PORT.COM - Edição nº 6 - Abril de 2015

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2015 . Nº 6 . ABRIL . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€

Os

Portugueses

Brasil no

515 anos

depois

SEMANA SANTA Braga abençoada por portugueses e estrangeiros

MUSEUS DA GASTRONOMIA Do azeite ao vinho, a dieta portuguesa em exposição

+

Conjunto de reportagens sobre a influência do legado português no “país irmão”, no assinalar da chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro

VOOS LUXUOSOS DA CASA FERREIRINHA Marca duriense selecionada pela Emirates Airlines

MUNDIAIS DE AUTOMOBILISMO Milhões de olhos postos em Portugal

V i s i t e o s i t e w w w. r e v i s t a p o r t . c o m e f i q u e m a i s p e r t o d e P o r t u g a l


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SUMÁRIO 4 EDITORIAL 5 DESTAQUE PORTUGAL E BRASIL

Povos irmãos ligados há 515 anos 10 TESTEMUNHOS

Saudades de Portugal? Sim. Voltar? Ainda não. 12 ITAJAÍ

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Embaixada açoriana no Brasil 16 PARÁ

48

O estado que se confunde com Portugal 20 PRODUTOS PORTUGUESES

Sporting de Paris

Comer e beber Portugal no Brasil

Alter do Chão, a incrível praia de Santarém... no Brasil

22 RECENSEAMENTO ELEITORAL

Tenha uma participação ativa no futuro de Portugal

Semana Santa de Braga - Abençoada por portugueses e estrangeiros 28. Sugestões de Prendas para afilhados

24 PÁSCOA

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Daniela Ruah

Os novos voos luxuosos da Casa Ferreirinha

38

34 GASTRONOMIA

BACALHAU À ZÉ DO PIPO

30 NEGÓCIOS

Museus onde se come e bebe com os olhos 38 . Receita de Bacalhau à Zé do Pipo

40 CULTURA Atores que emigraram com sucesso

44 DESPORTO Automobilismo - Olhos do mundo postos em Portugal 48 . Sporting de Paris torce pelo título europeu do Sporting de Portugal

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AUTOMOBILISMO DE REGRESSO A PORTUGAL

50 DISCURSO DIRETO Ser português na Dinamarca é…

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EDITORIAL

FICHA TÉCNICA

REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES Edição Mensal - Abril 2015 www.revistaport.com Nº de registo na ERC: 126526

A

Revista PORT.COM de abril leva os leitores portugueses espalhados por 108 países ao 515º aniversário da descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral. Porto Seguro, a localidade onde o navegador português desembarcou em 1500, é o primeiro ponto de passagem da viagem de um conjunto de textos sobre a relação portuguesa com o “país irmão”, que segue ainda para norte do território brasileiro, concretamente para o estado do Pará, e também para sul, para o estado de Santa Catarina.

Rua João de Ruão, nº 12 – 8º 3000-299 Coimbra (Portugal) Tel: (+351) 239 820 688 geral@revistaport.com www.revistaport.com DIREÇÃO Abílio Bebiano direcao@revistaport.com COORDENAÇÃO EDITORIAL Luís Carlos Soares (CP-9959) luis.soares@revistaport.com

LUÍS CARLOS SOARES Coordenador Editorial

A Páscoa dá início ao mês de abril, com a Revista PORT.COM a contar ou a relembrar às comunidades portuguesas como é que Braga, a tão religiosa “Cidade dos arcebispos”, continua a ser o principal centro português de celebração de fé católica durante a Semana Santa. A grande velocidade, nesta edição contamos ainda como é que vários campeonatos mundiais de automobilismo vão colocar em Portugal os olhos de milhões de telespetadores, nos quais se incluem milhares e milhares de emigrantes nacionais. Depois de, este mês, inaugurar a temporada do Mundial de Rallycross, em Montalegre, o norte do país vai voltar a receber o Rally de Portugal, depois de uma década sediado no Algarve. Os principais atores do cinema português, o embarque de um vinho duriense de topo nos voos da Emirates Airlines, um roteiro pelos principais museus da gastronomia portuguesa e muito mais, constam entre as propostas que lhe oferecemos nesta edição de abril da Revista PORT.COM. Não deixe de nos acompanhar também no site (www.revistaport.com) e no Facebook (www.facebook.com/revistaportcom), espaços onde continuamos a registar cada vez mais leitores, mais visualizações e públicos das mais diferentes comunidades portuguesas pelo mundo.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira, Filipa Marques Colaboradores: Cristina Amaro PLATAFORMA ONLINE Márcia de Oliveira - Edição de conteúdos marcia.oliveira@revistaport.com Carlos Gouveia DESIGN E PAGINAÇÃO BDMP, LDA www.bdmp.pt ASSINATURAS assinaturas@revistaport.com PUBLICIDADE AJBB Network Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal) (+351) 967 583 072 publicidade@ajbbnetwork.com EDIÇÃO PAPEL: Abril 2015 Tiragem: 20.000 Exemplares Impressão: StudioPrint Depósito Legal: 376930/14 Distrib. nacional e internacional: CTT

EDITOR E PROPRIETÁRIO

geral@ajbbnetwork.com www.ajbbnetwork.com NIF: 510 475 353 A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.


D destaque

Portugal e Brasil POVOS IRMÃOS LIGADOS HÁ 515 ANOS Desde que Pedro Álvares Cabral desembarcou em Porto Seguro, a relação entre portugueses e brasileiros cresceu em diversas vertentes. Para além da partilha da língua e da religião, subsistem ligações culturais, negociais, entre outras. A data 22 de abril, que assinala a histórica descoberta, está oficialmente instituída como o Dia da Comunidade Luso-Brasileira, efeméride louvada nos dois lados do Atlântico. TEXTOS DE LUÍS CARLOS SOARES

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DESTAQUE

A metrópole São Paulo descende de uma aldeia fundada por portugueses, chamada Piratininga

O

continente europeu era considerado o centro do mundo quando Portugal descobriu o Brasil, a 22 de abril de 1500. O nobre Pedro Á lvares Cabral, nascido em Belmonte por volta de 1467 ou 1468, liderava uma tripulação de aproximadamente 1200 navegadores, divididos por 13 navios. O destino da viagem seria, supostamente a Índia, mas tal foi a importância da descoberta que já não chegariam a sair das águas do Oceano Atlântico. Tinha assim início uma longa coexistência entre portugueses e brasileiros, relação que se mantém até aos dias de hoje.

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Não faltam fatores que atualmente criam identificação entre as duas nacionalidades, a começar pelo idioma, e com continuidade em vertentes como a religião, a gastronomia, o entretenimento, o folclore, o desporto, a arquitetura ou o mundo dos negócios. Apesar de haver alguns quadrantes da sociedade brasileira que criticam a colonização europeia, à imagem do que acontece noutros países, sobretudo sul-americanos, norte-americanos e africanos, as influências são bastantes e mútuas. Os brasileiros são dos povos mais católicos do mundo, fé que lhes foi transmitida pelos portugueses. Não há cidade no Brasil que não tenha uma padaria portuguesa, assim como os rodízios de picanha brasileira estão espalhados de norte a sul de

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Portugal. Os portugueses habituaram-se a ver telenovelas e a ouvir músicas produzidas no Brasil, os brasileiros adotaram e adaptaram várias danças típicas do folclore. Não faltam exemplos. No século passado tornou-se habitual a referência à expressão “povos irmãos”, com a data 22 de abril a ser oficialmente reconhecida, em ato público assinado em 1967, como o Dia da Comunidade Luso-Brasileira. Todos os anos, este dia marca celebrações nos dois países, com encontros de ambas as comunidades em jantares, concertos e danças, em localidades como São Paulo e Lisboa, por reunirem as maiores comunidades, Belmonte e Porto Seguro, locais onde nasceu e desembarcou Pedro Álvares Cabral.


O Brasil exporta cada vez mais açaí, um fruto com propriedades antioxidantes

Estátua de Pedro Álvares Cabral, em Porto Seguro

Vista de Porto Seguro, cinco séculos após o desembarque dos portugueses

Descoberta ocasional ou intencional? Nas últimas décadas há uma questão relativa ao descobrimento do Brasil que tem levantado muita discussão, em torno do caráter deste feito, se terá sido ocasional ou intencional. Discute-se até se os portugueses não teriam já conhecimento da existência do continente sul-americano. Ao longo dos anos, nas aulas de História lecionadas nos dois países ensinouse que os portugueses teriam partido de Lisboa, a 8 de março, com o objetivo de seguir uma rota aproximadamente igual à que Vasco da Gama havia navegado dois anos antes, até à Índia. Depois de atingirem Cabo Verde, os navios teriam feito rumo ao ocidente, para aí apanha-

rem os ventos propícios à passagem do cabo da Boa Esperança, antigo cabo das Tormentas, mas teriam avistado “um monte muito alto e redondo”, segundo descreve o escriturário Pêro Vaz de Caminha, ao qual chamariam monte Pascoal, por se estar no tempo da Páscoa. Dois dias depois, encontraram um ancoradouro abrigado, ao qual chamaram Porto Seguro. A tese a favor da intencionalidade da descoberta tem como um dos argumentos mais fortes o facto de os representantes portugueses se terem esforçado, na assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, por fixar o meridiano divisório em 370 léguas a oeste de Cabo Verde, e não a 100 léguas, como estava previsto pelos representantes do papa Alexandre VI.

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Intencional ou ocasional, o certo é que esta descoberta seria fulcral para aquilo que seria o futuro das terras a que os descobridores primeiro chamaram Vera Cruz, nome que rapidamente seria substituído pela designação do principal produto que inicialmente do Brasil se levava para Portugal, o pau-brasil.

AS NEGOCIAÇÕES DO TRATADO DE TORDESILHAS PARECEM INDICAR QUE OS PORTUGUESES JÁ SABIAM DA EXISTÊNCIA DO CONTINENTE SUL-AMERICANO

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DESTAQUE

Celebrações do Dia da Comunidade Luso-Brasileira, em São Paulo

do açaí, pequeno fruto tropical cujas propriedades antioxidantes o tornam cada vez mais procurado para a confeção de bebidas e refrigerantes. O produto que mais viaja de Portugal para o Brasil é o azeite, sem ponto de comparação possível com outros ainda assim populares, como são os casos do bacalhau e do vinho, que atestam a influência da gastronomia lusitana. Algumas empresas portuguesas começaram a produzir recentemente no Brasil, como é o caso da Unicer, através da marca de cerveja Super Bock.

