Hist贸ria
Futebol
Vida
Hist贸ria Futebol
Vida Francisco Duque
Copyright © 2014 Francisco Gonçalves Duque IBSN: 978-85-67766-02-3 Coordenação editorial: Maristela Carneiro Capa: Alvaro Magalhães Diagramação e Projeto Gráfico: ALGO+ Soluções Editoriais Revisão: Eveline Machado Impressão: Digital Page
Todos os direitos reservados a Francsico Gonçalves Duque. A reprodução não autorizada desta publicação no todo ou em parte constitui violação do copyright (Lei 9.610/98).
[2014] Algo Mais Editora Praça Monte Castelo, 18/702 20.051-030 – Centro Rio de Janeiro – RJ Tel: (21) 3549-4621 1ª edição Março de 2014
DEDICATÓRIA Aos meus amigos, Joel Rufino, Mário Galvão, Kimbert e
João, meu irmão.
6 | Francisco Duque
APRESENTAÇÃO Vivi numa época conturbada de transformações e mudanças. Procurei captar e deixar o resultado dessa vivência nesse impresso. É difícil resgatar um passado de mais de 60 anos, por mais forte que tenha sido as impressões. Não posso reduzir a língua ou a fala esses anos de memórias. Mas, há algo que transcende, por isso, tento resgatar a memória do que sou contemporâneo. São narrativas ou ideias ou histórias.
“Lembranças de um dia ou de outro, da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. [...] Depende da tua impressão leitor amigo, como dependerá de ti a absolvição da má escolha”. Machado de Assis Relíquias da Casa Velha
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SUMÁRIO DEDICATÓRIA 5 APRESENTAÇÃO 7 VASSOURAS 15 Jornal Debaixo da Porta
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O Compadre Coelho
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A Mata Virgem
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Monsieur Ribot
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O Duelo
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A Folia de Reis
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Caminho da Venda
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OS CRAQUES
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ZIZINHO 25 Basso 26 Jajá de Barra Mansa 27 Jorge Mendonça 29 Heleno 30 Waldemar de Brito 31
Evaristo 32 O Dr.Rubis 33 Nos Tempos de Ademir 35
HISTÓRIA DE TORCEDOR
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Sangue! Sangue!
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Zezé Moreira
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O Jair Sou Eu
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Futebol e Samba
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O Reitor Curioso
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PAIXÃO PELO FUTEBOL
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A Paixão Pelo Futebol
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O que Importa é o Craque
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Futebol Sempre Deu Prestígio
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O Maracanã
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As Duas Paixões
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O Torcedor
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Platinismo / eram melhores?
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O Retorno ao Maracanã
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A Goleada de Véspera
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ESTÓRIAS ENGRAÇADAS
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Pinguim 55 Centauro 57 O Xerife de São Pedro
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Exclusividade Nem a Mãe
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O Roupeiro
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O Goleiro e a Vedete
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Rubinho e a Máquina de Costura
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A Ótica de Weber
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OS AMIGOS
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Vicente 67 Do Pajé ao Studio Ásia
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O Cinéfilo
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O Mário
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O Pierre
71
Galvão 73 Um Amigo
74
O Barão
75
Ney 76
PERSONAGENS 79 Zezé Macedo
79
Romeiro Neto
80
Gerardo 82 Meu pai
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Nelson Rodrigues
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Professor Gonçalves
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A Doutora Werneck 88
OS PROFESSORES
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Bermudes 91 Tim Maia
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Colbert 94
VASSOURAS
Jornal Debaixo da Porta Na Cananeia do meu tempo de menino, a escola era de ler escrever e contar, aquela mesma regida pela Pedagogia jesuítica e que funcionava ainda, embora Anísio Teixeira estivesse em evidência desde os anos 1930. Os professores, geralmente profissionais liberais, procediam dos grandes centros e encontravam nas fazendas o local ideal para fugir das perseguições políticas do Estado Novo. Cultos, abusavam das frases eruditas, cheias de advertências e conselhos generosos, que não entendíamos, mas em razão da pronúncia, às vezes, engraçada, todos gostavam de imitar. A aula em si constava de leitura, ditado e cópia no quadro negro e, aos sábados, sabatina. Mas, o momento de maior alegria estava reservado para a leitura dos jornais em classe, que semanalmente meu pai trazia da cidade de Vassouras. Através deles soubemos que a guerra acabou e que Ademir trocou o Vasco pelo Fluminense. Anos mais tarde, migrando do campo para a cidade e morando no antigo Catumbi, perguntei ao meu tio, quem era o senhor que todas as manhãs nos cumprimentavam da janela em frente, e ele respondeu: “É o Paschoal Gordo, do Radical”.
