PORT.COM - Edição nº 7 - Maio de 2015

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2015 . Nº 7 . MAIO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€

s a s e u g u t A rota i n ternaci ona l das con servas p or Portugal gera anualmente 200 milhões em exportações de peixe enlatado para mais de 70 países. Conheça as marcas mais viajadas

MUSEU DOS COCHES

FESTA DA FLOR

110 anos depois, um novo começo

As cores da ilha da Madeira

CANHÃO DA NAZARÉ Onda com proveitos gigantes

+

V i s i t e o s i t e w w w. r e v i s t a p o r t . c o m e f i q u e m a i s p e r t o d e P o r t u g a l



SUMÁRIO 4 EDITORIAL

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6 COMUNIDADES

6. Milhares de turistas na Festa da Flor da Madeira 8. A multiplicação de visitantes nos Açores

easyJet no Porto

10 NEGÓCIOS

42 TRIPAS À MODA DO PORTO

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Museu dos Coches

10. A rota internacional das conservas portuguesas 14. easyJet já tem base operacional no Porto 16. Renova vai abrir fábrica em França

18 TURISMO

Termalismo fonte de saúde e bem-estar

22 DESTAQUE Depois de João Paulo II e Bento XVI, Fátima aguarda Papa Francisco

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26. Visita do Papa “é oportunidade para reforçar notoriedade do país” 28. O Centenário de Fátima - Opinião do Reitor de Fátima

30 ON LINE

A caminho do centenário das aparições de Fátima

Sugestões de prendas made in Portugal para o Dia da Criança

32 DESPORTO

O gigantesco poder do canhão da Nazaré 36. Sporting vence a segunda maior prova europeia de hóquei em patins” 38. Novos rostos da Seleção Nacional

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Novos rostos da Seleção Nacional

40 GASTRONOMIA

Portuenses são tripeiros há 600 anos 42. Receita de Tripas à Moda do Porto

44 CULTURA

Museu dos Coches - 110 anos depois, um novo começo 47. Portugueses na Argentina resumidos num livro 48. Lisboa não está documentada como capital oficial de Portugal

50 DISCURSO DIRETO

Partir para Inglaterra… Uma decisão certa

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EDITORIAL

FICHA TÉCNICA

REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES Edição Mensal - Maio 2015 www.revistaport.com Nº de registo na ERC: 126526

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aio leva mais uma Revista PORT.COM aos quatro cantos do mundo, a todos os locais onde há um português. E não viajamos sozinhos. Há cada vez mais portugalidade fora de portas, como a que é promovida pela rota internacional das conservas portuguesas. Sardinhas, atum, cavala e até bacalhau em conserva viajam desde o litoral do país à beira-mar plantado, para destinos tão distintos como China, Filipinas, Israel ou Peru. Nesta edição, convidamo-lo a entrar nesta rota.

Rua João de Ruão, nº 12 – 8º 3000-299 Coimbra (Portugal) Tel: (+351) 239 820 688 geral@revistaport.com www.revistaport.com DIREÇÃO Abílio Bebiano direcao@revistaport.com COORDENAÇÃO EDITORIAL Luís Carlos Soares (CP-9959) luis.soares@revistaport.com

LUÍS CARLOS SOARES Coordenador Editorial

Também há quem continue a ir para fora, cá dentro. O quinto mês traz um dos eventos anuais que mais pessoas mobiliza em Portugal, e que mais visitas motiva por parte dos portugueses emigrados, o 13 de maio, em Fátima. Ainda faltam dois anos para o centenário das aparições, mas até o Papa Francisco acaba de indicar que pretende marcar presença. Conheça, nas nossas páginas, alguns dos momentos marcantes que tiveram lugar na Cova da Iria, nos últimos 98 anos. Mostramos-lhe ainda como foi mais uma edição da Festa da Flor, na Madeira; como é que a liberalização do mercado aéreo tem atraído mais turistas para os Açores; como é que as ondas gigantes têm colocado a Nazaré nas mais reputadas publicações internacionais; como é que se apresenta o novo Museu Nacional dos Coches, no ano em que comemora 110 anos. Pelo meio, servimos-lhe um prato com ainda mais idade, as Tripas à Moda do Porto, que já vão em seis séculos de vida. É o empenho que temos colocado na missão de mostrar Portugal aos portugueses espalhados por todo o mundo, que faz com que nos continuemos a surpreender com o trafego gerado pelo nosso site. Após pouco mais de três meses no ativo, ultrapassou o primeiro milhão de visualizações, o que nos deixa satisfeitos e com vontade para fazer ainda mais e melhor. Aproveitamos para agradecer aos visitantes a fidelização ao nosso site e revista. Para quem encontra esta publicação pela primeira vez, saiba que também nos pode acompanhar nos endereços www.revistaport.com e www. facebook.com/revistaportcom. Desejamos a todos ótimas leituras e um ainda melhor mês de maio.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira, Filipa Marques Colaboradores: Andreia Oliveira PLATAFORMA ONLINE Márcia de Oliveira - Edição de conteúdos marcia.oliveira@revistaport.com DESIGN E PAGINAÇÃO BDMP, LDA www.bdmp.pt ASSINATURAS assinaturas@revistaport.com PUBLICIDADE AJBB Network Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal) (+351) 967 583 072 publicidade@ajbbnetwork.com EDIÇÃO PAPEL: Maio 2015 Tiragem: 20.000 Exemplares Impressão: StudioPrint Depósito Legal: 376930/14 Distrib. nacional e internacional: CTT

EDITOR E PROPRIETÁRIO

geral@ajbbnetwork.com www.ajbbnetwork.com NIF: 510 475 353 A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.


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COMUNIDADES

MILHARES DE TURISTAS NA FESTA DA FLOR DA MADEIRA Flores, alegria e encanto. Três ingredientes que levaram milhares de pessoas, entre visitantes e participantes, ao evento no Funchal, que já se tornou um sucesso à escala global. POR FILIPA MARQUES

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essoas de todo o mundo fizeram parte da Festa da Flor da Madeira, evento que consta nos principais programas de lazer em toda a Europa. A edição deste ano, que se realizou no mês passado, entre os dias 16 e 22, teve o seu ponto alto no cortejo alegórico com o tema “Madeira, primavera encantada”, ou seja, subordinado à diversidade de espécies de flores, à comemoração da chegada da primavera e ao exuberante florescer próprio da época. Milhares e milhares de pessoas, entre residentes e turistas, aglomeraram-se ao longo da Avenida do Mar, até à praça com o mesmo nome, na cidade do Funchal, para assistirem à passagem do cortejo alegórico da festa que, nesta edição, teve um custo de 315 mil euros de investimento público. O cortejo em si reuniu nove trupes, num total de 1 400 pessoas, maioritariamente madeirenses.

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Imagens gentilmente cedidas pela Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes da Madeira

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É UM DOS MAIORES CARTAZES TURÍSTICOS DA MADEIRA Durante o evento, a turista Tone Malmrast confessou aos jornalistas que se deslocou propositadamente da Noruega à Madeira para ver a Festa da Flor, “um evento muito bonito”. Para a também turista Christine Alber, proveniente de Inglaterra, “o cortejo é fantástico e as crianças são espetaculares, é tudo muito comovedor”, indicou em palavras à Lusa. Para além do cortejo alegórico, um dos momentos altos foi a construção do Muro da Esperança. Centenas de crianças participaram na construção do muro “florido”, cravando uma flor nas sebes erguidas junto à parede norte do Museu de Arte Sacra, numa mensagem de paz e esperança ao mundo.

O turista britânico Mike Stidisostty adiantou à Lusa que já havia estado na Madeira há dezoito anos, mas que apenas agora veio por causa das f lores: “É a primeira vez que vejo esta festa. É muito impressionante e confortante ver tão grande número de crianças a participar, algumas das quais tão pequeninas”. Este evento é um dos maiores cartazes turísticos da Madeira. As fotos que proporciona correm meio mundo, exibindo alguns dos argumentos que valem a este arquipélago o epíteto de “Pérola do Atlântico”. O êxito desta iniciativa não constitui surpresa, ninguém duvida que no próximo ano as ruas da baixa do Funchal voltarão a beneficiar das belas f lores madeirenses para se encherem de suaves perfumes, cor, fantasia e… milhares de turistas.

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Hotéis completamente lotados Segundo palavras da secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes cessante, Conceição Estudante, a ocupação hoteleira durante a Festa da Flor da Madeira foi de 100 por cento, mais 9% do que em 2014. A invasão de turistas foi notória ao longo das celebrações, com os visitantes a utilizarem máquinas fotográficas e telemóveis para perpetuarem os momentos deixados pelas coreografias dos participantes e pela multiplicidade de flores, suas cores e fragrâncias.

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COMUNIDADES

A MULTIPLICAÇÃO DE VISITANTES NOS AÇORES Com a liberalização do espaço aéreo, o arquipélago de nove ilhas tem recebido muitos mais visitantes, principalmente portugueses a residir no continente, que beneficiam de preços muito mais baratos.

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espaço aéreo dos Açores deixou de ser partilhado exclusivamente pela TAP e pela SATA, no final de março. Desde então, companhias low cost, como a easyJet e Ryanair, garantem voos a partir de Lisboa, Porto e até de Londres. Feitas as contas aos lugares, o arquipélago pode passar a receber 500 mil novos visitantes por ano, a juntar ao milhão e meio que já pisava o solo vulcânico, segundo números da ANA — Aeroportos de Portugal. Os empresários da região, particularmente os que estão ligados a atividades turísticas, esfregam as mãos de contentamento com a multiplicação de visitantes nos Açores. E nem só de turistas se trata, uma vez que há várias décadas que as nove ilhas do arquipélago se habituaram a ver partir muitos habitantes para o estrangeiro. Apesar de a liberalização abranger também o aeroporto da Terceira, para já só São Miguel serve de aterragem para as transportadoras de baixo custo. A easyJet tem agora três voos semanais entre Lisboa e Ponta Delgada, que passam a quatro a partir de

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Paisagem luxuriante do interior da ilha do Corvo

junho. Os preços rondam os 30 euros por viagem de ida, sendo que há descontos adicionais de 20 por cento no primeiro ano. A Ryanair vai ainda mais longe. Ou antes, para o mesmo destino, mas por preços ainda mais baixos, com os mesmos 30 euros a servirem para ida e volta. A companhia irlandesa faz dois voos diários para Lisboa, outro para o Porto, e ainda um voo semanal entre Londres e Ponta Delgada.

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O bilhete das companhias low cost dá direito a viajar gratuitamente para Santa Maria, Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico, Faial, Flores e Corvo, desde que os passageiros recorram ao sistema de encaminhamento que já existia para quem voava nas companhias públicas. Para que tal aconteça, é preciso declarar no momento da compra do bilhete que o destino final é outra ilha, pedir o encaminhamento à SATA e ficar menos de 24 horas em São Miguel.


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Nove ilhas, nove atividades turísticas

A Revista PORT.COM apresenta um conjunto de atividades de que os açorianos emigrados podem desfrutar no regresso às origens: Uma das sete lagoas, na ilha das Flores

Interior do Algar do Carvão, um vulcão inativo

Corvo - Mergulhar numa reserva

Pico - Percorrer vinhas plantadas

marinha com uma vida animal muito rica, como peixes com mais de 30 quilos, os meros;

entre fendas de rochas vulcânicas, que desde 2004 são Património Mundial;

Faial - Nadar com tubarões azuis e rinquins, espécies inofensivas aos humanos;

Flores - Percorrer trilhos nas sete crateras vulcânicas onde se formaram as Sete Lagoas;

Graciosa - Mergulhar num carMero

Nadar junto a jamantas é possível ao largo da ilha de Santa Maria

gueiro afundado em 1968, a 20 metros de profundidade, agora habitado por exuberante vida marinha;

Santa Maria

- Mergulhar com jamantas, em águas com uma notável visibilidade aquática;

São Jorge - Andar de barco à volta da ilha, para apreciar as quedas de água e as fajãs à distância;

São Miguel - Fazer canoagem na Lagoa das Sete Cidades;

Terceira

- Visitar o interior de um vulcão inativo, no Algar do Carvão.

