Projetos Inaugurada no dia 3 de setembro, a República Junto atende 24 usuários em tempo integral. O intuito é proporcionar serviços que ofereçam proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de pessoas entre 18 e 59 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia.
Distribuído em espaços escolares e instituições de ensino desde 2009, o livro O Escudeiro da Luz em: Os Zumbis da Pedra é uma ferramenta importante e pertinente na luta contra as drogas. Por meio de uma linguagem simples aborda assuntos delicados de forma natural, provocando a reflexão dos leitores quanto às formas de abordagem e educação necessárias para a conscientização e prevenção ao uso de drogas.
Criada a partir de uma brincadeira em uma cesta de lixo, a Liga Internacional de Basquete de Rua (LIIBRA) é o maior evento de cultura de rua da América Latina. São dez anos de basquete embalado com o break, os MC’s e o hip hop, que compõem o espírito do torneio. Realizada em diversos estados do Brasil, a atração conecta esporte e música, estimulando a criatividade dos jogadores e explorando suas habilidades físicas.
Com o objetivo promover a integração das comunidades por meio do esporte, a CUFA-RS criou o Torneio Bola Comunitária. O projeto consta em um torneio de futebol entre jovens de 15 a 17 anos, todos moradores de comunidades da região metropolitana. A intenção também é de levar debates e serviços para estes locais, garantindo novas oportunidades para os jovens que as integram e dando visibilidade aos talentos esportivos.
Papo Reto |2| setembro
UMA TECNOLOCIA SOCIAL O Papo Reto é uma tecnologia social desenvolvida pela CUFA para abordar assuntos espinhosos da sociedade, e, principalmente, da juventude, permitindo que crianças e adolescentes se relacionarem com os problemas de uma maneira direta, sem vícios sociais. Isso é feito a partir de linguagens lúdicas e culturais. Assim, nós entramos no universo desses jovens de maneira interdisciplinar utilizando conhecimento e a relação empírica que eles tem com os problemas e com os dilemas sociais a favor deles mesmos. JOVEM COMO PARTE DA SOLUÇÃO O conceito Papo Reto compreende que o jovem não é parte do problema nem vítima do mesmo. Ele é parte da solução e ele se torna multiplicador do processo de solução. Nós entendemos que eles tem essa função. A partir do momento em que uma criança se relaciona com os problemas de uma forma mais simples,mais tranquila e em uma estética de solucioná-lo, ela pode inclusive ajudar os adultos. Por exemplo, um dos objetivos do projeto nos últimos dois anos foi trabalhar a questão da drogadição vendo o usuário de droga na condição de um doente, não na condição de um criminalizado como a sociedade acredita. Quando nós fazemos a criança compreender esse usuário como um doente, ele passa a demonizar menos o seu pai, o seu irmão, sua mãe e conforme ele vai crescendo com esse conceito, ele vai, inclusive, propondo novas soluções. OS DOIS DESTINOS A CUFA entende que um menino de 10 anos que hoje sofre com o problema da drogadição, por exemplo, no seu ambiente escolar, daqui cinco ou seis anos ela vai ter dois destinos: vai se revoltar com a situação ou vai pegar esse doente químico e vai leva-lo para uma clínica ou para um CAPS. Sendo assim, o Papo Reto entra para que ele escolha sempre a segunda opção.
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O que vem por aí
Opinião p. 7
Galerias p. 8
Coluna do Manoel O crack é uma oportunidade de nós retomarmos a nossa conexão com a geração que está vindo
Palestras Manoel Soares compartilhou experiências e apresentou o trabalho da CUFA em instituições
Palavra da Lisa O resultado dos seminários é a riqueza do conteúdo vindo dos palestrantes e professores
Seminários As palestras que ocorrem no auditório da SMED contam com egressos, um psicólogo e muito mais
Perfil p. 18
Escolas p. 20
Secretaria de Saúde Promover o bem-estar em saúde, de acordo com as diretrizes do SUS é a missão da SMS
Gabriel Obino A instituição que conta com três propostas para os alunos ter mais referencias dentro da escola
Hospital Divina Providência
Martim Aranha Muitos jovens para um oficineiro. Duas turmas dispostas e interessadas no projeto Papo Reto
Desde 1969 prestando assistência hospitalar qualificada, com responsabilidade social
Papo Reto |4| setembro
Editorial Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
A CUFA é algo que faz ecoar o grito do mudo e destapa a visão dos cegos. Por muito tempo, as perfierias queriam falar mas não eram ouvidas e estavam invisíveis aos olhos da sociedade. A CUFA tem um DNA pró-ativo e é impossivel ver a situação em que nos encontramos de alta complexidade e continuar estáticos. Fizemos rufar os tambores e colocamos as pastoras na avenida. Ou seja, juntamos cabeças pensantes das comunidades. Vamos fazer algo para salvar o nosso povo e nesta criação chegamos a isso, ao Papo Reto. Usando de franqueza ao falar para os jovens, sem fragilizá-los, respeitando os pais e dando a real, além de ser um braço direito dos educadores. Em resumo, intersetorialidade real. No nosso segundo ano, temos mais segurança no que estamos fazendo pois o projeto já não é desconhecido. Ao chegarmos nas escolas, os jovens já sabem o que é a CUFA. É imperativo da nossa parte nos fazermos ser ouvidos por todos. Como diz Augusto Cury do seu livro “Cinco códigos da inteligência”, “quando somos abandonados pela sociedade a solidão é suportável, mas quando somos abandonados por nós mesmos a solidão é insuportável”. E é isso que as drogas fazem com essas pessoas: destroem o seu censo crítico do que é bom e do que é ruim, e elas se abandonam. Vem com a CUFA nessa luta. Estamos juntos? A coordenadora participa ativamente dos seminários
Ivanete Pereira
Expediente Manoel Soares/Coordenador da Cufa-RS Ivanete Pereira/Coordenadora Institucional Lisandra Félix/Coordenadora do Papo Reto Dinora Rodrigues/Coordenadora Administrativa Mariana Soares/Coordenadora de Comunicação Danilo Santos/Coordenador de Audiovisual Paulo Daniel Santos/Pres. Conselho Estadual Cufa-RS
Alexandre Bertolazi/Fotografia Airan Albino/Diagramação e Reportagem Eduardo Bertuol/Reportagem, Foto e Revisão Jéssica Mazzola/Reportagem e Foto Igor Grossmann/Reportagem e Foto Bianca Oliveira/Reportagem Carolina Reck/Reportagem
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galeria papo reto Em 2012, as palestras aconteceram em 51 escolas para os alunos da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre alcançando mais de 12.000 jovens. Enquanto as oficinas com foco sócio cultural abrangeram cerca de 3.200 jovens com o objetivo de formação múltipla na prevenção contra as drogas. Em 2013, o projeto quer aumentar em 50% o número de jovens atendidos diretamente nas ações. Mais aprimorada, este ano a equipe do Projeto Papo Reto se expandiu. Os seminários são formados por médicos psiquiatras, psicólogos, advogados, escritores, profissionais da saúde em geral, educadores sociais, pedagogos e oficineiros, totalizando mais de 30 profissionais e especialistas no tema, desde a elaboração até a execução do projeto. Confira a galeria de fotos dos melhores momentos:
Papo Reto |8| setembro
Danilo Santos | CMET Paulo Freire
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis
Danilo Santos | CMET Paulo Freire
Palestras
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis Danilo Santos | CMET Paulo Freire
Papo Reto |18| setembro
Danilo Santos | EMEF Monsenhor L. Neis
Semin谩rios Fotos: Alexandre Bertolazi | Audit贸rio da SMED
Gilmar dos Santos | EMEF Afonso G. Lima
Gildo dos Santos | EMEF José M. Beck
Aloísio Dias | EMEF Alberto Pasqualini
Luciana Domiciano | EMEF Nossa Sra. de Fátima
Luciana Domiciano | EMEF Dolores Alcaraz
Oficinas
Daniel Santos | EMEF Lygia Morrone
Gilmar dos Santos | EMEF Libertato Salzano
Melissa Dornelles | EMEF Rincão
Melissa Dornelles | EMEF Presidente Vargas
seminário papo reto O Seminário Papo Reto faz parte do Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre que ocorre entre agosto e novembro, com foco na formação dos professores municipais sobre a temática do crack, enfatizando o papel da escola na prevenção. A inciativa tem o tema “Prevenção às drogas: Qual o papel da escola?” e é ministrado por especialistas da área: Psiquiatria, Psicologia, Direito, Brigada Militar, Egressos do Sistema Penal e Representante da Fundação de Assistência Social e Cidadania de Porto Alegre. Com esse banquete de profissionais especialistas em suas áreas, as palestras do seminário trazem surpresas aos professores que participam, além de conhecimento sobre a prevenção nas escolas e interação com os palestrantes.
