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____________________ Ao meu corpo
>> Rodôlfo Aquino
(Senador Rui Palmeira/AL)
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SINOPSE O experimento de dança contemporânea, “Ao meu corpo” é um mergulho profundo nas narrativas afroqueerentradas de bixas pretas que constroem e tecem suas existências a partir de poéticas políticas de estéticas negras LGBTQIA +. Traçando uma narrativa performática por meio de atravessamentos urbanos e sócias que afetam corpos negros. Dançar o eu/corpo é um chamamento ancestral para torna-se eu/negro/corpo.
FICHA TÉCNICA Bailarino/Performer: Rodôlfo Aquino | Trabalho em co-autoria: Jadiel Ferreira | Autor: Rodôlfo Aquino | Captação e edição de imagem: Jadiel Ferreira | Direção: Jadiel Ferreira | Trilha Sonora: Jadiel Ferreira | colaboração trilha sonora: Bruno Brandão | Créditos: Vozes/leituras de poemas e textos: 1. Anarielly Santana: poemas e textos Ao meu corpo (Rodôlfo Aquino), Testando (Rodôlfo Aquino), Ausência (Louise Queiroz), Recordar é preciso (Conceição Evaristo), Descalço (Louise Queiroz), Filhos na rua (Conceição Evaristo), Á bala (Lívia Natália) - 2. Pedro Ivo: Diásporas (Pedro Ivo), Mordaça (Pedro Ivo), Mojubá (Pedro Ivo) - 3. Rodôlfo Aquino: texto Torna-se Negro | Duração: 17 min | Classificação livre
Transmitido no dia 08 de novembro de 2021 Foto: Divulgação | Imagem da transmissão
AO MEU CORPO1
Rodôlfo Aquino
0 experimento de dança contemporânea de estética negra, “Ao meu corpo”, é um mergulho profundo nas narrativas de danças Desobedientes afroqueercentradas de bixas preta que constroem e tecem suas existências a parti de poéticas políticas de estéticas negras LGBTQIA+ (Santos,2018). É a partir deste diálogo com a perspectiva metodológica para pesquisar, criar e dançar Dança Desobediente (Santos,2018) que Tranço uma narrativa performática por meio de atravessamentos urbanos, culturais e sociais que afetam corpos negros. Dançar ao meu corpo é um chamamento ancestral para afirmar e torna-se eu/ corpo/negro/gay em movimentos que me conecta a experiência de ser uma bixa preta artista da dança do alto sertão alagoano. Falar da narrativa que levaram a construção do trabalho “‘Ao meu corpo” é necessário traçar e revisitar memorias e vivências que neste curto espaço de escrita não é o baste, principalmente para as memórias onde só o mover dançante dar conta de No início de junho/2019 deixei a minha cidade e fui residir em Maceió, pois foi quando entrei na escola técnica de artes (ETA) e estar nesse lugar foi maravilhoso, foi incrível a partir de então comecei a ter outra visão sobre dança, comecei a entender mais sobre. Isso se revelou muito fundamental e a partir disso tive imensos contatos, com dança contemporânea, o frevo, o guerreiro, o coco de roda, as aulas que a mim foram proporcionadas me trouxeram coisas positivas para meu corpo que até então não tinham dimensão do mesmo. Nesse mesmo período recebi o convite para conhecer a dança afro pelo meu colega de turma Diego Bará õna, até então eu não tinha conhecimento sobre algo tão lindo; mim encantei, as aulas me fizeram muito bem, estar ali foi maravilhoso me proporcionou conhecimento sobre minha identidade e pertencimento negro. Neste contexto tão desafiador da pandemia finalizar o curso técnico de dança de modo online se tornou o momento mais desafiador ao meu corpo.
Em 2021 continuei a ter aula remota pelo segundo ano eu tive que me desafiar por se tratar de algo gravado sendo que eu não tinha experiência de como fazer mais me dediquei, em improvisação II ministrada pelo professor Jadiel Ferreira ele me apresentou com a disciplina vivências e desafios novos que me acompanhariam para minha última disciplina e meu processo final ele trouxe dinâmicas nas aulas, possibilidades, desafios confesso que me identifiquei bastante, é uma inspiração e referência como professor. Meu primeiro professor preto e gay, fiquei muito feliz ao saber que teria essa vivência com outra pessoa preta isso é muito gratificante, ele foi lançando desafios me inspirando acreditando no meu potencial, porém tenho dificuldades em falar sobre meus trabalhos , falar sobre, para mim no momento é bem difícil, ele me apresentou festivais me incentivou a realizar inscrição não para 1 mais para 3 onde fui selecionado em ambos, ele realmente me encorajou eu não teria me inscrito em nenhum; me ajudou com a produção, criação e edição do meu trabalho me apresentou caminhos e formas a seguir, dicas de por onde ir e como continuar estudando e experimentando poéticas de danças negras contemporânea. Ter contato com ele foi muito motivacional foi algo muito novo mais que veio com uma soma superpositiva, sobre meu processo para meu trabalho de conclusão de curso, o professor Jadiel tem uma soma muito forte, escrevi textos onde falo de algo que vivências me trouxeram, atravessamentos minha sexualidade e minha ancestralidade são bases e pontos fortes para o mesmo o testar meu deu vivências que somaram e somam, vivi me negando ser quem sou mais agora chegou o momento em ser realmente eu, um bixa preta artista da dança do alto sertão de Alagoas.
1 Rodolfo Aquino, Técnico em dança pela Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas. Senador Rui Palmeira -AL link solo Ao meu corpo : https:// youtu.be/wGsT0RTEDtA