajagan é arte cultura e esporte sem esquecer gastronomia e cerveja”, finaliza. Localização do Bar e Restaurante Grajagan: Rua Itabaiana, nº 61 - Grajaú
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Unidos pela sustentabilidade no carnaval do Rio Escola de samba Unidos da Tijuca faz reciclagem e ajuda a comunidade Foto: Karine Santos
“Tijuquinha”, que é a escola mirim da Unidos da Tijuca. “Doamos as fantasias que não são vendidas e que não são recicladas”, disse Jussara, mãe da Priscilla Mota, coreógrafa da comissão de frente.
Comunidade ativa
Funcionário produzindo as fantasias da escola de samba. Dedicação e agilidade são fatores primordiais Karine Santos
Carnaval também é reciclagem. Preocupadas com o meio ambiente, escolas de samba apoiam a causa da sustentabilidade ambiental e passam a reciclar na avenida, como, por exemplo, a Unidos da Tijuca, que reaproveita tudo o que é possível por meio de um processo simples e necessário.
É ótimo reaproveitar, porque economiza dinheiro e não desperdiçamos Angélica
A atual campeã iniciou o apoio a essa causa em 2005, por meio da alegoria “Boneco de Lata”, do Mágico de Oz, que era feito com utensílios de cozinha e, no fim do desfile, doou os objetos para a comunidade. Desde então, interage com os moradores na parte ambiental e social. Atenta com as mudanças climáticas e animais em extinção, a Unidos da Tijuca
reaproveita madeiras e, principalmente, as plumas, que por serem de origem animal são mais caras, além de ter o cuidado em preservar os bichos para não serem sacrificados, como a avestruz, que é a ave que mais fornece matéria prima para as escolas de samba. O processo de reciclagem das plumas dura de três a quatro meses. Com muita agitação, devido ao prazo que se tem de terminar as fantasias e alegorias, eles escolhem as melhores penas, que vão para o almoxarifado, fazem a contagem, medem, tingem e, assim, elas são ensacadas e guardadas, colaborando, também, para a economia da escola. Todo esse trabalho conta com a ajuda e dedicação dos profissionais, como a de Jussara Mota da Silva, de 59 anos, que está na Unidos da Tijuca há um ano e meio e Angélica de Barros, de 52 anos, que está na escola há pouco mais de três anos. Elas são do departamento de fantasia, onde se tem o controle de e n t r a d a e saída do material que são usados nas fantasias e alegorias. A importância que elas veem na reciclagem é extrema
e contam com a ajuda da comunidade do Borel e de toda a Tijuca com garrafas pet, de tinta e, principalmente, com a devolução das fantasias, porque muitos demoram a devolver e isso atrasa o processo. Também é preciso ter cuidado na hora do desfile para preservar a roupa. “É ótimo reaproveitar, porque economiza dinheiro e não desperdiçamos”, conta Angélica, que é prima do carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros. No ano de 2010 foram recuperadas 37 mil plumas e em 2011 de 30 a 40 mil. Também há preocupação em ajudar as escolas de baixo porte e a
Além disso, a escola tem projetos em parceria com empresas, entre elas a Petrobras. O presidente Fernando Horta e toda a diretoria criaram, no dia 24 de Janeiro de 2006, o Centro de Cidadania da Unidos da Tijuca, instalado na Quadra da Rua São Miguel, e vinculado à área sociocultural. Hoje o Instituto de Cidadania da Unidos da Tijuca é uma entidade jurídica, sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da cidadania plena da comunidade Tijucana. Oferecem uma série de serviços e atividades como: tratamento dentário, cursos de informática e ações esportivas voltadas para crianças, adolescentes, adultos e pessoas da terceira idade. A importância é total e o pouco que se faz, melhora a qualidade de vida. “A comunidade do Borel, e o tijucano em si, também estão sempre prontos para ajudar”, disse Marcus Oliveira, de 37 anos, que é o chefe de criação da escola na parte de fantasias e alegorias e está há 20 anos no carnaval. Foto: Karine Santos
Funcionárias do departamento de fantasias do Grêmio Recreativo
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Longline e Slackline: os esportes que agitam a Reserva do Grajaú
Modalidades do slackline Foto: Caroline Arci
O praticante de slackline precisa ter muito equlíbrio e concentração. A coordenação motora também é essencial Caroline Arci
André Costa Assaife, 39 anos, morador do Grajaú, diz que os benefícios do esporte são muitos: “Trabalha-se a coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio e resistência. Além disso, é um ótimo exercício para o abdômen e ajuda a queimar calorias”. Segundo o aventureiro, a Reserva Florestal do Grajaú é uma ótima opção para a atividade, “o parque está muito bem cuidado e a administração é eficiente. Sou escalador e Foto: Caroline Arci