Papo Reto |12| setembro
Luiz Carlos Coronel Dr. Luis Carlos lllafont Coronel - Formção em Medicina pela UFCSPA - CEJBF. Atualmente trabalha na psiquiatria do Hospital Mãe de Deus, Caps AD IAPI e no pronto psiquiátrico - Cisame. Na palestra, Coronel fala sobre “Os Códigos neurais da Pedra”. Ele afirma que o crack promove mudanças na estrutura e no funcionamento de cérebro. E ainda que o vício do crack se torna uma patolofia crônica. Ou seja, uma vez instalada no organismo, ela nunca mais Coronel afirma ainda “os pais e familiares não podem deixar com que a culpa por ter um filho usuário de drogas tome conta deles e que atrapalhem suas vidas. Todos estão procensos a passar por isso. E, se não sabem como agir, precisam procurar que possa auxiliar. O que não podem fazer é ficar sofrendo e calados com a situação”.
Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
sai, apenas adormece.
Coronel fala sobre as mudanças que o crack provoca no cérebro
Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
Maurício Padilha Padilha ingressou na Brigada Militar em 1997. É Bacharel em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul de São Paulo. Atua na Secretaria da Justiça e Direitos Humanos. Hoje Major da BM, ele chega no Seminário Papo Reto para apresentar uma visão de quem convive diretamente na luta contra o crack. Assim como outros palestrantes, ele salienta a importância de conhecer os jovens, sendo essa a principal atitude que um professor deve ter. Pela experiência do trabalho com segurança, Padilha frequentemente ajuda os professores, que são o público dos seminários, com dicas ao agir com seus alunos. A forma de abordar um estudante que possivelmente tem relação com as drogas é um exemplo. O major afirma que esse contato nunca deve ser realizado individualmente e, também, tem de ser feito em um ambiente afastado, longe do grupo de amigos do aluno. Padilha fala na importância de conhecer os jovens
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A história de Leonardo Faleiro Cordeiro, de 27 anos, tinha tudo para terminar como outras semelhantes à sua. Ex-usuário de crack e há dois anos em liberdade,
Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
Mano Lenne
o hoje chamado Mano Lenne se envolveu com o rap na penitenciária de Charqueadas através do projeto MC’s Para a a Paz, que dissemina a cultura hip hop com foco na inclusão social e no desenvolvimento de multiplicadores
Lenne já assaltou duas vezes o mesmo lotação por drogas
da cidadania para paz. Mano Lenne já gravou música e clipe, que pode ser visto no YouTube. A composição se
a entenderem alunos que passam pelo mesmo problema.
chama “O Crack”, na qual o egresso do sistema penal
Sobre a postura do professor quando percebe que um
e cantor narra a aflição de um viciado em fumar as
aluno está consumindo drogas, Manno Lene é objetivo.
chamadas pedras. “O rap é uma ferramenta onde exploro
“O professor tem que procurar conhecer o grau de
o meu lado bom e controlo o lado mau”, diz o rapper.
envolvimento do aluno e ver o que está levando ele para
“Minha história não é diferente de muitas, mas o
aquele caminho. Se é a família que está desvalorizando
detalhe é que eu estou vivo”, diz Mano Lenne. Ele começou
ele ou se falta carinho na sua vida. Se ele está excluído
a usar drogas por curiosidade, pois via pessoas fumando
ou se está fazendo apenas por malandragem, para
em praças. Após três detenções e várias internações,
aparecer”, argumenta.
todas ligadas ao consumo de crack, agora sua história pessoal com as drogas e o crime pode auxiliar professores Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
conviver com ocasiões em que não estava acostumado, “um mundo novo, um local com violência, armas e drogas.” Entrou no mundo do crime, mas graças ao apoio psicológico e principalmente de sua mãe, hoje, Ramos é empresário de um galpão de reciclagem. Segundo Rodrigo, a mãe dele foi a pessoa que mais sofreu com tudo isso, mas mesmo assim em nenhum momento ela deixou de apoiar. A partir daquele momento eu parei para repensar em uma maneira que eu pudesse retribuir tudo o que ela fez por mim. Então comecei a criar formas de fugir daquele ambiente. Na época, meu irmão Rodrigo afirma que ficar preso foi horrível para a sua mãe
também foi preso e minha mãe tinha que visitar nós dois.
Rodrigo Ramos
Queria achar uma maneira para me sentir melhor e deixar
Há dois anos em liberdade, Rodrigo Ramos, 30 anos, possui uma história igual a de muitos jovens da comunidade e que convivem na escola, a única diferença é que ele conseguiu vencer a situação adversa. Filho de doméstica solteira que criava ele e o irmão. Aos oito anos de idade se mudou para a comunidade onde passou a
Papo Reto |14| setembro
a minha mãe bem. Consegui realizar algumas metas e projetos que eu tinha traçado na minha vida, ainda faltam muitos, mas aos poucos eu estou correndo atrás.
Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
Fernanda Bassani Fernanda é psicóloga e Mestre em Psicologia Social e Institucional. Trabalha no sistema penitenciário do Rio Grande do Sul há 10 anos e é Especialista em Segurança Cidadã. Está participando do Circuito de Seminários do Projeto Papo Reto com a palestra “Juventude e Drogadição - itinerários de exclusão e criminalização”. “A vida do crime tem três Cs: cadeia, cadeira de rodas ou caixão. Mas antes que ela comece, para prevenir que isso aconteça, existe a figura do professor. Eles mentiram para vocês quando disseram que seu trabalho era ensinar a ler e escrever. Na verdade, seu trabalho é salvar vidas.
Fernanda fala que status é fator de entrada no uso de drogas
Pode não parecer, mas o jovem quer limites, ele precisa desse limite. E não só os jovens, mas todos nós. Prova disso
mostram números espantosos. Nos últimos 10 anos, subiu
é que qualquer tipo de atitude na adolescência é para
150% a população carcerária no Rio Grande do Sul por
chamar a atenção. Durante esse período de mudanças,
parte dos homens. 600% no caso das mulheres. Além de
a boca puxa o jovem de está no ócio. Provar drogas é a
que, 60% da população carcerária tem idade entre 18 e
forma de fazer amizades, de ser aceito em um grupo. Por
29 anos”.
isso da atenção especial das escolas com turnos inversos e atividades extracurriculares. E mesmo assim, pesquisas Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
Patrícia Schuler Patrícia é pedagoga e Representante da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC). Também é Especialista em Psicologia Social e Alfabetização e Técnica Referência da Abordagem Social de Rua do CREAS Centro, Ilhas, Humaitá e Navegantes em Porto Alegre. No projeto Papo Reto Circuito de Seminários, ministra a palestra “Educação e Assistência Social - Construindo Redes de Atenção e Cuidado”. “A escola é o maior espaço de socialização. Porém, ela não é a total responsável pela criação de caráter de um jovem. Tenho dúvidas sobre apenas a escola fazer a função de proteção integral do adolescente. Afinal, o professor não tem que fazer visitas domicialiares para resolver o problema do aluno. Eles devem, escola e família, trabalhar juntos, manter uma relação, para juntos, auxiliar essa criança da melhor maneira possível. Juntamente com essa dupla, está a assistência social.
