Revista Agro&Negócios 22ª edição

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SUMÁRIO 40 Balanço 41ª Expaja 44 Informativo APGJ 52 Artigo Glauber Silveira

08 Portal do Campo 16 Café com empresário 22 Informativo ACIJ 26 Artigo Amauri Marchese 32 Artigo Lygia Pimentel

60 Vazio Sanitário 70 Coluna Lorena Ragagnin

na com pista 48 Irrigação 36 Máquinas pivô central

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Código Florestal

Diagramação: Voz Propaganda

Site: www.agroenegocios.com.br

Colunista: Lorena Ragagnin Edição 22ª - Revista Agro&negócios Ano 2013 A&F Editora Rua Napoleão Laureano, Nº 622 St. Samuel Graham - Jataí - Goiás CNPJ: 13.462.780/0001.33

Diretor administrativo: Francis Barros francisbarros@vozpropaganda.com.br Direção de arte: Allan Paixão allanpaixao@vozpropaganda.com.br Reportagem / Edição: Tássia Fernandes (2703/GO) tassia@agroenegocios.com.br Luana Loose Pereira (15679/RS) luana@agroenegocios.com.br

Leve essa ideia com você:

28 Capa

E-mail: contato@agroenegocios.com.br

Artigos: Glauber Silveira, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Goiás (UFG), Amauri Marchese, Lygia Pimentel. Colaboração: Faz. Bom Sucesso / Andrei Tombini Impressão: Poligráfica Tiragem: 3.000 Distribuição dirigida: Jataí, Rio Verde, Mineiros Contatos: (64) 8417-4977 – Francis Barros (64) 9956-2859 - Allan Paixão (64) 9642-5882 - Tássia (64) 9644-0714 - Luana

facebook.com/agroenegocios A Revista Agro&Negócios não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões presentes nos encartes publicitários, anúncios, artigos e colunas assinadas.

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EDITORIAL POR TÁSSIA FERNANDES E LUANA LOOSE PEREIRA, JORNALISTAS RESPONSÁVEIS

Enfim, acordados e prontos para ir à luta O ano de 2013 será lembrado como o ano em que o Brasil acordou. Expressão que acabou virando clichê em meio às manifestações e protestos que tomaram as ruas do país. Até Dia Nacional de Lutas tivemos; 11 de julho. Enfim, o brasileiro percebeu que vive em uma democracia, “governo do povo, soberania popular”, ou seja, o cidadão pode e tem o dever de participar das decisões políticas. Agora, precisa entender que ir às ruas e gritar por aquilo que precisa melhorar é apenas o primeiro passo. Outros tantos devem ser trilhados para que, de fato, as mudanças aconteçam. É preciso colocar no papel, encaminhar documentos ao poder público, realizar abaixo assinados, participar das sessões do poder legislativo, questionar as leis propostas ou a falta delas. O brasileiro precisa mostrar que não acordou apenas temporariamente e que, a partir de agora, estará com um olho no peixe e outro no gato, sempre atento e pronto para lutar e conquistar o que é seu por direito. Afinal, os impostos pagos precisam ir parar em algum lugar, pois, então, que seja nos setores que beneficiarão a população. No meio rural não foi diferente, os produtores mostraram que também sabem o que querem. No início de julho, durante votação do Novo Código Florestal Goiano, marcaram presença na Assembleia Legislativa, em

DIRETORIA ADMINISTRATIVA

ALLAN PAIXÃO

FRANCIS BARROS

Goiânia. O resultado você confere na reportagem sobre o assunto, que traz, ainda, uma entrevista com o Dr. Marcelo Feitosa de Paula Dias, relator oficial da Comissão de Reforma do Novo Código Florestal de Goiás. Nesta edição você também encontra uma matéria sobre o vazio sanitário da soja, que já começou e vai até 30 de setembro; um balanço com os resultados da 41ª Expaja e com as informações da Expaja Nelore e fica por dentro das últimas decisões do Detran, no que diz respeito ao tráfego de máquinas agrícolas pelas rodovias. Na capa, Ariston Quirino de Moraes, pecuarista tradicional na criação de gado Nelore, fala sobre a sucessão familiar dos negócios, que a partir de agora ficarão sob a responsabilidade dos filhos, e traz detalhes sobre os preparativos do Leilão da Estância São José, que será em setembro. Glauber Silveira, Amauri Marchese, Lygia Pimentel e Lorena Ragagnin, continuam trazendo pontos de vista e discussões sobre os setores rural e empresarial, enriquecendo, ainda mais, o conteúdo que segue nas próximas páginas. Boa leitura!

EQUIPE AGRO&NEGÓCIOS

LUANA LOOSE PEREIRA

TÁSSIA FERNANDES

JORNALISTA

JORNALISTA


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AGENDA Inovação e competitividade 2013 Quando: 27 e 28 de agosto de 2013 Onde: Teatro Alfa - Hotel Transamérica, Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro - São Paulo/SP. Mais informações: eventos.hsm.com.br/foruns/

16º Rodeio Nacional de Campeões, 12º Fenart, 6º Jogos Tradicionalistas Quando: 18 a 21 de julho de 2013. Onde: Parque de Exposições Nélio de Moraes Vilela, em Jataí/GO Mais informações:

Palestra: Avaliando se o crédito é problema ou solução

Quando: 25 de julho de 2013, das 19h às 21h Onde: Sebrae – Goiás (Av. T-3 nº1000, Setor Bueno, Goiânia/GO) Mais informações: www.sebrae.com.br/uf/goias/gestao/palestras/ palestras

Expointer 2013 Quando: 24 de agosto a 01 de setembro. Onde: Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, município de Esteio no Rio Grande do Sul. Mais informações: http://www.expointer2013.com.br/

http://nacional2013jatai.com.br/

CONECTADO

Receitas BioFortificadas - Embrapa

Lançada pela Embrapa durante a Copa das Confederações, no dia 25 de junho, no Centro Aberto de Mídia, no Rio de Janeiro, a publicação “Receitas Biofortificadas”, que possui mais de 30 opções de preparo dos alimentos enriquecidos, tem como objetivo tornar o consumo destes alimentos mais agradável na merenda escolar. A publicação será distribuída para as escolas participantes do projeto BioFORT e as merendeiras receberão treinamentos. Mais informações: www.embrapa.br

O sucesso não tira férias Já estamos na metade de 2013. Seis meses já se passaram. Será que os objetivos traçados no início do ano estão sendo alcançados? Com o propósito de promover uma reflexão no leitor, a respeito dos rumos que a sua vida tem tomado, o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), produziu um livro exclusivo e gratuito. No formato e-book, “O sucesso não tira férias – como alcançar suas metas e objetivos”, pode ser baixado na internet e é considerado um exercício de auto avaliação, para que o leitor verifique o que tem feito para alcançar o sucesso. Onde Encontrar: : http://www.ibccoaching.com.br/tudo-sobrecoaching/e-book-para-download/


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PORTAL DO CAMPO

RURAL EMPRESAS O REFORÇO CHEGOU em caiapÔNIA

Por Luana Loose Pereira

Presente em vários municípios da região e também em Mato Grosso, a Rural Empresas está agora em Caiapônia/GO. A inauguração da nova filial aconteceu no início do mês de junho, no Czar Eventos, e contou com a participação de aproximadamente 450 convidados, dentre produtores rurais e familiares, agrônomos e gerentes das fazendas da região de Caiapônia, Palestina, Doverlândia, Iporá, Piranhas e Diorama, além de representantes do Sindicato Rural, Prefeitura, Banco do Brasil, Evolução Máquinas, Fort Aviação Agrícola e também membros da equipe de colaboradores da Rural Empresas. Durante o evento, que marcou este novo passo na história de expansão da marca, foi realizada um apresentação que expôs, a todos os convidados, a estrutura da empresa, os municípios de atuação, a equipe comercial e administrativa, assim como a tendência de crescimento do grupo, seguindo as novas fronteiras agrícolas do país, e o portfólio de produtos, aliados aos serviços prestados pela equipe de campo. Estevo Bortoluzi, gerente comercial da Rural Caiapônia, destacou o que representa para a empresa a implantação desta nova filial. “É a consolidação da Rural em uma nova fronteira agrícola, assim como a oportunidade de participar do desenvolvimento agrícola em Caiapônia, setor este, que tanto promove a melhoria da qualidade de vida dos moradores, geração de empregos,

receitas e novas oportunidades para a região”. Nos últimos anos, o município passou por acentuado crescimento das áreas plantadas pelos agricultores locais. Produtores oriundos de municípios vizinhos, como Jataí, Rio Verde e Mineiros também começaram a investir nestas áreas. Seguindo o objetivo único da Rural Empresas que é promover o desenvolvimento do agronegócio, por meio de soluções inovadoras, a Rural Caiapônia surge como uma nova parceira do homem do campo, sempre disponível para oferecer atendimento capacitado e produtos modernos e eficientes. Para Estevo Bortoluzi, a Rural Caiapônia reúne todas as características de uma grande empresa e por isso a expectativa em relação ao sucesso da mesma é muito positiva. “Não temos dúvida da sustentabilidade da filial de Caiapônia, pois esta possui equipe técnica qualificada, produtos de alto desempenho em todos os seguimentos e sementes de alta qualidade, para atender e suportar quaisquer necessidades do produtor rural no município. A expectativa para os próximos anos é de evolução constante, trazendo inovações tecnológicas, aumentando a produtividade e consequentemente tornando a agricultura no município mais rentável, atraindo assim novas indústrias e novos investidores”, finaliza.


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3663.1082

Rua Carrinho do Prado, 867, setor Norte


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PORTAL DO CAMPO


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Informe Publicitário

Tour de produtividade Base Agrícola e Agroeste comprovam resultados positivos das lavoras de milho 2ª safra Por Tássia Fernandes

Fotos: Tássia Fernandes

A colheita do milho segunda safra já está em andamento. Com médias previstas acima de 100 sacas por hectare, produtores rurais que optaram pela Base Agrícola e Agroeste estão satisfeitos. Para comprovar o rendimento direto na lavoura, a equipe organizou, no mês de junho, um tour por algumas propriedades de Jataí e Rio Verde. Quem participou gostou do que viu e quem plantou não tem dúvidas de que fez a escolha certa. Uma das variedades Agroeste tem sido a opção do produtor rural Selomar Meller há mais de três anos. “Estou muito satisfeito, planto o 1596 e nunca colhi menos que 100 sacas por hectare”, garante. A produtividade tem agradado tanto os agricultores da região, que neste ano o produtor João Carlos Jajah decidiu investir 100% na parceria entre Base Agrícola e Agroeste. “Ano passado, 80% da área era cultivada com milho da empresa, os resultados foram ideais e em 2013 decidi cultivar 100% da área com o produto”, afirma. Assistência Agronômica é outro diferencial. A equipe, composta por profissionais capacitados, está sempre pronta para atender o homem do campo, levando informações, esclarecendo dúvidas e contribuindo para que o produtor rural fique por dentro do que há de mais moderno no mercado. “Estou satisfeito com o atendimento, o Sílvio, por exemplo, visita a propriedade frequentemente, então estamos sempre bem amparados”, destaca o produtor rural Genuir Mucelin. O mapa de resultados que começa a ser traçado na segunda safra deste ano comprova que Base Agrícola e Agroeste formam, realmente, uma parceria de sucesso. “A produtividade foi tão satisfatória no ano passado, que em 2013 decidimos cultivar 100% da área com milho da Agroeste e a expectativa é positiva” João Carlos Jajah, produtor rural.

“Faz mais de três anos que planto milho Agroeste e tenho parceria com a Base Agrícola. Nunca colhi menos de 100 sacas por hectare” Selomar Meller, produtor rural.

“Estou satisfeito, pois mesmo com a falta de chuva em alguns períodos, a média de produtividade deve permanecer como no ano passado, em torno de 103 sacas por hectare” Genuir Mucelin, produtor rural.

(64) 3636-2525

Av. Said Abdala, 105, Setor Jardim Rio Claro, Jataí - Goiás


PORTAL DO CAMPO

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AGROVICTORIA CASA E MARCA NOVA E A ESSÊNCIA DE SEMPRE

Por Luana loose Pereira

Ao longo dos últimos cinco anos, a Agrovictoria vem acompanhando o desenvolvimento e a modernização do setor agrícola regional, sempre oferecendo aos produtores rurais tudo o que há de melhor no ramo de sementes, defensivos e fertilizantes. Comprometida com a ascensão do agronegócio, a Agrovictoria também esta preocupada em evoluir e para tanto vem investindo cada vez mais em sua marca e em infraestrutura. No último dia 21 de junho, mais um importante passo foi dado. A empresa inaugurou sua nova sede, um espaço amplo e moderno, que visa melhor atender e recepcionar os clientes e parceiros, além é claro, de pro-

porcionar aos colaboradores e fornecedores, um ambiente de trabalho mais confortável e aconchegante. A noite de inauguração, que contou com a presença de amigos, clientes, fornecedores e parceiros, foi cheia de novidades, com destaque para a apresentação da nova marca da empresa. Com uma marca ainda mais forte e um ambiente de atendimento confortável e atual, a Agrovictoria potencializa seus serviços, mas mantem em sua essência a eficácia em atendimento, o foco em tecnologia e, principalmente, a confiança no trabalho do homem no campo.


