3 minute read
_______________ Em Casa
>> Marilda Cordeiro
Advertisement
SINOPSE Utilizando os espaços em casa, Marilda Cordeiro, propõe um experimento corporal no qual sugere a desconstrução e reconstrução do conceito de espaço de/e para dança. Em tempos de pandemia, este é o novo palco!
FICHA TÉCNICA Marilda Cordeiro – Dançarina | Débora Costa – Videomaker, Edição e produção | Duração: 3 minutos | Indicação etária: 18 anos
Transmitido no dia 25 de outubro de 2021 Foto: Débora Costa
Por Marilda Cordeiro
O vídeo “Em Casa” é uma soma de duas ideias e duas habilidades artísticas de Débora Costa artista visual e Marilda Cordeiro dançarina, companheiras de vida e luta, que tentaram driblar esse momento de confinamento por causa da Pandemia, tornando os espaços de casa em espaços de arte, desaguando desejos, expressões e frustrações através do movimento corporal, que resultou em vídeo dança.
O projeto “Em Casa” refletiu, analisou e experimentou a dança e as possibilidades de movimentos corporais nos espaços da casa de Marilda Cordeiro, que agora não se movimenta e nem se comunica como antes.
Nós vivenciamos e experimentamos a dança, os movimentos e as imagens em vários cantos e pontos dentro de casa: o quarto, a sala, o corredor, a cozinha ou até mesmo o banheiro, buscando um trabalho de aperfeiçoamento na criação e improvisação corporal.
Busquei neste projeto uma compreensão do corpo como o espaço íntimo, que expressa o passado, os desejos, os anseios, a dor, o medo, a saudade e as alegrias vividas nesta casa. Um corpo negro que está intrinsecamente ligado com esses espaços para desconstruir o conceito de espaço socialmente padronizado para dança e reconstruir o conceito de memória familiar. Cada cômodo trouxe em si a construção de uma nova narrativa, que contém uma relação com o passado, o presente e o futuro. Pretendeu-se valorizar e compartilhar as histórias da casa da minha família, como forma de afirmação da identidade negra e da força ancestral.
Apresentar este vídeo na 10ª temporada da segundaPRETA foi muito importante, porque além de mostrar a arte foi um espaço de compartilhar, partilhar, dividir com outros artistas negros de linguagens corporal diversas e com muito respeito e valorização. Estar junto com uma artista visual como Débora Costa é uma experiência muito rica pra mim enquanto dançarina. É ter junto com meu corpo as lentes e o olhar dela que resulta nesta maravilha que é o vídeo “Em Casa” e outros que estamos experimentando e produzindo juntas. É o olhar e a direção da Débora para meus movimentos corporais com a responsabilidade de transmitir ao telespectador sentimentos, emoções e sensações.
Este espaço da segundaPRETA é uma oportunidade muito necessária para o artista negro mostrar sua arte, falar da sua trajetória artística e trocar experiências. A segundaPRETA é um espaço de grande representatividade da arte e cultura negra de/e para BH. Participar junto com Débora Costa foi uma oportunidade para entender que estamos em um território PRETO”, com liberdade de problematizar, de discutir, de nos expressar, de dividir e reverenciarmos uns aos outros enquanto artistas negros.
Falar da arte educação e em especial do Valores de Minas foi de muita emoção pra mim que fui professora do Valores e encontrei neste bate papo, alunos e professores do mesmo espaço e de gerações diferentes.
Foi um prazer participar da segundaPRETA e compartilhar do que eu mais gosto de fazer, que é dançar e mesmo na pandemia nossos corpos negros não pararam. Dançar é viver e segundo Martha Graham “A dança é a linguagem escondida da Alma”. Parabéns Rainyi pela coordenação do bate papo, à toda produção e realizadores da segundaPRETA.