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NEGÓCIOS

A rota in ternacional das Mais de 70 países têm acesso a peixe enlatado de Portugal. A sardinha e o atum viajam acompanhados por cavala, salmão e até bacalhau em conserva, que geram valores acima dos 200 milhões em exportações. O mercado da saudade ajudou a abrir portas por todo o mundo. TEXTOS DE LUÍS CARLOS SOARES

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ma casa portuguesa fica incompleta se não tiver, pelo menos, uma lata de atum ou de sardinhas. Nem a distância serve de desculpa, dado que as conservas portuguesas chegam atualmente a mais de 70 países, um pouco por todo o mundo. Com uma variedade de produtos provenientes da indústria conserveira portuguesa que ultrapassa as 600 referências, as possibilidades de confeção de pratos são infinitas.

“As exportações têm vindo a evoluir positivamente há mais de uma década”, conta Castro e Melo, secretário-geral da entidade representativa do setor, a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP). Curiosamente, a única exceção aconteceu precisamente no ano passado. Apesar das exportações terem aumentado cerca de 4% em quantidade, “houve uma baixa de cerca de 5% em valor”, acrescenta o responsável.

A julgar pelo desaparecimento de centenas de traineiras que na década de 80 compunham a frota pesqueira portuguesa, ou pela diminuição das 400 conserveiras (que existiam há um século) para as 21 atuais, podia-se supor um período de pouco fulgor na indústria conserveira portuguesa. Mas não é isso que se verifica.

Os resultados são mais do que capazes de fazer inveja a muitos outros setores de atividade com apetência exportadora. Cerca de 54 250 toneladas de conservas de peixe partiram de Portugal em 2014 (o que, feitas as contas, significa cerca de 500 milhões de latas de 120 gramas), no valor de mais de 207 milhões de euros.

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Rota começou pelas comunidades portuguesas China, Filipinas, Singapura, Timor, Israel, Palestina ou Peru são alguns dos destinos que fazem parte da rota das conservas portuguesas, que começou a disseminar-se pelo chamado mercado da saudade, como França, Luxemburgo, Estados Unidos, Canadá e Venezuela. “Muitos dos países para onde se exportam conservas têm a ver com comunidades portuguesas aí residentes, muitas delas já com décadas, que entretanto foram disseminando as nossas conservas por outras comunidades”, confirma Castro e Melo. A presença no exterior também já resultou na abertura de um ponto de venda de conservas portuguesas em Paris, em setembro do ano passado.


s co

s a s e u g u t r o p s a v n ser consumida em Itália) ou até ovas de sardinha, muitas vezes apelidadas de “o caviar português”.

Situado numa loja gourmet chamada Causses, perto do centro de arte e cultura Georges Pompidou, replica numa versão mais pequena a Loja das Conservas, em Lisboa. Ambos os espaços são potenciados pela ANICP, de forma a “divulgar todo o manancial das conservas que a indústria portuguesa produz”. O atum reina nas vendas em solo nacional, mas cede a coroa quando se fala no estrangeiro: “Os hábitos de consumo são muito diferentes de país para país, o que origina dados curiosos, como exportarem-se muito mais conservas de sardinha do que as que se consomem no mercado interno”, exemplifica o secretário-geral.

Toda esta variedade tem rotas de exportação bem definidas. Com tanta versatilidade, não há como continuar a pensar nas conservas apenas como um alimento de desenrasque. Está preparado para surpreender as suas visitas com um prato requintado à base de conservas portuguesas?

Muitas das marcas portuguesas mantiveram uma aparência retro até à atualidade

Venda de conservas de sardinha de uma marca portuguesa de comercialização internacional

Por liderar a exportação portuguesa de produtos desta tipologia, a sardinha em conserva acaba por ser “um verdadeiro embaixador de Portugal no mundo”. Mas das empresas portuguesas do setor também viajam latas de bacalhau (especialmente para o Brasil), peixe-espada preto, salmão, chaputa, mexilhões, da cada vez mais popular cavala (muito

A ANICP abriu as portas da Loja das Conservas, em Lisboa, conceito que já foi replicado em Paris

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NEGÓCIOS

Exportação sem fronteiras

Há umas décadas chegou a haver mais empresas portuguesas de conservas em Matosinhos do que agora há em todo o território nacional. Mas as atuais chegam a bem mais mercados. Não são raras as que exportam cerca de 90% da produção.

Atum Santa Catarina viaja a partir dos Açores

Porthos

há mais de 85 anos no mercado asiático

Chegou a estar perto defechar as portas, no final dos anos 80, mas a PortugalNorte continua a escrever páginas numa história com início em 1912, com novos capítulos que se desenrolam essencialmente em países do Extremo Oriente. A marca Porthos, a mais emblemática desta empresa com fábrica em Matosinhos, produz latas com caracteres orientais há mais de 85 anos, fruto da presença em mercados como China, Hong Kong, Macau e até Filipinas. A exportação de latas com a inscrição “sardinhas portuguesas”, que nunca se desprenderam do design retro, é a principal responsável para que, na atualidade, apenas 10% da produção da PortugalNorte fique em território português.

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Nuri

em azeite para França, em picante para a Áustria

Da fábrica da Pinhais, empresa em Matosinhos que herda o nome da família que a fundou (em 1920) e continua a gerir, partem conservas de sardinhas e cavala da marca Nuri para mais de uma dezena de países, com aproximadamente 90% da produção a destinar-se a exportação. A vertente internacionalizadora permite que a família Pinhais tenha conhecimento que os franceses e os dinamarqueses preferem conservas em azeite ou tomate, enquanto os austríacos e os belgas optam preferencialmente pelas em picante.

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Há várias empresas conserveiras que garantem dedicar-se a práticas de sustentabilidade, mas poucas podem comprová-lo com um selo Greenpeace, tal como acontece com a Santa Catarina, que foi distinguida pela organização ambiental como tendo “o atum mais sustentável do mundo”. A marca sediada na Calheta, na ilha açoriana de São Jorge, no arquipélago dos Açores, captura o atum, o único produto que comercializa, com linha e anzol, através de uma arte de pesca tradicional conhecida como salto e vara, um método que permite selecionar os melhores espécimes e salvaguardar a preservação da espécie. Depois de enlatadas, cerca de 80% das conservas de atum, disponíveis em várias referências, viajam essencialmente para Inglaterra e Itália, com representação crescente em Macau e no Japão.


Cocagne

cinco continentes, é um dos principais objetivos da mudança.

rainha de vendas na Bélgica e Luxemburgo

Em Portugal só pode ser encontrada em locais muito seletivos, mas é portuguesa a marca líder de mercado em sardinha, cavala e atum em conserva na Bélgica e no Luxemburgo, com presença significativa também em França e Inglaterra. A Cocagne faz parte do portefólio de produção da Ramirez & Cª (Filhos) e é comercializada no Benelux há mais de 100 anos, desde 1906, como uma marca que se posiciona no segmento de mercado médio alto e alto. A obtenção de várias medalhas de ouro Monde Selection, por parte das sardinhas Cocagne, atesta o reconhecimento internacional desta marca portuguesa.

Ramirez

nova fábrica para duplicar produção

Em atividade desde 1853, a centenária empresa portuguesa vai passar a produzir numas novas instalações, em Lavra, no concelho de Matosinhos. A inauguração está para breve, sendo que as últimas previsões conhecidas apontavam para este mês, o que significa o encerramento das fábricas em Peniche e Leça da Palmeira (também em Matosinhos), que já contavam com seis décadas de funcionamento. Duplicar a capacidade de produção das mais de 40 referências, que em alguns casos chegam aos

Cavala da Minerva premiada com estrelas douradas

O iTQi (International Taste & Quality Institute), referência mundial na avaliação e promoção de alimentos e bebidas, atribuiu duas estrelas douradas a um produto da Minerva, concretamente aos filetes de cavala em azeite picante com pickles. A referência é notável, dado que o produto foi submetido a uma prova cega por parte de um júri que inclui líderes de opinião em vários países e chefs de cozinha com estrelas Michelin. A Minerva, marca bandeira d’A Poveira (tal como o nome indica, com fábrica na Póvoa de Varzim), exporta um pouco por todo o mundo, com destaque para França e Inglaterra.

Sardinhas da Bela no New York Times

Um artigo do Dining and Wine, suplemento sobre comida do prestigiado jornal New York Times, destacou, no ano passado, as conservas de sardinha

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da Bela, marca d’A Poveira exclusiva para o mercado norte-americano. “Rechonchudas e selvagens” foram os adjetivos utilizados para qualificar as sardinhas, conservadas em tomate ou azeite.

Atum Bom Petisco

no portefólio Delícias de Portugal

A Cofaco tem marcas de conservas que foram criadas especialmente a pensar nos mercados internacionais, como a Bon Appetit e a Santamaria. Porém, quem quiser consumir atum açoriano Bom Petisco, a marca que a empresa distribui para a maior parte das superfícies comerciais portuguesas, pode fazer as suas encomendas através do Delícias de Portugal, supermercado online disponível no endereço www.deliciasdeportugal.pt

La Gôndola

rema para o país dos fundadores

Criada nos anos 30 do século passado, pela mão de empresários italianos, a La Gôndola é mais uma conserveira sediada em Matosinhos, de onde exporta sobretudo para países como Itália, Brasil, Japão, Bélgica, Canadá ou Estados Unidos. Cerca de 90% da produção destina-se a exportação, com o mercado a nacional a dispor cada vez de mais espaços onde a marca é comercializada. A sardinha é o produto mais exportado, mas também há conservas de bacalhau, carapau, truta, lulas, polvo, peixe-espada preto e de ovas de sardinha, “o caviar português”.


NEGÓCIOS

EASYJET JÁ TEM BASE OPERACIONAL NO PORTO A companhia aérea conta agora com dois aviões no aeroporto Francisco Sá Carneiro, o que permite um aumento de lugares, de horários e a duplicação de rotas. Luxemburgo, Londres, Manchester e Estugarda, onde residem populosas comunidades portuguesas, entre os novos destinos. A easyJet inaugurou a sua segunda base operacional em Portugal, desta vez no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. A nova base permite à companhia aérea a duplicação do número de rotas operadas a partir da Cidade Invicta, de seis para 12, e a colocação de dois aviões A320 em permanência no aeroporto, um dos mais frequentados pelos portugueses a residir no estrangeiro. As novas rotas da maior rede europeia de transportes aéreos, a partir do Porto, dirigem-se para Estugarda, Londres (Luton), Luxemburgo, Manchester, Nantes e Bristol. A nova base operacional permite também uma melhoria nos horários de todas as rotas já existentes, assim como um crescimento de 28% da oferta de lugares.

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Maria Luis Albuquerque (Ministra das Finanças), Sérgio Silva Monteiro (Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações) e Adolfo Mesquita Nunes (Secretário de Estado do Turismo) representaram o Governo de Portugal na inauguração

Na inauguração da nova base, o diretor geral da easyJet Portugal, Javier Gandara, considerou que “a abertura da nossa segunda base em Portugal é um fator chave para o crescimento da economia local, criação de postos de trabalho diretos e indiretos, e mais escolhas para os passageiros, com tarifas acessíveis e um serviço de qualidade”. Todas estas novidades são fruto de um investimento de aproximadamente 150 milhões de euros, o qual

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permite a criação de 80 novos postos de trabalhos diretos na região norte do país. A easyJet iniciou a sua operação em Portugal em 1999, sendo a terceira maior companhia aérea no país, com 12% de quota de mercado, e mais de quatro milhões de passageiros transportados em 2014. É também a única companhia aérea privada a operar nos cinco principais aeroportos em Portugal: Faro, Funchal, Lisboa, Porto e Ponta Delgada.



NEGÓCIOS

RENOVA VAI ABRIR FÁBRICA EM FRANÇA

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Renova, marca portuguesa de papel de cozinha, papel higiénico ou lenços de papel, comprou as infraestruturas de uma unidade de embalamento de leite em Saint-Yorre, zona no sul da cidade francesa de Vichy, para instalação de uma operação industrial. Com inauguração prevista para o último trimestre de 2015, a primeira unidade fabril fora de Portugal marca um novo ciclo de expansão para a empresa, que tanto tem apostado na internacionalização. Desde que, em 2007, criou papel higiénico com cores (como vermelho, cor-de-rosa, verde alface ou preto), a Renova começou a vender um pouco por todo o mundo. Atualmente cerca de 50% da sua produção destina-se à exportação, com destaque

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para mercados europeus como Espanha, França, Bélgica e Luxemburgo. Com a abertura da nova fábrica, a marca pretende facilitar o aumento de vendas em países do centro da Europa como a Suíça, a Alemanha ou a Holanda. A inovação tem feito com que os produtos da marca sejam solicitados para estabelecimentos do segmento premium, como hotéis de luxo. Prova disso é o também recente lançamento de papel higiénico feito de ouro e incrustado com cerca de 150 diamantes. Para além de duas fábricas em Portugal, a empresa fundada em Torres Novas já conta com escritórios em Espanha, França e Bélgica.

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A MARCA PORTUGUESA EXPORTA ATUALMENTE CERCA DE METADE DA SUA PRODUÇÃO, MAS PRETENDE AUMENTAR A PRESENÇA EM PAÍSES COMO SUÍÇA, ALEMANHA E HOLANDA


Breves Canadá apoia imigrantes qualificados na procura de emprego A província canadiana do Ontário, onde há cidades com fortes comunidades portuguesas (como Toronto e Ottawa), vai apoiar dez novos projetos de formação com 9,4 milhões de dólares (sete milhões de euros), com o objetivo de ajudar mais de seis mil imigrantes a encontrar empregos. Os projetos de formação intermédia ajudam os recém-chegados a prepararem-se para os exames de licença ou de certificação, na obtenção da formação profissional e ainda na avaliação da educação e de competências.

Português no Canadá vinga no negócio de luvas “à prova de golos” Carlos Lima, um empresário lusocanadiano, criou, há dois anos, uma marca de luvas para guarda-redes de futebol, chamada NGA - No Goals Again, que em português significa “Não sofrer mais golos”. A promessa feita pelo nome da marca parece estar a convencer os guarda-redes do futebol português, dado que a marca já é utilizada por profissionais como Lukas Raeder (do Vitória de Setúbal), Igor Stefanovic (Desportivo de Chaves, na foto) e o também lusocanadiano Daniel Fernandes, que atua nos gregos do Panthrakikos.

Americanos fazem proposta de milhões pela Comporta

Vista Alegre distinguida em concurso internacional de design Um serviço de peças de loiça da marca portuguesa, chamado Orquestra (na foto), e uma coleção de três caixas em porcelana e cristal, intitulado Plissé, vão ser distinguidos nos Red Dot Awards, cerimónia que premeia peças com um design notável. As distinções vão ser entregues numa cerimónia em Essen, na Alemanha, a 29 de junho.

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Um colecionador de arte chamado Asher Edelman e um empresário conhecido por David Storper oferecem 400 milhões de euros pela herdade a sul da península de Troia. Caso seja concretizada esta operação, poderá tratar-se do segundo investimento do mercado norte-americano em Portugal em 2015, depois de a Lone Star ter pago pouco mais de 200 milhões de euros pelos ativos imobiliários de Vilamoura, no Algarve.

Vinhos do Alentejo exportaram mais 5% em 2014 Segundo dados da CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana), mais de 20 milhões de litros de vinho da região destinaram-se à exportação, no ano passado, um aumento de 5,10% face a 2013. Destas vendas, 29% foram para o mercado europeu e os restantes 71% para fora da UE. Destaque para os aumentos no Brasil (15%), nos Estados Unidos (6%) e em Angola (5%).

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TURISMO

TERMALISMO FONTE DE SAÚDE E BEM-ESTAR Se antes existia a crença de que as termas eram o destino ideal para os seniores, hoje todas as pessoas beneficiam de um bem-estar generalizado nestas águas “mágicas”. POR MÁRCIA OLIVEIRA

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Os balneários termais de Pedras Salgadas (na página anterior), Vidago (em cima) ou Luso (em cima à direita) souberam modernizar a sua oferta de tratamentos e serviços complementares.

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ortugal é um dos países da Europa com maior riqueza em águas termais de excelente qualidade, sendo um recurso natural com raízes na Antiguidade.

O povo do Império Romano soube identificar os benefícios das águas termais em vários pontos e fundou inúmeras termas medicinais, muitas das quais ainda hoje funcionam com reconhecidos méritos na área da saúde. Na Europa, o usufruto dos benefícios do termalismo como forma de tratamento e convalescença de doenças voltaram aos hábitos sociais em meados do século XIX, e a partir de então, muitos foram os complexos termais fundados no intuito de proporcionar saúde e bem-estar aos utentes. Além disso, o turismo termal está a ganhar cada vez mais adeptos portugueses e estrangeiros.

Águas “sagradas” Os efeitos da água mineral natural com que são feitos os tratamentos são a verdadeira essência do termalismo, que devido às suas propriedades, aumenta as defesas naturais do organismo. Esta água, de circulação profunda, tem características próprias consoante a zona rochosa de onde brota, sendo utilizada nos tratamentos apenas uma vez, sem qualquer adição de compostos.

Consoante as características que possui, cada tipo de água mineral difere nas terapêuticas que proporciona, mas a Região Centro é aquela que tem mais para oferecer: pode ir às termas da Curia encontrar a “cura” para problemas articulares ou vá até ao Luso para melhorar o seu sistema renal, descubra alívio para as afeções da pele em Monfortinho ou encontre um sono reparador nas águas de São Pedro do Sul. Os benefícios do Turismo Termal Atualmente, os espaços termais estão modernizados e equipados com as mais recentes tecnologias em tratamentos, oferecendo também diversas atividades de lazer e descanso a quem frequenta as termas.

Nicolau Breyner aceitou associar a sua imagem aos benefícios do termalismo

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Chama-se termalismo de saúde e bem-estar e está cada vez mais em voga,

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TURISMO

TERMAS EM PORTUGAL INDICADAS PARA O TRATAMENTO DE… Norte sendo uma nova forma de turismo de saúde. Esta é opção de saúde de muitos portugueses, não só das faixas etárias mais elevadas, mas que já é partilhada igualmente pelas mais jovens. Segundo o especialista em terapêuticas não convencionais, Manuel da Fonseca, “a conjugação dos tratamentos de hidroterapia clássica (balneoterapia, hidromassagem, ingestão de água, irrigações, banhos de imersão), com os complementares (massagens, osteopatia, aromoterapia, fitoterapia e acompanhamento nutricional) em programas de desintoxicação e programas anti-stress, tal como acontece em muitas estâncias termais espalhadas pela Europa, é uma opção que em muito beneficia os utentes”. As campanhas nacionais e internacionais que promovem o termalismo associado ao bem-estar, apostando assim no Turismo de Saúde, podem contribuir para a melhoria da saúde e qualidade de vida da população, e para a revitalização da economia portuguesa.

Termas de Monção Doenças Reumáticas; Doenças respiratórias; Doenças dermatológicas; Doenças das crianças; Doenças da vida moderna; Programas de bem-estar.

Termas do Gerês Fígado; Vesícula; Obesidade; Diabetes; Hipertensão arterial.

Termas de Chaves Patologias músculoesqueléticas; Patologias do aparelho digestivo; Patologias cardiocirculatórias; Patologias das vias respiratórias.

Termas de Carvalhelhos Doenças de pele e patologias dermatológicas; Afeções do aparelho digestivo e do aparelho circulatório.

Termas de Vidago Doenças do sistema nervoso; Doenças do aparelho digestivo; Doenças da pele; Doenças reumáticas e músculoesqueléticas; Programas de bem-estar.

Termas de Pedras Salgadas Doenças Metabólico Endócrinas; Doenças do aparelho digestivo; Doenças do aparelho respiratório; Doenças reumáticas e músculoesqueléticas; Programas de bem-estar.

Centro Termas de Unhais da Serra

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Cálculos e infeções urinárias; Hipertensão arterial; Doenças reumáticas e músculoesqueléticas; Programas de saúde e bem-estar.

Termas do Luso Afeções crónicas do aparelho renourinário; Hipertensão arterial; Perturbações do metabolismo e do aparelho locomotor; Reumatismos; Afeções respiratórias crónicas; Patologia dérmica.

Termas de São Pedro do Sul Doenças do Aparelho Respiratório; Doenças Reumáticas e Músculoesqueléticas; Doenças Metabólico Endócrinas.

Termas de Monfortinho Doenças crónicas de pele; Doenças hepato-vesiculares; Doenças gastrointestinais; Doenças reumáticas; Doenças das vias respiratórias; Litíase renal.

Termas do Vimeiro Doenças de Pele, Aparelho Digestivo, Aparelho Circulatório, Aparelho Respiratório; Quelóides em cicatrizes; Aparelho Digestivo; Aparelho Circulatório; Aparelho Respiratório.

Sul Termas do Estoril Doenças Respiratórias; Doenças Músculoesqueléticas e degenerativas osteoartículares; Inflamatórias; Fibro-

Vias Respiratórias; Reumatismos / Doenças Músculoesqueléticas e Sequelas de Traumatismos Osteo Articulares; Osteoartroses; Doenças do Aparelho Digestivo; Doenças do Aparelho Circulatório.

mialgia e recuperação pós-traumáti-

Termas da Curia

ções Musculoesqueléticas; Programa

Doenças Metabólico Endócrinas;

de bem-estar.

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ca de fraturas; Luxações e entorses; Doenças Dermatológicas.

Termas das Caldas de Monchique Afeções das Vias Respiratórias; Afe-


Breves Fotógrafa polaca prepara exposições sobre Portugal Katarzyna Piwecka viajou por várias localidades portuguesas em 2014, de norte a sul do país, sobretudo pelo litoral. Porto, Águeda, Nazaré, Lisboa e Sines foram algumas das localidades visitadas. No blogue onde partilha o seu trabalho, garante ter ficado apaixonada com o que conheceu, tanto que prepara a realização de exposições, na Polónia e em Portugal, intituladas “In Love with Portugal”. As fotografias podem ser consultadas online em www. travelphotographer.pl

Katarzyna Piwecka

Jornal inglês publica que “O Algarve é excelente, mas o Porto é perfeito” Um reputado jornalista de viagens do semanário The Mail on Sunday, do grupo do Daily Mail, descreveu o Porto como “o lugar mais perfeito para uma curta pausa”. Frank Barrett percorreu Portugal do Minho ao Algarve, com passagem por Lisboa, mas foi a Cidade Invicta que o encantou, de tal maneira que o artigo é intitulado “O Algarve é excelente, mas o Porto é perfeito”.

Turismo holístico entre a oferta turística açoriana Uma dupla de empresários dos Açores considerou ter na ilha de São Miguel todas as condições para pôr em prática este conceito, que aposta na realização de atividades turísticas com uma perspetiva terapêutica, em plena natureza. Desta forma, Lisa e Jorge, como gostam de ser tratados, apostaram numa empresa chamada Holistika, que organiza atividades que combinam ambiente com bem-estar, como ioga, tai chi, meditação e até piqueniques ao pôr-do-sol.

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Duas praias portuguesas em lista das melhores da Europa

A Praia de Miramar, em Vila Nova de Gaia, e a Praia da Marinha (na foto), no Carvoeiro, fazem parte da lista das 15 Melhores Praias da Europa, para os utilizadores do site European Best Destinations. Mais de 10 mil pessoas votaram nas 280 praias a concurso, com muitas delas a contribuírem para colocar a praia algarvia no 6º lugar da tabela e a praia nortenha na 10ª posição.