Jamais descobri quem era aquela figura. Mas, foi fácil ligá-la ao jornal que, certamente, ele dirigia, e que todos os dias estava debaixo de nossa porta. E, assim, por toda a vida, mantive um hábito de infância: a de receber os diariamente os jornais debaixo de minha porta.
O Compadre Coelho Era um serrador daqueles cujo trabalho manual fazia a diferença quando a eletricidade ainda não atingia o interior. Trabalho duro o de transformar as toras em tábuas ou réguas, dependendo do que encomendavam. Trabalhava em dupla. A peça disposta num andaime recebia o corte da serra de uns 2 metros, com encaixe para as mãos nas duas extremidades. Um serrador em baixo e outro em cima do andaime faziam o movimento de cima para baixo e vice-versas como se fosse uma azeitada máquina. E em menos de 100 anos metade da floresta atlântica foi talada pela força do machado que as suas árvores de lei derrubavam e das serras que as transformavam. Mas, a noite lá estava o Eloy, era esse o seu nome, contando histórias. O ambiente rural, a falta de energia elétrica, a gadaria, a lembrança da escravidão, o precário lazer noturno criava o ambiente das histórias. Eloy juntava em média uns 20 meninos da casa e da redondeza, geralmente filhos de colonos, para ouvi-lo. O herói de suas histórias era sempre o caçador, personagem que fazia da floresta o seu mundo coadjuvado, às vezes, por alguns bichos. A onça, ocupando a preferência, era o único capaz de enfrentar homem. A trajetória da narrativa era extraordinária, ainda mais quando ele descrevia terras, países ou mares do mundo em que o herói atuava. Em seus personagens sempre havia um estranho animal como objeto da busca, mas sem sentimentos de ódio e vingança capaz de levar o homem a se autodestruir. 14 | Francisco Duque
Moby Dick estava distante ainda das nossas leituras escolares. Ao fim de cada história, a meninada pedia “bis” e ouvia do narrador o seguinte bordão: “Entrou na barriga do pinto, saiu na bunda do pato quem quiser que conte quatro”.
