Ágora
Re vi s t ae s t udi a nt i lde lCe nt r odeEs t udi osI nt e r na c i ona l e sdeElCol e gi odeMé xi c o
AñoVI I ,Nº1 1•Ot oñode201 1
Q , Ens ud i s c u r s o“ Del al i b e r t a dd el o s a n t i g u o s al al i b e r t a dd el o s mo d e r n o s ” , p r o n u n c i a d oe n1 8 1 9y p u b l i c a d od e s p u é s , Be n j a mi nCo n s t a n t d i f e r e n c i a d o s c o n c e p t o s d e l i b e r t a do p u e s t o s , a r g u me n t a n d o q u el al i b e r t a dd el o s a n t i g u o s n oe r ac o mp a t i b l ec o nl as o c i e d a dd el aé p o c ad e l a u t o r , p u e s i mp l i c a b a l a r e n u n c i a a l a i n d e p e n d e n c i a p r i v a d a ye l p r e d o mi n i od e l a c o l e c t i v i d a ds o b r e e l i n d i v i d u o . Au n q u e e l t í t u l od e l d i s c u r s od eCo n s t a n t e s i d e a l p a r ac o mp a r a r d o s c o n c e p t o s p r e s e n t e s e nt i e mp o s d i f e r e n t e s , n u e s t r op r o p ó s i t oe s d i s t i n t o . El á g o r ad el o s a n t i g u o s e r ae l l u g a r d o n d el o s g r i e g o s p o d í a nr e u n i r s ep a r ac o n v e r s a r yd i s c u t i r l o sa s u n t o sp o l í t i c o sd el ac i u d a d . S ec o n v i r t i óe ne l c e n t r omá sc o n c u r r i d od el a sc i u d a d e sd el a p e n í n s u l ah e l é n i c a , p u e sl a si n s t i t u c i o n e sp o l í t i c a syr e l i g i o s a ss ec o n s t r u y e r o na l r e d e d o rd e l á g o r a . Nu e s t r oc o mp r o mi s oe ss e r v i rc o mome d i od o n d es ed i f u n d a nyd i s c u t a ni d e a sp r o v e n i e n t e sd e d i v e r s a s d i s c i p l i n a s d el a s c i e n c i a s s o c i a l e s ; e ns u ma , s e r u ne s p a c i ot a ni mp o r t a n t ec o moe l á g o r ap a r a l o s a n t i g u o s . P o re s o , e ne s t en ú me r oÁg o r ac u b r eu n aa mp l i ag a mad et e ma s , t o d o s d es u mai mp o r t a n c i a p a r ae n r i q u e c e r e l d e b a t ea c a d é mi c o . Enp r i me r ai n s t a n c i a , e l a r t í c u l od eRa i n e r Ma t o s F r a n c o , “ De l c o n c e p t od ed i c t a d u r aye l b a r ó nfi n é s ” , d e s c u b r eu n ad i c t a d u r ad ec o r t er o ma n oe nl aF i n l a n d i ad e l s i g l oXX, e n c a b e z a d ap o r u np e r s o n a j ef u n d a me n t a l p a r al ah i s t o r i ad ee s ep a í s , e l ma r i s c a l Ca r l G. E. Ma n n e r h e i m. Ma t o s a r g u me n t aq u e e l c o n c e p t od e d i c t a d u r ah aa d q u i r i d ou ns e n t i d on e g a t i v o , p u e s e né p o c a d e l a Re p ú b l i c a r o ma n a e s t on oe r a a s í yt r a t a d e r e c u p e r a r s ua c e p c i ó no r i g i n a l p a r a a d a p t a r l o al ah i s t o r i ad e l s i g l oXX. P o ro t r ol a d o , e l a r t í c u l od eMa r t í nRu i zCa n t úe sf u n d a me n t a l p a r ae n t e n d e ru n od el o s r e c i e n t e sa s c e n s o smá sv i s t o s o se ne l s i s t e mai n t e r n a c i o n a l . Ha b l a n d oc o np r o f u s i ó nd el ap o l í t i c a e x t e r i o r d eI n d i a , e l a u t o r a r g u me n t aq u el ap o s i c i ó nd es ma r t p o we r d ed i c h op a í s p a r e c es e r l ame j o r ma n e r ad el l e v a r a d e l a n t es u s i n t e r e s e s c r e c i e n t e s . El e n s a y oa n t e r i o rs ec o mp l e me n t ac o ne l d eJ o s éLu i sRo d r í g u e zAq u i n o , q u er e fl e j aq u el a i mp o r t a n c i ad eBr a s i l—c o moI n d i a , mi e mb r od el o sp a í s e sBRI C— e si n n e g a b l ee ne la c t u a l c o n t e x t oi n t e r n a c i o n a l ei n t e r e s a n t e , e np a r t i c u l a r , p o r l a s r e l a c i o n e s d e l c o l o s od e l s u r c o ns u s v e c i n o s s u d a me r i c a n o s . El a u t o rr e s a l t aq u e , s i b i e nBr a s i l h al i d e r a d oe s f u e r z o sc a d av e zmá saf a v o rd el a i n t e g r a c i ó nye s t a b i l i d a dp o l í t i c ad e l s u b c o n t i n e n t e , e sa d e c u a d or e c o n o c e rq u el oh ah e c h oc o n s u fi c i e n t et a c t oc o mop a r an oe n e mi s t a r s ec o na q u é l l o s .
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Co n c l u y el as e c c i ó na c a d é mi c ae ln o t a b l ee s t u d i od eCa r l o sP e i mb e r tMo r e n o , q u ed e s a r r o l l ac o n a mp l i t u de l a n á l i s i s d el at r a d i c i ó nd emu e r t o s e nMé x i c o , d o n d es emu e s t r a nv a r i a s p a r t i c u l a r i d a d e s d e l ac u l t u r ame x i c a n a , e nl aq u el amu e r t ed e s e mp e ñ au np a p e l f e s t i v omu yi mp o r t a n t e . Enl as e c c i ó nl i t e r a r i a ,Al e s s a n d r oT r i a c c ar e l a t al ad e s i l u s i ó nd eu ne n c u e n t r o“ f o r t u i t o ” , p r o v o c a d op o ru n ac o p ar o t ayl at r i v i a l i d a dd ea q u e l l oq u eav e c e s l l a ma mo s a mo r . Ma n u e l Ci s n e r o s Ca s t r o , p o r s up a r t e , n a r r al as e g u r i d a dq u e p u e d e ns e n t i r l a s p e r s o n a s e nu nl u g a r yc ó moé s t ap u e d e i r s e d i l u y e n d op o c oap o c o . Mi g u e l Ca b r e r aS á n c h e zyRo d r i g oCí r i g oJ i mé n e zt r a n s mi t e n , ap a r t i rd es u p o e s í a , e l d e s c o n c i e r t od eu n ap é r d i d ar e p e n t i n ayt a mb i é nl at r a n q u i l i d a dd ee s t a r c o nl ap e r s o n aa ma d a . P o ro t r ap a r t e , l ar e s e ñ ad eAr ma n d oEs c o b a r , " Unc a mi n oat r a v é s d e l i n fi e r n o : l ap r e s e n c i ad e Wi l l i a mBl a k ee n<<Dr a g ó nr o j o >>" , má s a l l ád ec e n t r a r s ee nl at r i l o g í af í l mi c ad e l Dr . Le c t e r , l at o ma c o mop r e t e x t op a r a h a b l a r d e Bl a k e yh a c e u n a d i s e c c i ó np u n t u a l d e l a p e l í c u l a q u e p r o t a g o n i z óEd wa r d No r t o nj u n t oa Ra l p hF i e n n e s yAn t h o n yHo p k i n s , d o n d e s e e s c o n d e nv a r i o s s i g n o s r e l a c i o n a d o s c o nl a o b r ad e l p i n t o r yp o e t ai n g l é s . Ene s t ao c a s i ó n , e l p e r s o n a j ee n t r e v i s t a d op o r Ág o r af u eMa n u e l Ca ma c h oS o l í s , n o t a b l ep o l í t i c o me x i c a n oc o nu n aa mp l i ae x p e r i e n c i aq u er e s p o n d eal a s p r e g u n t a s d eJ a i meHe r n á n d e zCo l o r a d oc o n a g u d e z a yd e ma n e r a c a t e g ó r i c a , h a b l a n d os o b r e e l f u t u r od e l a i z q u i e r d a me x i c a n a ys o b r e l o s p r i n c i p a l e s p r o b l e ma s d e l p a í s . P o r ú l t i mo , p e r on ome n o s i mp o r t a n t e , l a s i má g e n e s d el o s e n s a y o s g r á fi c o s d eMa r c De l c a nAl b o r syDa n i e l Ke n tCa r r a s c on o sl l e v a nal a sa r e n a sc á l i d a sd e l d e s i e r t od eS a h a r ayal a c o t i d i a n i d a dd el o s r i n c o n e s d el aI n d i a , r e s p e c t i v a me n t e . P a r ac o n c l u i r , q u e r e mo sa g r a d e c e rat o d o sl o sq u eh a c e np o s i b l eq u eÁg o r as i g ac r e c i e n d o . Al Ce n t r od eEs t u d i o sI n t e r n a c i o n a l e s ,l aCo o r d i n a c i ó nAc a d é mi c ayl aP r e s i d e n c i ad eElCo l e g i o . Qu e r e mo so f r e c e ru ne s p e c i a l r e c o n o c i mi e n t oaJ a z mí nF l o r e sp o rs ua y u d aa t e n t ayaMa r t h aEl e n a Ve n i e rp o rs u sc o n s e j o ss i e mp r eú t i l e s , a s í c o moaI s h i t aBa n e r j e e , An aCo v a r r u b i a s , Ed u a r d oMa t o s , Gu i l l e r moP a l a c i o syF r a n c i s c oGi lVi l l e g a sp o rs u sú t i l e sc o me n t a r i o sac a d au n od el o sa r t í c u l o s . Ag r a d e c e mo s t a mb i é nat o d o s l o s l e c t o r e s yp a r t i c i p a n t e s d e l ac o n v o c a t o r i aq u e n o s n u t r e nc o nb u e n o s a n á l i s i s yc u e n t o s ; q u en oe s t é na q u í n os i g n i fi c aq u en os e a ni mp o r t a n t e s . Al a s d o s g e n e r a c i o n e s d el a s l i c e n c i a t u r a s d e l CEI , al o s d e má s c e n t r o s yat o d o s q u i e n e s h a c e np o s i b l eq u eÁg o r al l e g u eas u s ma n o s . Es p e r a mo s q u ee s t eu n d é c i mon ú me r od eÁg o r as e au n ai n v i t a c i ó naq u el a s g e n e r a c i o n e s f u t u r a s c r e a ne ne l p r o y e c t oyp a r ama n t e n e r v i v oe s t ef o r od ed i s c u s i ó n .
C E 2 0 1 1
Pa r t i c i paenel bl og: www. c ol me x . mx / a gor a / bl og
Í ndi ce AñoVI I ,Nº1 1•Ot oñode201 1
· Ar t í c ul os
De l c onc e pt od ed i c t a d u r aye l ba r ónf i né s Ra i ne rMa t osFr a nc o
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I nd i ae me r g e nt e : l ac ons ol i d a c i ónd e l pod e ri nt e l i g e nt e Ma r t í nRui zCa nt ú
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End e f e ns ad e l or d e n: c ons t r u c c i ónd eu nac omu ni d a dd es e g u r i d a d e ne l ConoS u r J os éLui sRodr í gue zAqui no
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S obr el af i e s t ad el osmu e r t os Ca r l osPe i mbe r tMor e no
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· Cuent osypoemas
Yl oma l of u ema l oyl obu e nonot a nt o Al e s s a ndr oTr i a c c a
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Lac a ma Ma nue lCi s ne r osCa s t r o
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Lac ons t e l a c i ónd eAl Ha wa r Mi gue lCa br e r aSá nc he z
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Mot ope r pe t u o Rodr i goCí r i goJ i mé ne z
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· Res eña
Unc a mi noat r a v é sd e l i nf i e r no: l apr e s e nc i ad eWi l l i a mBl a k e e nDr a g ó nr o j o Ar ma ndoEs c oba r
· Ent r evi s t a
Ent r e v i s t a : Ma n u e l Ca ma c hoS ol í s J a i meHe r ná nde zCol or a do
· Ens a y ogr ác o
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Fr a g me nt osd eu npa í spe r d i d o Ma r cDe l c a nAl bor s
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Losr os t r osd el aI nd i a Da ni e lKe ntCa r r a s c o
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DEL ConCEpto DE DICtaDuRa y EL baRón fInés
RaInER Matos fRanCo*
Y como quería cargar sobre sus delicados hombros (…) las tareas que su talento le imponía, tenía una extrema necesidad de disciplina. —thomas Mann, La muerte en Venecia
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EL
hoMbRE sE MuEstRa IMpávIDo.
ni una gota de sudor. “soy un dictador,
presumo de que soy un dictador…”, decía. Del cúmulo de periodistas surge de pronto un quedo murmullo. pensarán algunos que el asunto no es como para presumir. sin embargo, parece que él se la cree y, dentro de su lógica, tiene sentido. Lo piensa seriamente. Lo sabe y deja escapar una ligera mueca risueña. hace una pausa y, sin titubear, infalible, sentencia: “… porque (…) dictador viene de dictar las normas”. *Estudiante de la Licenciatura en Relaciones Internacionales en El Colegio de México.
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Con estas palabras, teodoro obiang nguema, presidente de Guinea Ecuatorial desde 1979 hasta la fecha, respondió a un elemento de la prensa española en 2009, cuando el ministro de asuntos Exteriores de España, Miguel ángel Moratinos, y el senador Manuel fraga,1 viajaron a Malabo para solicitar mayor apertura democrática y transparencia electoral en el país africano, antigua colonia española. Me interesa recalcar que, más allá del cinismo con el que obiang justifica su apelativo, en realidad tiene mucha razón. El concepto de dictadura2 en la ciencia política se ha tergiversado de múltiples formas, alejándose de la idea original y ha sido aplicado tanto por los que están versados en política como los que no.3 De entre los escombros de esta condenable ignorancia, me propongo aquí esclarecer en parte el concepto original de “dictadura”, en el estricto sentido romano, y conjeturar alrededor de la tergiversación de una institución tan admirable en el derecho romano como Manuel fraga Iribarne, fundador del partido popular de España, firmó en 1968 un documento que reconocía la independencia de Guinea Ecuatorial, cuando se desempeñaba como Ministro de Información y turismo en el gobierno de francisco franco bahamonde. En este sentido, su viaje a Malabo en 2009 se hizo menos por una ferviente defensa de la democracia que por la experiencia del régimen franquista con el país africano, en un intento desesperado del Estado ibérico por recuperar cierta credibilidad internacional luego del alineamiento de la administración aznar con Estados unidos, al tratar de incidir de manera indirecta en la menor de las ex colonias de su otrora vasto imperio. 2 para fines prácticos (como los de una dictadura romana), emplearé la palabra dictadura, como dice Carl schmitt, como “una especie de ordenamiento que no se hace depender por principio del asentimiento o comprensión del destinatario ni espera su consentimiento” [La dictadura. Desde los comienzos del pensamiento moderno de la soberanía hasta la lucha de clases proletaria, Madrid, alianza, 2007 (versión original de 1921), p. 43]. 3 Los mexicanos, en cuerpo y alma, vivimos para dar cuenta de la completa ignorancia del hoy premio nobel de Literatura, Mario vargas Llosa, cuando en 1990 llamó al régimen autoritario priista “la dictadura perfecta”, algo que poco tenía que ver con una verdadera dictadura, moderna o antigua. 1
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embadurnada por la historia. Este panorama teórico se materializará con la hipótesis de que la dictadura romana puede encontrarse reproducida en pleno siglo XX, específicamente en el caso de finlandia en 1918 y luego en 1944, en la persona del mariscal Carl G. E. Mannerheim. haré también un breve recuento de la vida de tan admirable hombre para entender su elección en virtud de ser el único con el debido prestigio para ocupar el poder ejecutivo en tan tortuosos momentos.
EL maGiSTER popVLi En La REpúbLICa RoMana
El concepto de dictadura en la ciencia Como dijo teodoro obiang en su política se ha tergiversado de múltiples cátedra televisiva, el dictador es el que formas, alejándose de la idea original. dicta. bueno, sí; pero vayamos más allá.