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DESTAQUE

DEPOIS DE JOÃO PAULO II E BENTO XVI, FÁTIMA AGUARDA PAPA FRANCISCO Faltam dois anos para o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, um dos maiores símbolos de Portugal. A devoção de multidões de fiéis teve logo início em 1917, e há várias décadas que motiva milhares de emigrantes portugueses a visitar anualmente o Santuário. A canonização dos pastorinhos é um dos maiores desejos para 2017. TEXTOS DE LUÍS CARLOS SOARES

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de abril, o Papa Francisco confirmou a António Marto que “se Deus [me] der vida e saúde”, quer celebrar o centenário das aparições de Fátima.

omo milhões de portugueses sabem de cor, as aparições de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos aconteceram em 1917, com início no dia 13 de maio. Com o aproximar do primeiro centenário de uma das datas mais importantes para a história da religião católica em Portugal, não faltam fiéis a desejar a visita do Papa Francisco ao santuário pelo qual passaram os antecessores João Paulo II e Bento XVI. E a verdade é que o Santo Padre acaba de dizer ao bispo de Leiria-Fátima, António Marto, que tenciona deslocar-se à Cova da Iria em 2017. Numa informação enviada à agência Lusa, a diocese anunciou que, numa audiência privada em Roma, no dia 25

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Depois de ter recebido vários convites, nos quais já havia transmitido a sua intenção em fazer a visita, chegou agora a certeza dita pela boca do Santo Padre: “Perguntei se podia transmitir ao público e à imprensa, e ele disse-me que sim, com esta condição, acerca da sua vida, se o permitir”, acentuou António Marto, realçando ser “uma alegria já para Portugal e para todos aqueles que se sentem ligados a Fátima, que já podem projetar o futuro com esta certeza”. O Papa Francisco confirmou a António Marto que quer celebrar o centenário das aparições de Fátima

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Para além da presença do Papa Francisco, os católicos portugueses


A imagem de Fátima já percorreu dezenas de países, nos quais há sempre portugueses para a saudar

desejam que a ocasião seja aproveitada para a canonização dos pastorinhos. O processo já deu entrada em Roma, mas a canonização ainda não foi concluída, alegadamente por não conter o milagre que por norma é necessário para converter em santos os mais admiráveis exemplos de vidas de fé. As visitas de João Paulo II e Bento XVI As visitas dos últimos papas a Fátima estiveram diretamente relacionadas com os pastorinhos, particular-

mente Francisco e Jacinta. João Paulo II considerou-os oficialmente dignos de veneração a 13 de maio de 2000, quando apadrinhou o processo de beatificação. O sucessor Bento XVI visitou o Santuário de Fátima a 13 de maio de 2010, precisamente no 10º aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta. Toda uma sucessão de acontecimentos que enchem portugueses por todo o mundo de orgulho e alegria, difícil de imaginar em 1917, quando tiveram início as primeiras movimentações de curiosos até às imediações da azinhei-

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“A VISITA DO PAPA FRANCISCO É UMA ALEGRIA PARA PORTUGAL E PARA TODOS AQUELES QUE SE SENTEM LIGADOS A FÁTIMA, QUE JÁ PODEM PROJETAR O FUTURO COM ESTA CERTEZA”, D. ANTÓNIO MARTO, BISPO DE LEIRIA-FÁTIMA

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DESTAQUE

ra em que as aparições aconteceram em 13 de maio, junho, julho, setembro e outubro.

Procissão das Velas, 12 de maio de 2011

A azinheira, com pouco mais de um metro de altura, foi destruída devido à devoção dos primeiros peregrinos, que com ânsia de serem consagrados com os milagres da Nossa Senhora, levaram raminho a raminho, até a deixarem bastante debilitada. Foi no preciso local onde estava que atualmente se encontra o pedestal com a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Do Luxemburgo ao Brasil, venerada em todo o mundo A popularidade de Nossa Senhora de Fátima, e respetiva história, chega a um pouco por todo o mundo, desde há várias décadas. Pouco depois do fim da Segunda Grande Guerra Mundial, uma representante do Luxemburgo no Conselho Internacional da Juventude Católica Feminina propôs que a imagem da divindade percorresse todas as capitais da Europa, para estimular a paz e fé católica. A primeira viagem teve início em 1947 e durou mais de meio século,

durante o qual a visitou mais de 60 países, inclusivamente fora do continente europeu. Atualmente a imagem só sai do Santuário em circunstâncias muito especiais, mas para continuar a dar resposta aos inúmeros pedidos que nunca pararam de chegar, foram feitas várias réplicas da primeira imagem peregrina.

Principais acontecimentos em Fátima nos últimos 98 anos, desde as aparições até à atualidade, a maior parte dos quais no dia 13 de maio.

Cronologia do “Milagre de Fátima”

1917, 13 de maio - Os jovens pastores Francisco, Jacinta e Lúcia veem a Virgem no alto de uma azinheira, na Cova da Iria, na altura nos arredores de Fátima. Ela pede-lhes que voltem ao local todos os dias 13 de cada mês, ao meio-dia, durante seis meses;

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Uma dessas réplicas está em Belém do Pará, no Brasil, onde há 16 anos que uma associação luso-brasileira, chamada Grêmio Literário e Recreativo Português, organiza uma procissão, no Dia da Mãe, em que a imagem da santa percorre as principais avenidas da cidade. Curiosamente, a procissão até tem início num local chamado Santuário de Fátima.

1917, 13 de outubro - Última aparição, complementada pela “dança do sol”, diante de mais de 70 mil pessoas;

1928 - É colocada a primeira pedra da basílica do Santuário;

1930, 13 de outubro - O Bispo de Leiria declara serem verdadeiras as aparições e aprova o culto oficial de Nossa Senhora de Fátima;

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1942, 21 de outubro - O Papa Pio XII coroa Nossa Senhora de Fátima como rainha de Portugal e do mundo;


A afluência de multidões é comum há várias décadas. Na imagem, o 13 de maio de 1967, data que assinalou meio século das aparições

Paulo Cunha - LUSA

Monumento oferecido por emigrante

No Luxemburgo, todos os anos há várias missas que são realizadas em honra de Nossa Senhora de Fátima, as quais até costumam encher igrejas com mais de 500 lugares, com uma afluência composta maioritariamente por portugueses e lusodescendentes. Seja em Portugal, no Luxemburgo, no Brasil ou em muitos outros países,

1967, 13 de maio Cinquentenário das aparições, com visita do Papa Paulo VI;

Nossa Senhora de Fátima é venerada por milhões de crentes. Seja a 13 de maio, a 13 de agosto ou em qualquer outra data, milhares e milhares de emigrantes portugueses visitam anualmente o Santuário, em demonstrações inequívocas de fé. Todos eles aguardam agora a visita do Papa Francisco a Fátima, um dos símbolos maiores de Portugal.

1981, 13 de maio - Atentado contra o Papa João Paulo II, em Roma, após o qual agradece a Nossa Senhora de Fátima por ter escapado com vida;

Um dos vários monumentos que atraem a atenção dos visitantes ao Santuário de Fátima foi construído com base numa oferta por parte de Virgílio Casimiro Ferreira, emigrante português na Alemanha. Trata-se de um módulo de betão que fez parte do Muro de Berlim, que pesa mais de duas toneladas e meia, mede 3,60 metros de altura e tem 1,20 m de largura. Depois de ter feito parte do famoso muro durante 28 anos, o bloco está em Fátima há mais de 20 anos, desde as celebrações de 1994 do 13 de agosto, protegido por uma estrutura envidraçada.

2000, 13 de maio - Beatificação dos pastorinhos Jacinta e Francisco por João Paulo II, em Fátima;

2010, 13 de maio - Papa Bento XVI visita o Santuário de Fátima no 10º aniversário da beatificação dos pastorinhos.

1982, 13 de maio - Visita de João Paulo II, no dia do primeiro aniversário do atentado. Repetiria visita no 10º aniversário, em 1991;

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DESTAQUE

O turismo religioso é uma atividade indissociável de Fátima, que potencia a hotelaria, a restauração e o comércio local

VISITA DO PAPA “É OPORTUNIDADE PARA REFORÇAR NOTORIEDADE DO PAÍS”

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átima é um dos santuários católicos mais visitados do mundo, um local de recolhimento e paz interior para os seus visitantes. A visita do Papa Francisco pode ser ouro sobre azul para o principal baluarte do turismo religioso em Portugal. O presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, considera que a visita do Papa a Fátima em 2017 é uma oportunidade para “reforçar a notoriedade das marcas Fátima, Centro e Portugal no contexto mundial do turismo religioso, mas também do turismo

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cultural”, afirmou à agência Lusa, defendendo a mobilização de organismos públicos e privados na receção ao Santo Padre. Pedro Machado adiantou ainda que a visita do papa “dá uma visibilidade e alcance mundial que só podem acrescentar valor” ao trabalho e esforço financeiro que a entidade regional desenvolve na promoção do destino, “trabalho que chegará a milhões de pessoas em todo o mundo, com aquela que será a figura mais conhecida em todo o mundo”, considerou o presidente do Turismo do Centro.

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Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro


O turismo religioso é uma atividade indissociável de Fátima, que potencia a hotelaria, a restauração e o comércio local. A generalidade dos espaços que circundam o santuário vendem artigos religiosos, velas de todas as formas e feitios, e uma infindável variedade de imagens e recordações. Também a poucos metros do santuário, há um museu interativo chamado Milagre de Fátima, que com recurso às novas tecnologias multimédia, recria o enquadramento histórico do início do século XX, as aparições de Nossa Senhora de Fátima e o “Milagre do Sol”. Existe ainda o afamado Museu de Cera, que recria vários momentos relacionados com os principais acontecimentos que, no último século, tiveram lugar na Cova da Iria, desde as aparições à beatificação dos pastorinhos, através do emblemático Papa João Paulo II.

QUEM NÃO QUISER RESTRINGIR-SE APENAS A VISITAR FÁTIMA, ENCONTRA MUITA OFERTA TURÍSTICA A POUCAS DEZENAS DE QUILÓMETROS, EM LOCALIDADES COMO OURÉM, BATALHA, LEIRIA E ALCOBAÇA

As instalações de alojamento turístico em Fátima evoluíram muito nas últimas décadas. Se inicialmente predominavam as pensões e as residenciais, atualmente existem hotéis consagrados com quatro estrelas, como são os casos do Hotel Santa Maria e do Hotel Fátima, este último com vista para a basílica do santuário.

O Museu de Cera recria vários momentos relacionados com os principais acontecimentos que, no último século, tiveram lugar na Cova da Iria

Espaço ainda para novos conceitos de alojamento, como as chamadas guesthouses, conceito de empreendimentos bem mais pequenos do que os hotéis tradicionais, com o objetivo de potenciar um ambiente mais descontraído e familiar. Uma das mais próximas do santuário é a Fátima Lounge Guesthouse. Quem não quiser restringir-se apenas a visitar Fátima, encontra muita oferta turística a poucas dezenas de quilómetros, em localidades como Ourém (13 km), Batalha (16 km), Leiria (22 km), Alcobaça (40 km) ou mesmo Nazaré (50 km). Todos os caminhos da espiritualidade levam a Fátima, e Fátima leva a muitos mais caminhos turísticos.

Não faltam lojas perto do santuário que vendem artigos religiosos para todos os gostos

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OPINIÃO

O Centenário de Fátima

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átima é, hoje, um dos mais expressivos “cartões de visita” de Portugal. Há cerca de um ano, um estudo de opinião sobre a percepção que os Portugueses têm de si mesmos e da sua união, mostrava que entre os elementos que melhor definem a imagem de Portugal, Fátima ocupava o segundo lugar, apenas atrás da bandeira nacional. E a verdade é que mesmo na diáspora, Fátima acompanha os portugueses: as comunidades lusas levaram imagens de Nossa Senhora de Fátima um pouco por todo o mundo e foram sempre grandes obreiros da difusão da devoção a Nossa Senhora de Fátima. Por isso, a celebração do Centenário das Aparições é evento que não passa despercebido aos portugueses e é oportunidade de levar Fátima ainda mais longe. O Centenário não pode reduzir-se à evocação de factos passados: para o Santuário é sobretudo ocasião para divulgar e reavivar a consciência da riqueza e actualidade da mensagem de Fátima e da invulgar capacidade de atração de Nossa Senhora para os crentes. As aparições de Fátima são um acontecimento marcante na Igreja Católica, não apenas pela importância que assumiram para inúmeras pessoas e pela sua enorme divulgação no mundo, mas também pela íntima ligação à mensagem evangélica, pela profundidade com que marcam a vivência da fé de muitos católicos e pelo alcance profético dos seus apelos. A Igreja confirmou que a mensagem de Fátima apresenta uma proposta credível e válida de concretização da vida cristã, capaz de abrir horizontes de fé para o futuro da história humana. O Santuário, na celebração do Centenário, privilegia a vertente espiritual e de ref lexão da fé, bem como a dimensão celebrativa e festiva. Mas também têm lugar nestas comemorações as iniciativas de âmbito cultural e social. Também as restantes forças vivas de Fátima se associam à celebração deste evento significativo, com iniciativas em conformidade com a sua identidade. Em 13 de Maio de 2010, o Papa Bento XVI, designava o Santuário de Fátima como o “coração espiritual de Portugal”. Se assim é, acredito que o Centenário de Fátima não deixará nenhum português indiferente.

