Especial Expoingá 2013

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eSpeCiaL eXpoingÁ

MAIO DE 2013

INTEGRAR PARA

DESENVOLVER o gado se rende aos grãos e agora divide espaço com a soja no arenito Caiuá, a última grande fronteira agrícola do paraná. apesar das resistências, o sistema de integração dobra a produtividade da pecuária e confere às lavouras do noroeste rendimento similar ao das regiões de excelência em produção. Páginas 14 a 17

Agropecuária sustentável pauta feira de Maringá

Cooperativas superam orçamento de municípios ricos

páginas 6 e 7

página 10




[editorial [expoingá

[índice

Dispensa comparações

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S

ejam todos bem-vindos a mais uma feira agropecuária, comercial e industrial do Paraná. Um evento realizado em Maringá, que é do Norte e Noroeste do estado, mas que também é do Paraná e do Brasil. Não é a maior, nem a menor, é a Expoingá, com identidade e personalidade que dispensam comparações. Ela é única e singular, o que não tem nada a ver com vaidade ou pretensão. São atributos e características regionais que a Sociedade Rural de Maringá (SRM) se esforça para traduzir em 11 dias de programação. A exposição tem um pouco do que pensa, faz, vive e planeja não apenas a diretoria ou então os associados da SRM, mas a sociedade organizada onde a feira está inserida. E quem diz isso não sou eu ou o presidente da entidade. É a programação técnica, política, social, cultural e de entretenimento, que envolve o público e o privado, o campo e a cidade, a região, o estado e o país. Porque o agronegócio é assim, agregador, otimista por natureza, um instrumento nato e cada vez mais imprescindível ao desenvolvimento sustentável da atividade, do negócio e do cidadão. Uma diversidade de abordagens que o próprio tema, “Semeando Sustentabilidade”, tem dificuldade de abraçar. E nem poderia. Até porque, a ideia é provocar, envolver, ditar tendências e, principalmente, inovar. Um conceito e estratégia que de certa forma estão implícitos à feira, de que ser sustentável não é apenas, mas também preservar o meio ambiente. O mundo demanda, sim, preservação e consciência ambiental. A interpretação, porém, requer uma análise mais ampla e ainda mais responsável, que está na sustentabilidade econômica e ambiental. E é na tentativa de agregar ao debate e à mobilização em torno do tema que o Agronegócio Gazeta do Povo lança a revista Especial Expoingá. Entre outros assuntos pertinentes à feira e ao agronegócio, a publicação traz uma reportagem especial sobre o Arenito Caiuá, região que se transformou em um ícone de persistência, superação e renovação da agricultura, da pecuária e da economia do Noroeste do estado, a última e grande fronteira agrícola do Paraná. Boa leitura! Boa feira! Bons negócios! Giovani Ferreira, Coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo giovanif@gazetadopovo.com.br

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AGRONegócio Maio de 2013

FeIra e otIMIsMo A exposição agropecuária de Maringá deve refletir o bom momento da produção de grãos no Noroeste

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MaIs Potentes Que MunIcÍPIos

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etanol lucratIVo

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janela PortuÁrIa

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MarIngÁ InterlIgada

Cinco cooperativas arrecadam mais que o dobro do orçamento das cinco prefeituras mais ricas do Paraná

A safra de cana está crescendo e a indústria deve elevar bem mais a produção de combustível do que a de açúcar

As obras nos portos do Arco Norte vão aliviar, a partir de 2014, a carga de grãos escoada por Paranaguá e Santos

Investimentos em rodovias e em terminal de transbordo ferroviário prometem reforçar vantagens logísticas

eXpediente A revista Agronegócio é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Editor Executivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocher. Editor Executivo de Imagem: Marcos Tavares. Editores de Arte: Alexandre L. De Mari, Carlos Bovo e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos Tavares. Diagramação: Renata Silveira. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas. Foto Capa: Ivonaldo Alexandre. Redação: (41) 3321-5050. Fax: (41) 3321-5472. Comercial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: agro@gazetadopovo.com.br Site: www.agrogp. com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão e acabamento: Gráfica Serzegraf


[destaques Christian Rizzi/Gazeta do Povo

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Integração atestada Dez anos de experiências bem-sucedidas dão respaldo ao cultivo de grãos no Arenito Caiuá

Palco sertanejo Confira atrações que sustentam previsão de 500 mil visitas à Expoingá Osmar Nunes/Gazeta do Povo

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Fruticultura Laranja atravessa fase difícil, mas com promessa de reação GAZETA DO POVO

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[expoingá

Em cartaz, a agropecuária revigorada

Andy Iore/Arquivo/Gazeta do Povo

Walter Fernandes/Gazeta do Povo

Entre os dias 9 e 19, feira de Maringá deve movimentar R$ 260 milhões em negócios. Edição número 41 ocorre em ano de safra cheia no Noroeste Cassiano Ribeiro :: A colheita da supersafra de grãos chegou ao fim nos campos da região de Maringá, com média de 3,2 mil quilos por hectare de soja e avanço de 35% em relação à produtividade do ano passado. Mas, para os setores da economia que têm seu desempenho definido pelos resultados do agronegócio, o trabalho está apenas começando, e em clima de otimismo. A alta produtividade das lavouras e os preços estáveis dos grãos prometem contagiar os negócios na 41.ª edição da Expoingá, que ocorre de 9 a 19 de maio no Parque Francisco Feio Ribeiro. O evento funciona como turbina para a economia do Noroeste paranaense. Em onze dias, mais de 900 expositores estarão mobilizados para prospectar clientes, estreitar relacionamentos e fechar negócios. A expectativa é que mais de 500 mil pessoas marquem presença na feira, que pretende pensar e planejar o futuro da cidade e do campo. O tema deste ano é Semeando Sustentabilidade (leia entrevista na próxima página). A feira deve movimentar R$ 260 milhões, com aumento de R$ 50 milhões em dois anos, segundo a Sociedade Rural de Maringá (SRM). “O momento é oportuno para investimentos em novas tecnologias, para quem quer conhecer o que há de ponta no mercado”, avalia Wilson 6

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35% mais soja. Esse foi o incremento nos 230 mil hectares cultivados na região de Maringá nesta temporada, depois da quebra climática de 2011/12.

Filho, presidente da entidade. A feira é uma das maiores e mais abrangentes do país, aponta. “Temos desde curso de enfeite de compotas até um seminário que debate a integração de lavoura com pecuária e f lorestas, além de workshop para discutir a participação do nosso segmento dentro de países como os Estados Unidos e a China.” Ao todo serão 60 eventos técnicos (41 cursos e palestras, além de encontros setoriais e seminários) – grande parte voltada à pecuária, atividade forte na região. Animais de genética de ponta serão julgados na Expoingá, que terá ainda 13 leilões, incluindo gado de elite.

Serviço Leia sobre agenda técnica na página 26 e sobre entretenimento nas páginas 28 e 29.