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La institución dictatorial se fundó en la República romana ante el vacío práctico que conllevó la desaparición de la monarquía para tener un imperium fuerte en tiempos de peligro.4 se trataba de una magistratura superior al resto; según tito Livio, el magister populi (“maestro del ejército ciudadano”) desempeñaba tareas más amplias que el magistratus ordinarius y tenía la autoridad absoluta en tiempos de guerra o desorden civil, luego de lo cual debía dejar su cargo, extensible hasta un máximo de seis meses.5 En suma, el dictador se designaba, en general, cuando “la C. schmitt, op. cit., p. 33. La dictadura romana tiene su antecedente en el esimneta griego, una de las tres formas de tiranía de las que habla aristóteles, caracterizada porque el esimneta era elegido por el pueblo [La política, libro Iv, capítulo X]. según victor Erhenberg, el esimneta era originalmente un árbitro elegido para resolver problemas sociales [From Solon to Socrates: Greek history and civilization during the 6th and 5th centuries B.C., 3ª edición, nueva york, Routledge, 2011, p. 19]. 5 andrew Lintott, The Constitution of the Roman Republic, oxford, Clarendon press, 1999, p. 110. 4
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integridad de la mancomunidad se veía amenazada por la guerra o por disensiones en las provincias”.6 francisco Gil villegas advierte
Como bien apunta Schmitt, “el dictaque Carl schmitt, al rastrear en su obra dor no es un tirano y la dictadura no es algo así como una forma de clásica La dictadura los orígenes de tan dominación absoluta”. singular institución, descubre que ésta es
“netamente republicana, diseñada como un medio peculiar de la Constitución romana para preservar, paradójicamente, la libertad en situaciones de emergencia”.7 Como bien apunta schmitt, “el dictador no es un tirano y la dictadura no es algo así como una forma de dominación absoluta”.8 De ese modo, el dictador queda claramente sujeto en todo momento a la Constitución y nunca se encuentra sobre ella. para Maquiavelo, la diferencia entre el dictador y el príncipe estribará en que el primero no podrá modificar o crear leyes ni derogar la Constitución vigente, mientras que el segundo sí puesto que, al ser soberano,9 se encontrará por encima de toda legislación.10
tERGIvERsaCIón DEL ConCEpto ¿Qué ocurrió, pues, para que la inocente institución dictatorial terminara frank f. abbott, a history and description of Roman political institutions, Londres, Elibron Classics, 2006, p. 182. 7 francisco Gil villegas Montiel, “Democracia y dictadura en la teoría del realismo político de Max Weber y Carl schmitt”, Foro internacional, 117 (1989), p. 139. 8 C. schmitt, op. cit., p. 37. 9 Entiendo el concepto de soberanía como lo define Jean bodin en los Six livres de la République (Libro primero, capítulo vIII): “el poder absoluto y perpetuo de una comunidad, por encima del cual no hay otro”. 10 f. Gil villegas, art. cit., p. 140. 6
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concibiéndose como algo que no era; como su propio antónimo, que la ubicará por encima de toda ley en la modernidad? Claude nicolet afirma que, desde el siglo XvIII, el término dictadura ha valido para referirse —incorrectamente— a “tiranías o despotismos (…); poderes esenciales que están lejos de haber sido conferidos con regularidad y, en cambio, fueron usurpados por fuerza o por engaño”.11 asimismo, fossey hearnshaw señalaba que lo que se entendía por “dictadura” en 1934 era en realidad “la forma de gobierno que los griegos muy correctamente habían llamado tiranía”;12 del mismo modo, para nicolet, la dictadura moderna es “un poder arbitrario y abusivo que socava derechos políticos e individuales, gobierna por el terror y que no retrocede ante la mínima violencia”,13 pero que dista mucho de su acepción original. La tergiversación comienza, según andreas Kalyvas, con el advenimiento
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de las “revoluciones democráticas” —la inglesa de 1648 y la francesa de 1789— y los intentos de figuras como oliver Cromwell,14 los jacobinos o napoléon bonaparte por “resucitar” la dictadura antigua.15 sin embargo, ya en la República romana —durante sus últimas y agónicas décadas— fueron dos las ocasiones en que la dictadura fue ultrajada para servir a propósitos personales: Lucio Cornelio Claude nicolet, “Dictatorship in Rome”, en peter baehr & Melvin Richter (eds.), Dictatorship in history and theory. Bonapartism, caesarism, and totalitarianism, Cambridge: university press, 2004, p. 263. 12 fossey J. C. hearnshaw, “Democracy or dictatorships?”, The Contemporary Review, 286 (1934), p. 432. Descuéntese el esimneta de esta tajante seperación, pues era una tiranía peculiar (véase nota 4). 13 Loc. cit. 14 En la nota 30 explico por qué Cromwell no puede considerarse un dictador. 15 andreas Kalyvas, “the tyranny of dictatorship: when the Greek tyrant met the Roman dictator”, political Theory, 35 (2007), p. 413. 11
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sula restituyó la institución —luego de 120 años— en el 82 a.C. y la dotó de un cariz despótico al aplicar el terror mediante la eliminación física de sus enemigos.16 Julio César, en cambio, sería designado dictador por el senado en cuatro ocasiones (49-44 a.C.) dado su enorme prestigio militar; en la última, fue nombrado “dictador vitalicio”, lo que llevaría a su asesinato. ambos casos constituyen una primera alteración de la institución y contribuyeron indudablemente a su posterior descrédito. por todo ello, schmitt tendrá razón al señalar que la “literatura política burguesa” ignora el concepto de dictadura por completo —utilizándolo, incluso, como detracción en contra de sus enemigos— cuando éste debería, de hecho, tomarse en cuenta como lo que es: una definición técnica y temporal. por ello, el teórico alemán adjudica a los comunistas el único uso serio de la acepción al afirmar que la idea de “dictadura del proletariado” ostenta un carácter de temporalidad y tecnicidad único, pues representa “el medio técnico para la implementación de la transición hacia la meta final de los comunistas”,17 es decir, la abolición del Estado. En la dictadura, en suma —sentencia schmitt—, “domina el fin”.18
EL baRón fInés Carl Gustaf Emil Mannerheim vino al mundo el 4 de junio de 1867 en askainen, puerto finlandés. De ascendencia alemana y sueca, nació realmente en territorio ruso, puesto que finlandia fue parte del imperio zarista entre 1809 y 1917. Ingresó C. nicolet, art. cit., p. 269. John p. McCormick, Carl Schmitt’s critique of liberalism. against politics as technology, Cambridge: university press, 1997, p. 124. 18 C. schmitt, op. cit., p. 42. 16
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a los 20 años en la Escuela de Caballería de san petersburgo, graduándose como el segundo de su clase. En 1896, su altura (literalmente; medía 1.87 m) y credenciales militares le permitieron ser escolta de nicolás II el día de su coronación.19 fue voluntario en la Guerra Ruso-Japonesa de 1904 y combatió heroicamente a los japoneses en Manchuria, lo que se confirmó con su designación como coronel por la valentía mostrada en la batalla de Mukden (1905). a su regreso a la entonces capital rusa, fue comisionado por el zar para emprender un viaje secreto a China como espía e informar si las incipientes reformas que entonces emprendía la dinastía Qing hacían de ésta un potencial rival asiático.20 De vuelta en Europa, Mannerheim fue asignado a polonia —también territorio ruso— y promovido a general, para luego destacarse en la primera Guerra Mundial en contra del Imperio austro-húngaro.
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Esta cornucopia militar fue coartada abruptamente con el estallido de la Revolución de febrero en marzo de 1917.21 Mannerheim se refugió en la casa de Emanuel nobel, sobrino del inventor de la dinamita (como el barón, de origen sueco). Dos veces fueron capturados por los revolucionarios en los rincones de petrogrado; dos veces liberados por su acento extranjero.22 tras una breve estancia en odessa (ucrania) y, tras enterarse de la toma del poder por los Jonathan Clements, mannerheim. president, soldier, spy, Londres, haus publishing, 2009, p. 35. hay, incluso, una interesante fotografía en que Mannerheim marcha por delante del recién coronado zar en la procesión de la Catedral de san petersburgo hacia el palacio Imperial. 20 En el viaje conocería al Dalai Lama, a quien regaló su pistola, aunque luego confesaría que no supo por qué regaló un arma a un hombre de fe [ibíd., p. 6]. 21 febrero, en el calendario antiguo ruso. 22 J. Clements, op. cit., pp. 172-174. 19
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bolcheviques en noviembre,23 Mannerheim decidió huir a finlandia, no sin antes intentar por varios medios orquestar una contrarrevolución monárquica en Rusia. Es necesario este preámbulo que relata la vida del barón finés para entender el prestigio del que gozó para alcanzar los altos puestos a los que escaló (comandante en jefe del Ejército finlandés y, luego, regente y presidente de la República) pues creo firmemente, como aventuré en la introducción, que Mannerheim puede considerarse un dictador en el sentido romano; primero, en la Guerra Civil finlandesa de 1918 —curiosamente, no durante su regencia, sino en su periodo como comandante en jefe del Ejército blanco— y, después, por un año y medio entre 1944 y 1946, lo que explicaré a continuación retomando el hilo histórico-biográfico.
EXpERIMEnto RoMano: La pIMERa DICtaDuRa La Revolución bolchevique fue el catalizador que detonó la independencia de finlandia en diciembre de 1917.24 una vez en helsinki, Mannerheim fue “reclutado” por el gobierno conservador del entonces regente pehr svinhufvud y asignado comandante en jefe del Ejército blanco ante la inminente guerra civil que, finalmente, estalló en enero de 1918 debido a las tensiones entre comunistas y liberales —rojos y blancos, respectivamente. al ser investido con poderes supremos, el general tenía la tarea de preservar la libertad ante la “amenaza” comunista, elegido por un cuerpo selecto de individuos que conformaban el recién creado Comité Militar.25 En cuestión de meses, su liderazgo fue clave para octubre, en el calendario antiguo ruso. John h. Wuorinen, a history of Finland, nueva york, Columbia university press, 1965, p. 215. 25 J. Clements, op. cit., pp. 188-189. 23 24
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derrotar a las facciones comunistas finlandesas y establecer una república semipresidencialista independiente —aunque nunca exenta de la amenaza roja de su revolucionario vecino soviético. Durante la Guerra Civil, el “General
mannerheim habló ante la asamblea, precisamente, como un blanco” actuó más como un jefe de dictador romano; como si la garantía Estado que como cabeza del ejército, lo de libertad de cada finlandés que motivó el cuestionamiento de su dependiera de él. legitimidad. varios políticos temían que
encabezara un coup d’État, basándose en su nueva popularidad y la férrea fidelidad de sus subordinados; con mayor razón cuando el “sentido del orden” que poseía Mannerheim lo llevó a hablar ante la asamblea nacional sobre “confiar el bajel estatal a manos fuertes, fuera del alcance de la trifulca partidista”.26 El miedo no
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era infundado. por su origen y sentimiento de lealtad, era monárquico y veía la democracia con desconfianza por la “oportunidad que representaba para los demagogos”; no obstante, pensaba que aquélla podía florecer “sólo si las personas adecuadas eran elegidas”.27 para el biógrafo Jonathan Clements, Mannerheim habló ante la asamblea, precisamente, como un dictador romano; como si la garantía de libertad de cada finlandés dependiera de él. y, como tal, ofreció su renuncia cuatro días después, sabiendo que el propósito para el cual había servido estaba consumado y que su cargo no era necesario ya;28 consciente de que, como dice schmitt, había eliminado la situación peligrosa que había motivado su nombramiento.29 John E. o. screen, mannerheim: the Finnish years, Londres, hurst & Company, 2000, p. 37. J. Clements, op. cit., p. 86. 28 ibíd., p. 208. 29 C. schmitt, op. cit., pp. 33-34. 26 27
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En suma, hay un primer Mannerheim que actúa al más puro estilo de un dictador romano: por un lado, obtuvo de un grupo selecto de individuos un puesto que le otorgó facultades extraordinarias para pacificar el país y preservar la integridad y libertad de la flamante nación; por otro, vio en sí mismo un mero instrumento para llegar a un fin —aquí la tecnicidad maquiavélica— dejando, además, su cargo tras no considerarlo de utilidad una vez pacificado el país —aquí la temporalidad. sin embargo, no sería la última vez.
sEGunDa GuERRa, sEGunDa DICtaDuRa Mannerheim tuvo una interesante y rápida evolución en su pensamiento político entre 1917 y 1919. pasó de ser un defensor empecinado de la monarquía —movilizando asociados para fomentar una reacción monárquica en Rusia— a ser un hombre respetuoso de las instituciones democráticas de su natal finlandia, una vez independizada. al dejar el cargo que ostentó durante la Guerra Civil, deseó salir de la vida pública, pero pronto fue llamado para convertirse en regente en sustitución de svinhufvud. bien vale la pena un paréntesis en este punto para conjeturar una tesis propia: la diferencia entre una regencia y una dictadura que, aunque parecidas, no convergen en lo absoluto, puesto que el regente gobierna in absentia de un monarca y, por ende, es soberano; es decir, es una institución plenamente monárquica,30 mientras que la dictadura es, como ya se ha dicho, Los ingleses institucionalizaron la regencia en la forma del Lord protector, que debe encargarse del trono en ausencia del rey. éste fue, de hecho, el título adoptado por oliver Cromwell tras la Revolución inglesa de 1648 e implantado a su régimen (“protectorado”); no obstante, todo el simbolismo que lo caracterizaría sería monárquico. por ende, queda claro, contrario a lo que varios autores mencionan, que Cromwell no fue un dictador —ni en la acepción romana ni en la moderna—, puesto que la institución de Lord protector posee una base monárquica en Inglaterra. sobre el simbolismo monárquico en Cromwell, véase George h. Clark, oliver Cromwell, boston, D. Lothrop Co., 1893, pp. 202-204. 30
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republicana y nunca soberana. En finlandia se instituyó la regencia (1918-1919) dado que la tradición monárquica, luego de siglos de dominación —primero sueca y después rusa—, dejó una impronta significativa en las voces que la favorecían, aunque no tuvieron suficiente peso en la decisión final.31 sin embargo, no analizaré la regencia de Mannerheim porque, al ser precisamente eso, no tuvo características de una dictadura romana, a diferencia de su presidencia entre 1944 y 1946, adonde desemboco a continuación. Luego de ser candidato a la primera presidencia del país y perder en 1919 —a tal grado había llegado su evolución política que ahora competía en elecciones—, Mannerheim se retiró a la vida civil y viajó por el mundo poniendo restaurantes, hasta que en 1931 fue llamado de nuevo por svinhufvud, ahora presidente, para hacerse cargo del Consejo de Defensa. al año siguiente, el general
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se vio enormemente tentado a encabezar un movimiento ultranacionalista y estrictamente anticomunista —que rayaba en el fascismo— conocido como Movimiento de Lapua, que buscaba imponer una dictadura (moderna, claro está) encabezada por Mannerheim. una vez más, el general mostraría su apego a las instituciones, como fuera característico de los dictadores romanos, a pesar de tener muchos contactos dentro de dicho movimiento.32 El 30 de noviembre de 1939, la unión soviética invadió el oriente finés, reclamando así una esfera de influencia más —mientras caían paralelamente en posesión soviética los países bálticos y polonia oriental— mediante el pacto 31
se ofreció la corona finesa a Carlos federico de hesse, quien la rechazó, e incluso hubo quienes propusieron al mismo Mannerheim para convertirse en rey, pero finlandia se convirtió finalmente en una república [J. Clements, op. cit., p. 217]. 32 J. E. o. screen, op. cit., pp. 104-108.
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Molotov-Ribbentrop.33 horas después, Mannerheim reasumía su antiguo puesto de comandante en jefe a los 72 años. sus facultades quedaron estipuladas por decreto y eran superiores a la de cualquier otro individuo previamente en su posición: podía hacer recomendaciones al gobierno, dirigir la economía, “actuar independientemente” e incidir en política exterior.34 La Guerra de Invierno, como se conoció al inminente conflicto, culminó con un armisticio firmado en Moscú en marzo de 1940 por el que finlandia, aunque victoriosa, cedía 10% de su territorio a la uRss. terminada la contienda, Mannerheim no dejó su puesto aunque debía hacerlo por ley. por ello, no se puede considerar su comandancia específicamente durante la Guerra de Invierno como una dictadura romana —a pesar de que hubiese características propias de una—, dado que claramente se pasó por alto un elemento constitucional, lo que no concuerda con el concepto maquiavélico ni romano de dictadura. En realidad, el gobierno tampoco lo obligó a dimitir, pues se quería planificar una —también inminente— defensa futura35 pensando, naturalmente, que Europa seguía en abierto conflicto; fue una decisión acertada, ya que la guerra contra la uRss se prolongó hasta 1944 en un desgastante enfrentamiento llamado Guerra de Continuación (1941-1944). a la par, comenzó también una breve coquetería germano-finlandesa que derivó en el apoyo alemán a la empresa finesa contra Rusia a partir de 1941. hitler, que admiraba a Mannerheim, visitó al recién nombrado mariscal en 1942, el día de su cumpleaños 75, tanto para conocerlo como para presionar a los finlandeses osmo Jussila, seppo hentilä & Jukka nevakivi, Finlandia: historia política (18091999), trad. de Jesús pardo, Madrid, Espasa Calpe, 1999, p. 233. 34 J. E. o. screen, op. cit., pp. 138-139. 35 J. Clements, op. cit., p. 257. 33
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en el ansiado avance hacia Leningrado.36 pronto, el giro que dio el conflicto internacional en detrimento de alemania hacia 1944 conllevó una serie de jugadas políticas en helsinki para lavarse las manos del apoyo nazi aunque, en realidad, nunca hubo una alianza formal. La más visible de ellas fue la renuncia del presidente Risto Ryti para que no recayeran sobre él las presiones diplomáticas,37 por lo que el parlamento designó unánimemente a Mannerheim en el cargo, con el propósito específico de sacar al país de la guerra.38 Inicia, de ese modo, la segunda
El giro que dio el conflicto dictadura (romana) de Mannerheim, que internacional en detrimento de alemania hacia 1944 conllevó una el mismo Ryti resumirá argumentando la serie de jugadas políticas en Helsinki importancia de concentrar la autoridad para lavarse las manos del apoyo nazi. civil y militar en una sola persona en tan
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crítico momento.39 En virtud de una ley especial elaborada ipso facto, Mannerheim se convertía en presidente de finlandia el 1 de agosto de 1944 —manteniendo el puesto de comandante en jefe— con un propósito puramente técnico: pacificar el país de nuevo, 26 años después de encargársele la misma tarea. aunque era presidente, no era soberano —punto a resaltar si quiere compararse su presidencia con la dictadura romana— ya que, según la Constitución finesa de 1919, la soberanía recae en el pueblo, representado en el parlamento.40 amén de figuraciones teóricas, tampoco puede decirse que Mannerheim fuera el gran ibíd., pp. 266-268. Ryti había prometido a alemania no hacer una paz separada con la uRss mientras estuviera en la oficina presidencial. al renunciar, hábilmente, no dejó de cumplir su promesa. 38 J. Clements, op. cit., p. 269. 39 J. E. o. screen, op. cit., p. 207. 40 artículo 1, segunda sección. acta Constitucional de Finlandia (1919). Consultada el 10 de marzo de 2011 en http://www.servat.unibe.ch/icl/fi01000_html. 36 37
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soberano de finlandia en el sentido maquiavélico dado que, aunque poseía facultades extraordinarias, seguía constreñido por la legislatura y la Constitución.41 La
dura
prueba
de
su
presidencia fue pactar con stalin, lo que 42
logró
pagando
un
duro
costo.
finlandia se retiró a las fronteras de 1940 —durante la Guerra de Continuación se había recuperado el territorio perdido en
mannerheim, fiel al institucionalismo —pero también a su salud—, renunció a la presidencia en marzo de 1946 argumentando, de nueva cuenta, que había cumplido las tareas para las que fue designado presidente.
ese año— y, a cambio, la uRss respetaría la soberanía finlandesa y stalin protegería a Mannerheim de cualquier vinculación con el nazismo que pudiera derivar en acusaciones de crímenes de guerra. así, tras siete años de guerra continua, finlandia regresaba a la paz y mantenía su soberanía, objetivo primordial a pesar del costo elevado en hombres y territorio. y Mannerheim, fiel al institucionalismo —pero también a su salud—, renunció a la presidencia en marzo de 1946 argumentando, de nueva cuenta, que había cumplido las tareas para las que fue designado presidente por el parlamento.43 tenía 78 años. Murió cinco años después, en 1951, en un hospital de Laussane.
además, en un sistema semipresidencialista, tanto el presidente como el primer ministro conforman el poder ejecutivo, por lo que ni siquiera en ese sentido hay un solo soberano. 42 se repitió así el pacto de 1917, cuando un joven stalin, como Comisario de nacionalidades del nuevo gobierno revolucionario ruso, otorgó la independencia a finlandia [J. Clements, op. cit., p. 141]. Las negociaciones ruso-finesas entre 1939 y 1944 se llevaron a cabo en la embajada soviética en Estocolmo, encabezada por alexandra Kollontai, ex embajadora soviética en México [J. E. o. screen, op. cit., p. 209]. 43 J. Clements, op. cit., p. 278. 41
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ConsIDERaCIonEs fInaLEs: EL CaMILo MoDERno ¿Quién era este hombre, admirado ya por stalin, ya por hitler, que mataba tigres de 3 metros en compañía del rey de nepal? ¿Quién era este soldado que vio acción en el erial manchuriano y en la gélida Laponia, presente en cuatro guerras que reacomodaron el equilibrio de poder en Europa, asia y el mundo; quién este pragmatista, ora monárquico, ora demócrata? ¿Quién este Camilo moderno, presa de un vasto sentido de responsabilidad y con un respeto casi religioso por las instituciones a pesar de su origen noble que lo restringía, casi inexorablemente, a un pensamiento sumamente conservador? ¿Quién, sumido en la ignorancia, calificaría de dictador a este hombre? ni siquiera sus enemigos más acérrimos. sin embargo, lo fue. no. no en ese sentido, amable lector. Mannerheim fue un dictador en el sentido romano, a la
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a la antigüita, sometido a la ley, nunca soberano a pesar de sus facultades extraordinarias, y que dejó su cómodo puesto cuando ya no era necesario para la nación. Creo haber expuesto bien el porqué: se trata de un ejemplo ilustrativo para entender una recuperación del sentido original de la institución política romana en la primera mitad del siglo XX. aunque resulte imperioso alejarse de concepciones vulgares, hay que llamar las cosas por su nombre. La dictadura es originalmente una institución técnica, temporal y republicana, antónimo radical Marco furio Camilo (c. 446-365 a.C.) fue un general romano, designado cinco veces dictador. Dio el triunfo a Roma dos veces sobre los galos y, fiel a la institución dictatorial, dejó el poder luego de finalizado cada uno de sus cinco términos. 45 Incluso sus viejos enemigos, los comunistas, reconocieron su liderazgo como elemento crucial en las horas más oscuras del país. 44
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de la tiranía griega; no así el concepto moderno: ignorante, insuficiente, donde todo cabe. Queda en uno aplicar la acepción correcta para cada palabra que se use. e
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IndIa EMERgEntE: La ConsoLIdaCIón dEL podER IntELIgEntE
Martín Ruiz Cantú*
dE La MIsMa ManERa quE aL fIn dE la segunda guerra Mundial se configuró un nuevo orden internacional, hoy en día se presencia un acomodo diferente de la política entre Estados, en parte, por el ascenso de potencias emergentes con cada vez mayor peso económico, político, diplomático y militar. Entre éstas se encuentra India, con tasas de crecimiento económico en promedio mayor al 7% desde 1997 y que es el segundo país más poblado, además de que se proyecta como la tercera economía mundial para 2025. En respuesta a su ascenso en el ámbito internacional, ¿qué comportamiento presenta en su política exterior? ¿se puede hablar de una reorientación producto de su carácter como potencia emergente? El presente trabajo argumenta que las relaciones internacionales de India se llevan a cabo mediante una estrategia de smart power; una combinación entre poder militar y el ámbito ideológico para avanzar sus intereses, estrategia que se consolidó a la par *Estudiante de la Licenciatura en Relaciones Internacionales en El Colegio de México.