Nada melhor do que a natureza para praticar um esporte que envolve equilíbrio e concentração. Na Reserva Florestal do Grajaú, o cenário é perfeito para a prática do slackline. Além de ser ao ar livre, tanto o clima quanto a paisagem são excelentes para a atividade. O esporte geralmente é praticado a céu aberto, e o praticante se equilibra e tenta dar piruetas em uma fita tubular ligada entre dois pontos fixos, com mais ou menos 15 metros de distância. A atividade tem algumas variações, como o longline que é praticado em uma fita maior, a partir de 20m de distância. Apesar de ser novo, o esporte ganhou projeção mundial e conta com encontros e campeonatos nacionais, internacionais e tem conquistado cada vez mais adeptos no Rio de Janeiro. A prática do slackline pode ser feito em gramados, praia e parques. Exige muita determinação, equilíbrio, concentração e cuidados com a respiração. O condicionamento físico também é muito importante; afinal, quanto maior for a fita, maior a necessidade de força muscular e equilíbrio. O escalador profissional,
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• Trickline: é praticado a partir de 60 cm de altura e permite realizar manobras de saltos e equilíbrio externo. • Highline: requer conhecimento de alpinismo. A altura é superior a 5 metros. A fita fica ancorada sobre árvores, pedras ou prédios. É necessário muito preparo físico e concentração. O controle mental é essencial para manter em equilíbrio sentimentos como medo, ansiedade e adrenalina. • Longline: consiste em atravessar grandes distâncias. Normalmente as distâncias são superiores a 30 metros e são utilizadas fitas de 25mm e equipamento próprio de escalada com mosquetões. • Waterline: pode ser ancorada sobre a água - que pode variar sobre um rio - piscinas, lagos, cachoeiras, ou o que a sua imaginação mandar. A altura pode variar de 1 a 5m.
Onde: Parque Estadual do Grajaú Rua Comendador Martinelli, 740. Grajaú.
Para o praticante, o importante é não desistir, porque a evolução é muito rápida
frequento a reserva há muito tempo. Sempre que posso, vou para a reserva, moro perto e encontro uma galera grande que vai para lá praticar também”, completa. Não existe idade certa para iniciar a modalidade. A duração do treinamento depende do tempo em que cada um irá levar para conseguir se equilibrar na fita. Para Assaife, a maioria das pessoas pode sentir um pouco de dificuldade no começo. “O importante é não desistir, porque a evolução é muito rápida. Pode parecer um pouco difícil no início, mas em um mês de prática, a pessoa já pode estar mandando bem”. Para quem tem dúvida sobre o tipo de roupa adequada, o estudante Felipe Machado de 19 anos, que pratica slackline há três, diz que existem roupas que ele e seus amigos costumam usar. “Recomendo roupas de ginástica em geral, principalmente calças de ginástica comprida. Quanto aos pés, pode-se andar
de tênis ou descalço na fita”, sugere. A diversão é garantida. Atire- se nessa aventura e procure um lugar em que você se sinta a vontade. Muitos locais tem um visual magnífico e de tirar o fôlego. No entanto, esteja atento a alguns cuidados básicos como: conservação da fita, condição da catraca e como foram dados os nós de amarração. No início, a melhor opção é procurar um profissional capacitado para sua maior segurança. Satisfação e adrenalina são o que não vão faltar.
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Setembro de 2012 | Ano 4 | Número 16
Futebol e diversão para a garotada
Informações • Para saber mais sobre os campeonatos da L.E.F.T. que irão acontecer, acesse o site www. dqceventos.com.br. • Para conhecer as atividades do Salgueiro acesse www. vilaolimpicadosalgueiro com.br, ou ligue para a secretaria: 2238-9258
Da esquerda para a direita: Lucas Azevedo, Isabela Pessoa, Fernanda Ferreira, Gabriela Ribeiro e Bruno Fartes Karine Santos
Meus pais falam que não é fácil, que tem que estudar para ter um emprego caso não consiga ser jogador Victor Reche
O grupo surgiu a partir de uma equipe de som que era organizada por Bruno Fartes e Lucas Azevedo, ambos de 22 anos, que há três atuavam como DJ’s. Perceberam que havia poucas oportunidades para as escolinhas da região, já que as mesmas treinavam o ano todo e não tinham a oportunidade de jogar muitos campeonatos. Pensando nisso decidiram, então, elaborar o projeto, convidando Fernanda, de 23 anos, que cursa Educação Física e a responsável pela criação e execução.