Fotos: Dayner Costa

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COMEMORAÇÃO

COMIGO CELEBRA ANIVERSÁRIO DE 38 ANOS Por Luana Loose Pereira

Mundialmente celebrado todos os anos no primeiro sábado de Julho, o Dia Internacional do Cooperativismo aconteceu, este ano, no dia 06 e teve como tema “Empresas cooperativas continuam fortes em tempos de crise”. Em Jataí, a COMIGO, uma das maiores cooperativas do setor agropecuário no estado, fez questão de comemorar a data reunindo funcionários e associados para um café da manhã especial. O clima de festa foi propício para evidenciar e discutir a grande responsabilidade e importância do trabalho das cooperativas, principalmente do setor agrícola e pecuário, para o fortalecimento e sustentação da economia mundial. Durante a oportunidade, Reginaldo Pires, gerente da cooperativa COMIGO unidade loja em Jataí/ GO, destacou os números que comprovam a expressão do cooperativismo em todo o mundo. “Hoje são mais de um bilhão de associados em todo planeta e o dia internacional do cooperativismo é comemorado em

mais de 100 países. Esses números são motivo de muito orgulho para nós, pois demonstram que o modelo de cooperativismo se espalhou pelo mundo e foi bem aceito e no Brasil, assim como no estado de Goiás, não é diferente. No país, são mais de nove milhões de associados, em 6652 cooperativas. Já no sudoeste goiano, a COMIGO esta presente em 13 municípios e conta hoje com mais de 5 mil cooperados e 2 mil funcionários”. Para a cooperativa goiana a data foi ainda de dupla comemoração. Neste ano, o dia internacional do cooperativismo coincidiu com a data de aniversário da COMIGO, que completou 38 anos de história. Para Reginaldo Pires, a importância que a cooperativa conquistou em todos estes anos de trabalho, se deve ao produtor rural da região que é quem acredita na força do cooperativismo. “Continuamos sempre acreditando no associado e trabalhando para que o associado faça o mesmo com a COMIGO, e ele tem feito isso nesses 38 anos, trabalhando efetivamente com a cooperativa,


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EM DOSE DUPLA! E DIA INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO acreditando no modelo cooperativo. A COMIGO desenvolveu sim nestes 38 anos, mas ela não desenvolveu sozinha, desenvolveu junto com seus associados e hoje quem esta de parabéns, somos todos nós que, de uma forma ou de outra, ajudamos a construir com responsabilidade essa história de sucesso”. Até mesmo na hora de cortar o bolo, a união, um dos pilares do cooperativismo, prevaleceu. Representantes da diretoria da COMIGO, alguns funcionários e associados partiram juntos o primeiro pedaço, que

foi entregue a Mateus Garcia, cooperado e pioneiro no conselho da cooperativa, que recebeu a homenagem com muita surpresa e emoção. “Aqui em Jataí eu fui um dos primeiros membros do conselho, eu achei até que o Reginaldo não sabia disso, mas parece que ele sabe e me homenageou e eu fiquei muito satisfeito e feliz com o reconhecimento e aproveito para parabenizar a todos os cooperados pelos 38 anos da cooperativa”, conclui Mateus Garcia.

28 de julho, Dia do Agricultor. A COMIGO parabeniza os produtores rurais pelo seu Dia.


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Café com o empresário

COAGRI

Foto: Luana Loose Pereira

Qualidade e Confiança em produtos e serviços

Por Luana loose Pereira

Parceira agrícola, na área de semente, defensivos e fertilizantes, e pecuária, com produtos para a limpeza de pasto, a COAGRI é sinônimo de quem acredita no trabalho do homem no campo, e está sempre investindo em produtos de qualidade e prestação de serviços eficientes. Há quatro anos no mercado, a empresa conta hoje, com uma equipe técnica e comercial formada por quatro engenheiros agrônomos e um técnico agrícola, além de profissionais capacitados na área administrativa e de depósito. Jean Lívio, proprietário da COAGRI, destaca em entrevista, os pilares que fortalecem as estruturas e incrementam a cada ano o desenvolvimento da empresa no setor agropecuário. Revista Agro&Negócios: Como surgiu a ideia de criar a empresa e ao que se deve o crescimento da COAGRI nestes quatro anos de atuação no mercado regional? Jean Lívio: Eu já estava há muito tempo no mercado trabalhando no segmento do agronegócio, quando tomei a iniciativa de abrir uma empresa própria para continuar o trabalho que vinha realizando. Quando você abre uma empresa, existe uma projeção do que será feito, mas nunca sabemos direito como será o andamento do negócio. Nós abrimos a empresa e procuramos manter um nível de atendimento, com um sistema rápido e eficiente e com uma estrutura que fosse a altura das demais empresas que estão hoje no mercado. O crescimento foi muito rápido, em quatro anos de trabalho fizemos o que

estávamos projetando para ser conquistado em 12 anos. A explosão de crescimento, logicamente, veio com a ajuda dos colaboradores e também fornecedores que auxiliam e possibilitam a COAGRI acompanhar as exigências do mercado. Nossa atenção sempre está voltada para atender bem nossos clientes e consequentemente o produtor passou a dar um retorno, isso vem acontecendo a cada ano e nós vamos aos poucos melhorando o faturamento e incrementando ainda mais o número de clientes, fator que tem nos deixado muito satisfeitos e também preocupados em aprimorar ainda mais nossa atuação no segmento. Revista Agro&Negócios: No contexto atual, tanto agrícola como pecuário, quais são hoje as principais exigência de mercado? Jean Lívio: Hoje o mercado não tem mais espaço para produtos que não irão trazer realmente algum benefício para os agricultores e pecuaristas. Neste sentido, nós estamos sempre procurando focar em produtos que estejam em destaque na nossa linha para poder oferecer os benefícios que os produtores precisam em qualquer situação. Se a empresa não tiver um produto de destaque, que venha a solucionar ou prevenir os problemas, certamente, com o tempo vai perder espaço no mercado. Revista Agro&Negócios: Com o desenvolvimento constante de novas tecnologias, o mercado vem exigindo cada vez mais conhecimento e atualização dos profissionais que trabalham no setor


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agropecuário. De que forma a COAGRI tem se preparado para atender esta demanda? Jean Lívio: O produtor rural está muito tecnificado, entende do negócio e sabe o que precisa ser feito, então hoje não adianta, nem a COAGRI, nem qualquer outra empresa do mercado chegar ao produtor rural com uma posição que não seja bem definida, deixando claro quais são os benefícios que estão sendo oferecidos e o produtor sabe enxergar isso muito bem. Nossa preocupação, com certeza, é preparar nossos profissionais para que eles cheguem aos produtores de forma objetiva, otimizando o tempo da visita da melhor forma possível. Para isso, nós temos vários treinamentos que as empresas fornecem e também que a própria COAGRI disponibiliza tanto para o grupo técnico como comercial. Revista Agro&Negócios: O relacionamento com cliente é um diferencial das empresas em qualquer ramo de atuação. O que a Coagri tem feito para estar sempre em contato com os clientes? Jean Lívio: Em nível de relacionamento com cliente, nós buscamos sempre realizar um trabalho técnico nas propriedades, fazendo demonstração de produtos. Promovemos também alguns eventos na fazenda, envolvendo todos os seus funcionários, colaboradores e demais clientes, pois nós sabemos que o relacionamento da empresa com os produtores e sua equipe facilita o trabalho, facilita a assistência técnica e também a colocação correta dos produtos. Nós temos feito ainda, dias de campo e reuniões na sede da empresa para apresentar novidades e estamos sempre participando de eventos realizados no município, tudo para que possamos melhorar nosso relacionamento com o cliente e não só na parte comercial, mas também diariamente em um bate papo construtivo. Estar disposto a oferecer não só serviços e produtos, mas também apoio ao produtor rural em qualquer situação é uma particularidade da COAGRI.

Revista Agro&Negócios: Os investimentos em mídia auxiliam na promoção da marca e também na divulgação dos produtos comercializados pela empresa. A COAGRI vem buscando investir neste setor? Jean Lívio: Eu defendo a tese de que quem não é visto não é lembrado e nós gostamos de estar sempre presente, não só na forma comercial, mas também na forma social, para mostrar ao nosso público alvo e a sociedade jataiense em geral, que a COAGRI se preocupa em trazer benefícios não só para o produtor rural, mas para o município como um todo. Eu acho que o mínimo que nós podemos fazer é participar da mídia, que em vários aspectos é a forma mais rápida e fácil de alcançar esse número de pessoas. Nós já temos um programa de mídia e acreditamos que isso é extremante importante para o desenvolvimento da empresa. Revista Agro&Negócios: Qual é a expectativa da empresa para o próximos anos? Jean Lívio: Nosso projeto futuro é cada vez mais solidificar a empresa aqui na região de Jataí aumentando o número de clientes e também nosso corpo de trabalho que são os colaboradores e funcionários para sempre estar atendendo bem a todos os clientes. Logicamente outro objetivo é aumentar nossa participação no mercado e para isso nós já temos um objetivo que é começar a expandir para outras regiões e estados, como Tocantins e Mato Grosso. São programações e nós estamos vendo a possibilidade e a viabilidade disso tudo. Nós acreditamos que com trabalho sério, qualidade, responsabilidade e dedicação esse crescimento vai ser natural da mesma forma que foi desde que abrimos a COAGRI em Jataí. Temos muito a crescer e sabemos que este é um mercado difícil, mas estamos aí para mostrar para os clientes que temos condições de atendimento, produtos com qualidade, assistência técnica eficiente e excelentes condições comerciais.

Membros da equipe da Coagri com Jean Lívio proprietário da empresa.


FEELING EMPREENDEDOR

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CASA COR MINEIROS Mais cor, mais vida

Por Tássia Fernandes

Há cinco anos, os empresários, Wanda Pereira e José Maria, resolveram deixar a cidade de Mineiros um pouco mais colorida. Fizeram os cálculos, avaliaram as possibilidades e decidiram entrar para o ramo de varejo de tintas. Percebendo o desenvolvimento do município e a falta de empresas especializadas e disponíveis para atender a região com a comercialização do produto, abriram as portas da Casa Cor Mineiros. O acabamento está entre as principais etapas de uma construção ou reforma. A escolha das cores que vão compor cada ambiente, por exemplo, deve ser feita com bastante cautela. Há quem diga, inclusive, que as cores interferem nas emoções e influenciam os humores. Por isso, tornase ainda mais importante ter o acompanhamento de uma equipe qualificada e que entende do assunto no momento de adquirir o produto. A Casa Cor Mineiros conta com dez colaboradores capacitados e prontos para atender o cliente em qualquer solicitação. “Inclusive em visitas e orientações técnicas diretamente nas obras”, garante Wanda. Para tornar o ambiente aconchegante e dar aquele toque final, tintas de qualidade são essenciais. É com esse pensamento que a Casa Cor Mineiros optou por trabalhar com as últimas novidades disponíveis no mercado, focando, em primeiro lugar, na satisfação do cliente. Atualmente, além de atender o município de Mineiros, a empresa também atua em Jataí, Santa Rita, Perolândia e Portelândia, em Goiás; Costa Rica e Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul; Alto Araguaia e Alto Taquari, em Mato Grosso. De acordo com Wanda, para abrir fronteiras e conseguir se destacar no mercado é preciso inovar e ter ousadia, qualidades que estão entre as características da empresa. “Não temos medo de arriscar e garantimos a satisfação do cliente, tanto é, que se ele não gostar do produto, aceitamos a devolução da mercadoria”, afirma. Prestação de serviços com cordialidade, bom atendimento, entrega rápida e oferta de produtos personalizados, também estão entre os diferenciais da Casa Cor Mineiros.

Foto: Center Fotos

Há cinco anos no mercado, Casa Cor Mineiros aposta em inovação e ousadia para conquistar clientes.


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Leonardo Diogo Especialista em Marketing, Comunicação e Mídia Digital / Web Analytics, Social Media e Search. Formado em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) com MBA em Gestão de Projetos. É Diretor da id Marketing Digital e da Associação Brasileira das Agências Digitais – Goiás e Criador do Blog Novas Digitais. Atuou em campanhas de presença online para clientes como Flamboyant Shopping Center, Fujioka, Irmãos Soares, Catral, Rizzo Imobiliária, Toctao-Rossi, Saga e Best Western Suites Le Jardin.”

Oportunidades de Negócios em Mídias Digitais no Centro-Oeste Estamos em um momento onde as oportunidades surgem e desaparecem com uma velocidade quase instantânea. Percebemos que o mercado se movimenta de uma maneira agressiva e inconstante para cenários positivos e negativos, por isso, é de extrema importância avaliar os riscos e investimentos certos para não errar a tacada. Quando falamos em ROI (Retorno sobre investimento) para empresas, sejam elas de micro a grandes corporações, qualquer verba destinada de maneira incorreta pode significar sérios prejuízos. Pensando neste sentido, destaco uma grande oportunidade que são as Mídias Digitais. Sejam elas em computadores, notebooks, smartphones, tablets ou qualquer outro tipo de dispositivo, são ótimas para divulgação, vendas e conversão de negócios. Mas antes de abordamos mais sobre o assunto é importante entendermos qual é o cenário do Centro-Oeste com relação ao hábito, uso e perfil de comportamento dos usuários e consumidores deste tipo de mídia. Apesar de termos somente 8% da audiência de todo o país, o Centro-Oeste concentra a maior parcela

de usuários assíduos nessas redes. Um estudo da Hello Research apontou que 36% dos usuários de internet na região são viciados e passam dezenas de horas por dia na internet e em redes sociais. Além disso temos algumas outras estatísticas de grandes institutos de pesquisa, como IBOPE e Ipsos Marplan, que apontam o Centro-Oeste com bons índices de ticket médio para compras em sites de comércio eletrônico (e-commerce). Também já é mais do que consolidado, a internet sendo uma das mídias mais utilizada e investidas atualmente. E os benefícios não param por ai. Pensando ainda em vendas pela internet, o Centro-Oeste possui um ótimo benefício no sentido logístico. Por situar-se no centro do país, os custos com envios e devoluções de produtos são menores, consequentemente, maiores são os atrativos para se criar uma loja para venda de produtos online. Mas, se o intuito não for de montar algum tipo de venda de produtos ou serviços online, as mídias digitais também continuam sendo extremamente atrativas para exploração. Existem centenas de estratégias para geração de vendas em pdv’s, relacionamento com cliente, pós-venda, prospecção e divulgação de novos produtos. Tudo isso através de campanhas de e-mail marketing, sites e hotsites, links patrocinados, campanhas de banners e anúncios gráficos, redes sociais, sms marketing, aplicativos para celular, vídeos online e uma série de outras mídias ricas e poderosas para alavancar os seus negócios. A última dica que deixo é com relação ao planejamento e execução destes trabalhos. Se você possui um departamento de marketing e comunicação, explore estes profissionais em sua empresa. Caso contrário, busque a solução através de especialistas ou agências especializadas com este tipo de trabalho.


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INFORMATIVO

acij

associação comercial e industrial de jataí

Por Tássia Fernandes

ACIJ marca presença no Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos Representando a Associação Comercial e Industrial de Jataí (ACIJ), o advogado, Walter Rodrigues, conjuntamente com o Secretário de Indústria e Comércio do município, Amilton Gonçalves, participou do Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, realizado na capital, Goiânia. O objetivo foi mostrar o potencial de Jataí, no intuito de trazer novas indústrias para o município.

A pauta da reunião foi a parceria da Secretaria de Indústria e Comércio do Estado com o município de Jataí, visando o fomento ao empreendedorismo, além da descentralização dos investimentos para o interior do estado, com o foco na promoção da industrialização.

Curso de Gestão e Estratégia A empresa TOTVS – Unidade Goiás, em parceria com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, e participação da Associação Comercial e Industrial de Jataí, promoveu o Curso de Gestão e Estratégia. O evento foi ministrado no auditório da Associação. Entre os participantes, estava o assessor da ACIJ, advogado Walter Rodrigues.

Fotos: Arquivo ACIJ

Secretário de Indústria e Comércio do Estado de Goiás recebe comitiva de Jataí Representantes de diversas entidades de classe de Jataí participaram de uma reunião liderada pelo Secretário de Indústria e Comércio do Estado de Goiás, Alexandre Baldy. O encontro foi realizado no gabinete do secretário, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. A comitiva jataiense foi composta por representantes da ACIJ – Associação Comercial e Industrial de Jataí, da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Jataí, Câmara de Dirigentes Logistas, OAB/Subseção Jataí e Sindicato Rural.

Autoridades jataienses seguem em busca de novas indústrias para o município

Entre os participantes estavam: Lázaro Alberto Leal Nascimento, Walter Rodrigues, Fernando Fernandes Pinto, Ricardo Peres, Jailton Paulo Naves, Eduardo Jailton Prado Naves, Amilton Gonçalves, Francis Barros e Alberto Barbo.


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Durante reunião com o Secretário Estadual da Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, liderada pelo presidente da ACIJ, Lázaro Elandi, este levou ao conhecimento do Secretário os interesses e expectativas dos jataienses, no que diz respeito à necessidade da industrialização do município, um dos anseios de empresários, produtores rurais e de toda a comunidade. Também participaram do encontro, o presidente do Sindicato Rural, Ricardo Peres e o Secretário Municipal da Indústria e Comércio, Amilton Gonçalves.

50 microempreendedores, motivados a participarem por conta do prestígio da professora Maria Elizabeth Quinam Nunes Neiva, consultora do SEBRAE/GO, que conduziu o evento.

Acij participa da 41ª Expaja A ACIJ marcou presença durante a 41ª edição da Exposição Agropecuária de Jataí. Com stand montado no Parque de Exposições, a Associação teve participação efetiva no evento, recebendo os associados, autoridades e a comunidade em geral.

Curso Crédito Produtivo Nos dias 24, 25 e 26 de junho foi ministrado, no auditório da ACIJ, um curso voltado para microempreendedores, realizado pelo SEBRAE/GO, em parceria com as Secretarias de Indústria e Comércio do município e do estado. Com o tema “Crédito Produtivo”, o curso contou com a participação de, aproximadamente,

ACIJ completa 62 anos A Associação Comercial e Industrial de Jataí (ACIJ) completou 62 anos no dia 11 de julho. De acordo com o presidente da Associação, Lázaro Elandi, a data merece ser lembrada devido aos relevantes serviços que têm sido prestados por meio da entidade a toda classe empresarial. O associativismo permite a união e o fortalecimento dos profissionais em busca de benefícios para a classe e para a comunidade como um todo, com o objetivo de que se tenha um país melhor a cada dia. A ACIJ parabeniza todos os empresários que também trabalham visando à obtenção de melhorias para a sociedade.

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE JATAÍ Fundada em 11 de julho de 1951 CX Postal: 167 - Fone/FAX: (64) 3631 2301 Rua José Manoel Vilela, 483 - Centro Jataí - GO - CEP: 75800-008 www. acijonline.com.br - acij.jatai@gmail.com Texto: Adv. Walter Rodrigues : OAB (GO) 16.512


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ARTIGO

Amauri Marchese Professor da ESPM e do Ipog e Coordenador de Educação Organizacional do Futuro – Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pessoas.

A Comunicação e a Reputação das Organizações Dia desses, em conversa com um cliente, comecei a debater a importância estratégica da comunicação nas empresas. À primeira vista, parece muito clara essa proposição. Mas, ao longo do papo, percebi que a coisa é mais nebulosa do que se imagina. Não é difícil chegar a essa conclusão. Basta analisar o que se passa ainda hoje em grande parte das empresas. Em qualquer pesquisa de cultura, clima organizacional ou satisfação de empregados, a comunicação sempre aparece entre os três principais problemas da empresa. Essas pesquisas acabam sendo importantes canais de comunicação entre os empregados e a empresa. Nelas as pessoas extravasam suas angústias, apontam falhas, mostram caminhos. Mas, infelizmente, confundem boa parte de problemas organizacionais, de gestão, com “problemas” comunicação. De modo geral, os gestores das empresas “acham” a comunicação importante. Mas poucos lhe dão o peso adequado ou reconhecem o poder que exerce no equilíbrio, desenvolvimento e expansão das organizações.

Doutor Comunicação. Resolve todos os problemas da sua empresa!!!???

Comunicação não é panacéia É triste, mas muito dirigentes empresariais ainda veem a comunicação apenas como uma forma de “apagar incêndios”. Outros – pior – acham que a comunicação é o remédio para todos os males, não assumindo que a maior parte dos problemas de comunicação apontados é, de fato, falha dos modelos de gestão ou mesmo dos próprios gestores. O que mais surpreende é que essa forma de pensar é compartilhada por alguns profissionais de comunicação, que, não se sabe se por falta de experiência ou receio de assumir riscos, acabam aceitando regras de um manual que há muito tempo se tornou superado. A comunicação é um poderoso instrumento político na prática de estratégias destinadas a permitir que a empresa concilie seus interesses com os dos diversos públicos com os quais se relaciona e, também, para que participe da formação da opinião pública. Visualizando por esse prisma, é evidente que a função da comunicação na empresa é estratégica. Assim, por consequência, o profissional responsável pela área deve ser, também, um estrategista. E como tal, precisa ter um trânsito político que lhe garanta a obtenção das informações estratégicas da empresa “em primeira mão”, a fim de que consiga executar adequadamente sua função, trazendo para a empresa os resultados que se espera desta área. Infelizmente, hoje ainda se nota em muitas empresas a falta desse profissional. Um estrategista, repito, que pensa a comunicação de maneira mais ampla, sinérgica, integrada, tornando-a um efetivo instrumento na consolidação da reputação da empresa. A qualidade dos profissionais de comunicação vem crescendo a olhos vistos. Por isso, não é mais possível imaginar uma empresa – do porte que for – que não conte com a ajuda desses profissionais. Precisamos fazer com que os dirigentes das empresas se convençam que comunicação é um grande investimento, cujos resultados contribuem diretamente para o desenvolvimento e o crescimento da organização.


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CAPA

50 anos de tradi criação de gado

RENOVAÇÃO DE PLANTEL MARCA SUCE NA ESTÂNCIA SÃO JOSÉ


ição na Nelore

ESSÃO FAMILIAR

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Por Tássia Fernandes

Ariston Quirino de Moraes. O nome tornou-se referência quando o assunto é a criação de gado Nelore. De família tradicional pecuarista, Ariston nutre paixão pelo meio rural desde a infância. Com o tempo, o prazer se tornou ofício e a vocação para lidar com a atividade trouxe resultados positivos, como o reconhecimento nacional que a Estância São José conquistou. Há mais de cinco décadas à frente dos negócios, Ariston decidiu passar o bastão para os filhos e com o intuito de continuar prosperando, dá início à sucessão familiar.

“Continuo apaixonado pela causa, mas acredito que é hora de deixar as decisões por conta dos filhos. Eles sabem o que é preciso fazer para que o negócio continue dando certo e têm o mesmo amor que eu sempre tive pelo Nelore”. A sucessão familiar é um processo comum, sendo, na maioria das vezes, o objetivo maior do precursor da atividade, fazendo com que o negócio permaneça em família e passe de geração para geração. “É uma alegria muito grande poder ter uma sucessão naquilo que escolhemos fazer”, pontua Ariston. O pecuarista tem três filhos; José Rubens, José Renato e Juliana. Junto com o genro, Danilo, a segunda geração dará continuidade ao trabalho que vem sendo realizado em Jataí/ GO e divulgado Brasil a fora. “O amor que temos pelo negócio motivou a decisão de assumir as rédeas daqui para frente e pretendemos, um dia, transferir isso para os nossos filhos, afinal, a pecuária é uma tradição de família”, complementa José Rubens.

Renovação de plantel A transição da administração da Estância São José começou há alguns meses. Um dos fatos que marcou a nova etapa foi o leilão realizado em Uberaba/MG, em maio. Com 100% de liquidez, foram comercializados os melhores animais da propriedade, entre doadoras e reprodutores, todos de elite. “A intenção foi disponibilizar animais que estivessem produzindo e com produção comprovada”, ressalta José Rubens. Para Ariston, o leilão atendeu às expectativas. “Produtores de todo o Brasil prestigiaram o evento, graças ao bom relacionamento que temos feito com os criadores de Nelore e ao reconhecimento do nosso trabalho”. O pecuarista enfatiza que o resultado é consequência de uma atividade que é desempenhada com amor. “Quem faz o que gosta, faz bem feito; essa expressão resume a nossa conduta na propriedade”. Além de vender os animais que estavam no ponto, o leilão permitiu a abertura de espaço na propriedade para o gado mais jovem, fruto da seleção e do melhoramento genético que é realizado continuamente. “Estamos renovando o plantel da Estância São José. A pretensão é continuar lidando com a pecuária, apresentando animais cada vez mais belos, rústicos e produtivos”, enfatiza José Rubens.


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CAPA

Tecnologia como aliada Pioneiro na utilização de tecnologias de melhoramento genético em Jataí/GO, Ariston começou o trabalho de seleção com a inseminação artificial. Atualmente, outros procedimentos são realizados, como a transferência de embriões. O melhoramento tem como foco a evolução dos animais, seja em relação ao peso, à qualidade da carcaça, características raciais e padrão genético. A renovação do plantel, que está acontecendo na Estância São José, vai servir, também, para comprovar se esta evolução tem acontecido. “As novas gerações precisam ser melhores que as antecessoras, quando conseguimos isso é a prova de que o trabalho está sendo bem conduzido”, pontua José Rubens. Formado em zootecnia, ele é um dos responsáveis por acompanhar o trabalho de seleção na propriedade. “Melhorar o padrão da raça é o mais difícil, pois quando alcançamos determinado patamar, as possibilidades de aprimorar tornam-se estreitas e qualquer passo errado pode trazer consequências negativas. O trabalho é complexo, porém muito prazeroso”.

Leilão da Estância São José O resultado de cinquenta anos de trabalho, dedicação e investimento será apresentado ao público, mais uma vez, durante o já tradicional Leilão da Estância São José. Realizado desde 2009, o evento está a caminho da quinta edição. “Os animais que serão ofertados já estão sendo selecionados. A maioria é fruto das matrizes que foram vendidas em Uberaba”, acrescenta Ariston. Ao todo, serão ofertados 70 reprodutores e 20 matrizes, entre animais próprios e de convidados. Localizada na GO 184, km 23 à direita, a Estância São José será, novamente, palco do encontro de criadores de Nelore, oriundos de diversas regiões do país. A data do evento já está agendada, terceiro sábado de setembro, que em 2013 será no dia 21. “A expectativa é de que a comercialização seja tão boa quanto na última edição do leilão, pois os animais que compõe os lotes são os melhores desta geração”, garante José Rubens.

