2 minute read

________________ Fiandeira

>> Rainy Campos

(Belo Horizonte/MG)

Advertisement

SINOPSE No sonho que se apresenta real ela, figura pessoa bicho, como um espírito embusteiro tece redes e trança possibilidades. Cria camas e armadilhas de revide, protege o meio e ataca o que ameaça. Uma música de trabucar.

FICHA TÉCNICA Atuação: Rainy Campos | Direção: Alexandre de Sena | Dramaturgia: Rainy Campos e Alexandre de Sena | Roteiro: Alexandre de Sena | Preparação Corporal e Direção de Movimento: Malu Avelar | Maquiagem: Eli Nunes | Caracterização cênica: Rainy Campos | Direção de fotografia e edição: Pablo Bernardo | Desenho de som: Podeserdesligado | Produção: Rainy Campos | Assistentes de Produção: Suellen Sampaio e Aristeo Serra Negra | Classificação livre | Duração: 13 minutos

Transmitido no dia 28 de março de 2022 Foto: Pablo Bernardo

Por Rainy Campos

Fiandeira é um trabalho teatral-performático-audiovisual que tem como pensamento central a investigação e criação cênica-performática de um solo a partir da personagem mítica Anansi, da mitologia AkanAshanti. A partir dessa imagem mítico-poética de Anansi, o trabalho constrói relações com a simbologia adinkra “Ananse Ntontan” e com “Sona”, um conjunto de símbolos de origem Tchokwe.

Como criar um movimento de estratégia? Quais conexões estabelecemos com o tempo presente-passado-futuro?

Retomar o passado, nossas histórias e narrativas para construirmos novas práticas de viver, de relacionar e tecer armadilhas e estratégias de revidar as violências que nos atravessam cotidianamente. Fiandeira fala sobre VIDA a partir da construção e ressignificação das imagens e da palavra-som.

O processo investigativo e criativo teceu redes de relação entre variadas linguagens artísticas, refletindo sobre o fazer teatral negro como uma TEIA que não se estabelece dentro de um espaço demarcado de arte. Somos música,dança,teatro,performance,poesia,audiovisual,ritual,corpo, respiração,pintura,olharportrásdacâmera,atrancista... Esse é também o nosso mistério.

Mistério compartilhado e entendido por territórios como a segundaPRETA. A segundaPRETA foi e é o espaço que fala sobre VIDA, sobre teias que poucos veem mas que vem sendo cada dia mais fortalecidas e ampliadas. Sendo proteção e trança de possibilidade. Por isso, sempre fez tanto sentido que esse trabalho estivesse neste território, porque FIANDEIRA nasce a partir dele e do que o conhecimento ancestral nos dá de tecnologia de sobrevivência.

“através das histórias nós construímos o presente e criamos as perspectivas do futuro, é por isso que as histórias não estão no passado.”

Por Eli Nunes

Textura, agilidade, estranheza e precisão são algumas das características de Fiandeira que saltam através dos olhos mascarados de Rainy a partir da concepção de maquiagem do trabalho, oportunidade que me permitiu criar uma camada cênica através da linguagem da montação.

Por Malu Avelar

A preparação corporal se deu desde proporcionar o fortalecimento de alguns grupos musculares e na potencialização do próprio repertório de movimento da artista, como também, a utilização de provocações direcionadas a partir da escuta e reflexões sobre o tecer uma narrativa onde o corpo se conecta com esse ser ancestral que fia a história e desafia o imaginário de uma linguagem ocidental. Através disso o gingar o corpo se torna um jogo do experienciar do zoomorfismo que se consagra na inteireza do movimento atribuindo uma linguagem entre-linhas ou entre-fios na performance.

This article is from: