Ágora 194 - OUTUBRO

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NR. 194 | OUTUBRO

ÁGORA

JORNAL

NESTA EDIÇÃO

Almoço convívio do grupo de Ginástica Geriátrica

O (Re)início da Creche Para refectir

Banco de Troca de Livros Escolares Novo Ano lectivo

Um Centro Mais «Lean» Soluções sustentáveis e eficazes

Banco de Farmácia «Família Intervir» Voluntariado na 1ª Pessoa

TELEFONE

21 457 89 52 E-MAIL

geral@centrocomunitario.net WEBSITE

www.centrocomunitario.net MORADA

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NR. 194 | OUTUBRO

ÁGORA

JORNAL

Dica da Dietista

NESTA EDIÇÃO

Com Letícia Salomoni

Almoco convívio do grupo de Ginástica Geriátrica

O (Re)inicio da Creche

COORDENAÇÃO

Para refectir

Natércia Martins

Banco de Troca de Livros Escolares

REDAÇÃO

Novo Ano lectivo

Vanda Maltez, Dora Pires Rita Tomé & Nelson Cavaco

Um Centro Mais «Lean»

GRAFISMO

Soluções sustentáveis

Catarina Boavida

Banco de Farmacia

FOTOGRAFIA

«Família Intervir» Voluntariado na 1 Pessoa

Catarina B. & Vanda M. REVISÃO

Conceição Fernando


Aconteceu no Centro

AGOSTO '15 a abrir

Mais um ano escolar que começa e os bebés e crianças pequenas retornam à creche. Uma realidade escrita pela nossa psicóloga Fernanda Craveiro Reis e que dá vida à nova rúbrica. Fomos conversar com a Diretora Técnica do Centro e com uma jovem Voluntária para saber como decorreu, este ano, o Banco de Troca de Livros escolares no Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos. «LEAN» é uma metodologia adoptada pelo CCPC há já cerca de um ano e meio. Fique a saber mais sobre estas práticas sustentáveis. Conversámos com Mauro Estrela, o coordenador, e alguns voluntários do «Banco de Farmácia» do Centro. No «Voluntariado na 1ª Pessoa» fica o testemunho de Vanda Couceiro.


DESTAQUES

DO CENTRO agradecimentos

NOVO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DO CCPC

A 19 de setembro a Paróquia de Carcavelos viu chegar ao fim a viagem de 4 anos do Padre António e recebeu calorosamente o Padre Pedro Silva. Do mar de Peniche para o mar de Carcavelos, o Padre Pedro chega à Igreja de Carcavelos e ao Centro Comunitário com vontade de abraçar a comunidade e de continuar a obra social que têm vindo a ser erguida com e para a comunidade de Carcavelos. Se quiser descobrir mais sobre a história do Padre Pedro e sobre as ideias que traz consigo para a nossa paróquia não perca o próximo Ágora, onde publicaremos uma entrevista com o mesmo. PRECISAMOS COM MUITA URGÊNCIA

Azeite, manteiga, cereais, queijo, farinha, pasta de dentes, gel de banho, shampoo. Para apoiar as famílias que mais precisam na nossa comunidade, estes são os produtos que podem ser entregues no Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos diariamente. Qualquer donativo faz a diferença.

HORÁRIO

Entrega de donativos Segunda a Domingo | Entre as 9h00 e as 20h00


CAMPANHA: MATERIAL ESCOLAR

Setembro é mês do regresso à Escola e as despesas associadas são uma preocupação para muitas famílias portuguesas. Particularmente atento, o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos recolheu 7.000 artigos que servirão para apoiar cerca de 100 famílias ao longo deste ano lectivo. Deixamos o nosso agradecimento aos colaboradores, voluntários e a todos os que contribuíram para esta causa. Feliz ano lectivo para todas as crianças!