NOTA: O Reitor Padre Carlos Cabecinhas optou por escrever de acordo com a antiga ortografia

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PADRE CARLOS CABECINHAS

Reitor do Santuário de Fátima

A MENSAGEM DE FÁTIMA APRESENTA UMA PROPOSTA CREDÍVEL E VÁLIDA DE CONCRETIZAÇÃO DA VIDA CRISTÃ, CAPAZ DE ABRIR HORIZONTES DE FÉ PARA O FUTURO DA HISTÓRIA HUMANA


Breves Casa do Povo de Fátima em competição mundial de dança Nem só de religião vive Fátima. A Casa do Povo local vai estar representada por quatro bailarinas no Dance World Cup 2015, que vai decorrer de 27 de junho a 4 de julho, em Bucareste, capital da Roménia. Será a segunda vez que a coletividade estará representada nesta competição de dança à escala global.

Troço entre Gaia e Fátima candidato a Itinerário Cultural Europeu A criação do primeiro troço oficial para peregrinos, que vai ligar Gaia e Fátima, com o objetivo de tirar as pessoas das estradas com maior movimentação de trânsito automóvel, vai motivar uma candidatura a Itinerário Cultural Europeu, rótulo atribuído pela União Europeia. A entidade certifica um conjunto de itinerários considerados fundamentais para a construção da identidade europeia, como é o caso do Caminho de Santiago, que foi o primeiro a ser certificado. Espera-se que este troço português seja o próximo.

Cardeal Manuel Clemente com novas funções no Vaticano O Papa Francisco escolheu o cardeal patriarca de Lisboa para pertencer à Congregação para o Clero, cargo que acumula no Vaticano com as funções que já exercia no Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. Entre as novas tarefas, o cardeal Manuel Clemente passa a colaborar no processo de nomeação dos bispos de todo o mundo.

Coimbra e Fátima unidas por corrida noturna

“Para que a fé não nos mova as montanhas”. Foi sob este tema que 30 atletas do Coimbra Trail Running, uma equipa de atletismo que foi oficializada no início deste ano, correram cerca de 100 quilómetros entre a cidade dos estudantes e o Santuário de Fátima, a 10 de abril. A corrida foi feita maioritariamente à noite, quase sempre por trilhos, numa duração aproximada de 14 horas.

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Universidade em Roma recebe fórum sobre Fátima A Pontifícia Universidade Antoniana, em Roma, vai receber um fórum internacional de Mariologia [conjunto de estudos teológicos sobre Maria, mãe de Jesus Cristo], dedicado exclusivamente a Nossa Senhora de Fátima. O evento, que decorre entre 7 e 9 de maio, tem sido apresentado aos devotos como “um encontro de todos os amigos e devotos de Nossa Senhora de Fátima, em Itália”. Os trabalhos têm entrada livre e gratuita.

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Sebastian Steudtner na maior onda do mundo surfada em 2014

WSL - Bruno Aleixo

WSL - Steve Vanhemelryck

#1

O açoriano Hugo Vau é o português com maior prestígio internacional no surf de ondas grandes

O GIGANTESCO PODER DO CANHÃO DA NAZARÉ Nem a sazonalidade resiste aos efeitos das ondas gigantes, que atraem ao oeste português surfistas e curiosos de todo o mundo. Imagens da Praia do Norte chegam às maiores estações televisivas e aos jornais mais reputados, para além de serem utilizadas em ações de divulgação internacional de Portugal. POR LUÍS CARLOS SOARES

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WSL - Mark Wengler

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Ross Clarke-Jones é um dos australianos que atravessam o mundo para chegar à Nazaré

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ma onda surfada na Praia do Norte, na Nazaré, valeu o prémio de maior onda do ano ao alemão Sebastian Steudtner, na edição deste ano dos XXL Big Wave Awards, prémios tutelados pela World Surf League (WSL). Entre as cinco ondas finalistas, três foram surfadas na mesma praia, a 11 de dezembro do ano passado. A vila da Nazaré voltou a estar nas bocas do mundo, o que é recorrente desde que o norte-americano Garret McNamara entrou no Guinness com o recorde de maior onda alguma vez surfada (23,77 metros), em novembro de 2011. A vila no oeste do país tem colhido os dividendos das ondas gigantes. Uma das mudanças passa pelo dissipar da sazonalidade inerente à generalidade dos destinos balneares portugueses,

que depois de hotéis e restaurantes cheios no verão, se queixam de pouca afluência na época baixa. O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Walter Chicharro, confirma: “Sempre que há um apelo de ondas gigantes, o que pode acontecer entre outubro e janeiro, a Nazaré fica com os hotéis e restaurantes cheios, e o comércio local trabalha muito mais. Muitas vezes até se consegue bater recordes da época alta”, conta à Revista PORT. COM. O canhão da Nazaré conta ainda com a particularidade de atrair muitos estrangeiros, “dado que o mundo do surf já um mundo globalizado”, descreve o autarca. Estes turistas provêm de países com uma maior capacidade financeira do que aqueles que costumam afluir à vila nos meses de verão.

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Nos dias 11 e 12 de dezembro do ano passado, “a Câmara Municipal fez uma campanha de comunicação muito forte a alertar para uma ondulação gigante, com ondas que provavelmente poderiam valer novos recordes”, o que fez com que a Nazaré recebesse praticantes e curiosos provenientes das mais diversas geografias, “desde europeus a norte-americanos, australianos e neozelandeses”. Repercussão mediática em todo o mundo Para além de Steudtner, dessa comitiva internacional faziam parte nomes de surfistas conhecidos por se aventurarem nas maiores ondas do mundo, como o australiano Ross Clarke-Jones, o inglês Andrew Cotton e o francês Benjamin Sanchis. Clarke-Jones e o português Hugo Vau surfaram as outras ondas nazarenas finalistas nos XXL Big Wave Awards.

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DESPORTO

As imagens e novidades recolhidas pelos muitos fotógrafos e jornalistas, também provenientes de diversos países, permitiram que “no dia 11 de dezembro, a Nazaré tenha sido a localidade portuguesa mais referida em notícias internacionais, superando inclusivamente Lisboa, que ultimamente tem tido uma valorização brutal em termos turísticos”, revela o autarca da Nazaré.

A praia da vila é a mais procurada no verão, época em que regressam os emigrantes nazarenos

Os dados provêm de um estudo da Cision, que mostra que as ondas surfadas no canhão da Nazaré tiveram repercussão em órgãos de comunicação social em países dos cinco continentes, nas grandes cadeias televisivas internacionais, em jornais de referência como o New York Times e o inglês The Guardian, e até num jornal chinês com uma tiragem diária de um milhão de exemplares. Com a presença de três ondas entre as cinco finalistas dos XXL Big Wave Awards, Walter Chicharro espera que “de uma vez por todas se desmistifique o papel da Praia do Norte, da Nazaré e de Portugal no mapa mundial das ondas gigantes, que continua muito centrado em Mavericks [ao largo da costa de São Francisco, Califórnia] e Jaws [na ilha havaiana de Maui]”. Para além das ondas nazarenas, as outras duas ondas nomeadas foram surfadas em Cow Bombie, no sudoeste da Austrália. Por cá, o Governo até aproveita as ondas da Praia do Norte como fator de promoção e fator de atração de investimento estrangeiro para Portugal, como aconteceu numa recente visita ao México do vice-primeiro-ministro Paulo Portas. Dentro ou fora da água, já poucos parecem ter dúvidas do gigantesco poder do Canhão da Nazaré.

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ÉPOCA ALTA CONTINUA A SER DAS ONDAS PARA AS FAMÍLIAS As ondas gigantes permitem ao município potenciar a divulgação das ondas mais procuradas no verão, as da praia da vila. Não é preciso ser-se o Hugo Vau ou o Garret McNamara para desfrutar destas, onde até miúdos de dois anos podem estar, desde que obviamente acompanhados pelos pais. O verão continua a ser a época em que o concelho recebe mais emigrantes nazarenos, principalmente aqueles que partiram para países europeus, como França e Alemanha. Também estes estão a par dos acontecimentos na Praia do Norte.

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Walter Chicharro já teve oportunidade de visitar comunidades nazarenas no Canadá, em Toronto e em Leamington, “onde foi percetível a vaidade e o quão gratificante é, para eles, ver a Nazaré nas bocas do mundo”.


Breves Benfica campeão de hóquei em patins

A equipa encarnada assegurou a conquista do título de campeão nacional de hóquei em patins, ao derrotar o FC Porto, por 5-1, na antepenúltima jornada do campeonato, em partida realizada no Pavilhão da Luz. Ao suceder ao Valongo e garantir o 22º título do historial, o Benfica desempatou o palmarés em relação ao FC Porto, que tem 21 campeonatos.

Sporting, Oliveirense, Óquei Barcelos e Benfica disputam Taça de Portugal O Sporting vai defrontar a UD Oliveirense e o Óquei de Barcelos vai jogar contra o Benfica, nas meias-finais da Taça de Portugal em hóquei em patins, a 23 de maio. Os vencedores de ambas as partidas vão defrontar-se no dia seguinte, 24 de maio, na final da competição. Esta “final four” vai ter lugar no pavilhão da UD Vilafranquense, em Vila Franca de Xira.

Estoril recebe prova da Seat Eurocup Manuel Gião (na foto) volta a lutar pelo título de campeão na Seat Leon Eurocup, depois de ter terminado o campeonato do ano passado como segundo piloto com mais pontos, apenas atrás do espanhol Pol Rosell. O português corre em casa na segunda prova da temporada, que terá lugar no Autódromo do Estoril, entre 9 e 10 de maio.

Rally de Portugal regressa ao norte A emblemática prova de automobilismo está marcada para este mês, entre os dias 21 e 24. No regresso ao norte, após nove anos no Algarve, a primeira classificativa tem lugar em Lousada e a última em Fafe, com passagem por concelhos como Viana do Castelo, Caminha e Baião. Sébastien Ogier (na foto) chega a Portugal como líder do campeonato do mundo. O francês venceu as duas últimas edições do Rally de Portugal.

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Rui Costa quarto em clássica na Holanda O ciclista português terminou na 4ª posição, com o mesmo tempo que o vencedor (o polaco Michal Kwiatkowski), da 50ª edição da Amstel Gold Race, “clássica” holandesa de um dia conhecida por ter mais de 30 subidas ao longo de 256 quilómetros.

ABC na final da Taça Challenge de andebol A equipa de Braga vai discutir o título da segunda competição europeia mais importante da modalidade com os romenos do Odorhei. A final é disputada a duas mãos, a primeira no pavilhão do ABC, no fim de semana de 16/17 de maio, e a segunda em casa dos romenos, no fim de semana seguinte. Esta será a terceira final europeia do currículo do clube minhoto, depois da Liga dos Campeões de 1993/94 e da Taça Challenge de 2004/05, ambas perdidas.