A influência portuguesa estendeuse de norte a sul do território que atualmente faz parte do Brasil. O Tratado de Tordesilhas delineava direitos portugueses desde o atual Pará, a norte, até ao agora estado de Santa Catarina, a sul. Ambos mantêm traços culturais portugueses bem evidentes, como vai ter oportunidade de testemunhar em páginas mais à frente nesta revista. Cana-de-açúcar e açaí para um lado, azeite para o outro Para além do pau-brasil, cuja madeira resistente era usada na construção de móveis e navios, para Lisboa passaram a viajar macacos e papagaios. Alguns anos mais tarde, por volta de 1530, os portugueses começaram a fixar-se permanentemente no Brasil, em cujos terrenos alagadiços começaram a fazer as primeiras plantações de cana-de-açúcar. Uma das aldeias instaladas pelos portugueses, a algumas léguas da costa, foi Piratininga, que veio mais tarde a

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PETRÓLEO LIDERA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA PORTUGAL, À FRENTE DE SOJA, MILHO E CAFÉ transformar-se na cidade de São Paulo. Em 1548 já existiam ao longo da costa 16 povoações portuguesas que viviam do comércio com Portugal, para onde mandavam, além dos produtos da floresta, açúcar, algodão e tabaco. Atualmente, o petróleo é o grande dominador das exportações brasileiras para Portugal, bem à frente de produtos alimentares como grãos de soja, milho e café. O açúcar e a madeira continuam a fazer um trajeto semelhante ao praticado no século XVI. Espaço ainda para produtos com um mercado crescente, como é o caso

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O mercado do Oriente começou por ser, na época dos Descobrimentos, bastante mais atrativo para Portugal. Mas se no Índico os portugueses se limitavam a colher ou a disputar, no Brasil tiveram que estabelecer formas de organização para utilizar as riquezas já existentes, principalmente a madeira e a cana-de-açúcar, tornando-se empresários e produtores. Os portugueses acabaram por estabelecer a sua vida familiar (os homens viajavam sozinhos, mas cruzavamse com mulheres nativas), social e económica no Brasil, que passaram a considerar uma segunda pátria, o que nunca aconteceu no Oriente. Tudo isto tornou possível que a minoria étnica portuguesa marcasse profundamente a população local, que saiu do estado silvícola e seguiu o modelo europeu. Atualmente, uma grande percentagem de famílias brasileiras, de norte a sul do país, são descendentes de algum português. Mais do que uma relação de amizade, prevalecem laços familiares entre os “povos irmãos”.



DESTAQUE

SAUDADES DE PORTUGAL? SIM VOLTAR? AINDA NÃO Ela vive no Rio de Janeiro, ele em São Paulo. Não se conhecem, mas partilham um sentimento: Pouca vontade de trabalhar num país que oferece condições precárias aos jovens. Estão a falar, logicamente, de Portugal.

Rita Miranda nasceu na Figueira da Foz há 27 anos, frequentou o Ensino Superior em Lisboa, de onde partiu há três anos e meio para o Rio de Janeiro, para trabalhar como designer gráfica. Caetano Nascimento nasceu no Rio de Janeiro há 31 anos, cresceu no norte de Portugal, em Chaves, e voltou para o Brasil há quatro anos e meio, onde é piloto de aviões em São Paulo. Ambos encontraram no Brasil condições profissionais que não encontrariam em Portugal. A jovem designer nem chegou a procurar emprego no país. Antes de se fixar no Brasil, tinha feito um estágio de quatro meses na China, “experiência que aumentou a minha vontade de conhecer novos horizontes e alargar os meus conhecimentos fora do meu país, fora da zona de conforto”. Contactou vários amigos espalhados pelo mundo, também portugueses e da mesma área profissional, enviou currículos para os escritórios que lhe foram sugerindo, “e a primeira resposta positiva veio do Rio de Janeiro, onde cheguei menos de um mês depois”, recorda.

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Apesar de não ter escolhido o país, “a ambientação foi fácil”, tanto dentro como fora do trabalho. “Sou a terceira portuguesa a passar pelo escritório, que é pequeno, e todos foram muito bem-sucedidos por lá”, explica. A ambientação à Favela do Vidigal, onde reside, também foi pacífica: “Fora uns assaltos ou questões menores, não costumo ouvir falar de grandes problemas”. Não gosta de calor, e tem saudades da comida portuguesa, porque apesar de encontrar produtos nacionais, “são bastante caros, considerados de luxo”. Costuma voltar a Portugal duas vezes por ano, mas acha que “foi mais fácil sair, do que ganhar coragem para voltar”. Ainda assim, tenciona fazê-lo.

adaptação no regresso. Tal como Rita, também fez Erasmus, mas em Itália. Viveu ainda um ano nos Estados Unidos, onde tirou o curso de piloto. Da nova realidade, lamenta “as piadas constantes que os brasileiros fazem sobre portugueses” e nota a ausência de vários aspetos que deixou para trás: “Tenho saudades da família, dos amigos, da cidade de Chaves, de ir ver jogos do Desportivo de Chaves e da gastronomia portuguesa, que é a melhor do mundo”, classifica.

Feliz mesmo sem a “melhor gastronomia do mundo”

Mas pesados os prós e os contras, sente-se “feliz no Brasil, e sem intenções de voltar a Portugal”, onde há “falta de oportunidades para pilotos recém-formados”. Confortável com as malas às costas, tem “curiosidade por viver noutros países”.

Caetano considera-se uma mistura de português com brasileiro, por “ter sido educado e crescido em Portugal, uma sociedade diferente da brasileira, mas sem nunca perder contacto com a família e cultura do Brasil”, o que ajudou à

Caetano e Rita nunca se viram, mas mostram à Revista PORT.COM uma visão partilhada por vários jovens emigrantes, no Brasil ou noutra comunidade: “Saudades sim, voltar ainda não”.

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Breves

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Portuguesa recebe medalha por trabalho em prol das mulheres

São Paulo é a nova casa da Taberna da Esquina

Debates sobre literatura escrita em português

Leonor de Sá Machado tornou-se a primeira estrangeira a receber a medalha Ruth Cardoso, que premeia o trabalho em prol das mulheres, numa cerimónia do Conselho Estadual da Condição Feminina, ligado ao Governo de São Paulo. A portuguesa é fundadora da TheBridge, empresa de responsabilidade social que desenvolveu, em São Paulo, um projeto para facilitar a realização de cirurgias plásticas reparadoras para mulheres vítimas de violência doméstica. Para além do Brasil, a empresa também atua em Angola.

Começou por levar a sua “interpretação de tasca” para São Paulo e João Pessoa, com a Tasca da Esquina. Agora, Vítor Sobral, um dos chefs de cozinha mais reputados de Portugal, renova a aposta e abre uma “irmã” da primeira casa, a Taberna da Esquina. Também na cidade paulista, conta com uma carta rica em vinhos e petiscos portugueses, conservas e outros acepipes.

A cantora brasileira Adriana Calcanhotto, o escritor português Gonçalo M. Tavares e Gregorio Duvivier (na foto), elemento do grupo comediante brasileiro Porta dos Fundos, são alguns dos rostos que vão conversar sobre literatura escrita na língua portuguesa, entre os dias 10 e 15 de abril, na Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. Eça de Queirós e Fernando Pessoa estão entre os autores em destaque. A entrada é gratuita e a organização pertence ao jornal português Público, em parceria com o Instituto Camões de Brasília.


DESTAQUE

Itajaí EMBAIXADA AÇORIANA NO BRASIL O território ocupado pela cidade mais rica do estado de Santa Catarina, no sul do país, começou por ser povoado por navegadores provenientes dos Açores. Para além de terem feito perdurar diversos costumes portugueses, criaram as bases para o atual maior porto de pescas de todo o Brasil e América Latina.

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A Marejada intitula-se de “maior festa do peixe português em todo o Brasil”, na qual também são recriadas danças e outros costumes

O

traçado definido no Tratado de Tordesilhas, pelo qual Portugal e Espanha dividiram as terras descobertas e por descobrir fora da Europa, indicava que era no território agora pertencente ao estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, que ficava o ponto sul-americano mais distante sobre o qual os portugueses detinham direitos. Atualmente pode-se concluir que os colonos lusitanos aproveitaram até ao último quilómetro do traçado, tal é a influência portuguesa que persiste em muitos locais catarinenses, com expoente máximo em Itajaí. Localizada a aproximadamente 100 km a norte da capital do estado Florianópolis, a cidade de Itajaí é a sede do

maior porto de pescas de todo o Brasil e América Latina, estrutura essencial para que seja o concelho com maior PIB e rendimento médio por habitante em toda Santa Catarina. Para esta forte ligação de proximidade com o mar, em muito contribui a forte presença de açorianos, colonos que começaram a chegar à região no século XVI, e acabaram por criar e fazer crescer a cidade e o porto.