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que el ascenso como potencia emergente y que contrasta con orientaciones precedentes de carácter bélico o retórico —hasta cierto punto, mutuamente excluyentes. para fundamentar la hipótesis, hablaré brevemente sobre la configuración en este nuevo orden internacional caracterizado por el ascenso de potencias emergentes, lo que se entiende por las mismas, por qué a India se le considera una de ellas y sus repercusiones en el ámbito internacional. después haré un breve análisis de su política exterior desde su independencia como colonia hasta la fecha, para entender cómo se formaron visiones de soft y hard power contrastantes; luego, llegaré a la reconciliación de ambas con el poder inteligente cuando India se consolidó como potencia emergente con miras a impulsar sus intereses crecientes, con énfasis en los retos todavía presentes en su política exterior.
22 un oRdEn “EMERgEntE” La novedosa tipología de potencias emergentes proviene del ámbito de la economía y las finanzas con el objetivo de encasillar a aquellos Estados que, desde los años ochenta, cuentan con rápido crecimiento económico, presentan grandes oportunidades de inversión a países desarrollados y poseen relativa estabilidad institucional. Éstos se definen, por tanto, por su abrupto despegue económico, que testifica su peso en la economía mundial y fomenta nuevas ambiciones políticas. además, cuentan con una población en rápido aumento si se excluye el caso ruso.1 a esto podría agregarse, me parece, el factor de un poderío militar en ascenso. Christophe Jaffrelot, “Introduction”, en Christophe Jaffrelot (ed.), L’enjeu mondial. Les pays émergents, parís, presses de sciences politiques – L’Express, 2008, pp. 13-22. 1
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Es aquí donde se puede ubicar a India. además de su despunte económico y de ser la cuarta economía mundial en términos de paridad de poder de compra, “la oficina del mundo”, como se le llama, cuenta con varias ventajas hacia la inversión; entre ellas, las capacidades de su clase media —con diversos ingenieros en informática y trabajadores en call centers internacionales—, sus libertades políticas y un estado de derecho relativamente sólido, así como su dividendo demográfico y la importante diáspora que apoya con capital humano e inversiones desde fuera. Es por esto que entre 1980 y 2008 India duplicó su participación en el producto Interno Bruto (pIB) mundial —del 2.2% al 4.8%—, al grado de que goldman sachs la sitúa como tercera economía mundial para 2025, después China y Estados unidos.2
Entre las muchas influencias que pueda tener en el mundo, destaca el soft power indio que, a pesar de la importancia que va adquiriendo, no inquieta a otros actores como China.
Estos logros se dieron, en parte, por el modelo para el desarrollo del primer ministro Jawaharlal nehru (1947-1964) —que arraigó en la sociedad valores democráticos— y un estado de derecho que permitió al país gozar de una
estabilidad única en asia, exceptuando sólo a Japón. además, hubo un federalismo complaciente que prácticamente desarticuló fuerzas separatistas —exceptuando la región de Cachemira— junto con una reforma agraria parcial y la Revolución Verde, que aseguró autosuficiencia alimentaria.3 Christophe Jaffrelot, “L’Inde, puissance émergente, jusqu’où?” en ibíd., pp. 91-104. Véase el reporte de India para abril de 2010 en el sitio del Banco Mundial, http://www.worldbank.org.in, consultado el 10 de septiembre de 2010. 3 Loc. cit. 2
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El papel del Estado, por tanto, fue central en construir una base económica y científica que, con la protección arancelaria, pudo formar su propia industria. no obstante, los límites de este modelo dieron lugar a que en la década de 1980, y más claramente en la posterior, ocurriera un giro radical en la economía hacia su apertura que, junto al gran mercado interno, con tasas relativamente bajas de ahorro, catapultó su crecimiento y atrajo inversionistas extranjeros. Lo anterior, aunado al crecimiento en el sector servicios (del 11% en promedio anual) y la percepción como inversión de largo plazo de la fuga de cerebros, sus remesas, la posibilidad de que se abran filiales en India y su eventual regreso con factor humano y tecnología adquirido en el extranjero.4 ahora bien, ¿cómo se traduce este crecimiento e importancia en su política exterior y en el sistema internacional? a pesar de figurar previamente
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como un país pobre y atrasado, India hoy por hoy ostenta capacidades nucleares y la aspiración de vigilar el océano Índico, lo que resalta una voluntad de aumentar su influencia en el ámbito internacional. sin embargo, resulta interesante que sus ambiciones son tanto en bienes medibles (en términos de hard power) como en poder de influencia y persuasión sobre otras potencias emergentes (soft power). India se presenta con un nuevo poder y lugar reconocido en el sistema internacional, pero siempre consciente de sus límites como país en desarrollo y lealtad al tercer mundo.5 Entre las muchas influencias que pueda tener en el mundo, destaca el soft power indio que, a pesar de la importancia que va adquiriendo, no inquieta a otros actores como China. La india es una civilización asociada a valores pacíficos; a 4 5
Loc. cit. Ibíd., pp. 97-100.
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los principios de no violencia de Mahatma gandhi o al recibimiento del dalai Lama en 1950. Esto va ligado a su prestigio literario, premiado en occidente, a Bollywood y su producción cinematográfica, al hecho de ser una democracia y la asunción de una causa común con los países emergentes, para los que India está dispuesta a ser un portavoz. En 2003 formó dentro de la organización Mundial de Comercio el g-20, para aventajarse en las negociaciones comerciales, así como otros mecanismos de integración con países similares en importante crecimiento como el foro trilateral IBsa con Brasil y sudáfrica.6 ahora bien, para encasillar este tipo de comportamiento, que parece contradictorio por basarse tanto en bienes medibles como intangibles, Joseph nye desarrolla un nuevo concepto de poder que lo califica como inteligente, producto de ciertos errores en la política exterior estadunidense durante los años de george W. Bush (2001-2008) y que encausa el debate sobre el comportamiento internacional de este país sobre una conducta que logre la combinación de elementos de poder duro y blando, de manera que se refuercen mutuamente para así fomentar eficientemente sus intereses.7 al entender poder como la habilidad de influir sobre otro para que éste actúe de una forma en la que en otras circunstancias no hubiera actuado, nye desarrolla una dicotomía del concepto en carácter duro y blando: el primero tiene medios coercitivos para lograr sus fines, con un énfasis en intervenciones militares, diplomacia coercitiva y sanciones económicas para satisfacer intereses nacionales; el segundo ostenta la capacidad de persuadir o atraer a otros sin el uso de la coerción.8 Loc. cit. Ernest J. Wilson III, “Hard power, soft power, smart power”, The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 616 (2008), pp. 110-124. 6 7
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En mi opinión, ambas tendencias están presentes en la política exterior india actual. no obstante, no fue sino hasta su ascenso en la década de los noventa que ambas se reconciliaron y no se optó únicamente por una de ellas, como en periodos anteriores; se formuló entonces, producto del ascenso de India, el poder inteligente para implementar la misma. Es por esto que sería pertinente analizar su desarrollo, para ver con mayor claridad diversos cambios entre orientaciones “duras” o “blandas”.
una poLÍtICa osCILantE El soft power indio se formuló y expresó de manera clara en la lucha por la independencia y los primeros años como
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Estado-nación. La lucha por la liberación pacífica bajo el liderazgo de gandhi es
Al percibir imposible una victoria con base en una revolución violenta dada la superioridad militar de las fuerzas británicas, era necesaria una estrategia diferente.
quizá el ejemplo histórico más sorprendente de la efectividad potencial de utilizar estrategias políticas con base en el poder blando, lo que dejó una huella en la política del Estado indio.9 al percibir imposible una victoria con base en una revolución violenta dada la superioridad militar de las fuerzas británicas, era necesaria una estrategia diferente. Hubo que cambiar la imagen de los británicos como portadores del orden y el progreso y de los indios como salvajes. Bajo este comportamiento, se buscó confundir las expectativas británicas e inducir a los colonizadores a responder de forma salvaje o cobarde, características que normalmente se 9 Jacques E. Hymans, “India’s soft power and vulnerability”, India Review, 8 (2009), pp. 241-244.
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asociaban con la población india. de esta forma, se formaron tensiones psicológicas perturbadoras en la mente de los opresores, que sólo tendrían solución con el abandono de esta colonia o la reformulación de su identidad en la misma. En ambos casos, la relación de dominación desaparecería.10 se pretendía entonces poner de cabeza la habilidad inglesa de usar a India como parte de la identidad y prestigio del Imperio. La resistencia pacífica no podría ignorarse como débil o histérica, salvaje o incontrolable; contradecía la expectativa del comportamiento indio fundamental en la imagen británica. al destruirla, también desaparecía su supuesto de contar con el derecho a gobernarlos. así, con todo este poder en ideas y percepción, se logró la independencia.11 si bien es necesario considerar la alternativa del nacionalismo hindú, a fin de cuentas, la idea de poder conquistar a sus agresores y al mundo con la fuerza de las ideas tomó vigor por la lucha independentista, con el pensamiento de una tierra espiritualmente superior a occidente, corrompido por su materialismo. de Loc. cit. Loc. cit. no obstante, cabría ir más allá de un análisis simplista y no dejar a un lado diferentes tendencias que buscaron la independencia, con mucha mayor violencia y una visión de la nación distinta; sobre todo en los últimos años, cuando el partido popular Indio (BJp) llegó al poder en la década de 1990 y formó gobierno de 1999 a 2004. El partido acarrea la nueva ideología del nacionalismo hindú, corriente ideológica desde 1925 y paralela a la tradición de gandhi. así, se desarrolló una cultura política alternativa, con un diferente concepto de nación y por rechazar la no violencia como modo legítimo y efectivo en contra de los británicos, que los llevó a utilizar la fuerza en la lucha por la independencia en contraposición a gandhi, quien buscaba una nación armoniosa frente a diversas tradiciones religiosas y cuyos sucesores tradujeron en una India territorial más que religiosa, con principios liberales basados en individuos y no en grupos, además del secularismo y el no reconocimiento de distintas identidades religiosas, como lo afirmaba su líder. a estas posturas se oponía el nacionalismo hindú, al resumir la identidad india en el hinduismo por ser éste mayoría y a la cual las demás culturas debían asimilarse [Christophe Jaffrelot, Hindu nationalism: a reader, princeton: university press, 2007, pp. 3-6]. 10 11
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este modo, considero que en estos años iniciales se consolidan las primeras orientaciones de soft power en India. En el periodo de nehru se desarrolló una identidad que consistía en la vocación de convertirse en una nueva superpotencia de carácter blando, visión que transformaría la manera de llevar las relaciones internacionales introduciendo en la agenda cuestiones de igualdad y justicia.12 Esta manera de pensar se tradujo en un “idealismo práctico” con dos vertientes paradójicas. por un lado, nehru formuló el nuevo concepto de no alineamiento, que recuperaba los principios de no violencia de Mahatma gandhi, de su formación en Cambridge con una concepción humanista y de la influencia de la izquierda británica recelosa de Estados unidos. percibió el alineamiento como la entrada en un conflicto que rechazaba; más bien, había que aspirar a la paz y al desarme generalizado, sin caer en aislamiento o neutralidad, con coraje y
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determinación, en contra de la agresión e intervención. por ello, nehru construyó el Movimiento de los no alienados con gamal abdel nasser y Josip Broz tito a mediados de los cincuenta.13 por otro lado, las políticas de nehru se alimentaron de la Realpolitik; formó el Movimiento para adquirir autoridad moral, credibilidad y papel como mediador. Consciente de sus límites como Estado —no contaba con una base fuerte en materia económica o militar— optó por una vía alternativa: utilizó el prestigio moral, paralelizando su Sittlichkeit con una Realpolitik.14 de hecho, su persistencia en el poder blando había traído resultados. tal
Christophe Jaffrelot, New Delhi et le monde. Une puissance émergente entre realpolitik et soft power, parís, autrement, 2008, pp. 9-14. 13 Loc. cit. 14 La Sittlichkeit es, para Hegel, la moralidad en el terreno político [Citado en loc. cit.]. 12
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es el caso de sus relaciones con la Commonwealth, donde se logró el ingreso a pesar de ser una república. anteriormente, la Mancomunidad Británica incluía únicamente antiguas colonias inglesas, gobernadas por blancos y que todavía reconocían al monarca inglés como jefe de Estado. no obstante, la India, sin vínculos con la corona inglesa, se incorporó al argumentar que no había inconsistencia en derrocar al rey como emperador de su territorio y formar parte del organismo. de esta forma, otra vez con el poder de las ideas, refundó, una vez dentro, los principios de igualdad nacional y racial —golpe certero a los remanentes del prestigio imperial británico.15
A pesar de relaciones complicadas durante la Guerra Fría, Washington ahora percibe a Nueva Delhi como jugador clave para su estrategia de seguridad internacional.
años después apareció una oscilación hacia el realismo por los malos cálculos durante la guerra con China en 1962, y se presentaron consecuencias en términos de poder duro: las posiciones
anteriores se debilitaron y empezó la política armamentista india. además, bajo la lógica de la guerra fría, persuadir a los estadounidenses mediante soft power se presentaba con mayor dificultad. a pesar de simpatizar con su independencia, por el entorno general de descolonización y su movimiento pacífico, Estados unidos mostraba cierta perspectiva victoriana y la élite percibía a India desde la manera de ver británica de desprecio e indiferencia. Esto se reforzó cuando India no aceptó el enfrentamiento bipolar, que provocó una dicotomía entre paquistán —dispuesto a tomar medidas militares— e India —no dispuesta a cooperar, aun
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C. Jaffrelot, New Delhi..., pp. 12 y 13 y J. E. Hymans, art. cit., pp. 245-246.
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con el prestigio que todavía tenía entre la población estadunidense en un entorno de movimientos a favor de los derechos civiles en la población negra y la juventud, que admiraba la cultura india.16 así, continuó la formación de un plan de acción de hard power en la política exterior. Indira gandhi (1966-1977 y 1980-1984) celebró un tratado de amistad y Cooperación Económica con la unión soviética y, por cuestiones de seguridad, se retiró del ámbito internacional para concentrarse en asuntos regionales, con el deseo de convertirse en una potencia en dicho entorno. En años posteriores, y hasta los noventa, India actuó como “policía de la región” en la guerra civil de sri Lanka, a donde envió tropas —aunque con un tono mucho más conciliador para entablar negociaciones con paquistán y China.17 sin embargo, producto de la búsqueda de poder, India regresó al
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escenario internacional a fines de los noventa. Es aquí donde se configura el nacionalismo nuclear con una ideología radicalmente diferente, que cristalizó después por la amenaza musulmana y en reacción a la doctrina gandhi. dicha corriente mide el poder no por su influencia, sino por su fuerza; deja de creer en la no violencia y percibe a la India bajo la permanente amenaza de paquistán y China. por tanto, ve como necesario contar con armas nucleares e invertir en armamento, contando así con mayor reconocimiento internacional por su tamaño y riqueza.18 queda clara, pues, la presencia contrastante de estrategias blandas y duras en términos de poder en el desarrollo de la política exterior india. por un lado, las C. Jaffrelot, New Delhi…, pp. 9-14 y J. E. Hymans, art. cit., pp. 246-251. C. Jaffrelot, New Delhi…, pp. 14-19. 18 Ibíd., pp. 19-22. 16 17
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relaciones con la Commonwealth y la retórica de no alineamiento; por otro, políticas militares en respuesta a las preocupaciones por la seguridad o el “nacionalismo hindú”. no obstante, ambas estrategias se reconciliaron por el ascenso de India en el sistema internacional y en los últimos años se pueden constatar como consecuencia diversos logros y retos por resolver. Hoy en día hay mejores relaciones con Estados unidos y beneficios mutuos en negociaciones comerciales, pero quedan por resolver varios asuntos en el ámbito más próximo a India, como la estabilidad en sri Lanka, por ejemplo.
La ConsoLIdaCIón dE La REConCILIaCIón: EL asCEnso IndIo
Aunque utiliza el poder duro en cuestiones de seguridad, India continúa al mismo tiempo con políticas “blandas”, por no dejar de lado la retórica del no alineamiento.
producto de los ataques del 11 de septiembre de 2001 se gestó uno de los componentes actuales, desde mi punto de vista, más importantes de la política
exterior de la India. El gobierno en turno logró convencer a Estados unidos de estar en una situación análoga: ambos estaban bajo la misma perspectiva democrática, frente a la nueva amenaza terrorista y la inquietud por el crecimiento chino, donde India se presentó como contrapeso. por ello, a pesar de relaciones complicadas durante la guerra fría, Washington ahora percibe a nueva delhi como jugador clave para su estrategia de seguridad internacional.19 desde William Clinton (1993-2001) comenzó el acercamiento, pero no fue hasta la administración de george W. Bush que la relación se transformó al apostar por el creciente poder mundial indio y la búsqueda de un contrapeso a 19
Ibíd., pp. 22-26.