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DESPORTO

SPORTING VENCE A SEGUNDA MAIOR PROVA EUROPEIA DE HÓQUEI EM PATINS A equipa leonina venceu a Taça CERS, 31 anos após a última conquista na prova. O hóquei em patins nacional vive um bom momento, depois de triunfos internacionais da seleção portuguesa e da equipa feminina do Benfica. No ano em que reintegrou a equipa sénior de hóquei em patins, o Sporting conquistou a Taça CERS, a segunda principal prova europeia da modalidade. Os leões bateram na final, disputada a 26 de abril, a equipa catalã do Reus, que praticamente jogava em casa, uma vez que o jogo teve lugar em Igualada, na Catalunha. A vitória do Sporting, que reconquista um título que lhe escapava desde 1984, só se concretizou no desempate por grandes penalidades, com dois remates certeiros para os portugueses e apenas um para o Reus. Após o tempo regula-

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mentar e o prolongamento, registou-se um empate a duas bolas. Este feito era difícil de imaginar há dez anos, quando a equipa sénior dos leões foi extinta, por decisão da direção presidida por Soares Franco. Na altura, nem todos os sportinguistas desistiram do hóquei leonino. Gilberto Borges, um engenheiro de formação, pegou na equipa de forma autónoma, tornandose presidente da Secção de Hóquei em Patins do Sporting, que foi subindo escalões, desde a IIIª Divisão até à Primeira.

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A proeza europeia foi alvo de reconhecimento pelo universo sportinguista. O presidente do clube, Bruno de Carvalho, marcou presença na final. Quando a comitiva leonina regressou a Portugal, cerca de um milhar de adeptos esperavam a equipa no Aeroporto de Lisboa, para festejarem o feito. O hóquei em patins português atravessa um dos melhores momentos dos últimos anos. No início de abril, a seleção nacional da modalidade conquistou a Taça das Nações, após vencer a Espanha (por 3-2), na localidade suíça de Montreux, alcançando o seu quarto título seguido e o 18º da história da competição, que acumula 66 edições. Antes disso, em março, a equipa feminina do Benfica venceu pela primeira vez a Taça Europeia, ao derrotar na final a equipa francesa do Coutras (por 5-2), em jogo disputado em Manlleu, Espanha. Em nove edições da competição, o conjunto encarnado tornou-se a primeira equipa não-espanhola a sagrar-se campeã europeia.


Breves Sporting e Braga disputam final da Taça de Portugal

Vítor Pereira campeão grego O Olympiacos conquistou o quinto título consecutivo de campeão da Grécia, o primeiro do treinador português. O técnico, que também soma dois títulos de campeão de Portugal (ambos pelo FC Porto), assumiu o comando técnico do Olympiacos em janeiro, quando o clube estava no segundo lugar, a um ponto do PAOK de Salónica. Em menos de meio ano entregou o 42º título de campeão grego à equipa de Atenas.

O último jogo da presente edição da prova-rainha do futebol português está marcado para 31 maio, no Estádio Nacional do Jamor, como dita a tradição. A equipa lisboeta vai tentar chegar ao 16º título na competição, que já não vence desde 2008. O conjunto minhoto procura alcançar a segunda Taça de Portugal, à imagem do feito alcançado na já longínqua temporada 1965/1966. O encontro terá transmissão televisiva em direto, na RTP1 e RTP Internacional.

Mais uma marca histórica para Cristiano Ronaldo

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O craque português tornou-se no primeiro jogador, que alinha numa equipa do futebol espanhol, a marcar, por época, mais de 50 golos, em cinco consecutivas. Desde que veste a camisola do Real Madrid, apenas na temporada de estreia, 2009/2010, não superou o impressionante registo, ao marcar “apenas” 33 golos. CR7 detém uma incrível média de mais de um golo por cada jogo oficial que disputa pelo seu atual clube.

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DESPORTO

NOVOS ROSTOS DA SELEÇÃO NACIONAL João Mário, Bernardo Silva, José Fonte, Paulo Oliveira e André André são alguns dos jogadores que somaram a primeira internacionalização AA pela mão de Fernando Santos. Entre talentos promissores e ativos seguros, conheça as novas armas da seleção portuguesa de futebol.

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ernando Santos tem tido um trajeto positivo desde que assumiu o comando da seleção portuguesa de futebol, com três vitórias no mesmo número de jogos de qualificação para o EURO 2016, contra Dinamarca, Arménia e Sérvia. Estes resultados permitem a Portugal liderar isoladamente o Grupo I, apesar da derrota somada na primeira jornada, contra a Albânia, ainda sob o comando de Paulo Bento. Nos jogos “amigáveis” realizados, também três, o pecúlio do engenheiro não é tão positivo, com derrotas contra França e Cabo Verde, com uma vitória frente à Argentina pelo meio. No conjunto destes seis jogos, o antigo

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André André e Bernardo Silva disputam a bola num treino no Estádio Nacional

selecionador da Grécia já permitiu a estreia de 13 jogadores pela seleção portuguesa. Para além da recente vaga de lusodescendentes, composta por Anthony Lopes, Raphaël Guerreiro, Cédric Soares e Adrien Silva (de que falámos na edição de março), Santos já concedeu a primeira internacionalização AA a João Mário, José Fonte, Tiago Gomes, Paulo Oliveira, André Pinto, Bernardo Silva, Ukra, André André e Danilo Pereira. A Revista PORT.COM traça

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o perfil aos recentes estreantes com mais possibilidades de continuarem a ser opção regular na seleção portuguesa de futebol.

TRABALHAM PARA ESTAR ENTRE OS ELEITOS PORTUGUESES PARA O EURO 2016, EM FRANÇA


José Fonte Defesa central de grande envergadura, o capitão dos ingleses do Southampton teve de esperar até aos 30 anos de idade para somar a primeira internacionalização AA, no particular contra a Argentina. Tem feito parte de todas as convocatórias de Fernando Santos, e cumpriu quando foi chamado a substituir Ricardo Carvalho logo ao minuto 17 do importante duelo contra a Sérvia. Uma alternativa válida para o eixo da defensiva portuguesa.

Paulo Oliveira Também defesa central, foi uma das grandes confirmações da temporada do futebol português que está a chegar ao fim, ao confirmar no Sporting os pergaminhos que havia evidenciado como patrão da defesa do Vitória de Guimarães, apesar de ter apenas 23 anos. Não é um portento físico, mas tem grande inteligência tática e técnica. Continuará a evoluir sob o olhar atento de Fernando Santos.

João Mário

Paulo Oliveira, André André e Bernardo Silva estrearam-se na mesma noite que o novo equipamento alternativo, na derrota frente a Cabo Verde (0-2)

Tinha apenas 21 anos quando, a 11 de outubro do ano passado, Fernando Santos o chamou para se estrear com a camisola da seleção AA portuguesa, naquela que também era a estreia do selecionador. O adversário era a França, que já ganhava por 2-0, e iria substituir Cristiano Ronaldo. O médio do Sporting não

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vacilou, e logo no primeiro minuto em campo furou na grande área gaulesa e “arrancou” um penalty, que Quaresma transformaria em golo de Portugal. Desde então, ninguém tem dúvidas que é uma opção de valor para o presente e o futuro da “Equipa das Quinas”.

André André Para além de encher o centro do campo do Vitória de Guimarães, tem pernas para se chegar frequentemente a zonas mais adiantadas, sendo inclusivamente o melhor marcador da equipa que capitaneia. Estreou-se pela seleção no malogrado desaire contra Cabo Verde, mas aos 25 anos é um valor seguro do futebol português, para continuar a seguir com atenção.

Bernardo Silva Nos últimos anos não faltaram vozes a apontar este miúdo como o sucessor de Rui Costa como organizador do futebol ofensivo do Benfica e da seleção de Portugal. Jorge Jesus preferiu outras opções, Leonardo Jardim aproveitou para lhe dar estaleca internacional. As exibições do médio criativo de 20 anos com a camisola do Mónaco auguram-lhe um futuro extremamente promissor, o que só poderá ser positivo para a seleção de Portugal.

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GASTRONOMIA

PORTUENSES SÃO TRIPEIROS HÁ 600 ANOS A preparação da primeira aventura dos Descobrimentos, em 1415, deu origem a um dos mais emblemáticos pratos da gastronomia portuense e portuguesa. Este mês, no qual se comemora o aniversário das Tripas à Moda do Porto, vão ser apresentadas novidades que até lhe gabam o valor nutricional.

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á 600 anos que os habitantes da cidade do Porto devem o cognome tripeiros às Tripas à Moda do Porto. E desde então que dele muito se orgulham, pois é como um testemunho da sua generosidade. Há várias versões sobre a origem deste ícone da gastronomia do Porto. Os tripeiros, e os historiadores, preferem a versão que retrocede a 1415. Por ordem do Infante D. Henrique, foi construída uma armada de mais de 70 embarcações nos estaleiros de Miragaia, na margem portuense do Douro. O seu destino, inicialmente desconhecido, acabou por ser a cidade norte-africana de Ceuta, rapidamente conquistada. Esta acabaria por ser a primeira aventura marítima portuguesa, que daria origem ao mais poderoso movimento de internacionalização do nosso país e do nosso povo: os Descobrimentos.

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Como aconteceu noutros episódios marcantes da história de Portugal, os portuenses empenharam-se profundamente no sucesso da iniciativa. Não só construíram as embarcações como as guarneceram com toda a carne que havia na região, devidamente salgada para se conservar. Para alimentação da população não restaram mais do que as miudezas dos animais, que houve que aproveitar com criatividade. Foi com este importante momento da história de Portugal que, em mais uma prova da tradicional generosidade das gentes do Porto, terão sido criadas as Tripas à Moda do Porto. Tratadas condignamente pelos restaurantes Os portuenses têm sabido estimar a iguaria gastronómica da cidade, tanto com as cozinheiras domésticas que se esmeram na confeção do prato, como nos restaurantes que o apresentam nas suas

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ementas. Prova deste empenho é a existência da Confraria das Tripas à Moda do Porto, que se desdobra em iniciativas para realçar o valor gastronómico, o significado histórico e o interesse popular, turístico, cultural e económico do prato. O fundador e desde então presidente da confraria é Manuel Moura, que é da opinião que “neste momento há vários restaurantes no Porto que apresentam as tripas condignamente”. A popularidade turística da cidade invicta também contribui para o bom momento, mas segundo este proprietário de um restaurante, obviamente especializado no prato, nem sempre foi assim.


A popularidade de outras iguarias gastronómicas locais também não é problema: “As tripas convivem muito bem com a Francesinha ou o Bacalhau à Gomes de Sá, é bastante frequente ver-se na mesma mesa umas pessoas a comerem um e outras tantas a comerem outro”, explica Manuel Moura. O que realmente importa é a qualidade do feijão, da mão de vaca, do chouriço, do salpicão, entre outros ingredientes, presentes na receita na página seguinte. Um prato equilibrado… com moderação

Feijão, mão de vaca, chouriço e obviamente estômago de vaca, as tripas por definição, são ingredientes que distinguem a qualidade do prato

“As tripas estiveram mal divulgadas durante vários anos”, o que constituiu um fator motivador da criação da confraria há aproximadamente uma década, “no tempo das vacas loucas”, polémica que também arriscou ser um percalço à popularidade do prato. Atualmente, nem “essa espécie de inventores que vão aparecendo com ideias para tentar mudar o formato e o paladar das tripas” parece incomodar, dado que “isso acaba por nunca resultar, porque as pessoas gostam destes pratos tradicionais, como as tripas ou o Cozido à Portuguesa, como eles são originalmente”.

Uma refeição de Tripas à Moda do Porto é, por regra, um acontecimento, daqueles que preferencialmente são partilhados com vários familiares ou amigos. Nessas refeições-acontecimento também é usual aparecer um elemento que se lembra de vaticinar um pecado para a dieta em vigor. Mas e se lhe dissermos, que as tripas em si são um alimento bastante equilibrado? Esta foi a conclusão de uma análise laboratorial feita por elementos da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNA). “As tripas em si, ou seja, estômago de vaca, são um alimento muito pobre em gordura”, revela a professora Patrícia Padrão. Esta é uma das conclusões que vão ser avançadas a 14 de maio, num ciclo de conferências sobre o 600º aniversário das Tripas à Moda do Porto, que terá lugar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto. “Se um prato de tripas for confecionado sem excesso de chouriços e outras gorduras, e for consumido em

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Tapeçaria alusiva à generosa doação de toda a carne por parte dos portuenses, presente nos Paços do Concelho do Porto

quantidades normais, constitui um prato equilibrado nutricionalmente”, acrescenta a professora. Com a aprovação dos consumidores há vários séculos e agora também dos especialistas em nutrição, e fazendo jus às palavras de Manuel Moura, “as Tripas à Moda do Porto estão ótimas, de boa saúde e recomendam-se”.