ESTIMA-SE QUE CERCA DE 80% DOS 180 MIL HABITANTES DE ITAJAÍ TENHAM ASCENDÊNCIA PORTUGUESA, SOBRETUDO AÇORIANA

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Atualmente estima-se que cerca de 80% dos 180 mil habitantes do município tenham ascendência portuguesa, sobretudo açoriana, apesar de a única cidade-irmã portuguesa não ser Ponta Delgada ou Angra do Heroísmo, mas sim Viana do Castelo. Apesar de haver outras comunidades com forte implementação em Itajaí, como a alemã (que na cidade de Blumenau, a 60 km a oeste, até recria a Oktoberfest de Munique), a herança açoriana faz-se sentir nas festas e tradições populares, na gastronomia, no artesanato e até na maneira das pessoas falarem, com semelhanças ao sotaque micaelense. Festa anual com sardinha e bolinhos de bacalhau A maior festa social em Itajaí chamase “Marejada - Aventura pelos mares do

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DESTAQUE

Porto de Itajaí

Desfiles de trajes portugueses e até de cabeçudos costumam fazer parte da programação da Marejada

mundo”, evento que celebra a amizade histórica e cultural entre portugueses e brasileiros. “É a maior festa do peixe português em todo o Brasil, com comidas típicas portuguesas, principalmente pratos de peixe, marisco e frutos do mar, e a realização de concertos de fado, danças folclóricas portuguesas e outros espetáculos”, conta Sónia Pimentel, catarinense que trabalha na promoção turística do Parque Unipraias, no Balneário Camboriú, outra cidade com uma comunidade portuguesa significativa. Desde 1987 que a Marejada se realiza todos os anos, durante cinco dias, entre o final de outubro e o início de novembro, época em que a primavera se prepara para dar lugar ao verão. As celebrações não se restringem ao pavilhão onde são comercializados, por exemplo, milhares de bolinhos

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de bacalhau e mais de uma tonelada de sardinhas, mas também às ruas da cidade, que em edições anteriores já chegaram a ser percorridas por desfiles de trajes tradicionais portugueses e até de cabeçudos. Nalgumas edições é até organizado um concurso de histórias contadas por pescadores, com as melhores a serem distinguidas com prémios monetários. Todos os anos são homenageadas localidades portuguesas de onde partiram colonos que contribuíram para o desenvolvimento de Itajaí. Para além das principais cidades e vilas açorianas, também já foram lembradas Porto, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde, Braga, Guimarães, Peso da Régua, Lamego, Peniche ou Cascais. Atualmente os portugueses já não chegam ao estado de Santa Catarina

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por via marítima, como aconteceu com tantos e tantos açorianos a partir do século XVI. A TAP voa entre Lisboa e Porto Alegre, a capital do vizinho estado de Rio Grande do Sul. Encurtaram-se assim as horas de viagem entre Portugal e Itajaí, duas realidades unidas histórica e culturalmente há meio milénio.

ITAJAÍ É O CONCELHO DE SANTA CATARINA COM MAIOR PIB, PARA O QUAL MUITO CONTRIBUI UM PORTO DE PESCAS ONDE ABUNDAM TRABALHADORES DESCENDENTES DE AÇORIANOS


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JOÃO RAMID

DESTAQUE

Santarém

Pará

O ESTADO QUE SE CONFUNDE COM PORTUGAL O terceiro estado brasileiro com maior número de emigrantes portugueses, depois de Rio de Janeiro e São Paulo, é aquele que alberga cidades com nomes como Belém, Bragança, Faro e Viseu. Descendam ou não de portugueses, no quotidiano de paraenses existem costumes como a devoção à Nossa Senhora da Nazaré ou equipar à Benfica.

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GERALDO RAMOS

Círio de Nazaré, a maior procissão católica do Brasil

A praia do Pesqueiro, em Soure, é um dos vários pontos paradisíacos do Pará

E

Apesar de não ser dos estados estatisticamente mais relevantes dentro da demografia brasileira, é o terceiro com maior número de emigrantes portugueses, depois dos tão populosos Rio de Janeiro e São Paulo.

O território do Pará é 13 vezes maior do que o de Portugal, inclusivamente até mais extenso do que Angola, mas a população portuguesa é em maior número do que a paraense, que se fica por pouco mais de oito milhões de pessoas.

Oeiras do Pará é um município rural, no qual predomina a natureza em estado selvagem, uma realidade bem distinta da portuguesa Oeiras, dentro da área metropolitana da Grande Lisboa. Os habitantes da cidade paraense de Chaves, nas margens do rio Amazonas, chamam-se chavienses, enquanto os da homónima cidade portuguesa, banhada pelo bem menos extenso rio Tâmega, se chamam flavienses. Mas em municípios como Bragança, Santarém ou na capital Belém, não faltam pontos de contacto entre Portugal e o Pará.

xistem mapas de um estado do Brasil que identificam cidades como Alenquer, Almeirim, Aveiro, Baião, Barcarena, Bragança, Chaves, Faro, Melgaço, Óbidos, Oeiras, Ourém, Portel, Santarém, Soure e Viseu. Se algum dia encontrar um assim, não pense que se trata de um erro tipográfico, mas sim de um mapa do Pará. Este é um dos motivos para que não faltem paraenses a dizer que o seu estado é o “mais português do Brasil”, mas há muitos outros.

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Dois milhões de devotos a Nossa Senhora da Nazaré Belém do Pará, a capital do Estado, foi fundada por um português, chamado Francisco Caldeira Castelo Branco, a 12 de janeiro de 1616. Nossa Senhora da Nazaré é “Padroeira do Pará” e “Rainha da Amazónia”, títulos oficializados em 1971, mas remonta há mais de 200 anos a devoção à figura que salvou o português D. Fuas Roupinho de cair de um precipício (pedaço da história de Portugal sobejamente conhecido por muitos paraenses). Conta a lenda que, por volta de 1700, o mestiço Plácido José Souza, filho de um português e de uma indígena local, encontrou uma figura da santa junto a um ribeiro, e a levou para a barraca onde

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DESTAQUE

Forte do Presépio, Belém

Bragança

Associados do Grémio vestidos à FC Porto

morava, mas que misteriosamente desaparecia para voltar ao local onde havia sido encontrada. A figura não tardaria a tornar-se objeto de veneração de muitas pessoas que rumavam a Belém, para agradecer promessas alcançadas. Atualmente, a veneração a Nossa Senhora da Nazaré tem expoente máximo no Círio de Nazaré, a maior procissão católica do Brasil, que todos os anos reúne mais de dois milhões de pessoas na capital de um município com 1,4 milhões de habitantes. Calçada à portuguesa e festivais da sardinha Para além da Basílica de Nazaré, onde termina a procissão, entre os maiores atrativos turísticos de Belém do Pará constam o Mercado Ver-o-peso (a maior

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feira ao ar livre da América Latina) e o Forte do Presépio, construído pelo referido português que fundou a cidade, para proteger a Amazónia dos invasores holandeses e franceses, no século XVII. Ao circular entre estes locais, os transeuntes “caminham por várias ruas e praças cujo solo é revestido a calçada portuguesa, com pedras que viajaram de Portugal para Belém”, descreve Alex Flávio da Silva, paraense que organiza roteiros turísticos por todo o estado, e

EXISTEM LIGAÇÕES A PORTUGAL EM LOCALIDADES DO PARÁ COMO BELÉM, SOURE, FARO OU ÓBIDOS

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falou com a Revista PORT.COM na feira de turismo BTL, em Lisboa. Um dos atrativos culturais do Pará é o carimbó, “dança que começou a ser praticada pelos indígenas, passou pelos escravos africanos e teve adaptações por parte dos portugueses, com o homem a dançar de braços erguidos com a mulher”, acrescenta o representante da empresa Brazil Amazon Tour. A gastronomia local também é maioritariamente inspirada em costumes indígenas, mas conta com algumas influências portuguesas, “especialmente na forma como se confeciona o peixe”, conta Alex Flávio. Alguns paraenses têm até oportunidade de participar todos os anos num festival da sardinha, no qual nem faltam caldo verde e vinho português.


Paraenses equipados à Benfica, Porto e Sporting

A melhor praia fluvial do mundo, para o jornal The Guardian

O festival da sardinha é organizado pelo Grêmio Literário e Recreativo Português, a maior associação recreativa e cultural do estado do Pará, e uma das três maiores do Brasil. Fundada por portugueses, “tem mais de nove mil sócios pagantes, entre portugueses, descendentes de portugueses e brasileiros”, descreve Alírio José Duarte, um dos administradores da coletividade, que em março esteve Lisboa num curso de formação para dirigentes associativos da diáspora portuguesa. O complexo ocupado por esta associação luso-brasileira tem aproximadamente 350 mil metros quadrados, “sendo a entidade que organiza mais espetáculos em Belém, como concertos de vários artistas da música popular brasileira, como Caetano Veloso e Gal Costa”, acrescenta o dirigente associativo. Quando os associados disputam torneios de futebol entre si, com escalões para praticantes amadores dos oito aos 60 anos, dividem-se em equipas com nomes, símbolos e equipamentos semelhantes aos de alguns clubes portugueses, como Benfica, Porto, Sporting, Braga, Belenenses, Académica, Beira-Mar ou Naval. Seja na cultura, na religião, na arquitetura, na gastronomia ou no desporto, as influências portuguesas estão bem presentes no quotidiano de milhares de paraenses, sejam ou não descendentes de portugueses, sejam ou não nascidos numa localidade com nome português.

Alter do Chão A INCRÍVEL PRAIA DE SANTARÉM

O

terceiro município mais populoso do Pará, e também um dos três mais visitados pelos turistas, é Santarém, no norte do estado e do país. Nos seus arredores há mais de 100 quilómetros de praias, com a principal atração turística a ficar a aproximadamente 30 km. Trata-se da vila de Alter do Chão, com a respetiva Ilha do Amor, conjunto conhecido como “Caraíbas da Amazónia”. O jornal de referência inglês The Guardian considerou este destino turístico nas margens do rio Tapajós, cercado pela floresta amazónica, como a melhor praia fluvial do mundo. A Ilha do Amor conta com a particularidade de “não existir no primeiro semestre

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do ano, por estar debaixo de água. Só a partir de julho é que as águas vão baixando, o que acontece até dezembro, permitindo o aparecimento da praia”, explica Alex Flávio, da Brazil Amazon Turismo. “A água é tão límpida que mesmo estando acima do peito, dá para ver os pés”, acrescenta o paraense, ciente de estar a descrever um cenário paradisíaco.

“A ÁGUA É TÃO LÍMPIDA QUE MESMO ESTANDO ACIMA DO PEITO, DÁ PARA VER OS PÉS”

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DESTAQUE

COMER E BEBER PORTUGAL NO BRASIL As vendas portuguesas para o mercado brasileiro em 2014 cresceram apenas 0,8%, mas foi o suficiente para alcançarem um novo recorde histórico, superior a 1,006 mil milhões de euros. Azeite foi o líder destas exportações, com uma percentagem aproximada de 20%. Destaque ainda para outros produtos alimentares, como o bacalhau (7%) e o vinho (3%).

