PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

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PORT.COM 2014 . Nº 2 . AGOSTO / SETEMBRO . REVISTA BIMESTRAL . PREÇO: 2,50€

R E V I S TA D E P O R T U G A L E DA S C O M U N I DA D E S

Bem-Vindos

a

Portugal

JOSÉ CESÁRIO

FESTAS E ROMARIAS

BEBIDAS PORTUGUESAS

Entrevista com o Secretário de Estado das Comunidades

Calendário dos principais arraiais populares

O que é nacional é fresco

TONY CARREIRA Entre vista com o cantor das comunidades

+

V i s i t e o s i t e w w w. r e v i s t a p o r t . c o m e f i q u e m a i s p e r t o d e P o r t u g a l


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SUMÁRIO 4 EDITORIAL

. O verão de todos os regressos

6 DESTAQUE

. Bem-vindos a Portugal . Verão seguro e saudável . Uma mesa à sua espera

. Verão (que é verão) pede festa

22 CULTURA

. Coimbra tem mais encanto agora que é do mundo

. Um país recheado de património

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28 NEGÓCIOS

. O que é nacional é bom... e fresco! . Portugal anda há 60 anos a beber Sumol

34 ROTAS

. Praias de mar, praias de rio e termas

40 POLÍTICA

. Entrevista com José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

. Perfil de Manny de Freitas (deputado na África do Sul) e Carlos Leitão (Ministro das Finanças do Quebeque)

22

Praias Rios Termas

44 DESPORTO

. O regresso da grande festa do futebol

. Calendário da Primeira Liga 14/15

50 OPINIÃO . José Manuel Simões " O novo Portugal turístico: um breve olhar"

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18 COMUNIDADES

. Entrevista com Tony Carreira, o cantor das comunidades

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EDITORIAL FICHA TÉCNICA

Rua João de Ruão, nº 12 – 1º 3000-299 Coimbra (Portugal) geral@revistaport.com www.revistaport.com Nº de registo na ERC: 126526 EDIÇÃO E PROPRIEDADE

geral@ajbbnetwork.com www.ajbbnetwork.com NIF: 510 475 353 DIREÇÃO EDITORIAL Martha Mendes direcao.editorial@revistaport.com

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O VERÃO DE TODOS OS REGRESSOS

nquanto houver no mundo saudade, quero que seja sempre celebrada”. Os versos são famosos e o seu autor um símbolo maior da portugalidade. Foi Luís Vaz de Camões que, com o seu engenho e arte, traduziu em palavras no famoso soneto “Aquela triste e leda madrugada” a dor da saudade, o vazio e a angústia da partida. O brilhante poeta, conhecedor da vida e do mundo, deixa a porta aberta para o outro lado da história: até a mais triste madrugada pode ter um lado alegre. “Enquanto houver no mundo saudade, quero que seja sempre celebrada”. É desse outro lado que esta edição da Port.Com fala: da celebração da saudade. Porque sem ela não há regressos de abraços apertados e lágrimas felizes. Que este verão seja, então, a comemoração daquilo que nos permite regressar a casa como se a tivéssemos deixado para trás no dia anterior. Celebremos a saudade, pondo os pés na areia e o coração junto dos que cá deixámos; reencontremo-nos com o mar, tão português, em mergulhos frescos e sardinhas assadas com amor e família. Saudemos os eternos regressos que preenchem o vazio das partidas. Que este verão sirva para celebrarmos a saudade, esse conceito tão lusitano. Que seja o verão de todos os regressos e o início de uma leda madrugada. Seja bem-vindo ao reencontro com o seu país. Portugal está sempre à sua espera.

MARTHA MENDES

Direção Editorial

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COLABORAÇÕES (ED AGOSTO/SETEMBRO) PORTUGAL: Bruno Vale, Márcia Oliveira, Maria Silva, Manuel Lemos ALEMANHA: Portugal Post; BÉLGICA: LusoJornal (Ed Be); BRASIL: Mundo Lusíada; CANADÁ: Lusopresse; EUA: Portuguese Times; FRANÇA: LusoJornal (Ed FR); MACAU: Jornal Tribuna de Macau; REINO UNIDO: As Notícias; SUÍÇA: Gazeta Lusófona; VENEZUELA: Correio da Venezuela

DESIGN E PAGINAÇÃO BDMP, LDA TLM.: 914 106 764 www.bdmp.pt ASSINATURAS Filipa Marques assinaturas@revistaport.com PLATAFORMA ONLINE jnp@revistaport.com PUBLICIDADE AJBB Network Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal) (+351) 912 573 813 publicidade@ajbbnetwork.com PRODUÇÃO Impressão: Lisgráfica Distribuição: Própria e CTT Tiragem edição Agosto/Setembro: 75.000 Exemplares Nº de Depósito Legal: 376930/14 A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.

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DESTAQUE

BEM-VINDOS A PORTUGAL No verão, Portugal recebe de braços abertos milhares de emigrantes portugueses e lusodescendentes que vêm passar férias ao país. Há uma coisa que nunca muda: Portugal está sempre à espera destes regressos. Mas nem tudo permanece igual. Nos últimos tempos o país mudou. Há novas regras, novas leis, novos procedimentos. Quer saber as últimas? A Port.Com conta-lhe. POR MÁRCIA OLIVEIRA

SCUT – As novas portagens Sistema EASYToll para viaturas estrangeiras O sistema EASYToll é uma nova solução de pagamento automático de portagens eletrónicas, destinado a turistas e emigrantes, com a associação de um cartão bancário (Mastercard ou Visa) à matrícula da viatura. O condutor, sem ter de sair da viatura, introduz o cartão bancário no terminal de pagamento e o sistema associa automaticamente a matrícula do veículo ao cartão bancário. As portagens devidas serão diretamente debitadas na conta associada ao cartão.

As antigas SCUT – autoestradas sem custos para o utilizador – estão agora portajadas por meios eletrónicos e sinalizadas com placas retangulares de fundo azul (que avisam o utente que ele se encontra numa área sujeita a cobrança eletrónica de portagens). Tenha em atenção que junto de cada ponto de cobrança há um painel com as taxas aplicáveis. A forma mais simples de pagar as SCUT é utilizar um dispositivo eletrónico e aderir a uma

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modalidade de pagamento. Em alternativa, pode fazer o pós-pagamento (pagamento após a passagem, acrescido de um custo administrativo). Se optar pelo pós-pagamento tem cinco dias úteis para pagar, devendo dirigir-se a uma estação de correios ou à rede Payshop, indicando a matrícula do veículo. O não pagamento no prazo legal resulta em infração sujeita a coima, sendo o utente notificado na sua morada.

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Só os veículos de matrícula portuguesa podem ter Via Verde

No momento da adesão, válida por 30 dias, é emitido um talão comprovativo, que deverá ser conservado. O condutor tem sempre a possibilidade de alterar matrículas ou cancelar a adesão, através do Call Center 707 500 501 (Nacional) ou 00 351 212879555 (a partir do estrangeiro). INSTRUÇÕES Adira nos Welcome Point's localizados nos postos de fronteira nos seguintes locais: EN13 – Vila Nova de Cerveira A24 - a 3,5 km da fronteira Chaves/Verin A25 – área de Serviço de Alto de Leomil (Vilar Formoso) A22 – Vila Real de Santo António

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Fecho de estações dos CTT Foram 124 as estações dos CTT que encerraram no ano passado e é provável que a medida tenha afetado algumas das estações da sua zona de residência. Onde é que funcionam agora os CTT que fecharam? Em centros comerciais, papelarias ou juntas de freguesia. Faturas que dão carros É a lotaria das faturas. Desde janeiro deste ano que, todas as semanas, são sorteados automóveis para incentivar os consumidores a pedirem faturas. Para ficar habilitado tem que pedir para incluir o número de identificação fiscal no recibo. Todo o tipo de compras (em qualquer setor de atividade) é válido e habilita para o sorteio.

Alterações na costa portuguesa Devido aos temporais que afetaram o país neste último inverno, a costa portuguesa foi seriamente danificada. Apesar dos fortes estragos, foram levados a cabo trabalhos de recuperação nas praias mais afetadas, de forma a garantir a abertura da época balnear. No entanto, nunca é demais ter cautela e verificar se a zona onde está é segura e vigiada. Tenha em atenção as alterações de correntes e, em especial, aos "agueiros".

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Televisão só com TDT Para ver os seus programas preferidos na comodidade da sua casa ou faz um contrato para ter televisão por cabo (contratos de 24 meses) ou tem de comprar um aparelho TDT – Televisão Digital Terrestre. Antes, quem via gratuitamente os quatros canais de televisão (cinco nos arquipélagos), recebia as emissões através de uma antena que captava um sinal analógico. Agora o analógico foi substituído por um sinal digital: a Televisão Digital Terrestre (TDT).


DESTAQUE

NOVAS REGRAS DE TRÂNSITO Rotundas PROIBIDO Circular na faixa exterior da rotunda, exceto no troço imediatamente anterior à saída pretendida

Ciclistas Com a entrada em vigor do novo Código da Estrada, a 1 de janeiro de 2014, foram introduzidas novas regras de circulação para os ciclistas. Ciclistas na estrada Os ciclistas podem circular junto ao resto do tráfego.

Se tirou a carta antes do dia 1 de janeiro deste ano, o mais certo é já não estar atualizado. Várias regras de trânsito mudaram nessa data. As mais relevantes têm a ver com a forma de circulação nas rotundas. De acordo com as novas regras, o condutor deve adotar o seguinte comportamento: - Entrar na rotunda após ceder a passagem aos veículos que nela circulam, qualquer que seja a via por onde o façam; - Se pretender sair da rotunda na primeira via de saída, deve ocupar a via da direita; - Se pretender sair da rotunda por qualquer das outras vias de saída,

só deve ocupar a via de trânsito mais à direita após passar a via de saída imediatamente anterior àquela por onde pretende sair, aproximando-se progressivamente desta e mudando de via depois de tomar as devidas precauções; - Sem prejuízo do referido anteriormente, os condutores devem utilizar a via de trânsito mais conveniente ao seu destino.

Os condutores de veículos de tração animal, de velocípedes e de automóveis pesados, podem ocupar a via de trânsito mais à direita, sem prejuízo do dever de permitir a saída aos restantes condutores.

Governo propõe medidas de incentivo à natalidade

• Considerar dedutíveis em IRS as despesas suportadas pelos avós, como despesas de educação e de saúde;

OGoverno apresentou propostas de incentivo à natalidade. Mais do que “premiar os nascimentos” - o que produziria um efeito “espectacular mas de curto prazo” -, o estudo considera que o país precisa de remover os obstáculos que actualmente se colocam a quem quer ter filhos. As propostas serão , agora, discutidas no Parlamento. Das muitas ideias em cima da mesa salientamos cinco:

• Cada município pode definir o IMI, podendo diminuir a taxa de imposto em função do número de filhos;

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• Alargamento da licença de maternidade para mais um ano; • Part-time para mães e pais até que os filhos façam seis anos: redução de duas a quatro horas diárias do horário de trabalho; • Alargar apoio médico em situações de infertilidade: o Estado deve comparticipar a 100% os medicamentos específicos.

Distância mínima para ultrapassar Carros devem manter distância lateral de 1,5m ao ultrapassar ciclistas. Multa para o automobilista: 60€ Similar a passadeiras Deve ser cedida passagem aos velocípedes que atravessem a faixa de rodagem nas passagens assinaladas para a travessia destes. Aos pares Os velocípedes podem circular a par numa via, exceto em vias com reduzida visibilidade ou sempre que exista intensidade de trânsito ou de peões. Multa para os ciclistas: 30€ Crianças nos passeios A condução de bicicletas por crianças até 10 anos é equiparada ao trânsito de peões, podendo circular nos passeios, desde que não ponham em perigo ou perturbem os peões. Bicicletas à direita têm prioridade No caso de não haver sinalização, na cedência de passagem, tem prioridade quem se apresenta pela direita, mesmo tratando-se de uma bicicleta. Não há distinções. Multa para o automobilista: 120€

Contactos úteis Serviços de urgência Número Nacional de Socorro - 112 Intoxicações - 217 950 143 Centro de Busca e Salvamento Marítimo 214 401 919 Linha de Saúde Saúde 24 – 808 24 24 24 Cruz Vermelha Ambulâncias - 219 421 111 Hospitais - 217 714 700 Bombeiros Linha de Incêndios: 117 Chamadas de Socorro 213 422 222 Comandos - 213 924 700 Forças de segurança GNR - Comando 213 217 000 GNR - Brigada de Trânsito 213 922 300 GNR - Brigada Fiscal 218 112 100 Polícia Marítima (Piquete) 213 908 101 Polícia de Segurança Pública 213 466 141 Polícia Judiciária (Piquete) 213 575 566 Polícia Municipal 217 268 022 Aeroporto Partidas e chegadas de aviões 218 413 700 Caminhos-de-ferro Informações - 218 884 025 Turismo Linha de Apoio ao Turista 800 296 296 Provedor de justiça Relações Públicas 808 200 084 União europeia Centro de Informação Jacques Delors 800 222 001 Loja do cidadão 808 204 420 Gabinete de apoio ao emigrante: 223 395 450 / 69

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DESTAQUE

VERÃO SEGURO E SAUDÁVEL Aproveite as suas férias mas não descure os cuidados básicos a ter nesta altura do ano. Com a exposição ao sol, as altas temperaturas e a proximidade de zonas de praia há que ter cuidados redobrados para garantir a sua saúde e bem-estar. Especialmente entre os idosos e os mais novos há precauções que não podem (mesmo) ser esquecidas. POR MARIA SILVA

Sol q.b.

Há mar e mar, há ir e voltar

Alimentos leves e muita água

Vigilância redobrada com crianças e idosos

Evite a exposição solar entre as 11h e 17h. Aplique protetor solar 50+, meia-hora antes de chegar à praia ou à piscina, ou se for passear em zonas expostas ao sol, e repita a aplicação de duas em duas horas e/ou após o banho, mesmo que o protetor seja à prova de água. Use chapéu. Não se esqueça dos óculos de sol, com lentes certificadas. Em dias nublados deve manter os cuidados em relação à exposição solar. As nuvens enganam e deixam passar mais de 80 % da radiação.

Acompa n he as cr ia nças sempre que elas estejam perto da água e coloque-lhes coletes salva-vidas ou braçadeiras. Não deve usar bóias. Lembre-se que os afogamentos constituem a segunda causa de morte acidental em crianças, com maior incidência nos primeiros cinco anos de vida. Escolha praias e piscinas vigiadas. Respeite as bandeiras das praias e as indicações dos nadadores salvadores. Em caso de emergência ligue para o 112.

Evite o risco de desidratação: beba muitos líquidos. Não espere ter sede para ingerir líquidos pois a sede é já um primeiro sinal de desidratação. Águas, chás frios, sumos naturais e de frutas são as bebidas mais indicadas para manter o corpo hidratado e repor a água e os sais minerais que perde com a transpiração. Opte por alimentos leves, de fácil digestão e ricos em água: saladas, frutas, legumes salteados, peixes ou carnes magras. Coma muitas frutas: possuem alto teor de água e ajudam a hidratar o corpo. Cuidado com o excesso de sal que, juntamente com o calor, potencia a retenção de líquidos. O excesso de bebidas alcoólicas também pode causar desidratação.