Onde comer o prato centenário? A Revista PORT.COM apresenta uma lista de restaurantes portuenses peritos na confeção e apresentação de Tripas à Moda do Porto: Casa Nanda Rua da Alegria, 394 Restaurante Líder Alameda Eça de Queirós, 120 Restaurante Pombeiro Rua Capitão Pombeiro, 218 Restaurante Tripeiro Rua Passos Manuel, 195

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GASTRONOMIA

RECEITA

TRIPAS À MODA DO PORTO

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ara além da história mais conhecida da origem desta iguaria gastronómica portuguesa, que é contada nas páginas anteriores, há outras versões. Uma delas aponta a origem do prato para o tempo das Cruzadas, quando o bispo do Porto convenceu os cruzados a ajudar à defesa de Lisboa. Para ajudar, a população terá dado a carne e ficado com as tripas. Outra versão aponta para as lutas liberais, quando os sitiados no Porto, depois de terem comido toda a carne, terão passado a comer as tripas. A receita do prato é mais consensual do que a sua origem.

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Ingredientes para dez pessoas: •

1 kg de tripas (estômago) de vitela;

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1 mão de vitela; 150 g de chouriço de carne; 150 g de orelha de porco; 150 g de toucinho entremeado ou presunto; 150 g de salpicão; 150 g de carne de cabeça de porco; 1 frango ou meia galinha; 1 kg de feijão manteiga; 2 cenouras; 2 cebolas; 1 colher, das de sopa, de banha; 1 ramo de salsa; 1 folha de ouro; Pimenta e sal.

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Preparação: Depois de bem lavadas, as tripas são esfregadas com limão e sal grosso. Cozer em água abundante, com sal, até ficarem bem cozidas. Limpar a mão de vitela e cozer à parte. Noutro recipiente, cozer as restantes carnes e o frango. Cozer o feijão, que já está demolhado, com as cenouras às rodelas e uma cebola aos gomos. Picar a cebola e “estala-se” na banha. Juntar as carnes cortadas em bocados (incluindo as tripas e os enchidos) e deixar apurar um pouco, introduzindo de seguida o feijão já cozido. Temperar com sal, pimenta preta moída na altura, louro e salsa. Deixar apurar bem e depois retirar a salsa. Serve-se em terrina, polvilhado com cominhos ou salsa picada, e acompanha-se com arroz branco seco.


Breves Uma das garrafas mais antigas da Porto Ferreira em leilão solidário O leilão de uma garrafa de Porto Ferreira Vintage 1815 terá lugar na Torre de Londres, no próximo dia 7 de maio, no âmbito das comemorações do bicentenário da célebre batalha de Waterloo, em que o Duque de Wellington pôs termo ao império de Napoleão. O valor arrecadado pela garrafa de Vinho do Porto mais antiga da Ferreira, batizada pelos ingleses de “Waterloo Vintage”, será doado à APELA – Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Super Bock e Pedras reconhecidas internacionalmente

Oeiras prepara primeiro festival de sushi da Europa

As marcas da Unicer voltaram a subir ao topo da classificação na competição internacional Monde Selection de la Qualité, o que lhes permitiu trazer para Portugal novos galardões. Se a gama original da cerveja Super Bock já soma 32 medalhas de ouro consecutivas, a Água das Pedras arrecadou três novas Grandes Medalhas de Ouro, totalizando 14 galardões na categoria máxima deste reconhecido concurso internacional.

O Sushi Fest vai ter lugar no Palácio Marquês de Pombal, entre os dias 2 e 4 de julho, onde vai reunir vários chefs de sushi, atuações de alguns dos mais conhecidos nomes da música portuguesa e ainda uma área dedicada à cultura japonesa.

Mateus Rosé entre as 50 marcas de vinho mais admiradas A reconhecida marca da Sogrape Vinhos integra, pelo terceiro ano consecutivo, um ranking que elenca as 50 marcas de vinho mais admiradas do mundo, publicado pela revista Drinks International. A Mateus Rosé é a única marca portuguesa representada no painel, entre nomes como Château Margaux, Casillero del Diablo e Jacob’s Creek.

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Paris já tem data para mostrar o melhor do mundo da pastelaria, Portugal inclusive A Europain & Intersuc, encontro mundial da padaria, pastelaria, geladaria, chocolataria e confeitaria, que se realiza de dois em dois anos em Paris, já tem datas para a edição de 2016, entre 5 e 9 de fevereiro. O famoso salão prepara-se para voltar a pôr à disposição de todos os profissionais de padaria-pastelaria, a mais vasta e inovadora oferta em equipamentos, matérias-primas, produtos e serviços. Portugal foi um dos 138 países representados em 2014, por empresas como a Panidor, a Balanças Marques e a Ramalhos.

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CULTURA

MUSEU DOS COCHES 110 ANOS DEPOIS, UM NOVO COMEÇO Espaço de preservação da história de Portugal e valioso ativo turístico, o novo Museu Nacional dos Coches é inaugurado em dia de aniversário.

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ro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Centro Cultural de Belém ou o Museu Nacional da Arqueologia.

existência de um Museu Nacional dos Coches é um facto que os portugueses dão por garantido há várias gerações. Todos sabemos que é em Lisboa, que é muito popular entre os turistas que nos visitam e que guarda a viatura de passeio na qual foram mortos o rei D. Carlos I e o herdeiro do trono, o príncipe D. Luís Filipe, a 1 de fevereiro de 1908. Mas o museu até já existia antes deste momento marcante na história de Portugal. Inaugurado a 23 de maio de 1905, cumpre este mês 110 anos, aniversário assinalado com a abertura de um novo espaço, o novo Museu Nacional dos Coches.

Ocupa agora 15 177 metros quadrados nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, nos quais cabem um pavilhão principal e um anexo. O primeiro inclui uma nave suspensa para as galerias de exposições, sala de exposições temporárias, laboratório, serviço educativo, oficina de conservação e restauro, entre outros. O segundo incorpora os gabinetes da direção, os serviços administrativos, o auditório informal e um restaurante, que é uma das principais novidades.

Não se muda para longe. Praticamente aproxima-se apenas umas dezenas de metros do rio Tejo, sem abandonar Belém, onde preserva vizinhos distintos como o Palácio Nacional de Belém (sede da Presidência da República), o Mostei-

“A disposição destes espaços cria um pórtico para uma espécie de praça interna”, descreve a Direção-Geral do Património. De resto, dar vida ao espaço exterior, apresentando-o como um lugar público, “é um dos principais desafios

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Este carro triunfal integrou o cortejo da embaixada enviada pelo rei D. João V ao Papa Clemente XI, em 1716

deste projeto”, complementa a entidade estatal, em declarações em exclusivo à Revista PORT.COM. Este dinâmico projeto arquitetónico nasce de uma parceria luso-brasileira, entre os ateliers portugueses Bak Gordon Arquitetos e Nuno Sampaio Arquitetos, e o atelier brasileiro MMBB Arquitetos. Mais tecnologia, a mesma distinta coleção No que toca ao interior do novo museu, preserva a coleção classificada oficialmente como Tesouro Nacional, que tantos visitantes cativa anualmente. Em 2014, o Museu Nacional dos


Museu Nacional dos Coches / José Paulo Ruas / Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF)

O edifício do novo Museu dos Coches inclui um pavilhão principal e um anexo

Coches contabilizou 206 887 entradas, um aumento face aos 189 088 visitantes em 2013, mas mesmo assim insuficiente para impedir que o Museu de Arte Antiga o ultrapassasse como o museu mais visitado de Portugal, rótulo que acumulava há alguns anos. A já referida viatura de passeio na qual foi morto o penúltimo rei de Portugal, que desde então é conhecida como Landau do Regicídio, fez a curta viagem entre o antigo e o novo museu. O mesmo trajeto também foi feito por vários coches, berlindas, carruagens, seges, carrinhos de passeio, liteiras, cadeirinhas e carrinhos para criança, que permitem ao visitante a compreensão da evolução técnica e artística dos meios de transporte de tração animal utilizados pelas cortes europeias até ao aparecimento do automóvel.

A DIREÇÃO-GERAL DO PATRIMÓNIO CLASSIFICA A COLEÇÃO COMO A MAIS IMPORTANTE DO MUNDO DE VEÍCULOS PUXADOS A CAVALO Para além do Landau do Regicídio, na coleção exposta destacam-se o raro exemplar de coche de viagem de Filipe II, construído em Espanha em finais do século XVI, ou seja, um dos modelos de coche mais antigos que se conhece. Particular relevo também para os três monumentais coches da embaixada enviada pelo rei D. João V ao Papa Clemente XI, em 1716, viaturas únicas no mundo.

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Um conjunto significativo de arreios de cavalaria, fardamentos de gala e de serviço aos coches, um núcleo de armaria e acessórios de cortejo setecentistas, também fazem parte da coleção, assim como retratos a óleo dos monarcas da dinastia de Bragança, antigos proprietários dos carros expostos. Espaço ainda para um conjunto de desenhos, gravuras e fotografias relacionados com as peças ou com a história do museu. Esta coleção continua a ser considerada única no mundo, devido à variedade das viaturas de aparato dos séculos XVII, XVIII e XIX, na sua maioria provenientes dos bens da coroa ou propriedade da Casa Real portuguesa. Desde 1905 que é apresentada aos visitantes com dignidade, mas no novo museu contará com um reforço do cada vez mais valioso contributo tecnológico, como projeções e som

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CULTURA

que proporcionam uma contextualização histórica, técnica e artística da maior parte dos itens expostos. Esta aposta na inovação é feita com parcimónia, de forma a não chocar os mais puristas. Mesmos estes sabem que na atualidade poucos são os museus do mundo que ousam abdicar de recursos tecnológicos. Um dos atrativos recentes mais apreciados no antigo Museu dos Coches, sobretudo pelo público mais jovem, passava por uma aplicação para smartphones, com um jogo que colocava à prova os conhecimentos dos visitantes sobre os coches. A mentora rainha D. Amélia Com a abertura do novo Museu dos Coches, o Turismo de Portugal ambiciona aumentar exponencialmente o número de visitantes, para aproximadamente um milhão por ano, previsão que certamente permitiria o regresso ao topo da tabela de museus mais visitados do país, até porque quadruplicaria a afluência do antigo museu. Estes números seriam certamente impossíveis de imaginar quando a rainha D. Amélia, esposa do rei D. Carlos I, tomou a iniciativa de o inaugurar, em 1905, com o nome Museu dos Coches Reais.

Coche mandado construir pelo rei D. João V para a Casa Real Portuguesa, no século XIX

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Landau do Regicídio, a viatura de passeio na qual foram mortos o D. Carlos I (penúltimo rei português) e o herdeiro do trono, príncipe D. Luís Filipe

A primeira apresentação pública das viaturas de gala da Casa Real portuguesa havia tido lugar na Exposição Universal de 1900, em Paris, evento com o objetivo de celebrar as conquistas do século anterior e acelerar o desenvolvimento do seguinte. A curiosidade gerada pela coleção, deu o mote para a abertura de um espaço físico onde pudesse ser apresentada. O local escolhido para a sua instalação, nas quais esteve até este mês, foi o Picadeiro Real de Belém, que deixara de ser utilizado para as funções iniciais e onde já se encontravam armazenadas algumas das principais viaturas da corte. Os antigos carros nobres da Casa Real e respetivos acessórios, que se encontravam dispersos pelos vários depósitos e cocheiras dos palácios reais, convergiram assim para o picadeiro transformado em museu. Da primeira coleção faziam parte 29 viaturas, fardamentos de gala, arreios de tiro e acessórios de cavalaria utilizados pela Família Real. Após a implantação da República, em 1910, o museu passou a designar-se Museu Nacional dos Coches,

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com o espólio a ser enriquecido com outros veículos da Coroa, do patriarcado de Lisboa e de algumas casas nobres, até se tornar na “mais importante coleção mundial de veículos hipomóveis [puxados a cavalo]”, classifica a Direção-Geral do Património. A construção do novo museu foi controversa, tendo sido inclusivamente considerada “um erro”, por parte de elementos do atual governo português. Independentemente de questões políticas, será certamente um dos mais procurados atrativos turísticos de Lisboa, um importante espaço de preservação da tão rica história de Portugal.