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Divulgação


ENTREVISTA Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Feira propõe engajamento com o meio ambiente :: A sustentabilidade, tema central da Expoingá neste ano, exige mais atitude e compromisso do agronegócio e da comunidade urbana. A avaliação é de Wilson de Matos Silva Filho, presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), organizadora do evento. O desenvolvimento econômico está diretamente ligado a ações práticas de preservação do ambiente, defende. Há dez anos fomentando discussões internas, ele assumiu a presidência da entidade disposto a ampliar o debate sobre o assunto, num projeto pessoal que envolve a formação de novos líderes entre os filhos dos agropecuaristas. Como a ExpoIngá vai trabalhar com o tema Semeando Sustentabilidade? Sabemos que é um desafio e tanto, mas compensador ao final. É plantar um presente que garanta a subsistência das novas gerações. A Exposição incentiva a conscientização de expositores, colaboradores, visitantes e todos os envolvidos na realização da feira, através dos três R’s da sustentabilidade [Reduzir; Reutilizar e Reciclar]. Isto é, desenvolver ações para reduzir o consumo de papel, água e energia, promover e despertar medidas eficientes para reutilização e reciclagem dos materiais. A gente sabe que haverá uma economia na utilização desses recursos naturais.

Como a feira vai abordar a expansão dos grãos e da pecuária? Nós procuramos valorizar todos os segmentos do agronegócio, seja pecuária ou agricultura. Historicamente as sociedades rurais se fortaleceram com a presença dos pecuaristas, mas nossa região é mista e está investindo muito na agricultura. Entendemos que a feira tem o papel de ajudar no fomento de todo o setor. A gente evidencia o que tem de última tecnologia em maquinários agrícolas,

“Agora a questão é o compromisso social. O agronegócio está comprometido com a sustentabilidade. Cabe à minha geração dar continuidade a este processo.” Wilson de Matos Silva Filho, presidente da Sociedade Rural de Maringá.

raças da pecuária. O Paraná é referência em integração lavoura, pecuária e f loresta. Temos o maior número de experiências que estão dando certo. É uma escola para o Brasil. Estamos voltando a discutir esse tema.

Qual a participação do cooperativismo nesse cenário da região? O diferencial de Maringá se deu por uma questão histórica, em que se preservou cooperativismo e o associativismo. Temos uma das maiores associações comerciais do Brasil, com mais de 5 mil membros. Temos a segunda maior cooperativa agrícola do Brasil [Cocamar] – um

exemplo do potencial do setor. Se nossa região conta com o potencial econômico que tem hoje, o setor rural contribuiu de forma decisiva.

Qual o papel da geração atual? O desafio nosso é fazermos por Maringá, pelo Norte do Paraná, o que os desbravadores fizeram. Transformaram um espaço de difícil acesso numa potência, uma referência nacional. Agora a questão é o compromisso social. O agronegócio está comprometido com essa realidade, tem investido nessa visão da sustentabilidade. Cabe à minha geração dar continuidade a este processo. GAZETA DO POVO

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Mercado adia recuperação da avicultura Após ano crítico, a queda nas exportações registrada no primeiro trimestre e as cotações em baixa redobram desafio do setor Igor Castanho ::A avicultura está levando mais tempo que o previsto para voltar à linha de crescimento. Após um 2012 crítico, com alta nos custos e queda nos preços, o setor começou a se recuperar no final do ano passado. Mas, nos primeiros meses deste ano, o mercado perdeu fôlego. O preço médio pago pela carne vem caindo, acompanhado de uma redução no volume de exportações. O cenário invoca as lições aprendidas com a última crise e põe o setor em estado de alerta. O excesso de carne no mercado foi o grande vilão do mercado no ano

Crescimento na produção de grãos reduz custos da cadeia de carnes e estimula aumento na oferta de frangos.

passado. Com ampla oferta, a cadeia produtiva teve de suportar a alta nos custos da ração. Somente após o mês de agosto, com ajustes na produção, o mercado voltou a se equilibrar. No balanço de 2012, o valor das exportações de carne de frango in natura caiu 4,7% em relação a 2011 (de US$ 7 bilhões para US$ 6,7 bi), mas houve alta de 10,4% no valor dos embarques de produtos industrializados (US$ 433 milhões para US$ 478 mi), conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O movimento, que indicava uma retomada, mudou de direção. No primeiro trimestre desse ano, as exportações totais recuaram 7,9% em volume na comparação com 2012. E apesar do valor dos embarques ter subido 2,6% no período, a remuneração vem caindo. “As exportações não estão tão boas. O Japão, que é um importante importador, está em recessão e isso reflete no resultado do setor”, afirma Fernando Iglesias,

analista da Safras & Mercado. No Paraná, o preço médio de R$ 2,46 pelo quilo do frango vivo consolidado em dezembro animou a avicultura. Porém, as baixas chegaram a 20%. O recuo médio de março é de 5%, considerando as cotações da virada do ano. Segundo Heloísa Xavier, analista de mercado da Jox Assessoria, parte dessa queda é explicada pelo excesso de oferta. “Há fragilidade nos preços e o mercado ainda não encontrou um ponto de equilíbrio.” No curto prazo, Iglesias avalia que os preços devem continuar caindo, com possibilidade de recuperação no segundo semestre, mas não nos mesmos níveis do fim de 2012. Apesar disso, ele destaca que, se a oferta continuar crescendo, há risco mais sério no longo prazo. “Se a safra nos Estados Unidos e no Brasil for boa, com disponibilidade de grãos a custo baixo, pode haver um estímulo a aumentar a produção, o que pode ser um erro”, aponta.

Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Indústria de carne ainda não recuperou ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, afirmam os especialistas.

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AGRONegócio Maio de 2013

Henry Milleo/ Gazeta do Povo

[vendas contidas



[faturamento

Cinco maiores cooperativas agropecuárias arrecadam mais que o dobro do orçamento das cinco prefeituras mais ricas no PR

Fabio Dias/Gazeta Maringá

Cooperativas desbancam prefeituras 17%

de aumento no faturamento em 2012 foram registrados pela Cocamar, que está completando 50 anos. Dos R$ 2,3 bilhões arrecadados, 28% vieram do varejo, com ampliação e sofisticação dos produtos disponíveis nos supermercados.