A L.E.F.T. é importante para o jovem que tem o sonho de ser jogador ou para quem tem o futebol como hobby. É com essa visão que os professores das escolinhas da Tijuca e adjacências, e os responsáveis dos alunos, apoiaram o projeto. “Para quem tem o sonho de ser jogador, cada jogo, cada competição é uma oportunidade. Sempre pode ter alguém observando”, disse Fartes, que cursa o 5º período de Educação Física, responsável por organizar e estruturar a equipe. O primeiro campeonato que aconteceu foi o sub-13, que contou com a participação de oito clubes - Physical A, Vasco Vila Isabel, Salgueiro, Fla-Vila Isabel, Physical B, Vasco Tijuca, América e Flamengo Penha - seguido do sub-11, com 6 times Vasco Vila Isabel, Vasco Tijuca da academia Dois Toques, Salgueiro, Physical, Ponto Frio e Fluminense-Cascadura. Também há participações de apoiadores como EDEL, Floresta Encantada, Red Bull e a Super Liga Futsal Rio. “É com o apoio deles que conseguimos realizar o projeto. Cada um faz algo específico por contrato, ajudando na realização do trabalho”, contou Azevedo, que cuida do marketing e administração e cursa o 7º período de Marketing. Para muitas crianças todo o esforço do futebol vai além de jogar, serve também para cuidar da saúde, manter a
forma e uma alimentação saudável. Para Lucca Menucci, de 12 anos, jogador do Physical A, os treinos para os campeonatos foi motivação para emagrecer já que estava acima do peso. “Meus pais falam para me empenhar mais, não comer besteira. Eu consegui perder quatro quilos”. Foto: Isabella Asisa
Que o Brasil é o país do futebol todos já sabem, e foi baseado nessa paixão que três estudantes se juntaram para formar a Liga de Escolinhas de Futebol da Tijuca, mais conhecida como L.E.F.T., que é um projeto da associação DQC Eventos, no qual o objetivo é integrar as escolas da região e, assim, realizar campeonatos de forma divertida e inovadora.
O apoio dos responsáveis nessa fase dos filhos é essencial, como por exemplo, orientá-los que não só o futebol é importante, mas também e, principalmente, os estudos. “Meus pais falam que não é fácil, que tem que estudar para ter um emprego caso não consiga ser jogador”, disse Victor Reche, de 13 anos, que joga no Vasco Vila Isabel. Lembrando que a torcida das famílias nos jogos e nos treinos dá um incentivo maior para os pequenos.
Os meninos da comunidade do Salgueiro se reúnem antes do campeonato
O objetivo do projeto O intuito da L.E.F.T. não está simplesmente em formar jogadores, o objetivo maior e mais importante é integrar as escolas, fazer com que as crianças socializem, ensiná-los que o importante não é ganhar ou perder, e sim participar, buscar o melhor. É por isso que eles fazem o evento de forma divertida, em que os pais participam com brincadeiras na hora do intervalo enquanto seus filhos descansam. Há também a responsabilidade social, ajudando as crianças mais carentes, como as da escolinha do Salgueiro, que é beneficente. “A maioria que mora na comunidade não tem condições, é importante porque além do lado esportivo, tem o social”, disse o técnico do Salgueiro Bernardo Torres, de 28 anos. Além do futebol, existem outras atividades na comunidade, como natação, vôlei, hidroginástica, teatro, música e judô, e todos podem participar. Buscando engrandecer o projeto, os criadores da DQC Eventos têm mais planos. Com o sucesso dos campeonatos sub-13 e sub-11, garantiram que pretendem ampliar o projeto - com sub-9 acontecendo em Junho - não só para outros bairros, mas também para as meninas. Outros campeonatos já estão na pauta, e eles irão abrir as inscrições em breve.