Gallo vende mais no Brasil do que em Portugal A empresa especializada em azeites, com fábrica em Abrantes, exporta 32% dos seus produtos para o mercado brasileiro, sendo que 75% das suas receitas anuais são para fora da Europa. Portugal segue o Brasil na lista de maiores consumidores, à frente da Venezuela. A Gallo é a terceira marca de azeite mais vendida no mundo, atrás da italiana Bertolli e da espanhola Carbonell.

“Fiel amigo” Riberalves perto das comunidades portuguesas Os brasileiros são cada vez mais apreciadores de pratos de bacalhau, tendência para a qual contribui a influência da populosa comunidade portuguesa. A Riberalves, com sede em Torres Vedras, é uma das marcas que exportam bacalhau para vários estados brasileiros. O “fiel amigo dos portugueses” pode ser encontrado,

por exemplo, na Casa dos Frios, no Recife, a poucos metros do Clube Português.

CARM cada vez mais conceituada A revista “Prazeres da Mesa”, um dos principais meios de comunicação brasileiros especializados em gastronomia, distinguiu um vinho português como o “Melhor vinho branco do ano”. O vinho em causa é o CARM SO2 Free Branco 2011, da CARM (Casa Agrícola Roboredo Madeira), produtora vitivinícola localizada no Douro Superior, em Almendra, no concelho de Vila Nova de Foz Côa. A menção surge num guia para 2015, com vinhos de todo o mundo, intitulado “Os melhores do ano - 300”. O Brasil é um mercado em crescimento para a CARM, que atualmente representa apenas 5% das exportações da marca.

Adega Mayor prepara entrada no Brasil A produtora vitivinícola de Campo Maior (Alentejo) pretende entrar no mercado brasileiro ainda no primeiro

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semestre deste ano, de acordo com declarações recentes da administradora Rita Nabeiro. A empresa do Grupo Nabeiro tenciona começar pelas cidades de São Paulo e Vitória (Espírito Santo), onde a Delta Cafés (do mesmo grupo) já tem negócios montados, para comercializar as gamas Monte Mayor e Caiado. Atualmente, 30% das vendas da Adega Mayor são para mercados de exportação.

Super Bock disponível em cerca de 2500 supermercados A principal marca de cervejas da Unicer, sedeada em Leça do Bailio (Porto), começou a ser produzida no Brasil em março de 2014, tendo atingido cerca de um milhão de litros no primeiro ano. Atualmente a Super Bock é comercializada em mais de 2500 pontos de venda, como lojas de conveniências e cadeias supermercados, com destaque para as regiões do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Entre as campanhas publicitárias da marca no Brasil, destaque para a “Academia do Dedo”.


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DESTAQUE

RECENSEIE-SE PARA VOTAR Tenha uma participação ativa no futuro de Portugal

T

odos os portugueses têm o dever de contribuir para a eleição dos principais órgãos políticos do país. Os cargos na Assembleia da República, com destaque para o primeiro-ministro, vão a votos em outubro deste ano, poucos meses antes da eleição do Presidente da República. Recenseie-se na embaixada ou consulado da sua área de residência. Não há distância que dissipe o dever da participação ativa dos portugueses no futuro de Portugal. Faltam poucos meses para a eleição do primeiro-ministro e do Presidente da República, cargos que atualmente pertencem a Pedro Passos Coelho e Aníbal Cavaco Silva, e só vota quem estiver inscrito no recenseamento eleitoral.

As eleições para a Assembleia da República, nas quais se elegem o primeiro-ministro e os deputados portugueses, são já em outubro deste ano, num dia ainda por definir. A Presidência da República vai a votos no início do próximo ano, logo em janeiro. No que toca ao Conselho das Comunidades Portuguesas, o órgão consultivo do Governo para as políticas relativas à Emigração e às Comunidades Portuguesas, pela primeira vez só pode votar quem estiver inscrito no recenseamento para a Assembleia da República. Não perca tempo, recenseie-se para votar. Tenha uma participação ativa no futuro de Portugal.

Se não está inscrito ou mudou a morada desde o último ato eleitoral, dirija-se à embaixada ou consulado da área da sua residência. Convém marcar com antecedência, para evitar ter de se deslocar duas vezes. Leve consigo o seu documento de identificação. Se o país onde mora for diferente do que consta no documento, leve também autorização de residência ou equivalente.

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Novo consulado honorário abre em Palm Coast, Florida O início de abril traz a abertura do Consulado Honorário de Portugal em Palm Coast, no estado norte-americano da Florida. Esta nova estrutura honorária estará aberta ao público todos os dias úteis, entre as 9h e as 13h, e substitui a representação que Portugal tinha em Orlando. Entre as suas funções consta praticar atos de registo civil e notariado, emissão de cartões do cidadão e documentos de viagem, assim como operações de recenseamento eleitoral. O novo Cônsul Honorário é César do Paço, um empresário açoriano da indústria das matérias-primas nutricionais, residente nos Estados Unidos há 23 anos.

Consulado Honorário de Portugal em Palm Coast - EUA Honorary Consulate of Portugal in Palm Coast - USA

Os lugares na Assembleia da República vão a votos em outubro deste ano

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145 City Place - Suite 300 Palm Coast, Florida 32164 - USA Tele: +1-386-742-0370 Fax: +1-386-742-0371


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Seja responsável. Beba com moderação.

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DESTAQUE

SEMANA SANTA DE BRAGA

ABENÇOADA POR PORTUGUESES E ESTRANGEIROS Todos os anos, nos dias que antecedem a Páscoa, todos os caminhos vão dar à capital minhota. As procissões noturnas e os concertos alusivos à época são dos momentos que atraem mais pessoas, principalmente do norte de Portugal, Galiza e, cada vez mais, dos países europeus com maiores comunidades portuguesas.

Fotos de Comissão da Semana Santa de Braga / WAPA PhotO

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raga é uma das cidades portuguesas onde a religião católica é vivida com mais intensidade. A devoção nota-se na arquitetura, nos habitantes e nos costumes da capital do Minho, também conhecida como “Cidade dos Arcebispos”. O apogeu de religiosidade está marcado, todos os anos, para a Semana Santa, na qual as inúmeras igrejas e santuários são engalanados a preceito, para receberem as várias manifestações de fé marcadas para os dias que precedem a Páscoa. Os momentos que costumam gerar

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mais expetativa junto dos visitantes são as procissões, que têm início no Domingo de Ramos, com a Procissão dos Ramos e a Procissão dos Passos. Iniciam-se, assim, as cerimónias que envolvem milhares de pessoas, provenientes de todo o norte do país e da vizinha Galiza, com continuidade nas procissões noturnas de quarta, quinta e sexta-feira. A Procissão de Nossa Senhora da “burrinha”, na quarta-feira antes da Páscoa, reflete a história que antecede o mistério pascal, com destaque para a infância de Jesus. O ponto alto deste momento é a recriação da fuga de José

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e Maria para o Egito, com o Menino montado numa “burrinha”. Na noite seguinte, da Igreja da Misericórdia para as ruas do centro de Braga parte a Procissão do Senhor, mais conhecida por “Ecce Homo”, a frase em latim com que Pilatos apresentou Cristo à multidão, que significa “Eis o Homem”. Esta procissão evoca o julgamento de Jesus, com destaque para a presença dos farricocos, homens vestidos de negro que agitam ruidosas matracas e erguem taças com pinhas a arder, simbolizando os penitentes públicos da Idade Média. Também é neste dia


A imagem de Jesus com a cruz Ă s costas, tal como chegou a JerusalĂŠm, percorre as ruas de Braga no Domingo de Ramos

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DESTAQUE

As cerimónias na Sé Catedral, como concertos com música clássica e coros, têm sempre lotação esgotada

que o Arcebispo da Arquidiocese de Braga lava os pés a doze pessoas, que simbolizam os doze apóstolos a quem Jesus também lavou os pés. A Procissão do Enterro do Senhor é a última das três, ao apontar obviamente para a noite da Sexta-Feira Santa. Esta imponente procissão, de todas a mais solene e comovente, leva pelas ruas da cidade o esquife do Senhor morto. Em sinal de luto, os Capitulares e os membros das Confrarias vão de cabeça coberta, as figuras alegóricas ostentam um véu de luto e as bandeiras e estandartes arrastam-se pelo chão. Esta última procissão tem início e fim na Sé Catedral, um dos núcleos do extenso programa, que também inclui várias missas, exposições e até concertos, com coros e orquestras que reproduzem a obra de compositores como

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Wolfgang Amadeus Mozart e Frank Martin. Estes momentos, muitos deles marcados para as semanas anteriores à Semana Santa em si, contam invariavelmente com lotação esgotada. Melhor época para comércio, hotelaria e restauração A multidão, em movimento, faz da Semana Santa “o maior evento da cidade e aquele em que a população mais participa, com Braga a ser positivamente inundada de turistas, vindos das mais diferentes proveniências”, indica Marco Sousa, responsável pela delegação bracarense da entidade Turismo do Porto e Norte de Portugal. Para além dos já referidos galegos, estas celebrações levam à cidade minhota “cada vez mais emigrantes nesta altura do ano”. Para além dos atrativos propostos pela programação da Semana Santa, “a

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melhoria nas acessibilidades e o preço dos voos têm sido fatores decisivos para que aconteça este aumento”, justifica o responsável. Os países europeus com maiores comunidades portuguesas, como França, Suíça, Luxemburgo e cada vez mais Inglaterra, são a origem principal destes visitantes. Tudo isto faz com que a Semana Santa seja “a altura do ano mais importante para a hotelaria e restauração local, assim como para o comércio, que regista um volume de vendas muito alto, só comparável ao período do Natal”, explica Marco Sousa. A Semana Santa de Braga é assim uma época abençoada por todos, desde o arcebispo D. Jorge Ortiga aos bracarenses em geral, dos turistas portugueses aos galegos, dos comerciantes aos empresários ligados a atividades turísticas. Louvado seja.