A Mata Virgem Todos a chamavam de mata virgem. Impenetrável, primitiva e única. Coisa mesma de sesmaria, de Brasil de antigamente. Era uma légua quadrada de terras, confrontada, à direita, pelos pastos da Companhia Anglo dos ingleses, e à esquerda pelo grande açude do Cananeia. Numa das extremidades ficava a Fazenda da Bela Vista e na outra a estrada de rodagem, se é que naquela época por ali rodava alguma coisa. Na minha infância era o lugar do medo. Lá, para todos os meninos moravam o capeta e os bichos de peçonha. Por isso, todos sabiam de cor a oração de defesa: São Bento na água benta, Jesus Cristo no altar, baixa cabeça bicho peçonhento deixa filho de Deus passar. Saber a oração a gente sabia, agora rezar era outra coisa. Ninguém se aventurava a olhar quanto mais ir lá. Qualquer história do homem contra a onça tinha a mata virgem por cenário. O nascente e o poente, duas belas expressões da natureza tinham a mesma cor, o verde-escuro do pau-brasil, do jequitibá, do jacarandá, do jambo, da caviúna, do angico, da maçaranduba, do ipê e do jatobá. A imbaúba, alta espigada com florões brancos e sempre cheias de pássaros, lá se perdia na paisagem, não tinha destaque. Era uma árvore qualquer. Aliás, nenhuma árvore é qualquer. Cada uma é uma, específica própria para o devido uso. Anos mais tarde, quando derrubar florestas, abrir caminhos e frentes agrícolas estavam em moda, meu pai acompanhado por um mateiro começou a exorcizar os medos da minha infância, derrubando a mata. Foram anos da foice, História Futebol Vida
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do machado e do fogo, com as queimadas do entardecer que chegava até o nascer do sol. Era a chamada nuvem negra que se formava na derrubada e que impressionava os passageiros dos ônibus que passavam pela estrada. Anos depois de regresso, a fazenda é que percebi a ausência da mata virgem. Ai, sim, é que sentimos falta da beleza de árvores menores, e que abrigava numerosas epífitas, gravatás, bromélias, orquídeas, samambaias, begônias e lírios de várias espécies. Hoje, no lugar da Mata predomina um pasto com meia dúzia de vacas, um pequeno curral, terras plantadas com milho e abóbora e uns legumes e hortaliças, de fundo de quintal. Fruta não há nenhuma. O desmatamento progressivo caça qualquer árvore, qualquer arbusto com vida. Tudo que pode ser metrado é cortado é vendido. De tudo isso só ficaram a salvo os meus sonhos, também, porque não moro mais lá.
Monsieur Ribot A guerra movimentou toda minha infância, embora não tenha participado dela. Mas, contribuiu para a dramaticidade que carrego sempre no meu cotidiano. Aprendi que a frase de Alain Carneiro: estar em guerra não é só portar uma fuzil no fragor das batalhas, tem um sentido profundo. Assim pensavam, também, os professores que meu pai, antecipando Vargas, contratara, mas, para educar seus filhos. Eu os conheci cedo. Eram os professores europeus que a guerra dispersou e o destino os reuniu na minha casa. Cultos, elegantes, verdadeiros mecenas no mundo rural. Estava presente nas ações dos refugiados que meu pai recebeu em grande número no Cananeia, como preceptores dos seus filhos. Eram europeus. Falavam mais da demolição do mundo que viveram do que da construção do que ia nascer. Mas, era um encontro com a história passada de épocas vívidas em outros países. O salto para 16 | Francisco Duque
o futuro era dado ali mesmo na aprendizagem de línguas e da cultura. Meu pai feliz por ver os filhos estudando arriscava vaticínios: o Chico vai ser advogado, o João médico e o Paulinho diplomata. E todos com o idioma de seus professores, carimbavam o passaporte para viver o mundo da transformação que já exigia nova forma de sociedade. Lembro-me de todos. Do Monsieur Ribot, que diante das minhas peraltices censurava dizendo “François obéir, François tu va tomber”. Mas, foi ele que encheu de fantasias a minha infância, contando fatos de um mundo que eu nem imaginava, mas que dormia na memória, esperando o momento de despertar. Era o mundo de gregos, persas, romanos, hebreus e babilônios. Tudo contado nos detalhes de quem se reportava à História, mas como disse Walter Benjamin, “não como ela de fato foi, mas lembrada por personagens que a viveram”. Mas, era tão difícil naqueles tempos buscar o saber! Os livros eram raros e muitos em língua estrangeira, comprados apenas por pequena parcela da população, a burguesia. Das profecias de meu pai nenhuma se concretizou. Tornei-me professor, o João advogado e o Paulo contador.
