Portrait Fanzine nº 07

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CARTA ABERTA Fotografei o primeiro jogo do NBB 10. Paulistano e Bauru em 4 de novembro de 2017. Fotografei o último jogo do NBB 10. Paulistano e Mogi em 2 de junho de 2018. Entre eles, quase sete meses de distância e uma certeza: registrei uma edição fantástica da Liga Nacional de Basquete, talvez a melhor de toda a sua história. Grandes jogos, bons times, craques chegando, craques partindo. Ginásios lotados. Essa edição do NBB foi a minha sétima. Houve jogos em anos anteriores em que tínhamos a bola, os times, os juízes e eu fotografando. Sim, esse cenário mudou quase radicalmente e o basquete brasileiro só ganha com isso. Nessa temporada, trabalhei capturando imagens em 38 jogos. Claro, nada de comer só o filet mignon das finais. Tem que estar lá toda rodada. Fotografei jogos no Paulistano, Pinheiros, Corinthians e Mogi. É tanta foto que cabe de fato criar uma tradição. Esse exemplar da Portrait Fanzine faz um passeio fotográfico pela temporada. Ano passado já fizera isso também, só que agora introduzi coisas novas como, por exemplo. uma entrevista exclusiva com o MVP das finais, Guilhermão, e uma seleção de retratos/portraits em preto e branco. Na contracapa desta edição, uma espécie de capa/fantasia ou/e pôster que produzi antes dos playoffs finais começarem. A revista está bonita. Curta, compartilhe, apresente para os amigos...

SUMÁRIO

Embarquemos...

PROJETO

Alexandre da Costa

o campeão pg. 4 a campanha pg. 6 o elenco pg. 8 a final pg. 10 mvp finais pg. 16 retratos pg. 18 pôster campeão pg. 22 NBB 10 pg. 24


O CAMPEÃO

O MELHOR DO BRASIL Paulistano faz a temporada dos sonhos, aposta na fórmula experiência/juventude novamente e conquista a Liga Nacional de Basquete pela primeira vez textos, pesquisa e fotos: ALE DA COSTA

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Cinco minutos de assustar. Jogo quatro, na casa do rival. A vantagem adversária e a torcida enlouquecida vibrando, fazendo o ginásio tremer. Nenhuma cesta a favor. Dez pontos contra. Sufoco e pressão na saída de bola. Sobreviverá o Paulistano??? Pois é... Time jovem, grupo forte, a equipe da cidade de São Paulo parecia viver um dia normal, um jogo qualquer. Isso porque, com os nervos no lugar, Guilhermão, Jhonatan, Yago e companhia acertaram a pontaria e equilibraram a decisão. Jogada a jogada colocaram a partida, que poderia ser a última para eles e foi, nos eixos. Para quem acompanhou o Paulistano a temporada toda não se abateu com o começo avassalador do Mogi. A equipe de Shamell não tinha como agir de outra forma, claro. Partiu pra cima com tudo, precisava empatar a série final do NBB 10 para levar a decisão para a quinta partida. Mas quando acabou o primeiro quarto, o empate no placar deixava claro que a vida do dono da casa seria complicada a partir daquele momento. Mesmo com a reação mogiana no último quarto, o Glorioso de São Paulo venceu por 82 a 76 e faturou a Liga Nacional pela primeira vez na história. Foi um final épico para uma temporada inesquecível que, de certa forma, começara com derrota. Na final da Liga Nacional anterior,

o Paulistano levou a virada na decisão e acabou derrotado por 3 jogos a 2 contra o Bauru. A nova temporada começou, jogadores como Nesbitt, Fuller e Elinho se juntaram ao grupo que havia perdido George Lucas e Arthur Pecos – melhor sexto homem daquela edição. Gustavo de Conti arrumou as peças nos seus devidos lugares. O ensaio para aquilo que poderia vir a ser fantástico foi o Campeonato Paulista de 2017. Em Franca, a equipe vermelho e branco faturou o caneco inédito. Os times de base fizeram o mesmo. No início desse ano, o escrete sub-20, de forma invicta, conquistou a Liga Desenvolvimento do Basquete Brasileiro. Poderiam haver sinais mais evidentes de que o fim seria diferente em 2018? Ah, não ficou satisfeito. Depois de um começo claudicante no NBB 10, com três derrotas em cinco jogos, o Paulistano se acertou e bateu recordes. Foram 22 jogos sem derrota na fase de classificação. Além disso, o time foi o único da história a passar todo esse período sem perder em casa. E ainda viu se consolidar como craque, um jovem de apenas 18 anos e 1,76 de altura: Yago Mateus. Nos playoffs, sustos contra o Basquete Cearense e Bauru, mas, na final, o timaço da capital paulista não deixou dúvidas e faturou um troféu inédito. Paulistano campeão brasileiro.