O arcebispo da Arquidiocese de Braga participa ativamente em vários momentos da programação

Os ruidosos farricocos são dos principais símbolos da procissão “Ecce Homo”

A Procissão do Enterro do Senhor é a mais solene e comovente

O esquife do Senhor morto percorre as ruas da cidade na Sexta-Feira Santa

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RECENSEAMENTO ELEITORAL NOS PRÓXIMOS MESES VAMOS ELEGER

Presidência da República Portuguesa

SÓ VOTA QUEM ESTIVER INSCRITO NO RECENSEAMENTO ELEITORAL Pela primeira vez, só pode votar para o Conselho das Comunidades Portuguesas quem estiver inscrito no recenseamento para a Assembleia da República

SE NÃO ESTÁ INSCRITO OU MUDOU A MORADA

DIRIJA-SE À EMBAIXADA OU CONSULADO DA ÁREA DA SUA RESIDÊNCIA (de preferência marque antecipadamente) LEVE O SEU DOCUMENTO DE IDENTIFICACÃO Se o país onde mora for diferente do que consta no documento, leve também autorização de residência ou equivalente

CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

INSCREVA-SE ATUALIZE A SUA INSCRIÇÃO ESTOU RECENSEADO VOTO


DESTAQUE

Sugestões

prendas

Surpresas para uma Páscoa bem portuguesa

Para o afilhado curioso

KIT DE MEDICINA SCIENCE4YOU A Science4you é uma empresa 100% portuguesa que produz e comercializa brinquedos educativos e científicos. Vai ser todo um mundo novo de descobertas para o seu pequeno afilhado. www.science4you.pt | PVP: 19,90€

Esqueça as amêndoas e os ovos de chocolate. Se já começou a pensar na Páscoa, aqui vai encontrar boas sugestões de prendas para afilhados e afilhadas, sejam miúdos ou graúdos.

Para a afilhada fashion

CLUTCH BAGERA Na Bagera, além das carteiras inspiradas na união do geométrico com o orgânico, com cores vivas e padrões diversos, pode encontrar igualmente joalharia. É a prenda perfeita para quem quer estar sempre na moda. www.baguera.eu/ | PVP: A partir de 220€

Para a afilhada que aprecia o “lado bom da vida”

VINHO PORTUGUÊS É difícil encontrar um vinho português que não seja bom. De qualquer forma deixamos aqui a sugestão de um especial: o vinho Crochet, do Douro, cujo rótulo original venceu um prémio internacional de design. www.garrafeiranacional.com PVP: 28,60€

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Para o afilhado desportista

BICICLETA VINTAGE Estas bicicletas são clássicas, são lindas e são portuguesas. A Órbita fabrica bicicletas em Águeda há 44 anos e exporta mais de 70% da sua produção. Este é um modelo vintage.

Para o afilhado criativo

SWEAT COM DESIGN A Grusu é uma marca nacional com um conceito inovador: permite-lhe submeter as suas propostas de design para criar peças originais.

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Para a afilhada estudiosa

LÁPIS PERSONALIZADOS A Viarco oferece a oportunidade de personalizar lápis com o seu nome ou daqueles de quem mais gosta, como os seus afilhados. São 12 lápis apresentados em formato de molho, embalagem típica dos anos 50. www.lojaonline.viarco.pt/ | PVP: 9,90€

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NEGÓCIOS

OS NOVOS VOOS LUXUOSOS DA CASA FERREIRINHA A Emirates Airlines, uma das companhias aéreas mais prestigiadas do mundo, acaba de integrar na sua carta de vinhos um Reserva Especial da emblemática marca vitivinícola do Douro. Os emigrantes portugueses no Dubai podem encontrá-lo nos voos de regresso ao país. POR LUÍS CARLOS SOARES

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O colheita de 2007 é a 16ª edição do Reserva Especial

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Aeroporto Internacional do Dubai é atualmente conhecido como a Meca dos voos internacionais, por onde passam 57 milhões de passageiros todos os anos. O Terminal 3 é o maior edifício da Terra a nível de espaço, ao medir aproximadamente 359 campos de futebol em extensão, e destina-se exclusivamente a voos da Emirates Airlines. Entre Lisboa e este espaço majestoso circulam agora garrafas da 16ª edição do vinho tinto

Reserva Especial da Casa Ferreirinha, uma colheita de 2007. A parceria entre a Emirates Airlines, que diariamente faz voos entre Lisboa e o Dubai (onde todas as semanas chegam novos emigrantes portugueses), e a Sogrape teve início há dois anos. Contactada pela Revista PORT.COM, a empresa que detém a Casa Ferreirinha indicou que “a importância da associação entre ambas se estende muito para além da questão dos números, ao elevar a noto-


O Terminal 3 é o edifício mais extenso do planeta. É de lá que agora partem garrafas do vinho duriense

riedade e prestígio das duas marcas”. Por muito que estes valores não lhes estejam em falta. Convém salientar que é da Casa Ferreirinha que em anos com colheitas extremamente especiais, passe a hipérbole, sai o icónico Barca Velha, geralmente partilhado por apreciadores de vinho com contas bancárias bem generosas. A título de exemplo, na recente autobiografia de Sir Alex Ferguson, o lendário antigo treinador do Manchester United recorda que a segunda vez que enfrentou José Mourinho em Old Trafford, o português apareceu com uma garrafa de Barca Velha, o que ajudou a criar empatia entre ambos. Antes desse momento, o escocês chegou a considerar Mourinho “um jovem arrogante de m…”, lê-se no

COM ESTA PARCERIA NÃO É SÓ A CASA FERREIRINHA QUE VOA MAIS ALTO, MAS TAMBÉM O DOURO E PORTUGAL

Ferreirinha Reserva Especial 2007, é nascido e vinificado na Quinta da Leda, no Douro Superior, tal como o Barca Velha. Até o enólogo que lhe dá origem é o mesmo, o tão reputado Luís Sottomayor, elemento responsável por decidir se os vinhos merecem ser congratulados com os rótulos Barca Velha ou Reserva Especial.

“Um dos melhores Reserva Especial de sempre”

Quando, em outubro de 2013, foi lançada esta 16ª edição do Reserva Especial, Luís Sottomayor acumulava 25 anos na Casa Ferreirinha, da qual se tornou enólogo chefe em 2007. Num comunicado lançado pela marca, o enólogo especificou o quão especial considerava ser o lançamento deste vinho, por ser “o primeiro a nascer e ser anunciado sob a minha supervisão”.

O vinho que é agora comercializado em voos da Emirates Airlines, o Casa

O ano 2007 foi quase unanimemente considerado um ano de excelentes

livro, escaldado pela eliminação da Champions League aos pés do FC Porto e pelo célebre discurso em que o português se apresentou aos adeptos do Chelsea a dizer “I’m the Special One”.

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NEGÓCIOS

Vinhos tão emblemáticos como o Barca Velha e o Reserva Especial nascem na Quinta da Leda, no Douro Superior

colheitas no Douro, o que gerou a expetativa de ser um dos raros e tão especiais anos de Barca Velha. Sottomayor admitiu que havia motivos para estas previsões, ao descrever o limbo por que passou a sua decisão: “Se por um lado tenho pena de não anunciar um Barca Velha, por outro estou seguro que 2007 é um dos melhores Reserva Especial de sempre”. Barca Velha ou Reserva Especial são dois vinhos que exponenciam os argumentos que atribuíram carisma e notoriedade à Casa Ferreirinha. Aliada à Emirates Airlines, a marca duriense atinge novos patamares de reconhecimento internacional, mostra no ar o que se produz em terras portuguesas. Com esta parceria não é só a Casa Ferreirinha que voa mais alto, mas também o Douro e Portugal.

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Longa história de sucesso Não faltam críticos de vinhos que concedem todas as honras a várias edições do Casa Ferreirinha Reserva Especial, chegando até a lamentar que acabem por viver à sombra do mais famoso tinto do país, o Barca Velha. A colheita 2007 foi lançada sete anos após a vindima na Quinta da Leda, o que é cada vez mais raro no universo do vinho. Mas também é disso que se trata, de um vinho raro, com um historial de sucesso. Desta edição foram produzidas 33 000 garrafas, que podem ser encontradas nas prateleiras de lojas e garrafeiras de eleição em vários países. Através de pesquisas online, rapidamente se pode confirmar que os preços de venda, ao consumidor, variam entre os 120€ e os

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165€. Também é fácil encontrar, por exemplo, uma garrafeira em Londres que se dispõe a vender um conjunto de 12 garrafas por aproximadamente 1500€. Desde que Fernando Nicolau de Almeida (na foto), o icónico antigo enólogo da Casa Ferreirinha, criou o primeiro Reserva Especial de 1960, as colheitas que o sucederam respeitaram aos anos de 1962, 1974, 1977, 1980, 1984, 1986, 1989, 1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 2001, 2003. A 16ª edição, de 2007, é o primeiro vinho desta categoria que Luís Sottomayor acompanha como enólogo chefe.


Breves BPI apoia internacionalização do calçado português

Call Center português da Altice prestes a abrir Abre em finais de maio ou inícios de junho o call center que a gigante multinacional francesa do setor das telecomunicações vai instalar em Vieira do Minho, concelho de onde é natural o fundador e acionista Armando Pereira (na foto), emigrante em França. Na primeira fase, vai empregar entre 120 a 150 pessoas, algumas das quais já se encontram a receber formação em francês e em técnicas de informática.

Empresa portuguesa de compotas distinguida no Reino Unido

A primeira marca a nível mundial a comercializar compotas em bisnagas chama-se meia.dúzia e é portuguesa. O conceito e o design inovador da embalagem, semelhante a tubos de tinta para pintura, valeram a esta pequena empresa de Famalicão um lugar na eleição dos 100 melhores novos produtos gastronómicos, na feira The International Food&Drink Event (IFE), que no final de março teve lugar em Londres.

BMW escolheu Lisboa para apresentar dois novos carros A capital portuguesa foi escolhida pela marca alemã de automóveis para a apresentação internacional dos novos modelos Série 1 e Série 6. O clima, a oferta hoteleira e as infraestruturas disponíveis motivaram a escolha de Lisboa em detrimento de outras cidades mundiais, à imagem do que já havia acontecido em 2011 e 2013.