Luana gomes :: Coração do agronegócio no Paraná, o cooperativismo mostra sua força também fora do campo. Crescendo a taxas chinesas, o sistema forma empresas multibilionárias cujo faturamento supera não apenas a arrecadação dos municípios em que estão instaladas, mas também o orçamento da própria capital do estado. Em 2012, ano de quebra de safra e crise na pecuária, a receita bruta das cooperativas agropecuárias do Paraná deu um salto de 19% e alcançou a R$ 38,5 bilhões. Para 2013, considerando avanço similar, pode chegar a R$ 45 bilhões. Juntas, as cinco maiores cooperativas faturaram US$ 17,2 bilhões no ano passado, mais do que o dobro da receita das cinco prefeituras que detêm os maiores orçamentos do estado. Sediada em um município de 87 mil habitantes, a Coamo ostenta faturamento 35 vezes superior ao da prefeitura de Campo Mourão. No ano passado, arrecadou R$ 7,15 bilhões – 40% mais do que a prefeitura de Curitiba. Para fazer frente à maior cooperativa da América Latina, seria preciso somar ao orçamento da capital a receita de Londrina, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Quase sete vezes mais potente que a prefeitura de Palotina, a C.Vale, a segunda do ranking bilionário, tem arrecadação que encobre o saldo das prefeituras de Londrina, Maringá, Araucária e Cascavel. O segredo do sucesso começa no campo, mas vai muito além da porteira. Passa pelas linhas de produção das agroindústrias e acaba na mesa do consumidor. “Querendo ou não, tudo vai desembocar no varejo. É um ramo de 10 GAZETA DO POVO

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Industrialização amplia área geográfica de atuação do cooperativismo.

lídERES Em RENdA veja comparação entre as cinco cooperativas que mais faturam e as cinco prefeituras com maior orçamento no paraná: Orçamento 2012

Faturamento 2012

Curitiba Londrina Maringá Araucária Cascavel Total

Coamo R$7,15 C.Vale R$3,26 Cocamar R$2,36 Lar R$2,29 Agrária R$2,10 Total R$17,16

R$5,11 R$1,10 R$0,77 R$0,73 R$0,62 R$8,34

em bilhões de reais Fonte: Prefeituras e cooperativas.

atuação que não estava, originalmente, no nosso DNA, mas que tem sido fundamental”, pontua Robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). “No varejo, diferente das outras áreas em que atuamos, não há limitação geográfica. E tem outra virtude muito

“O varejo tem sido fundamental para apoiar o crescimento sustentável do cooperativismo. É um nicho de mercado que as nossas cooperativas estão aprendendo a explorar muito bem.” robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Ocepar.

grande, que é a constância na comercialização”, diz o superintendente da área de Negócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo. “Nas commodities, a margem bruta às vezes é até superior, mas o faturamento com a venda de grãos fica sujeito à sazonalidade da produção agrícola, o que não ocorre no varejo”, reforça Mafioletti.


expedição milho brasil

Safrinha ameaça agravar a pressão sobre os preços Luana Gomes A colheita da maior safra de milho da história brasileira em 2012/13 (com saldo estimado em 77 milhões de toneladas) amplia as sobras no mercado interno. Com o consumo doméstico estabilizado em 52 milhões de toneladas, as exportações serão a principal válvula de escape da pressão sobre os preços, que deve se agravar a partir de agosto. Os embarques, no entanto, estão perdendo ritmo em pleno escoamento da safra de verão. E, quanto maior a colheita de inverno, mais difícil será equilibrar oferta e demanda nesta temporada. “Não há outra alternativa. Vamos ter boa produção interna e há necessidade de exportação para enxugar o excedente. Mas embarcar 15 milhões de toneladas, só com muito PEP [Prêmio de Escoamento da Produção]”, crava o analista da FCStone Étore Boroni. O setor teve maior espaço no mercado internacional no último ano devido à quebra registrada nos EUA, mas não pode contar com nova catástrofe climática. “Se colherem uma safra normal, entre 330 milhões e 350 milhões de toneladas, os EUA conseguem dobrar seus estoques, e isso vai derrubar os preços no segundo semestre”, sentencia Boroni.

Sondagem Os desafios e oportunidades do mercado de milho estão sendo discutidos pela Expedição Milho Brasil 2013. Idealizado pelo Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo em parceria com a consultoria INTL FCStone e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o projeto conta com o apoio do Sicredi, Montana e Perfipar. Técnicos e jornalistas pecorreram cinco estados e o resultado da sondagem pode ser acompa-

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

nhado em www.agrogp.com.br.

Equipe avalia lavouras com viagens às regiões produtoras.




Christian Rizzi/Gazeta do Povo

[lavoura e pecuária

Década de testes aprova integração Lavouras de até 4 mil quilos por hectare de soja e 8 mil quilos por hectare de milho, pastagens com até quatro bois de corte por hectare, além de laranja, café e mandioca. São números, rendimentos e diversidade de dar inveja, resultado de experiências bem-sucedidas no Arenito Cauiá, no Noroeste do Paraná. Região de solo arenoso, a última fronteira agrícola do estado atesta seu potencial na produção agrícola

O agropecuarista Gérson Magnoni Bortoli com seu neto Gabriel, de 3 anos: pecuária bem casada com agricultura fez do produtor o campeão de produtividade na soja em pleno Arenito Caiuá, com rendimento monitorado de 4,47 mil quilos por hectare.


Hugo Harada/Gazeta do Povo

AbRANGÊNCIA Área integrada está crescendo, mas tem tamanho desconhecido Pelo menos 1 milhão de hectares de pastagens da região do Arenito Caiuá podem ser renovadas com o cultivo de grãos, que deixa o solo mais fértil para as gramíneas que alimentam o gado. Essa área é imensamente maior que a usada atualmente na produção integrada. Os projetos consolidados pela cooperativa Cocamar somam 13 mil hectares (5 mil de lavouras e o restante de pastagem e florestas) e estão em expansão. Os órgãos do governo não arriscam projeções para as áreas que alternam pecuária e agricultura. (JR) Plantio de grãos sobre pastagem rende aos criadores de gado até três “safras” ao ano.

José RoCheR :: O Arenito Caiuá não tem mais dúvida. Depois de uma década de experimentos, o cultivo integrado de pastagens, grãos e florestas tem aval de técnicos e produtores. Os resultados de áreas que renderam mais de 4 mil quilos de soja por hectare nesta safra prometem estimular a adoção do sistema. A renda com a produção de grãos representa um bônus para quem faz o rodízio com a intenção de renovar o pasto – as áreas degradadas ainda representam dois terços das pastagens. A marca atingida pelo produtor Gérson Magnoni Bortoli – 4,47 mil quilos por hectare – vem sendo considerada a prova definitiva da viabilidade da integração. Ele venceu concurso de produtividade na microrregião de Umuarama com marca superior à do grupo que concorria no entorno de Maringá, onde há solos mais argilosos e naturalmente mais férteis. “Na área de 6 hectares que inscrevi no concurso da Cocamar não faltou chuva, o que ajudou”, relata. A média dos 365 hectares dedicados à oleaginosa ficou em 3,2 mil quilos por hectare, duas sacas a mais do que a média esta-

TERRA DO PASTO O Arenito Caiuá abrange 107 municípios e tem 76% de sua área com pastagens, 16% com lavouras, 6% com florestas e 6% com outros usos.

3,2 milhões de hectares de solo arenoso. As pastagens cobrem 2,3 milhões de hectares, mas dois terços são áreas degradadas.

Abrangência: 107 municípios

Curitiba Fonte: Seab. Infografia: Gazeta do Povo.

dual. Agora, 55% dessa área estão virando pastagem e 45% são dedicados ao milho. O agropecuarista engorda 300 bois ao ano. As lavouras do sistema de integração que enfrentaram seca renderam até o dobro das áreas dedicadas apenas ao cultivo de grãos, relata o agropecuarista Cesar Formighieri, referência na adoção do sistema. Ele registrou médias de 2,47 mil e 2,6 mil kg/ha em

200 km

lavouras de Douradina e Maria Helena, respectivamente. O Noroeste cultivou 190 mil hectares de soja na temporada 2012/13 e alcançou 2,8 mil quilos por hectare em média, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). A área cresceu 4% e a produtividade foi 50% maior, na comparação com 2011/12, quando as zonas com estiagem não foram exceção, mas sim a regra. GAZETA DO POVO

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Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Demanda urbana

Lavouras cercam regiões urbanas e exigem qualificação dos trabalhadores.