O Duelo Era ainda um menino quando fui visitá-lo na prisão depois do crime, ou melhor, do duelo que acabou em morte. E pude ver a sua roupa ainda suja de sangue. Estava só, indefeso e alquebrado. Era uma pálida imagem daquele negro velho e forte que pediu pousada e ficou na casa de meu pai como colono e nas horas vagas me ensinava, contando coisas do mundo. Seu nome, Pedro Manuel, foi herdado do patrão ao nascer ainda na escravidão, no fim do século retrasado. Jamais falou de valentia, embora ensinasse a reza História Futebol Vida
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de fechar o corpo, de afastar os bichos de peçonha e enfrentar os inimigos. Sabia dois dialetos de Angola e um de Cabo Verde. Falava muito de seu avô, que, segundo ele, foi um bravo guerreiro de Borno, daqueles que tinha no corpo marcas de passagem da idade, de luta e de bravura. E não de ferro quente que indicava que a mercadoria tinha dono. Pouco falava e quase nada se sabia dele, exceto pela habilidade demonstrada no uso da foice e do facão, seja roçando pasto para o gado, seja abrindo picada na mata para caçar paca ou inhambu. O morto, o seu adversário no duelo, foi o Zé Aníbal, exímio cortador de lenha e conhecido como marido da Lídia, mulata, já desgastada pela idade e pelo trabalho, mas ainda sedutora. Nos dias quentes chegava ao ponto de atravessar, no retorno do trabalho, o pequeno riacho que a separava de casa totalmente imersa. E do outro lado era vista por todos, sacudindo a água do corpo para se enxugar, como fazem as fêmeas animais. E consta que no dia do duelo, já quase no fim do dia atravessou o riacho nos braços do Pedro Manuel, aceitando o que ela recusara por um bom tempo: o convite para a travessia, assim como Djanira na lenda grega, fez com o centauro Nesso, aquele metade homem metade cavalo, para enciumar Hércules. E a noite, provavelmente de muitas estrelas e claridade, Zé Aníbal os surpreendeu em pleno amor. Discussão, ameaças e, por fim, o combate. Foi mais feio que briga de foice, como diz o dito popular. Pelo depoimento de Lídia, sabemos que durou uns 10 minutos e foi travada a facão. Hoje, visitando o local vi cravada sobre a grama uma pequena cruz, tosca de madeira, talvez, renovada várias vezes, pelos moradores da comunidade. Não há qualquer inscrição, nada que lembre o que ali ocorreu, ninguém fala, ninguém sabe. “O resto é silêncio”. Isso me fez refletir sobre uma frase do poeta Leopardi: “Há duas coisas belas no mundo: o Amor e a Morte”. 18 | Francisco Duque
A Folia de Reis
Conta-se que foi para pagar a promessa do nascimento de uma filha, depois de cinco filhos homens, que meu pai organizou e dirigiu uma Folia de Reis. É uma espécie de auto de natal que festeja o nascimento do Menino Jesus e a visita dos três Reis Magos. A Folia de Reis é um grupo, pelo que me lembro, talvez, de umas 30 ou mais pessoas, que, entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro, saía de casa em casa visitando e, em forma de canto, louvando os santos Reis Magos e o nascimento do Menino Jesus. Isso, eu vi na minha infância passada em Vassouras. Era uma época dura e difícil, marcada pela Guerra e pelo Estado Novo do qual meu pai era um grande opositor. Mas, fazendeiro de posses, a Folia de Reis do Arlindo Duque tinha o que havia de melhor: um grande cantador de reis, o Inhôzinho, ou seja, o mestre que puxava o canto fazendo a louvação, o requinta que com uma voz leve e fina, própria dos adolescentes, dava aos estribilhos o acabamento final das frases com perfeição. Havia os músicos, o sanfoneiro de oito baixos, o melhor de toda a região, o lendário José Joaquim, mais conhecido como Zé Joana, tambor, História Futebol Vida