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China en asia. por ello, Washington removió sanciones relacionadas al programa nuclear de India, inició cooperación tecnológica en materia de defensa, favoreció el comercio mediante la reducción de aranceles y el aumento en inversión y la consolidó como un aliado en la “guerra contra el terror”.20 de esta manera empezó a haber vínculos de seguridad, con ejercicios militares conjuntos, por lo que Washington contó con el apoyo de India en afganistán, Irak e Irán; nueva delhi, por su parte, logró para 2005 que se acordara el “tratado de Cooperación nuclear Civil”, aunque legalmente no podía tener armas nucleares. Varios autores argumentan que, en el sistema internacional, a pesar de no poder ser un Estado nuclear de jure por no formar parte de los Estados nucleares en el tratado de no proliferación nuclear, su pertenencia es concedida de facto, éxito que constata el uso del poder inteligente en términos de
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seguridad pero también de convencimiento por factores no militares como el hecho de ser una democracia.21 El alineamiento se basa en intereses estratégicos, pero no se traduce en docilidad absoluta. India conserva todavía bastante margen de maniobra, lo cual se pudo ver en la asistencia del actual primer ministro Manmohan singh a la Cumbre del Movimiento de los no alineados en 2006 en Cuba, junto con Irán y Venezuela, que deja en evidencia la permanencia de políticas de soft power.22 aunque utiliza el poder duro en cuestiones de seguridad, India continúa al mismo tiempo con políticas “blandas”, por no dejar de lado la retórica del no alineamiento. Estas políticas, que parecieran más costosas que sus beneficios, Loc. cit. Loc. cit. 22 Ibíd., pp. 26-28. 20 21
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conllevan una lógica perfectamente racional, sobre todo cuando en estrategias de negociación defensiva se enfrentan intereses en conflicto sin dar ninguna concesión.23 tal es el caso de las negociaciones comerciales. Inclusive desde su papel en las negociaciones del General Agreement on Tariffs and Trade (gatt) en 1947, India mostró poca disposición a ceder en los acuerdos generales para reducir aranceles al pedir un trato especial, justo y equitativo hacia el tercer mundo. Con ello, adquirió un papel de liderazgo al abogar por mayor igualdad y justicia internacional, posición que derivó después en iniciativas como el Movimiento de los no alienados o el g-77 en la Conferencia de naciones unidas sobre Comercio y desarrollo.24 Es por esto que India formó una nueva coalición en la Conferencia Ministerial de Cancún en 2003 junto con Brasil —que las potencias no pudieron disolver con side payments— logrando un paso hacia la institucionalización de su relación con potencias emergentes. Me refiero al foro trilateral IBsa (India, Brasil y sudáfrica) para promover la cooperación entre el trío de países. Es de destacar cómo, de acuerdo a las circunstancias e intereses que desee avanzar, India recurre ya sea a poder duro —como en el caso del alineamiento con Estados unidos— o blando, según se amerite, para obtener mayores beneficios en relaciones comerciales e impedir que se imponga la voluntad de los países desarrollados, con la formación de nuevos ámbitos de cooperación sur-sur.25
amrita narlikar, “peculiar chauvinism or strategic calculation? Explaining the negotiating strategy of rising India”, International Affairs, 82 (2006), pp. 59-61. 24 Ibíd., pp. 61-65. 25 Loc. cit. y C. Jaffrelot, New Delhi…, pp. 26-28. 23
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por un lado, India se enfrenta a imperativos regionales de seguridad dadas sus relaciones con China y paquistán, sumado a la falta de garantías de seguridad por parte de las potencias que la orillaron a políticas de carácter nuclear. por otro, su carácter conservador, no intervencionista y tercermundista, producto de su mentalidad colonial, imprimió una idea de autosuficiencia y antiimperialismo, que coincidió con relaciones poco favorables con occidente y una percepción propia como una civilización merecedora de prestigio.26
ConsIdERaCIonEs fInaLEs Es evidente el gran número de beneficios que esta estrategia “inteligente” aporta en la política exterior. no obstante, no significa que el tránsito a la misma sea fácil y no queden problemas a resolver. descartar los impulsos de una política
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antioccidental hacia un compromiso mayor con occidente dada su cultura política es complicado, al igual que la reconciliación con paquistán y China, la integración en el subcontinente indio y las relaciones con el entorno extendido de asia Central, del sureste asiático, África y Medio oriente.27 En este sentido, se deben tomar en cuenta los puntos de tensión con China por la ayuda militar y tecnológica que ésta presta a paquistán —instalaciones militares en la frontera y su penetración económica en el sur y sureste de asia. no obstante, se pueden ver avances en proyectos de cooperación conjuntos para explotar fuentes de energía en el exterior, el crecimiento en el comercio, reuniones anuales entre jefes de Estado e incluso cooperación nuclear en materia civil, entre otros.28 a. narlikar, art. cit., pp. 68-76. peter R. Lavoy, “India in 2006: a new emphasis on engagement”, Asian Survey, 47 (2007), pp. 113-124. 28 Loc. cit. 26
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asimismo, otro tema problemático para India es el interés en extender su zona de influencia sobre el océano Índico y proteger rutas comerciales fundamentales en la región de acuerdo con sus intereses energéticos, donde busca asegurar su oferta al producir menos del 25% necesario para su crecimiento. de ahí su interés en Medio oriente, con miras a contar con proyectos de exploración conjuntos en diferentes Estados de la región y por la presencia de trabajadores indios en la zona, al igual que los vínculos con Israel en cuestión de seguridad, armamento e inteligencia.29 además, es importante que India asegure también fuentes de energía en asia Central y fortalezca su posición geoestratégica en la zona. Esto podría llevar, considero, a un eventual enfrentamiento con Rusia por considerar la región como esfera de influencia.30 además, debe concentrarse en sus relaciones con el sureste asiático, principalmente Indonesia, Japón, filipinas y Vietnam, con quienes tiene varios arreglos comerciales y donde hay una ventaja de ser visto como contrapeso al avance chino, así como la precaución necesaria con vecinos inmediatos —sri Lanka, nepal, Bangladesh y paquistán— por su volatilidad y extremismo en política interna.31 ahora bien, puede verificarse la estrategia de poder inteligente en la política exterior de India producto de su ascenso como potencia emergente. Es Loc. cit. para más sobre la política exterior en Rusia a la fecha y sus intereses en asia Central (entendido como la subregión que comprende Kazajstán, Kirguistán, tayikistán, turkmenistán, uzbekistán, Mongolia, afganistán y, en menor grado, paquistán, Irán, India y China), véase pablo telman sánchez Ramírez, El regreso de la eterna Rusia al orden internacional. ¿Confrontación o negociación con Occidente?, México, Montiel & soriano Editores y tecnológico de Monterrey, 2009. 31 p. R. Lavoy, art. cit., pp. 113-124. 29
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claro cómo la misma puede obtener varios beneficios, como el alineamiento con Estados unidos por sus preocupaciones de seguridad, la percepción de no representar una amenaza a pesar de adquirir mayor peso en el sistema internacional o los beneficios en negociaciones comerciales, entre otros. por último, cabría hacer un estudio a fondo sobre el ámbito interno como parte de la variable explicativa en esta configuración particular de la proyección del poder indio en el exterior. para empezar, en los ochenta, por una serie de críticas de los intelectuales hacia la llamada satíricamente “tasa de crecimiento indio” de 2.5 a 3% del pIB, India se abrió camino hacia la liberalización, que llevó a un relativo giro en política exterior. además, por la creciente politización de grupos de un espectro social más bajo a los cuales había que atender, se buscó mayor crecimiento e inversión para no llegar a un enfrentamiento abierto con las
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altas castas sobre reservas en la educación, por dar un ejemplo. se entiende entonces lo complicado de la apertura económica, sobre todo si se hace un análisis profundo de las medidas para ponerla en práctica; esto debe verse junto con los problemas en la falta de infraestructura necesaria para el crecimiento y la obtención de energía, que pueden resultar en esa conformación de intereses y proyección de poder en Medio oriente y asia Central.32 Incluso, el énfasis en lo interno permite tener un análisis mucho más exhaustivo, por constatar que los beneficios de esta liberalización no son generalizados y tienen efectos negativos serios. Estas políticas permiten únicamente el enriquecimiento de aquellos que contaban desde antes con capital
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769-772.
Walter andersen, “Recent trends in Indian foreign policy”, Asian Survey, 5 (2001), pp.
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(financiero, social o intelectual), mientras los que carecen de él permanecen en el mismo nivel socioeconómico; si bien el número de millonarios en rupias se triplicó de 1995 a 2002, aquellos en dificultades económicas mejoraron su situación de manera gradual. al tiempo que la liberalización beneficia regiones urbanas e industrializadas, se produce un desinterés por el campo frente a la industria y los servicios, que impide un crecimiento en este sector. así, elementos como la insurgencia maoísta se vuelven móvil de atracción para buena parte de la población marginada, producto de la situación rural.33 quedan entonces más claros los límites del poder indio y los procesos económicos y sociales que los configuran. dentro de este escenario parece que, con políticas de poder inteligente, India ha podido fortalecer su posición en el ámbito internacional en virtud de su despegue económico, para satisfacer demandas internas. no son pocos los logros obtenidos y, producto de los mismos, el nuevo orden internacional que se configura le otorga suma importancia. así, se comprueba que Joseph nye tiene razón: orientar el debate de una política exterior al uso de estrategias “inteligentes” sería útil para los Estados unidos en su afán de obtener apoyo internacional en su lucha contra el terrorismo. faltaría, por si queda duda, ver el caso de India y los beneficios que ha obtenido con la misma. e
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C. Jaffrelot, “L’Inde…”, pp. 101-102.
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EN dEfENsA dEL oRdEN: CoNstRUCCIóN dE UNA CoMUNIdAd dE sEGURIdAd EN EL CoNo sUR
José Luis Rodríguez Aquino*
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EN 2004, ALfREdo G. A. VALLAdão, escritor brasileño y profesor de la cátedra “Mercosur” del Institut d’Études Politiques de París, escribía: “es necesario poner en orden nuestra casa y nuestro barrio”.1 En mayo de este año, Rubens Barbosa, embajador brasileño ante Estados Unidos e Inglaterra, declaró a la BBC que “la atención internacional se ha centrado en el papel que Brasil juega como mediador en áreas de conflicto sudamericanas”.2 Ambas opiniones reflejan el interés brasileño en la construcción de un área libre de conflictos entre sus vecinos; en
*Estudiante de la Licenciatura en Relaciones Internacionales en El Colegio de México. Alfredo G. A. Valladão, “Uma política de segurança e defensa sul-americana”, Política Externa, 3 (2004-2005), p. 52. 2 Rubens Barbosa, “Viewpoint: Brazil’s growing international presence”, BBC News, Latin America & Caribbean, 24 de mayo de 2010, en http://www.bbc.co.uk/news/10146223. 1
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este esfuerzo, el Mercado Común del sur (Mercosur)3 se erigió en su momento como un posible instrumento para generar estabilidad en el Cono sur. Ante estos objetivos planteados por Brasilia es necesario hacerse dos preguntas: ¿hay una comunidad de seguridad en el Cono sur? Más importante aún, ¿cuál es el papel brasileño en la construcción de esa comunidad? Entiéndase por “comunidad de seguridad” un “grupo de Estados en el cual hay convicción de que los miembros no pelearán entre sí físicamente, sino que arreglarán sus diferencias por otros medios; en el que se tienen expectativas de cambio pacífico y donde la concepción de la fuerza militar como instrumento estatal desaparece gradualmente”.4 Intentaré demostrar que, a pesar de que es difícil hablar de una comunidad de seguridad en el Cono sur, los cambios en el contexto internacional y regional permiten la construcción de una. En el presente ensayo analizaré los esfuerzos para estabilizar el vecindario promovidos durante la década de 1990 hasta 2002 —antes de la creación de mecanismos regionales tales como UNAsUL o el Consejo de defensa sudamericano, los cuales por definición abarcan una región más amplia que la aquí analizada—, aunque se señalan algunos procesos que continúan hasta la fecha. Me centraré en tres aspectos principales: el reacercamiento entre Brasil y Argentina, la integración regional en el Mercosur y
sus miembros son Brasil, Argentina, Paraguay y Uruguay. Venezuela es otro miembro, pero no se ha ratificado su inclusión. Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador y Perú son miembros asociados; la inclusión de Chile como miembro se suspendió después de que santiago firmara un acuerdo de libre comercio con Estados Unidos en 2002. 4 Andrew Hurrell, “security in Latin America”, International Affairs, 3 (1998), p. 533. 3
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la mayor cooperación chilena. Brasil aspira a ejercer el liderazgo en este proceso en una búsqueda de estabilidad regional y prestigio internacional. Las principales preocupaciones brasileñas en cuanto a seguridad giran en torno a temas tradicionales como soberanía, control fronterizo e integridad territorial.5 Antes que todo es necesario tomar en
Las principales preocupaciones brasileñas en cuanto a seguridad giran cuenta que, en palabras de Andrew en torno a temas tradicionales como Hurrell, “siempre ha sido muy difícil soberanía, control fronterizo e definir un complejo de seguridad integridad territorial. latinoamericano excluyendo a Estados
Unidos”.6 La reacción estadunidense a temas de seguridad en el Cono sur siempre ha variado entre el desentendimiento (como sucedió durante los conflictos territoriales entre Chile y Argentina en la década de 1970) y el uso de fuerzas
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militares en la región; al mismo tiempo, los gobiernos latinoamericanos siempre toman en cuenta la posibilidad de acción estadunidense la cual, si bien puede apegarse a arreglos multilaterales, también hace uso de estrategias unilaterales y hegemónicas. sin embargo, para Monica Hirst, “[Estados Unidos] ha suspendido su presencia como factor de estabilidad en la región” después de la Guerra fría, sin Hurrell aclara que este liderazgo no tiene como objetivos la presencia militar o en política interna en otros Estados. [Andrew Hurrell, “An emerging security community in south America?”, en Emanuel Adler & Michael Barnett (eds.), Security Communities, Cambridge: University Press, 1998, p. 240]. Para susanne Gratius, Brasil pretende ejercer una “hegemonía suave” (haciendo uso de su poder suave) y económica, no así militar o política. [susanne Gratius, “EU-MERCosUR as a learning experience for biregionalism” en Wolf Grabendorff & Raimund seidelmann (eds.), Relations between the European Union and Latin America. Bioregionalism in a changing global system, Munich, Nomos, 2005, pp. 303 y 310]. 6 A. Hurrell, “security…”, p. 531. 5
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que esto implique que Washington haya salido del subcontinente, pues sólo modificó sus métodos de acción.7 Además, el interés estadunidense hacia América Latina no es único; por el contrario, presenta varios matices de acuerdo a su percepción de la amenaza, prestando mayor atención al Caribe y México y permitiendo mayor libertad a los países del Cono sur. Es necesario tomar en cuenta el lugar estratégico relativamente marginal que ocupa el Cono sur para Estados Unidos. Hirst explica que aquél no presenta disputas étnicas como otras regiones recién democratizadas o conflictos religiosos; argumenta que, si bien la poca atención que se presta a la región le ha acarreado costos económicos —tómese como ejemplo el desinterés de la Unión Europea hasta mediados de la década de 1990—, las diferencias en cuanto a políticas de seguridad entre los países conosureños son cada vez menos importantes, pues
41 Monica Hirst, “segurança na América do sul: dimensão regional de seus desafíos políticos”, Política Externa, 3 (2007 – 2008), p. 50. En el mismo sentido, Ricardo sennes argumenta que el interés de EEUU en dar soporte local y regular conflictos regionales declina sustantivamente al finalizar la Guerra fría, abriendo un espacio para que los países crearan sus propios esquemas de seguridad. [Ricardo sennes & Amâncio Jorge, “La política exterior brasileña y la seguridad hemisférica”, en María Cristina Rosas (coord.), Seguridad hemisférica: un largo y sinuoso camino, México, UNAM, 2003, p. 194]. Robert Pastor explica que Bill Clinton ganó las elecciones en 1993 al retomar la agenda interna; explica que, “una vez más, a pesar de ser la economía más poderosa del mundo, el unilateralismo y el ritmo y depresión de la posguerra [Guerra fría] evitaron que EEUU asumiera su papel como líder”. [Robert Pastor,, “the United states, divided by a revolutionary vision”, en Robert Pastor (ed.), A century’s journey. How the great powers shape the world, Nueva York, Basic Books, 1999, p. 231]. Pastor explica que Estados Unidos oscila entre la intervención durante las crisis y el aislacionismo una vez que esta ha pasado; las principales preocupaciones de EEUU hacia la región al finalizar la Guerra fría se concentraron en el Caribe, no así en el Cono sur. [Robert Pastor, “the United states and the Americas: unfilled promise at the century’s turn”, en Robert Lieber, Eagle rules? Foreign policy and American primacy in the twenty-first century, Nueva Jersey, Prentice Hall, 2002, pp. 133151]. 7
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tienden a coincidir en cuanto las amenazas que enfrentan los gobiernos son similares.8
REACERCAMIENto,
INtEGRACIóN Y CooPERACIóN: HACIA UNA CoMUNIdAd dE
sEGURIdAd
Reacercamiento entre Brasil y Argentina La cooperación entre Brasilia y Buenos Aires surge debido a la convergencia de intereses y perspectivas de política exterior que son producto de presiones comunes —carrera nuclear internacional durante la década de 1980,9 severidad y uniformidad de crisis económica inflacionaria a principios de la década de 1990 y búsqueda de autonomía nacional— y a la erosión de alternativas políticas.10 En el período democrático se creó un “hábito de comunicación” debido a la
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institucionalización de la interacción, la cual “provocó un proceso de internalización que no sólo alteró los incentivos materiales [de la relación], sino que reforzó los cambios de actitud”.11 En la década de 1990, mayor confianza y conciencia de intereses comunes llevaron a mayor institucionalización, lo cual sentó nuevos patrones de interacción estratégica. 8 Monica Hirst, “security policies, democratization, and regional integration in the southern Cone”, en Jorge domínguez (ed.), International security and democracy. Latin America and the Caribbean in the post-Cold War era, Pittsburgh: University Press, 1998, p. 103. 9 La cual favoreció el acercamiento de las dictaduras, estableciendo mecanismos de cooperación en el desarrollo de energía nuclear entre Buenos Aires y Brasilia. [A. Hurrell, “An emerging security community…”, p. 242-243]. 10 Andrew Hurrell explica que existían fuertes percepciones de amenaza entre ambos países, “la posibilidad de la guerra y la importancia de prepararse para esta fueron temas constantes en discusiones estratégicas y diplomáticas”; sin embargo, ante la necesidad de crear un frente unido para encarar las presiones del exterior, se favoreció la cooperación [A. Hurrell, ibíd., p. 230]. 11 Ibíd., p. 246.
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El proceso de democratización
Es necesario tomar en cuenta el lugar
en ambos países en la década de 1980 estratégico relativamente marginal que permitió una mejoría en sus relaciones, ocupa el Cono Sur para Estados pues tanto intereses como compromisos
Unidos.
compartidos provenían de un sentimiento mutuo de vulnerabilidad; había una “convicción compartida de que la democracia en ambos países era extremadamente frágil y que fuerzas no democráticas aún persistían”,12 por lo que la política exterior se utilizó como un medio para proteger la democracia en cuanto se promovió la pacificación del Cono sur para eliminar causas que las fuerzas antidemocráticas pudieran usar para promover la remilitarización —como sucedió en el caso paraguayo en 1994, el cual se explicará más adelante. Es necesario aclarar que no se trata de un caso de “paz democrática”, sino más bien de cooperación entre democracias incipientes, pues el acercamiento obedeció a la necesidad de crear un contexto regional estable para reducir las amenazas al naciente sistema político, no por convicciones ideológicas. Consideraciones sobre poder y poder relativo no desaparecieron de la ecuación, sobre todo del lado argentino, pues se temía —hecho que no ha cambiado— que la integración con Brasil tuviese como resultado una dependencia excesiva y, por lo tanto, conllevara una pérdida de autonomía frente a las decisiones o acciones de Brasilia. Esta visión era predominante en los círculos militares argentinos, los cuales mantenían una visión tradicional de la naturaleza de la
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A. Hurrell, “security…”, p. 536.
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política regional, desconfiando de los esfuerzos de cooperación y temiendo amenazas brasileñas debido al aumento en gasto militar.13 Asimismo, en la década de 1990 surgieron diferencias entre Buenos Aires y Brasilia en cuanto a la relación con Washington, las cuales demostraron los objetivos divergentes entre ambos países: mientras que Brasil buscó una relación independiente de Estados Unidos, Argentina promovió un acercamiento con la Casa Blanca, al punto de ambicionar ser nombrada aliado especial fuera de la otAN —enfoque que cambió para 2001 pues, como explican Buzan y Wæver, Argentina abandonó el alineamiento automático con Estados Unidos después de no recibir apoyo económico durante la crisis de ese mismo año.14 si bien en la relación entre Brasil y Argentina aún persisten puntos divergentes, el cambio fundamental es que la Casa Rosada dejó de ver a Brasil como una amenaza en
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términos estratégico-militares, a diferencia del ejército.
Integración regional en el Mercosur de acuerdo con Hurrell, el regionalismo económico institucionalizado es importante para la seguridad porque promueve un proceso de socialización por el cual la definición de intereses e identidades varía, alterando los valores de los miembros y la forma en que éstos perciben los costos y beneficios de la relación. En el Mercosur, creado en 1991 después del tratado de Asunción, política, economía y seguridad se entrelazan, retomando los principales aspectos que promovieron la cooperación entre Brasil y Argentina: estabilidad regional, 13 Lo cual contrasta con la coordinación con militares brasileños en ejercicios y situaciones prácticas de operaciones para el mantenimiento de la paz. 14 Barry Buzan & ole Wæver, Regions and powers. The structure of international security, Cambridge: University Press, 2003, p. 334.