Sistema tem receita diferente para cada fazenda :: A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que renova o Noroeste do Paraná, vai além da alternância de culturas e exige avaliação de cada propriedade, explica o agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, da cooperativa Cocamar. Experiências como a do produtor Cesar Formighieri – que cultiva grãos dois anos seguidos depois de dedicar igual período à pecuária– são indicadas para parte das fazendas. O produtor Gérson Bortoli Magnoni faz alternância assimétrica, mas diz que o sistema é mais simples do que parece. Na fazenda Flamboyant, no verão, cultiva 375 hectares de soja e 60 de pasto. No inverno, a área da oleaginosa recebe milho (160 hectares) e pastagem (215 hectares). No meio do milho, é semeada braquiária, que cresce após a colheita do cereal. Os 60 hec-

tares de pastagem do verão, dependendo de seu rendimento, continuam com gramíneas no inverno, mas entram na escala da soja no ano seguinte sempre que perdem rendimento. A integração com f lorestas em áreas menos adequadas para lavouras e pastos permite autossuficiência de combustível para secagem de grãos, nos sistemas de integração mais avançados. Nada impede que o eucalipto seja vendido para a indústria de madeira. (JR)

R$ 2,3 mil por hectare é a renda bruta da soja no Arenito Caiuá em áreas que atingiram a média de 2,8 mil quilos por hectare. O desembolso necessário foi de R$ 1,2 mil/ha.

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Hugo Harada/Gazeta do Povo

Da lavoura, sai alimento para o gado...

e da madeira, combustível para secar grãos.

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A integração da pecuária com lavouras e florestas melhora a distribuição de renda nas cidades, avaliam os técnicos da região de Umuarama. A escassez de mão de obra para trabalhar na produção de mandioca, de café e para pilotar máquinas da agricultura de precisão, por exemplo, é indício de que os resultados do sistema chegam à zona urbana, aponta o secretário municipal de Agricultura, Antonio Carlos Fávaro. O município tem registrado abertura de até 400 vagas ao mês, quarto maior índice do estado, atrás apenas das marcas de Curitiba, Maringá e Cascavel. O aumento da demanda por trabalhadores especificamente nas áreas de intregração lavourapecuária-floresta (ILPF) não vem sendo monitorado. A mandioca e a soja estão se expandindo em áreas de pastagens, mas nem todas as fazendas adotam as orientações que configuram a ILPF.

Resistência ao custo Apesar da série de vantagens da produção integrada de gado e grãos, a adoção do sistema evolui lentamente. “O pecuarista não questiona tecnicamente o sistema. Resiste porque a mudança exige um investimento alto”, afirma o agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, que coordena o programa de integração na cooperativa Cocamar. Em muitos casos, partir de áreas degradas para a produção de grãos é como começar do zero. É necessário avaliar o solo, corrigir, adubar, comprar máquinas, contratar mão de obra. Quando vêm de anos de crise na pecuária, os pecuaristas não têm recursos para bancar esse processo. Por outro lado, podem acessar linhas de crédito como a do programa Agricultura Baixo Carbono (ABC), com juros de 5% ao ano. O ABC tem meta de recuperar 15 mil hectares de pasto degradado e financiar 4 milhões de hectares de intregração lavoura-pecuária-floresta.


Reviravolta

Seca interrompeu plano de expansão Giovani Ferreira e José Rocher No início da década passada, a notícia de que a soja havia se tornardo viável no Arenito Caiuá levou incontáveis investidores à região. Muitos arrendaram e outros compraram terras, que na época custavam menos da metade dos preços atuais. Porém, a quebra de 2004/05 forçou o setor a recuar. “As dívidas impediram que a integração da pecuária com a lavoura se expandisse”, afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Umuarama, Antonio Carlos Fávaro. Em sua avaliação, nesta década

Modelo se renova no Sul e no Centro-Oeste :: As experiências que introduzem lavoura em áreas da pecuária e aproveitam espaço para o cultivo de floresta criaram precedente. Novos sistemas de integração estão sendo desenvolvidos no Centro-Oeste e aperfeiçoados no Sul do país. O esforço resulta em modelos capazes de tornar mais rentáveis fazendas de grãos que já são tecnicamente viáveis. Enquanto o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) testa o desempenho de novas variedades de gramíneas e tenta chegar a diretrizes aplicáveis a um grande número de propriedades no estado, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) concentra-se em estados como Mato Grosso e Goiás. O desafio é mostrar ao setor produtivo que os resultados da integração não se limitam às áreas de pastagens degradadas, defende o diretor-geral da Embrapa Agros­ silvipastoril, João Flávio Veloso. Essa unidade da Embrapa, espe-

os preços internacionais das commodities dão novo impulso às iniciativas, que agora incluem o cultivo de florestas. “A pecuária precisa melhorar em termos de eficiência produtiva e a integração é o melhor caminho para isso”, aponta. A microrregião de Umuarama concentra um terço das experiências consolidadas de integração lavourapecuária-floresta (ILPF) do Noroeste. Ainda assim, as pastagens com menos de dois bovinos por hectare são comuns. Na ILPF, essa concentração é dobrada. Os preços das terras na região de Umuarama dobraram na última década. Segundo a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, estão em R$ 12

cializada em sistemas integrados, funciona em Sinop, no Médio-Norte de Mato Grosso. Entrou em atividade no último ano e assume a missão de tornar a integração um passo tão importante quando o dado pelas pesquisas que viabilizaram o cultivo de soja no Cerrado, quatro décadas atrás. Por enquanto, experiências consolidadas como a do produtor Mário Wolf, em Nova Canaã do Norte, quase na divisa de Mato Grosso com o Pará, servem de laboratório para os pesquisadores. Na mesma fazenda em que cultiva 1,4 mil hectares de soja, ele cria gado e tem uma fábrica de ração animal. Com produtividade acima 3,5 mil quilos por hectare, faz questão de manter proximidade com os técnicos, para garantir intervenção imediata em áreas de pasto que apresentam queda repentina na produtividade. “As primeiras áreas de pastagens são de 1983. Temos que providenciar renovação em áreas que perdem rendimento ou apresentam problemas como ‘morte súbita’ das gramíneas.” Em sua avaliação, o aperfeiçoamento do sistema de integração será constante. (JR)

mil (áreas mecanizadas) e R$ 10 (mecanizável) por hectare. Ainda assim, no caso das áreas prontas para a produção de grãos, correspondem à metade dos valores praticados em polos agrícolas como o de Cascavel, Guarapuava ou Ponta Grossa. A criação extensiva de gado de corte perpetua problemas da década de 70, limitando a produção pecuária e impedido avanço na produção de grãos no Arenito Caiuá, onde concentrase a maior parte das terras agrícolas subaproveitadas do Paraná. A falta de atenção e de investimentos em manejo e tecnologia empobrecem o solo e a agricultura. A integração, que nos anos 90 prometia estancar o êxodo rural e reduzir a pobreza, ainda não foi bem aproveitada.