Durante o verão deve ter cuidados redobrados com as crianças e os idosos: ofereça-lhes líquidos várias vezes ao dia. Faça as viagens de carro em horas de menor calor. Em caso de viagens longas, faça várias paragens. Ensine as crianças a nadarem e a terem comportamentos seguros dentro de água. Os mais novos devem usar uma camisola de algodão, chapéu de abas largas e fato de banho, enquanto brincam na areia, principalmente nos primeiros dias de praia. Evite deixar as crianças completamente nuas na praia, pois a areia nem sempre está limpa e pode causar irritações ou infeções cutâneas. Não exponha diretamente ao sol bebés com menos de um ano.

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COM CRIANÇAS NUNCA ESQUECER: • LÍQUIDOS VÁRIAS VEZES AO DIA • CHAPÉU, PROTETOR SOLAR E BRAÇADEIRAS • MUITA ATENÇÃO PERTO DA ÁGUA

112

Em caso de emergência ligue 112. E lembre-se: • Seja objetivo. • Mantenha a calma. • Peça ajuda.

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DESTAQUE

Uma mesa à sua espera

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uma casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa. O ano todo, com ou sem convidados, e seja qual for o prato principal. Mas o verão é especial até à mesa. E há sabores, tipicamente estivais, pelos quais aguardamos o ano inteiro. Verão não é verão sem sardinhas assadas, saladas de pimentos e vinho branco muito fresco. O verão pede gelado à sobremesa. Quer mais? Veja a mesa que a Port.Com preparou para o receber, de braços abertos. E lembre-se: se à porta humildemente bater mais alguém, senta-se à mesa co’a gente!

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RAÍZES

VERÃO (QUE É VERÃO!) PEDE FESTA As festas começam com os Santos Populares mas continuam pelo verão fora. Até ao lavar dos cestos é vindima, por isso, até ao final de setembro há romarias e bailaricos que chegam e sobram para animar o país.

Numa festa portuguesa não pode faltar: Quermesse Foguetes Jogos solteiros vs. casados Farturas Bailes Gaiteiros Vinho, cerveja, bifanas e sardinhas Carrosséis Algodão Doce Missas e procissões Largadas de touros

POR MÁRCIA OLIVEIRA

Nos meses de agosto e setembro, Portugal enche-se de arraiais e romarias. Alegria, cor, animação e petiscos são alguns dos ingredientes destas festas que atraem milhares de pessoas. No verão é assim em Portugal inteiro: há sempre festa, seja no interior ou na costa. O sol traz consigo a alegria e a vontade de dançar e festejar contagia tanto habitantes locais como os emigrantes que regressam à terra, de férias, para rever os

Festas de Nossa Senhora da Agonia

O tradicional desfile das Festas da Senhora da Agonia

Viana do Castelo Entre 20 e 24 de agosto PONTOS ALTOS: Romaria de Nossa Senhora da Agonia (dia 20) e desfile da mordomia (dia 22) com a participação de centenas de festeiras com os seus trajes vermelhos e negros ornamentados com peças de ourivesaria, em filigrana, típicas da região.

Expofacic Cantanhede Até 3 de agosto PONTOS ALTOS: Kaiser Chiefs, Anselmo Ralph e Ana Moura, feira comercial e agrícola e tasquinhas

Feira de S. Mateus

Ana Moura

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Anselmo Ralph

Viseu Entre 8 de agosto e 14 de setembro PONTOS ALTOS: Tony Carreira (16 de agosto), 280 expositores para visitar.

familiares e reviver bons momentos. Quer umas férias mais tradicionais? Porque não visitar uma localidade em festa? Os festejos e romarias locais incluem uma grande variedade de gastronomia tradicional, animação, música e folclore. Para o ajudar a encontrar a paragem ideal, compilámos algumas das festas, arraiais e romarias de Portugal. Escolha uma ou duas... E prepare-se para a farra.

Festas do Mar S. Vicente (Ilha da Madeira) De 21 a 26 de agosto PONTO ALTO: Festa e Procissão na Igreja Matriz de São Vicente (Ilha da Madeira)

FATACIL Lagoa De 15 a 24 de agosto PONTOS ALTOS: Ana Moura (22 de agosto) e 7º Concurso Vinhos do Algarve – FATACIL 2014

Festas do Mar Cascais De 15 a 24 de agosto PONTOS ALTOS: Procissão, os concertos e o fogo-de-artifício

Festas de Corroios Corroios De 22 a 31 de agosto PONTO ALTO UHF (dia 27)

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Miguel Ângelo

Festa das Vindimas de Palmela Palmela De 29 de agosto a 3 de setembro PONTOS ALTOS: provas e concursos de vinhos, as tradicionais celebrações do cortejo alegórico, as largadas de toiros e o espetáculo pirotécnico sobre a vila.

Romaria de S. Bartolomeu Ponte da Barca De 19 a 24 de agosto PONTOS ALTOS: desfile e atuação das Rusgas pelas ruas da vila.

Romaria de S. João d'Arga Serra D'Arga De 28 e 29 de agosto PONTOS ALTOS: cantigas ao desafio, dançar ao som das concertinas, bem como provar as especialidades locais, a aguardente com mel, a broa, o chouriço, o cabrito e o vinho verde, petiscos que são uma tradição da festa.

Festas da Moita Moita De 12 a 21 de setembro PONTOS ALTOS: Largada de touros, concerto Emanuel

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Festas da Cidade e Gualterianas Guimarães Primeiro fim-de-semana de agosto PONTOS ALTOS: Cortejo do Linho, Batalha das Flores e a Marcha Gualteriana

Festa da Nossa Senhora dos Remédios Lamego De finais de agosto a princípios de setembro PONTOS ALTOS: Procissão do Triunfo em honra de Nossa Senhora dos Remédios, Batalha das Flores e a Marcha Luminosa

Nossa Senhora da Nazaré Nazaré 8 de setembro PONTOS ALTOS: Procissão, bailes e touradas

Feiras novas Ponte de Lima De 10 a 15 de setembro PONTOS ALTOS: concursos pecuários, corridas de garranos, cortejos etnográfico e histórico, gigantones e cabeçudos, grupos de bombos e a procissão que encerra o ciclo das romarias do Alto Minho.

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Áurea

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RAÍZES

1º fim de semana - Festa em honra de

Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, em Guisande, Santa Maria

2º Fim de semana – Festa da Senhora das Neves, Vila de Punhe, Mujães e Barroselas

13 a 15/08 – Festas em honra de S. Tomé em Mangoeiro, Gondarém, Vila Nova de Cerveira

1º fim de semana - Festa em honra

2º Fim de semana - Festas de Nossa Senhora dos Milagres, Aldeia do Bispo

de S.Cipriano e Senhor dos Desamparados (Festa dos Arcos ) - Paços de

2º Fim de semana - Festa de Santa Catarina, Azóia, Leiria

14/08 – Festas em honra de S. Mamede em Lugar Casal Pedro, Junqueira, Vila do Conde

da Feira

Brandão, Santa Maria da Feira

1º fim de semana - Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, Nariz 1º fim de semana - Festas de São Sebastião, Baraçal 1º fim de semana - Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem, Matos da Ranha, Pombal 1º fim de semana - Santa Cristina, Meadela 1º fim de semana - Festa da Cultura, Melgaço 1º fim de semana - Festa da Senhora, Vila Nova de Cerveira 1º domingo - Festa de Nossa Senhora da Rocha, Alporchinhos, Lagoa 1º domingo - Festas do Senhor Jesus do Outeiro, Favaios, Alijó 5/08 - Festas de Nossa Senhora das Neves, Lageosa da Raia 5/08 - Festa em Honra de Nossa Senhora da Guia, Ferrel, Peniche 7 a 10/08 – Festas do Concelho de Paredes de Coura em Paredes de Coura, Viana do Castelo 7 a 9/08 – Romaria de Nossa Senhora da Saúde em Saudel, S. Lourenço, Sabrosa, Vila Real 7 a 9/08 – Romaria de Santa Marta de Portuzelo em Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo 7 a 9/08 - Festa em honra de Santa Margarida, Cambas, Oleiros 7, 8 e 9/08 - Romaria de Nossa Senhora da Saúde, S. Lourenço de Ribapinhão, Sabrosa 8/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Confiança, Isna, Oleiros Segundo domingo - Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, Armação de Pêra Segundo domingo - Festa de Nossa Senhora da Boa Hora, Parragil, Loulé Segundo domingo - Festa de Nossa Senhora do Pé da Cruz, Salir Segundo domingo - Festas do Nosso Senhor da Boa Sorte, Ribeira dos Carinhos Segundo domingo - Romaria de Nossa Senhora da Piedade, Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Sanfins do Douro 2º Fim de semana – Festas em honra de Sª Rita de Cássia nas Festas do Concelho de Caminha

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2º Fim de semana – Festas de Santa Marta, Santa Marta 2º Fim de semana – Festas de Nª Sª da Lapa e Feiras Francas, Arcos de Valdevez 2º Fim de semana – Festas do Concelho, Monção 2º Fim de semana – Festa concelhia, Valença 2º Fim de semana – Santa Rita, Caminha

14/08 – Romaria da Senhora da Aparecida em Torno, Lousada, Porto

15/08 - Festa de Nossa Senhora da Conceição, Ferragudo

10, 11 e 12/08 – Festas em honra de Nossa Senhora da Conceição em Cabrela, Montemor-o-Novo. 10 a 15/08 – Festa de Santo António em Aldeia da Ponte, Sabugal, Guarda 13/08 – Romaria de S. Bento da Porta Aberta em Rio Caldo, Gerês 13 a 15/08 - Nossa Senhora Aparecida, Torno, Lousada 13 a 16/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Paz, Milrico, Oleiros 14 e 15/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde, em Tropeço Arouca 14 e 15/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde em Avelãs de Caminho, Anadia 14 a 16/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Conceição, Sarnadas de S. Simão, Oleiros Meados - Festa de Nossa Senhora da Piedade, Canedo - Santa Maria da Feira

18 a 23/08 – Festa em Honra de Nossa Senhora da Saúde em Famalicão, Cortes, Leiria

Terceiro Domingo – Festa/Romaria da Freixianda em Freixianda, Ourém

15/08 - Festa de Nossa Senhora da Assunção, Alte

Terceiro Domingo – Festa do Senhor dos Perdidos em Calheiros, Ponte de Lima

14 e 15/08 – Festa de Nosso Senhor dos Aflitos em Lordelo, Vila Real 13 a 16/08 - Romarias da Nossa Senhora dos Remédios - Lousa - Torre de Moncorvo

Terceiro domingo Senhora das Dores e de Jesus Cristo, Pêra Terceiro Fim de semana - Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, Ericeira Terceiro Fim de semana - Romaria da Senhora da Agonia, Viana Penúltimo domingo - Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, Alvor 19 e 24/08 – Romaria de S. Bartolomeu nas Festas do Concelho de Ponte da Barca 23 e 24/08 – Festas de S. Bartolomeu em Penafiel 24/08 – Romaria de S. Bartolomeu do Mar em S. Bartolomeu do Mar, Esposende

Agosto é um mês de férias, festas e feiras, encontros e reencontros. Para que nada lhe escape, fizemos uma lista com algumas das festas que, em agosto, animam Portugal de norte a sul.

10/08 – Romaria de S. Lourenço da Armada em Armada, Ponte de Lima

16/08 – Festa da Senhora da Boa Viagem em Ericeira, Mafra

19, 20, 21 e 22/08 - Festas em honra de Nossa Senhora da Saúde e Santo António, em S.Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira

14/08 - Festa de Nossa Senhora da Orada, Albufeira

Meu querido mês de agosto 8 a 12/08 – Festas em honra de Nª Sª do Resgate em Touguinhó, Vila do Conde

15/08 - Festa em Honra de Nossa Senhora da Nazaré, Coentral

25/08 – Romaria “Milagre de Urgueira” em Urgueira, Macieira de Alcôba, Águeda, Aveiro 28 e 29/08 – Romaria de S. João d’Arga em Arga de S. João, Caminha

14 e 15/08 – Arraial de Nossa Senhora do Monte na Madeira 15/08 – Romaria de Nª Sª de La Salette em Vila Cova, Vila Real

Último fim de semana - S. Gens e Nossa Senhora do Rosário, Boelhe, Penafiel

15/08 – Festa em honra de Nossa Senhora do Azevedo em Cabração, Ponte de Lima, Viana do Castelo

Último fim de semana – São Bartolomeu, Ponte da Barca

15/08 – Festa de Santa Ana em Ramalheira, Freixianda, Ourém 15/08 - Nª Sº da Natividade ou Nª Sª do Rio de Couros em Rio de Couros, Ourém

Último domingo - Festa de Nossa Senhora da Encarnação, Carvoeiro Último domingo - Festa de Nossa Senhora da Guia, Faro Último domingo - Festa de Nossa Senhora dos Mártires, Silves

15/08 – Festas de Nª Sª da Assunção na Póvoa de Varzim 15/08 - Festa de Nossa Senhora da Saúde, Cabeçais - Fermedo – Arouca 15/08 - Festa da Nossa Senhora dos Milagres, Paçô de Cedrim - Cedrim Sever do Vouga

Último Domingo – Romaria de Nª Sª dos Aflitos em Pegarinhos, Alijó Último Domingo – Romaria de Sª Ana em Campeã, Vila Real Último Domingo – Romaria do Senhora da Serra em Belas, Sintra

15/08 - Romarias de Nossa Senhora da Assunção - Vila Flor - Torre de Moncorvo

Datas Móveis em Agosto:

15/08 - Festas de Santa Maria Maior, Alijó

- Festejos em honra de Nª Sª da Saúde em Famalicão, Cortes, Leiria

15/08 – Festa da Nossa Senhora de Fátima, Casconho, Soure

- Festa de Nossa Srª das Neves em Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim

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Stereossauro transforma clássicos portugueses em hip-hop POR MÁRCIA OLIVEIRA

"Verdes Anos" um clássico de Carlos Paredes, agora em versão "samplada"

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á imaginou ouvir músicas de Carlos Paredes na discoteca? O Stereossauro imaginou… E concretizou. O DJ português começou, como tantos outros, a “samplar discos de funk norte-americanos da década de 70”, mas rapidamente alargou o seu trabalho para músicas de todo o mundo, incluindo o fado. Foi com “Verdes Anos”, de Carlos Paredes, que o DJ se tornou conhecido. A música serviu de suporte ao vídeo de apresentação da Port.Com. No início, refere o músico, “foi apenas pela sonoridade da nossa música, para tentar captar a emoção e personalidade da guitarra portuguesa, ainda sem saber muito bem se iria resultar. Mas quando apresentei o trabalho ao público as reações foram ótimas e apercebi-me que as pessoas se identificavam e relacionavam com o que eu estava a fazer e que esse era um caminho a seguir”. Os elogios não tardaram e muitos vieram mesmo do estrangeiro. Através das redes sociais, Stereossauro recebeu “várias vezes palavras de incentivo de portugueses que vivem e trabalham um pouco por todo o mundo, principalmente das camadas mais jovens”.

Apostar nas competições de DJ'S em parceria com o DJ Ride, com quem forma os Beatbombers, e produzir novas músicas a solo são os próximos planos de Stereossauro. “O nosso cancioneiro é vasto, e consigo encontrar sempre músicas que me inspiram para fazer algo, sejam elas dos anos 70 ou da semana passada. Futuramente, gostaria, por exemplo, de ter acesso às gravações dos Ornatos Violeta”, conclui o DJ.

Siga o QR Code com o seu smartphone e veja o vídeo de apresentação da revista PORT.COM, com música de Stereossauro


COMUNIDADES

ENTREVISTA

“É PRECISO MUITA CORAGEM PARA EMIGRAR” Tony Carreira: o Cantor das Comunidades

POR MARTHA MENDES

Chama-se António Manuel Mateus Antunes mas para, todos nós, é o Tony Carreira. O cantor das comunidades. O cantor romântico. Nasceu na Beira Baixa mas emigrou, ainda jovem, para França, onde começou a dar os primeiros passos no mundo da música, para os portugueses da sua comunidade. Há quase 25 anos assinou, por três anos, um primeiro contrato discográfico que acabaria por não ser renovado. Hoje, Tony Carreira tem no seu currículo lotações esgotadas em salas como o Olympia de Paris, o Emperors Palace na África do Sul, o Queen Elizabeth nos Estados Unidos ou a Brixton Academy em Londres. Mas não se esquece de onde veio: em novembro vai cantar pela 13.ª vez no Meo Arena, onde detém o record de presenças; e no início deste ano gravou

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o álbum “Nos Fiançailles France Portugal”, especialmente dedicado aos mercados francófonos. Num dos seus maiores sucessos de sempre, o tema “Sonhos de Menino”, o galã que arrasta atrás de si uma legião de fãs, de todas as idades, deixava uma confidência: quando era menino “sonhava ser cantor, de cantigas de amor”. Tem quase 30 anos de carreira, 15 álbuns originais editados, 52 discos de platina e mais de 4 milhões de discos vendidos. Em maio deste ano Tony Carreira foi galardoado com o prestigiado "World Best Selling Portuguese Artist", tornando-se, assim, no primeiro português a receber um World Music Award, numa cerimónia por onde passaram Miley Cyrus, Leona Lewis, Laura Pausini ou Mariah Carey. O menino conseguiu. E a Port.com foi ouvi-lo.


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COMUNIDADES

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PORTUGAL É MESMO O MEU LUGAR".

Nasceu no seio de uma família humilde, numa pequena terra da Beira Baixa, Armadouro. Quais são as suas principais memórias de infância? T.C.: As paisagens do Armadouro, o cheiro da terra, o meu avô. Imaginava que a sua vida viria a dar uma volta tão grande? T.C.: Sonhava, como todas as crianças, mas nada me fazia prever tudo o que aconteceu. Por isso sou tão grato à vida e ao meu público. Já adulto, emigrou para França. Custou-lhe deixar Portugal? Como é que foi a sua experiência de emigração? T.C.: Emigrei depois de ter completado o ensino primário, com 11 anos. Fui ter com os meus pais... Assustava-me o desconhecido mas sentia-me feliz, pois tinha a noção que ia encontrar uma vida melhor. Quais foram as melhores e as piores experiências como emigrante? T.C.: Lembro-me de o meu pai me deixar à porta da escola sem eu saber falar nada de francês... Isso foi o meu primeiro e maior choque. Depois, com o passar do tempo, França acolheu-me e foi lá que comecei a cantar e a correr atrás do meu sonho. Só mais tarde fui reconhecido na minha terra natal. Numa altura em que tantos jovens se veem obrigados a abandonar o país em busca de uma vida melhor, que conselho dá a quem deixa Portugal para emigrar? T.C.: Desejo muita sorte, pois sei que deixar o país e a família para trás é muito difícil. É preciso muita coragem para emigrar. E é triste que assim tenha de ser e que em pleno século XXI o nosso país não consiga dar condições aos jovens para evoluírem profissionalmente e se sentirem realizados dentro de portas.

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Começa a cantar para a comunidade portuguesa de Paris, com a banda “Irmãos 5”. Foi um público importante? T.C: Muito importante. Foi aí que comecei a sonhar e a trabalhar para chegar mais longe. Foi este primeiro público que me deu força para acreditar no sonho de uma carreira no mundo da música. No entanto, é em Portugal – e depois da participação no Festival da Canção da Figueira da Foz - que consegue gravar o seu primeiro single (1988). Como é que Portugal olha para si, hoje em dia? T.C: Para ser sincero, já há muito tempo que me sinto respeitado no meu país. E isso deixa-me muito feliz. Ainda se sente um emigrante? T.C.: Não, sinto-me um português no mundo.

Na emblemática música “Sonhos de Menino” diz que “em cada canção, trago esse lugar [Portugal, a sua terra] no meu coração”. Portugal é o seu cantinho? T.C: Sem dúvida. Devido à minha profissão viajo muito mas, cada vez mais, sinto que Portugal é, mesmo, o meu lugar.

Tony Carreira foi o primeiro português galardoado com um "World Music Award"

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É o artista português que mais público nacional atrai aos espetáculos, em Portugal, ou no resto do mundo. Como é que explica esta identificação dos nossos emigrantes com a sua música e com o seu trabalho? T.C.: Só o público pode responder. Eu apenas faço aquilo que adoro, o melhor que sei. É na década de 1990 que o seu trabalho começa a ter um grande sucesso. Como é que acontece a viragem na sua carreira? T.C.: Conheci o meu amigo, e irmão de alma, o Ricardo Landum. Tivemos uma sintonia imediata e daí surgiram os primeiros sucessos, como o tema “A Minha Guitarra” que foi o meu primeiro disco de ouro. Esgotou alguns dos mais reputados espaços de espetáculos do mundo. São os portugueses espalhados pelo mundo que o vão ver e ouvir? Ou os seus espetáculos são para todas as nacionalidades? T.C.: Sim, maioritariamente são portugueses mas devido ao meu álbum “Nos Fiançailles France Portugal”, lançado em fevereiro, vejo que há cada vez mais franceses a quererem conhecer o artista e o seu concerto ao vivo. Depois de todas estas conquistas, alcançadas lá fora, como é regressar a Portugal e atuar no Pavilhão Atlântico, cheio de fãs? T.C: O Meo Arena sendo a maior sala de espetáculos do país é, obviamente, um local

de concerto sempre especial. No próximo dia 1 de novembro será já a 13ª vez que lá atuo. E sinto muito orgulho por deter o record de presenças na maior sala de espetáculos do meu país. Os seus dois filhos, o David e o Mickael, seguiram-lhe as pisadas e estão a trabalhar no mundo da música. Como é que vê o percursos que eles estão a fazer? T.C.: Vejo o percurso deles com muito orgulho, como pai e colega de profissão, pois sei o trabalho que eles desenvolvem todos os dias para fazerem sempre mais e melhor. Trocam ideias sobre o trabalho, em casa? Dá-lhes conselhos? Ensina-os? T.C.: Para ser franco acho que já são eles que me ensinam (risos)... Atuou recentemente em Portugal no Mega Pic-nic de Lisboa, no qual participa há já seis anos. O que começou por ser uma brincadeira está a tornar-se num fenómeno com grande sucesso e muita adesão dos lisboetas e não só. O que é que faz deste evento um sucesso tão grande? T.C.: Uma boa ideia resulta sempre num grande sucesso, e é esse o “segredo” do Mega Pic-nic: trazer o campo para a cidade, valorizar a produção nacional, juntar as famílias num evento que é absolutamen-

te transversal e encerrar com um grande show, ao vivo e em português. Anda na música há vários anos e a sua carreira sempre primou pela estabilidade, o que é raro no meio artístico. Qual é o segredo? T.C.: Trabalho, trabalho, trabalho, gratidão e nunca dormir à sombra da bananeira. Tem mais de 26 anos de carreira, 15 álbuns originais, 52 discos de platina e mais de 4 milhões de discos vendidos. Afirma frequentemente que já realizou todos os seus sonhos. Mesmo? Não lhe falta realizar nenhum? T.C.: Não... (sorriso) A verdade é que ainda tenho muito por realizar. Quem é o Tony Carreira? T.C.: Um homem como outro qualquer, grato com o que a vida lhe tem dado.

PERFIL Data de nascimento: 30 de dezembro de 1963. Estado Civil: Casado, três filhos. Comida preferida: Uma boa feijoada à transmontana. Cantor preferido: Tenho vários. Amália, Bryan Adams, Luís Miguel, vários outros cantores latinos, e o meu ídolo de infância: Mike Brant. Música preferida: Ouço um pouco de tudo, desde que seja boa música. A música é... A minha vida. Um luxo que não dispensa: Champanhe ou um bom vinho.

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Um vício que não pode evitar: Fumar... Mas não diga a ninguém. Um hobby: Passear com a minha filha. Um livro: Qualquer um sobre a História de Portugal.

O seu maior orgulho: Os meus filhos. O maior medo: Perder quem amo. 8 ou 80? Os dois. Gosto de extremos. Arrepende-se de... Nada.

Um objeto que anda sempre consigo: Telemóvel.

O que lhe falta fazer: Tanta coisa...

Uma paixão: Cozinhar.

Quer que se lembrem de si como... Um tipo porreiro.

Praia ou campo? Piscina. Verão ou inverno? Verão. A sua maior qualidade: Talvez a gratidão. Nunca me esqueço de quem me faz bem. O pior defeito: Ser impaciente?

O primeiro álbum de estúdio em francês do cantor

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CULTURA

COIMBRA TEM MAIS ENCANTO AGORA QUE É DO MUNDO Foi no final de junho do ano passado que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura reconheceu a Universidade de Coimbra (UC), Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade. Coimbra juntava-se, assim, aos centros históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães. POR MARTHA MENDES

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ara além do valor arquitetónico o reconhecimento valorizou a importância da cultura e da língua portuguesas. “Até ao início do século XX a UC foi a única universidade do espaço de Língua Portuguesa. Formou a elite de muitas gerações, com um papel inigualável na lusofonia. O seu acervo histórico e tradições são únicas. E sendo uma universidade das mais antigas do mundo, tem sabido manter-se na fronteira do conhecimento”, frisa o Reitor da UC, João Gabriel Silva. Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), recorda que “não foi apenas o edificado que foi classificado mas também o imaterial. Uma classificação dupla é rara a nível mundial e, aqui, distingue o papel da UC na consolidação da Língua Portuguesa e na sua difusão”. Clara Almeida Santos, vice-reitora da UC para a

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Comunicação, Cultura e Património, defende que a UC é “sempre contemporânea” e que “há uma certa maneira de ser, tensa, entre o “potencial” e o alcançado” que define a cidade. Pedro Machado, Presidente da Turismo do Centro não tem dúvidas: “Coimbra será sempre uma universidade de referência em Portugal e no mundo”. João Gabriel Silva – que defende que “Coimbra é a única cidade universitária portuguesa; a universidade e a cidade estão tão entrelaçadas que uma não vive sem a outra” – recorda que “o Paço das Escolas era onde o primeiro rei vivia quando Portugal se tornou independente, em 1143, e onde nasceram quase todos os reis da primeira dinastia. Possui uma das mais belas bibliotecas do mundo, a Joanina, e coleções museológicas únicas”, altamente apelativas para o turismo. A vice-reitora destaca também a “oferta cultural

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intensíssima” e o facto de haver “lugares onde se come muito bem e onde se está ainda melhor”. “A universidade, as tradições académicas, a canção de Coimbra, o património material e imaterial” são para o Presidente da Turismo do Centro os “elementos distintivos da cidade, aqueles aos quais ninguém fica indiferente”. Manuel Machado salienta, no entanto, que “Coimbra não vive apenas da tradição, encara os desafios do futuro. Dispõe de um setor de saúde de alto nível - dos cuidados de saúde à produção de medicamentos - e empresas de base tecnológica a bom ritmo. Possuímos recursos exemplares para turismo cultural e patrimonial, religioso, de saúde e bem-estar, científico e de congressos”. Porque é que Coimbra é uma cidade a visitar? “Há quase mil anos Coimbra foi governada por D. Sesnando, que já então se distinguiu por conseguir colocar em sã convivência povos habitualmente desavindos. Diria, portanto, que temos uma tradição milenar de bem receber. Por outro lado, os vários pontos de interesse concentram-se num espaço relativamente pequeno, o que facilita a visita. Já para não falar das excecionais paisagens urbanas em que tradição e modernidade se mesclam de forma magnífica”, responde o Presidente da Câmara.

des no mundo consideradas património da humanidade por razões materiais e imateriais, isso coloca a UC no topo. Sendo difícil de quantificar penso, no entanto, que ajuda a atrair estudantes”. Clara Almeida Santos considera que o título de “Universidade Património Mundial é especialmente apelativo para estudantes internacionais, um segmento em que a UC está a apostar fortemente”. João Gabriel Silva corrobora: “A UC tem liderado na aplicação nacional do novo Estatuto de Estudante Internacional. Sendo um símbolo central da língua e cultura portuguesas, espera ser um polo de atração para aqueles que querem uma formação avançada em Língua Portuguesa, uma língua falada por quase 300 milhões de pessoas”.

O que mudou? Para o Reitor da UC “os habitantes de Coimbra adquiriram consciência do valor da cidade e da universidade. Passaram a dar mais atenção ao património e a ter mais cuidado com ele”. Clara Almeida Santos frisa que foi “um marco importante, mas não é um começo nem um fim de quase nada” pois há “projetos para várias décadas que não são concretizáveis num ano”. Contudo, destaca, “a iniciativa privada está a aproveitar muito bem a oportunidade e a reabilitação continua a acontecer. Talvez tenha aumentado a autoestima da cidade”. Pedro Machado reconhece que “é difícil medir o impacto da distinção no território. A economia turística tem muitas variáveis e as motivações de visita são múltiplas”, mas “é percetível que o número de visitantes aumentou”. O reitor da UC também considera que é hoje maior o prestígio da instituição. “Como só há três universida-

organizações públicas de gestão do território, os empresários e a comunidade civil”, afirma. O reitor da UC sublinha a necessidade de reforçar a relação entre a cidade e a instituição: “estamos a fazer um esforço para apresentar mais motivos de interesse e para coordenar a oferta turística da universidade com outros locais de interesse da cidade. Isto sem esquecer que a missão central da Universidade é criar conhecimento e transmiti-lo”. Pedro Machado recorda que “o reconhecimento de Coimbra enquanto património da humanidade veio reforçar a notoriedade da cidade e da universidade, e atribuiu escala à marca UNESCO no território regional: o Centro dispõe agora de seis locais com esta chancela”. Para o responsável, “a Região Centro é um destino extraordinário para férias, ou visitas mais curtas. A diversidade da sua oferta possibilita experiências diferentes e permite criar pacotes turísticos para diversos perfis de consumidores”, conclui.

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Uma responsabilidade acrescida “O reconhecimento UNESCO é também uma oportunidade para melhorar a componente urbana. As cidades devem conseguir receber os turistas ao nível da mobilidade, do planeamento, dos equipamentos e serviços”, defende Pedro Machado, exemplificando: “a “baixinha” é uma área carismática, com grande potencial mas precisa de ser requalificada. É um trabalho que deve envolver as

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CULTURA

COIMBRA

O que visitar Alta Universidade de Coimbra Detentora de um conjunto de notável património arquitetónico e cultural, de importância internacional, a UC é uma das mais antigas universidades da Europa. Fundada em 1290 em Lisboa por iniciativa do rei D. Dinis, faz parte do escasso lote de quinze universidades ativas na Europa, no final do século XIII. Após um período de alternância entre as cidades de Lisboa e Coimbra, a transferência definitiva dá-se em 1537, pela mão de D. João III.

Museu Machado de Castro Foi centro administrativo, político e religioso, na época romana; templo cristão, pelo menos desde o séc. XI; paço episcopal, a partir da segunda metade do séc. XII; e é museu desde 1911. É, por isso, um dos lugares mais atrativos da cidade e um bom exemplo da carga simbólica de um lugar. Destaque para o grande pátio, dominado pela loggia quinhentista.

Sé Velha de Coimbra Um dos edifícios em estilo românico mais importantes do país. Construção de 1139, quando Afonso Henriques se declarou rei de Portugal e escolheu Coimbra como capital do reino. Na Sé Velha está sepultado D. Sesnando, conde de Coimbra.