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´ Almoco convivio do grupo de

GINÁSTICA GERIÁTRICA agradecimentos

No passado dia 30 de Junho, os praticantes de ginástica geriátrica organizaram um almoço convívio, em homenagem ao professor Emanuel Pereira. O almoço teve lugar no restaurante «Marés Vivas» em São Miguel das Encostas e contou com a presença do professor, utentes e também alguns dos seus familiares. O almoço foi muito bem servido e o convívio cor-reu duma forma bastante animada com todos os participantes em alegre cavaqueira. Fernando Silva, um dos praticantes de Ginástica Geriátrica, proferiu algumas palavras dirigidas ao professor Emanuel que a seguir transcrevemos: Para o Professor Emanuel, «Ser professor de ginástica geriátrica É ser artista, ser ciência, ser paciência, É ser informação, é ser acção É ser farol, ser luz, ser sol Algumas vezes incompreendido Fundamentalmente por o seu Benfica ser bicam-peão. Ser professor dos idosos do Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos, é um vício ou uma vocação? É outra coisa.. É ter nas mãos uns idosos que não querem ser velhos e que para tal o professor Emanuel tanto contribui. Apesar de tudo os anos vão passando e pelas aulas do professor Emanuel passaram alguns alu-

nos que infelizmente já não estão entre nós, mas, continuam a estar presentes, em espírito, naquela hora de ginástica que os alunos tanto anseiam que se concretize. Os tempos decorrem e vai ficando a saudade e a amizade que tanto nos conforta a nós alunos como ao Emanuel professor. Parabéns professor Emanuel pelo seu trabalho com os nossos idosos. Estamos todos (ou quase todos) aqui presentes para lhe agradecermos a sua disponibilidade, paciência e carinho para com todos nós, que tanto nos ajuda a viver e a divertir. Bem haja professor Emanuel Pereira.»

[Fernando Silva]


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PARA REFLECTIR:

O (RE)INÍCIO DA CRECHE com Fernanda Craveiro Reis (psicóloga)

«O pensar nasce do Sonho. Deixem as crianças sonhar!»

[João dos Santos]

Mais um ano escolar que começa e os bebés e crianças pequenas retornam à creche. Para muitos pais é um momento de ansiedade, de receio, muitas vezes de sentimentos ambivalentes. Querem, sem dúvida, que o bebé fique bem mas também sentem uma enorme dificuldade em partilhar este seu ser tão precioso com outros adultos, por vezes ainda desconhecidos. O momento de o deixar é muitas vezes doloroso, principalmente se a criança reage, se chora, se agarra ao colo dos pais… Fica a insegurança e a culpabilidade, duas más conselheiras quando, posteriormente, a vão buscar e desejam tornar especial o tempo de relação que têm com o filho. É necessário, então, confiar de forma esclarecida na decisão tomada, na escolha da creche e nos profissionais que aí se encontram. Cuidados precoces, atentos, afectuosos e responsivos são vitais para a saúde e desenvolvimento da criança. As famílias precisam de ter acesso a serviços de cuidados e educação de crianças pequenas onde saibam que a criança conhece situações geradoras de bem-estar e mobilizadoras de desenvolvimento e aprendizagem. Bebés ou crianças muito pequenas necessitam de atenção às suas necessidades físicas e psicológicas, o que pressupõe uma relação com alguém em quem confiem; oportunidades para interacção com outras crianças e liberdade para explorar e descobrir o mundo; a experiência de um ambiente seguro e saudável.

As relações que se estabelecem com um bebé na creche assumem-se como uma verdadeira relação educativa, que vai muito além de uma mera relação de «tomar conta». Práticas de qualidade enfatizam o respeito pela criança e focalizam-se na promoção da sua implicação e de bem-estar, procurando assegurar a independência na movimentação, exploração e resolução de problemas. Interacções, cuidados de rotina, actividades livres e jogo, estando o adulto sempre disponível, são as grandes estratégias de desenvolvimento curricular, sem esquecer a importância do estabelecimento de relações de colaboração e «alianças» com as famílias, dimensões determinantes da qualidade dos serviços de creche. Os pais devem confiar que os seus bebés estão bem, partilhando com os profissionais da creche as suas preocupações, dúvidas e também alegrias. É bom que se vejam como aliados na promoção da saúde e desenvolvimento das crianças, cada um no seu papel, sem nunca se substituírem. Desta forma, não haverá lugar para culpabilidades ou «compensações afectivas», uma vez que é sabido que a criança passou um dia sereno, e afectivamente estimulante e que, à tarde, se encontra feliz e disponível para a interacção familiar. O papel dos adultos, pais ou educadores, não é o de forçar o desenvolvimento, mas garantir que as experiências e rotinas diárias da criança lhe confiram segurança emocional e encorajamento. Assim sendo, seja na creche, seja em casa a criança tem oportunidade de experienciar as suas primeiras relações de amor e de crescer no confronto com desafios que se situem no prolongamento das suas reais capacidades juntamente com