Hugo Harada/Gazeta do Povo

Mário Wolf: proximidade com a pesquisa para intervenção imediata em pastagens.

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Preços dão vez ao etanol

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

[agroenergia

Produção brasileira de cana-de-açúcar retoma ciclo de expansão e ultrapassa, pela primeira vez, a marca de 600 milhões de toneladas. Indústria deve privilegiar produção de combustível

Luana Gomes :: Depois de registrar, em 2011, o primeiro recuo em uma década, a produção brasileira de cana-de-açúcar voltou a crescer no último ano e vai ultrapassar pela primeira vez a marca de 600 milhões de toneladas na temporada 2013/14. Segundo a Datagro, consultoria especializada no mercado sucroenergético, a indústria terá à disposição neste ano 635 milhões de toneladas de cana, com incremento de cerca de 45 milhões de toneladas sobre 2012. Para dar conta da produção extra, usinas do Centro-Sul, que costumam abrir os trabalhos apenas em abril, iniciaram as atividades com pelo menos um mês de antecedência. A largada da temporada 2013/14 foi dada em fevereiro pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, em Jussara (Noroeste). Focada na fabricação de etanol para o mercado interno, a destilaria aumentou em 30% a área de plantio e pretende ampliar em quase 60% a produção. “A chuva atrapalhou no começo, mas agora o ATR [quantidade de açúcar na matéria-prima] começou a melhorar e as perspectivas para a temporada são boas”, conta o gerente de produção da unidade, João Teodorinho Luiz Coelho. A meta é ampliar em 800 mil toneladas o processamento neste ano, para 2,2 milhões de toneladas, e chegar a 2,8 milhões de toneladas moídas em 2014. No início da moagem, quando a cana ainda tem baixo teor de sacarose pela umidade, é comum as empresas optarem pelo etanol. Neste ano, contudo, o combustível deve ter preferência por mais tempo. Entre 50% e 55% da

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produção nacional de cana devem ter essa destinação, estima o setor. Com maior produção de açúcar em importadores como Índia, Austrália, Rússia e União Europeia, os preços do alimento estão em baixa. “Há dois anos a cotação na Bolsa de Nova York estava acima de US$ 0,30 por libra-peso. Hoje não chega a US$ 0,18”, compara o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias. Dois terços da produção brasileira de açúcar são destinados à exportação. “Já etanol, que até o ano passado era o patinho feio do setor, agora é mais rentável”, afirma o dirigente. O pacote de incentivos anunciado pelo governo federal no final do mês passado (leia na próxima página), cotações cerca de 8% superiores às do açúcar e um reaquecimento do consumo doméstico incentivam a produção do combustível. Se esse cenário se confirmar, a produção de açúcar terá crescimento de apenas 3%, bem aquém do salto previsto para a produção de etanol, que deve aumentar 10% no Brasil em 2013.

39,2 milhões de toneladas de açúcar estão sendo produzidas no Brasil, 3% a mais do que no ciclo anterior. Com avanço de 10%, o etanol deve atingir 25,7 bilhões de litros, estima a Datagro.

Moagem começou um mês mais cedo que o normal neste ano.


:: Depois de enfrentar complicações climáticas com lavouras envelhecidas nos últimos dois anos, o setor sucroenergético vem se reestruturando e tomando o fôlego. Em 2011/12, a produção do Centro-Sul caiu abaixo das 500 milhões de toneladas, recuando dois anos na linha de crescimento. Investimentos industriais que foram suspensos na época começam a ser revistos e devem ocorrer paralelamente à renovação dos canaviais. Sem conseguir renovar 20% das plantações ao ano, a indústria brasileira chegou a trabalhar com 20% de sua capacidade produtiva ociosa. O replantio ganhou força no último ciclo, mas ainda estaria abaixo do ideal. “Vínhamos com taxas de zero a 8%. No último ano, o índice foi de 20,5%”, relata o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias. No Paraná, as lavouras envelhecidas, que em 2011 eram 300 mil hectares (40% das plantações de cana paranaenses), hoje somam 60 mil hectares, segundo a Alcopar. “Estamos tirando o atraso”, declara. Nas projeções da temporada atual, a Alcopar adota postura cautelosa e trabalha com os números do ano passado: moagem de 39,7 milhões de toneladas de cana e produção de 3,1 milhões toneladas de açúcar e de1,3 bilhão de litros de etanol. (LG)

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Superação começa no campo

Para a Alcopar, “mecanização forçada” reduziu a longevidade dos canaviais no Paraná.

R$ 168 milhões nas estradas

Estímulo O governo federal lançou medidas para estimular o setor sucroenergético:

:: As estradas rurais do Norte e Noroeste do Paraná serão reformadas com a ajuda do setor privado. Usinas dessas regiões decidiram se unir ao governo estadual para melhorar o fluxo da cana do campo até as indústrias. O governo entrará com R$ 104 milhões e as usinas com outros R$ 64 milhões. O setor produtivo irá elaborar os projetos e ajudar o governo no custeio das obras. As prefeituras ficarão responsáveis pela manutenção das vias. Até o final de 2014, o programa prevê a recuperação de 1,5 mil quilômetros de estradas e a construção de 151 pontes e de 49 trincheiras. Na primeira etapa do projeto, devem ser atendidas 25 usinas. Nos próximos dois anos, 73 municípios do Noroeste e Norte Pioneiro devem ser beneficiados. (LG)

Anidro O porcentual de etanol misturado à gasolina, reduzido a 20% em 2011, passou novamente para 25% no início de mês e promete aquecer a demanda pelo combustível.

Impostos Sem a cobrança de PIS/Cofins, que oneravam o etanol em R$ 0,12/ litro, o governo abre mão de arrecadar R$ 970 milhões em 2013. O setor passa a contar R$ 2 bilhões para investimentos e R$ 4 bilhões para plantio e replantio.

LOGÍSTICA CANAVIEIRA Programa Caminhos do Desenvolvimento – Sucroalcooleiro vai melhorar a infraestrutura nas estradas rurais entre as áreas de plantio da cana-de-açúcar e as unidades de processamento. Municípios beneficiados Usinas

Produção e açúcar e etanol

Destilarias

Produção de etanol

Santa Terezinha Terra Rica Copagra Nova

Londrina

Santo Inácio Alto Alegre Colorado

Porecatu Central do Paraná

Alto Alegre Santa Terezinha Paranacity

Cidade São Carlos do Ivaí Gaúcha

Alto Alegre Florestópolis

Astorga

Sabarálcool Perobal

Goioerê

Moreira Sales

Usiban Americana Cornélio

Nova Produtiva Maringá

Corol Coopcana Rolândia Terezinha Santa Terezinha Terezinha Santa Terezinha Rondon São Tomé IvatéSantaSanta RenukaMarialva Vale do Ivaí Santa Terezinha Cooperval Jandaia do Sul Melhoramentos Umuarama Jussara Santa Terezinha Tapejara Costa Renuka do Ivaí SãoVale Pedro do Ivaí

Bandeirantes

Cambará

Casquel Jacarezinho Dacalda Jacarezinho

Procópio

Londrina

PARANÁ

Clarion Ibaiti

Fonte: Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística e Alcopar. Infografia: Gazeta do Povo.

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Antonio Costa/Gazeta do Povo

[portos

Exportação com fôlego nordestino Portos do Arco Norte devem

Depois de quase uma década , Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto do Itaqui, começa a sair do papel. Jonathan Campos/Gazeta do Povo

escoar parte da produção do Centro-Norte e podem

Porto Velho (RO) movi­ menta 4,5 milhões de toneladas ao ano. Ampli­ ação promete duplicar o fluxo.

desafogar, mas não substituir Paranaguá e Santos

Carlos Guimarães Filho :: Durante mais de uma década, o setor portuário brasileiro não realizou os investimentos em modernização para acompanhar o ritmo frenético de crescimento da produção de grãos no país. Os resultados desta inércia são as extensas filas de caminhões, os engarrafamentos de navios e a baixa capacidade de exportação da maioria dos terminais públicos do Centro-Sul. Apesar dos pacotes emergenciais do governo para combater os gargalos logísticos, são os terminais do Arco Norte – portos desde Porto Velho (RO) até São Luís (MA) – que devem fazer a diferença nas próximas safras. “A tendência é que a safra do CentroNorte saia por lá mesmo e desafogue as exportações do Centro-Sul”, ressalta o consultor Luiz Antonio Fayet. Para Nilson Hanke, assessor da Federação da

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Agricultura do Paraná (Faep), “é inevitável que ocorra desenvolvimento em várias regiões. Mas longe de pensar que [os portos do Arco Norte] vão substituir Paranaguá e Santos. Sempre terão espaço por vários fatores, como localização geográfica, que permite ao caminhoneiro voltar cheio”. De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os seis terminais da região irão atingir a capacidade operacional de 50 milhões de toneladas até 2020. Atualmente, apenas três unidades – Itacoatiara, no Amazonas, Santarém, no Pará, e Itaqui, no Maranhão – estão em atividade, operando 10,8 milhões de toneladas. Com o início das atividades dos terminais de Outeiro e Terfron, em Belém, e Santana, no Amapá, ainda este ano, a capacidade para safra 2014/15 deve

chegar aos 23 milhões de toneladas. No mês passado, o governo federal instituiu uma série de medidas na tentativa de melhorar o desempenho dos terminais. A Secretaria Especial de Portos (SEP) determinou que os serviços federais instalados em oito portos, como Anvisa, Vigilância Sanitária, Polícia Federal e Ministério da Agricultura, entre outros, operem 24 horas durante os sete dias da semana. Antes, esses órgãos funcionavam apenas em horário comercial. A lista inclui Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Paranaguá (PR), Suape (PE), Rio Grande (RS), Itajaí (SC) e Fortaleza (CE). A medida já está valendo desde o final de abril para os três primeiros e desde o último dia 3 para os demais. “O setor portuário deve ficar 5% mais ágil”, enfatiza Fayet.


Antonio Costa/Gazeta do Povo

[gado

Pecuária resiste ao cenário adverso Atividade registrou aumento da produtividade, mesmo com o avanço das lavouras de soja e milho sobre o pasto e o embargo internacional após a notificação de vaca louca CaRLos guimaRães FiLho e maRCos siLva, espeCiaL paRa a gazeta do povo :: A pecuária bovina está longe de atingir o status de excelência no Paraná. Nos últimos anos, a atividade enfrenta o avanço das lavouras sobre o pasto, os embargos de diversos países em virtude da vaca louca – um animal com o príon da doença foi identificado no estado no ano passado – e as incertezas relacionadas à demanda internacional. Mesmo diante de tantos obstáculos, o setor tem dado sinais de melhora. Nos última década, mesmo com a redução no número de animais (-5,7%) e da área destinada ao pasto (-18%), a

atividade registrou aumento de 15% na produtividade. Em 2002, a média era de 1,59 animal por hectare. No ano passado, saltou para 1,83. Atualmente, o rebanho estadual soma 9,46 milhões de cabeças espalhadas em 5,15 milhões de hectares. “Os pecuaristas estão conseguindo produzir mais em áreas menores. Sinal de que o setor está se profissionalizando”, afirma Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne). “A produção em outros estados é superior em volume, mas o Paraná quer ser reconhecido pela excelência na produção, conquistando mercados mais exigentes”, com-

plementa Fábio Mezzadri, veterinário da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Outra preocupação é a retomada das exportações de carne bovina. No ano passado, o estado exportou apenas 18,4 mil toneladas. Desde o fechamento da JBS Friboi de Maringá, no final de 2011, os embarques despencaram, chegando a zero em outubro daquele ano. “Se tiver boi, a planta se estabelece. Por isso precisamos aumentar o nosso rebanho de corte para 12 milhões de cabeças”, explica o presidente do Sindicarne. Segundo o zootecnista Luiz Fernando Brondani, há um déficit de 500 mil bezerros ao ano. Antonio More/Gazeta do Povo

13 leilões e 13 julgamentos integram a programação da Expoingá 2013. A venda de animais com genética de ponta é responsável pela maior parte da comercialização da feira, que, entre os setores indústria, comércio e pecuária, deve somar R$ 260 milhões. Para este ano, estão programados leilões das raças bovinas Nelore, Angus, Holandesa, Girolanda, Brahman, Touros Nelore PO.

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[transporte

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Maringá no centro da logística

Centro de Armazenagem e Distribuição (CAD) do Grupo Unifrango em Apucarana: capacidade para 8,4 mil toneladas na primeira fase.

Investimentos privados ampliam infraestrutura da região e podem ser capilarizados com projetos governamentais. País ainda tem somente metade da malha ferroviária considerada ideal

Igor Castanho :: Num ano em que a safra recorde de grãos testa os limites da infraestrutura brasileira, a região de Maringá confirma investimentos e entra num ciclo de expansão logística. A localização privilegiada e o fato de a cidade ser cortada por ferrovias e rodovias atrai o setor privado, enquanto o governo direciona recursos específicos para ampliar o potencial do Norte. “A situação da região não é ideal, mas é confortável em relação a outros estados”, sintetiza Domingos Martins, presidente do Grupo Unifrango. O entrave, diz, fica no custo do pedágio e das dificuldades no acesso ao modal ferroviário. Apostando na demanda crescente das ferrovias, a Seara, de Sertanópolis (Norte), está construindo um terminal de transbordo em Maringá com capacidade de carregar até 120 vagões de trem em 5 horas. O investimento é de R$ 55 milhões. “A ideia é utilizar o caminhão para os trajetos mais curtos e o trem para os mais longos”, explica Victor Goltz, gerente da companhia. A empresa construiu um terminal seme22 GAZETA DO POVO

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lhante em Itiquira (MT) e também investiu em uma estrutura para agilizar o fluxo no Porto de Paranaguá. Para o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, os investimentos marcam uma corrida contra o tempo perdido. “O Brasil deveria ter 52 mil quilômetros de malha, o dobro do que existe hoje”, aponta. Novos investimentos prometem gerar avanços também nas estradas próximas a Maringá. O governo estadual está articulando a duplicação de partes da PR-323 até Guaíra (Oeste). Segundo Rejane Karam diretora Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), a rodovia não será totalmente duplicada, mas o projeto prevê a preparação dos trechos não duplicados para intervenções futuras. As obras devem começar no ano que vem.