Sé Nova de Coimbra Localizada no Largo da Feira, inaugurada em 1698, começou por ser a Igreja do Colégio dos Jesuítas que se instalaram em Coimbra em 1541.

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Monumentos Mosteiro de Santa Clara-a-Velha Fundado em 1283. A Rainha Santa Isabel interessou-se pelo convento, entretanto extinto, e mandou construir novos edifícios em estilo gótico, de que se destacam o claustro e a igreja, sagrada em 1330. O percurso inclui visita às ruínas, exposição de espólio arqueológico conventual, exibição de filmes e modelação virtual. As cheias do Mondego ditaram o seu abandono.

Mosteiro de Santa Clara-a-Nova Edifício barroco que começou a ser construído em 1649 para substituir o mosteiro das monjas clarissas, arruinado pelo leito do rio Mondego. Na sua igreja, guarda-se, no retábulo da capela-mor, a urna de prata e cristal, do séc. XVII, onde é venerado o corpo da Rainha Santa Isabel.

Igreja de Santa Cruz Igreja românica que começou a ser construída em 1131, sob o patrocínio de D. Afonso Henriques. É aqui que estão sepultados, na capela-mor da igreja, hoje Panteão Nacional, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, primeiros reis de Portugal. Nas traseiras situa-se o Claustro da Manga, uma construção renascentista que também vale a pena visitar.

Arco de Almedina Era a principal porta da muralha medieval. Atribui-se a parte mais antiga da porta ao século IX e o seu aspeto atual a uma reforma do início do século XVI, ordenada por D. Manuel I.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Pátio da Inquisição Deve o seu nome ao conjunto de edifícios onde funcionou, desde 1566 até à sua extinção, em 1821, o Tribunal do Santo Ofício. Para além do edifício que foi sede da Inquisição coimbrã, o pátio congregou o primitivo Colégio das Artes. Após obras de escavação e adaptação, aqui funciona atualmente, o Centro de Artes Visuais.

Estátua da "Tricana" Junto ao Arco de Almedina

Museus

Museu da Água

Casa-Museu Miguel Torga Casa onde viveu Miguel Torga, em Coimbra, na qual se encontram algumas das primeiras edições de obras da sua autoria e diversos objetos pessoais.

Casa-Museu Bissaya Barreto Inaugurada em 1986, a Casa-Museu – residência, durante cerca de 30 anos, do cirurgião e professor Bissaya Barreto -, está instalada num edifício revivalista, neobarroco. Inclui as principais peças reunidas por Bissaya Barreto, ao longo de 50 anos, e uma coleção de azulejos portugueses, porcelanas da Companhia das Índias e pintura contemporânea portuguesa.

Situado no Parque Dr. Manuel de Braga, o Museu da Água de Coimbra veio ocupar uma antiga Estação de Captação de Água, datada de 1922. Espaço museológico de memórias antigas, inspirado no diálogo permanente entre Coimbra e o Rio Mondego.

Museu da Ciência da Universidade de Coimbra Inclui coleções de instrumentos científicos da Universidade de Coimbra e disponibiliza um conjunto de experiências e atividades para os visitantes.

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Portugal dos Pequenitos

Túmulo de D. Afonso Henriques (Igreja de St.ª Cruz)

"Deposição de Cristo" de João de Ruão (Museu Nacional Machado Castro)

Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra

Localiza-se no largo do Rossio de Santa Clara e é um parque temático concebido e construído como um espaço lúdico, pedagógico e turístico, para mostrar a cultura e o património português, em Portugal e no mundo. Iniciativa de Bissaya Barreto e projetado por Cassiano Branco, foi inaugurado em junho de 1940, razão pela qual a sua conceção e arquitetura estão tão imbuídas do espírito idealista e nacionalista do Estado Novo Português. Reproduções de solares de Trás-os-Montes e Minho, casas típicas de cada região do país com pomares, hortas e jardins, capelas, azenhas

e pelourinhos; alguns dos mais representativos monumentos, de norte a sul do país; a representação monumental e etnográfica das então províncias ultramarinas em África, do Brasil, Macau, Estado Português da Índia e Timor Português, envolvidos por vegetação própria destas regiões; e representações dos

arquipélagos dos Açores e da Madeira completam o conjunto de atrações deste espaço. Com quase 75 anos de existência, continua a ser um dos parques temáticos voltados para o público infanto-juvenil mais visitados no país, com um afluxo de cerca de 400 mil visitantes por ano.

Via Latina dos pequenitos

Jardim da Sereia

Jardins e espaços verdes Parque de Santa Cruz (Jardim da Sereia)

Fonte dos Amores (Quinta das Lágrimas)

Popularmente conhecido como "Jardim da Sereia", data do séc. XVIII. A entrada do jardim faz-se através de um arco triunfal, coroado por três estátuas, que representam a Fé, a Esperança e a Caridade.

Jardins da Quinta das Lágrimas A Quinta das Lágrimas deve o seu nome às desventuras do romance entre Inês de Castro e o príncipe D. Pedro. A romântica tragédia coloca neste local a morte de D. Inês. A Fon-

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te dos Amores integra-se hoje num parque de árvores centenárias, ruínas medievais e neo-góticas, tanques e regatos.

Penedo da Saudade Promontório rochoso, hoje ajardinado, cujo nome advém da tradição, segundo a qual D. Pedro ia frequentemente ao local, então conhecido por Pedra dos Ventos, chorar a perda de Inês. No séc. XX, por ocasião de reuniões de cursos e outros eventos académicos, foi sendo hábito colocar ao longo do jardim lápides com versos, particularmente no recanto do jardim denominado “sala dos cursos”. Bustos de poetas emblemáticos da cultura portuguesa, como

António Nobre ou Eça de Queirós, imortalizam neste jardim a sua ligação a Coimbra.

Jardim Botânico Concluído no séc. XIX, a sua exuberante vegetação reflete estudos e intercâmbios botânicos com todos os quadrantes do globo. Foi criado durante a Reforma Pombalina da UC, no ano de 1773.

Mata Nacional do Choupal Imortalizada nos poemas e no fado de Coimbra, tem espécies vegetais diversas como o choupo, o plátano, a nogueira-preta e o cedro dos pântanos.

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4. Paisagem cultural de Sintra “No século XIX Sintra tornou-se o primeiro centro da arquitetura romântica Europeia. Fernando II transformou um mosteiro em ruínas num castelo onde esta nova sensibilidade se deixa ver pelo uso de elementos do estilo Gótico, Egípcio, Mourisco e do Renascimento, e pela criação de um parque que mistura espécies exóticas com locais. Outras habitações luxuosas foram construídas pela mesma linha ao longo da serra, criando uma combinação única de jardins e parques que acabaram por influenciar a arquitetura paisagística por toda a Europa”.

5. Cidade-quartel fronteiriça de Elvas e suas fortificações “Extensivamente fortificada entre o século XVII e o século XIX, representa o maior sistema de fortificações abaluartadas do 3. Convento mundo. No interior das muralhas de Cristo em Tomar a cidade inclui grandes casernas “Desenhado originalmente e outras construções militares, para simbolizar a reconquista, bem como igrejas e mosteio Convento dos Cavaleiros ros. Enquanto Elvas conserva Templários de Tomar (transfevestígios do século X, as suas rido em 1344 para os Cavaleiros fortificações datam da época da da Ordem de Cristo) simboliza restauração da independência de o oposto do período Manuelino Portugal (1640). Várias das forti– a abertura de Portugal a outras ficações, desenhadas pelo padre civilizações”. jesuíta Cosmander, representam o mais bem conservado exemplo de fortificações do mundo com origem na escola militar holandesa”.

2. Zona Central da cidade de Angra do Heroísmo nos Açores “Situada numa das ilhas do arquipélago dos Açores, foi um porto obrigatório entre o século XV e o surgimento do barco a vapor, no século XIX. As fortificações São Sebastião e São João Baptista, com 400 anos, são exemplos únicos de arquitetura militar”.

1. Região Vinhateira do Alto Douro “O vinho tem sido produzido pelos donos da terras no Douro há mais de 2000 anos. Desde o século XVIII, o seu principal produto, o Vinho do Porto, é mundialmente famoso devido à sua qualidade. Esta longa tradição de vinicultura produziu uma paisagem cultural de beleza estonteante, que reflete a sua evolução económica, tecnológica e social”.

CULTURA

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Paisagem cultural de Sintra

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Mosteiro da Batalha

Mosteiro de Alcobaça

6. Centro Histórico de Évora “Esta cidade-museu, cujas raízes vão até aos tempos do Império Romano, alcançou a sua época dourada durante o século XV, quando se tornou a residência dos Reis de Portugal. A sua qualidade única deriva desde as casas caiadas de branco, decoradas com azulejos, às varandas em ferro forjado, datadas entre o século XVI e o século XVIII. Os seus monumentos tiveram profunda influência na arquitetura portuguesa no Brasil”.

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Alcobaça

Batalha

Leiria

Convento de Cristo

Porto (centro histórico)

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Região Vinhateira do Alto Douro

Braga

Santarém

Tomar

Coimbra

Aveiro

Porto

Viana do Castelo

Viseu

Guimarães

Portalegre

Castelo Branco

Vila Real

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Elvas e suas fortificações

Sítio de arte rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa Vila Nova de Foz Côa

Bragança

Guimarães (centro histórico)

Guarda

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10. Mosteiro de Alcobaça “O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, a norte de Lisboa, foi construído no século XII pelo Rei Afonso I. O seu tamanho, a pureza do estilo arquitetónico, a beleza dos materiais e o cuidado com que foi construído tornam-no numa obra-prima da arte gótica cisterciense”.

esta paisagem de extraordinária beleza é o melhor vestígio subsistente de uma prática agrícola muito comum noutros tempos”.

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9. Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico “Compreende uma rede espetacular de largos muros de pedra, amplamente espaçados e paralelos com a orla oceânica, que vão desde a costa ao interior da ilha. Evidências desta vinicultura, cujas origens remontam ao século XV, manifestam-se no conjunto extraordinário de campos, casas e mansões do início do século XIX, adegas, igrejas e portos. Trabalhada pelo homem,

12. Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém (Lisboa) “Junto à entrada do porto de Lisboa, o Mosteiro dos Jerónimos – que começou a ser construído em 1502 – exemplifica a arte portuguesa no seu melhor. A vizinha Torre de Belém, construída para comemorar a expedição de Vasco da Gama à Índia, é uma lembrança das grandes descobertas marítimas que lançaram as bases do mundo moderno”.

11. Mosteiro da Batalha “O Mosteiro dos Dominicanos 8. Centro Histórico do Porto da Batalha foi construído para “O Porto, construído sobre as co- comemorar a vitória portuguelinas com vista para o rio Douro, sa sobre Castela na batalha de Aljubarrota (1385). Era para ser o é uma ilustre paisagem urbana com mais de 2000 anos de histó- principal projeto de construção ria. O seu contínuo crescimento, da monarquia portuguesa para ligado ao mar, pode ser visto nos os dois séculos seguintes. Aqui, muitos e variados monumentos, um estilo Gótico nacional e muito original evoluiu profundesde a catedral com o seu coro damente influenciado pela arte Romanesco, ao Neo-Clássico Palácio da Bolsa, até ao estilo ma- Manuelina, como demonstrado na sua obra-prima, o Claustro nuelino tipicamente português Real”. da Igreja de Santa Clara”.

7. Centro Histórico de Guimarães “A cidade histórica de Guimarães está associada à emergente identidade nacional de Portugal no século XII. Excepcionalmente bem preservada e um belo exemplo da evolução de uma colónia medieval para uma cidade moderna, a sua rica tipologia edificada exemplifica o desenvolvimento específico da arquitetura portuguesa do século XV ao século XIX, através do uso consistente de materiais de construção e técnicas tradicionais”.

Floresta Laurissilva Ilha da Madeira

Madeira

Açores

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Pico

Angra do Heroísmo

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Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém

Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico

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Lisboa

Faro

Beja

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Évora (centro histórico)

UM PAÍS RECHEADO DE PATRIMÓNIO

Setúbal

Évora

Elvas

POR MARIA SILVA

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A Universidade de Coimbra, a Alta e a Sofia foram os mais recentes locais de Portugal a entrar para a lista do Património Mundial da UNESCO mas não são os únicos. Desde 1983 que o nosso país tem representantes culturais e naturais nesta honrosa lista de prestígio. A Port. Com enumera alguns desses (outros) paraísos e os motivos pelos quais não pode deixar de os visitar, pelas palavras da própria UNESCO.

Sintra


NEGÓCIOS

O QUE É NACIONAL É BOM... E FRESCO! Com o Verão chegam as altas temperaturas, os petiscos apurados, o sal, o sol... E a sede! É nesta altura do ano que se consomem mais refrigerantes, cervejas, sumos e vinhos frescos.

POR MARTHA MENDES

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ão várias as opções disponíveis no mercado e há bebidas para todos os gostos: dos verdes aos rosés, dos néctares aos sumos naturais, das águas minerais às águas gaseificadas; com ou sem álcool, com e sem gás. O importante é matar a sede, de acordo com as preferências do seu paladar. A Port.Com fez uma viagem pela história das principais empresas e marcas de bebidas nacionais - aquelas que andam a refrescar os portugueses há anos - e descobriu que muitas delas já fazem parte das nossas tradições de verão. Independentemente dos gostos, com calor as bebidas querem-se frescas. Sai mais uma...! E que venha gelada. A saber a verão.

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Frize É uma das marcas da Sumol-Compal. Foi a primeira água com gás com sabor portuguesa. Nas palavras da marca: “inaugurou o território do prazer para as águas com gás”. Estávamos em julho de 1994 quando nasceu a empresa Águas de Bem Saúde - firma transmontana, com unidade industrial em Vila Flôr - que começou a vender a água mineral natural Frize. Só oito anos depois, em agosto de 2002, é lançada a Frize de Limão que abre portas à nova gama Frize Sabores. A marca criou um novo conceito de utilização para a água com gás: o de bebida refrescante, alternativa a qualquer soft-drink. Desde 2002 a Frize tem vindo a apostar em águas com aromas, tendo cada vez mais adeptos entre os consumidores. Limão, tangerina, maracujá ou groselha são alguns dos sabores Frize. Em 2010 a marca aceitou o seu mais recente desafio

com o lançamento das novas Frize Bar Collection - Água Tónica e Ginger Ale que vêm alargar as opções de consumo em ambientes de convívio, à noite ou em esplanadas, como aperitivo ou misturado com bebidas alcoólicas. “Bem disposta, inovadora, irreverente, diferente, dinâmica, jovem, inteligente e exigente”: é assim que a marca faz o seu auto-retrato.


Compal

Licor Beirão

Sagres

A Compal, nome dado à Companhia de Conservas Alimentares, SA, foi criada em 1952, no Entroncamento. Primeiramente centrada no fabrico de conservas de tomate acabaria por ampliar os seus negócios, passando a produzir também sumos de fruta, néctares e refrigerantes, para além de vegetais em conserva e, mais recentemente, em 2005, águas gaseificadas. A internacionalização da marca começou em 2003, com a entrada no mercado espanhol de sumos, e nunca mais parou: atualmente os néctares da Compal, conhecidos de todos os portugueses, são consumidos em cerca de 40 países, estando na Europa, África e Estados Unidos. Em 2002, no seu 50º aniversário, a Compal lançou uma nova embalagem de 1 litro, a Tetra Prisma Aseptic Square, tornando-se na primeira marca de sumos a comercializar este invólucro na Península Ibérica, a segunda na Europa e a terceira no mundo. Em 2007, a marca recebe o prémio Zenith International, na categoria “inovação de melhor novo sumo”, e nas categorias respeitantes ao melhor conceito, com o produto Compal Essencial. Em 2009 é criada a Sumol+Compal, resultado da fusão das duas marcas.