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O BPI e a APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos) celebraram um protocolo de cooperação que visa apoiar as empresas portuguesas do setor do calçado, sobretudo no que toca à internacionalização.

Grupo Os Mosqueteiros investe 280 milhões em Portugal A multinacional francesa de supermercados prevê a abertura de mais 106 lojas (63 Intermarché, 15 Bricomarché e 28 Roady) em solo português nos próximos cinco anos, o que significa um investimento de 280 milhões de euros e a criação de cerca de 3 000 postos de trabalho.

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GASTRONOMIA

MUSEUS ONDE SE COME E BEBE COM OS OLHOS Portugal tem visto aumentar, nos últimos anos, a oferta de espaços onde se retrata a tradição e o conhecimento relacionados com produtos que fazem parte da alimentação dos portugueses, dentro ou fora do país. Conheça os museus, oficinas e centros de ciência dedicados a ingredientes como pão, azeite, café, vinho, cerveja e até ovos moles…

CORTAR E ENCHER OVOS MOLES

Oficina do Doce AVEIRO Os ovos moles são feitos em três dias, período que é recriado numa visita de 45 minutos a este espaço, localizado bem no centro de Aveiro, junto à tão famosa Ria. As visitas, sempre acompanhadas por uma guia, começam pela visualização de um pequeno filme alusivo à criação e produção dos Ovos Moles de Aveiro IGP. Depois, todos os visitantes têm oportunidade de pôr à prova a sua habilidade como doceiros à moda antiga, numa demonstração do que corresponde ao segundo dia de produção: enchimento e corte. A visita termina com a degustação desses ovos moles trabalhados pelos participantes. Durante o percurso, as simpáticas guias explicam algumas curiosidades relativas ao produto. Fica-se a saber,

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Preço: 2€ Aberto todos os dias (convém fazer marcação)

por exemplo, que os ovos moles, que já são comercializados em lojas portuguesas em países como França

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e Alemanha, não devem ser colocados no frigorífico, mas sempre à temperatura ambiente.


SOBREMESA APÓS LEITÃO E ESPUMANTE

Museu do Vinho da Bairrada ANADIA Existem museus do vinho

um pouco por todo país, e um dos maiores fica em Anadia, concelho que integra a região vitivinícola da Bairrada, onde se destacam os espumantes. O museu, gerido pela autarquia local, expõe um vasto espólio cedido por produtores da região, maioritariamente datado do último quartel do século XIX e primeira metade do século XX. A exposição permanente inclui seis salas, cada uma dedicada a uma diferente etapa da produção de vinho. A visita passa ainda por uma das mais completas coleções de saca-rolhas do mundo e

Bilhete: 1€ Encerra à segunda-feira

pode terminar numa loja de vinhos da região. Um complemento interes-

sante para um bom almoço de leitão regado a espumante da Bairrada.

TODOS SE DIVERTEM, TODOS APRENDEM

Museu do Pão SEIA Apesar de fazer parte do dia-

-a-dia da maioria dos portugueses, estejam ou não a residir no país, é possível criar momentos memoráveis com o pão como protagonista, como acontece neste museu. Os mais idosos ficam com nostalgia de outros tempos e os mais novos com vontade aprender e brincar mais. Em plena Serra da Estrela, o Museu do Pão recolhe, preserva e exibe os objetos e o património deste alimento nas suas vertentes etnográfica, política, social, histórica, religiosa e artística. Para além

Bilhete: 5€ (inclui descontos para crianças e reformados) Encerra à segunda-feira

do museu em si, neste complexo de iniciativa privada cabem ainda um restaurante (com uma ementa onde abundam pratos que utilizam pão), bar (com biblioteca incluída), mer-

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cearia antiga (onde se pode comprar pães típicos de diferentes regiões portuguesas) e um ateliê de arte de pão (onde os mais novos metem a mão na massa).

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GASTRONOMIA

O CAFÉ NO MUNDO, DA PLANTAÇÃO AO CONSUMO

Centro da Ciência do Café CAMPO MAIOR Não há outro semelhante em toda a Europa. A difusão da cultura científica e social do café é um dos principais objetivos deste espaço no Alto Alentejo, que proporciona uma viagem interativa ao mundo de um produto consumido pela maior parte dos portugueses. Dispositivos tecnológicos mostram o percurso do café do momento do cultivo à torra, das plantações aos pontos de venda. A visita começa por uma estufa com exemplos de plantas cafeeiras de todo o mundo. Também passa, por exemplo, por vários momentos e histórias que envolvem o café, desde o transporte nas antigas naus portuguesas, à época do

Bilhete: 6€ (inclui descontos para crianças, jovens e idosos) Encerra à segunda-feira

contrabando entre Portugal e Espanha. A última das cinco áreas é alusiva ao consumo, mostrando as diferentes formas como este é feito

por consumido por todo o mundo. Os portugueses, a viver no país ou no estrangeiro, costumam preferir a bica.

DA BRAHMA À SUPER BOCK, A HISTÓRIA DA CERVEJA

Museu da Cerveja LISBOA Em plena Praça do Comércio existe uma cervejaria com um núcleo museológico, espaço onde se celebra o património da cerveja dos Países de Língua e Expressão Portuguesa. No núcleo museológico, o visitante fica a conhecer a história da produção de cerveja, desde os povos à volta da Mesopotâmia que há 6 mil anos a começaram a produzir, até à chegada, no século I a.C, ao território onde agora é Portugal. A história

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Bilhete: 3,5€ (Inclui degustação de cerveja, acesso gratuito a menores de 16 anos). Aberto todos os dias

das principais marcas de cerveja dos países lusófonos também é narrada, como as portuguesas Super Bock e Sagres, a brasileira Brahma, a angolana Cuca ou a moçambicana Laurentina. A visita passa ainda pela recriação de uma adega monástica do século XVI, onde são

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explicados os principais aspetos da produção cervejeira na época. Quando regressa ao século XXI, cabe-lhe a si decidir se quer ou não fazer uma refeição na cervejaria, onde previsivelmente não falta uma vasta panóplia de bifes, mariscos e… cervejas lusófonas.


Breves Ervideira premiada na China

Bife à Portugália chega a Macau

A rede de cervejarias Portugália inaugurou um restaurante na Taipa, em Macau. Tal como nos estabelecimentos em solo português, a gastronomia portuguesa destaca-se na ementa, com os conhecidos “Bifes à Portugália”, assim como bacalhau à Brás, marisco, carne de porco à alentejana, salada de polvo, arroz doce ou leitecreme. Atualmente trata-se da única cervejaria Portugália no estrangeiro.

Três vinhos da produtora vitivinícola do Alentejo foram distinguidos no concurso CSWA Best Value (China Wine & Spirits Awards), um dos mais prestigiados concursos de vinhos e destilados da China, mercado que representa 15% do volume de exportação da marca. Entre empresas de mais de 30 países de todo o mundo, a Ervideira teve três vinhos premiados: o Lusitano Reserva Tinto 2013 e o Conde D’Ervideira Reserva Tinto 2012 (ambos com medalha de Duplo Ouro); e o Vinha D’Ervideira Tinto 2012 (medalha de Ouro).

Vinho alentejano considerado o melhor “branco” do mundo

Azeite português distinguido internacionalmente

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Várias marcas portuguesas de azeite foram distinguidas no concurso Mário Solinas, um dos mais prestigiados do setor à escala global. Azeites da Gallo e da Casa de Santo Amaro (Mirandela) receberam medalhas de ouro nas categorias frutado maduro e frutado verde médio, respetivamente. Um azeite da Lameira de Cima (Ferreira do Alentejo) conquistou uma medalha de prata na categoria frutado verde médio, prémio que foi também atribuído à Quinta da Lagoalva de Cima (Alpiarça), na categoria frutado maduro.

O vinho branco de 2013 da companhia alentejana Cortes de Cima, na Vidigueira, foi considerado o melhor branco seco do mundo, no Vinalies Internationales, concurso internacional de vinhos que recentemente teve lugar em Paris. O concurso avaliou cerca de 3 500 vinhos, oriundos de 40 países. Portugal foi o segundo país mais premiado do concurso (com 25 medalhas de ouro e 54 de prata), ficando apenas atrás da França.

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GASTRONOMIA

RECEITA

BACALHAU À ZÉ DO PIPO

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eza a história que o Bacalhau à Zé do Pipo se tornou conhecido na década de 60 do século passado, quando alcançou o primeiro lugar num concurso denominado “A Melhor Refeição ao Melhor Preço”.

Ingredientes para quatro pessoas:

Zé do Pipo era o nome por que era conhecido o proprietário (ou talvez sócio) de uma casa de pasto no Porto e, conta a lenda, foi o responsável por esta original criação que se celebrizou um pouco por todo o país.

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1 lombo de bacalhau;

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1 l de leite; 2 cebolas médias; 4 colheres, das de sopa, de azeite; 1 folha de louro; sal e pimenta; 1 tigela de maionese (feita com duas gemas e 4 dl de azeite); 750 g de batatas em puré; azeitonas pretas salsa.

• • •

Esta receita diferente, algo sofisticada, tem a particularidade de o bacalhau, em posta, ir ao forno a gratinar, coberto em maionese. Apesar de levar maionese, esta receita faz parte da culinária tradicional do Porto.

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Preparação: Depois de bem demolhado, cortase o bacalhau em postas e leva-se a cozer com leite. Picam-se as cebolas e levam-se a estalar com o azeite, o louro, o sal e a pimenta, e um pouco de leite de cozer o bacalhau. A cebola deve ficar branca e macia, e nunca loura. Depois de cozido, escorre-se o bacalhau e coloca-se num recipiente. Deita-se a cebola sobre as postas de bacalhau, que depois se cobrem completamente com a maionese. Contorna-se com o puré de batata, passado pela seringa ou saco, e leva-se a gratinar. Se possível, enfeita-se com azeitonas pretas e salsa.