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promoción democrática y cooperación económica. El Mercosur incluso se volvió un medio para solucionar crisis; tal fue el caso del intento de golpe militar en Paraguay, país en el cual el ejército tiene una abrumadora presencia en la política.15 Hirst explica que la presencia militar estadunidense en la región es un factor de alerta para los países conosureños, los cuales buscan evitar una posible intervención de Washington en política interna.16 En el Mercosur cristalizaron los miedos de dichos Estados ante la posible marginalización de la región al finalizar la Guerra fría y el posible surgimiento de bloques económicos excluyentes que pusieran en jaque el multilateralismo.17 Además, la falta de alternativas de inversión extranjera —producto tanto del retraimiento estadunidense y europeo como de las exigencias de instituciones financieras internacionales— promovió un regionalismo económico o, por lo menos, sólo comercial en sus inicios. Para Hirst, “los acuerdos de integración económica contribuyeron a legitimar las políticas de cooperación en materia de seguridad”,18 pues no se debe perder de vista que la base del acuerdo es la El Mercosur intervino diplomáticamente en Paraguay para evitar una crisis en abril de 1996, resultado de un golpe militar, después que congresistas, vinculados al general Lino oviedo, votaran en contra de un nuevo puente entre Paraguay y Brasil, impidiendo que las empresas del presidente Juan Carlos Wasmosy obtuvieran concesiones de construcción. Wasmosy decidió poner el tema en reserva, causando una reacción contraria en oviedo. El Mercosur intervino con amenazas de boicot y aislamiento económico y político, junto con la expulsión de Paraguay de la asociación regional [Luiz Alberto Moniz Bandiera, “o Brasil e a América do sul”, en Henrique Altemani & Antônio Carlos Lessa (coords.), Ralações internacionais do Brasil: temas e agendas, são Paulo, Editora saraiva, 2006, p. 282]. 16 M. Hirst, “segurança…”, p. 52. 17 Un ejemplo es el establecimiento de diálogos con la Unión Europea desde 1999 para garantizar acceso al mercado de la Unión pasando por alto las restricciones arancelarias. 18 M. Hirst, “segurança…”, p. 103. 15
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búsqueda de estabilidad regional. Hurrell argumenta que, en el caso del Mercosur, se logra la estabilización de la región tanto por la necesidad de cooperación debido a la inefectividad de medios tradicionales para lidiar con amenazas no tradicionales como la “idea de inclusión”, es decir la promesa de extender los beneficios económicos o manejando los criterios de inclusión y por la forma en que se redefinen y entienden intereses de seguridad.19 En el Cono sur la integración económica ha favorecido el reacercamiento y la creación de un ambiente regional más estable. sin embargo, este proceso se caracteriza por los claroscuros, pues la integración económica aumenta la vulnerabilidad ante la inestabilidad de las fronteras —en 2002 se estableció el
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En el Cono Sur la integración económica ha favorecido el reacercamiento y la creación de un ambiente regional más estable.
mecanismo de diálogo “3+1” entre Argentina, Brasil, Paraguay y Estados Unidos para estabilizar la frontera— y la inestabilidad del vecino (caso paraguayo).
Además, la liberalización de lo intercambios económicos, para Hurrell, facilita flujos ilícitos. tal fue la preocupación tanto de Uruguay como de Paraguay ante la oleada de violencia en el sur brasileño, que reduciría la capacidad o la coherencia estatal en la formulación de políticas en tanto que reduce la autonomía.
Cooperación chilena Para Hurrell, una de las principales “amenazas” a la posible comunidad de seguridad en el Cono sur fue la falta de cooperación chilena. si bien en Chile se 19
A. Hurrell, “security…”, p. 539.
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observó cierta reticencia a la cooperación con Brasil y Argentina, expresada en la preferencia que tenía por Washington sobre el Mercosur y que hasta la fecha mantiene, santiago ha empezado un proceso de acercamiento con Brasilia y Buenos Aires, en el cual destacan medidas encaminadas a construir confianza, como el control de armamentos químicos y biológicos con Brasil y Argentina de 1991; además, desde 1986 ha aumentado el diálogo entre aparatos militares chilenos y argentinos, que se ejemplifica con la publicación de un memorándum de entendimiento en asuntos de seguridad entre ambos aparatos militares en noviembre de 1995. sin embargo, los militares chilenos fueron menos entusiastas sobre los efectos de la integración regional, pues temían que las políticas de defensa nacional se vieran subordinadas a exigencias o cláusulas de cooperación militar. Los demás países del área se mantuvieron alerta ante las acciones de los militares chilenos, en especial por el impulso tanto a mayor adquisición como a la modernización del armamento chileno, pues el aumento de los ingresos de santiago —producto de una mejoría en los precios de materias primas— favoreció que el ejército recibiera mayor presupuesto generando, para Hirst, un posible dilema de seguridad en el Cono sur.20
oBJEtIVos Y LíMItEs dEL LIdERAzGo BRAsILEño Del diseño… El enfoque brasileño de la seguridad regional es resultado de un arreglo complejo entre la aspiración por un mayor estatus internacional, un pragmatismo producto 20
M. Hirst, “segurança…”, p. 52.
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de los recursos limitados del país para promover sus intereses, la dependencia —y vulnerabilidad— del escenario internacional y regional y el deseo de modificar el orden internacional para hacerlo más equitativo y estable. Para Mário César flores, “el territorio del país no permite el ausentismo brasileño a ultranza”,21 lo cual es una de las justificaciones de su participación en el establecimiento de la seguridad regional. Hirst establece que Brasil pretende estabilizar la región en una búsqueda de prestigio internacional22 pues, como explica flores, la presencia activa brasileña en la región es coherente con su pretensión de mayor protagonismo internacional, en especial, en su búsqueda por un asiento permanente en el Consejo de seguridad,23 el cual presupone que Brasil tiene capacidad de influencia, como mínimo, en su área geopolítica.24
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Brasil también promueve la estabilidad Brasil también promueve la estabilidad en la región, aspiración que ve como un en la región, aspiración que ve como un objetivo y una condición primaria para objetivo y una condición primaria para lograr sus intereses en las esferas política, lograr sus intereses en las esferas política, económica y social. económica y social. Para Alcides Costa Vaz, la percepción de la amenaza por parte de Brasil se ha reducido dada la cooperación en el Mercosur —Hurrell explica, como ya se apuntó, que Brasilia aún teme tanto el rearme chileno como el acercamiento argentino a Estados Unidos, como sucedió durante la Mário César flores, “segurança internacional na América do sul (e o Brasil nela)”, Política Externa, 3 (2009 – 2010), p. 65. 22 M. Hirst, “security policies…”, p. 114. 23 Aspecto que en su momento generó tensiones con Buenos Aires, que resurgen cada vez que Brasil retoma este discurso. 24 M. C. flores, art. cit., p. 67. 21
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administración de Carlos Menem (1989-1999)—;25 en ese sentido, es un contexto en el que no se perciben amenazas directas e inmediatas a la estabilidad regional diseñadas por los Estados el que incentiva a construir acuerdos de cooperación, pero esto no significa que Brasil no se preocupe por procesos internos o transnacionales que puedan poner en jaque la estabilidad en el Cono sur. Por ello, la cooperación en términos de seguridad se vuelve imperativa no sólo por la configuración y expresión de amenazas no convencionales, sino también por la vulnerabilidad de los países para enfrentarlas.
… a la implementación fernando Henrique Cardoso, presidente de Brasil de 1995 a 2003, intensificó la inserción estratégica brasileña en el Cono sur con base en dos pilares fundamentales: definió América del sur, en especial al Cono sur, como su área de influencia, la cual ejercería por medio de la integración económica y el multilateralismo regional. Cardoso fortaleció el proceso de control civil sobre asuntos militares; fue así como en 1996 el gobierno publicó por primera vez una Política de defensa Nacional (PNd) y se creó hasta 1999 el Ministerio de defensa, a cargo de civiles. Brasil enfoca sus consideraciones sobre seguridad en temas tradicionales; sin embargo, reconoce que las amenazas de naturaleza no convencional son el principal reto a la seguridad y estabilidad nacional y regional. En este sentido, Alcides Costa Vaz, “Brazil: global and regional security perspectives and cooperation within IBsA”, en Alcides Costa Vaz (ed.), Intermediate states, regional leadership and security: India, Brazil and South Africa, Brasilia, Equipe Editorial, 2006, p. 204. 25
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Costa Vaz identifica que la participación brasileña en materia de seguridad se divide en dos objetivos principales: lograr que los instrumentos de seguridad del Estado estén presentes en las fronteras y favorecer acuerdos de cooperación bilateral en defensa y seguridad —principalmente en cuatro áreas: militar, policiaca, jurídica y de inteligencia—26 debido a la incapacidad brasileña para estabilizar el Cono sur por sí solo —dejando ver incluso cierta dificultad para estar presente a lo largo de toda su frontera.27 La principal preocupación del ejército brasileño es el resguardo del territorio, en especial de las fronteras, por lo que este tema guía los esfuerzos de cooperación del ejército con sus vecinos.
CoNsIdERACIoNEs fINALEs Las iniciativas de cooperación mejoraron las condiciones de paz y seguridad en la
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región, pues tanto el desarrollo y protección de la democracia como la regionalización económica fueron elementos útiles para neutralizar desarrollos desestabilizadores, pero no iniciaron un proceso de integración en temas de seguridad. La democratización, argumenta Hurrell, es importante en este proceso no por consideraciones de “paz democrática”, sino más bien porque el poder burocrático y político ya no está en manos de militares; hay mayor confianza intergubernamental en cuanto aumenta la transparencia en la toma de decisiones y se establece una compatibilidad de valores necesaria para crear una comunidad de seguridad.28 El reacercamiento entre Brasil y Argentina, tanto en cooperación Ibíd., pp. 209 – 210. Ibíd., p. 207. 28 Ibíd., p. 207. 26 27
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económica como política, tomó forma en el Mercosur. “El Mercosur se encuentra en el centro de la emergente comunidad de seguridad en el Cono sur. Por lo tanto, el destino del Mercosur determina la estabilidad de la paz subregional”29 pues, a pesar de las dificultades que experimentó durante el periodo analizado, los países siguieron confiando en y apoyando al Mercosur, lo cual se demostró durante la crisis financiera asiática, cuando los países conosureños resistieron la tentación de regresar a viejos patrones de soluciones económicas, alejándose de la cooperación. En este sentido, el mayor logro
El reacercamiento entre Brasil y del Mercosur ha sido la eliminación del Argentina, tanto en cooperación potencial de conflicto,30 pero no se económica como política, tomó forma en Mercosur. deben olvidar las consecuencias no
buscadas de la cooperación, pues tanto la interdependencia —por generar vulnerabilidad— como la desigualdad de poder entre Brasil y sus vecinos dificultan el manejo de la seguridad regional. Actualmente el papel del Mercosur como garante de la estabilidad regional ha disminuido frente al surgimiento de nuevos mecanismos, más amplios incluso, con este mismo objetivo, como el UNAsUL, creado en mayo de 2008.31 Brasil presentó dificultades para vincular su poder disuasivo con una B. Buzan & o. Wæver, op. cit., p. 335. La agenda cooperativa no se limitó al Mercosur, la coordinación entre cuerpos militares argentinos, brasileños, chilenos y uruguayos se palpa en los ejercicios militares y participación conjunta en operaciones para el Mantenimiento de la Paz. 31 Unión sudamericana de Naciones, cuyas oficinas generales se ubican en Quito,, Ecuador, es una unión intergubernamental que integra a los países del Mercosur y de la Comunidad Andina de Naciones. Está integrado por una secretaría General, el Parlamento sudamericano con sede en Cochabamba, Bolivia, y el Banco del sur, con sede en Caracas, Venezuela. El tratado constitutivo entró en vigor hasta el 11 de marzo de 2011. 29
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actuación política regionalizada, tanto por el debate interno sobre la importancia regional como por cierta reticencia de sus vecinos a aceptar su liderazgo. Además, como señala Valladão, Brasilia sabe desde entonces que, “en cuanto a seguridad regional, ningún Estado hoy en día tiene las condiciones para enfrentar por sí solo las amenazas transnacionales”, haciendo necesaria la cooperación.32 e
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A. G. A. Valladão, op. cit., p. 51.
Esperar al desierto
3.1 Introducción EG Sahara:Maquetación 1 10/18/11 1:31 PM Page 1
Fragmentos de un país perdido marc delcan albors* al aproximarse a los territorios desérticos del sur de argelia donde viven los refugiados saharahuis, uno se siente extraño. todo en en lugar parece un inmenso horizonte desvaneciéndose. te golpeará rápidamente la cotidianidad del lugar, sus hábitos y prácticas en un territorio nunca pensado para la vida. los rostros quemados por el sol. la resistencia de un pueblo que lleva tiempo inmerso en una crisis humanitaria. olvidados y perdidos en las redes de la memoria. Y aún así, resisten. levantan su bandera orgullosos de las tradiciones que se llevaron consigo cuando vinieron a instalarse en este, su país perdido. técnica fotográfica: nikon d80, Fotografía digital. color rgB. teleobjetivo 150-300mm, 4 – 5.6 y objetivo 18-70mm, 3.5 – 4.5. sin postproducción. refugiados saharauis en los campos de Tindouf (argelia). diciembe 2008. *estudiante de intercambio de la licenciatura en Historia en la Facultad de Filosofía y letras de la unam.
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Ellos 2, Argelia, diciembre 2008
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Rostros 3, Argelia, diciembre 2008 Rostros 1, Argelia, diciembre 2008
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Cotidianidad 2, Argelia, diciembre 2008
Rostros 2, Argelia, diciembre 2008
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Ellos 3, Argelia, diciembre 2008
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Resistencia bajo el sol, Argelia, diciembre 2008
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Sobre la fieSta de loS muertoS Carlos Peimbert moreno*
en el año 2003, la uneSCo deClaró la CelebraCión del día de muertos en las comunidades indígenas mexicanas “Patrimonio oral e inmaterial de la humanidad”. Se la considera, no sin razón, una de las tradiciones más castizas de méxico, porque refleja nuestra idiosincrasia peculiar sobre la muerte, personaje festivo, protagonista de bailes populares en contraposición al mundo moderno que, según octavio Paz, “escamotea su presencia”.1 Según el diccionario de la real academia española, la tradición “es la transmisión de noticias, composiciones literarias, doctrinas, ritos, costumbres, etc., hecha de generación en generación”. las tradiciones fomentan la cohesión social, legitiman instituciones y sirven para socializar a la población, inculcarle creencias y sistemas de valores, por lo que no siempre son espontáneas y a veces son francamente inducidas. Quiero reivindicar la idea controvertida (de donde viene su mayor encanto) de que la fiesta de muertos es un festejo universal, que deriva *licenciado en relaciones internacionales por el Colegio de méxico. 1 octavio Paz, “todos santos, día de muertos”, El laberinto de la soledad, 3ª edición, méxico, fondo de Cultura económica, 1972, pp. 51-71.
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estrictamente de la visión católica de la muerte y que no tiene antecedentes prehispánicos. Ya han tratado este tema investigadores del instituto nacional de antropología e Historia (inaH), entre ellos el arqueólogo eduardo matos moctezuma y la historiadora elsa malvido, quien fuera coordinadora del taller sobre estudios de la muerte del instituto. abordó de manera espléndida la relación del mexicano con la muerte bajo este acercamiento la exposición “la muerte: el espejo que no te engaña”, montada en el museo nacional de arte en octubre y noviembre de 2008. el 1º de noviembre se celebra el
Contrario a lo que se sostiene en la explicación convencional de un altar los santos y mártires desconocidos, de muertos, no hubo sincretismo en la visión de la muerte. festividad alusiva al número incontable día de todos los Santos, en recuerdo de
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de bienaventurados que hace insuficientes los días del año para honrar a cada uno. el 2 de noviembre, fieles difuntos, se dedica a quienes han fallecido en gracia de dios. ambas fiestas forman parte del calendario católico desde el siglo X y han formado parte de los festejos populares que se celebran en muchos pueblos indígenas de méxico.2 eduardo matos se refiere a la Conquista como “la muerte de la muerte”.3 Contrario a lo que se sostiene en la explicación convencional de un altar de muertos, no hubo sincretismo en la visión de la muerte. Paul Westheim describe
luis Weckmann, La herencia medieval de México, 2ª edición, méxico, el Colegio de méxico—fondo de Cultura económica, 1994, pp. 522-523. 3 eduardo matos, Muerte a filo de obsidiana. Los nahuas frente a la muerte, 4ª edición, méxico, fondo de Cultura económica, 1996, pp. 125-136. 2
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el concepto de muerte de los conquistadores: “europa, a punto de emerger de la edad media, procura liberarse de su temor a la muerte, que es a la vez temor al Juicio final y temor al infierno”.4 ese temor a la muerte tenía origen en la devastación de la peste negra, que asoló el continente entre los años 1348 y 1350 (en españa entre 1394 y 1399) a la que giovanni boccaccio (1313-1373) se refirió en El decamerón. la epidemia marcó profundamente la conciencia de los hombres en europa occidental: lo único cierto ante el panorama tan desolador era la inminencia de la muerte. el embate de la enfermedad llevó al desarrollo de una tipología en la representación de la muerte, la danse macabre (“macabro”, de hecho, viene del francés), el baile de la muerte con sus víctimas antes de llevárselas al otro mundo. Westheim sigue: “la danza macabra […] es, desde el siglo XiV hasta el XVi, el tema más popular de la poesía, el teatro, la pintura y las artes gráficas, y que predomina también en las miniaturas de los libros de horas”.5 la muerte aparece como la “señora del mundo”, coronada, con cetro y capa reales y sus atributos característicos: la hoz o guadaña, el arco y las flechas, el reloj de arena.6 la tipología de la danza macabra reflejó la preocupación por “el bien morir”, es decir por observar preceptos conformes con la doctrina cristiana y frecuentar prácticas como la confesión, la comunión y la extremaunción para estar en la gracia de dios. el que se preparaba para el tránsito debía rodearse de quienes
Paul Westheim, La calavera, méxico, fondo de Cultura económica—Secretaría de educación Pública, 1985, pp. 50-76. 5 Ibíd., p. 50. 6 Ésta es la representación de la Santa muerte, como se la venera hoy en nuestro país. 4
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pudieran prestarle ayuda espiritual efectiva; debía yacer en su lecho y contar con la luz sagrada del cirio que lo guiara en el camino hacia el más allá. esta idea reconcilió al ser humano con la muerte guerrera y le aseguraba que, tomadas ciertas precauciones, el tránsito de su alma podía ser pacífico. los conquistadores del siglo XVi trasplantaron esta figura medieval a américa. el barroco la enriqueció: continuaron las representaciones gráficas de pudrideros y osarios, sitios en los que
En la Nueva España se cumplieron fielmente las costumbres católicas. Una de ellas fue la veneración de reliquias (“lo que queda”): huesos y objetos de santos.
los cadáveres se degradan, para alertar al espectador de que el cuerpo y los bienes terrenales son pasajeros. las vanidades, escenas en las que se representan objetos que simbolizan la inminencia del paso del tiempo y la banalidad de las pretensiones
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del hombre en la tierra, la belleza, el conocimiento, la distinción y el poder, encontraron su culminación en las obras del sevillano Juan de Valdés leal (1622-1690), Finis Gloriæ Mundi e In Ictu Oculi.7
en la nueva españa se cumplieron fielmente las costumbres católicas. una de ellas fue la veneración de reliquias (“lo que queda”): huesos y objetos de santos. en general, se trataba de cráneos y huesos largos, las partes del esqueleto que mejor resisten la descomposición. durante el medioevo, varias iglesias se disputaron su posesión porque aportaba ingresos económicos, si no considerables, 7 Sara gabriela baz, “Presencias de muerte. las fuentes de la tradición” en mercurio lópez Casillas, La muerte en el impreso mexicano, méxico, editorial rm, 2008, pp. Xi-XiV.