Conselho: durante a despedida, abrace-o carinhosamente.

adultos que os encorajam e demonstram alegria perante os seus interesses e competências emergentes. Ficam algumas sugestões para promover um melhor (re)início da creche: . Estabeleça, desde logo, o hábito de comunicar abertamente com o educador; transmita-lhe os hábitos, dificuldades e gostos do seu bebé. . Se tiver oportunidade faça uma integração gradual, não deixando imediatamente o seu bebé demasiadas horas na creche; dê-lhe tempo para se adaptar aos novos espaços e pessoas. 9

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. No momento de se despedir adopte um comportamento alegre e firme; abrace carinhosamente a criança e diga-lhe que voltará mais tarde, sem hesitações e com firmeza; o seu sentimento de confiança transmitir-se-á de imediato à criança (a sua hesitação ou receio também). . O bem-estar dos pais reflecte-se na relação e no bem-estar dos filhos; aproveite o tempo que está sem o seu bebé para fazer tudo o que precisa, de forma a sentir-se completamente disponível para a relação quando estiverem juntos.

[Fernanda Craveiro Reis]


Banco de troca de

LIVROS ESCOLARES um novo ano escolar

Fomos conversar com a Diretora Técnica do Centro e com uma jovem Voluntária para saber como decorreu, este ano, a iniciativa do Banco de Troca de Livros escolares no Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos. A iniciativa de criar um Banco de troca de Livros Escolares, no Centro Comunitário de Carcavelos, remonta a 2010 e resultou da proposta do professor Frederico Costa. Desde então realiza-se anualmente, durante o mês de Setembro, para coincidir com o início do ano escolar. Os primeiros manuais escolares disponibilizados pelo Banco de Livros foram trazidos pelo próprio professor. Nos anos seguintes, mais livros foram chegando pelas mãos dos utentes, colaboradores e voluntários do Centro. Atualmente, são centenas os manuais escolares postos à disposição de quem os procura. «Nestes últimos anos, houve muita procura de livros por parte das famílias, pois os rendimentos têm sofrido cortes, enquanto os manuais continuam a aumentar de preço!» confidenciou-nos um voluntário do Banco de Livros. Não se trata apenas de uma questão económica; é também uma questão ecológica, na medida em que faz mais sentido reaproveitar livros já impressos e em bom estado de conservação, do que comprar livros novos; e muitos pais/encarregados de educação estão mais sensíveis para esta questão. «O problema é que, apesar dos livros ainda estarem válidos, há alguns professores que já não os

aceitam de um ano para o outro… é uma despesa muito grande, principalmente para quem tem filhos no 2º e no 3º Ciclo, como eu!» desabafou um dos Encarregados de Educação que recorreu ao Banco de Livros do CCPC. «Ainda bem que há estas ajudas às famílias que não conseguem comprar os livros, mais os materiais da escola, mais as outras coisas todas!» afirmou uma mãe, enquanto dava a listagem dos manuais escolares pretendidos a uma das voluntárias de serviço ao Banco de Troca de Livros. «O ano passado, os livros que sobraram e que ainda estavam atualizados, foram enviados para a Guiné; todos os que estavam em mau estado de conservação ou muito desatualizados, foram vendidos a empresas de reciclagem de papel», explicou-nos a Dra. Conceição Fernando. «Temos de atuar numa lógica de reaproveitamento total, até porque o Centro, lamentavelmente, não dispõe de espaço físico para os armazenar» acrescentou.