CULTURA

ATORES QUE EMIGRARAM COM SUCESSO A série que tem tornado Daniela Ruah na mais mediática atriz portuguesa da história, chega, este mês, ao fim da sexta temporada. Entretanto tem início uma produção televisiva hollywoodesca com Diogo Morgado num dos papéis principais. O mais experiente Joaquim de Almeida também está a preparar novidades. Saiba mais sobre o percurso dos atores portugueses que dão que falar por todo o mundo.

Daniela Ruah Em Hollywood proveniente de uma Torre de Babel

Há um par de anos que o leque de estrelas de Hollywood não é composto exclusivamente por figuras do cinema, o que se deve à massificação das séries televisivas, fenómeno catapultado no início deste século. Com argumentos de drama ou de comédia, de ficção histórica ou científica, não falta variedade. Mas se há um género que se destaca em quantidade, esse é o das séries policiais. E foi aqui que Daniela Ruah ganhou o seu espaço como atriz de gabarito internacional.

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Nasceu em Boston em 1983 e teria que esperar seis anos para se mudar para Portugal, onde os seus pais já haviam morado. A árvore genealógica desta luso-americana é uma autêntica Torre de Babel, que inclui familiares que nasceram ou viveram em países como Alemanha, Polónia, Inglaterra, Argentina ou Marrocos. Não fosse esta uma família judaica. Depois de ter despontado profissionalmente em telenovelas portuguesas e

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Daniela Ruah no papel de Kensi Blye na série “Investigação Criminal: Los Angeles”


ter estudado representação em Inglaterra, há mais de meia década que é um dos principais rostos da série “Investigação Criminal: Los Angeles”, que este mês encerra a sexta temporada. Daniela Ruah segue assim os passos de outras estrelas televisivas judaicas como Jerry Seinfeld ou Sarah Jessica Parker, enquanto serve de modelo inspirador a portugueses que ambicionem sucesso semelhante.

Diogo Morgado no papel de Jesus na minissérie “A Bíblia”

Diogo Morgado O único português entrevistado por Oprah Winfrey Quando com 18 anos deu nas vistas em “Amo-te Teresa” (2000), telefilme no qual interpretou um miúdo de 15, não faltaram vozes a vaticinar uma carreira de sucesso a este lisboeta, mas poucos imaginariam que um dia o seu rosto correria o mundo por causa de uma fotografia com Oprah Winfrey, partilhada no Instagram, que a mulher mais mediática do mundo descreveria assim: “A partilhar um hot dog com o “hot Jesus”. A vida é deliciosa”. Jesus Cristo, perdão, Diogo Morgado vive nos Estados Unidos desde meados do ano passado, onde antes do famoso momento gastronómico, interpretou o redentor, e consequentemente o papel principal, numa minissérie chamada “A Bíblia” (2013) e num filme intitulado “O Filho de Deus” (2014). A minissérie foi vista por mais de 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos, sendo recorde de audiên-

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CULTURA

cias, liderança que também alcançou noutros países, como em Espanha. O filme foi o segundo mais visto nos Estados Unidos no fim de semana após a estreia, e acabou por valer ao lisboeta o prémio para a Melhor Interpretação na 23ª edição dos MovieGuide Grace Awards, em Los Angeles.

O português prepara o papel de um autocrata boliviano

Atualmente com 34 anos, está prestes a voltar a dar que falar. Depois de ter representado o filho de Deus, interpreta uma personagem que tem sido apresentada como “o homem mais maléfico do mundo”. A série The Messengers tem estreia marcada, nos Estados Unidos e outros países, para o dia 10 de abril.

Joaquim de Almeida O crónico vilão latino O mais internacional dos atores portugueses cumpriu 58 anos no mês passado, durante os quais acumula aproximadamente quatro décadas como ator. Com um ar sério e voz grave (fluente em português, inglês, francês, italiano, espanhol e alemão), o papel para o qual é requisitado com maior frequência é o de vilão, principalmente estadista ditador ou líder de um cartel de narcotráfico, natural de um país da América Latina, como o México, a Colômbia ou o Brasil. Atualmente vive na costa oeste dos Estados Unidos, na californiana cidade de Santa Monica, perto de Los Angeles, mas a vida de emigrante começou em Viena, onde chegou a ser

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jardineiro na Embaixada do Zaire, atual República Democrática do Congo. Depois de um ano na capital austríaca, mudou-se em 1976 para os Estados Unidos, primeiro para a costa este (Nova Iorque), onde deu início à carreira de ator profissional. Desde o início da década de 80 já participou em mais de 50 filmes, de produção norte-americana, sul-americana ou europeia, com destaque para

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“Bom dia, Babilónia” (1987), “Desperado” (1995), “O Último Combatente” (1999), “Capitães de Abril” (2000), “O Xangô de Baker Street” (2001), “Che - Guerrilha” (2008), “Contraluz” (2010), “Velocidade Furiosa 5” (2011) ou “Gaiola Dourada” (2013). Um dos projetos que atualmente tem em mãos é “Our Brand Is Crisis” (filme que também conta Sandra Bullock), no qual se consta que interpreta o papel de… um autocrata boliviano.


Breves Peter Pereira volta a ser fotógrafo do ano nos EUA

Ricardo Ribeiro nomeado para prémio “Melhor artista” em Inglaterra

O português nascido na Figueira da Foz, que há 37 anos vive na cidade norte-americana de New Bedford, foi distinguido pela sétima vez como Fotógrafo do Ano da Nova Inglaterra, região que inclui seis estados dos EUA. O prémio é atribuído anualmente pela National Press Photographers Association, que representa todos os fotojornalistas do país. As fotografias do figueirense costumam ser publicadas no jornal The Standard Times.

O fadista lisboeta é um dos quatro finalistas para “Melhor artista” nos prémios anuais atribuídos pela Songlines, uma revista inglesa especializada em world music. O português foi nomeado pelos leitores da publicação devido a “Largo da Memória”, um disco de 2013. Cabe agora aos jornalistas da revista decidir o nome do vencedor, que será anunciado a 1 de maio.

Filme com Will Smith tem duas músicas portuguesas

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Dois temas dos Dead Combo, uma banda composta por dois lisboetas, fazem parte da banda sonora de “Focus”, filme que estreou recentemente por todo o mundo, com o tão conhecido Will Smith como ator principal. As duas músicas dos portugueses que entram no filme chamam-se “Lisboa Mulata” e “Rumbero”.

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DESPORTO

AUTOMOBILISMO OLHOS DO MUNDO POSTOS EM PORTUGAL O norte do país recebe este mês o Mundial de Rallycross, poucas semanas antes do Rally de Portugal. Provas como estas reúnem os carros e pilotos mais destacados do panorama internacional, atraem atenções em dezenas de países e em milhões de adeptos. Portugueses por todo o mundo podem acompanhar estas provas através de diversas transmissões televisivas. POR LUÍS CARLOS SOARES

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s potentes motores que agitam provas de campeonatos do mundo de automobilismo começam a roncar no norte de Portugal já este mês. Montalegre recebe a prova inaugural do segundo Mundial de Rallycross (RX) da história, entre os dias 24 e 26. A vila transmontana abre o precedente, com continuidade no Rally de Portugal (WRC), que em maio regressa ao norte do país, depois de quase uma década no Algarve. Em julho é a vez de Vila Real receber os melhores pilotos mundiais de turismos (WTCC). Os três eventos somados irão colocar Portugal nos olhos e nas bocas de milhões de pessoas, espalhadas por todo o mundo.

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Praticamente só faltam a Fórmula 1 e o Mundial de Endurance para o norte do país receber todas as principais provas internacionais. Ter os olhos do mundo do automobilismo focados nas localidades que recebem estas provas significa, segundo vários estudos realizados, um retorno económico gigantesco, tanto imediato como a médio prazo. Montalegre, Vila Real e os vários concelhos por onde passa o Rally de Portugal reúnem vários atrativos turísticos que assim podem ser dados a conhecer por todo o mundo. De resto, a vila que acolhe o Mundial de Rallycross não tem deixado por mãos alheias a aposta em eventos que levam multidões à capital do Barroso, como são os casos da Feira

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do Fumeiro, das Sextas-Feiras 13 e dos Congressos de Medicina Popular, para além dos atrativos que constituem a neve e o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Todo este dinamismo serve também para aproximar Montalegre dos barrosões emigrados. Simão Alves nasceu há 26 anos em Suresnes, nos arredores de Paris, onde sempre viveu, o que não impede que cultive devoção às raízes, as quais visita pelo menos duas vezes por ano: “Temos inúmeros emigrantes que voltam de propósito na altura destes eventos, e eu sou um deles. Ainda não tive oportunidade de ir ao Rallycross, mas obviamente faz parte dos meus planos. Receber uma prova desta importância, equipas do mundo


inteiro, pilotos famosos e televisões internacionais, é uma mais-valia para a imagem do município e um motivo de orgulho para todos nós”, explica Simão. De Montalegre para 38 países O impacto internacional destas provas é indesmentível. Segundo a organização do campeonato do mundo de Rally, cada prova do circuito WRC gera uma audiência global de 607 milhões em canais televisivos e superior a 13 600 milhões em formato online, em média. No que toca ao Rallycross, quando

Montalegre acolheu a primeira prova da história dos campeonatos do mundo desta modalidade, no ano passado, passaram mais de 100 jornalistas pelo circuito automóvel local, que permitiram garantir “informação oficial em 38 países, o que significa uma grande visibilidade, especialmente durante a transmissão televisiva em direto”, conta o vice-presidente do município montalegrense, David Teixeira. A vitória de Petter Solberg, campeão do mundo de Rally em 2003 e que acabaria 2014 como o primeiro vencedor de um Mundial de Rallycross, foi tema de capa em algumas publicações internacionais, que utilizaram uma imagem do norueguês a dar um salto

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MAIS 13 MIL ADEPTOS DA MODALIDADE, SOBRETUDO PORTUGUESES E GALEGOS, LOTARAM O CIRCUITO NORTENHO, MUITOS MAIS ASSISTIRAM EM DIRETO PELA TELEVISÃO

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DESPORTO

RALLYCROSS APURA A ASTÚCIA DOS PILOTOS E A POTÊNCIA DOS MOTORES EM CIRCUITOS QUE COMBINAM PARTES EM GRAVILHA COM OUTRAS EM ASFALTO

radiante em cima do seu carro, perante o olhar atento da multidão que lotou as bancadas. Só no domingo, dia da corrida, estiveram no circuito mais de 13 mil espetadores, metade dos quais da vizinha Galiza: “A principal vantagem de se atrair muito público galego é a de que a maior parte destes vêm na sexta-feira à noite e ficam até domingo à tarde, esgotando a hotelaria de Montalegre, Boticas e Chaves durante esses três dias”, revela David Teixeira, que também sabe que “há muitos emigrantes barrosões que marcam férias para esta altura, para se sentirem parte da organização do evento”.