Este coche pertenceu a D. Maria Francisca de Sabóia, que esteve casada com D. Afonso VI e D. Pedro II


PORTUGAL QUERIDO:

Portugueses na Argentina resumidos num livro “Portugal Querido” conta 170 histórias que tiveram lugar no país sulamericano. Os relatos de adaptação a uma nova realidade e de saudades do país de origem, têm criado identificação nas diversas comunidades portuguesas, como comprovam as encomendas de diversas geografias.

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ário dos Santos Lopes é um luso-argentino radicado em Puerto Deseado, uma cidade na Patagónia, no sul da Argentina e do continente sul-americano. Numa conversa com os seus irmãos, o empresário Victor e a professora Andrea, decidiu avançar com a redação de um livro que compilasse histórias de portugueses emigrados no país das pampas. A ideia inicial passava por um livro com cerca de 100 páginas, mas as 170 histórias resultantes de mais de 400 luso-argentinos contactados, acabaram num projeto mais ambicioso. “Portugal Querido”, assim se chama o livro, tem 274 páginas, ao longo das quais é possível encontrar histórias como a de Amândio, um português natural de Faro que foi um dos protagonistas do programa de luta livre com mais êxito na história da televisão argentina; ou a história de Joaquim, que durante mais de sessenta anos teve uma oficina de sapateiro em Comodoro Rivadavia, também na Patagónia, onde muitos portugueses se instalaram.

Lugar ainda a histórias da família de Mário, Victor e Andrea (na foto), como a da mãe Maria Luiza, que na viagem de barco entre Portugal e a Argentina, “por entre o medo e a incerteza da aventura na qual se estava a lançar, se agarrou à sua máquina da costura da Singer, o seu grande tesouro, que ainda hoje utiliza”, conta o autor do livro, à Revista PORT.COM. Muitas das histórias partilham temáticas como a adaptação a um estilo de vida completamente diferente, de sofrimento das mulheres mais saudosas, da formação das primeiras coletividades de portugueses na Argentina, para que não se perdessem os costumes culturais e gastronómicos, e a memórias das cidades e aldeias que haviam ficado para trás.

Portugal, criaram expetativas que nem sempre puderam ser cumpridas. Pouco depois de chegarem, muitos apercebiamse que a adaptação não seria fácil, mas já era tarde para regressar. Há relatos no livro de pessoas que não queriam voltar a Portugal derrotadas, pelo que acabaram por redobrar os seus esforços”, acrescenta o jornalista-escritor.

Redobrar esforços para prosperar

As histórias compiladas em “Portugal Querido” tiveram lugar na Argentina, mas podem criar identificação nas diversas comunidades portuguesas. Não estranha assim que as encomendas cheguem não só das diversas regiões argentinas, mas também de outros países por todo o mundo.

A Argentina foi um país próspero na primeira metade do século XX, aberto à imigração proveniente de todo o mundo. Operários da construção civil ou da indústria petrolífera, agricultores, comerciantes, floristas e sapateiros eram algumas das profissões que esperavam os portugueses. Mas nem tudo era perfeito. “O contexto de prosperidade, somado ao exagero das cartas que os emigrantes enviavam para

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O lançamento de uma segunda edição está a ser preparado, assim como a disponibilização da obra em formato e-book. Os interessados podem fazer as suas encomendas através do e-mail lusodescendentes@yahoo.com.ar.

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CULTURA

LISBOA NÃO ESTÁ DOCUMENTADA COMO CAPITAL OFICIAL DE PORTUGAL Desde que o Rei D. Afonso III fez as cortes rumarem de Coimbra para sul, em 1255, não foi assinado nenhum documento a declarar oficialmente o nome da capital nacional, ao contrário do que acontece em muitos outros países.

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temática foi lançada recentemente por Jorge Miguel Rodrigues num portal agregador de notícias online, onde o técnico de turismo argumentava que, ao contrário da grande maioria das capitais mundiais, não há um único documento oficial que declare que Lisboa é a capital de Portugal. E como é que isto aconteceu? Em 1255, o Rei D. Afonso III resolveu mudar toda a sua corte da antiga capital, Coimbra, para Lisboa, que entretanto se tinha tornado a maior e a mais importante cidade do país. Lisboa ganhou impulso para o seu crescimento sobretudo devido às boas condições do seu estuário para acolher navios de mercadorias, atraindo assim cada vez mais população e ganhando um estatuto e uma importância estratégica superiores a Coimbra. Assim sendo, “Lisboa tornou-se apenas capital pela simples razão de se ter tornado a moradia permanente do rei e da sua corte”, conclui Jorge Rodrigues.

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Para fazer a análise das conclusões formuladas pelo técnico de turismo, particularmente sobre o facto de Coimbra continuar a ser a “capital oficial de Portugal”, a Revista PORT.COM consultou o Professor José Pedro Paiva, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. “Nesta época não existia a noção de capital. Lisboa passou a ser regularmente designada como a “corte”, “cabeça do reino”, “cidade principal destes reinos e senhorios de Portugal”, a partir do reinado de D. Manuel I, e jamais perdeu esse estatuto de centralidade, de cidade mais populosa, de sede de governo (quer da Monarquia, quer posteriormente da República) senão, transitoriamente, quando perante as invasões francesas, a corte partiu para o Brasil (1808-1821)”, explica o professor. Por isso, “é certo que não há nenhum documento a instituir a capital de Portugal em Lisboa, nem tão pouco nenhum dispositivo legislativo que decrete ou sancione esta escolha de Lisboa como sede burocrática do poder régio. Mas também é

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D. Afonso III

certo que o conceito de capital não existia no século XVI, quando a corte se fixou em Lisboa definitivamente e, muito menos, no século XIII”, acrescenta. Resumindo e concluindo, apesar de não haver um documento oficial que declare Lisboa como capital de Portugal, não há motivos para que se possa pensar que a Assembleia da República ou a residência oficial do Presidente da República venham a mudar de localidade nos próximos tempos.

LISBOA TORNOU-SE APENAS CAPITAL PELA SIMPLES RAZÃO DE SE TER TORNADO A MORADIA DO REI


Breves Joana Vasconcelos expõe castiçais gigantes em Inglaterra A artista portuguesa concebeu um par de castiçais gigantes a partir de garrafas de vidro, que estão expostos à entrada de Waddesdon Manor, uma casa senhorial inglesa que pertenceu à família Rothschild, a 80 quilómetros de Londres. Cada uma das estruturas de ferro, com sete metros de altura, suporta 256 garrafas de 1,5 litros de vinho Château Lafite Rothschild, produzido em Bordéus, num dos vinhedos da família inglesa, que fez fortuna na banca.

Bailarinos portugueses destacam-se nos EUA Um bailarino leiriense com apenas 11 anos, chamado António Casalinho, venceu pelo segundo ano consecutivo o prémio Hope Award, no Youth American Grand Prix (YAGP), um dos maiores concursos do mundo de dança jovem. Em Nova Iorque, onde estiveram 1300 bailarinos de mais de 300 escolas de 32 países, também estiveram em destaque os jovens bailarinos portugueses Francisco Gomes, Frederico Loureiro e Diogo Oliveira, que arrecadaram lugares no Top 6.

Igreja em Coimbra deixa de ser monumento nacional

Maria Bethânia celebra 50 anos de carreira com concertos em Portugal

A capela-mor da Igreja de São Domingos, na cidade dos estudantes, foi desclassificada como monumento nacional. O motivo? Estar a funcionar um centro comercial no seu interior. Segundo o Diário da República, o que resta da capela-mor “foi de tal forma desvirtuado e descaracterizado que perdeu as características patrimoniais e culturais anteriormente valorizadas e julgadas essenciais à manutenção da classificação de âmbito nacional”.

“Abraçar e Agradecer” é o nome do espetáculo que a cantora brasileira vai trazer a Portugal – dia 24 (no Coliseu do Porto) e 27 de maio (no Coliseu dos Recreios, em Lisboa) – para celebrar meio século de carreira também junto dos portugueses. Para além de músicas que fazem parte do reportório habitual, a artista irá cantar temas compostos especialmente para os espetáculos que assinalam esta efeméride.

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DISCURSO DIRETO

PARTIR PARA INGLATERRA… UMA DECISÃO CERTA Andreia Oliveira nasceu há 27 anos na Póvoa de Lanhoso. Licenciada em Ciências da Comunicação, a primeira experiência a viver e trabalhar fora de Portugal foi na Suíça, onde esteve dois anos. Atualmente encontra-se em Stoke-on-Trent, no Reino Unido

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az precisamente agora dois anos que deixei o país à beira-mar plantado e parti rumo a uma aventura em Terras de Sua Majestade. Não vim sozinha, aliás, nunca estou sozinha. Acredito que aqueles que me querem bem estão sempre comigo. Estejam eles ao meu lado, ou à distância de uma chamada Skype. Para trás deixei um país que não me deu as oportunidades que eu julguei ter à minha espera quando terminasse o curso universitário. Não sinto que fui eu que desisti, não sinto que fui eu que não me adaptei ou que não quis ficar. Apenas sinto que o meu país não foi capaz de me oferecer tudo aquilo a que eu pensava ter direito. Decidi sair e ir em busca de mais. Lembro-me bem daquele dia, estava sol, e eu estava feliz. Sou aventureira por isso deixar Portugal nunca me assustou. Já tinha emigrado anteriormente, para a Suíça, estava preparada para a partida. Mas eu sabia que desta vez iria ser diferente, sabia que desta vez seria o início de uma vida a dois e estava preparada para esta nova aventura. Um país novo, uma língua diferente, uma cultura diferente. Este país, que não é o meu Portugal, que não é o meu cantinho à beira-mar plantado, que não tem o meu bacalhau ou o meu

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vinho do Douro, este foi o país que me recebeu e que me deu a oportunidade de singrar. Fui muito bem recebida. Comecei por trabalhar como rececionista de hotel. O medo de errar era muito, afinal, era um emprego novo e numa língua que não a minha. Colegas que falassem português, não tinha. E contacto com portugueses também era escasso, com a exceção do meu marido e um ou outro hóspede do hotel. Eram recorrentes as conversas com os hóspedes britânicos, que ficavam espantados pelo facto de ter trocado um país de sol como Portugal, pelo céu cinzento de Inglaterra. Eles sabiam o motivo, era apenas uma forma simpática de abordagem ao assunto. Encorajavam-me, desejando-me sorte, e dizendo-me o quão corajoso é preciso ser-se para deixar o nosso país, o nosso conforto, e partir. A minha resposta era sempre a mesma: Coragem têm os que ficam. Aqui, aqui é fácil. Eu escolhi o caminho mais fácil. Fizeram-se novas amizades e uma nova fase nasceu naquele momento. Aquela que se viria a tornar uma das melhores fases vividas até então. O país que me deu a oportunidade de mostrar que sim, que sou capaz. Nunca encarei a emigração como sendo o abandono de algo, muito pelo contrário,

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prefiro acreditar que foi aqui que tudo começou. Se custou sair? Sim, claro que sim. Se custa acordar e saber que não temos a nossa família, os amigos de uma vida connosco? Claro que sim. Custa e isso custará sempre. Mas também sei que os portugueses têm essa capacidade incrível de se adaptar a toda e qualquer circunstância, e que fazem do mais difícil caminho a mais maravilhosa de todas as caminhadas. A prova disso, é o grupo de portugueses com quem tenho o prazer de partilhar o meu local de trabalho, numa empresa de reputação internacional, onde nos foi dada uma oportunidade de mostrarmos que somos competentes, capazes e determinados. Por vezes, é necessário abandonar o “Mundo que conhecemos” em busca de uma nova oportunidade, de uma nova vida, de um novo começo. É sempre altura certa para recomeçar, para fechar janelas e abrir portas. É sempre tempo de conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos e lutar por nós. A minha avó costuma dizer: “Quem muda, Deus ajuda”. E eu acredito que ela tem razão. Não sei se foi Deus que me ajudou, mas sei que esta foi uma decisão acertada. Se penso voltar a Portugal? Claro que sim. Mas para já, apenas em época de férias.


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