Nova etapa Os filhos e o genro; José Rubens, José Renato e Danilo, que já acompanhavam de perto o trabalho, agora assumem a administração da Estância São José. Mas, como destaca Ariston, é apenas uma troca de comando. “O negócio continua e quero vê-lo prosperar. A sucessão é parte do processo, afinal, criei os filhos e os ensinei a trabalhar. O fato de terem escolhido permanecer na atividade e manter o negócio em família é algo que me deixa muito satisfeito, com a sensação de dever cumprido”. Precursor da seleção de gado nelore e responsável pelas primeiras cinco décadas de história da Estância São José, Ariston vai seguir acompanhando os negócios e ajudado a conciliar ideias novas com a experiência adquirida ao longo dos anos. “Vou continuar fazendo parte da equipe; estarei presente nos leilões e na fazenda, mas as decisões, a partir de agora, eu deixo por conta deles”, enfatiza. Nas mãos da segunda geração, os resultados de um trabalho conduzido com dedicação e seriedade serão a base para o início de uma nova etapa. Os planos são traçados com olhos já no futuro e a expectativa é de que a pecuária de corte, com foco no melhoramento genético, continue em família. A terceira geração, que pode um dia assumir o comando da atividade, já tem nome, ou melhor, alguns nomes. Gabriela, José Antônio, José Gabriel, Mariana, Pedro José, Lucas José, Naya Maria e Mateus José estão na linha de sucessão. O beneficio final não é um trono, mas, sem dúvidas, um reinado consolidado e que ainda pode gerar muitos frutos. Como enfatiza José Rubens, a responsabilidade é grande. “É o trabalho de uma vida, mas nosso pai sempre nos preparou para isso. E ele vai continuar na retaguarda, vai ser sempre o esteio da Estância São José”.


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MERCADO DO BOI

Lygia Pimentel Médica veterinária, pecuarista, especialista em commodities e chefe da mesa pecuária da INTL FCStone

O apetite dos frigoríficos está grande! De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no dia 26/06/2013, o abate de bovinos no primeiro trimestre de 2013 foi o maior para um primeiro trimestre em toda a série histórica da organização. O dado é importante para sentirmos como está a demanda doméstica frente aos desdobramentos dos eventos econômicos internos e externos. o ritmo de abates aumentou bastante nos últimos tempos, mas especialmente no último trimestre frente ao mesmo período do ano passado. Qual seria o motivo? O motivo é que as margens dos frigoríficos estavam significativamente melhores no ano passado, o que estimulou o aumento do apetite da indústria por animais terminados. Gráfico 2. Spread entre o equivalente físico e a arroba bovina em SP.

Fonte: Cepea/INTL FCStone

A próxima figura (gráfico 2) nos mostra a diferença entre o valor apurado com a venda de carne com osso e o valor pago pela arroba. Em outras palavras, é a diferença entre o custo da matéria-prima e o valor do produto vendido sem contabilizar outros custos incorrentes na atividade frigorífica. O objetivo é seguir a evolução dessa margem e entender como ela tem se comportado. Pode-se observar que, normalmente, o valor apurado pela venda da carcaça bovina é mais baixo do que aquilo que foi o desembolsado pela arroba. “Mas, procede isso, Arnaldo? Como o frigorífico pode ganhar dinheiro se

trabalha sempre com uma margem negativa antes mesmo de embutirmos na conta os custos diretos, por exemplo?” Acontece que a essa conta não adicionamos a venda do couro, do sebo, dos miúdos e da carne desossada. Quando essas etapas são consideradas, geralmente o resultado melhora e se torna positivo. Bom, dito isso, voltemos ao gráfico. O que podemos observar é que apesar de normalmente o frigorífico ganhar menos com a carcaça do que gasta com a arroba, no final do ano passado essa relação chegou a ficar positiva por um período considerável. O ágio médio da arroba frente ao equivalente carcaça é de -6%. No ano passado, chegou a ficar em mais de 7% POSITIVO. A média de lá para cá é de -2%, ou seja, negativo, mas muito melhor do que a média histórica.


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Coincidentemente (ou não), o frango e o suíno mostravam um ajuste produtivo muito forte, resultado da alta desnorteante do custo de produção, representado maciçamente pelo milho e pela soja. Com as margens estreitas, granjeiros colocaram o pé no freio e reduziram a produção, o que refletiu em falta do produto e encarecimento das carnes brancas. Resultado: subiram de preço. Acontece que quando os preços do frango e do suíno se aproximam dos valores apurados pela carne bovina, o brasileiro mostra que prefere comer um belo churrasco. Frango e suíno com valores próximos aos do bovino perdem sua competitividade e o consumidor prefere a carne vermelha. O momento atual também coincide com o aumento da oferta de animais terminados, resultado da retenção de fêmeas ocorrida entre 2007 e 2010 que gerou bezerros nesse período que, neste momento, aparecem sob forma de bois adultos. Assim, a indústria optou por aumentar o ritmo de abates e aproveitar o bom momento do mercado. O resultado disso foi uma safra atípica, com preços firmes e até mesmo mais altos do que a entressafra do ano passado. Agora você deve me perguntar: “esse apetite será mantido? Continuaremos com boa demanda?”

Bem, hoje a diferença entre a carne e a arroba voltou a -5%, mas a média dos últimos meses foi de -2%, como já dissemos. Isso significa que o mercado piorou, o que poderia desencorajar os frigoríficos a manterem o ritmo nos próximos meses. Principalmente porque agora entramos na entressafra e o preço do boi gordo costuma subir nesse período. Entretanto, tem um fator que pode aliviar muito: a alta do dólar, que favorece o poder de compra dos clientes internacionais e impulsiona o faturamento dos frigoríficos com as exportações (claro, quando não consideramos suas dívidas, que normalmente são em dólares). As exportações têm se recuperado muito bem nos últimos meses e voltamos aos mesmos patamares de agosto de 2010, em 91,6 mil toneladas embarcadas em maio de 2013. Como o cenário deve se estender no médio-prazo, uma vez que a perspectiva de o Dólar voltar a ser negociado abaixo de R$ 2,00 é baixa, isso deverá manter o apetite dos frigoríficos aceso, mas a ajuda do mercado interno seria essencial para que isso continuasse de maneira substancial. Portanto, planeje suas vendas agora para não ser surpreendido com um mercado menos faminto nos próximos meses.

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INFORMATIVO JORGE MÁQUINAS

Sistema de Silo Bolsas é alternativa de armazenagem para a super safra Jorge Máquinas e Pacifil apresentam a solução para os agricultores Por Tássia Fernandes

A produção da safra 2012/13 está estipulada em 184,04 milhões de toneladas de grãos, de acordo com a Conab; sendo que 43,60 milhões de toneladas são provenientes de Mato Grosso. Com números que revelam uma produção recorde, alguns entraves dificultam o trabalho na lavoura, entre eles, a falta de armazéns disponíveis. Ainda de acordo com a Conab, para que Mato Grosso conseguisse armazenar todo o grão, seria necessária uma capacidade estática 20% maior do que a produção. Entretanto, é possível armazenar no estado em torno de 28 milhões de toneladas, o que significa um déficit de armazenagem de 34% em relação ao volume produzido. Como alternativa, os agricultores da região têm utilizado bolsas para armazenar os grãos. O sistema de Silo Bolsas, inclusive, tem trazido vantagens. Um experimento realizado em Sinop/MT comprovou a eficiência da ferramenta. O grão avaliado ficou estocado por cinco meses e manteve as mesmas características de temperatura, umidade e qualidade. Há 17 anos no mercado, a Jorge Máquinas trabalha para atender às necessidades do agricultor. Apresentar ferramentas que facilitem a lida no campo é o propósito da empresa. Por esta razão, é uma das pioneiras na comercialização de Silo Bolsas, projeto que teve início no ano 2000, e a primeira a desenvolver as máquinas que enchem e esvaziam as bolsas (Embolsadora JM para grãos secos e Extratora Tucano). Desde então, a Jorge Máquinas se destaca no mercado com a linha completa de máquinas para o sistema de armazenagem Silo Bolsa. A fábrica, localizada em Rondonópolis/MT, tem uma área de aproximadamente 4.000 mil m², composta por barracões, escritórios, estacionamento e pátio. Todos os produtos são fabricados de acordo com a mais alta tecnologia e a equipe de colaboradores está sempre à disposição, para garantir a qualidade do que é oferecido e, principalmente, a satisfação do cliente.


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Máquinas na Trânsito de máquinas agrícolas nas rodovias é um entrave que se evidencia a cada safra Por Luana loose Pereira

Com o início de mais uma colheita de grãos no estado de Goiás, um velho conflito na rotina dos ruralistas vem à tona. O trânsito de máquinas agrícolas nas rodovias, a cada safra, evidencia grandes gargalos na logística das estradas brasileiras e coloca em cheque a eficiência e praticidade das leis federais em relação ao setor da produção agrícola, um dos principais responsáveis pela movimentação e sustentação da economia do país. De acordo com a legislação federal, para circular na rodovia as máquinas agrícolas não podem exceder 2 m e 80 cm de largura, 4 m e 40 cm de altura e 15 m de comprimento, o veículo deve ter também capacidade de atingir a velocidade mínima de 40 km/h. Segundo o Inspetor da Polícia Rodoviária Federal, além dessas medidas existem também outros itens que são obrigatórios. “As máquinas agrícolas com dimensões excedentes não podem rodar na rodovia, elas tem que ser transportadas e em alguns casos até mesmo com batedores, além disso, aquele maquinário que estiver apto a circular na rodovia deve estar adequado à legislação de trânsito federal. O condutor tem que ser habilitado com categoria no mínimo C, o veículo deve possuir farol, pisca de alerta, setas, retrovisores, dentre outros elementos obrigatórios”, pontua Moisés. Para Antônio Gazarini, produtor rural e presidente

da associação dos produtores de grão de Jataí, a burocracia e o rigor da atual legislação em relação à forma de deslocamento do maquinário, prejudica o rendimento das atividades no campo. “Nós sabemos que com a nova lei, as máquinas agrícolas podem ser transportadas na rodovia sem serem embarcadas, o problema é a largura, a lei exige no máximo dois metros e oitenta, e é de conhecimento geral que hoje um trator pequeno possui essa dimensão. As máquinas estão cada vez mais robustas e com medidas maiores. Nós temos alguns pulverizadores no mercado que são impossíveis de serem desmontados e como é que vamos fazer para transporta-los se não possuem a largura para circular em uma prancha e não podem rodar na rodovia por causa da lei. Nós estamos defendendo que esta é uma região essencialmente agrícola, onde as propriedades são cada vez mais distantes, hoje os produtores têm uma ou duas lavouras, têm uma área própria e outra arrendada, nós precisamos necessariamente estar rodando com o maquinário de alguma forma sem ser autuado por isso”. Para solucionar o entrave, que há anos vem se prologando em polêmicas e discussões, uma das saídas pensada pelos produtores rurais jataienses está sendo no sentido da alteração da lei que está em vigor. “Eu acho que o caminho para resolver isso tudo é mudar a lei, porque


pista! nós, agricultores, temos que trabalhar, a PRF tem que exigir o cumprimento da legislação e o DNIT não pode alterar o padrão de largura das estradas e aí está o entrave, gerado por uma lei muito pouco condizente com as necessidades de nossa região que é predominantemente agrícola. Nós estamos em negociações, unindo a associação dos produtores do município, o sindicato rural, também representantes do DNIT, da PRF, do Ministério Público e estamos envolvendo no assunto até mesmo os políticos de nosso estado. Ainda não conseguimos nenhuma resposta, mas vimos que ambas as partes estão interessadas em resolver esse conflito e isso é um bom sinal para o começo de uma conversa produtiva”, explica Antônio Gazarini. Neste mês de julho, uma conquista já pode ser comemorada pelos produtores rurais. No dia 1º de junho,

37 Foto: Luana Loose Pereira

uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contram), órgão do Departamento Nacional do Trânsito, passou a determinar que novos tratores e máquinas agrícolas que circulam em vias públicas fossem emplacados e licenciados. Com a vigência da medida, os usuários de equipamentos fabricados a partir de 2013 passariam a pagar Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) todos os anos. A medida foi revogada, no dia 2 de julho, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados que aprovou o projeto de lei que desobriga tratores e demais máquinas agrícolas do registro e do licenciamento anual, feitos pelos departamentos de trânsito estaduais (Detrans). Aprovada em caráter conclusivo, a proposta seguirá agora para o Senado.


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41ª Expaja se consolida como vitrine do setor agropecuário no Centro-Oeste brasileiro Sindicato Rural de Jataí calcula a movimentação de R$ 20 milhões, em negócios, durante o evento. Por Tássia Fernandes

Mais de 70 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições de Jataí/GO durante a 41ª Exposição Agropecuária do Município. A geração de negócios foi responsável pela movimentação de mais de 20 milhões de reais no decorrer do evento. Dados que comprovam o potencial da Feira, que já é classificada como uma das maiores do Centro -Oeste brasileiro. Na sua 41ª edição, a Expaja cumpriu, mais uma vez, com o propósito estabelecido, mostrando ser um verdadeiro show de negócios. Reconhecida nacionalmente, a Exposição se consolida a cada ano como vitrine dos setores agrícola, pecuário e industrial. Em 2013, o evento aconteceu entre os dias 10 e 16 de junho. O sucesso da Expaja é fruto do trabalho que vem sendo realizado pelo Sindicato Rural de Jataí. Há três anos a frente da entidade, o presidente, Ricardo Peres, junto com a equipe, composta por diversos profissionais capacitados, conseguiu transformar a Exposição, proporcionando em um único evento o acesso à informação e a geração de negócios, sem deixar de lado o entretenimento.

Lins, presidente executivo da Sifaeg/Sifaçúcar; Fernando Muraro, especialista em economia agrícola; Lygia Pimentel, especialista em commodities com ênfase em mercado pecuário; Heraldo Pereira, jornalista e comentarista político da Rede Globo; pesquisadores da Embrapa e professores da UFG/Campus Jataí.

Informação e conhecimento O Circuito de Palestras foi uma das grandes novidades da 41ª Expaja. Acadêmicos, profissionais do agronegócio e demais visitantes da Feira puderam conferir discussões sobre diversos temas atuais e relevantes, abordados por palestrantes especialistas e renomados. A aprovação do Novo Código Florestal, o mercado sucroalcooleiro, as perspectivas do agronegócio para o Brasil e o mundo, pecuária de corte e de leite, foram alguns dos assuntos colocados em pauta. Entre os palestrantes, convidados para abordarem os temas, estavam: André Luiz Baptista

Geração de Negócios Durante os sete dias de evento, a 41ª Expaja movimentou em torno de R$ 20 milhões em geração de negócios, crescimento considerado significativo pelo Sindicato Rural do município. A Feira de Negócios foi uma das responsáveis pelos resultados. Empresas que trabalham com a comercialização de máquinas agrícolas, insumos, automóveis, móveis, objetos de decoração, vestuário, entre diversos outros itens, marcaram presença, totalizando mais de 80 expositores.


41 No recinto de Leilões e nos pavilhões em que os animais estavam expostos, as negociações também foram intensas. Quatro Leilões foram realizados durante a Expaja: Leilão Goiás Leite, Leilão Joias do Cerrado, Leilão Girolando Rancho Silverado e Leilão criadores de Jataí, durante os quais foram comercializados gado de corte, de leite e ovinos, todos selecionados, com qualidade e sanidade comprovadas. Os ovinos, das raças Santa Inês, Dorper e White Dorper, estiveram em exposição durante a Feira. Além do Leilão, a Expaja Ovinos contou com o Ranqueamento Oficial das raças e teve participação de criadores de diversos estados: Goiás, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O gado de leite esteve em exposição na Expaja Leite, onde foi possível conferir os melhores animais das raças Gir Leiteiro e Girolando, cuja qualidade genética e capacidade produtiva foram comprovadas durante os ranqueamentos oficiais e o Torneio Leiteiro. No Torneio, por exemplo, a média de produção diária, registrada por alguns animais, ultrapassou 62 quilos de leite. Para os pecuaristas, que trouxeram parte do rebanho, o evento tornou-se uma vitrine para mostrar o potencial do gado disponível, visando à geração de negócios. Os pequenos produtores também tiveram a oportunidade de participar da Expaja. Pela primeira vez, o Parque de Exposições recebeu a Feira da Agricultura Familiar, uma iniciativa do Sindicato Rural e da Secretaria Munici-

pal de Agricultura e Pecuária. Alguns projetos que estão em andamento nos assentamentos foram apresentados à comunidade e os produtos fabricados puderam ser comercializados durante o evento. Entretenimento Durante o dia, informação e geração de negócios; à noite, diversão. As atrações musicais animaram o público durante a 41ª Expaja. Estiveram em Jataí: a cantora gospel, Mariana Valadão; Bruno e Marrone; Gino e Geno e Cleber e Cauan. No último dia de festa, três pratas da casa encerraram mais uma edição do evento: Clésio dos Teclados, Fred e Humberto e Léo Mendes. As noites da Expaja também foram marcadas pelo Rodeio em Touros, narrado por Almir Cambra, um dos locutores mais renomados e premiados do Brasil.

Preparativos para 2014 Para o ano que vem, mais um show de negócios está confirmado. A próxima edição da Expaja já tem data marcada e será entre os dias 09 e 15 de junho. “A Expaja cresceu significativamente nos últimos anos e vem acompanhando o desenvolvimento de Jataí. Para garantir que a Feira se destaque, o Sindicato tem realizado diversos investimentos, como neste ano, em que a infraestrutura do Parque foi um dos nossos focos de trabalho, com o propósito de garantir conforto e comodidade aos expositores e visitantes. A expectativa é de que o evento continue sendo referência no Centro-Oeste e o Sindicato Rural vai trabalhar para que isso aconteça”, ressalta Ricardo Peres, presidente do Sindicato Rural do município.


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A vez do Nelore

Rusticidade e beleza dos animais comprovadas na pista da Expaja Nelore 2013 Por Luana Loose Pereira

Com pelagem branca, musculosidade exuberante e cupim bem delineado, o gado nelore naturalmente já revela sua beleza e elegância. Na pista de ranqueamento, porém, toda a rusticidade e expressividade racial dos animais ficam ainda mais em evidência. Foi o que aconteceu durante a 2ª edição do Expaja Nelore, evento realizado no Parque de Exposições de Jataí/GO e que fez parte da programação oficial da 41ª Expaja. Na pista do ranqueamento, 74 animais, 49 fêmeas e 25 machos, de 8 expositores brasileiros, demonstraram as potencialidades e diferenciais da raça. Ariston Quirino de Moraes, pecuarista jataiense que já é reconhecido nacionalmente pela criação de Nelore, na Estância São José, em Serranópolis/GO, afirma que a raça se adaptou muito bem ao clima da região e por este motivo tem ótimos índices de desenvolvimento. “O nelore é um gado de clima quente e por isso nossa região se destaca na criação desta raça. Os animais são resistentes e podem ser criados a pasto. Além disso, este gado possui alta produtividade de carne e as vacas são muito férteis, o que garante bons rendimentos para a propriedade”. Participaram da etapa do ranqueamento oficial da raça nelore em Jataí, fêmeas e machos entre oito e 36 meses de idade, divididos em 5 categorias. Os exemplares que melhor se enquadraram dentro do padrão de seleção racial foram os mais bem pontuados. De acordo com Célio Arantes Hein, jurado da ABCZ/CNB, entre os aspectos observados durante o julgamento dos bovinos estão aprumos, musculosidade, conformação, além de outros detalhes que compõem e definem a raça. “É preciso identificar primeiro se o ani-

mal é perfeito na raça, em aprumos, qual possui melhor capacidade de reprodução e também precocidade e para isso existe um perfil de carcaça ideal. Nós analisamos quais animais são profundos e largos e tentamos julgar também os melhores cortes, que posteriormente serão vendidos no mercado”. Os pontos obtidos durante o campeonato em Jataí somam para o ranking regional e nacional. O ciclo de ranqueamentos brasileiro tem duração de um ano e termina dentro da Expoinel, que acontece em Setembro, em Uberaba/MG. Célio Hein destaca, que pela qualidade dos animais apresentados, o ranqueamento realizado em Jataí esta entre os melhores do país. “Já estive trabalhando, em outros anos, nos municípios de Rio Verde, Mineiros e também em Goiânia e é a primeira vez que realizo julgamento da raça em Jataí, pelo que vimos na pista de ranqueamento os animais apresentados tem o perfil dos melhores exemplares que julgamos no Brasil”. Os bovinos da raça Nelore agradaram a todos que prestigiaram o evento, a ideia agora é que este ranqueamento, que atualmente acontece uma semana depois do encerramento da Exposição Agropecuária de Jataí, no próximo ano, seja realizado dentro da 42ª Expaja. Segundo Ricardo Peres, o presidente do Sindicato Rural, a alteração no calendário irá enriquecer ainda mais a programação da Feira e dará um destaque ainda maior para as potencialidades da raça Nelore. “Ano que vem, com certeza, o ranqueamento do Nelore estará dentro da Exposição Agropecuária, agregando valor e abrilhantando o evento, que neste ano de 2013 foi um sucesso em todos os setores”, conclui.


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INFORMATIVO

APGJ

Leis trabalhistas no campo

Produtores de grãos de Jataí se reúnem para discutir soluções para as exigências trabalhistas Por Luana Loose Pereira

A associação dos produtores de grãos de Jataí (APGJ) está sempre buscando discutir e solucionar, através da união dos agricultores, entraves relacionados a diversos setores do agronegócio. Um dos mais recentes assuntos pautados pela associação foram as exigências das leis trabalhistas que estão em vigor no país. Preocupados com a intensificação das fiscalizações por parte dos órgãos competentes em outras regiões do estado, os produtores rurais de Jataí resolveram se antecipar e colocar o tema em discussão, buscando assim levar informações aos demais agricultores e também buscar soluções eficazes para a atual situação

trabalhista das propriedades rurais. A reunião aconteceu, no inicio do mês de julho, na sede da APGJ e teve a participação dos membros da diretoria e demais associados. De acordo com Jair Barrachi, secretário executivo da APGJ, os produtores rurais hoje estão em sua maioria despreparados para cumprir as normas postuladas em lei. “Os produtores não estão contra a lei, porém ainda há um despreparo em relação ao atendimento a legislação. Quase 100% dos problemas que estão sendo encontrados não ocorrem por irresponsabilidade do produtor e sim por falta de informação”.


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O trabalho temporário ou terceirizado, comum nas propriedades rurais, principalmente nas épocas de plantio e colheita, tem sido um dos grandes vilões para empregadores. Segundo Jair, não adianta criar as leis e elas não condizerem com o que acontece no campo. “Nas propriedades o giro de trabalhadores é muito grande e ocorre de maneira muito rápida, os produtores chegam a fazer contratos, às vezes, de uma semana. O maior entrave, neste caso, se deve a fato de que grande parte das leis é criada, somos sujeitos a sofrer penalidades, mas o seu cumprimento é extremamente burocrático e por este motivo inviável a rotina do produtor rural”. Após alguns esclarecimentos e debates, em reunião, os produtores jataienses decidiram por levar a discussão a diante e sediar um encontro entre as demais associações e entidades, municipais e estaduais, envolvidas com o setor. “No próximo mês, estaremos

realizando um fórum debate, onde estarão reunidas autoridades, profissionais da área jurídica trabalhista e também representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG). Durante o evento será produzindo um documento que deve ser encaminhando para a Confederação Nacional da Agricultura, a ideia é que possamos unir forças para que nossa reinvindicação chegue aos órgãos competentes”, explica Jair. O objetivo dos produtores rurais do município é que, a exemplo do resultado conquistado com a votação do novo código florestal, ambas as partes possam sair novamente satisfeitas, com as prerrogativas assumidas pela lei posta em discussão. “O que queremos é encontrar um ponto de equilíbrio na lei, pois se não conseguirmos entrar em consenso, vai ficar difícil continuar mantendo a mão de obra contratada no campo, fator que, com toda certeza, pode desestabilizar toda a cadeia produtiva”, conclui Jair.

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O poder da Irrigação! Jataí pode alavancar a produtividade agrícola com irrigação das áreas de plantio e diversificação de culturas

Esquema de Plantio/Irrigação com duas safras

1ª. Safra: 20 dias de irrigação 01/outubro: Plantio+ irrigação até dia 20/10 = 20 dias ir 21/out a 20/janeiro: colheita 20/jan= 0 (zero) dias de irr

2ª. Safra: 20 dias de irrigação 20/jan:Plantio até 20/março = 0 (zero) dias irrigação 21/março a 10/abril= irrigação 20 dias de irrigação 11/abril até 20/maio: colheita = 0 (zero) dias de irrigaçã Fonte: Relatório Oficial SRJ

Por Luana Loose Pereira

Área de Preservação Permanente: Áreas que devem ser mantidas e preservadas integralmente. É permitido o acesso de pessoas e animais para obtenção de água e realização de atividades de baixo impacto ambiental. São considerados APP’s locais alagados, como lagos e lagoas naturais Com a escassez de terras férteis disponíveis para a expansão agrícola, nos últimos anos, a verticalização da produção vem ganhando espaço no cenário nacional e junto com ela, a irrigação das áreas cultivadas, seja de soja, milho, feijão, dentre outras culturas, tem se tornado uma alternativa viável para os agricultores que buscam aumentar a produtividade e, consequentemente, a renda das propriedades rurais. Interessados em conhecer na prática como ocorre a implantação e a administração dos sistemas de irrigação, vinte e nove produtores rurais e técnicos agrícolas de Jataí/GO, com o apoio do Sindicato Rural, realizaram uma viagem para Cristalina/GO, município que possui hoje aproximadamente 54 mil hectares de área irrigada, com 634 pivôs centrais, fato que possibilita a geração de

um Produto Interno Bruto (PIB) superior aos 350 mil hectares plantados em Jataí, Rio Verde e Mineiros. Segundo Silomar Cabral, engenheiro agrônomo e membro da diretoria do Sindicato Rural de Jataí, a viagem a Cristalina possibilitou aos produtores vislumbrar as potencialidades das áreas irrigadas e mudar a opinião sobre


s:

rrigação rigação

ão

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da utilização da irrigação. “Ao iniciar a viagem o nosso foco era a irrigação como salvamento, plantamos soja, aí falta uns dias de chuva, então utilizamos a irrigação para sanar este problema. Porém, com o que vimos lá, tenho certeza que a maioria dos produtores mudou de opinião, nas primeiras explicações já estávamos de boca aberta. Vimos uma ampla diversidade de plantio, percebemos que com a irrigação, podemos ir muito mais além da soja e do milho”, afirma Silomar. Durante a visita, os produtores de jataí puderam tirar suas dúvidas a respeito da parte prática e econômica dos projetos já implantados em Cristalina. De acordo com os produtores, um dos pontos negativos destacado foi a morosidade na liberação de outorgas pela SEMARH e falta de disponibilidade de energia elétrica pela CELG. Diante do problema de energia elétrica, a sugestão foi a utilização de motores a diesel, que acionam geradores e produzem energia para o bombeamento e a movimentação do pivô. O acionamento da irrigação com motor a diesel soluciona o impasse e ainda evita o pagamento mensal da demanda gerada junto a CELG. De acordo com o relatório oficial, elaborado pelo engenheiro agrônomo, Leandro de Lima, o dimensionamento de pivô central depende hoje, da área, do deslocamento da água, das culturas, da vazão desejada, fonte de energia, outorga e licenciamento. “Um pivô central tem uma parte de custo fixo que oscila de 4 a 5.700 R$/ha, dependendo do tamanho (100 a 50 ha). O que representa um investimento de 10% do valor da terra em Jataí, sendo que permite aumento da produtividade e garante a safra. A sugestão é começar com 20% da área irrigada. A demanda de potência para irrigação por pivô central oscila de 1 a 2 cv/ha e o custo da irrigação para uma lamina de 400 mm é da ordem de R$ 1,00/mm/hectare. A irrigação por pivô central permite grande flexibilidade, programação e dinâmica de plantio (alternância de culturas), além da otimização da frota de máquinas e redução das mesmas em relação ao convencional, por poder fazer a aplicação de insumos/defensivos via fertirrigação”. Para Silomar Cabral, a viagem foi extremamente produtiva e os resultados da mesma poderão ser sentidos, já nos próximos anos, com as mudanças no cenário da produção agrícola no município de Jataí. “Dos produtores que participaram da excursão a maioria já está interessada. É um processo demorado, burocrático, mas hoje, o banco do brasil, já está com linhas de crédito disponíveis para financiamentos, o que tem feito com que muitos estejam trabalhando com a possibilidade de implantar o sistema na propriedade. Profissionais da agência ambiental, também estiveram em Jataí para realizar o levantamento em campo que irá viabilizar a parte de licenciamento. Com certeza, em um curto espaço de tempo, a irrigação vai vir com força total para nossa região e com isso vamos potencializar ainda mais a produção e superar os altos índices de produtividade que já alcançamos a cada safra”, finaliza.

Atualmente no Brasil, a área irrigada está em torno de 5 milhões de hectares. No estado de Goiás, o potencial de irrigação chega a 8 milhões de hectares.


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MECOL


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Glauber Silveira Produtor rural, engenheiro agrônomo, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil)

E agora, o que vamos fazer com

tanto milho?

O Brasil caminha para a maior safra de milho de sua história; 84 milhões de toneladas, o dobro do que produzíamos há 10 anos. Neste período houve uma quebra de paradigma e uma inversão no que se fazia antes. A segunda safra de milho, antes chamada safrinha, superou a primeira e hoje representa mais de 50% da produção do cereal. Isto demonstra, acima de tudo, a capacidade do produtor de aproveitar melhor a propriedade, ser mais competitivo, mais sustentável, produzindo mais na mesma área. Entretanto, temos um novo desafio: precisamos escoar e armazenar com eficiência todo este milho. Sabemos que a capacidade de armazenagem de grãos, sobretudo soja e milho no Centro-Oeste, está longe da real necessidade. Vimos isso piorar ao longo do tempo, já que se produz cada vez mais, onde houve muito pouco investimento para ampliar e instalar novas unidades armazenadoras. Com isso, ter uma capacidade de armazenar 75% da produção agrícola, a menor entre nossos competidores, passou a ser um problema real no escoamento da safra. Como parâmetro, os EUA têm capacidade para 130% da sua produção. Se considerarmos o critério da FAO, a capacidade estática ideal seria de 1,2 vezes a produção do país ou região. Isso garantiria um bom gerenciamento da comercialização, com benefícios, acima de tudo, para o produtor. No caso do Brasil, utilizando os dados da Conab, para esta safra de 184 milhões de toneladas, ao

invés de 143 milhões, a capacidade de armazenagem deveria ser de 221 milhões de toneladas. Ou seja, o déficit aparente de 41 milhões de toneladas, saltaria para 78 milhões e, assim, precisaríamos aumentar em 54% a capacidade atual. Mas, para que o produtor tivesse um benefício real, o aumento da capacidade de armazenagem deveria ocorrer nas propriedades. Infelizmente, os mesmos dados da Conab apontam que apenas 13,6% da safra brasileira são armazenados na fazenda, enquanto nos Estados Unidos são 65% e na Argentina 40%. Se adotarmos o número dos EUA como ideal, significa que o Brasil deveria estar armazenando 100 milhões de t de grãos nas fazendas e não as atuais 25 milhões de t. O déficit de estocagem gera ágio tanto na armazenagem de terceiros como no transporte. Como o produtor fica sem alternativa, os custos com armazenagem e transporte sobem e uma safra que deveria gerar rentabilidade, começa a se corroer em prejuízos. Em estudo recente, a Agroconsult demonstra que em 2007 o gasto com logística de armazenagem e transporte do milho, que era de 4,8 dólares por saca, nesta safra deve ser de 7,0 dólares. Com isso, houve um crescimento nos custos fora da fazenda de 46% em apenas cinco anos. É importante ressaltar que hoje o custo para se produzir milho no MT é em média de seis dólares a saca e a logística custa sete dólares. Como o milho é uma commodity e seu preço é definido em bolsa, todo esse custo ao


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invés de ser compensado, vira rentabilidade negativa, calculada pela Agroconsult em cerca de 200 reais por hectare plantado. Vejam a gravidade disso. Esta rentabilidade perdida, mesmo em um ano de preços mais baixos, deveria ser positiva em 200 reais se investimentos em armazenagem, logística de transporte e portos tivessem sido feitos. Com isso, produtores pagam um custo alto pela falta de planejamento do governo e investimentos adequados em armazenagem em nível de propriedade e modais de transporte mais competitivos. Segundo a Agroconsult, para atender a necessidade da soja e milho, deveriam ser feitos, de imediato, investimentos de 9 bilhões de reais em armazéns e, até 2023, mais 20 bilhões. O governo pretende lançar uma nova linha de armazenagem no Plano Safra. Mas, liberar recurso não basta, é preciso implementar uma política para que o recurso seja aplicado de forma eficiente, sobretudo nas propriedades. Enquanto o mundo demanda maiores produções a custos mais competitivos, o Brasil tem um enorme potencial, principalmente, na produção de milho; produzimos em média 88 sacas/ha enquanto os EUA produzem 160 sacas/ha. Se por um lado temos um enorme espaço para ganhar em produtividade, o que é muito positivo, os produtores precisam de um direcionamento do governo para que isso seja feito de forma competitiva. O Brasil quer ou não se consolidar como um grande fornecedor de alimentos ao mundo? Porque com a realidade atual, podemos concluir que a eficiência do produtor brasileiro se voltou contra ele mesmo, pois se produz mais pressiona os custos de armazenagem e transporte. Com os atuais problemas de logística e armazenagem, se não forem intensificados e acelerados os investimentos para solucioná-los, a cada tonelada a mais produzida veremos o quadro se agravar. Por isso, o governo precisa decidir se tem ou não um compromisso com o crescimento do país.


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Novo Código Florestal: um ano em vigor Por Tássia Fernandes

Em 2013 completou um ano que o novo Código Florestal foi aprovado. Publicado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 25 de maio do ano passado, o documento foi alvo de debates e discussões durante longo período. A partir de questionamentos realizados pelos produtores rurais, em relação às leis e punições previstas, e insatisfações com o texto elaborado, apresentadas pelos ambientalistas, o Código foi revisado, alterado, vetado em alguns pontos e, enfim, entrou em vigor. Entretanto, para regularizar as propriedades rurais e garantir a preservação do meio ambiente, os programas criados precisam ser implantados, os órgãos ambientais brasileiros precisam estar preparados e os produtores rurais bem informados. Para saber o que precisa ser feito a partir de agora, quais as obrigações do poder público e do produtor rural, e qual o prazo que o homem do campo tem para

se adequar às novas normas, a Agro&Negócios conversou com o Dr. Marcelo Feitosa de Paula Dias. Conselheiro seccional da OAB/GO, membro do Grupo Oficial de Reforma do Código Florestal de Goiás e relator oficial da Comissão de Reforma do Novo Código Florestal de Goiás, o Dr. Marcelo esclarece algumas dúvidas em relação ao documento. Revista Agro&Negócios: Como está o processo de adequação ao novo Código Florestal, um ano depois que o documento entrou em vigor? Marcelo Feitosa: Não há dúvidas de que, com o advento de uma nova legislação, muitas transformações ocorrem no seu processo de implementação. Não foi outra a realidade do novo Código Florestal brasileiro, que fez uma verdadeira revolução jurídica agroambiental no País. O processo de adequação ainda se mostra lento por parte da sociedade e dos produtores, até mesmo por ausência


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O Brasil é um País eminentemente agroambiental, onde o produtor rural é o verdadeiro responsável pelo sucesso da economia e pela projeção positiva do País no cenário internacional de informação sobre os seus institutos e pela ineficiência dos órgãos ambientais brasileiros. Em muitos estados, estes órgãos não se mostram suficientemente aparelhados para atenderem a nova realidade agroambiental do País. Revista Agro&Negócios: Como fica a situação dos produtores rurais que fizeram a abertura de áreas na época em que eram estimulados e recebiam incentivos do poder público para darem início à atividade rural? Marcelo Feitosa: Neste aspecto, destaco uma das grandes inovações da legislação ambiental brasileira: a criação dos institutos das áreas consolidadas em reserva legal e das áreas consolidadas de preservação permanente. O novo código subdividiu em três diferentes grupos a nova realidade voltada para a garantia da segurança jurídica no campo. Tudo agora poderá ser discutido a depender da data da realização da supressão das áreas de reserva legal ou de preservação permanente. Revista Agro&Negócios: Como fica a divisão dos grupos e as responsabilidades em cada situação? Marcelo Feitosa: No primeiro grupo ficam os produtores que realizaram a supressão antes da entrada em vigor do antigo Código Florestal, de 1965. Se realizaram a degradação, não têm necessidade de recomporem. No segundo grupo, entram os que realizaram degradação de APP e Reserva Legal até 22 de julho de 2008. Estes são obrigados a recomporem e compensarem as áreas mediante adesão ou não ao PRA (Programa de Regularização Ambiental). Mesmo se forem multados, as multas ficam convertidas, depois de adesão a um termo de compromisso, em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. Nos termos do recente acórdão proferido pelo STJ, de lavra do Ministro Hermann Benjamin, não se trata de uma anistia e sim de uma forma de incentivo para que o produtor caminhe para a legalidade. No terceiro grupo, entram os proprietários que realizaram desmatamentos após 22 de julho de 2008, cuja lei não estendeu nenhum benefício. Reserva Legal: área obrigatoriamente protegida dentro da propriedade rural, específica para cada bioma. No Cerrado, a Reserva Legal deve corresponder a 35% da área da propriedade, nas demais áreas deve ser de 20%.

Dr. Marcelo Feitosa de Paula Dias, relator oficial da Comissão de Reforma do Novo Código Florestal de Goiás.

Revista Agro&Negócios: Como o produtor rural que não tem Reserva Legal na propriedade pode se adequar? Marcelo Feitosa: A nova lei amplia os critérios de compensação de passivos ambientais em áreas que possam estar localizadas no mesmo bioma da propriedade degradada. Cria-se a possibilidade para o proprietário se adequar à legislação, comprando áreas que estejam localizadas no interior de unidades de conservação. No texto do novo código florestal estadual, aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás, dia 3 de julho, e que foi encaminhado para sanção do Governador do Estado, essa possibilidade ficou adstrita ao território Goiano. Ou seja, para compensação de Reserva Legal, apenas áreas localizadas dentro do bioma Cerrado e dentro de Goiás terão validade legal. Eu, particularmente, questiono a legalidade deste ato. Revista Agro&Negócios: Levando-se em conta o fato de que o dono de uma propriedade rural pode comprar e vender áreas certificadas de mata nativa, com o objetivo de compensar a Reserva Legal, a sustentabilidade transformou-se em um negócio? Marcelo Feitosa: A regra agora é preservar e ser remunerado. Com a criação do mecanismo das Cotas de Reserva Ambiental (CRA), passa a ganhar dinheiro o proprietário que comercializar o excedente ambiental na forma de títulos a serem negociados numa espécie de mercado verde. Com isso, a preservação ambiental torna-se uma forma interessante de se auferir rendimentos com a propriedade. Cada unidade de CRA equivalerá a um hectare de reserva. Todos os procedimentos serão acompanhados pelo órgão ambiental responsável, no caso de Goiás, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Revista Agro&Negócios: O produtor rural poderá desempenhar alguma atividade nas áreas de Reserva Legal ou nas Áreas de Preservação Permanente? Marcelo Feitosa: As áreas de Reserva Legal funcionam como uma espécie de limitação administrativa, visando a separação de áreas ambientalmente protegidas, localizadas dentro de imóveis rurais, para a


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garantia de sua função sócio ambiental. Apenas poderão ser exploradas nos termos da legislação vigente, caso haja um plano de manejo sustentável (PMS), aprovado pelo órgão ambiental, com uma série de limitações. No caso das APP’s, podem ser “exploradas” em casos excepcionais, como, por exemplo, nos casos de dessedentação animal. Área de Preservação Permanente: Áreas que devem ser mantidas e preservadas integralmente. É permitido o acesso de pessoas e animais para obtenção de água e realização de atividades de baixo impacto ambiental. São considerados APP’s locais alagados, como lagos e lagoas naturais, e locais acidentados, como encostas e topos de morros, montanhas e serras. Revista Agro&Negócios: Uma novidade do Código Florestal é o Cadastro Ambiental Rural. Todas as propriedades deverão ser cadastradas obrigatoriamente? Marcelo Feitosa: Sim, todas as propriedades rurais brasileiras, nos termos dos artigos 18 e 29 do novo Código Florestal, precisam estar obrigatoriamente inscritas no Cadastro Ambiental rural (CAR). A Finalidade do CAR é, basicamente, substituir as antigas averbações de Reserva legal que existiam na lei anterior, servindo como uma espécie de registro público eletrônico para que o poder público possa averiguar o cumprimento da função sócio ambiental das propriedades rurais. Tem uma função fiscalizatória das obrigações legais ambientais. Revista Agro&Negócios: O CAR já entrou em vigor? Marcelo Feitosa: Sim, está em vigor desde a sua criação e regulamentação, por meio do texto do novo Código Florestal e do Decreto Federal 7830. No caso de Goiás, encontra-se em fase de teste em 12 municípios denominados “piloto”. A previsão é que ainda neste ano esteja em funcionamento para todo o Estado de Goiás. Revista Agro&Negócios: Ainda de acordo com o Novo Código, a União deverá criar um pro-

grama de incentivo aos produtores rurais, para que haja conservação do meio ambiente. É possível acreditar no desenvolvimento do projeto, já que não existe prazo determinado para que ele seja criado? Marcelo Feitosa: Trata-se de uma medida muito importante para a conscientização ambiental de todo segmento produtivo no País. É preciso acabar com a ideia de que o produtor rural, que paga os seus impostos e alimenta os saldos positivos da nossa balança comercial, é vilão da história. O Brasil é um País eminentemente agroambiental, onde o produtor rural é o verdadeiro responsável pelo sucesso da economia e pela projeção positiva do País no cenário internacional. O produtor rural brasileiro deve ser encarado como um herói que contribui para o desenvolvimento da nação. Revista Agro&Negócios: Quais seriam esses incentivos? Marcelo Feitosa: Linhas de crédito com condições de financiamento diferenciadas para o produtor rural que cumprisse a risca as normas ambientais; incentivos governamentais que caminhassem na facilitação para o aumento da produção; maior subsídio para o desenvolvimento das atividades agrárias e o desempenho da função de empresário rural; isenção tributária ao longo de toda a cadeia produtiva e comercialização de produtos de lavoura e pecuária, entre outros. Revista Agro&Negócios: Os produtores rurais estão vivenciando um momento de adaptação às novas normas. A partir do momento que o Código Goiano entrar em vigor será enfrentado um novo processo de adaptação ou o texto e as leis serão baseados no Código Nacional? Marcelo Feitosa: A partir da edição do código goiano, esperamos que o produtor rural tenha ainda mais tranquilidade, pois o texto foi elaborado em perfeita harmonia com o texto do novo Código Florestal Brasileiro, criando uma sensação jurídica de maior conforto para a produção sustentável aqui em nosso Estado.


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GOIÁS É O PRIMEIRO ESTADO A TER O CÓDIGO FLORESTAL APROVADO Por Tássia Fernandes – com informações da Faeg/Senar

O Novo Código Florestal de Goiás foi aprovado pela Assembleia Legislativa do estado. O documento, elaborado em consonância com o Código brasileiro, tem como objetivo principal garantir segurança jurídica aos produtores rurais e tornar as normas mais claras e fáceis de serem seguidas, já que existem conflitos entre a atual lei estadual, de 1995, e a lei federal, aprovada no ano passado. A votação do documento goiano foi realizada no início do mês de julho, em meio a protestos. Produtores rurais e ambientalistas marcaram presença no prédio da Assembleia Legislativa. De um lado, a proposta era defendida; do outro, era solicitado mais tempo para avaliação e conclusão do projeto.

Como fica o Código Florestal de Goiás • Área de Preservação Permanente (APP) A recuperação das Áreas de Preservação Permanente, desmatadas antes de 22 de julho de 2008, será medida de acordo com a Calha do Leito Regular do rio. Sendo a recomposição mínima de: • 5 metros de APP para propriedades com 1 Módulo Fiscal; • 8 metros de APP para propriedades com 2 a 3 Módulos Fiscais; • 15 metros de APP para propriedades com 3 a 4 Módulos Fiscais; • 20 metros para os demais casos acima de 4 Módulos Fiscais. O Módulo Fiscal é a unidade de medida de terras, calculada em hectares, sendo diferente para cada município. Para as Áreas de Preservação Permanente, desmatadas depois de 22 de julho de 2008, fica estabelecido: • 30 metros de APP para curso d’água com menos de 10 metros de largura;

Depois de quatro anos em discussão, a nova legislação teve apenas um voto contrário, do deputado Major Araújo (PRB). Os outros 37 parlamentares presentes foram favoráveis ao documento, garantindo a aprovação em segunda e última votação no dia três de julho. Agora, o projeto segue para a Casa Civil, onde as emendas acrescentadas ao texto original serão avaliadas pelo executivo. Entre as alterações realizadas, está a previsão de criação de um fórum permanente para discutir propostas de adequação da legislação ambiental estadual. Participarão do fórum as secretarias de Cidades e da Agricultura, Pecuária e Irrigação, membros das universidades goianas, entre outras entidades governamentais e civis, como Faeg, Emater, Fieg e Crea/GO. A coordenação do fórum, que deverá acontecer a cada quatro meses, fica sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Para o deputado Fábio Souza (PSDB), líder do Governo na Assembleia, o Código Florestal de Goiás conseguiu conciliar preservação do meio ambiente e produção agropecuária. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, destacou a importância de uma legislação coerente, já que a o setor rural é o que garante o alicerce econômico e social do estado de Goiás. Estima-se que 80% dos produtores rurais do estado estariam irregulares, caso a nova lei não fosse aprovada.

• 50 metros de APP para o curso d’água de 10 a 50 metros de largura; • 100 metros para cursos d’água de 50 a 200 metros de largura; • 200 metros para cursos d’água de 200 a 600 metros de largura; • 500 metros para cursos d’água com largura superior a 600 metros de largura. Reserva Legal (RL) O Código regulamenta a compensação das Reservas Legais consolidadas (desmatadas antes de 22 de julho de 2008), desde que o produtor entre no Programa de Regularização Ambiental (PRA), criado pelo Governo Federal. O produtor poderá optar por regularizar a Reserva Legal de três formas: • Regenerar; • Recompor: Para isso, terá um prazo de 20 anos, tendo que recompor 10% da área a cada dois anos. Pode usar espécies de plantas exóticas em até 50% da área recomposta; • Compensar: Poderá usar outra área que será preservada como Reserva Legal, dentro ou fora da propriedade. Se for fora, deve ser no mesmo bioma e dentro dos limites das fronteiras de Goiás.


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Semeadura só em Outubro! Vazio Sanitário da soja começou dia 1ª de julho e vai até 30 de setembro

Por Luana Loose Pereira

Com o objetivo de reduzir a disseminação do fungo Phakopsora pachyrhizi causador da ferrugem asiática, teve início, no estado de Goiás, no último dia 1º, o período de vazio sanitário da soja. Marcado para acontecer anualmente entre os meses de julho e setembro, o vazio sanitário é uma medida fitossanitária obrigatória adotada pelo governo federal e regulamentada em 2010, que preconiza a ausência total de plantas vivas cultivadas ou voluntárias de soja no campo. Mohamed Yussef Souza, engenheiro agrônomo e chefe da unidade local da agrodefesa, explica que os três meses de vazio sanitário possibilitam a interrupção do ciclo de desenvolvimento dos fungos causadores da doença. “Sem a presença de plantas vivas o fungo é incapaz de se desenvolver e se multiplicar na área, fator que reduz consideravelmente as chances de ocorrência da doença no início da próxima safra”. A eliminação das plantas cultivadas ou voluntárias é de responsabilidade do produtor rural. Segundo Mohamed Souza, o não cumprimento das medidas fitossanitárias pode acarretar advertência ou até mesmo multa. “Já nos meses que antecedem o período de vazio sanitário são realizadas visitas periódicas nas propriedades rurais, nestes casos, sendo constatada a presença de plantas vivas, considerada uma soja tiguera, é feita uma advertência, para que o agricultor elimine a soja, porém se a ocorrência for depois do dia 1º julho o mesmo já estará sujeito à autuação”.

O plantio da soja só é autorizado em lei, a partir do dia 1º de Outubro. “O produtor rural não pode realizar o plantio da soja dentro do período de vazio sanitário. Por exemplo, se realizar o plantio dia 29 de setembro, mesmo que a planta não tenha nascido, ele pode sofrer autuação”, salienta Mohamed. A diminuição no custo de produção da lavoura é um dos principais benefícios do vazio sanitário. De acordo com Mohamed, nos últimos anos, o índice de ataque da doença às lavouras goianas tem diminuído bastante graças ao vazio sanitário, e quem ganha com isso é o produtor rural. “Eliminando os hospedeiros, a doença vai demorar mais para aparecer e consequentemente, isso diminui o número de aplicações de defensivos e assim há uma economia considerável no custo de produção da lavoura”. O produtor rural, além de destruir as plantas voluntárias da soja, precisa ficar atento as demais medidas fitossanitárias obrigatórias que tem por objetivo controlar a incidência e rastrear os focos da doença no país, são elas o cadastramento anual das propriedades que cultivam soja, que deve acontecer até no máximo 15 dias após a semeadura; o monitoramento das lavouras para identificar a presença do fungo e ainda a comunicação de ocorrência da doença a agrodefesa do município. Quem desrespeitar a legislação poderá receber multa que vai de R$ 250,00 por hectare, podendo chegar à R$ 50 mil.


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Principal dano da ferrugem Desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução de produtividade ou ainda perda total do rendimento.

Ferrugem em números

A ferrugem asiática na soja provocou prejuízos de O Rio Grande do Sul e o Paraná lideram em casos da doença com

US$ 25 bilhões

na safra brasileira desde a safra 2003/2004

115 e 112

O número de focos da ferrugem asiática nas lavouras de soja teve

ocorrências, respectivamente.

Mato Grosso (106) e Goiás (69), seguem

73%

aumento de na safra 2012/2013 e foram registrados em onze estados.

também entre os estados com maiores registros. Fonte: Consórcio Antiferrugem da Embrapa