Com uma relação de quase um século com os portugueses, o Licor Beirão, que começou por ser um remédio peitoral, acabou por se tornar numa das marcas nacionais mais conhecidas, com fortes campanhas de comunicação que marcam a história da publicidade nacional. Hoje marca líder no mercado dos licores em Portugal, o Beirão transmite a autenticidade da família Redondo, que o mantém original. Atualmente o “licor de Portugal” é consumido em todo o mundo, com fortes ligações à diáspora. Para atingir novos mercados – do consumo jovem, noturno e de verão – o Licor Beirão lança o caipirão (2002) e o morangão (2010), duas formas diferentes e frescas, sugeridas pela marca, para o consumo do licor em dias quentes. "Nos últimos anos o Licor Beirão decidiu apostar em novas formas de consumo para chegar a um público que ainda não estava familiarizado com o licor. Esta aposta foi acertada e eficaz e o lançamento destes produtos ajudou muito a renovar a marca", explica Daniel Redondo, diretor-geral da empresa. "Há uma ligação perfeita entre o conceito dos dois cocktails e o clima leve típico do Verão", frisa o responsável.

A Sociedade Central de Cervejas (SCC), detentora da Sagres, foi constituída em 1934 para vender as cervejas das antigas Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, Companhia de Cervejas Estrela, Companhia de Cervejas Coimbra e Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen. A Sagres nasce em 1940, como cerveja de prestígio, para representar a SCC na Exposição do Mundo Português, inaugurada em Maio desse ano. Depois de várias alterações no capital acionista, em 2003, a Scottish & Newcastle passa a deter o controlo da empresa e da Sociedade da Água de Luso, passando a designar-se, a partir de 2004, SCC – Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, S.A. A empresa foi adquirida, na sua totalidade, em 2008, pelo Grupo Heineken, um dos maiores do Mundo. A Sagres - que iniciou a exportação de cervejas nacionais, começando pelos territórios Ultramarinos, na década de 1960 - não contém aditivos nem conservantes. Da marca fazem parte a Sagres Branca, a Preta, a Radler, a Bohemia e as sem-álcool Branca e Preta, todas produzidas e engarrafadas na Fábrica de Vialonga.

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NEGÓCIOS

Super Bock

Casal garcia

Mateus Rosé

A Super Bock, lançada em 1927, é uma marca de cerveja portuguesa detida pela empresa Unicer, atualmente a maior empresa portuguesa de bebidas refrescantes. A Unicer resultou da junção de três cervejeiras, em 1977, mas foi no distante ano de 1890 que se formou, com o capital inicial de 125 contos de réis, a CUFP - Companhia União Fabril Portuense, mãe da atual empresa de bebidas. A Unicer está presente nos segmentos dos refrigerantes e vinhos, na produção e comercialização de malte e no negócio do turismo, detendo dois ativos de referência na região de Trás-os-Montes: os Parques Lúdico-Termais de Vidago e Pedras Salgadas. Em Angola, a Cristal é a cerveja mais vendida do grupo, seguida da Super Bock. Do portfolio da marca fazem parte a Super Bock, Super Bock Stout (preta), Green (com Limão), Abadia (com extra fermentação, de tom ruivo), Twin (sem álcool), Tango (com Groselha) e Classic (Cerveja do tipo Lager). Em 1995 a marca dinamizou o panorama dos Festivais de Verão em Portugal com o lançamento do "Super Bock, Super Rock", um festival que tem atraído a Portugal várias bandas e intérpretes de prestígio.

A marca Casal Garcia nasceu em 1939. Num passeio de comboio pelas rotas do vinho do Douro, o enólogo Eugène Hélisse, interrompeu a viagem com destino ao Porto, depois de passar pela Quinta da Aveleda. Dirigiu-se à adega para falar com o proprietário, Roberto Guedes, impressionado pelo que tinha visto a partir da janela do comboio: as videiras cuidadas e a terra dividida em função da variedade das uvas. Roberto Guedes acabaria por contratá-lo e cedo se notaram as diferenças, na cor e no sabor fresco e leve do vinho. O nome surgiu naturalmente, pois o vinho foi produzido a partir de uma das vinhas de Casal Garcia. Em 1970 a marca dá inicio à exportação e, em 1990, com o boom turístico de ingleses em Portugal, dá-se um forte crescimento das vendas no Reino Unido, que descobria, aos poucos e através dos turistas de verão, o vinho verde. É também nesta década que aparece o slogan que, até hoje, está associado à marca: “Haja Felicidade, Haja Casal Garcia!”. Em 2007 é lançada a edição comemorativa Casal Garcia World Wine, para celebrar a chegada a 60 países – estava, por fim, cumprida a etapa da internacionalização. Atualmente o vinho é degustado em mais de 70 países.

O vinho Mateus Rosé é uma marca da Sogrape Vinhos, empresa constituída por um grupo de amigos que, no difícil ambiente económico e político de 1942, decidiram apostar no talento de Fernando Van Zeller Guedes, para criar e desenvolver uma empresa capaz de impor os vinhos portugueses internacionalmente. Da capacidade de ver primeiro evidenciada pelo fundador nasceu a primeira marca portuguesa e global de vinhos, o Mateus Rosé, cujo sucesso em mais de 120 países foi decisivo para a empresa, que tem sabido preservar a visão do início e adaptá-la aos tempos. O vinho foi especialmente desenhado para a adesão dos mercados norte-americano e norte-europeu e a aposta foi bem-sucedida: a produção cresceu rapidamente nos anos 1950/60 e no final dos anos 1980, complementado por uma versão branca, que representava, na altura, mais de 40% das exportações de vinhos de mesa de Portugal. Liderada hoje pela terceira geração da família fundadora, a Sogrape continua a cumprir o objetivo assumido desde o primeiro dia: dar a conhecer ao mundo os vinhos portugueses, com uma aposta forte em marcas de volume capazes de satisfazer as necessidades dos vários segmentos do mercado.

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Com mais de 160 anos, a Sociedade da Água de Luso, S.A. (SAL) tem uma história marcada pela qualidade. Já em 1903 o reputado químico francês Charles Lepierre analisou a composição da água do Luso, dando-lhe pela primeira vez um cunho científico, e classificou-a como “puríssima e de sabor leve e muito agradável”. Com sede na vila do Luso, Mealhada, a SAL tem como atividade principal a exploração e engarrafamento da LUSO Água Mineral Natural, Cruzeiro Água de Nascente e de Consumo Humano e, ainda, a exploração da atividade Termal. A água do Luso nasce a 28ºC, tendo origem na água da chuva infiltrada na Serra do Buçaco, em rochas formadas quase exclusivamente por quartzo, uma topografia que permite beneficiar de elevada pluviosidade orográfica. Nestas rochas, muito compactas aquando da sua formação – há mais de 400 milhões de anos – desenvolveu-se uma densa rede de fraturas, intercomunicadas, que permitem o armazenamento e circulação da água. A água do Luso é hipossalina, ou seja, muito pouco mineralizada e vulgarmente designada como levíssima e doce. Atua como um “desintoxicante” natural do organismo e pode ser consumida sem quaisquer restrições.

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Água do Luso

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NEGÓCIOS

PORTUGAL ANDA HÁ 60 ANOS A BEBER SUMOL Há muitos avós em Portugal que passaram a juventude a beber Sumol: nos almoços de família, nos casamentos e batizados. A garrafa verde pirogravada nasceu há 60 anos e faz parte de muitas das memórias de verão dos portugueses. A Port.Com entrou na máquina do tempo e viajou seis década atrás, até 1945, ano em que um grupo de amigos abriu uma pequena fábrica de gelo, laranjadas e gasosas. Nascia assim a Sumol. POR MARTHA MENDES

E

stávamos em 1945 quando um grupo de amigos reuniu pouco mais de 100 mil escudos (cerca de 500 euros) e fundou a Refrigor, Lda., em Algés, para produzir gelo, laranjadas e gasosas. Cinco anos depois entrava um novo sócio, António João Eusébio, que viria a transformá-la com o seu espírito empreendedor. Hoje, a Sumol é bebida em mais de 60 países, facto para o qual muito contribui a diáspora: “a Sumol tem muitos fãs portugueses a residir no estrangeiro e eles acabam por ser excelentes embaixadores que divulgam a bebida junto dos amigos locais”, explicou Ana Rita Martins, gestora de marca, à Port.Com. Produzida pela empresa Sumol+Compal, a Sumol é uma bebida de sumo de fruta pasteurizada e levemente gaseificada, com polpa de fruta e disponível em vários sabores. É uma bebida de verão? Ana Rita responde: “a época de verão é, naturalmente, a altura do ano em que a disponibilidade dos consumidores e o clima mais potenciam a venda. Uma vida mais ativa ao ar livre e temperaturas altas reforçam a necessidade de hidratação e a vontade de beber produtos refrescantes. Mas Sumol, sendo uma marca de referência, está presente na vida e na mesa dos Portugueses ao longo de todo o ano”. Desde quando? Continuemos a viagem. Quase dez anos depois da constituição da Refrigor é oficialmente apresentada ao público, na esplanada do café Caravela

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D'Ouro, em Algés, a primeira bebida de sumo de fruta pasteurizada portuguesa: quem apareceu para a provar não imaginava que aquele era o início de uma longa história de sucesso, a história da marca cujo nome, registado a 20 de dezembro de 1954, resultava da fusão de duas palavras: “sumo” e “sol”, nada mais veranil. Quatro anos depois aparece o Sumol de ananás e as garrafas distinguem-se pela carica: cor de laranja para o Sumol laranja, verde para o ananás.

A icónica garrafa pirogravada que se manteve até 1991

Marketing inovador O marketing e a comunicação foram fundamentais para o sucesso da Sumol, a primeira bebida não alcoólica nacional a adotar uma estratégia de marketing moderna. Numa época em que a publicidade se limitava aos jornais, letreiros ou toldos dos locais de venda, a Sumol espalhou cartazes com slogans por todo o país. Mas não ficou por aqui. Em 1965 a bebida lançou um anúncio de televisão cuja criatividade marcou o panorama publicitário da altura. "Um gato é um gato, um cão é um cão. Sumol é aquilo que os outros não são". Em 1978 a marca volta à televisão com um anúncio com o humorista Herman José. “A Sumol tem sido, desde a sua origem, uma bebida original. Não há igual. Mais do que uma bebida, a Sumol desperta emoções e desafia os consumidores, acima de tudo, a serem originais”, frisa a responsável. Na década de 1970 a marca atinge uma tal popularidade que começam a aparecer várias


“imitações”: Supol, Sumolara, Frutex, etc. Algumas destas marcas chegam mesmo a reutilizar garrafas de Sumol colando um rótulo sobre o espaço pirogravado. Na década seguinte a Sumol aproxima-se do público jovem. Quem não se lembra do slogan de 1984? "Stôra, como é que se diz Sumol em inglês?". A mudança de imagem A década de 1990 foi de viragem. Em 91 a marca passa a ter rótulos às riscas e as tradicionais garrafas de vidro pirogravadas são abandonadas. As cores verde e vermelho assumem-se como uma das principais imagens da marca. Em 94, mais de 35 anos depois do lançamento dos primeiros sabores, é lançado o Sumol Maracujá. Mantendo o interesse no público jovem, a Sumol acorda um patrocínio com a banda rock Xutos & Pontapés para uma digressão pelo país com 40 atuações ao vivo. Mais tarde, na década de 2000, a marca volta a apostar na música como forma de chegar aos jovens, lançando a campanha Sumol SKA, com um jingle da banda ska Despe e Siga. A década de 90 foi também marcada pela campanha publicitária “Alex”, o cão cúmplice do dono no prazer de beber Sumol. Ainda hoje, os portugueses que eram adolescentes nos anos 90 utilizam a expressão “Alex, busca!”, slogan desta campanha. Em 2003, a Sumol volta a fazer história com a campanha "Sumólicos Anónimos", que viria a introduzir no dicionário dos portugueses o conceito de “sumólico”: um fã de Sumol que defende aguerridamente a bebida. No início da década de 2010 a Sumol lança o manifesto "Mantém-te Original", apelando aos portugueses para não se acomodarem. Este manifesto culminou na bem sucedida campanha "Um dia...", centrada na juventude de espírito. Em 2011 a Sumol apresenta uma nova imagem inspirada na iconografia de 1954, em homenagem à história (já longa) da marca. Para a empresa não restam dúvidas: “a Sumol vai continuar a marcar as próximas gerações com todo o seu sabor, frescura e originalidade. É uma marca que está há 60 anos na vida dos portugueses, é acarinhada e percepcionada como uma marca 'nossa', que esteve sempre presente nos momentos mais marcantes de várias gerações”. 60 anos de Sumol No ano em que a Sumol assinala seis décadas o objetivo da marca é “celebrar de forma autêntica, original e sem o peso da idade”. Daí, a campanha “60 anos, 1 verão”. “A ideia é juntar todos os verões de há 60 anos num verão

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MAIS+ O sucesso da Sumol foi sendo alicerçado em fortíssimas campanhas de marketing e comunicação que acabaram por fazer história na publicidade portuguesa. Muitos dos slogans da marca continuam, ainda hoje, presentes no imaginário dos portugueses.

1965

"Um gato é um gato, um cão é um cão. Sumol é aquilo que os outros não são".

"Stôra, como é que se diz Sumol em inglês?"

1984

2003 1993

Sumólicos anónimos "Alex, busca!"

Cliente: Sumolis; Produto: Sumol - Campanha Tema (Surfistas/Heavys); Meio: Mupi; 23,4x34,8 cm; 27.05.2008; 14:48

Junta surfistas ys e heav

"Um dia..." or Unidos pelo sab

2010

2008

Junta tribos "Lembra-te"

2014

"Pratica"

2011

único, contínuo e original, que recentre a comunicação na originalidade e reforce o estatuto de marca icónica. Esta é uma campanha sobre pessoas, sobre as promessas que cada um fez em determinado momento. “Tu disseste”, “tu prometeste”, “tu juraste” são as palavras de ordem”, explica a gestora. Para além da campanha multimeios, que arrancou em maio, a Sumol reforçou a presença nas suas plataformas, onde tem estado em contacto com os fãs. Para celebrar estes sessenta anos a marca envolveu também alguns dos seus colaboradores que, através de fotografias e promessas suas, deram a

Saiba mais Recorde os filmes publicitários da Sumol desde 1965 em www.revistaport.com

cara em suportes de comunicação interna. “A Sumol é uma marca com uma identidade e história conhecidas pelos portugueses e além fronteiras. É por isso que a Sumol é icónica. Os 60 anos são um bom pretexto para reforçar as raízes culturais da bebida e a simbologia que tornam a marca única”, conclui a responsável.

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ROTAS

Praias Rios Termas

ORA PONHA AQUI O SEU PEZINHO... ... NA AREIA A Port.Com percorreu o mapa de Norte a Sul do país e selecionou dez praias - duas por região - que não pode deixar de visitar para ter um verão em pleno. Traga a toalha, o chapéu e o protetor solar e venha conosco nesta viagem de sal e areia. POR MARTHA MENDES

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A Praia da Comporta insere-se nos limites da reserva natural do Estuário do Sado

Norte Rodanho (Viana do Castelo) Para se chegar à praia do Rodanho é preciso atravessar a ribeira de Anha e percorrer um longo passadiço de madeira. Pelo caminho possivelmente irá ver cavalos a pastar no meio da vegetação. É uma típica praia do norte: com vento e água fria, mas a paisagem, o sossego e a tranquilidade do local convidam a uma visita demorada. Praia da Madalena (Porto) Tem nome de mulher e é sedutora como tal. Com uma larga extensão de areal a praia da Madalena é conhecida pelas zonas rochosas que serpenteiam por entre as ondas. Os passadiços de madeira sobre as dunas e um pequeno ribeiro, que por ali corre, convidam a longos passeios ao final da tarde.

