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Capítulo Vinte e Três
— FESTA! — Uma hora depois, Mal estava no modo maníaco, espalhafatoso.
Ele só tinha uma garrafa de água na mão. Nossas palavras tinham chegado até ele, pelo menos. Assim como a primeira noite que eu o conheci, ele estava em cima de uma mesa de café, fazendo a sua coisa de dança. Havia um monte de mulheres dispostas a atender a sua chamada para festa. Abundância de escorregadias, mulheres cintilantes assistindo meu homem com a avareza em seus olhos. Era algo que eu teria que me acostumar. Eu não poderia matar todas elas. Quero dizer, sobre a terra onde eu iria esconder tantos corpos?
Esse negócio de namorar estrelas de rock era mais difícil do que parecia.
Uma dessas jovens mulheres tentou subir na mesa com ele e não. Nem mesmo umazinha.
Eu agarrei o braço dela.
— Não vai acontecer.
— Tira a mão de cima de mim — Ela cuspiu.
— ABÓBORA! — Gritou meu baterista com prazer a partir de cima.
Santo inferno, meus ouvidos. Eles estavam zumbindo.
A mulher olhou para cima e deu a Mal um sorriso de raposa. Sua expressão facial quando ela se virou para mim não era tão quente.
— Desculpe — Eu disse (mentira descarada lá). — Ele está tomado.
— Quem diabos é você?
— Eu sou abóbora — O “ha, vadia” ficou em silêncio, mas não se engane, isso estava definitivamente muito além.
Ela fez alguma coisa estranha vesga com os olhos e, em seguida, fez uma
reviravolta, desaparecendo na multidão. Houve um flash de brilhantes estiletes de prata e ela se foi. Sapatos incríveis. Eu usava minhas botas habituais e uma saia, jeans, dessa vez, uma camisa de manga comprida preta e algumas joias de resina robustas completavam. Lá no fundo, eu não tinha ideia de como a namorada de um astro do rock deveria se vestir, mas para o conforto faria. Esses sapatos, porém, eu realmente gostaria de saber onde ela conseguiu. As chances dela me dizer agora tinha que estar em algum lugar entre nulo e nenhum.
Lori e Neil ainda estavam postados no sofá no canto. David e Ev me faziam companhia enquanto eu guardava o meu homem de outras mulheres. Ou algo assim. Honestamente, eu não estava tendo um tempo muito bom. O argumento anterior tinha me deixado na borda e eu não me encaixava com essa multidão.
Havia repórteres de música e tipos de indústria, uma variedade mista de ricos e famosos todos reunidos para começar a turnê.
— Abóbora? — Mal chamou novamente. Eu me virei para encará-lo. — Ah, aí está você. Hey. Eu tenho um anúncio a fazer — Mal gritou. — Todo mundo. Yo! — A multidão se acalmou, todas as cabeças giraram em seu caminho. Eu não tinha um bom pressentimento sobre isso. — Muita merda tem acontecido ultimamente. Me fazendo pensar sobre as coisas — Ele olhou para os seus pais. — A vida é curta e você tem que fazer valer a pena, ter tempo para estar com as pessoas que você ama. Mantendo-os perto de você. Então, eu, ah... Eu tomei uma decisão. Bem aqui, agora — Ele olhou para mim, as sobrancelhas quase reunindo sobre a linha reta do nariz. E, em seguida, se abaixou em um joelho, em cima da mesa de café. Estendeu a mão para a minha e eu a peguei, com os dedos dormentes com surpresa. — Case-se comigo, Anne.
Meu coração parou. Puta que pariu. Ele não podia estar falando sério.
— O quê?
— Sim, case comigo hoje à noite — Ele disse, com a voz clara para todos. — Nós vamos voar até Vegas em um voo noturno. Estaremos de volta a tempo do café da manhã.
Flashes dispararam ao nosso redor, me cegando. Mas nada mais existia. Havia apenas seu rosto bonito, esperançoso, aparecendo e desaparecendo de vista.