Ferrovias A construção de novos ramais ferroviários e a reforma dos atuais começam a sair do papel no Norte do estado. Em Maringá, a ligação até Cianorte

deve entrar em obras neste esse ano. A América Latina Logística (ALL), detentora da concessão, informa que os trabalhos devem começar em junho, com previsão de conclusão em maio de 2014. O fluxo médio de 10 trens/dia. As principais cargas carregadas são de soja, farelo, açúcar e combustível. Rejane Karam, da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), destaca que os avanços marcam a melhor relação entre o governo e a iniciativa privada. Segundo ela, a integração entre os setores será importante no controverso tema da ferrovia Norte-Sul, planejada para ligar os dois extremos do país. No projeto mais recente, o trajeto não passaria pelo Norte do Paraná. As negociações com o governo federal têm avançado pouco. “Há uma dificuldade de interlocução”, sustenta. Para Rodrigo Vilaça, da ANTF, caso as obras estivessem avançadas, as dificuldades de escoamento seriam menores. “Se a Norte-Sul já estivesse pronta até onde ela estava determinada, em Anápolis [Goiás], certamente os problemas logísticos seriam minimizados”, diz. (IC)



Ivan Amorim/Gazeta do Povo

[diversificação

Oportunidade na fruticultura Quem atravessar época de

Osmar Nunes/Gazeta do Povo

INVESTIMENTO

preços reduzidos sem desmontar pomares terá recompensa na

Maior fazenda de laranja no estado, a Urupês fica em Cruzeiro do Oeste e tem 400 mil pés em produção. O prefeito Valter Pereira da Rocha (foto), parceiro no negócio, informou que os proprietários vão investir numa unidade beneficiamento neste ano e numa unidade de esmagamento em 2014.

próxima temporada de altas

UMUaraMa

osmaR nunes, CoRRespondente :: O cultivo de laranja do Noroeste do Paraná – aposta de peso para diversificação da renda – esbarra nos preços limitados, mas está diante da oportunidade de ganhar espaço neste mercado, dominado por São Paulo. A juventude das laranjeiras se tornou uma vantagem estratégica para quem enxerga uma reviravolta no longo prazo. A região é responsável por 72,4% da produção de frutas do Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). E a laranja – que chegou há duas décadas para substituir o algodão – é o carro-chefe do setor. O Noroeste possui 25,5 mil hectares dedicados à fruta, que rendem 770 mil toneladas ao ano (74% da produção estadual). As indústrias Citri Agroindustrial, Louis Dreyfus Commodities (com duas plantas na região) e Integrada recebem de 80 a 85% da safra estadual, que chega a 20 milhões de caixas de 40,8 quilos ao ano, e produzem suco concentrado -- 95% para Estados Unidos e Europa. Apesar da importância da laranja em sua cesta de frutas, o Paraná ainda é responsável por menos de 5% dos pomares da região que abrange São Paulo e o Triângulo Mineiro. Os paulistas estão reduzindo a produção em 15%, de 428 milhões de caixas (2011/12) para 364 milhões (2012/13), com os preços em queda e os ataques de greening, doença sem cura temida nos laranjais. Com pomares mais jovens e um rigoroso controle de pragas, o Noroeste

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Daniel Castellano/Gazeta do Povo

CESTA DE FRUTAS O Noroeste é o pomar do Paraná. Com duas safras ao ano, os parreirais de Marialva são responsáveis por metade da uva que sai de 3,8 mil hectares. A região colhe ainda 83% das 15 mil toneladas de abacaxis e 98% dos 2 milhões de cocos verdes paranaenses. A lista abrange limão (40%) e a melancia (36%). Cruzeiro do Oeste aposta agora no romã, com 40 hectares.

pode aproveitar o clima tropical e o solo arenoso para avançar na atividade, que divide espaço com a pecuária e as lavouras de grãos e mandioca. Para isso, terá de suportar preços praticamente “congelados”. Segundo o produtor e um dos diretores da indústria Citri, Gilberto Pratinha, os R$ 9 por caixa do último ano correspondem à mesma cotação de 2001. Há expectativa de melhora para a próxima colheita, mas poucos arriscam projeções. Dono de viveiro de mudas, Pratinha afirma que há cinco anos o Paraná

erradica mais do que semeia. No ano passado, por exemplo, foram cortados 357 mil pés e plantados 187 mil. Ele prevê uma reação do preço a partir de 2015. “Quem se mantiver na atividade e investir nos pomares vai ganhar dinheiro em poucos anos.” Os produtores precisam se estruturar para não ficarem tão sujeitos ao mercado, aponta o ex-presidente das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) Antonio Comparsi de Mello, que defende a instalação de uma unidade da rede atacadista em Umuarama.


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[expoingá

Pecuária disputa vagas de cursos

Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Manejo de gado de corte tem até fila de espera. Com 41 eventos técnicos, feira deve qualificar mais de mil pessoas

Carlos Guimarães Filho e Marcos Silva, especial para a Gazeta do Povo :: A demanda crescente por mão de obra qualificada fez da bovinocultura a área mais concorrida na programação de cursos e palestras da Expoingá. Os profissionais da pecuária de corte e leite não perderam tempo após a abertura das inscrições e há inclusive fila de espera. O curso de manejo de bovinos de corte teve as 15 vagas preenchidas três semanas antes da abertura do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro ao público. De acordo com a coordenadora dos cursos do Serviço Nacional de Apren_ dizagem Rural (Senar) para Maringá e região, Angélica Pelisson, existe uma demanda crescente por esse tipo de qualificação. “Só não aumentamos o número de turmas por falta de estrutura física e de instrutores”, disse. Ela atribui o interesse à força da bovinocultura na economia regio26 GAZETA DO POVO

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Ainda há vagas nos cursos sobre rendimento do gado de leite.

nal. O curso de manejo de bovinos é requisito para o curso de inseminação artificial, oferecido pelo Hospital Veterinário de Castelo Branco, fator que amplia a disputa por vagas. Além de manejo e inseminação, as discussões abrangem reprodução, ganho de peso, casqueamento, rendimento de leite, avaliação de vacas leiteiras. A pecuária é assunto também de eventos sobre ovinocultura e de integração de pastagens, lavouras e f lorestas. Os cursos da Expoingá são oferecidos por meio da parceria entre Sociedade Rural de Maringá, o Sindicato Rural de Maringá e o Senar. Ao todo, a feira oferece 22 cursos, que somam 350 vagas, e 19 palestras, que reúnem de 30 a 250 pessoas. A maior parte desses eventos ainda tem vagas. Entre os inscritos, os produtores e trabalhadores ocupam 60% das vagas, preenchidas também por estudantes e técnicos.