Centro Torreira (Aveiro) Localizada na faixa costeira que separa a Ria de Aveiro do mar, a Praia da Torreira é de tirar o fôlego, com o seu areal quilométrico coroado por um mar severo e ríspido. Vai encontrar surfistas, barzinhos de praia, daqueles com areia na esplanada, e vendedoras de peixe que apregoam à moda antiga. A ria brinda quem a visita com a cor dos moliceiros e a balada compassada dos barcos à vela que por ali navegam. Quiaios (Figueira da Foz) Ideal para longas caminhadas à beira-mar, a praia que está protegida pela serra da Boa Viagem é conhecida pelo seu areal extenso e pela proximidade de pinhais. É ótima para os dias em que o vento toma conta dos areais da Figueira da Foz. Perto da praia, junto das dunas, há uma piscina municipal e na Murtinheira, ali ao lado, há recifes de valor ecológico para conhecer.

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A Praia da Rocha é uma das praias mais famosas do Algarve

Lisboa Adraga (Sintra) Chegar até à praia da Adraga obriga a passar pela serra de Sintra e só isso já vale a experiência. Mas o sonho não acaba aqui: ondas altas, encostas verdes por onde espreita o mar e o famoso restaurante da Adraga, com esplanada a cheirar a mar, compõem o menu. Praia do Creiro (Setúbal/Arrábida) Fica entre o Portinho da Arrábida e a praia dos Coelhos. Há muita areia e mar calmo, ideal para ensinar as crianças a nadar. Se sobrar tempo, depois dos mergulhos podemos levá-las a visitar o Parque Natural ou o convento franciscano da Arrábida. Próxima do Portinho da Arrábida a praia do Creiro tem na pedra da Anicha o seu principal postal ilustrado.

Alentejo Tróia (Comporta) Há duas formas de chegar à praia de Tróia: a partir de Setúbal, apanhando o barco no cais de embarque, ou pela estrada, vindo de Alcácer do Sal para a Comporta. Seja qual for o caminho escolhido será uma viagem de prazer: ou a brincar com os golfinhos do Sado, ou a contemplar os arrozais da planície alentejana banhada pelo estuário do rio. Praia da Zambujeira do Mar (Odemira) Recortada numa alta falésia é um dos destinos turísticos mais procurados da costa vicentina e tem condições privilegiadas para a prática de surf e bodyboard. Para além da praia principal, a Zambujeira tem pequenas praias, ideais para quem quer aproveitar o sol e fugir da confusão das grandes praias.

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Sul

Zambujeira do Mar

Praia da Rocha (Portimão) É possivelmente uma das praias mais conhecidas do país, cá dentro e lá fora. A areia dourada e as falésias, como pano de fundo, fazem da Rocha um dos destinos balneares portugueses preferidos de turistas nacionais e estrangeiros. A proximidade ao aeroporto de Faro é outra vantagem.

Praia do Creiro

Praia da Falésia (Vilamoura) Fica a Oeste de Vilamoura e é conhecida, principalmente, por aquilo que lhe dá nome: a falésia. Penhascos altos e imponentes, que pincelam a praia de tons avermelhados e ajudam a proteger do vento que vai a banhos para estes lados. Praia da Madalena

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Fragas de S. Simão (Figueiró dos Vinhos)

Por este(s) rio(s) acima Quando o calor aperta não há nada como um bom mergulho para refrescar o corpo e as ideias. Mas nem só de mar vive o verão. E quem prefere águas mais calmas não foi esquecido neste roteiro balnear da Port.Com. Venha conosco... Por estes rios acima! Malhadal (Serra de Alvéolos) Situada no pé da Serra de Alvéolos, no interior do país, onde serpenteia a Ribeira da Isna, afluente do Rio Zêzere, a praia fluvial do Malhadal garante tranquilidade, águas frescas e contato com a natureza. Com cerca de um quilómetro de água, a praia está cercada por abundante vegetação e relevo acidentado. Na ribeira há ainda uma piscina fluvial. Ribeira Grande (Sertã) Fica situada em pleno coração da vila da Sertã e está rodeada por árvores frondosas. Por cima da ribeira passa uma ponte que liga a parte nova à zona antiga da vila. A sua localização possibilita várias opções de lazer e desporto para toda a família, para além de uma visita aos monumentos históricos da Sertã. Ribeira da Fróia (Proença-a-Nova) Nas margens da ribeira da Fróia, a cerca de três quilómetros da vila de Sobreira Formosa, no concelho de Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, desponta a praia fluvial da Ribeira da Fróia, classificada com “Qualidade de Ouro” pela Quercus. Situada num pequeno vale, ocupa um espaço que se estende por cerca de 200 metros da ribeira. Nas proximidades há uma pequena casa de xisto típica da região, que serviu como moinho comunitário das vizinhas aldeias de Oliveiras e Fróia.

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Fragas de S. Simão (Figueiró dos Vinhos) Praia de construção recente, as Fragas de São Simão, possibilitam a realização de desportos radicais, como rappel, slide ou escalada. A praia fica situada no concelho de Figueiró dos Vinhos que, pelo seu património natural e paisagístico, densa mancha florestal, ribeiras e espelhos de água, é uma referência do Turismo Ambiental e de Natureza.

Ribeira da Fróia (Proença-a-Nova)

Praia das Rocas (Castanheira de Pêra) Mais do que uma praia, trata-se de um complexo de lazer, animação e turismo situado num lago com Praia das Rocas quase 1 quilómetro de (Castanheira extensão, ideal para um de Pêra) passeio de barco a remos ou de gaivota. Uma ilha no centro da praia, uma piscina de ondas com 2100 m2 (a maior do país), uma albufeira e uma ponte secular são os principais atrativos deste destino balnear, situado no coração de Castanheira de Pêra, com a serra da Lousã a guardá-lo. Malhadal (Serra de Alvéolos)


ROTAS

Vá de férias... Pela sua saúde! De reconhecidas características medicinais, as termas são cada vez mais uma opção de férias. Para banhos, vapores ou ingestão de águas, são muitos os que rumam às estâncias termais quando chega o calor. Pela sua saúde, as termas não podiam faltar neste roteiro balnear. Caldas da Saúde (Porto) Aberto desde 1891 este balneário termal foi remodelado em 1994 para poder estar aberto todo o ano com serviços de termalismo e manutenção física. Desde então, as Caldas da Saúde têm vindo a desenvolver serviços em diferentes áreas, sendo o bem-estar e relaxamento dos visitantes uma aposta crescente com a disponibilização de um Health Club com ginásio e circuito termal (banho turco, sauna, jacuzzi e piscina termal com hidromassagem); parques e passeios locais. As suas águas são especialmente indicadas para o tratamento de doenças do aparelho respiratório, reumáticas e musculoesqueléticas. Termas da Curia (Bairrada) Abertas durante o ano inteiro as Termas da Curia oferecem, para além dos tradicionais tratamentos medicinais - indicados para doenças como a gota, pedra nos rins, infecções urinárias, hipertensão arterial, reumatismo, problemas de coluna ou artrite - vários programas de SPA. Inseridas num complexo turístico que engloba o Parque da Curia, o Hotel das Termas - Curia, Termas, Spa & Golf e o campo de golf, as possibilidades de divertimento, repouso e relaxamento são variadas. As Termas da Curia estão situadas na Bairrada, o que possibilita aos visitantes desfrutarem do famoso leitão da região ou dos vinhos da Bairrada.

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Massagem no exterior Caldas de Monchique

Massagem de pedras quentes

Banho Vichy

Termas do Vimeiro (Torres Vedras) A meio caminho entre a povoação da Maceira e a Praia do Porto Novo, no Concelho de Torres Vedras, as Termas do Vimeiro têm uma história que remonta ao século XIX. Textos de 1845 já referem a existência de dois banhos junto às emergências de água, numa e noutra margem do Rio Alcabrichel. As Termas do Vimeiro caracterizam-se por terem duas fontes: a Fonte de Santa Isabel e a Fonte dos Frades e as suas águas são especialmente indicadas para tratamentos de pele, do aparelho digestivo, circulatório e respiratório. Termas da Sulfúrea (Portalegre) A utilização das águas sulfurosas de Cabeço de Vide remontará aos romanos, 118 anos antes de Cristo. As especiais características destas águas são reconhecidas internacionalmente tendo sido já premiadas nas Exposições Universais de

Paris e do Rio de Janeiro. As Termas da Sulfúrea são circundadas por generosas zonas verdes e de lazer, com várias áreas de repouso. As suas águas são indicadas no tratamento de doenças osteo-articulares e reumatismais crónicas, doenças crónicas e alérgicas das vias respiratórias e doenças crónicas da pele. Caldas de Monchique (Faro) Localizadas a 6 quilómetros da vila de Monchique, no Algarve, as propriedades medicinais destas águas são célebres desde o Império Romano, que as designou de “águas sagradas”. Oriundas de 8 nascentes diferentes e ricas em bicarbonato, flúor, sílica e sódio, estas águas são indicadas para o tratamento de problemas no aparelho respiratório e digestivo, problemas musculares e reumáticos. Com temperaturas que oscilam entre os 27°C e os 31,5°C as águas das Caldas de Monchique são conhecidas também pelas suas propriedades relaxantes.

THERMA O nome “terma” vem do latim “therma”, designação atribuída pelos Romanos aos estabelecimentos de banhos públicos, tradição milenar que remonta ao período de ocupação Romana.

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POLÍTICA

JOSÉ CESÁRIO, SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

“SER PORTUGUÊS É SER UM CIDADÃO DO MUNDO” É professor mas tem dedicado grande parte da vida à política para a emigração. Natural de Viseu, aos 56 anos, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas viaja pelo mundo inteiro para acompanhar de perto a vida das nossas comunidades. No dia em que deu esta entrevista tinha dormido apenas 4 horas, depois de apanhar três aviões para chegar ao pé da família. Já há muitos anos que a sua casa é o mundo, entre uma viagem e outra, mas não teme o fim da carreira política. Espera apenas poder deixar melhor do que encontrou. "O importante é trabalhar. E acreditar que vale a pena". POR MARTHA MENDES

P.C.: No início do seu mandato disse que “poucas vezes como hoje foi tão decisiva a ligação às nossas comunidades”. Porquê? J.C.: Aquilo que disse no início do mandato reafirmo hoje, até com mais veemência. O desenvolvimento já não se faz à escala micro, é cada vez mais global. Um país como Portugal - pequeno em espaço geográfico, mas com presença em muitos pontos do mundo através dos seus nacionais e da sua história - não pode menosprezar as mais-valias que vêm da presença dos seus cidadãos lá fora. A globalização da economia obriga, cada vez mais, a uma conjugação de esforços com aqueles que se sentem em Portugal da mesma forma que nós [os residentes]. A abertura ao mundo é cada vez mais importante.

mobilidade: as multinacionais têm quadros que, independentemente de serem portugueses, americanos ou chineses, hoje estão num país e amanhã noutro. Essas empresas, muito fortes, começaram a recrutar quadros em Portugal. Isso é muito positivo. Há 15 anos isto quase não acontecia. Contavam-se pelos dedos das mãos aqueles que conhecíamos pelo mundo todo. Hoje são alguns milhares, e isso é muito positivo. E, claro, há outro lado: aqueles que saem porque não conseguem exercer a sua atividade. Hoje também há muitos mais licenciados. Mas é verdade que começámos a ter pessoas muito qualificadas que vão exercer a sua atividade para fora. E muitos nem sequer vão trabalhar na área para a qual foram formados, o que constitui um problema complicado.

P.C.: A emigração portuguesa tem vindo a mudar, com muitos jovens qualificados a abandonar o país. Como é que o Governo vê esta situação? J.C.: Cada vez que sai um quadro, se for por necessidade, lastimamos essa situação. Mas este fenómeno tem de ser visto de forma global. Com a globalização há cada vez mais

P.C.: Quais são hoje as maiores dificuldades com que um emigrante português se depara? J.C.: O mundo da emigração é cheio de dramas. As pessoas que saem por necessidade têm muitos problemas. E muitas vezes encontram ainda mais dificuldades nos locais de destino. Muita gente vai à procura do “El

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Dorado” que nunca encontra. Há portugueses em contextos muito complicados lá fora. Temos milhares de pessoas em situações de pobreza absoluta, sobretudo na América Latina e na África. As pessoas que saem confrontam-se com realidades completamente desconhecidas. Têm de fazer uma aculturação porque muitos dos países para onde vão funcionam de formas muito diferentes do nosso. Depois, há com frequência situações de exploração; promessas de contratos de trabalho que não se confirmam; o problema da legalização. E há dificuldades que resultam das alterações dos movimentos migratórios. Há 40 anos quase só emigravam homens. Hoje emigram homens, mulheres e famílias que levam os filhos. As crianças têm problemas de adaptação. Umas vezes é fácil; outras vezes é muito difícil. A exploração de mulheres é outro problema gravíssimo. Há um conjunto de problemas para os quais temos de estar muito atentos. P.C.: Quais as ações do Governo para diminuir esses problemas? J.C.: Mantemos uma rede muito grande de estruturas de apoio às nossas comunidades.

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"

NÃO HÁ UM PERFIL [DO EMIGRANTE PORTUGUÊS], HÁ VÁRIOS PERFIS. MAS O DENOMINADOR COMUM É O AMOR A PORTUGAL".

dãos locais quando aparece um quadro estrangeiro para ocupar um lugar que eles julgam ser seu por direito. Há também reações das populações locais quando estes cidadãos que vêm do exterior têm culturas diferentes. Por vezes, isto cria situações de rejeição. Não chega a xenofobia, mas são fenómenos de rejeição. Foi o avolumar destes fenómenos de rejeição que determinaram os resultados do referendo na Suíça. Temos de ser firmes na defesa dos nossos mas perceber as razões que estão por detrás disto. Este tipo de reação não se contraria com radicalismos mas com muito diálogo. E eu diria que em quase 100% dos casos não são os portugueses que motivam este tipo de regras.