Patrícia afirma que uma escola é um lugar de socialização
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Kellen Pontes
Luiz Arena Coronel
Ismael Schmitt
Fotos: Alexandre Bertolazi | CUFA-RS
Advogada formada em Ciências
Dr. Luiz Arena Coronel é psiquiatra
Formado em Ciências Jurídicas e
Jurídicas e Sociais pela Pontifícia
formado em Medicina pela UFCSPA-
Sociais pela Pontifícia Universidade
Universidade Católica do Rio Grande
CEJBF.
na
Católica do Rio Grande do Sul
do Sul (PUCRS), Kellen Pontes tem
psiquiatria do Hospital Mãe de Deus,
(PUCRS), Schmitt é o coordenador
Pós Graduação em Processo Civil
Caps AD IAPI e no Pronto Psiquiatria.
jurídico da Comissão de Segurança
pelo Centro Universitário Ritter dos
Em 2009, a prefeitura de Montenegro
e Serviços Públicos da Assembleia
Reis e atua na área criminal além de
solicitou ao doutor para que mapeasse
Legislativa do Rio Grande do Sul.
possuir um escritório no área penal.
o que havia de estudo sobre crack no
Durante suas falas no Seminário
Durante
Brasil e traçar um perfil do usuário.
Papo Reto, ele elogiou os professores
a
faculdade
trabalhou
Atualmente
trabalha
três anos no setor de Defensoria
O envolvimento com crime é muito
pelo trabalho de educar os jovens e
Pública interagindo bastante com a
comum para os usuários de crack.
sempre ressaltou a importância da
área de internação de usuários de
Um estudo de São Paulo acompanhou
pessoa que leciona. Um dos pontos
droga dentro do direito de família.
durante cinco anos 131 usuários dessa
levantandos
pelo
Na palestra durante os seminários,
droga e 20% morreu neste período. O
foi
professores
Kellen aborda o tema “Drogas
estranhamento foi que poucos deles
fazer esforços além do normal.
e Sociedade: Aspectos Jurídicos
morreram de overdose, AVC ou infarto.
“Conhecer bem os seus alunos é a
e Morais” trazendo a parte da
Geralmente foram eventos trágicos
chave para uma boa aula e, assim,
legislação na área.
externos, como facadas, tiro. Então, o
poder ajudar os jovens e possíveis
“Apesar do Seminário ter foco
envolvimento com a droga tem matado
problemas que os cercam”, disse o
na área de prevenção, eu não
essa população, os números mostram
advogado.
acredito tanto que o Direito seja
que um a cada cinco usuários. Crianças
preventivo, vejo ele vindo depois
de mães que utilizaram crack durante a
de uma situação já instalada, mas
gravidez tem tendencia de virar usuário
é necessário que nós cidadãos
da mesma droga.
conheçamos nossa legislação.”
Papo Reto |16| setembro
que
os
coordenador devem
Coluna
Manoel Soares Coordenador da Cufa-RS
Lisandra Félix CoordenadoraExecutiva Papo Reto
Ninguém nasce para usar drogas. As pessoas nascem
A CUFA tem sido um divisor de águas não apenas
com um desejo natural de transcender a sua existência,
na minha vida profissional, mas sobretudo como
de conhecer sensações que lhe darão prazer, alegria e
ser humano que não consegue ficar inerte diante da
sucesso. Por isso cabe a nós, atores sociais, criarmos
injustiça e do sofrimento das pessoas, principalmente
caminhos que dêem a esses jovens acesso a essa
das crianças que sentem na pele tanta dificuldade.
felicidade. A partir do momento em que nós abrimos
Considero-me uma educadora social, e é com este olhar
mão da nossa função de gerar espaços de realização
apurado, de quem dedica 20 anos para a educação,
de sonhos, com o tempo esses sonhos começam a se
sempre remando contra a maré, que administro este
vulgarizar e isto leva essa geração ainda inexperiente
poderoso projeto.
para caminhos extremamente arriscados, como a
A primeira edição do projeto foi realizada em 2012,
prostituição, o crime e a violência. Eles contemplam
com o apoio das Secretarias da Saúde e Educação.
esse momento e nós não podemos negá-los. Porém, nós
Neste ano contamos também com a parceria do
precisamos compreendê-los e guiá-los. Tentar controlar
Hospital Divina Providência, e a novidade é o seminário
o ímpeto rebelde e provocativo desses jovens é como
de prevenção para os professores da rede municipal
tentar cavalgar o vento. O máximo que você pode fazer
de ensino. O resultado qualitativo seguramente dessas
é criar rotas de fuga para que essas pessoas sofram
palestras é a riqueza do conteúdo das explanações
menos. Por isso nós precisamos gostar de verdade, nos
técnicas dos palestrantes e os relatos dos professores
aproximar, olhar nos olhos sem medo do sentimento
em relação à temática do crack.
que vai eclodir por conta disso. Eu não vejo o crack
Encerro revelando que nesta minha caminhada
como um problema, mas como uma oportunidade de
coordenei um projeto cultural em que o grupo artístico
nós retomarmos o que a gente perdeu por muito tempo,
sempre encerrava suas apresentações cantando e
que é a nossa conexão verdadeira com a geração que
dançando um rap.
está vindo. Por mais que eles estejam conectados de
como um hino para nós: “A vida me ensinou a caminhar
maneira tecnológica com o mundo, eles precisam se
saber cair depois se levantar, o tempo não espera não
conectar visceralmente conosco porque computador
há espaço pra chorar, andei no escuro e agora vou
não engravida, Twitter não aconselha, Facebook não
brilhar. Sobreviver é necessário, também quero ser feliz,
faz carinho. Quem faz isso somos nós, seres humanos.
permaneço no combate, meu resgate é a minha fé,
A partir daí, podem ter certeza que o tráfico, a violência
minha luta causa medo e alegria, tô na fita venha o que
e a criminalidade vão ter muito mais dificuldades em
vier não vou amarelar, seja o que Deus quiser, seja o
capturar esses jovens.
que Deus quiser na fé”. (M.V. Bill, Marginal Menestrel).
As palavras que o compõe são
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Perfil do Professor
A
por Jéssica Mazzola
Escola Municipal de Ensino Fundamental
tivemos alunos que entraram armados na escola, mas não
Leocádia Felizardo é regida há 15 anos
atacaram, era mais para se exibir mesmo”, ela revela.
pela diretora Gislaine Robaina. Professora
Segundo a professora, esse tipo de atitude é reflexo do
com experiência de sala de aula por cerca
que alguns deles vivem em sua casa. “Uma das nossas
de 30 anos, ela já trabalhou em quatro
maiores dificuldades são as próprias famílias. A escola
diferentes escolas e quando se aposentou, entrou para a
se encontra muito sozinha, atualmente, no processo de
área administrativa. Quando questionada sobre qual ser
educação do jovem.”
a maior dificuldade da direção de uma escola municipal,
A diretora comenta que é possível notar uma grande
ela responde que é a falta de professores. “ Os atestados
diferença entre os alunos envolvidos nos projetos oferecidos
e licenças são constantes, deixam o quadro docente
pela instituição e os que não participam, “é uma maneira
desfalcado e consequentemente acumulando a carga
lúdica de mantê-los dentro do ambiente escolar”.
horária dos demais educadores. E manter a atividade em
Gislaine ainda conta que dentro desse universo das
funcionamento acaba por se tornar muito complicado,”
drogas e do crime, os alunos já se encontram bastante
comenta ela. Porém, na visão da diretora, “a prioridade é
munidos sobre o assunto. Para ela, “alguns estudantes
o aluno, não existe escola sem eles.”
nem vivenciam essa fase, já aprendem na escola o que é
Mesmo em um bairro mais periférico, para Gislaine, a escola tem alunos bastante empenhados. “Comparando
certo e o que é errado. Outros são mais difíceis de atingir. Porém, o exercício de prevenção é contínuo.”
