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Ora, direis, ouvir os gregos! Luís Augusto Fischer
U
m fenômeno para aplaudir e deixar a gente feliz: o sucesso notável que está fazendo o podcast “Noites gregas”, com Cláudio Moreno (com direção e edição de Filipe Speck). Conhecido professor da cidade há décadas, o Moreno tem uma longa estrada de contador de histórias tendo como referência o mundo da mitologia grega. Fui seu colega por anos no Sarau Elétrico, em que semana a semana ele deliciava a plateia com uma das talvez incontáveis fábulas, como não diria a ministra aquela, terrivelmente humanas. Agora, a revista Piauí de fevereiro oferece um relato muito inteligente so-
Conhecido professor da cidade há décadas, o Moreno tem uma longa estrada de contador de histórias tendo como referência o mundo da mitologia grega.
bre o podcast, assim como a Ilustrada, da Folha de S. Paulo, esses dias – nada menos que duas das mais exigentes publicações culturais do país. E ambas afirmando a excelência do material, reconhecendo o “tom cáustico” do narrador, que alia conhecimento do material com perspectiva arejada e verve certeira, que oferece comparações talvez inesperadas entre aquele mundo aparentemente tão distante e o cotidiano de gente como a gente. Aproveitei para perguntar umas coisas ao Moreno. Aqui a breve conversa. Se o prezado leitor não ouviu ainda, bá, entre lá num desses lugares em que se homiziam os podcasts e não perca a chance. Para divertir e instruir, dos 10 aos 100 anos, com histórias elementares e outras labirínticas, tudo contado de modo inteligente e ameno.) Parêntese – Que tal esse reconhecimento? Os veículos mais cabeça do país proclamando a qualidade tua e do podcast, que tal? Cláudio Moreno – É claro que a gente fica até espantado quando, de repente, entra no território proibido do centro do país – acho que alguns por aí vão dizer que isso é provincianismo, mas duvideodó que também não se sintam triunfantes quando conseguem atravessar o campo de força... P – Te passa pela cabeça que esse reconhecimento poderia ter acontecido antes se tu vivesses no centro? CM – Não, não me passa pela cabeça que o reconhecimento poderia ter vindo antes – não desta vez. Entendi 63