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_______________________ Sintoma Or Delay

>> Breve Cia

(Belo Horizonte/MG)

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SINOPSE Delay é uma cena curta que aborda os conflitos atuais em contexto de pandemia e em isolamento social, trazendo à tona os sintomas que começam a aparecer depois de meses em quarentena. Brinca com a ironia da palavra “delay” e o atraso que pode existir entre quem comunica e quem recebe a comunicação. Fazendo uma analogia com o nosso contexto social a cena vai muito além do simples significado da palavra.

FICHA TÉCNICA Atuação: Renata Paz | Texto e direção: Amora Tito | Iluminação : Regélles Queiroz | Produção audiovisual: Renca Produções | Produção: Mexerica Cultural (Kelli Oliveira) e Anair Patrícia | Duração: 15 min | Classificação livre

Transmitido no dia 08 de novembro de 2021 Foto: Kelli Oliveira

Sintoma or delay é uma cena curta da Breve Cia, que é um instante de experimentação, um encontro de artistas cênicos que se dedicam à arte teatral, pesquisando e deslocando o que é estabelecido como palco, onde o teatro faz-se necessário e urgente como lugar de expressão, encontro, reflexão, sensibilização, liberdade e fala.

Com texto e direção de Amora Tito, a obra aborda os conflitos atuais em contexto de pandemia e em isolamento social, trazendo à tona os sintomas que começam a aparecer depois de meses em quarentena.

No novo cenário de distanciamento social, a tecnologia se tornou uma ferramenta que nos faz estar perto de algum modo, mesmo que virtual. Porém esse, “estar perto”, pode ser subjetivo, pois entre nós e a comunicação virtual existe um delay.

O texto brinca com a ironia da palavra “delay” e o atraso que pode existir entre quem comunica e quem recebe a comunicação. Fazendo uma analogia com o nosso contexto social a cena vai muito além do simples significado da palavra (atraso e a diferença de tempo entre o envio e o recebimento de um sinal), e estende-se para a nossa estrutura social demonstrando que corpos e corpas negras vivenciam esse delay em vários momentos da vida. De maneira sutil e irônica a personagem, interpretada por Renata Paz, nos apresenta essa relação do atraso virtual, racial, de gênero e social.

Quem faz uma live sempre estará 20 segundos à frente de quem assiste. Fora das câmeras, corpos e corpas negras foram atrasadas pelo menos 500 anos, criando-se uma distância a ser percorrida, tanto pelos corpos filmados tecnologicamente, como pelos corpos existentes em nossa estrutura social. Ironicamente em uma transmissão ao vivo a personagem, uma mulher negra, está 20 segundos à frente do (tel)espectador, independente de sua localização geográfica, classe social, gênero e raça.

Além de abordar a relatividade do aqui e agora, a construção do vídeo aposta no resgate da plateia através da conversa da atriz com as câmeras. E no ato de se gravar e se assistir gera um movimento em que a atriz torna-se espectadora de si mesma, colocando essa corpa contemporânea, em uma intermediação tecnológica com delay, buscando o olhar do outro.

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