São quase 120 representações consulares em todo o mundo, a que se juntaram as novas permanências consulares e políticas públicas, em parceria com entidades privadas, que desenvolvemos, por exemplo, por causa da língua e da cultura portuguesa. Mas o universo das comunidades portuguesas é hoje absolutamente global, o que dificulta o trabalho no terreno. É impossível estar em todo o lado. P.C.: Como é que tem corrido a experiência com as permanências consulares? J.C.: São consideradas uma mais-valia, de forma unânime, por todas as comunidades, exceto quando há algum problema de funcionamento local, por vezes até dos equipamentos. As permanências consulares são a grande reforma da rede consular nos últimos 30/40 anos, e permitem hoje ir ser-

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vir comunidades que nunca tiveram apoio administrativo. E atrás do apoio administrativo há o diplomático, porque a permanência consular implica não apenas a deslocação do funcionário que vai tratar dos cartões do cidadão, dos passaportes ou dos vistos, mas também, muitas vezes, do cônsul, que vai fazer contactos locais. Contactos importantes com autoridades e entidades de natureza económica e empresas. Tem sido extraordinário ver o interesse destes mecanismos de aproximação às pessoas das comunidades. P.C: Como é que vê o resultado do referendo que decidiu a limitação da entrada de cidadãos estrangeiros na Suíça, um destino de emigração de tantos portugueses? J.C.: A globalização tem várias consequências. E, por vezes, há uma reação dos cida-

P.C.: Os portugueses são, de resto, muito bem vistos na Suíça… J.C.: Muitíssimo. E provavelmente muitos deles votaram a favor destas restrições, porque também rejeitam determinadas formas de emigração que põem em causa regras locais. Muitos destes imigrantes, por exemplo, trabalham, muitas vezes ilegalmente, por salários muito mais baixos. Há uma concorrência desleal e isto passa-se em vários países. Embora o povo português seja muito tolerante, em Portugal também já tivemos problemas destes, pontuais. Há fenómenos de rejeição social em relação aos ciganos, por exemplo. Quem conhece estes fenómenos por dentro, sabe que é preciso muito diálogo, com todas as partes, para que se perceba que todos temos a ganhar com a mobilidade. P.C.: Por outro lado, tivemos recentemente uma boa notícia, vinda da Alemanha, que passou a atribuir a dupla cidadania para a vida aos filhos de imigrantes. J.C.: Já tínhamos alguns cidadãos com nacionalidade portuguesa na Alemanha que eram detentores da nacionalidade alemã ou estavam em processos de naturalização. A partir de agora haverá mais oportunidades de seguir esse caminho. Uma grande parte da comunidade na Alemanha não está inte-

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POLÍTICA

grada por razões que têm, logo à partida, a ver com a dificuldade de utilização da língua. E para se integrarem e participarem o mais ativamente possível na sociedade a nacionalidade é muito importante. É uma notícia positiva, mas não nos podemos esquecer que a Alemanha também é um dos países onde há, atualmente, ações para restringir a entrada de cidadãos estrangeiros. P.C.: O Governo tem apoiado iniciativas para o ensino e manutenção da Língua Portuguesa. Começa a haver uma consciencialização do potencial da nossa língua? J.C.: Já há muita gente que percebe que o domínio de uma língua como a nossa se traduz em oportunidades. A Língua Portuguesa é, efetivamente, a mais falada no hemisfério sul, uma das mais utilizadas no diálogo virtual. Há pessoas que são recrutadas por falarem português. E Portugal não é um país antipático para os descendentes portugueses nem para os outros povos. É um país simpático do qual quase toda a gente gosta. É verdade que há alguns anos havia fenómenos de rejeição por parte dos luso-descendentes - gerações inteiras que se afastavam de Portugal - mas esses fenómenos têm vindo a diminuir. Hoje voltamos a assistir ao regresso dos filhos, dos netos. P.C.: Porque é que acha que isso acontecia? J.C.: Alguma vergonha, talvez. Portugal era considerado um país pequeno, pobre. P.C.: Essa aproximação das novas gerações é, então, o reflexo da boa imagem do país lá fora… J.C.: Claro que sim. As pessoas começaram a conhecer Portugal - a parte boa que já tinha e outras, que passou a ter. Reconhecem que Portugal já não é o país do tempo em que o pai, de 50/60 anos, andava na escola. E os jovens são os primeiros a divulgar Portugal. Depois chegam-lhes variadíssimos exemplos de desenvolvimento do país, na cultura, na inovação, na ciência. As empresas portuguesas aparecem em todo o lado e competem internacionalmente. Há gente bem preparada. Tudo isso contribuiu para que a imagem que os jovens tinham do país dos pais fosse mudando. Portugal gerou atratividade e a língua também. Há um mercado da Língua Portuguesa que gera dinheiro.

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P.C.: O Instituto Camões tem sido uma peça fundamental? J.C.: Tem tido uma presença internacional muito forte. É uma instituição muito importante porque conjuga as políticas de língua com toda a política de promoção externa, na ótica da nossa ação nos países lusófonos. Começa a haver interações entre aquilo que se faz para promover o país junto de públicos locais e aquilo que se faz para promover o país junto da nossa gente. Por exemplo, recentemente, nas comemorações dos 50 anos da emigração portuguesa

falantes de português. Não é nada fácil porque há um estilo de comunicação feito para as gerações nascidas em Portugal que não é o mesmo daquele que tem de ser feito para os que nasceram lá fora. P.C.: Acha que estes OCS são acarinhados por Portugal? Eles queixam-se, por exemplo, de serem esquecidos pelos grandes anunciantes portugueses. J.C.: Nem sempre são acarinhados, diria mesmo que poucas vezes o são. Esses OCS têm muito interesse no trabalho em rede com a comunicação social de cá. Há boas hipóteses de desenvolver ações comuns. Há públicos, lá fora, a quem os OCS de cá não conseguem chegar; e a comunicação social de cá é uma fonte muito importante para os OCS lá de fora. Há uma complementaridade importante, que é benéfica e vantajosa para ambas as partes, apesar de nem sempre haver percepção dessa importância. Essa é uma das áreas que nos próximos anos vai obrigar a mais trabalho e onde vão aparecer novas oportunidades de emprego. Cá e lá fora.

para a Alemanha, em Hamburgo, houve uma participação do Instituto Camões conjuntamente com outras entidades públicas, numa ação desenvolvida através da embaixada, com os consulados e com entidades da sociedade local. Lá esteve o Instituto Camões em ações da comunidade portuguesa – e não só, porque muitos dos que participaram, se calhar a maioria, eram alemães.

P.C.: Os emigrantes são ótimos embaixadores dos produtos nacionais. Acha que há aqui um potencial de mercado devidamente explorado pelas marcas portuguesas? J.C: Hoje já está mais explorado. As crises tem consequências positivas e negativas. Uma das consequências positivas foi o aparecimento de uma nova cultura empresarial. O empresário nacional percebeu que não pode viver apenas do mercado nacional ou, mesmo lá fora, exclusivamente ligado a um ou outro país. As empresas ganham se envolverem a nossa gente. Hoje há iniciativas de grande sucesso que demonstram o que estou a dizer. O salão imobiliário de Paris, por exemplo, com a dimensão que tem só existe porque há uma organização empresarial das comunidades portuguesas, neste caso, a Câmara de Comércio e Indústria Francófona; e porque os empresários do setor imobiliário perceberam que tinham de sair de Portugal. A iniciativa tem sido um sucesso absoluto e ainda só vai na 3ª edição.

P.C.: E os órgãos de comunicação social das comunidades (OCS) também têm um papel importante... J.C.: Têm um papel muito importante e um desafio muito grande: chegar aos novos

P.C.: Recentemente foram criados conselhos locais de empresários da Diáspora – um em Viseu, outro em Braga. Em que é que estas associações contribuem para a construção de pontes entre Portugal e os

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O MUNDO DA EMIGRAÇÃO É CHEIO DE DRAMAS".

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seus empresários espalhados pelo mundo? Acha que este trabalho deve passar, também, pelos municípios? J.C.: Não tenho a mínima dúvida. Já há 10 anos pensava isso quando criámos os gabinetes de apoio ao emigrantes, em 2003. No seu clausulado está mesmo referido que esta deve ser uma forma de o município, articuladamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, desenvolver políticas de promoção económica. A internacionalização das economias locais é importantíssima, e é mais facilmente feita se for realizada em contacto com os empresários, que têm aquela origem mas estão em todo o mundo e têm facilidade em ajudar uma empresa local a internacionalizar-se. Os nossos municípios darão esses passos. Alguns já começaram a dar. P.C.: Como é que traça o perfil dos portugueses espalhados pelo mundo? J.C.: Tem características muito diversas mas todos têm uma relação muito próxima com Portugal. Há diferenças de natureza etária, cultural. Há pessoas que nasceram lá fora e são portugueses, outros que nasceram cá, uns que saíram há mais anos, outros há menos… Não há um perfil, há vários perfis. Mas o denominador comum é o amor a Portugal.

numa lógica de futuro? Eu acho que podem ser perspetivados numa lógica de futuro. O turismo, uma das nossas principais fontes de riqueza, obriga-nos a desenvolver os aspetos tradicionais da nossa cultura. É muito importante essa valorização.

funções iguais às dos locais. O português está onde estão os outros, ao mesmo nível. Mas assume a sua origem e isso é muito importante: é sinal que ele gosta do país, mas também que ser português não o diminui. Pelo contrário: até o valoriza.

P.C.: Como é que os emigrantes portugueses são vistos lá fora? J.C.: De modo geral, não são problemáticos, nunca foram. Continuam a ser vistos como bons trabalhadores, independentemente de já não serem só trabalhadores da construção civil, das limpezas ou da restauração. Muitos já são qualificados, o que tem a ver com o facto de as comunidades se terem integrado e os seus filhos e netos desempenharem hoje

P.C.: O que é ser português? J.C.: Ser português é ser um cidadão do mundo. Sempre foi e continua a ser. Os portugueses têm grande adaptabilidade, relacionam-se bem com os outros e adaptam-se de forma muito positiva às mudanças. É o tal cidadão do mundo, que anda por todo o lado.

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A LÍNGUA PORTUGUESA É A MAIS FALADA DO HEMISFÉRIO SUL, UMA DAS MAIS UTILIZADAS NO DIÁLOGO VIRTUAL. HÁ PESSOAS QUE SÃO RECRUTADAS POR FALAREM PORTUGUÊS".

P.C.: O que é que gostava de ter conseguido alcançar quando acabar o seu mandato? J.C.: O fim do mandato não é o fim de nada, é sempre a continuação de algo mais. Importa-me, sim, ir dando passos. Fico satisfeito quando dou alguns passos e triste quando não os consigo dar. Ninguém tem o domínio da verdade absoluta, portanto, às vezes, imagino uma coisa e depois tenho de a ajustar. Tenho procurado dar uma série de passos que espero que, no final, sejam positivos. Evoluiu-se muito, mas é sempre desejável fazer mais. O mais importante é trabalhar. E acreditar que vale a pena.

P.C.: Sente que os emigrantes portugueses continuam ligados às origens? J.C.: Continuam. De um modo geral, toda a gente continua ligada a Portugal, a vir ao país e a ter aqui as suas coisas. E continuam a mandar dinheiro para Portugal. P.C.: Como é que o mundo olha para nós? Já acabou a ideia do país pequeno e pobre? J.C.: Não acabou totalmente. Ultrapassou-se em grande parte, mas há pessoas que ainda têm uma imagem deturpada de Portugal. Mas já há uma imagem de país moderno, que tem sabido conciliar a modernidade com a tradição. Aqui não é tudo moderno, há coisas antigas que são olhadas de forma positiva. Temos um património, material e imaterial, muito importante que é divulgado com gosto e com rigor por muitas entidades públicas e privadas. O património é um instrumento de desenvolvimento. Vale ou não a pena apostar no folclore? Na etnografia? São coisas do passado ou fatores de desenvolvimento que podem ser perspetivados

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POLÍTICA

O PRIMEIRO DEPUTADO LUSO-DESCENDENTE DA ÁFRICA DO SUL Foi empossado em Maio de 2009 e assinalou um marco na história da comunidade portuguesa da África do Sul: foi o primeiro luso-descendente eleito como deputado do Parlamento do país.

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hama-se Manuel e é filho de madeirenses. Quando foi eleito como deputado da Aliança Democrática [“Democratic Alliance”, AD], em 2009, pelo círculo eleitoral de Joanesburgo, onde reside a maior concentração de portugueses e luso-descendentes da África do Sul passou a ser o primeiro luso-descendente eleito para representar o povo sul-africano. Manuel de Freitas, conhecido como “Manny”, entrou na vida política sem pensar muito. Em 1993 começa a militar no Partido Democrático, que daria origem à AD. Um ano depois é convidado pela direção do partido para colaborar na campanha eleitoral para as presidenciais. Em 1995 concorre às primeiras eleições autárquicas democráticas do país. A vitória foi inesperada até para ele, que se tornaria assim no vereador mais jovem de Joanesburgo. E em 1999 Manny é eleito para o parlamento provincial de Gauteng, que engloba as cidades de Pretória e Joanesburgo, numa altura em que a AD tinha ainda muito poucos eleitores. Apesar de ter funções nacionais que o obrigam a estar durante a semana na Cidade do Cabo, onde está o Parlamento, Manny regressa ao fim da semana aos “seus” eleitores, a sul de Joanesburgo, a duas horas de viagem do Cabo. O político faz questão de estar com eles semanalmente. “Para ouvir a minha gente e trabalhar lado a lado nas questões que a atinge e devem ser levadas ao Parlamento”, explica, acrescentando que são problemas como a falta de emprego, a criminalidade e insegurança, a

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POR MARIA SILVA

habitação e as dificuldades financeiras que mais afetam o eleitorado. Em fevereiro de 2012 o deputado foi indicado pelos seus pares para o cargo de ministro sombra de Administração Interna, depois de, em 2009, ter sido apontado para vice-ministro sombra dos Transportes. Manny acredita ter aberto a porta para uma participação mais ativa da comunidade portuguesa na política da África do Sul e os factos parecem dar razão ao luso-descendente: em 2011, nas eleições autárquicas da sua área, houve, pela primeira vez, três candidatos de origem portuguesa pela AD, um cenário inédito. Apesar de reconhecer que os portugueses não têm o hábito de se envolverem nas questões políticas locais, Manuel acredita que com as novas gerações de luso-descendentes esta realidade possa mudar. “Porque apesar de manterem as raízes portuguesas, os luso-descendentes são sul-africanos, e querem participar na vida política do país”. O político reconhece que é difícil fazer oposição na África do Sul mas sente-se protegido pela Constituição, que defende todos os partidos e foi uma herança de Mandela: “agora podemos fazer o nosso trabalho e melhorar a nossa democracia”, afirma. “Somos uma democracia muito jovem e temos que construir um país novo. Há muito por fazer e mudar em relação ao que o anterior regime de apartheid fez”. Mas o luso-descendente não tem pressa. Nem medo.

Manny de Freitas, deputado do parlamento sul-africano

PERFIL Filho de madeirenses inspirado por Mandela Manny nasceu há quase 50 anos na Namíbia, na pequena aldeia piscatória de Lüderitz, no então sudoeste africano, hoje Namíbia independente, quando a região ainda fazia parte da África do Sul. Filho de madeirenses, decidiu seguir carreira política no início dos seus vinte anos. “Quando Mandela saiu da prisão e o país começou a mudar, senti que devia participar”, recorda. Em 1995, quando ganha as primeiras eleições autárquicas democráticas do país, torna-se o vereador mais jovem de Joanesburgo. Em Maio de 2009 acabaria por voltar a fazer história ao ser o primeiro deputado luso-descendente eleito na África do Sul.

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POLÍTICA

DE SEGUNDO MELHOR ECONOMISTA DO MUNDO A MINISTRO DAS FINANÇAS DO QUEBEQUE Nasceu em Peniche e é ministro das Finanças do Governo do Quebeque, a segunda maior província do Canadá, com 8,5 milhões de habitantes. Membro do Partido Liberal, o seu principal objetivo é equilibrar as finanças da região canadiana que tem um PIB per capita de 30 mil dólares (22 mil euros). POR MARIA SILVA

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arlos Leitão nasceu em Peniche em 1959 mas em 1975, com 19 anos, mudou-se com a família – pai, mãe e quatro irmãs – para Montereal. Nessa altura estava ainda longe de imaginar que haveria de se tornar um elemento de destaque da política canadiana e um orgulho para a comunidade portuguesa local.

Carlos Leitão, Ministro das Finanças do Quebeque

PERFIL Um economista contra o Euro Nasceu em Peniche mas mudou-se para o Canadá com 19 anos. Em 1974 teve uma curta experiência de emigração em Moçambique que terminou com o 25 de Abril. Faz parte do grupo que criticou o euro. “As diferenças entre Portugal e a média europeia eram demasiado grandes para resultar”, frisa. No entanto, agora discorda da saída do euro: “seria como fazer uma omelete e querer voltar a pôr os ovos na casca; desfazer a união monetária seria ainda pior”. Continua a visitar Portugal - Peniche e o Algarve, onde vive a mãe - mas, agora, cada vez menos. Vive há 40 anos no Canadá e tem dupla-nacionalidade mas mantém um português tão fluente como o inglês e o francês, as outras duas línguas que fala.