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A CAMPANHA

Caminhada gloriosa Paulistano venceu 33 de 41 jogos

A derrota para o Pinheiros fora de casa marcou o inĂ­cio de uma caminhada inesquecĂ­vel: foram 22 jogos invictos na temproada regular

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02.06.2018 26.05.2018 24.05.2018 19.05.2018 14.05.2018 11.05.2018 08.05.2018 05.05.2018 30.04.2018 25.04.2018 22.04.2018 20.04.2018 16.04.2018 27.03.2018 25.03.2018 08.03.2018 03.03.2018 01.03.2018 17.02.2018 15.02.2018 12.02.2018 09.02.2018 07.02.2018 03.02.2018 01.02.2018 22.01.2018 20.01.2018 16.01.2018 14.01.2018 08.01.2018 03.01.2018 23.12.2017 21.12.2017 17.12.2017 11.12.2017 09.12.2017 06.12.2017 16.11.2017 14.11.2017 10.11.2017 04.11.2017

Mogi 76 x 8 Paulistano 8 Paulistano 7 Mogi 82 x 99 Paulistano 8 Bauru 82 x 7 Paulistano 9 Paulistano 5 Bauru 72 x 7 Cearense 57 Paulistano 7 Paulistano 9 Cearense 72 Caxias do Su Joinville 66 Campo Mou Paulistano 10 Paulistano 11 Universo/Vi Cearense 60 Paulistano 7 Paulistano 8 Paulistano 8 Flamengo 71 Minas 80 x 8 Paulistano 8 Paulistano 8 Paulistano 8 Paulistano 7 Paulistano 9 Mogi 80 x 84 Vasco da Ga Botafogo 74 Sorocabana Paulistano 8 Paulistano 9 Pinheiros 81 Paulistano 9 Paulistano 7 Franca 97 x 7 Bauru 72 x 7


A série semifinal contra o Bauru repetia a decisão da temporada anterior. Desta vez, mesmo no sufoco e com emoção, o Paulistano venceu o rival e partiu para a grande final

82 Paulistano 88 x 84 Mogi 70 x 84 Mogi 9 Paulistano 80 x 77 Bauru 75 Paulistano 95 x 64 Bauru 59 x 70 Bauru 78 Paulistano x 98 Paulistano 79 x 68 Cearense 93 x 89 Cearense x 67 Paulistano ul 81 x 80 Paulistano x 86 Paulistano urão 69 x 111 Paulistano 02 x 59 Vasco da Gama 12 x 64 Botafogo itória 68 x 90 Paulistano 0 x 81 Paulistano 73 x 72 Pinheiros 84 x 67 Mogi 84 x 59 Sorocabana 1 x 72 Paulistano 88 Paulistano 88 x 74 Franca 88 x 79 Bauru 88 x 70 Caxias do Sul 75 x 64 Joinville 92 x 67 Campo Mourão 4 Paulistano ama 71 x 77 Paulistano x 93 Paulistano 75 x 78 Paulistano 84 x 66 Universo/Vitoria 96 x 84 Cearense 1 x 65 Paulistano 93 x 86 Minas (77 : 77) 72 x 67 Flamengo 73 Paulistano 71 Paulistano

O começo da temporada trouxe os recém campeões paulistas Lucas Dias, Yago Mateus e Deryk Ramos com os cabelos tingidos de loiro

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O ELENCO

Luis Fernando Victor AndrĂŠ #10

Yago Mateus #2

Nesbitt #25

Alex Doria #13

Lucas Dias #9

8

Deryk #19


Gustavo de Conti Guilherme #77

Dikembe #20

Zoom Fuller #11

Du Sommer #17 Elinho #5

Eddy Carvalho #33

Jhonatan #7

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A FINAL

Decisão maravilhosa Foram quatros jogos na série final da Liga Nacional. Em Mogi, o visitante venceu por 99 a 82. Quando a final desembarcou na cidade de São Paulo, vitória mogiana, 84 a 70. Os playoffs continuaram no ginásio Wlamir Marques, no Corinthians. Desta vez, os comandados de Gustavo de Conti venceram por 88 a 84. Aí, a final retornou à Mogi. Primeiro match point. Paulistano, 82 a 76, campeão

