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_______________________________ Tirando da gaveta o corpo
>> Cynthia Regina
(São Paulo/SP)
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SINOPSE ”Tirando da gaveta o corpo.” conta a história de uma escritora negra que tem sua obra presa em cadernos acumulados em seu corpo-casa. Ela precisa parir suas palavras e se ver representada no mundo. Buscando transmutar mortes reais e simbólicas que cultiva em seu corpo, essa mulher nos convida a caminhar por suas ruas internas, abrir com ela seus cadernos e ouvir suas histórias há tanto tempo guardadas. Investigando a escrita como arte do corpo, e a invisibilização de mulheres negras escritoras, Cynthia Regina se propôs um mergulho, procurando em 94 cadernos que escreveu ao longo de uma década, que dramaturgia era essa que pedia tanto para nascer. Encruzilhada entre as linguagens da dança, do teatro e audiovisual, a videoarte “Tirando da gaveta o corpo.” é uma resposta aos apagamentos infligidos às mulheres negras historicamente e uma tentativa de se inscrever no mundo como artista do corpo e da palavra.
FICHA TÉCNICA Direção Geral, Idealização, Dramaturgia e Atuação: Cynthia Regina | Orientação de direção, interpretação e Dramaturgista: Lucélia Sergio | Produção geral: Piu Guedes | Orientação dramatúrgica: Janaina Leite | Preparação corporal (Butô): Rosana Ribeiro | Orientação corporal (Ideokinesis) : Érika Moura | Orientação de movimento (Dança Afro): Janette Santiago | Direção de fotografia, edição e montagem: Isabel Praxedes | Som direto: Edu Luz | Trilha sonora: Stela Nesrine e Larissa Oliveira | Figurino: Dani Pitchula | Luz: Luciana Silva | Direção de arte: Julia Miola | Cabelo e Maquiagem: Rodrag | Produção de set: Jenniffer Rossetti | Registro visual: Georgia Niara | Locação: Centro de Culturas Negras do Jabaquara – Mãe Sylvia de Oxalá | Gestão de projeto e produção: Cia Persi – Pororoca Experimental! | Classificação livre | Duração: 20 minutos
Transmitido no dia 14 de março de 2022 Foto: Georgia Niara
Por Cynthia Regina
Tirando da gaveta o corpo é um processo. Caminha em mim como o próprio tempo da missão que vou descobrindo ao longo da vida. Escrevo esse texto, para esse caderno de registro de arte preta, com certa liberdade que desejo conservar.
Foi assim, demorou um pouco mais de 10 anos preu me ver como artista potente, olhar pra minha corpa e desbravar com cuidado, experimento e maestria: a possibilidade, a tranformação, o experimento. O resultado é uma video arte de formação, aonde reuni memórias, dança da morte e performance; a concretização do desejo há 3 décadas negado, de ser atriz e o trabalho com a palavra desenvolvido em 94 cadernos.
Projeto que precisou de outras mãos para nascer, e que agradeço a oportunidade - material e espiritual - e a teimosia ferrenha que carrego para gerenciar a afetação, relação e conflito. O desenvolvimento estético é um tesão por vezes doloroso, escrever dramaturgia é um parto, uma transição.
Deixo aqui a gratidão por tocar nesse chão mineiro, que ainda que virtualmente me recebe. Tempo tempo tempo. Laroyê. Motumba!