Serviço Veja a programação completa de cursos em www.expoinga.com.br.

sustentabilidade

Feira quer influir em políticas públicas Na escolha do tema central – Semeando Sustentabilidade –, a Expoingá direcionou o foco dos cursos, palestras e debates. A geração de renda não se contrapõe à preservação ambiental, defende o presidente da Sociedade Rural de Maringá, Wilson de Matos Silva Filho. A feira tenta influir nas políticas públicas. O plano de desenvolvimento do “macronoroeste” será discutido com representantes do governo do estado (dia 14, às 9 horas, Restaurante Central). Haverá ainda encontro sobre as relações do Brasil com EUA e China (dia 15, 18h30, Auditório Luiz A. Penha).



[música

Sertanejo, sem dúvida Enquetes em redes sociais confirmaram preferência por atrações que dão perfil à feira Elise Yoshida, Especial para a Gazeta do Povo :: Leilão de gado, rodeio, exposição de

máquinas agrícolas combinam com botas, chapéu e camisa xadrez. E tudo isso combina com música sertaneja. A escolha das atrações capazes de empolgar o público e lotar o espaço para 14 mil pessoas na plateia, ainda assim, exige cuidado. Depois de enquetes e pesquisas em redes sociais, os organizadores da Expoingá confirmaram o que já previam: as duplas de sertanejo universitário ainda agra-

ENTREVISTA

Nove noites sertanejas

Dupla festeira agora é atração Qual a expectativa de tocar na Expoingá, para um público de conterrâneos? Thaeme: Tocar na Expoingá é uma grande honra. Estamos muito contentes, o público do Paraná sempre nos acolheu e nos apoiou. Divulgação

Vocês já conheciam ou frequentavam a Expoingá antes de serem uma das atrações?

:: Thaeme e Thiago (foto) são naturais do Paraná, ela de Jaguapitã e ele de Maringá. Eles se conheceram em uma cantoria informal entre amigos e a sintonia deu origem à dupla, que está na estrada há pouco mais de dois anos. Antigos frequentadores da Expoingá, hoje percorrem o Brasil com a turnê do terceiro álbum – Perto de Mim. Já passaram por Guarujá (SP), Limeira (SP), São Bernardo do Campo (SP), Poços de Caldas (MG), Bom Despacho (MG), Apucarana (PR) e Criciúma (SC). Na Expoingá, têm um reencontro com o público.

dam a maioria. E vão comandar a festa em sete das nove noites de shows. A agenda de shows começou a ser preparada quatro meses antes da feira. Depois da negociação dos contratos com os artistas, os nomes foram confirmados. O perfil de Maringá e da própria feira deram peso maior ao sertanejo, informam os organizadores. Aos que preferem outros estilos, foi reservado o show do Roupa Nova.

Thiago: Claro, a gente já frequentou muito a Expoingá. O ano passado já foi uma realização tocar na Barraca Universitária, estava lotado. Acreditamos que este ano será melhor ainda.

Vocês vão aproveitar a passagem pela região para fazer visitas? Thaeme: Nós fazemos uma média de 18 shows ao mês. Normalmente viajamos de quinta a domingo para fazer os nossos shows e de segunda a quarta temos compromissos profissionais e pessoais. Ficar longe da família é uma consequência. Sim, se tivermos uma folguinha na agenda vamos aproveitar para visitar amigos e familiares.

Programação só não tem show quinta-feira (16) e no domingo do encerramento: 09/05 (quinta-feira): Gusttavo Lima | Maria Cecília & Rodolfo 10/05 (sexta-feira): Munhoz & Mariano | Jaime Jr. 11/05 (sábado): Humberto & Ronaldo | Israel Novaes 12/05 (domingo): Jorge & Mateus 13/05 (segunda-feira): Rionegro & Solimões 14/05 (terça-feira): Padre Robson 15/05 (quarta-feira): Roupa Nova 17/05 (sexta-feira): Fernando & Sorocaba 18/05 (sábado): Thaeme & Thiago | Rodeio Ingresso: A entrada na Expoingá custa R$ 6 e R$ 3 (meia entrada). Os shows, cobrados separadamente, saem por R$ 40 e R$ 20 (meia), com exceção dos shows de Jorge & Mateus (R$ 50 e R$ 25); Padre Robson (um agasalho ou produto de higiene); e Rionegro & Solimões (1 quilo de alimento).


Universitários têm feira à parte As opções de entretenimento direcionadas aos jovens criam uma feira à parte na Expoingá. Shows, rodeios e espaços especiais, como a Barraca Universitária, tentam agradar aos estudantes ou universitários, responsáveis por metade das 500 mil visitações. Na edição de 2012, 65% dos ingressos vendidos foram de meia-entrada. A estudante de zootecnia Pamela Roberta de Souza, 22, conta que, além de ir à Expoingá para visitar a

exposição de animais, por ser algo ligado à sua área de estudo, busca entretenimento. “Gosto bastante dos rodeios. São animados! Os shows e a Barraca também motivam a visita.” Diversão parece ser o motivo para a reunião de jovens de diferentes turmas, como Renan Sanches, G ustavo Ramari, Guilherme Silveira, Jhonny de Oliveira e Harrison Zequine, que têm entre 21 e 25 anos e cursam educação física, zootecnia, administração e engenharia ambiental. “Gente bonita”, “movimentação” e “shows” são os atrativos mais citados por eles para o encontro do grupo na feira. (EY)

Lazer sem fome

Restaurante-bar fisga novo público

Festa noturna Barraca vira danceteria

Divulgação

Shows de sertanejo, samba e •pagode levam 30 mil pessoas ao ano à Barraca Universitária (foto), que terá nove noites de festa nesta Expoingá. O espaço coberto tem 1,7 mil m², dentro do Parque Francisco Feio Ribeiro. Ao todo, 150 artistas já se apresentaram no barracão, muitos deles antes de ficarem famosos, como Michel Teló e Luan Santana. (EY)

Divulgação

Metade das mais de 500 mil visitações é de jovens, mostra venda de meiasentradas.

A Expoingá abriu caminho para a instalação, em Maringá, de um Taj Bar, como os de Curitiba, Foz do Iguaçu e Balneário Camboriú (SC). A empresa montou um restaurante-bar dentro da feira no ano passado, frequentado por 8 mil pessoas. Agora com ponto fixo na cidade, o Taj continua na exposição agropecuária. Segundo Valter Gulino, sócioproprietário da casa, o espaço é usado também para reuniões da Sociedade Rural de Maringá e para gravações de tevê. Para a estudante de administração Daniele Kreb Sevilheri, 21, o ambiente “é uma das melhores atrações da Expoingá”. Música eletrônica e cardápio renovado são atrações neste ano. A empresa gastou R$ 100 mil para montar o estabelecimento temporário. Mas, no ano passado, faturou o dobro desse valor, numa experiência que não tinha o objetivo de lucro.





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