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reco-reco, pandeiro, o do Íris, o triângulo, a viola caipira e os palhaços. Na exibição destes é que se encontrava o lúdico e o profano. Ao toque de um ritmo mais intenso, cada palhaço, com seu bastão, dava o seu destaque com danças, piruetas, malabarismos e saltos. Ainda me lembro de todos: o Dengo alto, forte e desajeitado; o Pedro da Polônia, assim chamado pelo seu aspecto europeu, com uma roupa que lembrava mais um soldado da Guerra dos Trinta Anos, exibidos nos livros de História e o Santinho Catembá, negro esguio, saltitante e endiabrado. Todos fantasiados e de máscara, que tanto podia lembrar os soldados de Herodes, como o próprio diabo. O Momento de maior emoção era o encontro de duas Folias de Reis. Era um verdadeiro duelo. Começava pela disputa dos mestres em suas louvações, continuava com os instrumentistas e terminava nas disputas dos palhaços. Os dias percorridos em comunidades rurais de difícil acesso, mal dormidos e alimentados pelo que levavam ou pela dádiva dos moradores visitados, davam a todos os integrantes da Folia aquele ar de cansaço quase mortal. Mais tarde, a Folia de Reis do Arlindo Duque já motorizada atingia todo o município de Vassouras. Mas, aos poucos, foi definhando a Folia e o seu promotor até a extinção. Dizem que gastou com a Folia de Reis grande parte de sua fortuna. Pelo menos, foi figura obrigatória em todos os testamentos de Judas como atestam as trovas dos repentistas locais: “Ao senhor Arlindo Duque devoto de Santa Inês, deixo para sua alegria, mulher e Folia de Reis”. Muitos integrantes resistiram porque seus organizadores e mestres encaravam não só como promessa, mas como missão e obrigação. Quarenta anos depois, visitando Cananeia, em Vassouras, assisti uma exibição de Folia de Reis, na casa do velho Delfim. Foi então que eu senti o passado tão presente, quanto o da minha infância.
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Caminho da Venda A estrada longa, sinuosa e empoeirada que liga Massambará a Cananeia ainda está lá. Não virou rodovia. Fizeram outra, mais larga e evitando curvas. Outro desenho, bem próximo da antiga. Mas, a velha permanece. Jamais deixou de ser o caminho colonial do urbanismo de –Del Rei Felipe II. Mal conservada, quase abandonada, mantém, ainda, os moirões em pé e o arame farpado esticado, ladeando o chão batido pelo tropel de gente e bicho, há centenas de anos. Parece que ainda espera conter algum novilho desgarrado ou boi fujão dos pastos vizinhos sempre dispostos a acompanhar a boiada, ainda que para o matadouro. Que destino, o do boi! A fuga, o caminho para liberdade se completa com a morte. Mas, a velha estrada, o caminho da venda não foi feito para defender, afastar ou impedir. Simplesmente, o caminho, a via é a passagem para a Igreja, para o campo de futebol e para o mundo das pessoas que, nas festas juninas, se aglomeravam na praça em barraquinhas multicoloridas vendendo doces, salgados, ou cantarolando as músicas de época, ou mesmo refazendo sonhos e esperanças e vida. Era a estrada, também, o ganhapão da meninada nos dias de chuvas. Bastava uma junta de bois e muita perícia para retirar carros e caminhões atolados. As juntas de bois atreladas aos veículos eram iguais aos tratores arrastando carga. Forma única de vencer aquele mundo de barro que a chuva fazia e que durava, às vezes, todo o verão. Foi por ali, a caminho do Rio de Janeiro que Tiradentes passou, os Avelinos ficaram ricos tocando boi para o frigorífico de Mendes e eu caminhava a pé ou a cavalo para a casa do meu avô. Coube a Juscelino fazer o asfalto e trazer a luz. Distante, refaço os trechos daquele caminho percorrendo minhas lembranças. A velha estrada é hoje secundária só no uso, porque na memória, é, como diz Guimarães Rosa: “Saudade é ser, depois de ter”.
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