com outros lugares, nossos alunos são muito tranquilos
Como recado para outros educadores e pais de jovens,
e participativos. “Conseguimos muitos resultados rápidos
a diretora afirma que “se não tivesse esse tipo de iniciativa
dessa interação”. A professora também conta que a escola
dos projetos sociais, a situação estaria muito pior! por
passou por uma grande revitalização no ano passado e
mais sozinhos que esses adolescentes passam sua fase
que os alunos continuam a mantê-la com muito cuidado
mais crítica, a escola e a família estão sempre buscando o
e poucas depradações.
melhor para oferecer um futuro cheio de oportunidades,”
Porém, como qualquer outro ambiente escolar inserido
finaliza a professora.
dentro de uma periferia, existem as suas exceções. “Já Jéssica Mazzola | CUFA-RS
Gislaine aponta a falta de professores como a maior dificuldade de uma escola municipal em Porto Alegre
Papo Reto |6| setembro
Carta do Professor Luciane Machado | Arquivo Pessoal
Luciane de Oliveira Machado Professora das séries iniciais e finais Graduada em Letras e Pedagogia com ênfase em Orientação Educacional Especialista em Gestão e Administração Escolar
Nos meses de abril, maio e junho, foi desenvolvido o projeto da Brigada Militar PROERD(Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) com três turmas de B20( 5º ano) da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dep. Marcírio Goulart Loureiro, situado no bairro partenon (Campo da Tuca). Tenho uma das turmas que foi desenvolvido o projeto e para dar continuidade ao programa e proporcionar uma retomada e um diálogo sobre tema “Drogas”, os alunos em grupo de 6 alunos construíram cartazes sobre as drogas com base no que aprenderam no programa e também sobre a retomada e diálogo.
Para que o tema “Drogas” contemplasse também as outras turmas, participamos em julho da Semana Pedagógica da escola, entre as turmas de B20 titulamos a Semana Pedagógica: “Interlaçando saberes”, onde cada grupo apresentou os efeitos que as drogas causam no corpo de quem utiliza e de quem convive no caso do cigarro ,dividido os grupos em:Crack,Maconha,Inalantes, Cigarro e Álcool. O diálogo com os colegas das outras turmas foi mediado por mim professora Luciane, foi bem interessante pois os alunos trouxeram bastante informações e dúvidas, pois a comunidade da escola está inserida em uma comunidade conhecida pelo tráfico de drogas, onde muitos já vivenciam o contato direto ou indireto com as drogas. Abordar o tema, é bem delicado, pois o contato com as drogas pelos alunos acontece na maioria das vezes desde muito cedo, seja com seus familiares ou amigos, isto é fato, pois moro também no bairro Partenon, perto da “Maria da Conceição” e crianças de apenas 1mês de idade já frequentam os pontos de venda com seus pais.Por isso a importância da escola(professor) abordar através do diálogo de conscientização, não temos o caráter de punição, denúncia, salvo em outras situações, mas será em caráter de instituição(escola). O diálogo foi com o objetivo de alertar e conscientizar sobre a ilusão das propagandas referentes ao cigarro e bebidas,uma droga lícita que deve ser comercializada somente para adultos (acima de 18 anos), a utilização correta dos medicamentos (drogas), e que os alunos resistam ao uso e comércio das drogas, mesmo que a oferta seja tentadora. O diálogo com as turmas será um exercício constante de conscientização contra as drogas. A importância de termos uma vida saudável, sem sermos refém do tráfico, com o direito de ir e vir, libertos para conquistarmos nossos sonhos com dignidade. |7|
Mural do Professor Aqui é o espaço onde o professor pode dar a sua opinião sobre o Circuito Papo Reto. Nos seminários, os docentes tem um espaço para preencher avaliando as palestras. Essa é a hora de se expressar e mostrar como é válida essa troca de experiência. E de que maneira essa iniciativa mudou a sua forma de pensar.
1S 2 T H a [ x w \ . M N 4H 1 b 6 5G $ H# Excelente! Permitiu ligar as relações dos alunos entre si e com os professores e é a extensão da influência de um sobre o outro.
Muito legal a palestra clara e objetiva.
Adorei a possibilidade de poder trocar grandes experiencias com os palestrantes.
Foi muito bom a experiencia pois consegui tirar grandes dúvidas. Obrigado.
Boa palestra tocou em bons pontos, principalmente no fato de nos ensinar a lidar com cada aluno de uma maneira especifica e diferente. Gostei muito achei a palestra muito boa para o nosso conhecimento.
Muito legal a palestra sai aprendendo muito. Meus parabéns.
Foi bastante positiva, Trouxe subsídios técnicos clara e esclarecedora. para entender o uso de drogas como uma doença e, desta forma, desmistificar a Ótimas palestra, bem drogadição. explicativo e informativo sobre a situação escolar e familiar quanto ao uso e tráfico de drogas. Achei excelente.
Papo Reto |20| setembro
Muito bom, bem explicativo e nos trouxe bastante dados novos.
A oportunidade de discutir com profissionais de diferentes áreas é importante para o professor que se sente sozinho em sala de aula, com todos os problemas que aparecem.
M N $
escola solução Em Porto Alegre, a iniciativa de prevenção ao crack nas escolas foi pioneira. Abrangendo os alunos de 51 escolas municipais da capital, a CUFA-RS realiza desde 2012 o Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre, projeto em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal de Saúde e Educação e que neste ano ganhou outro parceiro importante: o Hospital Divina Providência. Em 2013 o objetivo é superar em 30% o número de atendimentos dos ano passado, através das ações realizadas nos pátios e salas de aula, com palestras, oficinas e atividades culturais inspiradas na ferramenta de prevenção “O Escudeiro da Luz em os Zumbis da Pedra“. Nesta edição, destacamos as seguintes escolas:
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Gabriel Obino
por Jéssica Mazzola
Jéssica Mazzola | CUFA-RS
tenham mais referencias dentro da escola”, comenta ele. PAPO RETO NA ESCOLA A proposta do Papo Reto, da CUFA, é oferecer oficinas de teatro que mostrem aos jovens a importancia da educação e da prevenção às drogas. A oficineira que trabalha com ambas as instituições, Carolina de Oliveira, conta que a turma que ela atende é muito participativa. A escola participa de diversos projetos extra-classe
“São vários níveis de maturidade dentro de uma pequena turma. Temos que saber atender as necessidades desses
Quem entra na Escola Municipal Gabriel Obino não
alunos com atividades que chamem a atenção de todos
imagina a trajetória de 25 anos de comprometimento
eles”, afirma a educadora. Para Carlos, a maior dificuldade
com os alunos. Dentro de diversos projetos promovidos
em manter os projetos é o tempo na organização das
por professores e orientadores educacionais estão os
atividades. “Como somos do município, temos poucos
projetosetos Papo Reto CUFA-RS, Mais Educação e Cidade
professores em atividade, o que nos tira muito tempo de
Escola. Para atender alunos em turno integral, a escola
planejamento pedagógico”, revela ele.
recebeu recursos e oferece atividades na parte no contraturno, além de refeições para seus estudantes.
PREVENÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO Segundo o educador, “mostrar o caminho legal,
COMO SE FOSSE UM GUARDA-CHUVA
previnir, dizer que é possivel ter sucesso, é mais interessante
O professor de educação física e também coordenador
e melhor como estratégia para conquistar os alunos que
de atividades, Carlos Fabre Miranda, explica que, junto
estejam sozinhos no mundo entre a escola e a família”,
com o currículo da escola, existe uma espécie de guarda-
finaliza o coordenador.
chuva que compõe a área de projetos. “A instituição é o cabo e as três propostas são a base para que nossos alunos
Vila Monte Cristo
por Igor Grossmann
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Monte
de teatro Mateus Gonçalves, que leciona há oito anos
Cristo, localizada no bairro Vila Nova, zona sul de Porto
na escola. Ex-coordenador da Educação de Jovens e
Alegre, foi a primeira instituição escolar da cidade a
Adultos (EJA), que tem sua programação no turno da
implementar o sistema de ciclos de ensino, há 18 anos.
noite, o professor flagrava quase que diariamente seus alunos consumindo maconha e álcool antes das aulas
PROJETOS DE PREVENÇÃO
Decidido a mudar este panorama, mas sem querer tratar
Além das oficinas do Projeto Papo Reto realizadas pela
o tema com individualmente com cada aluno que via se
CUFA há dois anos, existe um outro projeto de prevenção
entorpecendo antes das lições, Mateus criou uma série
às drogas e valorização da vida criada pelo professor
de atividades para abordar estas e outras questões. Foi
Papo Reto |22| setembro
Aramy Silva por Airan Albino então que, em 2010, aconteceu o primeiro Mês da
Realidade é a palavra que bate na porta da Escola
Saúde d@ Estudante. “Somos humanos e, se algo nos
Municipal de Ensino Fundamental Aramy Silva, localizada
afeta como humanos, isto pode ser tratado no ambiente
no bairro Camaquã, na zona sul de Porto Alegre. O
escolar”, diz o professor.
colégio conta com cerca de 750 estudantes divididos nas turmas da manhã e da tarde, e que vão até o nono ano.
BOA IDEIA
Este ano as atividades extra curriculares estão chamanado
A sua ideia era tratar abertamente de questões que
a atenção dos alunos, porque no ano passado houve
estão presentes na comunidade e na escola, como
pouca procura pelas oficinas.
drogas, gravidez na adolescência e Aids. Inicialmente, a programação, que incluía palestras e seminários,
PARCERIA FORTE
era voltada apenas para os jovens e adultos atendidos
No segundo ano em parceria com a Central Única
pelo EJA. Assim foi nos meses de setembro dos anos
das Favelas do Rio Grande do Sul, o projeto Papo Reto
de 2010, 2011 e 2012. Neste ano, Mateus poderá
teve maior adesão de jovens em 2013. Segundo a vice-
estender o projeto para toda a comunidade escolar, que
diretora da escola Adriane Jardim, na primeira vez que
conta com 1.300 alunos. “O sucesso foi tanto, que os
as atividades propostas pela CUFA chegaram na Aramy
alunos passaram a solicitar temáticas”, conta.
Silva, apenas dois alunos participaram da oficina. Hoje, a turma cresceu, chegando a quase 20 alunos. Neste ano o oficineiro que está ministrando as aulas é Gildo dos Santos.
Igor Grossmann | CUFA-RS
Fato comprovado, durante a aula de introdução do livro Escudeiro da Luz e os Zumbis das Pedra constantemente o professor tinha que chamar a atenção dos estudantes pela disperção. Entretanto, com calma o objetivo do educador foi captado, as brincadeiras de aquecimentos e os exercícios de improvisação foram executados por todos os presentes, ninguém quis ficar de fora. ENCENAÇÃO Curioso no trabalho proposto por Gildo foi a encenação de uma das histórias da obra. A turma foi dividida em dois grupos, pode-se dizer grupo do Bolinha e da Luluzinha. A brincandeira tomou conta das duas apresentações. Termos, discussões, gestos, tudo muito bem reproduzido. O que mostra que apesar da pouca idade, o contato com o crime e situações de violência está presente na vida desses estudantes. O projeto Papo Reto tem como principal meta chegar nesse público, mostrar para esses jovens que já tem acesso ao mundo das drogas, que esse caminho não é o único, por meio de seminários, palestras, oficinas,
Os alunos da oficineira Melissa topam todas as atividades propostas
conversas e troca de experiências.
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Airan Albino | CUFA-RS
ALÉM DO PAPO RETO Dentro do projeto do governo federal, o Mais Educação, quem realmente vai atrás são os pais das crianças e adolescentes, visando um lugar para que seu filho não fique na rua, no turno inverso da aula. As oficinas continuam acontecendo, porém, trabalhos como informática e robótica não foram realizados no mês de Trabalhar com o livro do Escudeiro da Luz é o foco da oficina
agosto.
Campos do Cristal por Eduardo Bertuol A EMEF Campos do Cristal traz na história a vontade de fazer uma escola na comunidade. A instituição nasceu
que o local se manteve e busca dar a melhor educação para seus mais de 500 alunos.
em 1994 na avenida Diário de Notícias por insistência dos moradores para receberem alguma assistência
OS PROJETOS
educacional no local. Tempos mais tarde, devido a
Hoje, com estudantes entre o JB e o 9º ano, a Campos
questões empresarias, a população juntamente da escola
do Cristal é parceira de diferentes projetos que mantem as
foi transferida para o bairro Vila Nova. Foi com esta
crianças na escola com plena educação.O Cidade Escola,
persistência por formar uma comunidade e um identidade
do Governo Municipal, permite um acompanhamento maior com os alunos. Esses projetos se tornaram
Eduardo Bertuol | CUFA-RS
incentivos para os professores da Campos do Cristal criarem oficinas diárias para trabalharem nos turnos inversos com os alunos. Uma delas é de reciclagem que propõem a mistura entre o ambiental e a arte. A outra é oficina possui o nome de contadores de história. Nelas, os alunos organizam sessão de contação e ensaios. Esses programas ocorrem de forma seletiva pelos estudantes de uma a duas vezes por semana. Muitas das crianças que estão desmotivadas na escola acham voz nesses projetos e se tornam destaque sendo mais participativos. CUFA É DESTAQUE No quesito trabalho de drogas, a Cufa é destaque na instituição no ensino aos alunos com uso do livro “O Escudeiro da Luz em Os Zumbis da Pedra”. Além disso, os professores procuram alertar as crianças sobre os perigos
Contar histórias é comum na escola que tem uma oficina nesse tema
Papo Reto |24| setembro
e danos que as drogas causam ao individuo.
por Airan Albino
Martin Aranha Airan Albino | CUFA-RS
Com cerca de 900 estudantes e 60 professores a Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereadore Martin Aranha, localizada no bairro Camaquã está no seu terceiro ano junto do projeto Papo Reto. As edições anteriroes deixaram a sua marca, uma oficina de grafite fez uma arte no ginásio da instituição, e a vontade dos alunos de participar das ações propostas pela Central Única das Favelas. OFICINAS DE TEATRO Neste ano a oficina de teatro está sendo trabalhada pela CUFA com o oficineiro Bruno Koch. O número de
Por ter duas turmas, Bruno procura aproveitar o tempo de aula
alunos inscritos é tão grande que o período destinado para oficina, das 14h às 16h, tem de ser dividido em uma
foi a sensação entre as meninas e meninos da oficina,
hora de duração para duas turmas. Na faixa etária entre
todo mundo dançou O Show das Poderosas, de Anitta. Há
11 e 13 anos, os jovens são bastantes agitados e, muitas
dois anos a escola ensina os passos do tradicionalismo
vezes, testam a paciência do professor. Durante uma
em suas dependências e junto com a Fundação Tênis
chamada, a falta de respeito aperece para a infelicidade
apresenta um esporte diferente para os jovens, todas
do educador Bruno.
segundas e quartas. Porém, a maior tradição do colégio é o seminário de julho, segundo o vice-diretor Dario Peres.
MÚSICA PARA ALEGRAR AS AULAS
Este ano aconteceu a 13ª edição do seminário, que tem
Notando o interesse da turma em aprender teatro,
uma temática diferente a cada ano. Dessa vez, currículo
Bruno se dispõem a por música, da preferência dos alunos,
escolar foi o tema escolhido.
para animar o tempo de aula. O sucesso do momento
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José Loureiro da Silva
por Eduardo Bertuol
Localizada no bairro Cristal, a Escola Municipal de Ensino
para apresentações. Nas aulas, os jovens desenvolvem
Fundamental José Loureira da Silva, Zona Oeste de Porto
várias modalidades de ritmos, como street, clássico, salão.