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cuando menos estables. la Compañía de Jesús difundió esta tradición en el nuevo mundo, para lo cual distribuyó reliquias en las parroquias. el 1º de noviembre cada iglesia mostraba sus reliquias para la devoción de los fieles. las iglesias
Por su costo elevado, los catafalcos no se construían para la población en general; sólo personalidades destacadas, arzobispos, virreyes y nobles gozaban de esa distinción.
principales acostumbraban colocar en la puerta un gran esqueleto de madera para recibir a los visitantes y en el atrio se montaba un catafalco cubierto de negro. los feligreses visitaban las iglesias con
un libro en mano, para registrar los rezos que la gente había dedicado a algún santo, porque ello significaba el número de indulgencias que el Papa daba a cada fiel por sus oraciones. el recorrido terminaba en la Catedral metropolitana, que por ser la sede episcopal resguardaba el mayor número, donde se celebraba la misa de todos los Santos. afuera de las iglesias se vendían reproducciones de las reliquias: panes o dulces de pasta de almendra con forma de hueso, calaveritas de azúcar que portaban el nombre del santo, cuya decoración florida simulaba el adorno de los cráneos. dependiendo la devoción particular, se adquiría la calaverita antes de entrar a misa, en la que el cura las bendecía, después de lo cual la gente se las llevaba a su casa y las colocaba en la mesa del santo, su altar casero, que se puede ver todavía en algunas comunidades y es el antecedente de la ofrenda del día de muertos. iglesias, conventos y hospitales eran los recintos que acogían los restos mortales de los feligreses. la posición social y económica del difunto determinaba el lugar que ocuparían sus restos: la fosa común para los que no tenían dinero, el atrio para los más modestos y un lugar cerca del altar mayor (el ara) para los más acaudalados, quienes así aseguraban la intercesión por su alma. las monjas tenían
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el privilegio de que las enterraran debajo del coro de sus conventos. en las iglesias solían levantarse catafalcos cuando alguien moría, estructuras de madera cubiertas con telas y pinturas, adornadas con velas —entre más, mejor—, por lo cual se les denominó también “piras funerarias”. Por su costo elevado, los catafalcos no se construían para la población en general; sólo personalidades destacadas, arzobispos, virreyes y nobles gozaban de esa distinción. Para el resto, se erigía una pira general los primeros días de noviembre. Conforme la sociedad novohispana alcanzó mayor prosperidad a finales del siglo XViii, los catafalcos empezaron a abundar. Su número excesivo provocó el hastío y la crítica de una práctica costosa y anticuada; sin embargo, la tradición continuó en el siglo XiX.8 en La Quijotita y su prima, por ejemplo, José Joaquín fernández de lizardi (1776-1827) se refiere burlonamente al catafalco levantado en honor de una perrita.
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a pesar de la visión macabra original, las celebraciones de todos Santos y fieles difuntos adquirieron un carácter jocoso, que acentúa el poder igualador de la muerte a la cual están sujetos todos: aristócratas y léperos, indios y españoles, jóvenes y viejos. Como en otras celebraciones religiosas, la verbena popular empezó a prevalecer sobre la solemnidad de la liturgia.9 en el marco de la fiesta, se elaboraron productos para consumo popular: calaveritas de azúcar, panes en forma de hueso y pequeñas reproducciones en cartón de catafalcos que constituían el recuerdo, la prueba fehaciente de la participación del fiel en la liturgia. Comer el pan de muerto y las calaveras significa “comerse al muerto o comulgar con los santos”.10 S. g. baz, op. cit., pp. XV-XViii. a propósito de esto, recuérdense las palmas benditas del domingo de ramos. 10 entrevista a la historiadora elsa malvido, 10 de marzo de 2008. 8 9
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La lejanía de los cementerios auspició verdaderas excursiones campestres el día 2 de noviembre: la gente llevaba sus alimentos no para departir con sus muertos sino para saciar su hambre.
a mediados del siglo XiX, con la secularización de la vida pública que impuso la reforma liberal, los objetos devotos perdieron su función religiosa y
quedaron como parte de la parafernalia, que entonces se encontraban en el portal de mercaderes: tumbitas de tejamanil, esqueletos de barro, entierros móviles, etcétera. la celebración dejó el tono solemne y adquirió uno más festivo, como observó el escritor antonio garcía Cubas.11 el ayuntamiento de la ciudad de méxico organizaba la fiesta o romería de los muertos, una gran celebración en la plaza de la Constitución, en la que había bailes, lotería, teatro y títeres. no faltaban los vendedores de panes, dulces y frutas. la fiesta se prolongaba hasta finales de noviembre o principios de diciembre. un hecho fundamental en el siglo XiX fue que, al crecer la población y aumentar los peligros de las epidemias, se establecieron los cementerios públicos, a las afueras de ciudades y poblados. la ley del 31 de julio de 1859 instauró los panteones civiles y quitó a la iglesia todas sus prebendas en inhumaciones y cementerios. Sin la tutela eclesiástica, empezaron epitafios románticos y se acentuó la verbena. la lejanía de los cementerios auspició verdaderas excursiones campestres el día 2 de noviembre: la gente llevaba sus alimentos no para departir con sus muertos sino para saciar su hambre. los visitantes adornaban las tumbas con mantones, encajes y candelabros, al mismo tiempo que obsequiaban flores a su difunto.12 Por esos años llegó otro elemento que enriqueció el festejo, la obra de 11 12
antonio garcía Cubas, El libro de mis recuerdos, méxico, Patria, 1945. entrevista a elsa malvido.
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teatro don Juan tenorio del dramaturgo español José Zorrilla. los empresarios de teatro en los países de lengua española consideraron apropiada la fiesta para representarla, por aparecer un panteón, fantasmas y voces de ultratumba. la entusiasta recepción del público mexicano tuvo que ver con que Zorrilla se estableció en el país desde 1855 y el emperador maximiliano lo nombró director del teatro imperial, el cual inauguró con su obra el 4 de noviembre de 1865, onomástico de la emperatriz. esto refiere al hecho ineludible de la transformación de la fiesta en el último tercio del siglo XiX. las clases altas la aprovechaban para “llorar el hueso”, expresión acuñada durante el Porfiriato, que significaba asistir a teatros y pasear en plazas y jardines públicos, como la alameda, para presumir sus mejores galas. en esas fechas, las clases acomodadas acostumbraban dar a sus empleados
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domésticos “su calavera”, dinero para gastar en el festejo.13 algunos trabajadores como los aguadores pedían también su “tumba” o “calavera”, versos impresos chabacanos en los que pedían una remuneración extra, que generalmente estaban ilustrados.14 estos dibujos que acompañaban a los versos fueron primero estampas ante las dificultades técnicas de reproducir juntas tipografía e imagen y luego grabados, como los de manuel manilla. el gran virtuoso de las calaveras, por la maestría de su técnica y por consagrar las calaveras en un género periodístico, fue el grabador oriundo de aguascalientes, José guadalupe Posada (1852-1913).15 es así como a finales del siglo XiX la fiesta de muertos adquirió m. lópez Casillas, op. cit., pp. 30-33 y Héctor Zarauz, La fiesta de muertos, méxico, mVS editorial, 2000, p. 26-27. 14 a garcía Cubas, cit. por e. matos, op. cit., p. 147. 15 Loc. cit. 13
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las características que se reconocen hoy, como la visita a los panteones el 2 de noviembre, la representación de la muerte en dulces y juguetes, el pan de muerto y hasta la “calavera” que piden los niños, aunque ahora ya no retribuyan con su ingenio. el cambio de sensibilidades artísticas en el periodo de reconstrucción nacional, posterior a la revolución mexicana, alentó a encontrar las raíces de lo mexicano, por lo cual se revaloró el arte popular.16 Para los muralistas, el pueblo era el personaje principal. esto explica la recuperación de Posada —al que diego rivera inmortalizó en su obra Sueño de una tarde de domingo en la Alameda— y el olvido de Julio ruelas (1807-1907), considerado uno de los grandes simbolistas mexicanos, becado por Justo Sierra para estudiar en París y cuya representación de la muerte, trágica y oscura, sumada a su pronto deceso, lo convirtieron en favorito de aristócratas e intelectuales y en inspiración de artistas posteriores, como roberto montenegro o Saturnino Herrán. las imágenes de Posada, como “la Catrina”, con la que aparece del brazo en el mural de rivera, se volvieron canónicas de las festividades. Posada, al usar como modelos estampas religiosas y la parafernalia de las ceremonias fúnebres, echó mano de la tradición hispánica en sus vertientes medieval, renacentista y barroca y consagró en sus grabados definitivamente el carácter popular y jocoso de la fiesta de muertos en méxico. Hoy, las manos de alfareros, cartoneros o
Se pensaba que las artes populares proporcionaban la base para conformar una cultura verdaderamente nacional, puesto que servirían de inspiración a los artistas de la época revolucionaria. Victoria novelo, Artesanías y capitalismo en México, méxico df, Centro de investigaciones Superiores, inaH-SeP, 1976, pp. 30-39. 16
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caricaturistas reproducen sus modelos; es al revés: ahora Posada inspira la creación artística.17 durante el gobierno de lázaro Cárdenas (1934-1940) se reavivó el indigenismo radical de la revolución: la única raíz aceptable del mexicano era la indígena y su pasado auténtico, el prehispánico. Como resultado del decreto del 14 de diciembre de 1938, en enero del año siguiente se estableció el instituto nacional de antropología e Historia (inaH), organismo descentralizado de la Secretaría de educación Pública, dedicado a las labores de investigación en los campos de la arqueología, la antropología y la historia, así como el resguardo del patrimonio de méxico y su difusión. Por ese motivo, su labor ha adquirido matices políticos, dado que patrimonio cultural e identidad nacional son sinónimos en méxico. esta situación le ha valido consideraciones especiales en el apoyo
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gubernamental y en la dotación de recursos, pero al mismo tiempo ha sujetado sus actividades a los objetivos oficiales, que no necesariamente las proveen de métodos adecuados para su desarrollo. el círculo de intelectuales cercano a Cárdenas “reinventó” la tradición —al inculcar valores y formas de comportamiento por repetición, que implicaban continuidades con el pasado pero también novedades; en este caso, la paradójica novedad de un origen más remoto—18 y difundió la idea de que la fiesta de muertos tenía un origen prehispánico, mexica en particular, dado que el estado mexicano se reclama sucesor de aquel imperio, del cual ha tomado símbolos de S. g. baz, op. cit., pp. Xi-XiV. 18 eric Hobsbawm y terence ranger (eds.), The invention of tradition, Cambridge: university Press, 1987, pp. 1-14. 17
4. Sobre la fiesta de los muertos:Maquetación 1 10/16/11 1:23 AM Page 12
nacionalidad, como el escudo. Según matos, los mexicas creían que el destino del alma dependía de la forma en que uno moría. el destino de la mayor parte de los hombres, quienes morían de manera natural (“morir bien” en la concepción cristiana) o quizá de alguna enfermedad común era el mictlán, lugar del olvido, regido por el dios mictlantecuhtli y su esposa mictecacíhuatl. Había otras posibilidades: el tlalocan, paraíso prometido a los que morían por causas relacionadas con el agua, o acompañar al sol en su recorrido diario por el cielo, recompensa para guerreros, sacrificados y mujeres muertas en el parto. los ritos funerarios entre los pueblos del méxico antiguo tampoco eran uniformes: los cuerpos de los difuntos se incineraban o se enterraban.19 Se desprende que no había temor a la muerte como el que se infundió después de la Conquista y que la muerte, deseada
El sincretismo brindó la posibilidad de conciliar las creencias distintas —prehispánicas y católicas— sobre la muerte.
para
los
antiguos
mexicanos,
es
indeseable para la mayoría de los hombres y mujeres actuales. a partir del decenio de 1940, al
impulsar la unidad nacional, el gobierno prefirió la idea conciliadora de mestizaje como fundamento de la identidad mexicana.20 el sincretismo brindó la posibilidad de conciliar las creencias distintas —prehispánicas y católicas— sobre la muerte. no obstante, el indigenismo radical de los años anteriores dejó un resabio
e. matos, op. cit., pp. 63-82. Josefina Z. Vázquez, Nacionalismo y educación en México, 2ª edición, méxico, el Colegio de méxico, 1975, p. 243. 19
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duradero. antropólogos e historiadores han defendido la originalidad de la tradición, basada en la supuesta necrofilia del mexicano —heredada del culto a la muerte de los pueblos prehispánicos, que se encuentra en representaciones artísticas como la Coatlicue. Se ha propagado que los altares tienen siete (o trece) niveles y nueve elementos —entre ellos, un perrito xoloitzcuintle de barro, de los cuales sólo se encuentran ejemplares vivos en la ex hacienda de la noria en Xochimilco— y que pueden dedicarse a personajes públicos, reconocidos ateos. los gobiernos estatales, como el de michoacán, han promovido recientemente la fiesta para atraer al turismo nacional y extranjero. el fomento no es en sí mismo reprochable: ha estimulado la producción artística y provee de sustento a comunidades marginadas.21 Por otra parte, el apoyo estatal ha conducido a verdaderas representaciones escenográficas de dudosa autenticidad, que más allá de sus co-
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lores vistosos, parecen no llevar el alma de los deudos. al exaltar que la muerte es pareja con todos —por encima de su carácter inminente—, la fiesta de muertos dejó de ser una celebración religiosa solemne para convertirse en una fiesta secular alegre. Si bien las tradiciones se transforman naturalmente con el devenir del tiempo, durante el decenio de 1930 hubo la intención política, acorde con los fines del grupo gobernante, de ahumar el pasado de una fiesta con copal y ya no con incienso. octavio Paz escribía que méxico, para ser, tuvo que matar a la nueva españa; negar lo que había sido. Sin embargo,
me refiero en particular al pueblo de Capula, michoacán, conocido de antaño por su hermosa alfarería puntillada, cuyos artesanos producen ahora también elegantes catrinas de barro para la festividad. 21
4. Sobre la fiesta de los muertos:Maquetación 1 10/16/11 1:23 AM Page 14
nuestra relación “especial” con la muerte surgió de un culto universal, que responde al temor general a la muerte y cuyo valor particular ha sido el de cambiar la tristeza del luto por la alegría de la fiesta popular.e
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5. Y lo malo fue malo y lo bueno no tanto:Maquetación 1 10/16/11 1:27 AM Page 3
Y Lo MaLo fue MaLo Y Lo bueno no tanto
alessandro triacca*
“Si quiereS podeMoS ir a Mi CaSa”, dijo ella, y a mí me temblaron las piernas. nos habíamos conocido esa misma noche, después de una serie de eventos en apariencia fortuitos a los que suele atribuirse un significado de romanticismo y destinos encontrados: una copa que cae y se hace añicos en el suelo, un hombre que trata de recogerla mientras la mujer, todavía un poco asustada, agradece incesantemente al hombre que ahora, con los vidrios en la mano, dice: “no es nada, no se preocupe” y, cuando regresa del lugar donde depositó los pedazos de cristal, encuentra a la rubia que, como gesto de agradecimiento —y con una mirada—, lo invita a sentarte a su lado. el hombre era yo y la rubia era ella, y el encuentro no había tenido nada de fortuito, pues después me había confesado haber derramado la copa intencionalmente para propiciar mi acercamiento. entonces le dije que no era necesario que hiciera eso, que me hubiera acercado a ella de igual manera, y ella dijo que no era cierto, porque los hombres de hoy en *estudiante de la Licenciatura en relaciones internacionales en el Colegio de México
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5. Y lo malo fue malo y lo bueno no tanto:Maquetación 1 10/16/11 1:27 AM Page 4
día tienen miedo a las mujeres, que los hombres ya no son como antes. Y tal vez tiene razón, porque yo no soy ni la mitad del hombre que era mi padre ni la cuarta parte de lo que era mi abuelo. Y después de media hora de conversar se había hecho tarde, demasiado, y las mesas se habían ido desocupando y los meseros caminaban de prisa, recogiendo vasos y tenedores del suelo, arrastrando sillas, apagando luces; querían irse a sus casas a descansar, pues ya era tarde, tanto que podría ser temprano. Yo también estaba cansado y un poco aburrido, y pensaba en que más valía no haber recogido la copa rota y que mejor hubiera sido no salir de casa en aquella noche fría. Y fue entonces que ella lanzó su propuesta de forma casual, como preguntando la hora: si quieres podemos ir a mi casa. Y pensé entonces que esta invitación tampoco tenía nada de casual ni de azarosa y que seguramente ella había
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estado pensando en esto durante toda la media hora en que habíamos estado conversando de cosas tan triviales como el clima y la religión. Y ahora, durante este par de segundos que tengo antes de contestar, pienso rápidamente en toda la gama de posibilidades, en lo más conveniente, en lo que tengo que hacer, en aceptar o no su invitación. Lo positivo de dicha propuesta es evidente: no tengo dinero para el taxi, si no voy con ella tengo que caminar de regreso a mi casa y no tengo ganas de caminar porque estoy cansado y la noche es fría; también, si voy con ella y las cosas salen bien, posiblemente me haré acreedor de un buen desayuno; además, la rubia es atractiva, con unas piernas largas y esbeltas que tan bien se verían sobre mis hombros. Lo malo, sin embargo, me resulta aún más inexorable y coercitivo: el anillo que lleva en el dedo anular de la mano derecha, la incomodidad previa al desnudarnos, los gemidos de hiena que lastimarán mis tímpanos, la plática trivial posterior al coito, llena de arrumacos
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y susurros incomprensibles, la almohada con sus cabellos rubios, el despertar en cama ajena, el aliento rancio de las mañanas, los ojos hinchados, las miradas de asco y de reproche. Y entonces contesto ante la mirada impaciente: “Sí, vamos”, mientras ella sonríe y yo me reprendo y pienso: “qué estúpido eres”. Y lo malo fue malo y lo bueno no tanto. porque a fin de cuentas fuimos a su casa caminando y hacía mucho frío, porque sus piernas no eran tan bellas, ni se veían bien sobre mis hombros. Y sus gemidos fueron estridentes y su aliento fue rancio en la mañana. Y al despertar sus cabellos cubrieron la almohada y mis ojos se hincharon como sapo. Se añadieron a esto los ineludibles imprevistos como la inexplicable pérdida de un calcetín y el dolor punzante e intermitente en las sienes. pero la vida es justa, o al menos generosa, pues la bata de su esposo me sentaba bien y me hacía sentir elegante y el desayuno estuvo delicioso y en la calle el sol brillaba y la gente estaba contenta. Y entonces yo también me alegré de haber pasado la noche con ella, porque de no haber sido así me hubiera despertado también con los ojos hinchados y el dolor en las sienes, pero sin bata de seda, ni omelet, ni fruta, reducido a calzoncillos con café negro y cigarros. Y pienso ahora que estoy enamorado de la rubia, porque el amor, del que tanto se habla y al que tantas maravillas se atribuyen, no es para mí más que el deseo de repetir esos placeres mundanos, la entelequia de situaciones triviales. Y yo no pienso en otra cosa que no sea en volver a probar ese aliento rancio, en ajustarme la bata ajena y en desayunar como dios manda. e
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6. La cama:Maquetación 1 10/16/11 1:27 AM Page 2
La CaMa Manuel Cisneros Castro*
Un dELiCioso sopor Lo CUbría dE piEs a CabEza: hacía ya más de media hora que se encontraba arremolinándose en la cama sin decidirse a salir. no lo abrumaba la menor prisa y, a pesar de tener dos que tres asuntillos pendientes, le
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gustaba consentirse. ¡Es que las cobijas son tan hospitalarias! Y ni qué decir de la almohada, magnífica compañera, excelente terapeuta y fidedigna confesora. ¿Quién rehúsa compañía semejante cuando los mundanos agobios se ven tan lejanos? Fue sólo hasta pasado el mediodía cuando, haciendo acopio de todas sus fuerzas, salió del lecho, acto no del todo voluntario; antes bien, impuesto por las necesidades fisiológicas de todo ser humano. El trecho que separa el baño del lugar de reposo mide apenas ocho metros, ¡pero había que recorrerlo de ida y vuelta! gustavo estaba bastante molesto por esa contrariedad, pero a fin de cuentas aceptó con resignación aquel exceso de esfuerzo incómodo pero necesario, que el desalojo de los alimentos de días anteriores requería. a su regreso, *Estudiante de la Maestría en el Centro de Estudios de asia y África de El Colegio de México
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al pasar junto a la puerta de entrada del cuarto, notó un detalle poco usual en las esquinas del marco de la puerta: de manera sutil se habían suavizado los ángulos, convirtiéndose en redondeces. Las ganas de retornar a la cama eran mucho mayores que las de explorar algo desconocido, así que, sin otorgarle mayor importancia, volvió al colchón que, tibio, lo esperaba. Ya bien entrada la tarde, gustavo se percató de que había estado todo el día en la cama; un timidísimo remordimiento pretendió recriminárselo, pero tuvo escasa repercusión en su laxo sentido del deber. sintió hambre y bajó a la cocina; calentó en el horno de microondas un par de tamales rancios —llevaban más de cuatro días en el refrigerador— y se sirvió leche en un vaso. Mientras esperaba a que la cuenta regresiva llegara a cero, se dio cuenta que el electrodoméstico había tomado una forma casi esférica; sólo quedaban lejanos vestigios de lo que alguna vez fueron ángulos. Lleno de asombro, tras restregarse los ojos varias ocasiones, observó que ese efecto se presentaba también en la mesa, en los cubiertos, en el servilletero, en el frigorífico, en las estanterías, en todos los utensilios, muebles y artículos de la cocina. presa de un miedo repentino, sacó la comida del horno, cogió el vaso y subió atropelladamente las también redondeadas escaleras. al entrar en su recámara cerró la puerta y, sin querer ver ninguna tétrica transformación más, se ocultó bajo las sábanas. ahí dentro, con las ideas revueltas y destilando sudor frío, comió y bebió. sólo sacó la mano para colocar sobre la alfombra el plato y el vaso que había utilizado. Volvió a quedar profundamente dormido. Cuando volvió en sí no tenía idea de cuánto tiempo había transcurrido desde que se acostó. Le pareció que aquellas metamorfosis habían sido un mal
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sueño, pero ¿y si fueran realidad? ¿Y si ahora todo estaba tan cambiado que no sería posible reconocer nada? no se atrevió a abrir los ojos. de un brinco bajó de la cama. al hacer contacto con el suelo, se hundió en éste hasta los talones. al tiempo que gritaba de horror, abrió desmesuradamente los ojos; lo que vio lo dejó pasmado: su escritorio, sus libros, su radio, su ropa, sus cuadros, todo lo que había en la habitación se había fundido con lo que tenía debajo, arriba o al lado. Era imposible distinguir entre los límites de los objetos; incluso los colores se entremezclaban. del vaso y plato que había dejado sobre el piso, sólo quedaba un promontorio blanco unido al suelo. intentó sacar un libro, pero pegado a los demás libros y al librero, sólo se estiró como si fuera de hule, junto con el entrepaño, el fondo del librero y los otros libros. desesperado, jaló con más fuerza. sólo consiguió que la argamasa se estirara más y más, ya también jalaba la pared,
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el techo, el suelo. abrumado por la fatiga, soltó el apéndice amorfo, colorido y chicloso que sostenía entre sus manos; éste comenzó a fundirse con el suelo, constituyendo una extraña escultura en medio del cuarto. se arrojó a la cama, que lo recibió con una elasticidad increíble: se sumergió hasta el nivel del piso y, contrario a las leyes de la elasticidad, no regresó gustavo a la superficie. e
8.La constelación de Al Hawar:Poesía 10/16/11 1:29 AM Page 3
LA ConsTELACIón dE AL-HAwAR
Miguel Cabrera sánchez*
Lo auguro con la imagen de mi sombra en llamas: serás eterna. —shams de orión
dEsAPARICIón En LLAMAs de la nada se colmó el tiempo cubierto de cansancio por la copa del vacío, exhala hundido en el espacio transparente donde resuenan las memorias, ondulaciones del desierto imaginario del deseo, mar de luz derramado en el polvo eterno donde para siempre, estrella, desapareciste de mi ser.