Mas o trabalho de preparação do Banco de Troca de Livros começa ainda no mês de Agosto: há que organizar os livros oferecidos ao Centro por ano, por disciplina e por editora, de maneira a facilitar a pesquisa. Depois, é preciso ir arrumando, pela mesma ordem, os manuais que vão sendo doados, enquanto decorre a atividade. Quem, melhor do que os jovens estudantes, conhecedores dos manuais, das disciplinas e das escolas, para ajudarem as famílias na busca dos livros necessários aos seus educandos? Ana Costa, de 16 anos, foi voluntária no Banco de Livros do Centro pela 1ª vez este ano, muito embora a sua experiência de voluntariado remonte à Associação de Jovens Diabéticos de Portugal. Já cnhecia o CCPC como utente dos ABC’s e do Porta Aberta, por isso, foi um pouco como «regressar a casa». A experiência foi tão positiva, que pretende repeti-la no próximo ano.

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ANA COSTA Testemunho

«Eu não tinha expectativas, vim à descoberta. Fiz novas amizades, foi bom; até porque quando ajudamos alguém, sentimo-nos bem». E acrescentou: «só ficava frustrada quando não tinha os livros para entregar ás pessoas… mas gostei desta experiência, porque senti muitas emoções positivas». Em Setembro de 2016, no Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos, decorrerá novamente o Banco de Troca de Livros Escolares. Todos nós podemos colaborar com esta iniciativa, doando livros do 1º ao 12º anos de escolaridade, publicados nos últimos três anos, que estejam em bom estado de conservação.

[Vanda Maltez]


UM CENTRO COMUNITÁRIO

MAIS «LEAN»

soluções eficazes e sustentáveis Talvez ache que nos enganamos no título deste artigo ou que esta deve ser mais uma daquelas palavras novas que entraram para o dicionário, cujo significado você não domina. Mas não é uma coisa nem outra. LEAN é uma metodologia adoptada pelo Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos (CCPC) há já cerca de um ano e meio e que tem vindo a dar bastantes frutos. Venha daí descobrir mais sobre o assunto! Começamos então com um pouco de história: a metodologia LEAN surgiu no Japão, nos anos 30, nas fábricas da Toyota. E muito depressa se percebeu a vantagem da aplicação deste método a outras indústrias que não apenas a automóvel e mesmo até a outros sectores que não apenas o industrial. Por isso mesmo, hoje ele faz parte do ADN de várias organizações no mundo inteiro. Mas em que é que consiste esta metodologia? Basicamente o método LEAN assenta no principio orientador de que as pessoas são o motor das organizações. A gestão da empresa assume o papel de acompanhamento e seguimento daquilo que são as estratégias e soluções dos próprios funcionários, que melhor do que ninguém conhecem as especificidades do seu trabalho e como o fazer de uma forma eficiente e sustentável, criando valor. Por isso mesmo, este é um método que exige muita coragem: ao nível da gestão porque perde o controlo e a capacidade de ditar as coisas à sua maneira e ao nível dos funcionários porque os obriga a sair da sua zona de conforto onde «são mandados fazer» e passam a ser autónomos, proactivos e criativos face aos desafios do seu trabalho.