Alegre, busca sempre projetos de incetivo a educação que
Lá também ocorre um trabalho de musicalização para as
beneficiem seus alunos. A coordenadora dos programas
crianças menores denominado de Criar. O curso ocorre
da escola, Rosane Trindade, avalia a situação do centro
todos os dias com professores diferentes para cada lição
educativo como um local para levar mais do que
e respeita o calendário da escola com a apresentação de
conhecimento para as crianças. “Buscamos o máximo
um espetáculo no final do ano. “Desde o ano passado, nós
possível de parcerias para a educação chegar até aos
envolvemos todos os projetos na exibição, então desde a
alunos de várias formas possíveis”, enaltece Rosane.
robótica, capoeira até a própria dança é envolvida nisso com todos os alunos que parte dos programas”, ressalta.
OUTROS PROJETOS Um dos trabalhos realizados é a dança que existe desde
ALUNA DESTAQUE
a década de 1980. Com incentivo e estrutura desejável, o
Foi neste programa de musicalização oferecido na
programa inciou com o nome Dança Criança e em 2007
Escolal José Loureiro da Silva que uma aluna se destacou
foi expandido para o Projeto Centro de Dança. Além da
como violinista. Hoje, ela compõe a Orquestra Jovem de
sala de dança, o local possui vestiário, roupeiro e salão
Porto Alegre. Porém, sem esquecer suas origens, a jovem costuma retornar a escola para realizar apresentações aos
Eduardo Bertuol | CUFA-RS
alunos como forma de incentivo a continuação do projeto. PAPO RETO SERVIU DE INSPIRAÇÃO Em relação as drogas, além do trabalho prestado pela CUFA com oficinas, a diretora Célia Trevisan destaca que duas professoras da biblioteca realizaram o curso EAD (Ensino à Distância) de capacitação e qualificação pelo MEC (Ministério da Educação) sobre o uso de drogas e elas estão implantando um projeto chamado “Os Guardiões da Saúde”. Desta forma, eles estão compondo um grupo de alunos que colaboram com a biblioteca, como monitores, para dar dicas e ajudar na construção do programa e fazer essa discussão sobre a utilização das drogas. TRANSFORMANDO VIDAS As parcerias para projetos transformaram a vida da escola e principalmente dos alunos. Hoje, o turno integral com oficinas de diversas formas de conhecimentos dão aos alunos do colégio José Loureiro da Silva a oportunidade de crescimento na vida, fazendo com que elas mudem a forma de pensar e de ver o mundo.
Exercícios de expressão corporal fazem parte da aula
Papo Reto |26| setembro
por Eduardo Bertuol
Neusa G. Brizola
Bruno Koch | CUFA-RS
de Ensino, contempla atividades em turno inverso das aulas. Desta forma, ocorre a construção de parcerias com instituições da comunidade, a fim de ampliar e qualificar a aprendizagem dos alunos. Com este projeto, as escolas possuem várias atividades ligadas ao núcleo de ampliação de estudos, artes, polos de educação para o trabalho e protagonismo, além de direitos humanos e sociais de crianças e adolescentes. Assim também como atividades esportivas, artísticas, matemática e outras. Todas sendo atendidas por professores pertencentes ao quadro do município de Porto Alegre. PIONEIRA A Escola Neusa Goulart Brizola foi a pioneira na implantação do Projeto Cidade Escola e vem colhendo bons frutos desta parceria. “Na oficina de arte circense o aluno do terceiro ciclo, Isaías, de 15 anos, era visto como rebelde pelos colegas e transformou essa rebeldia em arte”, relata a coordenadora Luciane com entusiasmo. “Hoje, ele é representante do conselho escolar da escola, sendo eleito pelos colegas do colégio. Casos como esse dão orgulho aos professores das oficinas”, ressalta. OUTRAS ATIVIDADES Com convênio firmado entre a SMED e a Fundação de Educação e Cultura do Sport Club Internacional, os alunos Os alunos aprendem a trabalhar em grupo com a oficina
também possuem oficinas com educadores capacitados para o desenvolvimento de atividades de letramento,
Além das oficinas do Projeto Papo Reto realizado pela
numeramento e ludicidade, com a ampliação de três
CUFA na escola Escola Municipal de Ensino Fundamental
horas diárias na jornada escolar.
(EMEF)
Neusa
Goulart
Brizola,
outros
iniciativas
educacionais ocorrem na instituição. Uma delas é o
PRINCIPAL ATIVIDADE É DA CUFA
Projeto Cidade Escola implantado no colégio desde junho
Ao falar sobre projetos voltados no combate ao crack,
de 2006. A coordenadora do programa na instituição,
Luciane destaca que a principal ação que ocorre na escola
Luciane Beheregaray, conta que as atividades das oficinas
é desenvolvido pela CUFA com o Escudeiro da Luz. “Os
funcionam em tempo integral.
professores das oficinas costumam reforçar a importância de estar limpo e costumam usar o livro do Escudeiro para
ATIVIDADES NO TURNO INVERSO
além de incentivar a leitura, como forma de ajuda ao
Implantado pela Secretaria Municipal de Educação
combate as drogas na vida dos alunos”, complementa a
(SMED), a proposta de Educação Integral na Rede Municipal
professora.
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Leocádia F. Prestes
por Jéssica Mazzola
Jéssica Mazzola | CUFA-RS
Há cerca de três anos, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo, da zona oeste de Porto Alegre, participa de diferentes atividades. Cerca de 700 crianças estudam lá e, segundo a pedagoga responsável pelas atividades, Tatiana Julius Stahlhoefer, a maioria das oficinas segue com todas as vagas praticamente preenchidas. “Esse tipo de iniciativa tem bastante procura e resultados dentro da instituição”, conta a coordenadora. Juntamente com um convênio firmado com o Sport Club Internacional, os alunos participam de treinos e campeonatos de futebol. “Eles ficam bastante animados com os eventos fora da escola, além de que sempre há olheiros nesses jogos, o aluno se sente muito valorizado”,
Além do Papo Reto, outros projetos são desenvolvidos na escola
complementa a professora. PROFESSORAS ACREDITAM NO BOM RESULTADO
A ESCOLA CONCORRE COM A RUA
Sobre o contexto das drogas, a escola trabalha em
Exemplos como esse surgem cada dia mais dentro
parceria com a CUFA oferecendo oficinas de teatro e
dessas iniciativas municipais. É possível envolver o jovem
de leitura para os alunos. O livro “O escudeiro da luz”,
mostrando a ele que existe uma saída ao crime. “Toda
produção do próprio projeto social trabalha com imagens
oportunidade de sair do ambiente confuso em que o jovem
e figurações do mundo do crack, mostrando que esse é
vive, já é um aprendizado à ele. Afinal, a escola concorre
o pior caminho a ser seguido. Tatiana conta que no ano
diretamente com a rua”, conta Tatiana. Ela comenta que
passado, as professoras trabalharam de forma intensa
a maioria dos alunos que procura esse tipo de atividade
com esse projeto e que acreditam que tenham alcançado
é por livre escolha, mas que os mais necessitados ainda
bons resultados.
ficam receosos de participar. “Os alunos que mais precisavam estar inseridos nesses projetos, muitas vezes
UM EXEMPLO POSITIVO
tem que ser puxados, já que não apararecem por falta de
Para escolas como essa, localizadas em zonas afastadas
incentivo em casa tambem”.
do centro da cidade e com um indício muito grande de marginalização, esses projetos acabam por trazer uma
FAMILIA DEVE ACOMPANHAR DE PERTO
diferente visão do que pode ser o futuro daquele aluno.
Muitos são os casos em que os adolescentes passam
Elas inspiram e incentivam o jovem a não entrar no mundo
praticamente sozinhos por todas as suas mudanças e
das drogas e do crime. A pedagoga relata um exemplo:
isso é algo que afeta diretamente no desenvolvimento
“Tínhamos um aluno bastante dificil de se relacionar,
do mesmo. “A escola apoia e dá todo o suporte possível,
esquivo e com notas baixas. Depois que ele começou a
porém a família deveria ajudar nesse processo bem de
participar de um dos projetos, o resultado chegou muito
perto. A questão não é pontual e sim social. A falta de
rápido até nós. De aluno baderneiro, ele se tornou o mais
parceria entre os educadores e familiares complica e
amigo da turma. até premio de valorização ele recebeu
impede grandes avanços que poderiam acontecer’”,
no ultimo semestre.”
revela a pedagoga.
Papo Reto |28| setembro
por Eduarto Bertuol
Monsenhor Leopoldo Neis
Localizada no alto da Glória, a escola municipal de
projetos que são oferecidos”, analisa Janice. A diretora
educação fundamental Monsenhor Leopoldo Neis possui
Simone Schmidt Rodrigues Lopes traz na história o amor
mais de 270 alunos divididos em 12 turmas, seis pela
pela escola, ela foi aluna e hoje ajuda a oportunizar um
manhã e tarde. Sem muitos projetos firmados, a instituição
futuro melhor para as crianças. “As oficinas, as palestras e
aposta na parceria com a CUFA para unir forças contra
o livro vão colaborar para conseguirmos o nosso objetivo”,
as drogas. A professora Janice destaca que existem casos
destaca. “Tudo o que a gente conseguir oportunizar para
que ocorrem fora das salas de aula que afetam os alunos.
as crianças a gente agarra com unhas e dentes”, conclui.
“Precisamos deste apoio para seguir ajudando os alunos nesses episódios. A leitura do livro deixou as crianças
A PALESTRA
bem empolgadas”, ressalta. “Logo quando começamos
Ao chegar na Escola Fundamental Monsenhor Leopoldo
a trabalhar a obra, eles foram se identificando com as
Neis, o coordenador da CUFA-RS e repórter da RBS TV,
histórias contadas”, observa a professora.
Manoel Soares, foi recebido com um “Bom dia” animado dito por mais de 140 crianças. A palestra faz parte de uma
O AMOR PELA ESCOLA Com
estudantes
receptivos
série de conversas com crianças do ensino fundamental e
comprometidos,
no Circuito Papo Reto.
os professores perceberam que a comunidade não tem espaço cultural para os jovens desenvolverem a
ALTAS RISADAS
criatividade. “O único espaço de cultura para as crianças
Utilizando atividades instrutivas e brincadeiras, Manoel
é a escola, então aproveitamos as oportunidades com
iniciou o papo com brincadeiras e arrancando risadas de alunos e professores que estavam no local. Ao formar um
Eduardo Bertuol | CUFA-RS
coração com a mão, ele alertava que o uso das drogas fere os sentimentos da mãe. Logo após pediu um batom de uma professora emprestado e deixou a amostra em cima de uma mesa causando curiosidade para as crianças. Com um violão na mão, o coordenador da CUFA-RS mobilizou o salão para cantar uma paródia da música “Show das Poderosas”, da cantora Anitta. SUPERANDO EXPECTATIVAS As professoras cuidaram da coreografia enquanto as 6 turmas cantavam animadas “Prepara que agora é hora de dizer não as drogas”. Para a diretora da escola, Simone Lopes, a palestra superou as expectativas e atingiu o objetivo. “O Manoel trouxe de forma lúdica com brincadeiras, sem usar sentidos fortes e sem espantar. As crianças vivem a realidade das drogas na comunidade e essa conversa foi importante para ajudar a dizer não”, ressalta a diretora.
O oficineiro procura prender a atenção dos alunos com o teatro
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Surdos S. Watnick
por Jéssica Mazzola
Daniel Santos | CUFA-RS
instruídos desde cedo com a língua dos sinais. Outras atividades extracurriculares disponíveis envolvem um clube de xadrez, oficinas de teatro e até uma horta comunitária. PROFESSORES ESPECIALIZADOS A vice diretora Thaís Monteiro, que atua há mais de 2 anos na administração da escola, conta que todos os professores que atendem na Surdos Bilingues tem formação especializada em múltiplas deficiencias e que sabem como atender melhor esse tipo de aluno. “Nosso corpo docente lida diariamente com demandas que exigem atenção, paciência e muita maestria. São alunos que tem potencial, mas passam pela dificuldade de aprendizado”, comenta a profissional. Uma das antigas oficineiras da Cufars desenvolve, semanalmente, atividades com os estudantes. E esse ano, o Projeto Papo Reto da CUFA, segue com atividades na escola. Dessa vez, o foco é no aprendizado em desenhos com o oficineiro Daniel Santos. ALUNOS APRESENTAM MELHORAS Quem participa das oficinas melhor no desempenho escolar
Para Thaís, todos os alunos que se envolvem nas atividades apresentam, sim, melhoras no seu desempenho
Entre seus mais de 70 alunos, que vão do ensino
escolar. “O lúdico é uma ótima ferramente de trabalho,
fundamental até o EJA, todos eles são especiais. Não apenas
assim conseguimos chamar a atenção dos jovens e
por serem diferentes no modo como se comunicam, mas
colocá-los na posição de descobridores de suas próprias
por fazerem parte de uma escola municipal que incentiva
habilidades”. A atividade da horta comunitária é mais
e participa ativamente do desenvolvimento de cada um.
uma das tarefas extracurriculares disponíves aos alunos.
A Escola Municipal Surdos Bilingues, localizada no bairro
Eles praticam desde a teoria da botânica, na aula de
Partenon em Porto Alegre, recebe crianças a partir dos
ciências, até a plantação e seu desenvolvimento.
6 anos de idade e conta com um grupo de professores preparados para atendimento em turno integral.
ALUNOS ENTENDEM A GRAVIDADE Sobre o assunto marginalização e drogadição, a
DIFERENTES PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO
educadora conta que, com o auxilio das atividades
Muitos dos alunos que ali frequentam não estão
tanto da CUFA como o Proerd, existe pouca presença do
matriculados regularmente naquele ambiente e sim em
problema no ambiente escolar. “Não temos enfrentado
outra escola. Isso acontece, pois na Surdos Bilingues
muita resistencia dos alunos ao falar sobre o assunto. Eles
existem vários programas de educação e estímulo com
entendem bem a gravidade da situação e tem a escola
40 horas de serviço semanais. Um deles é o Atendimento
como local seguro e de aprendizado”, finaliza a vice-
Educacional Especializado (AEE), onde os alunos são
diretora Thaís.
Papo Reto |30| setembro
por Airan Albino
Anísio Teixeira
Luciana Domiciano | CUFA-RS
Localizada no bairro Hípica, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Anísio Teixeira apresenta uma disparidade na sua estrutura. Bons e maus exemplos. A instituição fica em um local de classe média, e o terreno foi doado por um morador da região, pois seria impróprio construir uma instituição de ensino em um dos morros da zona sul de Porto Alegre. A Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul mantém uma parceria há dois anos com a escola, os alunos e professores já conhecem o Circuito Papo Reto Porto Alegre, e ficaram felizes com a retomada do projeto em 2013. PAPO RETO NA ESCOLA No período da tarde, às quintas-feiras, acontece a oficina de teatro, ministradas pela professora Luciana dos
As turmas B21 e B23 têm interesse em aprender teatro
Santos. A turma é composta por jovens de 10 a 14 anos. Luciana foi pega de surpresa no começo da aula devido
tem tradição em atividades do turno inverso, chamado de
à lembrança do seus alunos, que não esqueceram o seu
contra-turno. Na década de 1990 o colégio possibilitava
aniversário e lhe presentearam. Um golpe baixo, mas
escolinhas de futebol, entre outros esportes. Com o tempo
super válido, Luciana se emocionou e teve mais disposição
mais opções surgiram e em 2010 veio o programa Mais
para lecionar a arte de interpretar, improvisar e brincar.