— ... Tão romântico — Alguém sussurrou nas proximidades.
— Nós podemos levar os caras com a gente — Ele disse.
— Vamos pegar Lizzy no caminho. Até mesmo levamos Reece se quiser — Eu não conseguia respirar. — Eu vou comprar-lhe o maior anel de merda que você já viu — Não, realmente, não havia oxigênio nessa sala? — Sei que é cedo. E eu sei que você tem alguns problemas com o casamento, mas isso é você e eu. Somos sólidos — Não, não éramos. Nós tínhamos acabado de ter uma briga. Estávamos sempre tendo brigas e só tinha sido... Porra, quantos dias? Sim, poderíamos estar bem juntos. Mas estávamos apenas começando; de nenhuma maneira estávamos prontos para isso. — Vamos lá, Anne.
— Só se passaram algumas semanas...
— Eu preciso que você faça isso por mim.
— Eu vou me casar com você, Mal! — Alguma vadia gritou na parte de trás da sala. Outras murmuraram a sua concordância.
— Por quê? — Eu procurei seu rosto, meu coração batendo fora do tempo estipulado.
— Muitas razões — Eu balancei minha cabeça, entorpecida. — Por favor — Ele disse, olhando nos meus olhos. Neil estava apoiando Lori; eles estavam ali, não quatro metros de distância, observando a coisa toda. Meu estômago virou de cabeça para baixo. Havia tanta esperança no rosto de Lori. Ela tinha as mãos apertadas contra seu peito, com os olhos brilhando com lágrimas não derramadas. Ev estava apenas passando por ela com Davi e seus lábios estavam fechados, mas os olhos... Foda-se, todos eles, na verdade, pensei que essa ideia insana poderia funcionar. Bem, acho que Ev faria, que tinha feito alguma coisa louca em Las Vegas si mesma. Mas isso não era romance. Isso era loucura. — Eu preciso que você faça isso por mim — Ele repetiu. — Dê uma chance, Anne.
Dê uma chance à mágoa e abandono. Toda a dor e sofrimento que eu conhecia tão bem. Eu mal tinha um controle sobre estar em um relacionamento
e ele queria torná-lo legal e obrigatório para todo o sempre, até que alguém se decidisse que tinha o suficiente.
Meus ombros caíram.
— Mal... Não.
Seu olhar se lançou sobre o meu rosto.
— Você e eu em Las Vegas. Vamos lá, vai ser divertido.
Eu dei um passo para mais perto dele, tentando ter privacidade.
— Eu não posso me casar com você só para fazer sua mãe feliz.
— É mais do que isso.
— Não é. Se não fosse por ela estar doente, não haveria nenhuma maneira que você estivesse me perguntando isso agora.
— Mas...
— Sinto muito. Não.
— Anne...
Eu podia ver o momento exato em que ele percebeu que não ia conversar com ele. Que ele não ia conseguir o que queria. Sua mandíbula endureceu e ele soltou minha mão. Em um movimento suave, ele pulou fora da mesa de café e se dirigiu para a porta. Quaisquer possíveis palavras ficaram presas na minha garganta, me sufocando.
Aí ele foi. Indo, indo, foi.
Ele se foi.
Todos os olhos na sala estavam em mim. David seguiu Mal, e Ev apareceu no meu cotovelo. Eles realmente tinham essa merda até agora, a gestão do drama da maneira Stage Dive. Jimmy e Ben pararam Adrian de seguir David e Mal. O empresário me deu um olhar me incentivando fortemente a enrolar e morrer. Eu estava tão cansada disso.
Algo quebrou dentro. A dor era insuportável.
Era muito melhor apenas quando isso era um acordo.
O olhar de Lori estava hesitante, triste.
— Oh, Anne...
— Sinto muito — Eu disse, e então fodidamente dei o fora de lá.
Mal não voltou ao nosso quarto de hotel naquela noite. Não havia nenhuma mensagem dele no dia seguinte também. Fui para casa.