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O jogo quatro foi o último da série final. Mogi de Shamell entrou “on fire”, abriu 10 a 0. Yago Mateus e cia. não tomaram conhecimento do caldeirão mogiano e fecharam a temporada com vitória e título

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Os jogos dois e três das finais foram no Ginásio Wlamir Marques, a casa do Corinthians. Mogi venceu o primeiro duelo empatando a série já que havia perdido em casa. O Paulistano se vingou num jogo emocionante decidido no final e partiu para o jogo quatro com vantagem de 2 a 1. Guilherme Hubner (foto acima), do campeão vermelho e branco, foi eleito o MVP das finais

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A final do NBB 10 exibiu duelos sensacionais ao longo de suas quatro partidas: Deryk x Jimmy; Lucas Dias x Shamell, Yago Mateus x Caio Torres. Mas, no final de tudo, o Paulistano comemorou o tĂ­tulo inĂŠdito na casa do rival

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MVP FINAIS

Sonho gigante

O pivô Guilherme Hubner: campeão e MVP das finais

Quase sempre, Guilhermão me presenteava com uma foto sorrindo. Não, nunca foi sorriso de desdém em relação ao adversário. Nem ironia contra o juiz. O que esse pivô, craque nas cestas de três, me passou foi que o prazer de estar na quadra jogando basquete passava por cima de tudo. Valia sorrir sim! Tanto talento foi brindado com o título nacional e a escolha de MVP das finais do NBB 10. Ele falou com exclusividade para o Portrait Fanzine, confira: Portrait Fanzine - Vocês tiveram uma temporada de sonho. Título paulista, NBB. Você já consegue explicar em palavras o que foi essa temporada? Guilherme Hubner - A temporada 2017/2018 foi um marco muito importante. A equipe, coordenada pelo técnico Gustavo de Conti, foi se alinhando de acordo com o estilo de jogo de cada jogador. A obtenção dos dois títulos, Paulista e o Nacional, foi um sonho realizado a muitas mãos e concretizado a partir de muita dedicação, profissionalismo e superação de todos os jogadores e equipe técnica. PF - Eu estava ali do lado do pódio e vi sua expressão de surpresa ao ser nomeado o MVP das finais. Qual foi a sensação? E ainda você recebeu o troféu “apenas” de um dos maiores jogadores de basquete da nossa história.. GH- O momento da premiação do MVP foi de grande surpresa e gratidão. O Paulistano tem jogadores com grande desempenho em quadra e todos nós nos dedicamos muito para a conquista da título. Ser campeão do NBB e receber o título de MVP das finais é o sonho de todo jogador. Diante das dificuldades que já enfrentei no decorrer da carreira e os crescentes índices de aproveitamento e desempenho em quadra, ver o meu trabalho reconhe-

cido é, sem dúvidas, uma grande alegria e satisfação. A premiação também representa um incentivo para continuar e buscar uma melhora constante nas minhas atuações em quadra. MVP das finais é símbolo de gratidão a Deus e a todos que sempre acreditaram no meu trabalho. PF - Você é um dos poucos atletas a ter participado das dez edições do NBB. Como você analisa o crescimento da Liga nesse tempo? Ela veio pra ficar mesmo? GH - Quero parabenizar a Liga pelas 10 edições e agradecer pelo reconhecimento aos jogadores que participaram dessa trajetória. A Liga Nacional de Basquete tem demonstrado uma crescente satisfatória. Lembro bem das dificuldades das edições iniciais e vejo o quanto quem trabalha pelo basquete e pela competição se dedica pelo sucesso da categoria esportiva. A LNB veio para ficar e acredito no crescente e aprimoramento da competição. PF - O Paulistano, nas duas últimas temporadas, foi uma equipe extremamente jovem. Você ao lado do Jhonatan, do Eddy e do Elinho eram as referências no que se refere à experiência. Essa parceria entre juventude e experiência foi o segredo do Paulistano? GH - A comissão técnica do Paulistano soube aproveitar o melhor de cada jogador para a obtenção do título. A disputa das 10 edições do NBB traz a mim e aos demais jogadores mais experientes o conhecimento e a maturidade da competição. Esta junção da experiência com a jovialidade nos permitiu uma constante troca de aprendizados diários. A contribuição recíproca de cada um para o crescimento do coletivo é o que desenvolveu ainda mais a nossa garra e convicção do vitória! PF - Em 2017, a derrota no quinto jogo final. Nessa temporada, a vitória fora de casa e o título inédito. Não é uma história de cinema (risos) ???? GH - Ano passado, nos aproximamos muito do título. Tivemos a oportunidade de disputar as finais novamente em 2018 e, como história de cinema, obter o final feliz tão esperado pela equipe e pelos torcedores. Sabíamos das dificuldades do percurso, mas o título era o objetivo e trabalhamos muito para isso. Primeiramente, ganhamos o título do campeonato paulista, na sequência, tivemos uma série de 22 vitórias seguidas no NBB. Tudo isso demonstrou que estávamos no caminho certo de um trabalho de muita dedicação. A vitória foi o resultado merecido de um conjunto de atores, onde a torcida foi o sexto jogador que estimulou e principalmente, acreditou no nosso trabalho.