A verdade é que as chefias e hierarquias superiores que arriscam aplicar esta metodologia acabam por testemunhar uma mudança de comportamentos e de atitudes, que lhes permite trabalhar com equipas que se auto-motivam, que cada vez fazem mais e melhor, com menos recursos, que se organizam, que são autónomas, que criam sustentabilidade e que aprendem a trabalhar melhor em conjunto. É este o poder transformador do método LEAN capaz de mudar empresas e organizações, mas também pessoas e comunidades. Ora a este ponto do texto estarão a perguntar-se como foi o CCPC ao encontro desta metodologia? Foi mais ela que viajou até eles através de Victor Cordeiro, Diretor do Centro de Produção de Ciclos Combinados da EDP (empresa que desde 2006 aplica esta metodologia) e membro do Rotary Clube de Parede Carcavelos, entidade parceira e que há já vários anos apoia o CCPC. Foi ele, então, o facilitador desta metodologia no Centro Comunitário em maio do ano passado. Mas algum tempo antes, através da EPIS, de que a EDP é parceira, foi identificado o agrupamento de escolas da Abrigada onde Victor Cordeiro, enquanto voluntário, ajudou a implementar esta metodologia: ajudando a identificar aspectos em que este agrupamento de escolas podia melhorar, a encontrar estratégias para o fazer e a capacitar professores, funcionários e alunos, o verdadeiro motor da mudança. E foi aí que percebeu a grande potencialidade deste método aplicado a outro tipo de organizações e acabou por sugeri-lo também no Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos.


E a experiência não podia ter corrido melhor. Desde o primeiro dia sentiu uma enorme abertura por parte da direção e dos colaboradores do Centro Comunitário, notou o empenho de todos em identificar aspectos a melhorar e o envolvimento na procura de soluções eficazes e sustentáveis. Foi feita uma sessão de mentoria com elementos do agrupamento de escolas da Abrigada, que já haviam passado pelo mesmo processo e que com casos práticos ajudaram os colaboradores do CCPC a mapear o que podia ser melhorado na organização através da metodologia LEAN. Chegaram-se a cinco aspectos a melhorar para os quais foram criadas cinco equipas: melhoria do consumo da água, melhoria do consumo de combustível, melhor utilização do papel, consumo de eletricidade mais eficiente e melhor comunicação entre as várias áreas do Centro. Essas equipas foram capazes de concluir que, por exemplo, o CCPC dispunha de uma viatura a mais na sua frota, que entretanto foi vendida, alocando o valor da venda a outros projetos mais pertinentes, bem como organizando rotas mais eficientes nas deslocações efetuadas. Foram, também, capazes de identificar que era importante sensibilizar todos os funcionários para o consumo desnecessário de papel e partilhar com eles dicas e estratégias para uma utilização de papel que tivesse em vista a poupança e que evitasse o desperdício, e a verdade é que isso significou uma poupança de 100€ mensais na fatura de papel, ou seja, 1200€ ao ano! Estes são apenas alguns dos exemplos de aspectos que melhoraram no funcionamento do CCPC através 13 ÁG O R A


Um Centro Comunitário

MAIS «LEAN» continuação

da aplicação deste método. Com o apoio de Victor Cordeiro, hoje os funcionários do Centro estão capacitados para ter uma atitude mais LEAN e sentem-se motivados e autónomos no seu trabalho. Mas, justiça lhe seja feita, em todo este processo foi também fundamental o papel da Inês Cayolla, a Coordenadora LEAN do Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos, que tem sido a grande timoneira deste projeto. Educadora de infância da Creche do CCPC, foi ela a responsável pela coordenação do progra-

ma, assumindo da melhor forma o papel de motivar os seus colegas, de comunicar com eles e de partilhar os resultados das soluções que juntos encontraram. Os resultados estão à vista, por isso, porque não experimentar você também ser mais LEAN no seu dia-a-dia ou quem sabe até no seu local de trabalho?!

[Rita Tomé]