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Promover a prova, potenciar a região De acordo com um estudo feito pela Unidade de Investigação de Marketing e Consumo do IPAM (instituição ligada ao ensino superior), em Aveiro, “o montante gasto pelos não residentes devido ao Rallycross, na região de Montalegre, terá sido superior a 1,4 milhões de euros”, valor que exclui as despesas de deslocação. Este valor significa “um gasto médio por espetador de 123€, que no caso dos residentes em Portugal é 79€ e nos dos residentes no estrangeiro é 209€”, acrescenta o estudo.

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Para a autarquia de Montalegre, “o esforço estratégico de promoção destes eventos não é apenas para o evento em si, mas sobretudo para a região, para que Montalegre seja um sítio onde é bom voltar”, conta ainda David Teixeira. Quem também repete presença este mês é Petter Solberg, para começar a defender o título ganho na temporada passada: “E que lugar fantástico para começar, tenho memórias incríveis do ano passado”, exclamou recentemente. Numa entrevista ao site da autarquia de Montalegre, o piloto justificou alguns dos motivos que alimen-


“ESTOU ANSIOSO PARA VOLTAR PARA A PISTA E COMEÇAR O NOVO CAMPEONATO DE RALLYCROSS” PETTER SOLBERG

tam esta expetativa: “Competi em Portugal no Campeonato do Mundo de Rally algumas vezes - tanto no norte como no sul do país - e sempre foi uma das provas em destaque da temporada. Os fãs aqui são muito apaixonados e entusiastas. Gosto muito disso em Portugal. Estou ansioso para voltar para a pista e começar o novo campeonato de Rallycross”. Os seguidores de Petter Solberg por todo o mundo também anseiam pela primeira prova oficial do piloto em 2015. Quando este e outros ases do volante deixarem Montalegre, será a vez de estrelas como Sebastien Ogier, Jari-Matti Latvala, Thierry Neuville ou Robert Kubica começarem a pre-

parar o Rally de Portugal. Um pouco mais tarde, chegarão Sebastien Loeb, José María López, Tiago Monteiro ou Yvan Muller a Vila Real, por causa da única prova em circuito urbano do calendário anual WTCC.

A imagem de Soldberg a celebrar em cima do carro correu mundo

Os carros que tanto se destacam no mundo do automobilismo estão prestes a encher o norte de Portugal de público e de grandes emoções, sobre gravilha ou sobre asfalto. Milhões de telespetadores estarão atentos a estes desenvolvimentos. Adeptos ou não destas modalidades, portugueses por todo o mundo têm assim várias oportunidades para testemunharem o seu país a ser divulgado internacionalmente a grande velocidade.

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DESPORTO

SPORTING DE PARIS TORCE PELO TÍTULO EUROPEU DO SPORTING DE PORTUGAL Os tetracampeões de França em futsal conseguiram, este ano, um lugar entre os 16 melhores da Europa, algo que nenhum emblema gaulês alguma vez havia alcançado. Depois de terem ficado a uma vitória de Lisboa, onde este mês vai ser disputado o título continental, vão torcer pelos congéneres portugueses.

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filial nº 143 do Sporting Clube de Portugal foi fundada em Paris, no ano 1983, pelo emigrante português José Lopes de Sousa. Depois de ter somado vitórias na Europa, feito incomum num emblema francês de futsal, o Sporting Club de Paris torce pelo clube português na UEFA Futsal Cup, cuja final four vai ser disputada entre os dias 24 e 26 de abril, no Meo Arena, em Lisboa. Na presente edição da máxima competição europeia de clubes de futsal participaram 49 equipas. O Sporting Club de Paris, que disputa o quinto título francês consecutivo, derrotou os campeões da República Checa (Chrudim), Bielorrússia (Minsk) e Macedónia (KMF Zelezarec), no grupo 1 da Ronda Principal, o que lhe valeu o tal feito inédito no futsal, passar à Ronda de Elite.

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“Atingir a Ronda de Elite era um objetivo importante para nós, porque um clube francês que fica nos 16 melhores da Europa, é um sinal que o futsal francês merece de ser conhecido”, conta o portavoz do clube, o luso-francês Rudy Matias.

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“O futsal francês tem a ambição de crescer ao nível das outras grandes nações europeias do futsal. Em poucos anos, o campeonato mudou muito e os dirigentes dos clubes trabalham nessa direção”, acrescenta, para traçar a evolução.


Portugueses podem “vingar” amigos franceses O Sporting de Paris não se limitou a desfrutar da estreia na Ronda de Elite. Colocado no grupo C, derrotou nos campeões da Sérvia (Ekonomac) e da Letónia (FK Nikars). O percurso vencedor apenas foi interrompido pelos campeões do Cazaquistão (Kairat Almaty), país que tem somado vitórias na modalidade devido à importação de jogadores brasileiros. O Kairat, o Dínamo de Moscovo e o Barcelona (detentor do título) são os três clubes que vão tentar impedir o Sporting Clube de Portugal de se sagrar campeão europeu na Meo Arena, para a qual já estão esgotados os mais de 10 mil bilhetes colocados à venda. Na eventualidade de uma final entre portugueses e cazaques, Rudy Matias acredita que “apesar de o Kairat ter craques, o Nuno Dias [treinador do Sporting] é capaz de montar uma boa estratégia para os derrotar”. O portavoz do Sporting de Paris vai deslocar-se propositadamente a Lisboa para ser mais um a puxar pela equipa portuguesa. Apesar de se ter habituado a comemorar os seus próprios triunfos, o Sporting de Paris mantém o propósito com que abriu portas, o de juntar portugueses a torcer pelo Sporting Clube de Portugal.

A claque Juve Leo acompanha os jogos da equipa parisiense

Breves FC Porto defronta Bayern nos “quartos” da Champions Os portistas têm de eliminar os campeões alemães se quiserem continuar a sonhar com o 3º título europeu de clubes. Os azuis e brancos jogam primeiro no Estádio do Dragão, a 15 de abril, deslocando-se a Munique no dia 21 do mesmo mês. Recorde-se que o FC Porto derrotou o Bayern na final da competição na temporada 1986/87, em Viena.

Daniel Carriço recordista na Liga Europa O médio português do Sevilha igualou Óscar Cardozo como jogador com mais jogos (44) na segunda maior competição europeia de clubes de futebol, desde que esta assumiu os atuais moldes, em 2009. Carriço pode destacar-se do antigo avançado do Benfica já em abril, nos “quartos” da competição, nos quais vai defrontar o Zenit do compatriota André Villas-Boas.

Sporting inaugura academia na África do Sul O presidente do clube leonino, Bruno de Carvalho, inaugurou uma academia de formação de jovens futebolistas em Rustemburgo, na África do Sul. Apesar da inauguração formal ter acontecido apenas no final de março, a escola de futebol já existe desde julho do ano passado, na qual evoluem cerca de 200 jovens. O clube leonino conta agora com academias no Canadá, África do Sul e Guiné Equatorial, sendo que um projeto semelhante está a ser construído em Angola.

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Benfica campeão europeu de hóquei feminino O conjunto encarnado conquistou pela primeira vez a Taça Europeia feminina de hóquei em patins, ao derrotar na final a equipa francesa do Coutras, por 5-2, em jogo disputado em Manlleu, Espanha. Em nove edições da competição, o Benfica tornou-se a primeira equipa não-espanhola a erguer o troféu.

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DISCURSO DIRETO

SER PORTUGUÊS NA DINAMARCA É… Cristina Amaro tem 42 anos e é natural de Lisboa, de onde partiu há nove anos para Copenhaga. Atualmente trabalha num restaurante espanhol e nos tempos livres dedica-se a unir os compatriotas no país escandinavo, através da página www.portuguesesnadinamarca.com e do grupo Facebook “Portugueses em Copenhaga”

S

er tratado e tratar todos por TU e não por VOCÊ;

Ter uma vida equilibrada: 8 horas para dormir, 8 horas para trabalhar e 8 horas de tempo livre; Sermos valorizados pelo que somos enquanto pessoas e não pelo que fazemos em termos de trabalho;

Saber que, se os meus filhos resolverem ir para a universidade, o Estado garante a educação gratuita e ainda lhe garante um subsídio mensal; Viver num país onde a taxa de abstenção é reduzida, onde as pessoas veem com atenção o que se passa na política e se interessam com os problemas atuais;

Tirar os sapatos sempre que se entra em casa, mesmo alheia;

Ter a casa cheia de velas a iluminar as noites longas de Inverno;

Andar de bicicleta para todo o lado, a ouvir “As Manhãs da Comercial” a sorrir e sentir-me mais perto dos outros;

Não passar o sinal vermelho nem que a rua esteja deserta;

Não ver televisão durante as refeições;

Andar sempre à procura de produtos portugueses e assim ajudar a economia do nosso país;

Pagar muitos impostos mas em troca usufruirmos de um sistema de saúde e de educação gratuito;

Sermos embaixadores do nosso país com cada estrageiro que conhecemos;

Não nos preocuparmos com a inscrição escolar dos nossos filhos porque é feita automaticamente de ano para ano e não comprar material escolar porque é fornecido pela escola;

Sentir que mesmo com saudades de Portugal aqui é a nossa casa.

Ter os filhos a trabalhar desde os 13 anos aprendendo assim o que custa a vida e a dar valor a todas as profissões;

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Ir para a praia de cobertor, almofadas e grelhador e ficar até ao fim do dia para jantar;

Cristina circula de bicicleta pelas ruas de Copenhaga

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