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RETRATOS

Talentos em preto e branco

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Basquete é ação pura. No entanto, se você parar pra notar as singularidades desse esporte, encontrará dramas, silêncio, poesia e beleza. O jogo revela seu lado desconhecido para as lentes do fotógrafo. 19


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PAULISTANO CAMP


PEÃO NBB 10 2017/18


NBB 10

TEMPORADA INESQUECíVEL As lentes do Portrait fotografaram 38 jogos, da primeira partida realizada em 4 de novembro de 2017 até o jogo 4 final vencido pelo Paulistano em dois de junho passado. Resultado disso? Centenas de imagens que contam a belíssima história do NBB 10, algumas delas desfilarão pelas próximas páginas.

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O Paulistano teve uma temporada sensacional. Venceu o Paulista, a Liga de Desenvolvimento e, finalmente, o NBB - depois de dois vices. Apostando novamente na receita juventude/experiência/velocidade, o time da cidade de São Paulo chegou a ficar 22 jogos sem perder na fase de classificação da Liga Nacional. Além disso, é a única da história da competição a passar toda a temporada regular sem derrotas em casa

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Depois de treze temporadas na NBA, Anderson Varejão voltou ao Brasil e foi uma das estrelas do Flamengo - terceiro lugar do NBB. O pivô fez 20 jogos em sua primeira temporada de Liga Nacional, anotando 10 pontos de média e pegando sete rebotes. Em seu primeiro Jogo das Estrelas do NBB, Varejão foi eleito o MVP da partida entre Brasil e Estrangeiros

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Marcelinho Machado encerrou sua carreira no basquete defendendo o Flamengo. O cestinha de 43 anos participou das dez edições do NBB e foi campeão cinco vezes. Entre várias marcas importantes, em 2010, o flamenguista anotou 63 pontos contra o São José. Pela seleção brasileira participou de cinco campeonatos mundiais

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O Pinheiros começou a temporada 2017/18 do NBB com tudo: foram sete vitórias em sete jogos e a liderança da tabela na fase de classificação por algumas rodadas. O bom momento não resistiu às quatro derrotas durante o mês de janeiro. No final da temporada regular, a equipe fechava em sétimo lugar com 15 vitórias e 13 derrotas. Nos playoffs, o Pinheiros caiu nas oitavas de final depois de perder a série para o Basquete Cearense por três jogos a um. Mas houve o que comemorar: o jovem Guilherme Bento faturou o título de rei das enterradas do Jogo das Estrelas

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O Bauru Basket defendia o título de campeão no NBB 10. Terminou a fase de classificação em sexto lugar. Nos playoffs, passou pelo Vasco e deu uma varrida no timaço do Sesi Franca. Nas semifinais, revanche contra o mordido Paulistano derrotado na final do ano anterior. Cinco jogaços e derrota na última cesta. Bauru ficou em quarto lugar

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Os comandantes do NBB: Gustavo de Conti leva o Paulistano ao seu primeiro título nacional. Guerrinha e Bial lideram, respectivamente, Mogi e Basquete Cearense em suas melhores campanhas na Liga e José Neto se despede do Flamengo com o terceiro lugar na competição

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O Nordeste brilhou novamente no NBB. Murilo Becker do Vitória venceu o torneio de habilidades do Jogo das Estrelas. Já o Basquete Cearense fez a sua melhor campanha na história da competição alcançando as quartas de final quado acabou derrotado pelo Paulistano

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O título não veio, mas não se pode dizer que a temporada tenha sido ruim para o Mogi das Cruzes. A equipe de Tyrone Curnell alcançou as finais das duas principais competições do continente: o NBB e a Liga das Américas. Tyrone, inclusive, acabou escolhido como um dos craques do torneio internacional e melhor estrangeiro do NBB. No entanto, espetáculo mesmo deu a torcida mogiana que bateu recordes de público no Hugão

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até o próximo número ...


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