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Banco de Farmácia do

CENTRO COMUNITÁRIO apoio à famílias

No âmbito do Projeto Intervir, o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos mantem em funcionamento, há mais de 10 anos, um Banco de Farmácia. Este apoio na área da saúde, prestado às famílias apoiadas pelo Centro, é orientado pelo Técnico de Serviço Social Mauro Estrela e conta com a colaboração de vários voluntários. Fomos conversar com ele. «É graças ao trabalho dos voluntários que se consegue ter o Banco de Farmácia sempre a funcionar: são eles que recebem os medicamentos, os selecionam e arrumam e atualizam a base de dados. Assim, a qualquer momento, sabemos quais são os medicamentos disponíveis e os utentes que deles precisam». O Protocolo «Cascais + Solidário» celebrado entre a Câmara Municipal e o Centro Comunitário, prevê uma verba para o apoio aos munícipes em situação de vulnerabilidade sócio-económica. Porém, essa quantia é insuficiente para abranger, na totalidade, o número de famílias auxiliadas pelo CCPC. Com o Banco de Farmácia, «criamos o acesso aos medicamentos, evitando o desperdício: ao longo dos anos sensibilizámos a população para a recolha de medicamentos e fomos estabelecendo parcerias com as farmácias». Quisemos saber como funciona o processo: «os utentes abrangidos pelo apoio de farmácia têm de exibir, sempre, a prescrição médica. Depois, verifica-se na base de dados se o medicamento prescrito está disponível. Caso não esteja, entramos em contacto com outras Instituições que também possuem Banco de Farmácia e que possam ter esse me-

dicamento. Em último recurso, o utente desloca-se à farmácia parceira com uma guia e traz o medicamento gratuitamente». É vital, para a manutenção deste sistema, a parceria estabelecida com as farmácias e a troca de informações entre Instituições: as farmácias organizam as «Jornadas de Recolha de Medicamentos» e encaminham os medicamentos doados para as IPSS’s e, por sua vez, estas trocam medicamentos entre si, pois «se dermos alguns dos medicamentos que temos em excesso, facilitamos a vida às pessoas e às instituições que as apoiam». O Centro Comunitário Senhora da Barra, em Oeiras e o Centro Comunitário da Paróquia da Parede,


«são aqueles com quem trabalhamos com mais frequência, por causa da proximidade geográfica». As farmácias Aisir, na Parede e S. Gonçalo, em Carcavelos «são as nossas parceiras; e todos os anos desenvolvemos ações de recolha de medicamentos na farmácia Sacoor do Riviera». Enfatizando a posição de que as pessoas não são números, estes não deixam de ser expressivos do impacto que o Projeto Intervir, através do Banco de Farmácia, causa no amparo às famílias mais carenciadas. No decorrer do ano passado, foram doados 593 medicamentos aos 235 utentes apoiados pelo Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos. Até Setembro de 2015 já tinham sido doados mais de 600 medicamentos às famílias.

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E este sucesso tem sido possível porque todos os envolvidos no processo foram capazes de «deixar de parte os preconceitos e trabalhar a confiança com as famílias» porque só assim se consegue garantir «a melhor forma de as ajudar». As Jornadas Anuais de Recolha de Medicamentos costumam coincidir com o Dia Mundial do Doente, em Fevereiro. Porém, não é preciso esperar até lá para ajudar o Banco de Farmácia do Centro Comunitário de Carcavelos. Basta doar todos os medicamentos em excesso que tenha em casa, e que estejam dentro dos prazos de validade, sejam de venda livre ou prescritos.

[Vanda Maltez]


colaboradores do Banco Santander Totta numa

ACCAO DE «TEAMBUILDING» apoio à famílias

Ajudar é algo que está ao alcance de todos nós e, por vezes, basta um pequeno empurrão para despertar a consciência das pessoas para as dificuldades que algumas famílias enfrentam e para o quão útil pode ser a nossa ajuda. No dia 25 de Setembro, 20 colaboradores do Banco Santander participaram numa acção de Team Building no Centro Comunitário através da empresa Social Mind. Esta acção teve como objectivo responder a necessidades concretas de algumas famílias apoiadas pelo Centro. O «Família Intervir» foi uma acção na qual as famílias, previamente identificadas pelo CCPC, foram convidadas a escrever uma carta, na qual contavam a sua história de vida e explicavam as suas necessidades mais urgentes. As cartas foram entregues aos participantes da acção, para que estes conseguissem, através da sua rede de contactos, responder aos pedidos. Após a acção estivemos à conversa com Jorge Faca, res-ponsável pela Social Mind, mentor e principal elo de ligação entre o CCPC e o Banco Santander, que nos explicou os objectivos da «Família Intervir». CCPC: O que é a «Família Intervir»? Jorge Faca: A «Família Intervir» é uma acção muito particular para equipas pequenas, onde se pretende dar uma realidade muito próxima daquilo que são famílias carenciadas e, mais do que ir ajudar no Banco Alimentar, é poder presenciar e verificar no acto o impacto das nossas acções. Contatamos o CCPC