* Realizó estudios de economía y matemáticas aplicadas en el Instituto Tecnológico Autónomo de México. Pertenece al Consejo Editorial de Cuadrivio.
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9. Moto Perpetuo:Poesía 10/16/11 1:29 AM Page 2
MOTO PERPETUO Rodrigo Alberto Círigo* Como si tu nombre cupiera en esta página.
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Calle vacía. Ventana empañada, ningún atardecer en esta enredadera, este jardín sin nombre. Hay, en mi mejilla, la certeza de una palma, un dorso, dedos tibios. Ejércitos se alistan para el combate pero aquí ni una brizna tiembla. Fulgor o porcelana, olor de chopos, niebla, equilibrios profundos como raíces, bifurcaciones vegetales; te oigo dormir. Tu vaho desteje nervaduras, canciones viejas en la radio, palabras que inventamos y olvidamos. Con la garganta te exploro, camino dentro de ti, vislumbro el secreto y la nostalgia de tu pulso. Pesamos cuanto pesa un cúmulo de venas comunicándose, alimentándose. En el jardín nada se mueve. Sólo abres tus ojos. He venido a ti para escuchar el rumor del cosmos en esta calle, esta ventana, la enredadera de este jardín sin nombre donde atardezco, veo el mundo cuando te veo.
* Estudiante de la Licenciatura en Relaciones Internacionales en El Colegio de México
10. Dragón Rojo:Maquetación 1 10/16/11 1:31 AM Page 2
Un camino a través del infierno: la presencia de William Blake en “dragón rojo” armando escobar*
Ela parecia um tigre ardente brilhante nas florestas da noite. a deliciosa energia… Blake pega sempre bem… rubem fonseca no es extraño encontrar en Dragón rojo1 (2002), película dirigida por Brett ratner, ciertas alusiones al escritor, pintor y grabador inglés William Blake (1757-1827). desde el inicio de la saga del dr. Hannibal lecter con El silencio de los inocentes (1991),2 los realizadores habían demostrado que, si bien estaban
*estudiante de la licenciatura en estudios latinoamericanos en la Universidad nacional autónoma de méxico 1 Dragón rojo (2002) es la última película de la trilogía iniciada con El silencio de los inocentes (1991) y continuada por Hannibal (2001). sin embargo, descontando la malograda Hannibal: el origen del mal (2007), Dragón rojo es la primera siguiendo el orden cronológico de la historia. es importante mencionar que en 1987 se realizó otra adaptación de esta precuela con el nombre de Manhunter, dirigida por michael mann. 2 Basado en el best seller del mismo nombre, escrito por thomas Harris, como el resto de la trilogía.
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filmando un thriller desde la comercial industria cinematográfica estadunidense, intentaban superar el bagaje cultural del espectador promedio para insertar símbolos que, al interconectarse, pretenden dar mayor contundencia narrativa tanto a la cinta individualmente como a la trilogía. Basta recordar que la calavera formando el dorso del tórax de la mariposa (conocida como esfinge de la calavera o esfinge de la muerte)3 que cubre parte del rostro de clarice sterling (jodie foster) en el póster oficial de El silencio de los inocentes, alude a la fotografía titulada In Voluptas Mors de philippe Halsman, obra en la que salvador dalí colaboró. es innegable que actualmente hay una marcada tendencia en la industria cultural por apropiarse de diferentes elementos formales, técnicos y de contenido la acherontia atropos es una especie de mariposa de origen africano que realiza migraciones al continente europeo. en un breve ensayo titulado “la cabeza de muerto (acherontia atropos)”, contenido en su libro Inferno, el alquimista y dramaturgo sueco august strindberg nos confiesa: “Y leí: los bretones dicen que presagia la muerte. emite un sonido lastimero cuando la molestan; la oruga se alimenta de solanáceas, del jazmín y de la manzana espinosa, Datura Stramonium, y se vuelve crisálida hundiéndose profundamente en tierra en capullo aglutinado.” Y aunque strindberg intenta encontrar una explicación científica que rompa con cualquier maleficio o superstición sobre esta especie, extrañamente termina concluyendo que la “oruga sufre el mismo proceso en la crisálida que el cadáver en la tumba, donde se transforma en una grasa amoniacal (…) así pues, la oruga ha muerto en el capullo, puesto que se ha transformado en una masa grasa informe, y vive de todos modos, y resucita de una forma más alta, más libre y más bella. ¿Qué son entonces la vida y la muerte? ¡la misma cosa! ¡pensad si los muertos no son muertos, y si la indestructibilidad de la energía no es otra cosa que la inmortalidad!” [august strindberg, Inferno, trad. de mauro armiro, madrid, valdemar, 2001, pp. 73-78]. por otro lado, esta superstición no se limita al imaginario europeo, ya que se relaciona con creencias que encuentran en las mariposas negras, e incluso en las polillas, el símbolo del infortunio; tal es el caso del Mothman, la mariposa negra, y otras figuras semejantes en diferentes culturas del mundo. recuérdese aquí el aforismo de William Blake contenido en augurios de la inocencia: “no mates a la polilla ni a la mariposa, pues el juicio final acercarás.” [William Blake, El demonio es parco, trad. de Heriberto Yépez, méxico, verdehalago, 2006, p. 36]. 3
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de la llamada alta cultura para presentar a un público cada vez más educado un producto aparentemente de arte “profundo” o complejo. Bajo esta óptica, y sin hacer un juicio cualitativo del filme, Dragón rojo se vale de constantes alusiones a William Blake para desenvolver de forma decisiva su trama. la referencia más importante se encuentra en El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol, pintura de Blake que se establece como una especie de alter ego maligno que encarna, a manera de simbiosis, los instintos homicidas y, por tanto, los traumas infantiles de francis dolarhyde (ralph fiennes). igualmente, el propio apellido de este personaje pone de relieve la innegable cualidad dual que desarrolla a lo largo del filme, ya que si se divide de forma prácticamente simétrica surgen dos palabras independientes que llevan a nuevas conclusiones: en primer lugar, el término dolar evoca las dos caras de una moneda; en segundo lugar, se encuentra la palabra hyde o hide (ocultar), por lo que es inevitable relacionar este apellido con lo que parece ser un pequeño homenaje de thomas Harris a El extraño caso del doctor jekyll y el señor Hyde de robert louis stevenson, novela considerada pionera en la construcción psicológica de personajes duales y contrapuestos. visto de esta forma, el dragón rojo, como un ente psicológico personificado en dolarhyde, es una maximización de aquella malévola personalidad escondida del dr. jekyll. dolarhyde, quien además es identificado en el filme con otros apelativos como mr. d o “Tooth fairy”,4 lleva tatuado el peso de su propia cruz en la espalda, así es apodado por el tabloide amarillista The national Tattler, aludiendo de forma siniestra a la imagen popular en la cultura anglosajona del hada de los dientes (un símil del ratón de los dientes en la américa hispana). sin embargo, también refiere al extraño patrón de los dientes, obtenido de una mordida en una de las víctimas que, junto a una huella digital, es uno de los pocos datos que se conocen del asesino. por otra parte, este apodo también se relaciona con la sexualidad pervertida que posteriormente el periodista freddy lounds (philip seymour Hoffman), movido por un convenio de exclusividad con graham y el fBi, imputará de forma burlona a dolarhyde. 4
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es decir, la figura del gran dragón rojo. este personaje de dos semblantes, presentado en constante conflicto por la fuerza que adquiere aquella otra personalidad maléfica del dragón rojo, considera sus acciones homicidas en función de un proceso de metamorfosis que, además de traer a cuenta el símbolo de la ya mencionada esfinge de la muerte, no sólo se manifiesta en sí mismo, sino también en las víctimas asesinadas. este cambio, que va de la larva a la mariposa, se ve fortalecido por la interferencia alentadora del dr. Hannibal lecter (anthony Hopkins), quien funge como el gurú espiritual del dragón rojo. sucedáneamente,
comenzará
“Dragón rojo” se vale de constantes alusiones a William Blake para dolarhyde y lecter; al estar éste último desenvolver de forma decisiva su trama. una relación por correspondencia entre
imposibilitado para contestar de forma libre debido a su reclusión, dolarhyde le
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propone que cierre la conversación a través de la sección de clasificados del national Tattler. el dr. lecter, por su parte, contesta a las halagadoras líneas de dolarhyde mediante un mensaje cifrado. éste, que contiene la dirección particular del investigador Will graham (edward norton) para que el dragón rojo cumpla en nombre de lecter una venganza, se encuentra firmado por el número “666”. este detalle que, aunque podría parecer una ingenuidad por parte del autor de la novela, en realidad nos lleva a una alusión más a la obra pictórica de William Blake: El número de la bestia es 666. en un principio, el dr. lecter no piensa entrometerse de esta forma en el caso, hasta que encuentra una forma de sacar provecho de él. durante las investigaciones realizadas en el sitio del primer asesinato, el detective graham descubre que el asesino marcó en un árbol un símbolo que bien podría ser traducido en una especie de “firma del autor”; este símbolo, concluyen los
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investigadores, se referiría a la figura del “dragón rojo” (中) en la iconografía del juego de mesa chino conocido como mah-jong.5 cuando graham revela el dato al dr. lecter, éste reconoce que Tooth fairy comienza a parecerle interesante, de la misma forma que le interesaría la labor de cualquier artista. es hasta este momento, cuando lecter se interesa por el caso, que se garantiza una diversión consistente en ver desfilar títeres al compás de sus dedos. no obstante, también puede argumentarse que es muy probable que el doctor se haya sentido profundamente identificado con aquel novel asesino que utilizaba como símbolo el dragón rojo, ya que, según la historia del propio lecter relatada en las novelas de Harris, ambos comparten un punto de encuentro: el dragón. mientras que dolarhyde está estigmatizado por el dragón de Blake, lecter no niega el legado ancestral de su familia por su rama italiana: los visconti, dinastía que gobernó milán de 1277 a 1477 y que tiene como escudo de armas un dragón azul devorando un hombre. de esta forma, el dr. lecter encuentra El Dr. Lecter encuentra un resquicio para manipular la sentida un resquicio para manipular la sentida admiración que el Dragón rojo admiración que el dragón rojo profesa profesa por él.
por él. aun en su engañoso papel
secundario, se establece como el elemento que dinamiza la narración al acercar y alejar al mismo tiempo a dolarhyde de su perseguidor. con este papel de participante de doble vía, el dr. lecter comenzará a jugar de forma maquiavélica, a despistar con pistas, a encriptar datos en frases sin sentido aparente, dadas al el símbolo del dragón rojo en el juego mah-jong representa a china, el reino del centro, y también, paradójicamente, la benevolencia: dolarhyde cree que la metamorfosis en sus víctimas es, en realidad, un bien que él les procura. 5
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desesperado detective graham, quien había decidido recurrir a la ayuda de lecter para capturar al asesino aunque eso pudiera representar —y como, de hecho, representa— graves consecuencias. pero lecter no colaborará de forma gratuita, ya que parte del juego es enfrascar al detective graham en una lógica de dar referencias solamente a cambio de algo convincente para sus intereses —justo como hará posteriormente con clarice sterling en El silencio de los inocentes. en uno de estos momentos en que lecter juega con la confusión de graham, en el que su verborrea fluye con mayor vehemencia, intenta cambiar inesperadamente el tema de la conversación, guiándola hacia una queja por su reclusión en el psiquiátrico. este aparente despiste es, en realidad, un intento por conectar al detective con el asesino por medio de un fragmento del poema augurios de la inocencia de William Blake:
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a robin redbreast in a cage puts all heaven in a rage.6 dicho fragmento irremediablemente guía al investigador, neófito en materia artística, a Blake y, posteriormente, a El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol, pintura que forma parte de una serie de cuatro acuarelas realizadas por el artista inglés entre 1805 y 1810. conocida genéricamente como El gran dragón rojo, esta serie está conformada por las siguientes obras: El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol, El gran dragón rojo y la mujer revestida con el sol, El gran dragón rojo y la bestia del mar y El número de la bestia es 666.7 aunque en el filme se muestra la primera de 6
Un petirrojo en un una jaula/ocasiona furia en todo el cielo. [W. Blake, op. cit., p.
36]. el lector podrá observar la serie completa en el siguiente sitio de internet: <http://www.artcyclopedia.com/red-dragon-william-blake.html>, 5 de mayo de 2011. 7
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estas pinturas (El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol), en el libro de Harris se cita El gran dragón rojo y la mujer revestida con el sol al describir la primera; este error, sin embargo, es eliminado en la adaptación al cine que aquí se comenta. no obstante, las referencias que lecter provee a graham sobre Blake parecen no tener sentido alguno para solucionar el caso del Tooth fairy, incluso a pesar de que el detective graham vio la pintura El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol. Un nuevo asesinato es inminente, ya que el dragón rojo amenaza con atacar en la próxima luna llena y la prevención de dicho crimen se centra en cómo selecciona a sus víctimas y qué patrón sigue. graham no logra encontrar respuesta al enigma y, en una nueva entrevista con lecter, intenta obtenerla de éste. pero lecter, al considerar a graham como su semejante por haberlo capturado (“es la imaginación la que nos diferencia de todos esos estúpidos"), no le proveerá respuestas maquiladas, sino apenas algunos esbozos para resolver el caso. “[Usted] vio el Blake, lo vio, pero no lo observó. la transformación es la clave”, reclama lecter a graham, refiriéndose a El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol. para lecter la respuesta estaba en la pintura. aunque en la película no se aclara esta reflexión por parte del personaje de Hopkins, puede inferirse que el doctor se refería a la pintura en sí, a su mensaje; a su mismo título, “la mujer revestida en sol”. parece que lecter, sabiendo que dolarhyde se asume como “el gran dragón rojo”, tendría que tener una segunda parte sin la cual la pintura estaría incompleta: “la mujer revestida en sol”. lecter se anticipa al hecho de que la intención del dragón rojo es vestir a sus víctimas de sol, ya que en la pintura la cola del dragón envuelve a una mujer, literalmente, “vistiéndola en sol”. pero graham no es capaz de develar tal mensaje, a pesar de conocer la especial atención
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que el Tooth fairy ponía en las mujeres, generalmente madres de familia, durante sus homicidios. asesinar a una familia completa no le provocaba mayor placer; éste lo hallaba en incrustar espejos8 en los ojos de los esposos e hijos muertos y hacerles quietos espectadores de la violación y asesinato de sus esposas y madres. por lo demás, considérese probable que la elección de las víctimas se rija por el parecido que tienen con “la mujer revestida en sol” en la pintura: dos de las mujeres que ya había asesinado eran rubias. sin embargo, esta constante parecería romperse con la elección de una tercera mujer de características físicas diferentes a las anteriores (cabello castaño). aunque en el filme se muestre a dolarhyde mirando en video a la que sería su tercera víctima, ésta no parece ser la elegida para cerrar la reescenificación de la pintura. es por este motivo que el dragón rojo, ese maligno otro yo, exige a dolarhyde que le sea entregada reba mclane
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(emily Watson) quien, por su parte, parece amoldarse a las características físicas adecuadas para revestirse en sol. a pesar de las violentas peticiones del dragón rojo, dolarhyde se encuentra imposibilitado para hacer cumplir esos deseos, ya que la chica invidente despierta en él sentimientos de bienestar y apego, algo cercano al amor. estos sentimientos afloran en una escena que parece intrascendente en la trama, pero que refleja el conflicto interno que sufre el personaje: dolarhyde lleva a mclane aunque el dragón rojo los hace ver, en realidad puede considerarse una inversión de una práctica recurrente entre diferentes asesinos seriales: el tapar los ojos de la víctima; esto, debido a la creencia popular que considera que los cadáveres guardan en sus pupilas la imagen de su asesino. el caso más conocido es el del ucraniano andrei chikatilo, quien tapaba o extirpaba los ojos de sus víctimas. por otro lado, en una clara referencia a este personaje, las huellas digitales que graham obtiene de dolarhyde provienen, precisamente, de uno de los ojos de la víctima. finalmente, basta recordar que Harris se inspiró en chikatilo para delinear algunos aspectos del pasado y de la propia personalidad de Hannibal lecter. 8
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al zoológico justo en el momento en que un tigre se encuentra sedado, en calma. el tigre es el reflejo del mismo francis dolarhyde con respecto a reba mclane; cuando ésta palpa al tigre está reconociendo de forma paralela a dolarhyde, a la bestia adormecida: es ella quien inspira a dolarhyde a liberarse del influjo del dragón rojo. esta escena, que muestra el reencuentro que tiene el homicida con su parte más humana es, a su vez, otra referencia oculta que los realizadores del filme rinden a William Blake. este momento de la cinta esconde tras de sí los versos del poema The tiger en donde las palabras de un cordero9 cuestionan a dios la creación del depredador perfecto: ¡tigre, tigre, que ardes puro en los bosques de la noche! ¿Qué mano inmortal, qué ojo pudo idear tu terrible simetría?