Educação, do Governo Federal. Em 2013, recreação, percussão, capoeira, letramento e dança de rua foram as
COINCIDÊNCIA
oficinas escolhidas. Letramento é a oficina mais importante
Exercitando o corpo e a mente, os adolescentes
da rede, serve para aperfeiçoamento da escrita e do
aprenderam um pouco de teatro e participaram das
raciocínio lógico, através da leitura, contação de histórias,
atividades propostas. Naturalmente a turma se divide em
informática e filmes.
dois grupos: os superempolgados com a oficina e os que só querem atrapalhar a aula. Quatro meninos desse perfil
ASSISTÊNCIA PARA OS ESTUDANTES
se afastavam e depois voltavam. Por “mera coincidência”
Segundo a professora Mônica Goulart, que cuida dos
os quatro rapazes têm uma ligação com as drogas,
projetos extra classe, isso serve como assistência para os
problemas familiares, logo, problemas para se relacionar.
estudantes. “O grande desafio da atividade extra em si
Uma criança que cresce em meio a violência, outra que
é que tenha uma integração com o currículo da escola,
antes dos 15 anos já lida com a morte, pois sabe que esse
e que ajude os professores, a equipe diretiva, nesse
é o destino quando se está envolvido no crime. Reflexos
trabalho com o aluno, para que o aluno tenha realmente
do mundo que a Cufa/RS entra para mostrar que existe
um ganho na sua aprendizagem”, afirma. A escola tem
outra opção, uma vida diferente.
outros projetos, no chamado “grande guarda-chuva” pela professora Mônica, como educação ambiental, cinema,
OUTRAS ATIVIDADES
esportes e robótica. Todas as atividades fora do turno de
Além do projeto Papo Reto, o colégio Anísio Teixeira
aula se enquadra no cidade-escola.
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Parceiros Hospital Divina Providência
a prevenção às drogas voltados para os professores da rede municipal de educação. O Hospital Divina Providência
A Congregação das Irmãs da Divina Providência foi
entende que a prevenção ao uso de drogas precisa ser
fundada pelo Padre Eduardo Michelis, em 1842, na cidade
considerada tarefa de toda sociedade. Este tema exige
de Münster, Alemanha. Foi uma resposta de fé e de amor,
muito mais do que apenas um debate pedagógico, mas
dentro de uma situação concreta do abandono de crianças,
ações concretas de educação e prevenção. Nesse sentido,
fruto da guerra e de uma sociedade discriminadora.
é necessário que as instituições de ensino adotem uma
Profundamente sensibilizado, Michelis encontrou, junto
postura de enfrentamento conjuntamente com os demais
a quatro jovens, a colaboração para uma ajuda eficaz
setores sociais para esclarecer e prevenir os jovens dos
para as órfãs das camadas populares, oferecendo-lhes
perigos de consumir substâncias nocivas à saúde.
lar, pão, carinho e educação cristã. Foi este o início da Congregação das Irmãs da Divina Providência.
Muitos são os problemas enfrentados pelos usuários de drogas, assim como pela família e demais setores da
O espírito missionário trouxe ao Brasil as primeiras
sociedade que acabam arcando com as consequências. É
Irmãs, em março de 1895. Elas se estabeleceram em
um problema de todos, pois de alguma forma ele acaba
Tubarão, Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, a
interferindo nas nossas vidas. Esta parceria com a CUFA
congregação atua desde 1918. Hoje, as Irmãs exercem
na prevenção ao uso da drogas, direcionada as escolas,
suas atividades nas áreas da educação, na pastoral –
educadores e alunos soma-se à responsabilidade social
paroquial, urbana, de periferia, na saúde curativa e
do Hospital Divina Providência, uma vez que o hospital
preventiva, atuando em obras próprias e em Instituições
tem um papel fundamental no desenvolvimento sadio
de Saúde como o Hospital Divina Providência (HDP).
das pessoas, como também na formação dos jovens e da
A ideia do Hospital Divina Providência começou a
sociedade.
surgir em 1960, quando, diante da realidade precária de saúde da população do bairro Cascata e Glória, Dom Vicente Scherer, então Arcebispo de Porto Alegre, convidou
Hospital Divina Providência | Divulgação
e desafiou as Irmãs a responderem a esta realidade. Depois de dois anos de estudos, projetos e avaliação da viabilidade, a construção inicia em 1962 e leva sete anos até a sua conclusão, sendo inaugurado em 31 de maio de 1969. Em mais de quatro décadas de atuação, o Hospital Divina Providência busca promover a vida de forma humanizada, prestando assistência hospitalar qualificada, com responsabilidade social e em harmonia com o meio ambiente. Com 1229 funcionários, em 2012 o Hospital atendeu 55.861 pacientes. Em 2013, o HDP fechou parceria com a Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul (CUFA-RS) para a realização do Circuito Papo Reto Porto Alegre, com seminários, palestras e oficinas de teatro sobre como tratar
Papo Reto |18| setembro
O Divina Providência procura formas de ajudar no combate às drogas
“o professor que tenha vinculo com o aluno, as vezes um professor que consegue se identificar com o aluno, esse professor pode ser aquela pessoa que é necessaria na vida desse individuo pra que ela tenha uma vida posterior de sucesso que seja uma vida saudável”
Fabio Paranhos | Divulgação PMPA
Secretaria de Saúde Promover o bem-estar em saúde, de acordo com as diretrizes do SUS, por meio de gestão única que garanta
Leste, Nordeste, Glória, Cruzeiro, Cristal, Sul, Centro-Sul, Paternon, Lomba do Pinheiro, Restinga e Extremo-Sul.
aos cidadãos o acesso universal, equânime e o cuidado
As GD são estruturas administrativas e gestoras
integral, com controle social e respeitando as pactuações
regionais e também espaços de discussão e prática
interfederativas, esta é a missão da Secretaria Municipal
onde são operacionalizadas todas as estratégias para a
de Saúde (SMS). Conforme o
Instituto Brasileiro de
atenção à saúde na esfera do SUS. São compostas por
Geografia e Estatística (IBGE), a SMS de Porto Alegre
Unidades de Saúde, Centros de Especialidades e Serviços
gerencia um sistema de saúde para uma população em
Especializados Ambulatoriais e Substitutivos.
torno de 1.409.351 pessoas que vivem na Capital. Além
Sob a Coordenadoria Geral de Urgências, nos territórios
disso, é referência para mais 3 milhões de pessoas dos
dos DS e das GD estão os Pronto-Atendimentos (PA), as
municípios da região metropolitana.
Bases do SAMU e os hospitais gerais e especializados
Carlos Henrique Casartelli assumiu a secretaria e
próprios e conveniados ao SUS, com portas de urgência
apoia o Projeto Circuito Papo Reto Porto Alegre, que vai ao
e emergência. Esse conjunto de equipamentos de saúde
encontro dos seus princípios. A entidade coordena também
e seus serviços, o que inclui também os serviços de
um conjunto de áreas técnicas de políticas públicas que
internação hospitalar e domiciliar, formam a rede de
abrangem os seguintes segmentos: criança e adolescente,
serviços do SUS em Porto Alegre.
idosos, saúde do trabalhador, medicamentos, saúde
A SMS administra dez Farmácias Distritais, que
bucal, saúde mental, saúde da mulher, população negra e
mantêm em estoque os remédios constantes da Relação
indígena, doenças sexualmente transmissíveis (DST/Aids),
Municipal de Medicamentos (REMUME), em acordo com
pneumologia e saúde nutricional, entre outros.
as normas do Ministério da Saúde. Além das Farmácias
Os serviços do SUS de Porto Alegre estão distribuídos
Distritais, as Unidades Básicas de Saúde também
nos territórios dos 17 Distritos Sanitários (DS), que formam
possuem dispensadores de remédios. A distribuição dos
as Gerências Distritais (GD). Os DS são: Ilhas, Humaitá/
medicamentos receitados é gratuita.
Navegantes, Centro, Noroeste, Norte, Eixo Baltazar,
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