porque sabíamos que, em pouco tempo, conseguiriam encontrar famílias com necessidades urgentes. Foi escolhido um perfil de família e identificado um conjunto de necessidades para que em equipa desempenhássemos o papel de apoio a estas. CCPC: Quem foram os intervenientes da iniciativa? Jorge Faca: Foi o Banco Santander que manifestou interesse em fazer uma acção desta natureza: team building e acção social. Foram gerados desafios que colocassem à prova o desempenho das equipas e que, ao mesmo tempo, se espelhassem em resultados práticos para as famílias. Quase que se garantiu todas as necessidades manifestadas pelas famílias. CCPC: É fácil fazer esta ligação entre as instituições. Há abertura para estas iniciativas? Jorge Faca: A comunicação entre instituições e empresas é complicada, uma vez que são utilizadas linguagens diferentes. Essa é uma das razões pela qual a existência da Social Mind faz sentido: é preciso perceber as duas linguagens e o modus operandi. Neste aspecto sabemos que a Social Mind pode acrescentar imenso valor e perceber de que forma podemos ajudar junto do CCPC, pois acabam por ser eles quem nos dão as ideias e projectos que posteriormente apresentamos às empresas. CCPC: Qual foi o impacto desta acção? Jorge Faca: A grande mais-valia deste projecto, além da ajuda às famílias, é permitir a pessoas que não tem qualquer noção sobre este tipo de apoio social, contactarem com famílias que vivem em di-


ficuldades, e ao mesmo tempo, tomar consciência que devido às dificuldades actuais, uma família que hoje está bem pode também cair numa situação semelhante. Esta é a melhor forma de explicar às empresas e aos seus funcionários - que tem um bom emprego, uma boa vida - podem também um dia estar numa situção de dificuldade. CCPC: Sente que os objectivos foram alcançados?

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Jorge Faca: Sim, conseguiu-se, por exemplo, dez computadores que são uma ajuda muito importante. São necessárias iniciativas destas para que aconteçam estes pequenos milagres. CCPC: Que tipos de pedidos conseguiram resposta? Jorge Faca: A maioria dos pedidos eram contas por pagar em situação limite como o corte do gás ou electricidade, situações que colocam em causa


colaboradores do Banco Santander Totta numa

ACCAO DE «TEAMBUILDING» continuação

a dignidade humana. Foram pagas, quase todas. Assim como bens essenciais, bens alimentares e de higiene pessoal, coisas fundamentais do dia-a-dia. Fora isso, entrando nos sonhos das crianças, foram bicicletas, computadores, coisas que as famílias não conseguem comprar para os seus filhos. CCPC: A «Família Intervir» vai continuar? Jorge Faca: Esta acção prima por ser uma acção de continuidade, não se esgota num dia. As pessoas sentem que assumiram um compromisso de querer continuar a ajudar estas famílias em particular,

ou mesmo mais famílias que venham a surgir e/ou o CCPC, a potenciar a loja social e a mercearia do Centro. CCPC: É importante ajudar? Jorge Faca: Acho que faz parte da própria essência do ser humano, mas só fazendo é que se pode sentir que quando ajudamos recebemos muito mais em troca. Às vezes, é apenas uma questão de oportunidade. Fazer a diferença no sorriso de alguém é algo que mexe muito connosco e que faz parte da nossa própria felicidade.