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Filho de um contabilista, estudou no Liceu de Leiria e em Lourenço Marques, onde viveu dois anos, frequentou a faculdade de Economia local. No regresso a Portugal, em pleno “verão quente”, encontra um país em auto-gestão. Ainda se matricula no ISCEF (atual ISEG), mas acaba por frequentar poucas aulas: “havia greves quase todos os dias”, justifica. Já no Canadá inscreve-se na Universidade McGill, em Montreal, onde durante seis anos estuda e trabalha em part-time para pagar as propinas e aliviar os encargos financeiros dos pais. Depois de terminar o curso, em 1980, segue para o MBA e começa a trabalhar no Banque Royale, por baixo, nos balcões das agências de Montreal. Em 1984 tem a oportunidade de entrar para o departamento de economia do banco e em 2003 chega a economista sénior, tendo também o cargo de relações públicas e porta-voz da instituição para contatos com a imprensa. Neste ano muda de banco e começa a trabalhar como economis-

ta-chefe no Banque Laurentienne. É já como quadro desta instituição, em 2008, que a Bloomberg News o considera “o segundo melhor economista do mundo ligado à previsão de indicadores económicos”. O ano passado abandonou a carreira de economista para se dedicar à vida política, militando no Partido Liberal do Québec, um partido federalista independente que Leitão classifica de “centro-direita”. Começa por colaborar, pontualmente, em iniciativas de estratégia da plataforma económica do partido e em setembro participa ativamente na redação do programa eleitoral. Já em 2014 entra na campanha eleitoral. Ganha as eleições a 7 de abril - com 87,27% (36763) dos votos - e no dia 24 é nomeado ministro das Finanças do Governo do Quebeque. Carlos Leitão tem-se mostrado preocupado com o nível da dívida pública e dos défices orçamentais que, afirma, “sem serem muito grandes [1% do PIB], são quase de natureza estrutural” mas acredita nos “bons recursos humanos, financeiros e naturais para ajudar a equilibrar a situação”. Neste momento, o responsável está a preparar o próximo orçamento que vai apresentar no Parlamento, sujeitando-se à viva oposição do Partido Québecois, à esquerda; e da CAQ – Coalition Avenir Québec, à direita.

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THE PORTUGUESE OFFER ĂŠ uma mostra exclusiva de produtos marcadamente portugueses que pretende levar ao conhecimento do comĂŠrcio local do Reino Unido a qualidade dos sabores e do que de bom se produz em Portugal.


DESPORTO

O REGRESSO DA GRANDE FESTA DO FUTEBOL A época do futebol profissional arranca a 17 de agosto. A Primeira Liga 2014/15 já mexe com o mercado de transferências a deslocar trunfos. O Benfica parte na defesa do título. A correr pela Europa estão o Estoril, Nacional da Madeira e Rio Ave. POR MANUEL LEMOS

A

edição 2014/15 da I Liga vai arrancar a 17 de agosto, enquanto a temporada inicia-se of icia lmente uma semana antes, dia 10, com a Supertaça entre Benfica e Rio Ave, anunciou a Federação Portuguesa de Futebol. De acordo com o calendário revelado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a primeira jornada do campeonato está agendada para 17 de agosto, um domingo, embora esta data possa ser antecipada um ou dois dias, devido às transmissões televisivas. No dia 10 de agosto, Benfica e Rio Ave, vencedor do campeonato e finalista vencido da Taça de Portugal, respetivamente, dão o arranque da temporada com a Supertaça, que será disputada no Estádio Municipal de Aveiro. A primeira eliminatória da Taça de Portugal está marcada para 6 de setembro, enquanto a final será a 31 de maio de 2015. Águias com época pouco tranquila O Campeão Nacional abre o campeonato a 17 de agosto em jogo contra o Paços de Ferreira. O treinador Jorge Jesus tem contrato até 2015, grande parte do plantel está com 30 anos. Alguns trunfos estão de saída. O desfazer de duas ou três duplas (Garay-Luisão; Fejsa/Rúben Amorim-Enzo Pérez; Rodrigo-Lima) poderá ser o maior foco de instabilidade de uma formação que voltará a partir na linha da frente para tentar vencer o bicampeonato.

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Quanto às competições europeias, o "play-off" da Liga dos Campeões, que irá contar com a participação do F.C. Porto, está agendado para 19 e 20 de agosto, a primeira mão, e 26 e 27, o segundo jogo. A fase de grupos da "Champions", em que já estão Benfica e Sporting, começa a 16 de setembro. A final será a 6 de junho do próximo ano, em Berlim. A terceira pré-eliminatória da Liga Europa, altura em que entra em ação o Rio Ave, será a 31 julho e 7 de agosto. O "playoff", que já conta com o Nacional da Madeira, está marcado para 21 e 28 de agosto e a fase de grupos, com o Estoril-Praia, começa a 18 de setembro. A final da Liga Europa vai decorrer em Varsóvia, a 27 de maio.

18 clubes O novo presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, fez regressar à principal Liga de futebol a competição entre 18 clubes.

Sobe e desce Boavista A Assembleia Geral da Liga aprovou o regresso do Boavista à Primeira Liga, à boleia do alargamento de 16 para 18 equipas. Moreirense Um ano após ter sido despromovido, o Moreirense assegurou o regresso à Liga principal. Olhanense Depois da despromoção, a equipa de Olhão vai ter de enfrentar a II Liga.

Luisão fica no Benfica por mais três temporadas, até 2016.

Petit novo treinador do Boavista O antigo internacional português Petit vai orientar os axadrezados no regresso ao primeiro escalão do futebol português.

Jesus até 2015 Jorge Jesus irá continuar no comando técnico do Benfica. O treinador é um dos técnicos mais assediados do momento, mas irá continuar na Luz.

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CALENDÁRIO

PRIMEIRA LIGA 2014/2015

1ª jornada - 17/08/2014

2ª jornada - 24/08/2014

3ª jornada - 31/08/2014

4ª jornada - 14/09/2014

5ª jornada - 21/09/2014

18ª jornada - 25/01/2015

19ª jornada - 01/02/2015

20ª jornada - 08/02/2015

21ª jornada - 15/02/2015

22ª jornada - 22/02/2015

Benfica X P. Ferreira Académica X Sporting FC Porto X Marítimo Arouca X Estoril Gil Vicente X V.Guimarães Rio Ave X V. Setúbal Penafiel X Belenenses Sp. Braga X Boavista Nacional X Moreirense

Marítimo X Académica Belenenses X Nacional Estoril X Rio Ave P. Ferreira X FC Porto V. Guimarães X Penafiel Sporting X Arouca Boavista X Benfica Moreirense X Sp. Braga V. Setúbal X Gil Vicente

FC Porto X Moreirense Sp. Braga X Estoril Belenenses X V. Guimarães Académica X V. Setúbal Benfica X Sporting Gil Vicente X Marítimo Nacional X Arouca Rio Ave X Boavista Penafiel X P. Ferreira

Estoril X Nacional Arouca X Sp. Braga P. Ferreira X Gil Vicente V. Guimarães X FC Porto Marítimo X Penafiel Moreirense X Rio Ave Boavista X Académica Sporting X Belenenses V. Setúbal X Benfica

Académica X Estoril Belenenses X Marítimo Benfica X Moreirense Gil Vicente X Sporting Penafiel X V. Setúbal Rio Ave X Arouca FC Porto X Boavista Nacional X Sp. Braga V. Guimarães X P. Ferreira

6ª jornada - 28/09/2014

7ª jornada - 05/10/2014

8ª jornada - 26/10/2014

9ª jornada - 02/11/2014

10ª jornada - 09/11/2014

23ª jornada - 01/03/2015

24ª jornada - 08/03/2015

25ª jornada - 15/03/2015

26ª jornada - 22/03/2015

27ª jornada - 04/04/2015

Boavista X Gil Vicente Sp. Braga X Rio Ave Arouca X Académica P. Ferreira X Belenenses Estoril X Benfica Marítimo X V. Guimarães Moreirense X Penafiel V. Setúbal X Nacional Sporting X FC Porto

FC Porto X Sp. Braga Nacional X Rio Ave P. Ferreira X Marítimo Académica X Moreirense Belenenses X V. Setúbal Penafiel X Sporting Benfica X Arouca V. Guimarães X Boavista Gil Vicente X Estoril

Arouca X FC Porto Boavista X P. Ferreira Nacional X Académica Estoril X Belenenses SC Braga X Benfica Moreirense X Gil Vicente V. Setúbal X V. Guimarães Sporting X Marítimo Rio Ave X Penafiel

Académica X Sp. Braga Belenenses X Boavista Benfica X Rio Ave P. Ferreira X V. Setúbal V. Guimarães X Sporting Marítimo X Moreirense Gil Vicente X Arouca Penafiel X Estoril Praia FC Porto X Nacional

Arouca X V. Guimarães Boavista X Penafiel Sp Braga X Gil Vicente Estoril X FC Porto Rio Ave X Académica Moreirense X Belenenses Nacional X Benfica Sporting X P. Ferreira V. Setúbal X Marítimo

11ª jornada - 30/11/2014

12ª jornada - 07/12/2014

13ª jornada - 14/12/2014

14ª jornada - 21/12/2014

28ª jornada - 12/04/2015

29ª jornada - 19/04/2015

30ª jornada - 26/04/2015

31ª jornada - 03/05/2015

Académica X Benfica Gil Vicente X Nacional V. Guimarães X Moreirense FC Porto X Rio Ave Belenenses X Arouca Marítimo X Boavista Penafiel X Sp. Braga P. Ferreira X Estoril Sporting X V. Setúbal

Académica X FC Porto Arouca X Penafiel Boavista X Sporting Sp Braga X V. Guimarães Estoril X V. Setúbal Benfica X Belenenses Moreirense X P. Ferreira Rio Ave X Gil Vicente Nacional X Marítimo

Belenenses X Sp. Braga V. Guimarães X Rio Ave Penafiel X Nacional Gil Vicente X Académica P. Ferreira X Arouca FC Porto X Benfica V. Setúbal X Boavista Marítimo X Estoril Sporting X Moreirense

Académica X Penafiel Arouca X Marítimo Benfica X Gil Vicente Sp. Braga X P. Ferreira Estoril X V. Guimarães Nacional X Sporting FC Porto X V. Setúbal Rio Ave X Belenenses Moreirense X Boavista

Reforços Adrián Lopez (ex-Atlético Madrid)

15ª jornada - 04/01/2015

16ª jornada - 11/01/2015

17ª jornada - 18/01/2014

32ª jornada - 10/05/2015

33ª jornada - 17/05/2015

34ª jornada - 24/05/2015

P. Ferreira X Rio Ave Gil Vicente X FC Porto V. Guimarães X Nacional Belenenses X Académica Boavista X Arouca Penafiel X Benfica Marítimo X Sp Braga Sporting X Estoril V. Setúbal X Moreirense

Académica X P. Ferreira Arouca X V. Setúbal Benfica X V. Guimarães Sp. Braga X Sporting Estoril X Moreirense Gil Vicente X Penafiel FC Porto X Belenenses Nacional X Boavista Rio Ave X Marítimo

Belenenses X Gil Vicente Boavista X Estoril P. Ferreira X Nacional Penafiel X FC Porto V. Guimarães X Académica Moreirense X Arouca Marítimo X Benfica V. Setúbal X Sp, Braga Sporting X Rio Ave

Cristian Tello (ex-Barcelona)

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Casa X Visitado Visitado X Casa

Reforços Oriol Rosell (ex-Kansas City)

Simeon Slavchev (ex-PFC Litex( 49


OPINIÃO

O NOVO PORTUGAL TURÍSTICO: UM BREVE OLHAR José Manuel Simões Investigador e Professor Catedrático da Universidade de Lisboa Professor Coordenador do Doutoramento em Turismo da ESHTE/UL

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ortugal é hoje o segundo país da OCDE em que o turismo tem maior peso no PIB (mais de 9%), e o terceiro da Zona Euro em que tem maior peso nas exportações (cerca de 46% das exportações de serviços e mais de 14 % das exportações totais). Se durante muito tempo a força da imagem turística do país se projectou e alavancou no exterior em função da atractividade das suas condições climatéricas e das suas zonas balneares (cerca de meio milhar de praias com uso balnear), hoje em dia, Portugal consegue posicionar-se internacionalmente igualmente de forma particularmente competitiva face a outros atributos: i) A crescente afirmação internacional do património português (15 sítios classificados pela UNESCO como Património da Humanidade, a que acresce a classificação do Fado). ii) A atractividade das cidades de Lisboa, Porto e Funchal no quadro dos destinos City Breaks, qualquer uma delas já galardoada internacionalmente como “Best Destination”. A que acresce a relevância dos cruzeiros (sobretudo em Lisboa, que também já foi premiada como melhor destino europeu de cruzeiros). iii) A oferta de golfe, em associação com a de resorts turísticos, cuja qualidade já foi, por diversas vezes, merecedora de distinções internacionais e de inclusão nos melhores rankings. iv) A expansão e visibilidade dos eventos culturais e despor-

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tivos e dos congressos (neste concreto, note-se que em 2013, no ranking da ICCA, Portugal ocupou o 13º lugar e Lisboa o 9º. v) A qualidade e diversidade da paisagem rural e natural do país, a qual apresenta matizes cénicas de grande singularidade e força atractiva. Em associação, destaque-se a qualidade crescente da nossa gastronomia e vinhos. vi) A força no mundo católico de Fátima (cerca de 5 milhões de visitantes anuais, dos quais 10% são estrangeiros). Relembre-se ainda o contributo para o posicionamento internacional de Portugal dos seguintes aspectos: i) a relação custo/qualidade da oferta; ii) a tradicional segurança e hospitalidade do país; iii) o incremento das rotas e voos para mercados de grande potencial, e a recente expansão das companhias low cost em Portugal; e iv) o acelerado crescimento e diversificação da oferta hoteleira (sendo de destacar a qualidade e modernidade da oferta quer dos hotéis de 3, 4 e 5 estrelas, quer dos hostels (vários destes integrando os Tops mundiais) Em síntese, embora conscientes de que a actividade turística é sempre muito sensível às instabilidades conjunturais (sobretudo económicas, políticas e acontecimentos catastróficos) e pautada por modismos societais e interesses das corporações e operadores, o Turismo em Portugal reúne todas as condições para continuar a ser um dos pilares mais sustentáveis e sustentadores da economia e sociedade portuguesas.

PERFIL JOSÉ MANUEL SIMÕES é Professor Catedrático do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e Investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, sendo coordenador do Núcleo de Estudos em «Turismo, Cultura e Território» (TERRITUR). É, ainda, coordenador científico do Doutoramento em Turismo do IGOT-UL e consultor de Planeamento Territorial e Turístico e integrou a equipa que elaborou a proposta de Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT). Responsável científico da componente portuguesa do projecto internacional SECOA: Solutions for Environmental Contrastes in Coastal Áreas (financiado pelo Seventh Framework Programme, UE). Fez parte da Comissão Nacional Executiva do Centenário do Turismo em Portugal. Foi orador convidado em vários colóquios, seminários e congressos, em universidades portuguesas e estrangeiras. Tem cerca de nove dezenas de títulos publicados, em nome individual e em co-autoria ou colaboração.

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