la imagen del cordero juega un papel muy importante en el imaginario de Harris. es necesario recordar que el título original de El silencio de los inocentes (para latinoamérica) es The silence of the lambs, traducido literalmente como El silencio de los corderos (traducción que se conservó en españa). el título encuentra sentido en esta primera película de la saga cuando clarice sterling confiesa a Hannibal lecter una anécdota de la infancia: en una ocasión, estando en el rancho de su tío, se levanta por la noche al escuchar el llanto de los corderos destinados al matadero y, con desesperación, intenta salvar a uno de ellos sin mayor éxito. a través de esta anécdota, lecter comienza una guerra psicológica con sterling, recordándole a cada momento la desesperanza que sintió al no poder rescatar al cordero del sacrificio: “¿se acallaron los corderos, clarice?” igualmente, este pasaje de la trama de El silencio de los inocentes trae a la memoria algunos versos de otro poema de Blake, titulado El pastor: “pues oye la voz pura del cordero y la tierna respuesta de la oveja.” [William Blake, Los bosques de la noche, trad. de jordi doce, valencia, pre-textos, 2001, p. 83]. 9
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estos primeros versos ponen de relieve la intención simétrica que Harris imprimió en el apellido de francis dolarhyde y, de igual forma, en el plan de asesinar para cumplir la reescenificación simétrica del título de la pintura. el homenaje a Blake se hace aún más evidente al observar el desarrollo de la escena en donde la señorita mclane aprende las formas de la bestia, los relieves de su piel, el sonido de su respiración suspendida y la estupefacción que siente al escuchar latir su corazón adormecido:
¿Y qué hombros y qué arte urdieron tu corazón? Y cuando empezó a latir,
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¿qué mano, qué pie terrible?
el reclamo termina con las siguientes palabras:
¡tigre, tigre, que ardes puro en los bosques de la noche! ¿Qué mano inmortal u ojo ciñó tu cruel simetría?10
de esta forma, el conflicto de dolarhyde se profundiza y parece no tener ninguna forma de oponerse a los apetitos del dragón rojo. así, el mismo personaje en su 10 Ibíd.,
p. 175.
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unidad encarna el binomio tigre/cordero, la contradicción y el asombro que Blake imprime en su poema: la maravillosa creación de un depredador perfecto frente a una presa desvalida que parece haber sido ideada sólo para ser devorada. por un momento, este conflicto (las excesivas peticiones del dragón rojo), parecerían llevar a dolarhyde al suicidio hasta que concibe una idea aún más revulsiva: hacerlo callar, comiéndoselo. así, en una de las escenas más comentadas del filme, un apesadumbrado dolarhyde se finge un investigador de arte, accede al museo de Brooklyn, donde se almacena la acuarela de El gran dragón rojo y la mujer revestida en sol y, después de amagar a dos empleadas, arranca la pintura del resguardo y se la come después de dividirla en dos partes: acto que representa una vez más la dualidad del personaje. como ya se sabe, el canibalismo juega un papel primordial en la saga, una obsesión de Harris y Dragón rojo no es la excepción. si bien no se trata de un acto de antropofagia tal cual, se deduce una intención por reflejar el conflicto psicológico por el cual atraviesa el personaje: la intención de acallar y vencer a la bestia mediante su devoración; la inversión de los papeles, el cordero engullendo al tigre. a pesar de dicho símbolo, de la supuesta destrucción de la presencia maligna, más adelante se comprueba que el dragón rojo, aun devorado, se interioriza en dolarhyde y adquiere una voz incluso más sonora. de esta forma, en las últimas secuencias del filme, se presenta un dolarhyde totalmente derrotado por el dragón rojo: cumpliendo los deseos del ente grabado en su espalda que manda desde su interior y, con ello, cerrando la macabra venganza ansiada por el propio dr. lecter contra el detective Will graham. así, el dragón rojo termina por tomar el control de la personalidad de dolarhyde y desvanece al mínimo su voluntad.
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sin embargo, a pesar de esta voz viva en su interior, en aquellos momentos de quiebre no dejó de emerger una leve reminiscencia de su parte humana: aquella que se niega a asesinar a reba mclane y a suicidarse; la misma que se enfurece al ver al detective graham regañando a su hijo por orinarse en los pantalones, perpetuando su propia niñez desolada y ausente; una prueba de la existencia de hombres con monstruos indestructibles a cuestas que, después de todo, como bien creía Blake, recuerdan que siempre hay un camino a través del infierno.e
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Marc Delcan Albors, Paisaje extraño
11. Introducción Entrevista:Maquetación 1 10/18/11 1:33 PM Page 4
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EntrEviStA: MAnuEL CAMAChO SOLíS* En 2011, los recientes triunfos de los candidatos de las alianzas entre PrD, PAn y otros partidos hicieron de sumo interés obtener opiniones y perspectivas al respecto del coordinador del Diálogo para la reconstrucción de México (DiA), Manuel Camacho Solís. Sin embargo, otro tema que ocupa el interés de la opinión pública mexicana es el de la elección de 2012, la selección del candidato de la izquierda y el proyecto nacional que propondrá a los electores durante la campaña por la presidencia. Esos temas son fundamentales en este diálogo con Manuel Camacho, figura relevante del gobierno de Carlos Salinas de Gortari; fundador y dirigente, junto con Marcelo Ebrard, del Partido de Centro Democrático (PCD); legislador del PrD; elemento importante en la campaña presidencial de Andrés Manuel López Obrador en 2006 y, ahora, coordinador del DiA. En otro ámbito, Manuel Camacho es académico, egresado de la unAM, y dedicó buena parte de su vida a la investigación y a la docencia en El Colegio de México. *Puedes consultar la versión electrónica (audio y video) de la entrevista en la dirección www.colmex.mx/agora/blog.
12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 2
EntrEvista: ManuEl CaMaCho solís Jaime hernández Colorado*
Desde su perspectiva, como integrante y dirigente del último gran grupo que salió del Pri en la década de 1990, ¿qué fue la alternancia en la presidencia de la república? ¿Fue un cambio suficiente para que se transformara el sistema político?
ManuEl CaMaCho solís: no, no fue una redefinición de reglas del régimen político, porque el presidente Fox terminó cediendo ante las presiones de todos los intereses y quiso conservar el poder que tenía la vieja presidencia. ahí se perdió la oportunidad de hacer una verdadera transición. la apertura electoral era parte de la transición,
pero no era toda la transición.
¿usted cree que la alternancia liderada por el Pan fracasó?
ManuEl CaMaCho solís: sí fracasó. Perdieron la gran oportunidad de darle un giro histórico a la vida política y a la estrategia de desarrollo económico
del país. terminamos con una vida política en la cual no se consolidó una nueva *Estudiantes de la licenciatura en Política y administración Pública de El Colegio de México.
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12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 3
mayoría y, en el campo económico, las circunstancias favorables, como los aumentos de los precios del petróleo que caracterizaron esos años, fueron desaprovechados en el gasto corriente. no tuvimos una visión para articular instituciones; lo que hubo fue un pacto de intereses y no una visión económica ni política de Estado.
sobre esa base, la izquierda tuvo oportunidad de alcanzar la presidencia en 2006 y tuvo victorias electorales en algunas de las alianzas recientes. ¿Cuál es la perspectiva de la izquierda hacia la elección del año 92
próximo?
ManuEl CaMaCho solís: a nosotros nos costó
2006
porque, independientemente de todo el debate sobre cuál fue la naturaleza de la intervención del Ejecutivo y de los grupos de interés, no cabe duda de que sí hubo un frente conservador para frenar a andrés Manuel
lópez obrador, con los matices que cada quien quiera. Esa situación nosotros no la supimos administrar, nos enojamos de más, vinieron las divisiones internas y esa imagen de ser rijosos tuvo un alto costo electoral; sin embargo, esos problemas son algo que estamos corrigiendo. lo que logramos con las alianzas con el Pan fue frenar la bola de nieve a favor del Pri que se había formado a partir de los resultados electorales de 2009. ahora estamos en posibilidad de volvernos competitivos con una alianza de las izquierdas. nuestros posibles precandidatos están en segundo lugar en las encuestas, incluso muy por encima de las intenciones de voto de la izquierda en general, y como ahora las elecciones pasan muchísimo por los liderazgos personales, por las personas, creo que la posición de nuestros precandidatos nos puede dar posibilidades.
12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 4
Me parece que sí existe una oportunidad real para la izquierda, siempre que, en vez de radicalizar nuestras posiciones, seamos capaces de tenderle un puente a todos: los sectores moderados, clases medias, empresarios, porque es ahí, con los independientes, donde puede darse no sólo nuestro crecimiento, sino donde va a terminar ganándose la elección. ManuEl CaMaCho solís: la izquierda
¿Qué características
tiene que conservar su sello de ser la
debe tener el proyecto nacional
opción que está comprometida con los
que presente la izquierda en
pobres, con la justicia social. Ésta es una
2012 para aglutinar apoyos entre
condición sine qua non, porque es claro
sectores
que ha aumentado la pobreza en el país.
población?
amplios
de
la
lo segundo es que necesitamos un programa en el cual nuestra estrategia de
desarrollo permita responderle a la gente y, por lo tanto, esa estrategia tiene que estar claramente definida en términos de los instrumentos de la inversión y del ahorro, lo cual implica una alianza con los empresarios, una nueva relación con la banca. nosotros no podemos ir en contra de ellos, porque los vamos a necesitar para mantener los equilibrios de la estrategia de desarrollo. tenemos que ofrecer también un proyecto de fortalecimiento del Estado frente a grupos fácticos, a la delincuencia, porque no habrá solución al problema de inseguridad con más policías o con más acciones militares, sino con un fortalecimiento de la legitimidad del Estado, de sus instrumentos, de su coordinación interna y eso es una obra de creación de Estado. Yo creo que la izquierda está en condiciones de impulsar eso en nuestro país en los próximos años.
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12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 5
Pasando a la política exterior, que en los gobiernos del Pan se ha modificado radicalmente respecto de los gobiernos del Pri, ¿qué
tiene
que
hacer
un
gobierno federal de izquierda en política exterior?
ManuEl CaMaCho solís: tiene que hacer dos cosas. En primer lugar, nosotros podemos jugar con mucha mayor soltura en el terreno multilateral, en la relación con américa latina, creo que
es
un
campo
que
está
absolutamente abierto. Podemos ir hacia una relación mucho más estrecha con
Brasil o Chile; a una relación de no confrontación con los países de la alternativa Bolivariana para las américas (alBa). todo eso nos va a dar una gran legitimidad en américa latina. El otro gran tema, que me parece el tema principal, es que
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tenemos que renegociar la relación con Estados unidos. tenemos que convencerlos de que la estabilidad de México no pasa por una estrategia militar, sino por una mayor justicia social, por el fortalecimiento de la política social y por la construcción de instituciones civiles. Eso es fundamental, buscar una nueva relación con los estadunidenses que no vamos a imponer; los tenemos que convencer.
En el tema de las alianzas, ¿hablar de ellas es hablar de coaliciones de gobierno o gobiernos de coalición?
ManuEl CaMaCho solís: Yo lo plantearía en dos fases. Primero, en las elecciones la alianza que veo cada vez más consolidada es la de los partidos del Dia con un solo candidato a la presidencia;
eso nos va a permitir entrar a la competencia. Por otro lado, estoy convencido de que aun ganando las elecciones no tenemos con qué lograr todos los objetivos de nuestro proyecto nacional; por lo tanto, deberemos tomar un paso definitivo en la articulación de un gobierno de coalición, que no sea un gobierno de cooptación de opositores, sino
12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 6
con el rigor de lo que significa tener una coalición de gobierno en la que es necesario tener un contrato de coalición y un gabinete de coalición, porque de otra manera se volvería sólo una forma adicional de funcionamiento del sistema presidencial mexicano antiguo que ya no sirve. Eso significa la redefinición del régimen político en una transición de tres años, donde tendríamos que gobernar al país de otra manera mientras se estabiliza, se pacifica y mientras se convienen los nuevos equilibrios del régimen político mexicano.
¿Cómo tendría que configurarse una coalición de gobierno en México, teniendo en cuenta las condiciones políticas nacionales?
ManuEl CaMaCho solís: si el próximo presidente no cree en esa idea, no se va a poder hacer. Porque la posibilidad sería que hoy se pactara todo eso y se hicieran las reformas
para que gane quien gane se tuviera que ir en esa dirección. Eso no va a ocurrir, no lo va a hacer el Pri. Entonces, como eso no va a ocurrir, la única condición para que suceda es que quien gobierne al país se dé cuenta de que no puede hacer todo; que tenga ambición, pero que tenga mesura y que no intente un experimento fallido de gobernar a un país que necesita mayorías del 60% para hacer estos cambios con una bancada de 35 o de 30%. nos tenemos que salir de esa idea, y eso implica un acto de gran responsabilidad política y siento que la pieza crucial para eso va a ser el presidente, no van a ser los partidos. los partidos no van a ser capaces hacerlo. si el presidente se da cuenta que ya no puede gobernar, porque las condiciones son tan difíciles que no reconocerlas sería irresponsable, entonces la decisión no tendría que ser sólo del presidente. tendría que haber un contrato de coalición, formalizarla; eso implica un programa real, no de intenciones, sino de líneas de política pública. si no tenemos eso, no tenemos un programa real de gobierno.
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12. Entrevista:Entrevista 10/18/11 1:34 PM Page 7
En el supuesto de que haya un presidente priista en 2012, y que tenga una mayoría al menos como la que tiene ahora el Pri en las cámaras, ¿qué le espera al país?
ManuEl CaMaCho solís: Creo que ese supuesto es muy poco meditado. lo que estoy seguro que no va a ocurrir es eso, porque nunca ha ocurrido. a mí me ha tocado vivir cada una de las últimas cinco sucesiones presidenciales, las he visto y vivido muy de cerca.
ahora, simplemente por razones de análisis te digo, si el Pri quiere gobernar como gobernaba hace veinte años, como lo está demostrando en este momento, simplemente va a ocurrir algo terrible. no va a ser siquiera una “restauración”; vamos a tener un capítulo adicional de la descomposición del Estado mexicano porque con
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esos métodos no se puede.e
13. Intro EG India:Maquetación 1 10/18/11 1:36 PM Page 1
Los rostros dE LA IndIA daniel Kent Carrasco* IndIA Es unA suErtE dE pAís ALEph; un sItIo donde es concebible verlo todo. Que quede claro que no estoy haciendo referencia a una fórmula religiosa, a una convicción espiritual, a un mantra mágico. nada más lejos de mi intención. Estoy hablando de la muy concreta posibilidad de encontrar al interior de este país —que es un continente, e incluso esto me parece pecar de parquedad— muestras y rastros de innumerables culturas, credos, tradiciones y convicciones. desde las iglesias cristianas de los portugueses que octavio paz admiró sobre la cubierta de un barco a su llegada de Europa hasta el mármol multicolor del hipnotizante taj Mahal del emperador musulmán shah Jahan; desde los templos eróticos de Khajuraho hasta las humeantes piras funerarias que bordean las orillas del río Ganges, en India conviven los más inverosímiles extremos y los excesos más sorprendentes. *Estudiante de la maestría en el Centro de Estudios de Asia y África de El Colegio de México
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13. Intro EG India:Maquetación 1 10/18/11 1:36 PM Page 2
Como objeto de estudio académico, la sociedad y la historia indias son fascinantes e inabarcables en semejante medida. El sánscrito, idioma del cual se derivan muchas lenguas contemporáneas de la India como el hindi o el bengalí, pertenece a la misma familia que el griego y el latín. En India viven comunidades judías que afirman haber llegado a las costas de Malabar hace más de dos mil años; hay comunidades cristianas que afirman pertenecer a ramas sirias del cristianismo, previas a la caída de Constantinopla. Los musulmanes llegaron para quedarse antes del año 1000 de la era común y hoy constituyen alrededor del 14% de la población. A esto hay que agregar la inmensa variedad de cultos y creencias englobadas al interior de la polimorfa religión mayoritaria: el hinduismo.
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Asimismo, India es hogar del partido comunista elegido popularmente con mayor tiempo en el poder y que aún gobierna en Bengala occidental y Kerala; también de una de las élites urbanas más adineradas y liberalizadas del planeta y de millones de personas que luchan para sobrevivir diariamente en una de las pobrezas más atroces del planeta. Las siguientes imágenes pretenden presentar una pequeña muestra de la riqueza cultural de este enorme país. La mejor manera de aproximarse a esta sociedad asolada y bendecida en partes iguales por el paso del tiempo es mediante una mirada a sus rostros, sus calles y su gente. uno de los temas favoritos del orientalismo es pensar en el otro como inmóvil, eterno, fuera de la historia. Al montar este ensayo gráfico me he empeñado en contradecir esta limitada interpretación y en ofrecer un pequeño retrato colectivo de una sociedad fascinante inmersa en un constante movimiento y en una transformación perpetua.
*técnica utilizada: fotografía digital.
Agra
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Una niña observa el trajín de la calle desde el umbral de una carnicería musulmana, en el barrio viejo de agra, a pocas cuadras del famoso Taj Mahal.
Byllakuppe
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En India viven miles de refugiados tibetanos obligados a emigrar por la invasión china. En la región sureña de Karnataka, cerca de Byllakuppe, se ha instalado una importante comunidad de monjes budistas.
Rajasthan
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Varanasi
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Todas las mañanas cientos de hombres descienden desde la ciudad a bañarse en las aguas milagrosas del Ganges. Varanasi es el lugar más sagrado del hinduismo; morir ahí asegura la liberación.
14. EG India:Maquetaci贸n 1 10/18/11 1:37 PM Page 5
Mural
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Mumbai color
14. EG India:Maquetación 1 10/18/11 1:36 PM Page 2
La capital financiera del país, Mumbai, es uno de los lugares más impresionantes de india. En ella se pueden encontrar las mansiones de los millonarios artistas de Bollywood y los slums más grandes del mundo.
Delhi
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La vida de “old delhi”, el barrio antiguo de la capital, hogar de millones de musulmanes, gira alrededor de la majestuosa mezquita conocida como Jama Masjid, donde este hombre practica sus oraciones.
14. EG India:Maquetaci贸n 1 10/18/11 1:37 PM Page 3
El bazar
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Las calles de India son ruidosas y coloridas en igual medida. Los bazares son el epicentro de las ciudades, el punto donde todo confluye y donde todo pasa.
14. EG India:Maquetaci贸n 1 10/18/11 1:37 PM Page 6
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