CCPC: Em que momento da sua vida é que percebeu que o seu papel seria o de ajudar os outros? Jorge Faca: Foi um mero acaso. Eu era gestor de eventos, nomeadamente criava eventos de team building direccionados para as empresas, desde challenges a operações de resgate, tudo o que se podia imaginar do ponto de vista mais radical, mas sempre desenvolvendo competências nas pessoas e não apenas pela vertente lúdica. É na procura de soluções a este nível que me deparei na procura de uma 21 ÁG O R A

acção que pudesse ser diferente e original e surgiu a criação de um parque infantil. Surgiu porque, às vezes, ao final do dia, me questionava para que é que tudo isto serviu. As pessoas levavam uma boa experiencia, fotografias para recordar, mas não poderíamos utilizar esta energia para algo mais produtivo? Daí em diante comecei a fazer acções de cariz social e nunca mais parei.

[Nelson Cavaco]



Rúbrica:

VOLUNTARIADO NA PRIMEIRA PESSOA com Vanda Couceiro

«Gosto da vida». Vanda Couceiro tem esta frase impregnada no rosto. Raramente deixa de sorrir e quando fala faz-nos sorrir também. Há 3 anos que usa esta arma, a empatia, ao serviço da loja dos corações. Mas o voluntariado começou bem antes de lhe dar esse nome. «Nasci em Angola. Aos 12, 13 anos fazia parte da JMPLA (Juventude do Movimento Popular de Libertação). Aos fins de semana faziam o que se chamava mobilização socialista: íamos limpar praias, fazer vacinação contra a poliomielite nos musseques, fazer censos populacionais nos bairros. E este bichinho ficou.» Em casa, em família, a partilha também foi sempre regra «éramos 4 irmãos e a bicicleta era só uma.» Foi já em Portugal, quando começou a trabalhar na Brisa, que diz ter aprendido a diferença entre serviço comunitário e voluntariado. «Na Brisa fiz formação e percebi que fazer voluntariado não é só ter boa vontade, é assumir compromissos e tarefas, fazer parte de organizações. Escolhi o centro comunitário talvez por estar mais perto de casa, era uma garantia de que não faltava. Agora há 3 anos que estou na loja, sempre amei e continuo a amar este trabalho. Está tudo muito bem organizado, as pessoas são extraordinárias.» Vanda conta que a solidariedade começa entre os membros da equipa: «O ano passado foi diagnosticado um cancro ao meu marido, eu tinha que o acompanhar na doença mas tinha este compromisso, consegui arranjar uma pessoa de confiança 23 19 ÁG ÁGOORRAA

para me substituir e foi fantástico todos reagiram muito bem.» Na loja do Centro Comunitário, em Carcavelos, é raro o cliente que Vanda não trata pelo nome. «Os nossos clientes são especiais, temos de tudo. Há os que precisam, os que vão à procura de conversa; temos os compradores compulsivos, temos os que vão ali com o mesmo espírito com que vão às outras lojas e criticam muito, enfim…. temos que estar sem pre preparados para explicar porque somos diferentes. E depois temos sobretudo quem dá tudo o que pode e quem dá umas coisas e compra outras. Aqui na Brisa também se criou uma ligação à loja, as pessoas trazem coisas para doação e eu recolho, levo, faço tudo.» Entre o trabalho, a família e a loja, Vanda arranja sempre tempo e energia: «Fui este ano de férias a S. Tomé e já ando a angariar coisinhas para enviar para lá.» E ao fim de semana, pelo menos, guarda que tempo para si? «Ao fim de semana vou muitas vezes buscar primas, tias, a minha mãe, amigas dela, e levo-as a lanchar, a passear. São pessoas que vivem sozinhas. Uma vez até me perguntaram se eram todas da minha família ou se eu trabalhava num lar!» (risos). Não há grandes explicações para pessoas assim. São assim e pronto. «Tento minimizar as coisas más. Eu perdi um filho. Deve ser a coisa mais difícil na vida de uma mulher. Mas tenho uma filha, agarrei-me a ela e ela agarra-me à vida. Gosto muito da vida.»

[Dora Pires]tez]


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PRÓXIMOS EVENTOS

Ateliers 2015 - 2016 * Início de todos os ateliers * Inscrições ao longo de todo o ano desde que hajam vagas

Passeio Sénior Passeio à Tapada Nacional de Mafra e à Aldeia Típica de José Franco 16 de Outubro


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