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PORTAL UFSM

Problemas na PRODUÇÃO DE

de sementes de arroz O arroz é o segundo cereal mais consumido, sendo a base da alimentação de mais da metade da população. O consumo de arroz no mundo difere-se de acordo com o poder aquisitivo e os costumes da região. No Brasil, o consumo por pessoa é de 45 kg/ano, na Argentina não ultrapassa 8 kg/ano e em alguns países da Ásia pode chegar a 200 kg/ano. De acordo com a CONAB, o Brasil é o 9º produtor mundial do cereal, com produção de 11,6 milhões de toneladas, em área de 2,4 milhões de hectares. Na última safra, o rendimento médio do arroz irrigado foi 7,0 mil kg/ ha e do arroz de sequeiro foi pouco mais de 2,0 mil kg/ha. O arroz cultivado em sequeiro apresenta, em geral, baixa produtividade e qualidade de sementes inferior. As causas do problema são: genética dos materiais utilizados, menos tecnologia aplicada e ocorrência de períodos de deficiência hídrica durante o ciclo. Uma semente de qualidade é essencial para que se consiga obter rendimento máximo. A semente tem reflexos diretos nos custos e na rentabilidade do sistema e deve ter pureza física, sanidade, qualidade genética e fisiológica; características que determinam potencial produtivo; resistência a doenças, pragas e a estresses ambientais, e qualidade do produto final. Entre os principais problemas na produção de sementes de arroz se destacam: os tratos culturais, plantas daninhas e o beneficiamento. A produção de sementes de arroz exige técnicas próprias para a multiplicação. Para realizar a produção de forma eficiente é preciso estar atento a certos cuidados. A semente a ser utilizada deve ser pura, de origem e classe conhecida; de alta pureza genética; livre de doenças, de sementes de plantas daninhas, insetos, sementes de outras es-

pécies e material inerte; com boa qualidade fisiológica (germinação e vigor). A escolha da área aonde será o campo é um dos pontos fundamentais para o sucesso do empreendimento, isto se deve, principalmente, em função de plantas silvestres nocivas e plantas voluntárias presentes na área. Outro aspecto importante a ser observado é o histórico em relação à sanidade (taxa de infecção por patógenos). É recomendada a semeadura em linhas, método que facilita a visualização de plantas daninhas e o caminhamento na lavoura por ocasião do roguing, também é recomendada uma semeadura mais adensada, de forma a ter um campo mais uniforme. Em regiões em que as estações são bem definidas, a semeadura deve ser planejada de forma que a colheita seja em período de seca. Dessa forma, elimina-se o principal fator de deterioração de sementes no campo, a incidência de chuvas após o ponto de maturação das sementes. Também é importante que as temperaturas extremas não coincidam com a fase reprodutiva, o qual proporciona má formação das sementes. Inúmeros patógenos incidem sobre a cultura do arroz durante todo o ciclo, causando prejuízos na produção. Isso não é diferente nos campos de produção de sementes, onde os danos podem ser diretos pela redução da produção e qualidade das sementes ou indiretos pela transmissão de patógenos. Várias doenças, principalmente as causadas por fungos, incidem na cultura do arroz. As principais registradas no Brasil são: brusone, mancha-parda, escaldadura e mancha das glumas, mancha-estreita, cárie, podridão das bainhas e giberela. Destas, se destacam com extrema importância a brusone e a mancha-parda, que têm causado sérios danos em diferentes regiões do país, tanto no cultivo de sequeiro como no cultivo irrigado. O arroz, como qualquer cultura agrícola, está sujeito a uma série de fatores do ambiente que, direta ou indiretamente, influenciam o rendimento, qualidade e custo de produção. Dentre estes fatores, as plantas daninhas assumem lugar de destaque, face aos efeitos negativos observados no crescimento, desenvolvimento e produtividade. O sistema de cultivo de arroz irrigado propicia um habitat especial para a infestação de plantas daninhas. Durante alguns meses da estação quente do ano, além da temperatura e luminosidade adequadas ao crescimento vegetal, somam-se os efeitos da umidade do solo e da adição de nutrientes. A infestação de plantas daninhas varia de uma região para outra e de acordo com os diferentes sistemas de implantação da lavoura. Desta forma, é necessário que se faça um levantamento das plantas daninhas existentes antes de se planejar a lavoura e, consequentemente, que se defina o manejo a ser empregado. As principais plantas


63 daninhas no cultivo de arroz irrigado são: Angiquinho (Aeschynomene denticulata); Arroz Daninho (Oryza sativa L.); Capim Arroz (Echinochloa spp.); Ciperáceas (Cyperus spp.) e Arroz vermelho (Oryza sativa L.). O arroz vermelho é a principal, responsável por perdas na produtividade e qualidade do produto. Vários métodos podem ser utilizados objetivando minimizar a interferência exercida pela planta daninha, como: preparo antecipado do solo com semeadura direta, sementes pré-germinadas, transplante de mudas, rotação de culturas, revolvimento do solo durante pousio, roguing, sistema Clearfield (cultivares de arroz resistentes aos herbicidas do grupo químico Imidazolinonas). É necessário que seja tecnicamente possível e financeiramente viável a utilização de cada método e é necessária a utilização conjunta dos métodos para conseguir uma lavoura isenta dessa invasora. A mistura de sementes, que se traduz como contaminação de um lote por sementes de outras cultivares e espécies, é outro grande problema na produção de sementes, prejudicando a pureza varietal e pureza física. Essas misturas podem ocorrer em diversas etapas do processo de produção, como na semeadura, colheita, secagem e beneficiamento. No processo de produção de sementes, os procedimentos de certificação exigem vistorias a campo, coleta de amostras e análises das sementes quanto aos

Sintomas de brusone em folhas de arroz.

Sintoma de mancha-parda na folha e nas sementes de arroz.

seus atributos mínimos de qualidade. Dentro do sistema de produção do arroz, a colheita, a pós-colheita e a industrialização são as últimas operações antes da comercialização. Este fato é suficiente para justificar atenção especial, pois nestas fases o custo agregado ao produto é o mais alto, devido aos inúmeros gastos que já foram realizados no decorrer do processo de produção, desta forma, é uma etapa fundamental. Sabendo que as sementes de arroz são colhidas com teor de água relativamente alto, deve-se planejar para adequar o recebimento de acordo com a capacidade dos secadores, permitindo que o processo seja rápido e eficiente, pois atraso na secagem causa perda de qualidade das sementes. O Brasil tem conseguido altos rendimentos na produção de arroz irrigado devido a diversos fatores, principalmente, ao melhoramento genético, que possibilita a utilização de sementes de materiais altamente produtivos e adaptados à região. Mesmo sendo superior à maioria das culturas cultivadas no país, a taxa de sementes de arroz melhoradas deve ser aumentada, garantindo maior produção, com sementes de qualidade. A brusone e a mancha-parda também têm causado sérios problemas nas lavouras comerciais e nos campos de produção de sementes. Por conta disso, é necessário o desenvolvimento de materiais resistentes aos patógenos. A produção de uma semente de qualidade inicia no planejamento da lavoura, que vai adequar a área e o material genético a ser multiplicado em um cronograma, de forma que todos os processos e etapas produtivas ocorram de maneira adequada. Dentro do ciclo de produção, a colheita mecanizada e a secagem são processos fundamentais e que devem ser realizados com eficiência e cuidado, para a semente não perder a qualidade.

Autores: Renes Rossi Pinheiro e Luri Stéfano Negrisiolo Dario, alunos de pós-graduação em Fitotecnia da Universidade de São

Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Ana Dionisia da Luz Coelho Novembre, professora Associada da Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agri-

cultura Luiz de Queiroz, Departamento de Produção Vegetal.


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PORTAL UFG

BIOCOMBUSTÍVEIS “ESTAMOS PRONTOS PARA ESSE SALVAMENTO?”

Os biocombustíveis tornaram-se a nova moda do momento. A humanidade encontra-se à beira do colapso das reservas de petróleo e procura desesperadamente por novos tipos de combustíveis que movimentem suas fábricas, seus geradores, seus automóveis, mas que acima de tudo, continuem a movimentar nossas vidas. Sem dúvida alguma, há milhares de argumentos a favor da utilização dos biocombustíveis, que ressaltam suas vantagens e que os mostram como a melhor alternativa para nossa dependência por petróleo. Mas, por trás desses milhares de pontos a favor, que parecem transformar o biocombustível na solução para todos os nossos problemas energéticos, não haverá também riscos relacionados à introdução desses novos tipos de combustíveis? Os biocombustíveis são combustíveis com fontes renováveis, obtidos a partir do beneficiamento de determinados vegetais, entre os quais podemos citar: cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, resíduos agropecuários, eucalipto, além de muitos outros. Atualmente a produção de energia a partir de produtos agrícolas é classificada em:

Entre as vantagens dos Biocombustíveis sobre os combustíveis fósseis estão o fato de serem fontes renováveis, menos poluentes e biodegradáveis. Além disso, sua queima é carbono neutra: o que é lançado na atmosfera é a mesma quantidade que foi seqüestrada pela planta no seu crescimento. A fonte energética apresentada figura atualmente como uma alternativa frente aos problemas ambientais, a escassez de petróleo e os elevados preços desse produto no mercado internacional. No entanto, é bom ressaltar que a produção de bicombustíveis também age negativamente nos ambientes naturais e que pode também comprometer a produção de gêneros alimentícios. Destacando assim, a necessidade de mais estudos referentes a esse assusto, para se identificar se o nosso país esta pronto ou não para o salvamento que todos mencionam a respeito da utilização destes BIOCOMBUSTÍVEIS ao invés do petróleo

BIOCOMBUSTÍVEIS BIODIESEL - É derivado de lipídios

orgânicos renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais. É obtido a partir de óleos vegetais, extraído através do processamento de determinadas sementes, como de girassol, dendê, amendoim, mamona, soja, babaçu.

BIOMASSA - É uma fonte de energia limpa

e renovável disponível em grande abundância e derivada de materiais orgânicos. Todos os organismos capazes de realizar fotossíntese (ou derivados deles) podem ser utilizados como biomassa. Exemplo: restos de madeira, estrume de gado, óleo vegetal ou até mesmo o lixo urbano.

BIOETANOL - É a obtenção do etanol através da biomassa, O etanol é um álcool incolor, volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais. BIOGÁS - É uma mistura gasosa composta principalmente de gás metano (CH4) e é obtido através de matéria orgânica, onde microrganismos atuam em um ecossistema balanceado com limites de temperatura, pH, nutrientes e teor de umidade. A produção de biogás pode ocorrer de forma natural, como nos aterros sanitários ou com a implantação de uma usina de biogás.

Autoras: Paula Assis Lopes e Laura Rezende Souza - acadêmicas do curso de graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí (UFG/CAJ) Daniela Pereira Dias - professora do curso de graduação em Engenharia Florestal da UFG/CAJ


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A soberania nacional no campo Ao impor restrições à aquisição ou arrendamento de terras por estrangeiros e tratar empresas brasileiras com capital estrangeiro como se fossem pessoas jurídicas estrangeiras, ancoramos o agronegócio brasileiro à aversão internacional para novos investimentos. Referida restrição advém da lei promulgada em 1971 (Lei n.º 5.709/71), ano em que o país estava submetido ao regime militar e eram grandes as preocupações com a proteção do território nacional. Pela Lei, cada município pode ter, no máximo, um quarto de suas terras em mãos de estrangeiros e pessoas da mesma nacionalidade só podem ter o equivalente a 40% dessa fatia. Em 1994, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi emitido um parecer pela AGU (Advocacia Geral da União) no qual entendeu que empresas brasileiras controladas por estrangeiros tinham que receber igual tratamento dispensando àquelas totalmente nacionais, o que propiciou investimentos estrangeiros de toda ordem no país, possibilitando aporte de capital e impulsionando o crescimento do agronegócio. O tema ganha relevância quando pensamos na aquisição indireta, através de fusões, aquisições e incorporações, em que haja alteração no controle societário, passando para grupos estrangeiros. O cenário favorável sofreu um revés ao ser emitido novo parecer, em 2008, pressionado pelo governo do ex-presidente Lula. Sob a justificativa de resguardar a soberania nacional, empresas brasileiras, com capital estrangeiro, deveriam ficar submetidas às determinações para pessoas jurídicas estrangeiras, colocando as empresas num cenário de insegurança jurídica. Quando do assédio do capital estrangeiro no mercado agrícola e fundiário no Brasil, terras efetivamente agricultáveis tiveram o potencial produtivo aumentado graças aos investimentos em toda a cadeia produtiva. O controle da estrutura fundiária é importante para que se normalizem as atividades relacionadas à produção agrícola, evitando que grandes grupos multinacionais cheguem ao monopólio do mercado de commodities. A justificativa de proteção da soberania soa como visão destoada do cenário agro econômico atual do país. Vamos considerar uma situação pela qual agricultores enfrentam o reflexo da lei: Cartórios de registros de imóveis da região de Uruguaiana/RS não mais averbam nas matrículas das propriedades rurais, quando essas são dadas em garantias para empresas de insumos, sementes (as “tradings”), que em grande maioria possuem capital estrangeiro ou são efetivamente estrangeiras, por essas áreas estarem localizadas em zona de fronteira, ponto também

definido na Lei de 1971. Cabem dois questionamentos para reflexão: como os produtores poderão concorrer com igualdade de condições no mercado, cerceados de poder oferecer em garantia as terras, às tradings, pela compra de insumos? Como ficariam as empresas quando da possível aquisição das terras em função da execução de garantias? A insegurança jurídica novamente está instalada no campo. Importante decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que uma empresa nacional controlada por capital estrangeiro pudesse averbar na matrícula dos imóveis rurais os atos societários da incorporação, que havia sido concluída antes da vinculação do parecer de 2008. Em dezembro, a Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo entendeu que o parecer só pode ser aplicado quanto a pessoas físicas e jurídicas estrangeiras, não abrangendo empresas brasileiras controladas por capital estrangeiro, mantendo os demais requisitos de aquisição estrangeira contidos na lei de 1971, como autorização do Ministro da Agricultura e INCRA. Ainda que se aplique apenas a São Paulo, é um importante precedente para o setor. A 2º Conferência de Aspectos Jurídicos, Riscos e Financiamento do Agronegócio, realizada no início do mês, na cidade de São Paulo, sob minha análise presencial, abordou desafios e perspectivas para o agronegócio, destacando que a limitação do investimento estrangeiro em empresas brasileiras não é a única preocupação. Temos também questões tributárias, implantação do seguro rural, insegurança jurídica no campo, gargalo logístico, incertezas ambientais ocultadas pelo novo Código Florestal. Ao fazermos parte deste complexo do agronegócio, somos executores e avalistas de todas estas questões. Ao implementarmos na prática novos desafios e instituir nossas estratégias, devemos considerar o que há de melhor nos empresários rurais, a capacidade de entender e se desenvolver mediante todas as dificuldades impostas pelo ambiente produtivo.

por LORENA RAGAGNIN

3631-5296 / lorena.advgo@gmail.com


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